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1 GESTÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES 1 Sumário INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES ........................ 5 O QUE É GESTÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES ........................................... 7 COMO MELHORAR A GESTÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES ...................... 8 INVESTIR NA PADRONIZAÇÃO DE TAREFAS ................................................. 8 BUSQUE POR UM SERVIÇO DE EXCELÊNCIA ............................................... 9 CONHEÇA AS PRINCIPAIS DEMANDAS DO CENTRO DE DIAGNÓSTICO ... 9 QUAIS OS MODELOS DE PAGAMENTO DOS PLANOS DE SAÚDE ................ 12 FREE FOR SERVICE ....................................................................................... 12 PACOTES DE SERVIÇO .................................................................................. 12 CAPITATION..................................................................................................... 13 O QUE DEVE SER FEITO PARA GARANTIR QUALIDADE NO SERVIÇO DE GESTÃO HOSPITALAR ....................................................................................... 14 PROFISSIONAIS DA ÁREA DE GESTÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES ..... 16 GERENTE DE SAÚDE ..................................................................................... 19 ADMINISTRADOR HOSPITALAR .................................................................... 19 TECNÓLOGO EM GESTÃO HOSPITALAR ..................................................... 20 GESTOR EM SAÚDE PÚBLICA ....................................................................... 20 OS 10 PASSOS DA GESTÃO HOSPITALAR EFIIENTE ..................................... 22 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 25 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO A complexidade atual da administração em saúde tem justificado a necessidade de um progressivo movimento de profissionalização da gestão em saúde, contribuindo com a formação de lideranças executivas que sejam capazes de promover uma ligação eficiente entre assistência com qualidade e gestão. Neste cenário, os gestores das organizações de saúde devem desenvolver ou aperfeiçoar competências (conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes) para assumir a liderança de novos modelos de gestão e tornar os processos mais eficientes e eficazes, criando valor aos pacientes e mantendo a sustentabilidade dos hospitais. Independente de qual seja ela, é importante dizer que o mercado brasileiro ainda possui uma carência enorme de profissionais qualificados para a administração de unidades de saúde. Assim, quem busca estar sempre atualizado também conta com mais chances de crescer na carreira. E isso não vale apenas para cursos mais longos: você pode optar por palestras, seminários, congressos e workshops focados, que ajudam a estar sempre por dentro do que há de mais novo no setor. A FIA, por exemplo, conta com uma agenda que está em constante atualização e oferece opções nas mais diversas áreas da administração. No Brasil, estimativa da Fundação Vanzolini aponta que o setor de Saúde desperdiça entre 25% e 30% do valor investido tanto na área pública quanto na privada. Diante desse cenário, promover uma gestão hospitalar eficiente é passo fundamental para garantir o pleno funcionamento e até mesmo a sobrevivência do hospital como um negócio. A administração hospitalar deve incluir processos operacionais transparentes e que facilitem e otimizem a assistência. Algumas práticas auxiliam no alcance de uma organização sustentável, diminuindo os gargalos e fazendo com que a instituição funcione melhor. A tecnologia na Saúde também se mostra fundamental na busca por 4 melhorias gerenciais nos hospitais. Sistemas de gestão e outras ferramentas organizam a instituição, facilitam o balanço financeiro, mostram onde há gastos desnecessários, bem como outros gargalos que podem ser solucionados com mais facilidade. Elas ainda permitem conhecer os custos e saber quais especialidades e convênios trazem uma rentabilidade