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0 
 
 
 
1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 2 
2 COMO SURGIU O CONCRETO ARMADO ....................................... 3 
3 CARACTERÍSTICAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO .......... 10 
4 COMPOSIÇÃO DO CONCRETO .................................................... 13 
5 DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS EM CONCRETO 
ARMADO............ ....................................................................................................... 17 
6 NORMAS ESPECÍFICAS PARA ELEMENTOS ESTRUTURAIS 
ESPECIAIS........ ....................................................................................................... 19 
7 CARGAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO .............. 20 
8 EXECUÇÃO DE ESTRUTURAS EM CONCRETO ARMADO ......... 22 
9 A VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS E A AGRESSIVIDADE 
AMBIENTAL....... ....................................................................................................... 25 
10 CRITÉRIOS DE PROJETO PARA DURABILIDADE ....................... 30 
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 35 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
3 
 
2 COMO SURGIU O CONCRETO ARMADO 
 
Fonte: civilizacaoengenheira.wordpress.com 
Histórico do concreto armado 
Segundo vemos em Pinheiro & Giongo (1986), as construções em pedras são 
das mais antigas: 
As construções em pedras existem há pelo menos quatro mil e quinhentos 
anos, como evidenciado pelas Grandes Pirâmides construídas entre 2650 e 
2550 a.C. O uso de madeira é ainda mais antigo, porque as estruturas de 
madeira sobre palafitas surgiram no período pré-histórico Neolítico, a.C entre 
10.000 e 4.000 anos, a história das estruturas metálicas pode ser rastreada 
até o século 17, por exemplo, quando o telhado do antigo Kremlin de Moscou 
foi construído, consistindo de barras de ferro sobrepostas. (PINHEIRO & 
GIONGO, 1986) 
Clímaco (2008), por sua vez, afirma o seguinte: 
Em edifícios antigos, os materiais estruturais mais comumente usados eram: 
a pedra e a madeira e, mais tarde, as ligas metálicas. O uso de pedra e 
madeira pode ser rastreado há pelo menos 3.000 anos, e o uso de ligas 
(principalmente ferro fundido) pode ser rastreado há vários séculos. 
(CLÍMACO, 2008) 
https://civilizacaoengenheira.wordpress.com/
 
4 
 
Segue as principais características dos primeiros materiais utilizados, 
conforme vemos em Clímaco (2008): 
 Pedra - Resistência elevada à compressão e baixa à tração; alta 
durabilidade; dificuldades de transporte e moldagem. 
 Madeira - Durabilidade e resistências variáveis, em função de vários 
fatores, como o tipo e a direção de aplicação das cargas em relação às 
fibras, proteção a condições ambientais adversas, etc. Em geral, parte 
substancial das madeiras tem resistências à compressão e à tração 
deficientes para fins estruturais e a maioria das que apresentam 
resistência satisfatória exigem custos elevados de manutenção. Há que 
se ressaltar, ainda, as limitações impostas pelas questões ecológicas e 
a necessidade de mão-de-obra especializada. 
 Ligas metálicas - Resistências elevadas à tração e à compressão, mas 
com problemas sérios de durabilidade em vista da corrosão, com 
exigência de proteção em face de condições adversas. Das ligas mais 
utilizadas, inicialmente, a de maior emprego foi o ferro fundido. Com o 
aperfeiçoamento da tecnologia e dos processos industriais de laminação 
de perfis, o aço sucedeu o ferro fundido, destacando se como material 
estrutural de grande viabilidade, principalmente a partir da metade do 
século XIX, com a Revolução Industrial. 
De acordo com Pinheiro & Giongo (1986), “O surgimento do concreto foi para 
criar uma espécie de pedra artificial, que tem a mesma resistência, economia e 
durabilidade que a pedra natural, e tem a vantagem de poder ser moldada no tamanho 
e forma desejados.” Por meio das pesquisas de Smeaton e Parker no século XVIII, 
com o desenvolvimento do cimento, a criação dessa pedra artificial se tornou possível. 
(PINHEIRO & GIONGO, 1986) 
Já o produto industrial só veio a ocorrer no século seguinte, decorrente de 
estudos e experiências de Vicat e Aspdin, em 1824, na Inglaterra. O material ficou 
conhecido como cimento Portland. Em 1845, Johnson produziu um cimento de mesmo 
tipo que o utilizado atualmente. 
Segundo vemos em Clímaco (2008), como material estrutural, as principais 
características do concreto simples são: 
 Boa resistência à compressão; 
 
