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de anulabilidade onde não se justifica a exclusão da tipicidade e situações de nulidade em que se justifica- tudo deve ser analisado caso a caso de acordo com a teleologia do direito penal. As autorizações oficiais verificam-se a partir do momento em que as condutas praticadas ao abrigo de uma autorização oficial são condutas lícitas, por isso, é uma verdadeira causa de exclusão da tipicidade. 17. Ordens de Serviço As ordens de serviço respeitam á matéria de obediência hierárquica, são os casos em que o superior hierárquico dos órgãos administrativos dá uma ordem a um inferior hierárquico, sendo que o cumprimento dessa ordem leva implicada a prática de um crime. Coloca-se a questão de saber se o inferior hierárquico pode obedecer a essa ordem, será ele responsabilizado? A obediência hierárquica exclui a ilicitude? ➢ Teoria da Hierarquia: é defendida pelos administrativistas, que privilegiam considerações de ordem e disciplina da AP. Entendem que o inferior hierárquico devia ser sempre obrigado a cumprir as ordens do superior hierárquico, independentemente da natureza do ilícito. Assim, o inferior hierárquico, ficaria sempre desresponsabilizado e o único responsável seria o superior. Esta teoria foi atenuada e deu lugar à chamada Tese da Respeitosa Representação, que defende que nos casos em que o inferior hierárquico toma consciência da ilicitude da ordem, deve comunicar a ilicitude ao superior hierárquico e pedir a confirmação por escrito da ordem (a partir daí a solução seria a mesma que a anterior) ➢ Teoria da legalidade: considera que, por um lado, o inferior hierárquico é um ser autónomo e dotado de responsabilidade e que, por outro lado, está vinculado a deveres de obediência, mas deveria sempre recusar-se a cumprir uma ordem que conduzisse a um ilícito em geral. Teve uma limitação, porque os seus autores vieram a consagrar uma restrição: o inferior hierárquico só deveria desobedecer no caso de a ordem conduzir a um ilícito criminal. Nestes casos, o inferior hierárquico pode e tem o dever de desobedecer e se não o fizer será responsabilizado pela prática de um crime, juntamente com o superior. ➢ Direito português (artigo 271º CRP e 36º, nº2 CP): veio estabelecer a doutrina da legalidade, mas distingue, nesta matéria, consoante a ordem do superior hierárquico conduza a um ilícito de natureza penal ou a um ilícito de natureza não penal. O nº2 consagra a teoria da respeitosa representação, segundo a qual o inferior hierárquico deve comunicar a ilicitude da ordem ao superior hierárquico e pedir a confirmação da mesma por escrito: se o superior hierárquico mantiver a ordem, ele é obrigado a cumprir, mas não será responsabilizado (desde que seja um ilícito não penal). Por outro lado, quando a ordem conduza à prática de um ilícito penal, um crime, dispõe o nº3 que o inferior hierárquico deve desobedecer à ordem, tem o direito e o dever de o fazer, se não o fizer será também responsabilizado pela prática do crime. O artigo 36º, nº2 consagrou precisamente esta disciplina. Podem haver atenuações da culpa, pois o inferior hierárquico pode estar numa situação de coação e podem haver situações em que é menos censurável ao agente, mas isso não exclui a ilicitude, nem a tipicidade e será punido, a conduta é típica e ilícita, o problema da sua punição dependerá da sua culpa. Deste modo, as
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