melhor para a instituição. A gestão hospitalar é um dos modelos de gestão mais complexos. Embora seja comum achar que esse trabalho possa ser feito por qualquer administrador, isso não condiz com a realidade. Como os serviços médicos incluem atividades de cuidado e saúde, é preciso que o gestor não admita erros ou ambiguidades. Para isso, uma formação voltada à área hospitalar é necessária para executar a tarefa com excelência. A complexidade do cargo vem crescendo nos últimos anos, principalmente com o envelhecimento da população brasileira. De acordo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013 a expectativa de vida era 74,9 anos e em 2060 será de 81. Isso abre um novo espaço dentro do mercado da saúde, com crescente demanda de pacientes e procura por atendimento. Neste cenário, é necessário buscar diferentes estratégias empresariais e ferramentas para melhorar a gestão de recursos e pacientes. Com isso, a instituição terá um ganho satisfatório, a nível financeiro e humano. Avaliação dos processos de gestão no Hospital Estadual de Urgência e Emergência na imagem abaixo 5 (Fonte: https://www.prosaude.org.br/noticias/pro-saude-avalia-os-processos-de-gestao-no-hospital- estadual-de-urgencia-e-emergencia/) A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES A gestão de serviços de saúde deve ser implantada nos estabelecimentos clínicos para facilitar os processos assistenciais, redução de custos e, até mesmo, na melhoria da prática de humanização do atendimento. Isso porque, um hospital, assim como toda empresa, tem diversas atividades administrativas a se cumprir na sua rotina de trabalho. Entre todas as responsabilidades, a gestão de serviços de saúde é uma delas, a qual merece atenção especial visto a importância que exerce no atendimento hospitalar. Muitos pacientes contam exclusivamente com esses serviços para obter atendimento, realizar exames e conseguir um tratamento adequado para recuperar boas condições 6 de saúde. Por isso, o vínculo com essas instituições é constante e medidas de gestão eficazes precisam ser aplicadas. 7 O QUE É GESTÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES Uma instituição de saúde tem como missão oferecer o tratamento mais adequado e humanizado de acordo com as condições clínicas, psicoemocionais e socioeconômicas dos pacientes internados ou em regime ambulatorial. Aliado a isso, é fundamental manter um estoque de insumos farmacêuticos que atendam ao perfil noológico do hospital e ter uma reserva de produtos para eventuais emergências relacionadas à falta de abastecimento. Dessa forma, o gestor deve racionalizar os custos, investir em capacitação de seus funcionários e na melhoria do clima organizacional, mesmo diante de uma situação clínica complexa. Também é fundamental que o estabelecimento trabalhe com recursos tecnológicos modernos e eficientes com funcionalidades relacionadas à medicina diagnóstica, terapêutica e de acompanhamento clínico. Dito disso, os gestores devem estar atualizados em relação às melhores práticas para administrar serviços de saúde com as mais diversas complexidades, assim como oferecer boas condições de trabalho a seus profissionais. Outro desafio é equalizar os gastos com os recursos disponíveis, principalmente naquelas instituições dependentes do repasse de financiamento do serviço público, o que pode ser um fator sempre inesperado. Tão importante quanto contar com uma equipe de funcionários competentes para fazer o atendimento dos pacientes é possuir profissionais qualificados para organizar todo o funcionamento do hospital. E a gestão hospitalar – e o papel do gestor hospitalar, portanto – passa por isso. 8 COMO MELHORAR A GESTÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES Considerando a complexidade de se trabalhar em uma instituição clínica, selecionamos a seguir as principais metas a serem seguidas pelos gestores. INVESTIR NA PADRONIZAÇÃO DE TAREFAS Apesar de algumas peculiaridades em diferentes processos e serviços de saúde, ao aplicar um sistema de gestão, todas as tarefas relativas poderão ser feitas de forma padronizada. Isso significa que elas precisam ser objetivas para