5 
 
 Baixa resistência à tração (1/5 a 1/15 da resistência à compressão); 
 Facilidades no transporte e na moldagem, podendo ser fundido nas 
dimensões e nas formas desejadas; 
 Meio predominantemente alcalino (pH = 12 a 13,5), o que inibe a 
corrosão do açodas armaduras; 
 Durabilidade elevada, semelhante à da pedra natural; 
 Emprego limitado a pequenas construções, em peças em que 
predominam tensões de compressão não muito elevadas: sapatas de 
fundação e pisos sobre terrenos compactados, peças pré-moldadas, 
arcos, pedestais, estacas, tubos, blocos e outros mais. 
Desde de sua origem, o concreto foi ampliando o seu emprego na construção 
e ganhando novos moldes. 
Todavia, era necessário superar a sua resistência deficiente à tração, 
particularmente nas peças submetidas à flexão. Dessa necessidade, surgiu o concreto 
armado, da busca de um material estrutural em que se associasse a essa pedra 
artificial um material com resistência satisfatória à tração, denominado armadura. 
Na literatura de Clímaco (2008), somos informados de que os primeiros 
registros de utilização de concreto armado não foram creditados à um engenheiro: 
Curiosamente, os primeiros registros históricos de uso do concreto com 
algum tipo de armadura com função estrutural não foram creditados a 
engenheiros. Estes passaram a atuar apenas depois dos primeiros relatos de 
sucesso do material, no sentido de desenvolver seu grande potencial na 
construção em larga escala e, com o conhecimento teórico e técnico, buscar 
o emprego racional e científico do material. (CLÍMACO, 2008) 
O concreto armado (chamado de concreto armado na época) apareceu na 
França em 1849, quando Lambert construiu um pequeno barco e o exibiu na 
Exposição de Paris em 1855. (PINHEIRO & GIONGO, 1986) 
Citados nas obras de Pinheiro & Giongo (1986) alguns fatos relacionados ao 
desenvolvimento do concreto armado a seguir: 
 Joseph Monier, francês, que era horticultor e paisagista, construiu vasos 
de plantas com argamassa reforçada em 1861. Mais tarde, em 1967, 
Monier recebeu sua primeira patente para a construção de um contêiner 
de "cimento armado", e posteriormente solicitou outros tubos e 
 
6 
 
reservatórios (1868), placas (1869) e pontes (1873). (PINHEIRO & 
GIONGO, 1986) 
 Em 1873, o norte americano Ward, construiu uma casa de concreto 
armado em Nova York e, de acordo com os historiadores, a casa ainda 
existe hoje. (PINHEIRO& GIONGO, 1986) 
 Thaddeus Hyatt é advogado e norte-americano. Impulsionado por uma 
série de testes iniciados em 1850, obteve em 1877 a patente de um 
sistema de implantação de vigas de concreto e aço, onde a posição das 
barras de aço prevê a tração e a força de cisalhamento , recomenda-se 
o uso de estribos e hastes dobradas. (PINHEIRO & GIONGO, 1986) 
 Em 1902, Mörsch, engenheiro da firma Wayss e Freytag, publica a 
primeira edição de seu livro, apresentando resultados de numerosas 
experiências e tornando-se um dos maiores contribuintes para o 
progresso do concreto armado. 
Embora existam outras ocorrências significativas no desenvolvimento do 
concreto armado, em sua fase pioneira, não é nossa intenção sermos abordá-las. Pois 
o que foi apresentado acima tem como propósito, tão somente, retratar como na última 
década do século XIX e início do século XX, ocorreu um grande desenvolvimento do 
concreto armado. 
Pinheiro & Giongo (1986), fazem uma consideração interessante: 
Se o Brasil não deu uma contribuição na formulação inicial da teoria básica 
do concreto armado, tendo em vista o avanço tecnológico dos países citados, 
podemos garantir que poderá dar exemplos ousados, extraordinários e 
criativos na aplicação de materiais, sendo nossa Engenharia de Estruturas 
em Concreto internacionalmente reconhecida e respeitada nos dias atuais. 
Em Vasconcelos (1985), temos outra informação importante: 
O concreto armado no Brasil começou com François Hennebique. 
Hennebique é a primeira pessoa na Europa a posicionar corretamente o 
quadro de concreto armado e colocá-lo;além da armadura de tração, outras 
barras como diagonais prolongadas e ancoradas na zona de com pressão e 
estribos, são em termos de função de absorção de forças de corte. 
Vantagens e desvantagens do concreto armado 
O número de estruturas de concreto armado existentes no Brasil atesta a 
viabilidade técnico-econômica como material de execução de grandes e pequenas 
 
