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230 Com uma população de 309,3 milhões de habitantes, os Estados Unidos, um dos países mais populosos do mundo, abrigam também o maior número de imigrantes do planeta. De acordo com dados do Censo de 2010, cerca de 12,9% de sua população, ou seja, 39,9 milhões de pessoas, é formada por estrangeiros. Mais da metade desses imigrantes (53%) são latino-americanos que vivem, principalmente, nos estados da Califórnia, Nova York, Texas e Flórida. Boa parte dessas pessoas mudou-se para os Estados Unidos em busca de emprego e melhores condições de vida. Porém, muitas vezes, a realidade encontrada é outra. De acordo com dados do governo norte-americano, a renda média anual de uma família estadunidense em 2010 era da ordem de 62 mil dólares. Já a renda média anual de uma família estrangeira no país era de 49 mil dólares. E se essa família fosse de origem latino-americana, o valor caía ainda mais, não ultrapassando 38 mil dólares. De acordo com os dados do governo norte-americano, cerca de 7,5 milhões de imigrantes vivem, atualmente, em situação de pobreza. Mudar para os Estados Unidos à procura de melhor qualidade de vida não é uma característica exclusiva dos tempos atuais. O país começou a receber imigrantes a partir da segunda metade do século XIX. Essas pessoas desempenharam papel extremamente importante no processo de formação da nação norte-americana, transformando os Estados Unidos em um país com grande diversidade cultural. Neste capítulo estudaremos as transformações ocorridas nesse país ao longo do século XIX, após ter se tornado independente da Inglaterra. Soldado americano vigia a fronteira entre San Diego (Estados Unidos) e Tijuana (México). O governo norte-americano ergueu um muro na divisa para impedir a entrada de imigrantes ilegais no país. O muro é composto de sensores eletrônicos e vigilância permanente com veículos e helicópteros. Foto de 2011. Óleo sobre tela. Museu Histórico de Chicago, EUA/foto: The Bridgeman Art Library/Keystone Capítulo 27 Estados Unidos: a escravidão em xeque Objetivos do capítulo n Entender o contexto e o significado da Guerra de Secessão. n Compreender o processo que resultou no fim da escravidão nos Estados Unidos. n Conhecer as práticas discriminatórias e/ou segregacionistas implementadas nos Estados Unidos, no passado (com a população de origem africana) e no presente (com os imigrantes). n Compreender como a ampliação dos territórios dos Estados Unidos se deu também à custa da tomada de terras indígenas e de outros povos. n Entender aspectos relacionados à origem do imperialismo norte-americano no final do século XIX. n Perceber a importância da unidade territorial para o surgimento dos Estados Unidos como uma potência econômica. C h a rl ie N e u m a n /Z u m a P re s s /C o rb is /L a ti n s to ck HMOV_v2_PNLD2015_230a235_U05_C27.indd 230 3/20/13 4:45 PM 231Estados Unidos: a escravidão em xeque Capítulo 27 O avanço para o Oeste Os Estados Unidos surgiram em 1776, com a emancipação das Treze Colônias inglesas da Améri- ca do Norte. Inicialmente, seu território se restringia a uma faixa de terra ao longo da costa atlântica. De- pois de 1783, ano em que a Inglaterra reconheceu a independência de suas ex-colônias, os estaduniden- ses deram início à conquista de novas áreas em dire- ção ao oeste do rio Mississípi. Essa expansão ocorreu de vá- rias maneiras: por meio da expul- são dos indígenas que viviam na região; pela compra ou anexação de áreas pertencentes à França, à Espanha e à Rússia, e por meio de guerras contra a Inglaterra (1776- -1783) e contra o México (1846- -1848; veja mapa ao lado). A corrida do ouro* na re gião da Califórnia (1848- -1849) contribuiu de maneira significa tiva para o povoamen- to da costa oeste, fazendo com que grandes levas de colonos se deslo- cassem para a região em busca de riqueza. Outro importante estímulo à ocupação do Oeste foi a lei Ho- mestead Act, de 1862. Essa lei con- cedia gratuitamente pequenos lotes de terras no Oeste a colonos e imi- grantes que quisessem cultivá-los. Escravistas versus antiescravistas Por volta de 1820, os Estados Unidos eram formados por 22 es- tados; metade deles (os estados do Norte) empregava mão de obra livre; a outra metade (os do Sul), mão de obra escrava. Dessa