serem replicadas por todos os funcionários. Além disso, é preciso enfatizar que para toda tarefa deve existir um documento impresso e virtual constando a descrição de cada atividade em ordem cronológica. Esses dados devem estar em acesso fácil para qualquer profissional do setor. Sabe-se também que se você contar com um software de gerenciamento, então, todas essas atividades podem ser realizadas e acompanhadas constantemente e com muito mais praticidade. Além disso, com um bom sistema é possível gerenciar as funcionalidades de cada usuário por meio de senhas individuais. A informatização é um passo importante para inovar e aperfeiçoar os processos de gestão no dia a dia de trabalho administrativo de um hospital. Com o auxílio dessas tecnologias, todas as informações que você precisa podem ser acessadas de um só lugar, de forma organizada e controlada. 9 BUSQUE POR UM SERVIÇO DE EXCELÊNCIA Todo hospital deseja ser reconhecido como referência devido à qualidade dos seus atendimentos. Mas para alcançar esse título é necessário um investimento em campos que vão além da equipe profissional responsável por prestar o atendimento. A gestão de serviços de saúde, por exemplo, faz parte dessas áreas que contribuem de maneira significativa para a conquista de bons resultados. Quando as funções estão integradas e alinhadas constantemente entre os setores, os gestores alcançam a excelência almejada. Por isso, desenvolver ações de planejamento, controle e melhorias ao gerenciar esses serviços é primordial para que a rotina administrativa e assistencial se torne mais fluida e compatível com a demanda do hospital. Nesse contexto, é interessante optar por indicadores específicos para cada situação e planejar as metas para modificações conforme a prioridade e o custo para implementá-las. Exemplo disso pode ser visto na porcentagem de absenteísmo nas consultas e quais são as principais causas. Novamente, é importante destacar que um sistema informatizado é uma ótima ferramenta para aperfeiçoar esses processos, pois ele agiliza as atividades diárias e a produtividade dos gestores, os quais podem voltar suas habilidades a outras funções, como aumento de lucros e crescimento do negócio. Isso porque os relatórios gerenciais obtidos pelo software facilitarão a tomada de decisão dos gestores e poderão alcançar patamares em todos os níveis de excelência. Por isso, é importante agregar ferramentas para realizar o diagnóstico das empresas. Alguns gestores já almejam níveis de excelência e buscam pelo serviço de acreditação hospitalar ou reconhecimento de seus profissionais em uma área clínica específica, garantindo grande notoriedade para a empresa. CONHEÇA AS PRINCIPAIS DEMANDAS DO CENTRO DE DIAGNÓSTICO 10 Ao realizar o gerenciamento dos serviços de saúde, é possível estabelecer qual é a demanda mensal, semestral ou sazonal de atendimento, conforme os registros obtidos em períodos anteriores. Por isso, a execução de uma atividade mensal requer treinamento eficiente para evitar perda de prazos ou comprometimento da assistência prestada ao paciente. Assim, as tarefas semestrais podem ser idealizadas mais calmamente. Tudo isso é possível por meio do uso de recursos analíticos de dados, ferramenta presente em softwares de gestão para estabelecimentos de saúde. Além disso, é aconselhável analisar se alguma demanda necessita de urgência para atender a legislação vigente. Isso acontece na ocasião da mudança da legislação que exige novas adequações para fiscalização pelos órgãos competentes. Exemplo disso é a obrigatoriedade de instalar rampas para acesso de pessoas com dificuldade de locomoção, aquisição de maior número de camas hospitalares conforme o porte da instituição, entre outros. Essas análises são realizadas conforme o histórico hospitalar de cada paciente, a distribuição deles em seus respectivos planos de saúde, o tipo de pagamento realizado pela operadora e vários outros. Dessa forma, é possível traçar um panorama sobre o perfil individual, considerando dados de morbidade, fatores de risco, doenças crônicas, e programar medidas personalizadas para intervir nesses problemas. Como também será possível