7 
 
estruturas. Ainda que tenha domínio praticamente absoluto, em âmbito mundial, o 
concreto armado possui qualidades e defeitos. 
As vantagens e desvantagens, na utilização de um determinado material, tem 
sempre um caráter relativo, dependendo do padrão de referência adotado. 
De um modo geral, as principais vantagens do concreto armado são as 
seguintes, segundo vemos em Pinheiro & Giongo (1986): 
 
1. É um material de boa resistência à maioria dos tipos de solicitação, 
exigindo um conveniente dimensionamento e um estudo da melhor 
disposição das armaduras na peça. 
2. Há economia na execução, pois, na maioria dos casos, os agregados 
(graúdos e miúdos) são obtidos próximo do local da obra. 
3. Facilidade e rapidez de execução, principalmente se forem utilizadas 
peças de concreto armado pré-moldadas, bastante difundidas no 
momento atual. A vantagem de se utilizarem peças pré-moldadas é 
relativa, envolvendo outros fatores econômicos, tais como: transporte, 
equipamentos necessários na obra, por exemplo. 
4. O concreto é durável. Uma vez que não se utilize aceleradores de pega, 
que possuem produtos químicos que corroem a armação, ele, inclusive, 
protege a armação contra a corrosão. 
5. É adaptável a qualquer forma de construção, permitindo grande 
variabilidade de concepções arquitetônicas. 
6. A estrutura é monolítica, fazendo com que todo o conjunto trabalhe 
quando uma peça é solicitada. 
7. Os gastos de manutenção são menores, desde que a estrutura seja 
convenientemente construída. 
8. O concreto é pouco permeável à água, quando executado em boas 
condições de plasticidade, adensamento e cura. 
9. É um material seguro contra fogo, desde que a armadura seja 
convenientemente protegida pelo cobrimento. 
10. É resistente a choques e vibrações, efeitos térmicos, atmosféricos e a 
desgastes mecânicos. 
 
8 
 
Como se pode ver, há vantagens interessantes e significativas acerca da 
utilização do concreto armado em construções. 
Clímaco (2008), escrevendo sobre as vantagens do concreto armado, afirmou 
o seguinte: 
Facilmente adaptável às formas, por ser lançado em estado semifluido, o que 
abre enormes possibilidades para a concepção arquitetônica, os aditivos, 
plastificantes e fluidificastes, usados para aumentar a trabalhabilidade, e a 
fluidez do concreto, possibilitam o uso do concreto bombeado, que permite 
lançar o concreto em mangueiras sob pressão, em grandes alturas, com 
redução significativa dos custos e prazos das tarefas de transporte e 
lançamento. (CLÍMACO, 2008) 
No entanto, como foi dito acima, há algumas desvantagens também. Acerca 
destas podemos pontuar as principais, só a título de ilustração, mais uma vez, com a 
contribuição de Pinheiros & Giongo (1986): 
1. O peso próprio é elevado, com peso específico da ordem de 25KN/m³ e, 
de 12 a 20KN/m³ para o concreto leve estrutural, no qual se utilizam 
agregados leves como a argila expandida, cujo custo de obtenção é 
maior que o da brita comum. 
2. As reformas e adaptações são de difícil execução, tornando-se inviáveis 
na maioria dos casos. Com a utilização de peças pré-moldadas de 
concreto, este inconveniente praticamente desaparece. 
3. A fissuração do concreto, quando ocorre, é aparente. Em geral não 
causa danos na resistência, gerando apenas problemas estéticos. Já em 
peças destinadas à contenção de líquidos, agravam os problemas de 
permeabilidade. 
4. É um material que transmite calor e sons, exigindo, em casos 
específicos, a combinação com outros materiais para solucionar esses 
problemas. 
 