ma- neira, a representação dos esta- dos escravistas no Congresso equi- 1 2 librava-se com a dos não escravistas. Com a crescente expansão para o Oeste, porém, esse equilíbrio come- çou a correr riscos, uma vez que, na década de 1830, muitos dos novos territórios a serem transformados em estados poderiam optar pelo trabalho escravo. A luta pela abolição A alteração no equilíbrio de forças no jogo po- lítico colocou a questão da escravidão no centro das atenções. Enquanto os deputados do Norte denun- ciavam o trabalho escravo como um empecilho para o pleno desenvolvimento econômico do país, os do * Veja o filme Em busca do ouro, de Charlie Chaplin, 1925. As antigas Treze Colônias Linha do Compromisso do Missouri no paralelo 36º30' Montes Apalaches Territórios obtidos da Inglaterra em 1818 e 1842 Território conquistado ao México - 1845-1848 Território comprado à Rússia - 1867 Território comprado ao México - 1853 Território obtido do México - 1848 Território obtido da Inglaterra - 1846 Território anexado entre 1812 e 1819 Território comprado à França - 1803 Território obtido da Inglaterra no Tratado de Versalhes - 1783 Reino independente anexado aos EUA em 1898 90º 40º LEGENDA160º 160º WASHINGTON MONTANA DAKOTA DO NORTE CANADÁ MÉXICO RÚSSIA CANADÁ MAINE OREGON IDAHO WYOMING DAKOTA DO SUL UTAH COLORADO NEBRASKA IOWA OHIO NEVADA CALIFÓRNIA KANSAS MISSOURI ARIZONA NOVO MÉXICO ALASCA HAVAÍ OKLAHOMA ARKANSAS TEXAS GEÓRGIA CAROLINA DO SUL FLÓRIDA PENSILVÂNIA NEW HAMPSHIRE MASSACHUSETTS RHODE ISLAND CONNECTICUT NOVA JERSEY DELAWARE MARYLAND MINNESOTA WISCONSIN INDIANA LOUISIANA MISSISSÍPI ALABAMA TENNESSEE ILLINOIS KENTUCKY CAROLINA DO NORTE VIRGÍNIA VIRGÍNIA OCIDENTAL VERMONT NOVA YORK R io M ississíp i OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO M ICH IG A N Círculo Polar Ártico Trópico de Câncer A EXPANSÃO DOS ESTADOS UNIDOS Fonte: WORLD History Atlas: Mapping the Human Journey. London: Dorling Kindersley, 2005. 0 550 QUILÔMETROS ESCALA 0 160 QUILÔMETROS ESCALA 0 450 QUILÔMETROS ESCALA 900 HMOV_v2_PNLD2015_230a235_U05_C27.indd 231 3/20/13 4:45 PM 232 Unidade 5 Terra e meio ambiente Sul diziam ser a escravidão a pedra fundamental do edifício republicano. Em meados do século XIX, os debates chegaram ao grande público. Na época, boa parte do mundo ocidental já havia extinguido a escravidão. Nas regiões onde ela ainda vigorava, grupos sociais cada vez mais amplos se mobilizavam pela abolição. Por volta de 1850, havia nos Estados Unidos mais de 2 mil associações antiescravistas, reunindo cerca de 200 mil abolicionistas. Em 1854, o Partido Republicano aderiu à campanha abolicionista. A Guerra de Secessão (1861-1865) Em 1860, foi eleito presidente dos Estados Uni- dos o candidato do Partido Republicano Abraham Lincoln (1809-1865), que defendia o fim gradual da escravidão. Em resposta, no início de 1861, onze es- tados do Sul se separaram da União e formaram uma confederação autônoma com capital na cidade de Richmond, na Virgínia. A proclamação dos confe- derados deu início a uma san- grenta guerra civil que colocou em confronto o Norte industria- lizado e o Sul agrícola: a Guerra de Secessão*. As desigualdades entre as duas forças eram enormes. Enquanto o Norte contava com uma po- pulação de 22 milhões de pessoas, o Sul tinha ape- nas 9 milhões. Além disso, por causa da sua estrutura industrial, os estados do Norte fabricavam seuspró- prios armamentos e dispunham de uma potente for- ça naval, fatores decisivos na guerra (veja o boxe A tecnologia da guerra). Os confederados se rendem Com quatro anos de duração, a guerra evitou a fragmentação dos Estados Unidos em dois países, mas deixou um saldo de cerca de 620 mil mortos. Em setembro de 1862, o governo aboliu a escra- vidão nos Estados confederados. A decisão não foi cumprida pelos rebeldes inicialmente. Militarmente inferiorizado, derrotado nos cam- pos de batalha e sem apoio externo, o Sul acabou se rendendo ao Norte em abril de 1865. Quatro dias depois, o presidente Lincoln foi assassinado em Washington por um escravista. * Veja os filmes … E o vento levou, de Victor Fleming, 1939, e Tempo de glória, de Edward Zwich, 1989. A tecnologia da guerra A Guerra de Secessão foi pautada pelo em- prego da alta tecnologia do século XIX. Novas minas foram inventadas; mosquetões de