avaliar o número de glosas levantadas por operadoras de planos de saúde, para orientar sobre preenchimento de formulários e justificativas em casos que excedam o limite de cobertura. Outro ponto interessante a ser analisado é a pesquisa de satisfação do paciente, de forma a mensurar os pontos divergentes desde o atendimento até as condições de infraestrutura física e tecnológica oferecida pelo estabelecimento de saúde. Com uma visão ampla da demanda, o hospital pode se preparar com antecedência, investindo em corpo clínico, medicamentos e produtos médicos de acordo com as análises realizadas para cada período e, assim, oferecer um atendimento rápido e de qualidade. 11 Baseada em estatísticas, esses dados são muito seguros e possibilitam uma previsão fiel de condições futuras para o hospital. Essas informações podem ser complementadas por pesquisas epidemiológicas que possibilitarão ao gestor a antecipação de algumas intervenções. 12 QUAIS OS MODELOS DE PAGAMENTO DOS PLANOS DE SAÚDE A cobrança dos planos de saúde é mais uma responsabilidade da gestão. Esses pagamentos podem ser realizados de diferentes maneiras para ressarcir o seu estabelecimento dos serviços prestados ao paciente beneficiário. São divididos em três categorias: fee for service, pacotes de serviços e capitation. Veja a seguir cada um deles. FREE FOR SERVICE Esse sistema oferece maior autonomia ao seu hospital ou clínica. Nele, cada serviço médico realizado tem uma taxa preestabelecida que deve ser paga pela operadora do plano de saúde de acordo com a quantidade de cuidados ofertados ao paciente. No entanto, essa forma de pagamento vem sendo substituída pelas outras opções, visto que os hospitais podem ser favorecidos financeiramente ao optarem por procedimentos e uso de tecnologias mais caras, desnecessariamente. Além disso, em tempos de estratégias mais efetivas, essa prática não é vantajosa para nenhuma das partes, pois pode favorecer o aumento do número de dias de internação do paciente. PACOTES DE SERVIÇO O pacote de serviços é o modelo mais utilizado quando uma operadora se associa a um hospital. Assim, os preços são preestabelecidos para os serviços, diárias, procedimentos e outros. Os planos de saúde têm uma ideia mais real do quanto precisará desembolsar para pagar por tudo isso no final. 13 Com esse modelo, os custos e os riscos são mais equilibrados entre o estabelecimento clínico e os prestadores de serviços de saúde, já que são idealizados mediante um vasto estudo sobre cada procedimento. O hospital tem a responsabilidade de gerenciar a assistência oferecida ao beneficiário, pois os pacotes devem ser respeitados para os preços não serem superiores aos acordados. Enquanto em situações adversas formalmente justificadas, é possível o ressarcimento de valores acima do pacote de serviços, o que deve sempre ser encarado como exceção por parte dos médicos ou grande possibilidade de glosa pelo faturamento. CAPITATION No modelo capitation, o hospital recebe para cada beneficiário atendido, um valor fixo de seus respectivos planos de saúde. Assim, tudo relacionado a ele será ressarcido com esse pagamento. Para o centro de diagnóstico, cabe o dever de fazer a gestão dos médicos consultados e recursos utilizados pelos pacientes, com a responsabilidade de que os serviços realizados nunca ultrapassem o preço fixo pago pela operadora. Nesses casos, os riscos são grandes e a gestão é de extrema importância para que as necessidades de cada paciente sejam supridas dentro dos limites estabelecidos. Por isso, é recomendada a auditoria prévia antes do envio do faturamento. A auditoria interna tem como propósito diminuir erros e conscientizar a equipe de profissionais clínicos quando um problema vem ocorrendo repetidas vezes, por falta de preenchimento correto dos formulários. Além disso, está entre suas funções, promover treinamentos sobre mudanças no pagamento das operadoras dos planos de saúde, bem como a atualização sobre a nova responsabilidade dos profissionais médicos. 