Concreto Protendido 
Sobre o concreto protendido, Bastos (2006), apresenta seguinte explicação: 
O concreto protendido é um refinamento do concreto armado, onde a ideia 
básica é aplicar tensões prévias de compressão nas regiões da peça que 
serão tracionadas pela ação do carregamento externo aplicado. Desse modo, 
as tensões de tração são diminuídas ou até mesmo anuladas pelas tensões 
de compressão pré-existentes ou pré-aplicadas. Com a protensão contorna-
se a característica negativa de baixa resistência do concreto à tração. 
 
9 
 
Segundo Pinheiro & Giongo (1986), geralmente se empregam peças de 
concreto com armadura frouxa, isto é, armadura sem tensões prévias, constituindo 
assim o concreto armado comum. No entanto, em casos específicos, torna-se 
econômica a utilização de armaduras ativas, ou seja, com tensões previamente 
aplicadas, com a finalidade de aumentar a resistência da peça. Nestes casos tem-se 
concreto pretendido. Pode-se escrever, portanto, da seguinte forma: 
 
 CONCRETO ARMADO = CONCRETO + ARMADURA PASSIVA 
 CONCRETO PROTENDIDO = CONCRETO + ARMADURA ATIVA 
 
Bastos (2006), faz algumas considerações sobre o concreto protendido: 
São diversos os sistemas de protensão aplicados nas fábricas e nos canteiros 
de obra. No sistema de pré-tensão, por exemplo, a protensão se faz pelo 
estiramento (tracionamento) da armadura ativa (armadura de protensão) 
dentro do regime elástico, antes que haja a aderência entre o concreto e a 
armadura ativa. Terminado o estiramento o concreto é lançado para envolver 
a armadura de protensão e dar a forma desejada à peça. Decorridas algumas 
horas ou dias, tendo o concreto a resistência mínima necessária, o esforço 
que estirou a armadura é gradativamente diminuído, o que faz com que a 
armadura aplique esforços de compressão ao concreto ao tentar voltar ao 
seu estado inicial de deformação zero. Esse sistema de protensão é 
geralmente utilizado na produção intensiva de grande quantidade de peças 
nas fábricas [...] Um outro sistema de protensão é a pós-tensão, onde a força 
de protensão é aplicada após a peça estar concretada e com o concreto com 
resistência suficiente para receber a força de protensão. Esse sistema é 
utilizado na produção limitada de peças nas fábricas, em vigas de pontes, em 
lajes de pavimento com cordoalha engraxada e diversas outras estruturas 
protendidas. 
Argamassa armada 
Em Pinheiro& Giongo (1986), temos uma informação digna de ser citada aqui: 
A história do concreto armado, como é conhecida nos nossos dias, confunde-
se com o início da argamassa armada, também chamada de ferrocimento, 
corno atestam as primeiras peças construídas de material misto: o barco de 
Lambot e os vasos de Monier. (PINHEIRO & GIONGO, 1986) 
A tecnologia da argamassa armada tornou-se esquecida, em virtude do rápido 
advento do concreto armado tal como é conhecido hoje, até que Pier Luigi Nervi 
(Itália), engenheiro, notável projetista e construtor, em 1943 realizou experiências 
sobre o chamado "ferro-cemento", para empregá-lo em construções de barcos e de 
edifícios. A base conceitual do "ferro-cemento" era a constatação da maior 
 