um só tiro foram substituídos por rifl es de repeti- ção. As espadas continuaram a ser usadas, mas cada vez mais os combatentes passaram a utili- zar pistolas nos combates a curta distância. No final do confl ito, as pistolas deram lugar ao re- vólver de seis tiros. O telégrafo exerceu importante papel na transmissão de informações entre as tropas e, no mar, surgiram grandes embarcações, como os encouraçados de aço, que deixaram para trás os velhos navios de madeira. S p e n c e r P la tt /G e tt y I m a g e s Policial americano observa membros da Ku Klux Klan em evento anual em homenagem ao fundador do grupo, na cidade de Pulaski, Tennessee. Segundo o Southern Poverty Law Center, desde 2008, o número de grupos de ódio nos Estados Unidos subiu. Foto de 2009. Racismo e exclusão Com o fim da guerra, a escravidão foi extinta nos Estados Unidos, mas os problemas da popula- ção negra gerados por esse sistema não foram resol- vidos. Abandonados à própria sorte, os ex-escravos não tiveram franqueado o acesso à terra, à educa- ção e ao trabalho qualificado. Não bastasse isso, em 1865 surgiu no sul dos Es- tados Unidos uma sociedade secreta de brancos ra- cistas, conhecida como Ku Klux Klan, que tinha por objetivo manter os negros socialmente segregados. HMOV_v2_PNLD2015_230a235_U05_C27.indd 232 3/20/13 4:45 PM 233Estados Unidos: a escravidão em xeque Capítulo 27 A descoberta de vastas reservas de ferro, cobre e petróleo deu ensejo à formação de grandes empresas. A invenção de novos equipamentos agríco- las provocou uma rápida expansão da agricultura; os transportes ferroviário e hidroviário cresceram de maneira notável, fortalecendo o comércio; no setor de comunicações, o telégrafo espalhou-se por todo o país. Depois de 1876, ano em que foi inventado por Alexander Graham Bell (1847-1922), o telefone tornou-se peça obrigatória nos escritórios comerciais das grandes cidades. As exportações também deram um salto: em 1880, o país vendeu 835 milhões de dó- lares ao exterior; duas décadas depois, as vendas ex- ternas já chegavam a 1,4 bilhão de dólares. Além da disponibilidade de capital, todo esse de- senvolvimento contava com uma vasta oferta de mão de obra, possibilitada pelo constante afluxo de imi- grantes (veja abaixo a seção Passado presente). Defendendo a supremacia dos brancos, seus inte- grantes praticavam os mais variados crimes e atos de violência contra os negros, matando-os a qualquer pre- texto. Somente na década de 1960*, após inúmeros conflitos, os afrodescenden- tes norte-americanos passa- ram a ter os mesmo direitos civis e políticos dos brancos. A expansão econômica No Sul, a Guerra de Secessão devastou os cam- pos, destruiu cidades, arrasou a economia; no Nor- te, ao contrário, estimulou o desenvolvimento indus- trial. Depois do conflito, o país viveu um período de grande prosperidade, que beneficiou principalmente os estados do Norte. 4 * Veja o filme Mississipi em chamas, de Alan Parker, 1988. Os imigrantes A partir de meados do século XIX, os Estados Unidos se tranformaram em um dos principais destinos de europeus e asiáticos que sonhavam com uma vida melhor. Entre 1850 e 1870, 5 mi- lhões de estrangeiros migraram para aquele país. Nas cinco décadas seguintes, esse número seria da ordem de 20 milhões de pessoas. Em 1920, os estrangeiros totalizavam um ter- ço de todos os empregados nas fábricas e mais da metade dos trabalhadores das minas. Ainda hoje, os Estados Unidos são um impor- tante destino de emigrantes do mundo inteiro. Em 2010 havia 39,9 milhões de estrangeiros no país. Os mexicanos representam a maioria dessa população (29,3%). Cerca de 28% dos imi- grantes que vivem nos Estados Unidos estão na ilegalidade*. Esses imi- grantes clandestinos são desprovidos de direitos e garantias, encontram-se à mercê da explora- ção de pessoas desonestas e vivem sob o medo constante de ser identificados pelas autorida- des e deportados para seus países de origem. Muitos trabalham clandestinamente, receben- do salários inferiores aos pagos a imigrantes le- gais e a norte-americanos. Em 2006, o governo de George W. Bush apro- vou a construção de um muro de cerca de 1,2 mil quilômetros ao longo da fronteira dos Estados Unidos com o México. Pretendia com isso impe- dir a entrada ilegal de estrangeiros e o tráfi co de