14 O QUE DEVE SER FEITO PARA GARANTIR QUALIDADE NO SERVIÇO DE GESTÃO HOSPITALAR Os gestores devem ter capacidade para entender a complexidade e importância de todo o setor, averiguar os indicadores de cada serviço e viabilizar as mudanças necessárias para a boa assistência. Uma gestão de serviço de saúde eficiente em um hospital envolve, entre outros fatores: bom desenvolvimento de planos de ação; análise dos recursos disponíveis; criação de políticas que viabilizem benefícios desses planos; monitorização de processos; controle dos custos e gerenciamento. Uma dessas medidas é feita pela verificação da qualidade dos planos de saúde, de forma a manter as empresas que tragam benefícios jurídicos expressivos e são bem avaliados pelos pacientes. Portanto, avaliar a qualidade dos planos de saúde, por exemplo, feito por meio do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), deve fazer parte dos seus planos de melhoria para o seu hospital. Entre os fatores que são analisados para gerar esse índice, estão: atenção em saúde: avalia os cuidados prestados pela operadora com a saúde dos pacientes beneficiários, desde a assistência secundária com a rede de consultórios credenciada até os serviços hospitalares de alta complexidade e transporte aéreo; operação e estrutura: analisa se todos os processos dentro da empresa fluem de maneira adequada, desde o cadastro informatizado do paciente até a fidedignidade do faturamento das contas hospitalares; economia: é verificado se o setor financeiro dessas empresas tem equilíbrio e eficiência na gestão de receitas e despesas, ou se está passando por dificuldades para captar mais recursos; satisfação dos clientes: o paciente é ouvido sobre a aprovação, ou não, do seu plano de saúde. É importante mencionar que não existe uma satisfação plena 15 por esses serviços, pois o paciente está em situação delicada. Por isso, é preciso analisar cuidadosamente esses dados. Com o IDSS, o hospital pode escolher e estabelecer contrato somente com os melhores planos de saúde. Dessa forma, o atendimento prestado pelo seu hospital terá um nível de qualidade muito mais elevado. Também é possível que essa parceria seja divulgada de forma ampla para transmitir confiabilidade para os pacientes, pois nesse caso, os três envolvidos se beneficiarão dessa relação. A gestão de serviços de saúde envolve muitos passos e detalhes importantes, todavia, agrega melhorias imensuráveis à instituição clínica. Sendo assim, cabe ao gestor estabelecer suas prioridades considerando a assistência à saúde, otimização dos processos, redução de custos e garantia da qualidade perante todos os envolvidos. 16 PROFISSIONAIS DA ÁREA DE GESTÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES Ao falar sobre o papel de um gestor hospitalar, o primeiro detalhe a se destacar é que as possibilidades são muitas. A equipe responsável pela gestão do hospital deve sempre buscar as melhores práticas disponíveis e estar disposta a novos aprendizados. É necessário mensurar os resultados das ações, já que algumas práticas podem funcionar melhor do que outras. Considere que esse profissional vai estar inserido em um ambiente no qual o menor erro pode ter implicações na vida de uma pessoa. Por isso, quem faz a gestão de um hospital deve ser capaz de administrar um complexo sistema, o qual inclui atividades como: Compra e estoque de insumos e medicamentos Controle de fornecedores Gestão de processos Avaliação do número de profissionais disponíveis Elaboração de contratos e licitações Monitoramento do descarte de materiais Gerenciamento dos recursos. Devemos observar que essa é uma lista genérica, pois cada um dos itens pode ser desdobrado em outros tantos. Como exemplo, vamos falar do acompanhamento do quadro de funcionários. Atualmente, a maior parte dos estados e municípios convivem com atrasos nos repasses. Para quem administra um hospital que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS), esse pode ser um grande problema 17 Ainda que os recursos financeiros sejam escassos, cabe ao gestor tomar decisões acertadas para não comprometer os trabalhos. Ele vai ser responsável, por exemplo, em conjunto com a sua equipe, por organizar um planejamento que permita pagar a folha salarial dos funcionários sem prejudicar o funcionamento da