10 
 
alongabilidade do material como decorrência da maior subdivisão e distribuição da 
armadura na argamassa. 
A prova da grande versatilidade de emprego da argamassa armada começaria 
a se consolidar a partir da década de 1950, pela constatação de sua gradativa 
aceitação tanto nos países subdesenvolvidos, onde predominariam as aplicações em 
barcos, silos e reservatórios de pequena capacidade e artefatos de uso doméstico, 
com uso intensivo de mão de obra, como nos países desenvolvidos, onde a leveza e 
amplas possibilidades de pré-moldagem de peças de argamassa armada, 
constituíram fortes atrativos para sua utilização na Engenharia Civil, como nos informa 
os especialistas Pinheiro & Giongo (1986). 
3 CARACTERÍSTICAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO 
O concreto é fabricado a partir da mistura de diversos ingredientes, sendo os 
principais a água e o cimento. A mistura, que contém outros agregados, como areia 
ou brita, deve ser feita em proporções pré-determinadas e controladas. A reação 
dessa mistura produz uma massa cimentante de alta resistência. 
Segundo Garrison (2018 apud GIAMBASTIANI, 2019), o uso de estruturas de 
concreto armado oferece diversas vantagens, entre elas a sua capacidade de ser 
moldado, isto é, de assumir formas diversas, já que é aplicado fresco, com aspecto 
de massa, e atinge seu enrijecimento dentro de formas. Essa capacidade de ser 
moldável também possibilita a construção de elementos contínuos. Além disso, o 
concreto apresenta alta resistência à compressão. 
As estruturas de concreto armado são compostas pela união do concreto, 
resistente à compressão, com o aço, que possui boa resistência à tração. Dessa 
combinação resulta uma estrutura muito versátil e resistente, amplamente utilizada na 
construção civil. A aplicação do concreto armado é feita em diversos estágios: 
primeiramente, é preciso montar as armaduras, compostas por peças de aço 
estrutural. 
De acordo com Neville (2015 apud GIAMBASTIANI, 2019), a resistência do 
concreto é a sua característica mais importante, embora, em algumas situações, a 
resistência à infiltração de água ou a maleabilidade possam ser fatores determinantes 
para a especificação do material. A resistência aproximada do material pode ser 
 
11 
 
aferida pela proporção entre água e cimento na mistura inicial; teoricamente, quanto 
menos água, mais resistente será o concreto. 
É preciso também montar as formas, responsáveis pela forma final da peça 
(seja uma laje, seja uma viga, um pilar ou outros). Veja na Figura abaixo um exemplo 
de armaduras e formas montadas. 
 
Então é preciso fazer a mistura para o concreto. Antigamente, essa mistura era 
feita diretamente na obra (em obras de pequeno porte, ainda é comum ver o concreto 
sendo feito na obra), mas hoje o mais usual é encomendá-la de concreteiras, que 
produzem o concreto com mais controle e garantia. O passo seguinte é chamado de 
concretagem e é subdividido em lançamento, adensamento e cura. O lançamento é a 
colocação da massa dentro da forma; o adensamento consiste na movimentação do 
concreto, ainda mole, a fim de remover bolhas de ar de dentro da massa, assim como 
retirar o excesso de água. Esse processo pode ser feito manual ou mecanicamente. 
A cura consiste na manutenção da umidade do concreto, evitando a 
evaporação prematura de água, que comprometeria a estrutura. Segundo Allen e Iano 
(2013 apud GIAMBASTIANI, 2019), a razão para isso é que o endurecimento do 
 
12 
 
concreto está ligado à hidratação cimento Portland, sendo necessário que sua 
desidratação ocorra de maneira gradual. Esse processo é feito imediatamente após o 
adensamento e deve ser repetido quantas vezes for necessária até o enrijecimento 
total do concreto. 
O concreto armado possui grande resistência tanto à tração quanto à 
compressão, porém não é capaz de vencer grandes vãos sem o auxílio de outras 
tecnologias. Para solucionar esse tipo de desafio é possível utilizar estruturas de 
concreto protendidas. Essa é uma técnica para introduzir, em uma estrutura de 
concreto, algumas tensões que são capazes de melhorar a sua resistência. 
No concreto protendido, são inseridas cordoalhas ou fios de aço que sofrem 
um pré-alongamento, aplicando um esforço de compressão inicial. As cordoalhas 
devem atravessar toda a estrutura e podem ser tracionadas antes ou depois da 
concretagem. O concreto protendido pode, portanto, sofrer pré-tração, que significa 
tracionar os fios antes da concretagem, ou pós-tração, quando os fios são 
posicionados antes da concretagem, mas tensionados depois. Allen e Iano (2013, p. 
593) alertam para os cuidados na manutenção desse tipo de estrutura: 
Como em qualquer sistema estrutural de concreto protendido, a perda de 
protensão, a curto e longo prazo deve ser prevista. As perdas de curto prazo 
na pós-tração são causadas pelo encurtamento elástico do concreto, pelo 
atrito entre as cordoalhas e o concreto e pelos ajustes iniciais da ancoragem. 
As perdas de longo prazo são causadas pela retração e deformação do 
concreto e relaxação do aço. 
Outro tipo de estrutura de concreto é o pré-moldado. Nesse caso, todas as 
etapas que vimos são feitas fora da obra. Os elementos estruturais, como pilares, 
vigas, lajes e outros, são moldados e adquirem o seu grau de resistência antes de 
serem posicionados de forma definitiva, sendo entregues e montados na obra. Na 
Figura abaixo, você pode ver um exemplo de concreto pré-moldado. 
 