drogas e de armas no país. O governo norte-ame- ricano também começou a construir em 2011 uma prolongação do muro de quase 100 metros em ple- no oceano Pacífi co para impedir a entrada de imi- grantes ilegais, pelo mar, no estado da Califórnia. De olho no mundo Reúna-se com dois ou três colegas e, juntos, iden- tifi quem a forma pela qual o governo dos Estados Unidos procura restringir atualmente a entrada e a permanência de estrangeiros no território estaduni- dense. Façam uma pesquisa em jornais e revistas e selecionem apenas os materiais fotográfi cos. Com esses materiais, montem um painel para ser exposto na classe, conten- do um conjunto signifi cativo de fotos com suas respectivas legendas. Passado Presente Pão e rosas (2000) é um exemplo de filme do cinema contemporâneo que trata da questão da migração ilegal. No filme, duas mexicanas vivem clandestinamente nos Estados Unidos e lutam por melhores condições de trabalho e vida. * Veja o filme Babel, de Alejandro González Iñarritu, 2006. E u ro p a F il m e s / A rq u iv o d a e d it o ra HMOV_v2_PNLD2015_230a235_U05_C27.indd 233 3/20/13 4:45 PM 234 Unidade 5 Terra e meio ambiente O crescimento econômico, ancorado na expan- são industrial, transformou os Estados Unidos em uma verdadeira potência. O capital acumulado no país passou então a procurar novos mercados, dentro e fora do continente. Essa procura levou à formula- ção de uma política imperialista, de tipo expansionis- ta, pela qual o governo dos Estados Unidos passou a estender sua influência a outras regiões do mundo. Em 1904, o presidente Theodore Roosevelt (1901-1909) enviou ao Congresso um documen- to conhecido como Corolário Roosevelt. Entendi- do como uma complementação da Doutrina Mon- roe, de 1823, esse corolário tinha como princípio “A América para os americanos”. De acordo com o Corolário Roosevelt, o governo dos Estados Unidos se sentia no direito de exercer o papel de polícia internacional, podendo intervir para “garantir a ordem” nos países em que seus interes- ses estivessem supostamente ameaçados. Essa orien- tação ficaria conhecida como big stick policy (“políti- ca do grande porrete”; veja a charge ao lado). Já em 1903, o governo estadunidense havia ajudado o Panamá a se tornar independente da Co- lômbia, interferindo assim em assuntos internos de outro país. Nesse contexto, forças norte-americanas intervieram militarmente na Nicarágua (1912), no México (1914), no Haiti (1915) e em outros países. B e tt m a n n /C o rb is / L a ti n s to ck Charge de 1903 ou 1904 representandoo presidente estadunidense, Theodore Roosevelt, navegando pelo canal do Panamá com o seu big stick, o “grande porrete”, nome pelo qual ficou conhecida a política externa dos Estados Unidos na virada do século XIX para o século XX. A lb u m /A k g -I m a g e s /L a ti n s to ck De cartola, à direita, o presidente Abraham Lincoln visita um acampamento das tropas da União após a vitória destas sobre forças confederadas na batalha de Antietam, no estado de Maryland, em setembro de 1862. HMOV_v2_PNLD2015_230a235_U05_C27.indd 234 3/20/13 4:45 PM 235Estados Unidos: a escravidão em xeque Capítulo 27 O nascimento da psicanálise Em 1896, enquanto os Estados Unidos se consolidavam como potência mundial, o psiquia- tra alemão Sigmund Freud* (1856-1939) publicou um artigo no qual utilizava um termo até então desconhe- cido: psicanálise. A expressão referia-se a um método terapêuti- co desenvolvido por Freud com a finalidade de tra- tar pacientes com sintomas de neurose e psicose. A psicanálise provocou uma verdadeira revolução no conhecimento da personalidade humana. Em seu livro A interpretação dos sonhos, de 1899, Freud revelou a existência do inconscien- te e de como os desejos reprimidos do ser hu- mano se manifestam simbolicamente por inter- médio dos sonhos. Para o psicanalista, a correta interpretação dos sonhos ajuda as pessoas a co- nhecer melhor sua personalidade. ¡sso...Enquanto Sigmund Freud, neurologista e fundador da psicanálise, em foto de 1921. R u e d e s A rc h iv e s /T h e G ra n g e r C o ll e ti o n , N o v a Y o rk /O th e r Im a g e s Hora DE REFLETIR Como vimos neste capítulo, a expansão dos Estados Unidos dependeu de diversas estratégias, entre elas a expulsão e o extermínio de povos indígenas. Ainda hoje, em diversos lugares do mundo, povos indígenas enfrentam problemas relacionados à posse de suas ter- ras, objeto de cobiça de empresas ou de Estados. Reúna-se a seu grupo de colegas e juntos façam uma reflexão sobre esse conflito de interesses. Escre- va cinco possíveis regras (ou leis) para regular essa si- tuação. Sob a orientação do(a) professor(a), a classe vai debater os resultados de cada grupo e formular um único documento sobre o assunto. 