unidade. Também precisa ter cuidado para que o estoque de medicamentos esteja sempre em dia, sem gerar problemas na rotina da unidade de saúde e, por consequência, no atendimento da população. Ainda que o foco fosse o acompanhamento do quadro de funcionários, acabamos esbarrando em vários outros itens da lista de atividades que podem fazer parte do dia a dia de um gestor hospitalar. Isso porque a rotina é essa mesma: tudo está interligado e precisa funcionar em perfeita harmonia. A importância de ser esse administrador reside justamente nisso. É ele quem vai garantir que todas as áreas do hospital contem com as melhores condições possíveis para trabalhar. Infelizmente, essa ainda é realidade distante, segundo aponta pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CFM). De acordo com o levantamento, 83% dos brasileiros acreditam que os recursos públicos não são bem administrados. Mais do que isso, 62% apontam que o SUS não possui gestores eficientes e bem preparados. Não por acaso, as especializações na área de gestão hospitalar têm sido cada vez mais procuradas: a saúde precisa de profissionais que entendam as particularidades do setor e também dominem as técnicas e ferramentas de planejamento e administração. Com as tantas atribuições de um gestor hospitalar, você já deve imaginar que esse é um trabalho em tempo integral. Na prática, o mais comum é que esse profissional atue em horário comercial, com início às 8h e término do expediente às 18h. 18 Ou seja, ninguém espera que o gestor esteja no hospital durante toda a noite, como quem divide o plantão com os funcionários que atendem os pacientes. Mas isso não elimina uma possível necessidade de atendimento a demandas fora do seu horário habitual de trabalho. Especialmente em hospitais maiores, com estruturas de funcionamento mais complexo, algumas demandas podem surgir mesmo durante a madrugada, e é preciso estar pronto para lidar com elas. Por outro lado, é claro que, quanto mais organizada for a administração, menores as chances de um imprevisto acontecer. Por exemplo, se você fizer uma gestão eficiente de estoque, dificilmente vai ser surpreendido por uma ligação ao longo da noite relatando que algum medicamento acabou e precisa ser reposto imediatamente. A área de atuação em gestão hospitalar é ampla. Você pode ser o responsável por coordenar todas as atividades, mas também pode desenvolver seu trabalho em uma área específica. Outro detalhe importante é que as opções de formação não são excludentes entre si. Você pode optar por iniciar em um curso mais rápido, para entender melhor a área e logo se inserir no mercado, mas, aos poucos, intensificar o seu nível de especialização. Até porque não existe um cargo único e nem todas as instituições buscam o mesmo perfil de profissional, assim como acontece em qualquer outra área. É possível trabalhar na administração também de clínicas, consultórios, policlínicas, laboratórios, postos de saúde e qualquer outra unidade relacionada à área da saúde. Hoje, a propósito, as opções são ainda mais amplas e mesmo seguradoras, empresas de planos de saúde e consultorias podem representar alternativas interessantes. Para aqueles que desejam se dedicar à área pública, é também uma boa escolha para atuação nas secretarias de saúde. 19 Dá para ver que boas possibilidades para essa carreira não faltam. GERENTE DE SAÚDE A primeira opção para ingressar na área de gestão hospitalar com preparação é o curso técnico de gerência em saúde. Como já falamos, ele é de nível médio e não exige uma formação prévia na área. Ainda assim, nada impede que alguém que conta com graduação em administração ou mesmo no nicho da saúde escolha essa alternativa. Ao fim do curso, o profissional vai estar capacitado para desempenhar inúmeras atividades administrativas que dão suporte a um serviço de saúde. Entre elas, fazer parte do processo de construção do planejamento estratégico, controlar processos de trabalho, elaborar indicadores e mesmo auxiliar no controle de compras e estoque. ADMINISTRADOR HOSPITALAR Este é um nome que você vai encontrar com frequência para designar cargos de diferentes níveis de formação na área de gestão hospitalar. Isso porque as nomenclaturas podem variar bastante de uma instituição de ensino para outra. Além disso, vale ressaltar que o nome do cargo nem sempre corresponde ao título de formação adquirido. Inclusive, é possível encontrar profissionais que são definidos como administradores hospitalares sem possuir formação específica. Por isso, o importante mesmo é focar no tipo de habilidades que você deseja adquirir e na complexidade da formação. 20 TECNÓLOGO EM GESTÃO HOSPITALAR O tecnólogo em Gestão Hospitalar atua no planejamento, na organização e no gerenciamento dos processos de trabalho em saúde, envolvendo a área de gestão de pessoas, materiais e equipamentos. Organiza e controla compras e custos, áreas de apoio e logística hospitalar, bem como acompanha e supervisiona contratos e convênios. Pelos princípios da gestão, da qualidade e da viabilidade dos serviços, presta suporte aos setores-fins. Avançando para os cursos de tecnólogo em gestão hospitalar, já entramos na área do ensino superior. Ou seja, o nível de especialização é maior, o que pode ser uma boa alternativa para aqueles que desejam alcançar cargos mais altos dentro da hierarquia. O único pré-requisito para ingressar em um curso como esse é ter concluído no ensino médio e, é claro, ser aprovado pela instituição de ensino (o que pode exigir que você passe por um vestibular). Entre os assuntos que você certamente vai ver ao longo das disciplinas, estão logísticas, auditoria hospitalar, comportamento organizacional na área da saúde, contabilidade geral, direito hospitalar, atendimento ao público, saúde pública, ética em saúde, gestão ambiental e gestão de pessoas. A lista é muito mais extensa e poderia ocupar um artigo inteiro só para ela, mas já nos permite perceber que um profissional com essa formação está apto a atuar em qualquer cargo relacionado à gestão de um hospital ou instituição de saúde. Vale registrar ainda que essa graduação também é oferecida na modalidade de ensino a distância (EaD), ideal para quem já está no mercado de trabalho e precisa de flexibilidade para adaptar os estudos aos seus horários. GESTOR EM SAÚDE PÚBLICA 21 Já a gestão em saúde pública é um curso de especialização, que se enquadra na modalidade pós-graduação lato sensu. Tem como pré-requisito a formação no ensino superior (mesmo que em outra área) e é um acréscimo para quem deseja focar sua atuação no SUS. Nesse caso, você adquire conhecimentos específicos sobre como funciona a rede pública, quais são os seus principais protocolos, como se estrutura a regulação de leitos, princípios da administração pública e tudo mais que envolve a gestão na área. Ainda que essa seja uma das especializações mais procuradas para quem deseja atuar na área de gestão hospitalar, vale dizer que ela não é a única. Há opções com foco em marketing, empreendedorismo, serviços e outras tantas. Um exemplo é o Master in Business Administration (MBA) Gestão em Medicina Diagnóstica da Fundação Instituto de Administração (FIA). Sua matriz curricular conta com tópicos como visão estratégica na saúde, finanças, gestão de pessoas, incorporação de novas tecnologias, operações de medicina diagnóstica, gestão estratégica e marketing de relacionamento com clientes. 22 OS 10 PASSOS DA GESTÃO HOSPITALAR EFIIENTE 1- Conhecimento do perfil dos pacientes: o primeiro passo é entender em que contexto a instituição está inserida, se possui um histórico completo e digitalizado do quadro clínico dos pacientes e quais as patologias mais comuns, bem como se já adota o sistema de Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) para centralizar essas informações. Essa big data serve como base para trabalhar com Business Intelligence (BI), analytics e outras ferramentas de análise, que preveem cenários como iminentes surtos epidemiológicos, aumentos sazonais no fluxo de internações, na procura de certas especialidades, entre outros. Com conhecimento sobre os custos do tratamento, a instituição consegue ainda preparar com mais eficiência sua política de comercialização de pacotes junto a operadoras, tornando-se mais competitiva. 