1. Depois da independência das Treze Colônias, em 1776, um longo processo de expansão territorial deu origem aos atuais Estados Unidos. Com base nas informações do capítulo e do mapa A expan- são dos Estados Unidos (página 231), descreva as estratégias utilizadas pelos norte-americanos para definir a configuração atual desse país. 2. Elabore um quadro comparando as diferenças so- cioeconômicas entre os estados do Sul e do Norte dos Estados Unidos em meados do século XIX. 3. Descreva o processo político que levou à Guer- ra de Secessão. 4. Faça um balanço da Guerra de Secessão levando em conta os resultados do conflito. 5. Que condições históricas explicam o acelerado desenvolvimento industrial dos Estados Unidos a partir da segunda metade do século XIX? 6. A política imperialista dos Estados Unidos foi, de certa forma, consequência da expansão indus- trial e do desenvolvimento econômico do país. De que maneira essa política se manifestou en- tre o final do século XIX e o início do século XX? Observe o mapa, os textos e incorpore à sua res- posta comentários sobre a charge da página 234, que aborda o big stick de Theodore Roosevelt. Organizando as IDEIas Atenção: não escreva no livro. Responda sempre no caderno. * Veja o filme Freud – além da alma, de John Huston, 1962. HMOV_v2_PNLD2015_230a235_U05_C27.indd 235 3/20/13 4:45 PM 236 L it o g ra fi a . D e p a rt a m e n to d e c o le ç õ e s e s p e c ia is , B ib li o te c a n a U n iv e rs id a d e d e V ir g in ia , E U A M a rk L a rg e /P o o l/ G e tt y I m a g e s Observe as imagens abaixo: que aspectos em comum existem entre elas? Que diferenças você observa? Essas imagens estão separadas no tempo por mais de 100 anos. A primeira, feita em 1820, representa britânicos sendo carregados em liteiras por habitantes da colônia da costa do Ouro. A segunda é uma fotografia de setembro de 2012, tirada na cidade de Honiara, nas ilhas Salomão, um país localizado no oceano Pacífico. Ela retrata o príncipe William, da Inglaterra, sendo carregado, durante uma festa em comemoração aos 60 anos de coroação da rainha Elizabeth II. Tanto a costa do Ouro (atual Gana) quanto as ilhas Salomão foram regiões que, no final do século XIX, foram dominadas pela Inglaterra e só conseguiram recuperar sua autonomia no século XX. Na verdade, nesse período, diversos territórios da África e da Ásia e algumas ilhas da Oceania, como as ilhas Salomão, estiveram subjugados por nações europeias. Tais nações – que na época viviam um período de grande desenvolvimento industrial – encontravam-se interessadas em explorar as Príncipe William, da Inglaterra, nas ilhas Salomão, em 2012. Britânicos sendo carregados em liteiras. Litogravura de William Hutton, 1820. Capítulo 28 O imperialismo e o neocolonialismo Objetivos do capítulo n Entender a Segunda Revolução Industrial nas últimas décadas do século XIX e seus desdobramentos tecnológicos e políticos. n Compreender o processo de expansão territorial imperialista europeu e sua relação com o desenvolvimento industrial. n Entender como teorias racistas foram utilizadas para justificar ações imperialistas dos países europeus a partir da segunda metade do século XIX. n Conhecer a ação imperialista dos países europeus na Ásia e na África e os impactos desse processo para as populações desses dois continentes. Biblioteca Nacional, Paris, França matérias-primas locais e em conquistar novos mercados para seus produtos. Suas autoridades costumavam ser tratadas com deferência pela população local, sendo muitas vezes carregadas em liteiras, como vemos na imagem à esquerda. Neste capítulo estudaremos como ocorreu a colonização da África e da Ásia, e o impacto que esse processo provocou sobre os povos desses dois continentes. HMOV_v2_PNLD2015_236a246_U05_C28.indd 236 3/20/13 4:46 PM
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