2- Recepção e atendimento de qualidade: a entrada do paciente no hospital é determinante para toda a assistência. Qualquer falha no atendimento da recepção cria uma imagem negativa da instituição. É papel da gestão implementar processos claros e treinar os colaboradores. O uso de um sistema de gestão hospitalar, por exemplo, reduz o tempo de atendimento e cria um fluxo lógico, justo, organizado e humanizado. 3- Melhoria contínua: a gestão eficiente vai além da adoção de práticas pontuais. Ela se dá com a melhoria e atualização contínua, especialmente por meio da metodologia de gerenciamento de processos hospitalares. É necessário alinhar os padrões às necessidades, mantendo uma gestão inovadora e de qualidade, a fim de gerar nos públicos interno e externo a percepção de valor desejada. Uma forma de alcançar esse resultado é por meio da obtenção de certificações e acreditações hospitalares, instrumentos que entregam maior credibilidade, garantia de eficácia nos métodos de gestão, referencial seguro para a melhoria contínua, além de diagnóstico objetivo sobre o desempenho dos processos. 4- Estrutura em dia: ter uma boa estrutura é ponto crucial para garantir a satisfação dos pacientes e a entrega de um serviço de qualidade. O engajamento dos profissionais de Saúde também é fundamental para atingir esse fim, e o desempenho 23 deles depende muito da estrutura oferecida. Ter sistemas integrados, por exemplo, é um importante apoio para a tomada de decisão do médico. 5- Treinamento: valorizar o capital humano da instituição também é papel do gestor. Incentivar os colaboradores a se atualizarem é fator decisivo para manter a qualidade da assistência alta. Os programas de treinamento contínuos cumprem bem essa missão. 6- Planejamento estratégico: a administração do hospital deve mantê-lo em dia, bem como orientar os colaboradores sobre quais caminhos precisam ser seguidos para alcançar as metas traçadas. Para a criação de um planejamento estratégico, as instituições de Saúde devem delinear sua missão, sua visão e valores, identificando qual será o seu diferencial, qual a expectativa para o futuro e que princípios guiarão suas decisões. 7 - Processo de troca de informações: para uma gestão hospitalar mais fluida, a integração das tecnologias é fundamental. A facilidade de compartilhamento de informações entre os departamentos do hospital otimiza a comunicação e facilita tanto processos operacionais quanto assistenciais, trazendo ganho de produtividade. 8- Fortalecimento de vínculos com fornecedores: estabelecer uma boa comunicação é primordial para garantir que os itens necessários para a prestação dos serviços estejam disponíveis. Com uma rede de suprimentos otimizada e tecnologia implementada, o hospital tem pleno controle sobre os insumos, diminui custos e evita desperdícios. 9- Gestão financeira eficiente: uma administração hospitalar eficiente tem todos os processos financeiros sob estrito controle, o que significa fechar com clareza as contas e evitar glosas, além de obter redução do ciclo financeiro da conta. Na prática, sistemas de gestão permitem controles mais rígidos e reduzem as pendências após a alta do paciente, o que torna o tempo de entrega da conta menor, aumenta o volume de entregas em um mesmo período de tempo e otimiza o fluxo de caixa, antecipando receitas. 10- Atenção aos indicadores de desempenho: o papel deles é concatenar dados a fim de viabilizar análises e comparações que ajudam a nortear a gestão, para que ela seja mais confiável e saiba onde está acertando e onde é preciso melhorar. Os 24 dados, observados em conjunto, se tornam informações valiosas para a melhoria dos processos e, consequentemente, da assistência e dos resultados financeiros do hospital. 25 REFERÊNCIAS https://ensino.einstein.br/gestao_de_servicos_hospitalares_rj_p0208/p https://www.unip.br/Ead/ensino/graduacao/gestao_hospitalar http://medilab.net.br/2019/11/18/gestao-de-servicos-de-saude-qual-importancia/ https://fia.com.br/blog/gestor-hospitalar/ http://www.mv.com.br/pt/blog/os-10-passos-da-gestao-hospitalar-de-sucesso https://cmtecnologia.com.br/blog/gestao-hospitalar/
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