13 
 
 
Por não fornecer grandes personalizações, é um sistema bastante utilizado em 
grandes estruturas, como ginásios e pavilhões, mas também não é raro de observar 
esse tipo de estrutura em edifícios. Apesar de ter um custo inicial maior, o concreto 
pré-moldado oferece bastante agilidade à obra, além de maior capacidade de 
vencimento de vãos. 
A escolha de cada tipo de estrutura de concreto depende de diversas variáveis, 
como prazo, recursos, projeto e expectativa formal, e cabe a cada projetista, junto com 
seu cliente, a decisão de qual utilizar. Para tomar essa decisão, é preciso saber quais 
as principais vantagens e desvantagens do material. 
4 COMPOSIÇÃO DO CONCRETO 
É consenso entre diversos autores de que para um material de construção ser 
considerado bom, ele deve apresentar duas características básicas: resistência e 
durabilidade. A pedra natural tem resistência à compressão e durabilidade muito 
elevadas, porém, tem baixa resistência à tração. A madeira tem razoável resistência, 
mas tem durabilidade limitada. O aço tem resistências elevadas, mas requer proteção 
contra a corrosão. (BASTOS, 2006) 
 
14 
 
Em Bastos (2006), encontramos a seguinte informação sobre a composição 
do concreto: 
O concreto é um material composto, constituído por cimento, água, agregado 
miúdo (areia) e agregado graúdo (pedra ou brita), e ar. Pode também conter 
adições (cinza volante, pozolanas, sílica ativa, etc.) e aditivos químicos com 
a finalidade de melhorar ou modificar suas propriedades básicas. (BASTOS, 
2006) 
O mesmo autor ainda esclarece: 
Esquematicamente pode-se indicar que a pasta é o cimento misturado com a 
água, a argamassa é a pasta misturada com a areia, e o concreto é a 
argamassa misturadacom a pedra ou brita, também chamado concreto 
simples (concreto sem armaduras). (BASTOS, 2006) 
No entanto, de acordo com Almeida (2002), para se obter um concreto 
resistente, durável, econômico e de bom aspecto, deve-se estudar: 
 As propriedades de cada um dos materiais componentes; 
 As propriedades do concreto e os fatores que podem alterá-las; 
 O proporcionamento correto e execução cuidadosa da mistura; 
 O modo de executar o controle do concreto durante a fabricação e após 
o endurecimento. 
Na sequência são apresentados os materiais componentes do concreto 
simples, com a definição e a descrição de suas características mais importantes. 
 
Cimento 
 
 
Fonte: www.elopes.eng.br 
 
15 
 
O cimento é o principal elemento dos concretos e é o responsável pela 
transformação da mistura de materiais que compõem o concreto no produto final 
desejado. 
O cimento Portland é um pó fino com propriedades aglomerantes, aglutinantes 
ou ligantes, que endurece sob ação da água. Depois de endurecido, mesmo que seja 
novamente submetido à ação da água, o cimento Portland não se decompõe mais 
(ABCP, 2002). 
Bastos (2006) faz referência ao clíquer, como sendo o principal componente 
do comento: 
O cimento é composto de clínquer e de adições, sendo o clínquer o principal 
componente, presente em todos os tipos de cimento. O clínquer tem como 
matérias-primas básicas o calcário e a argila. A propriedade básica do 
clínquer é que ele é um ligante hidráulico, que endurece em contato com a 
água. (BASTOS, 2006) 
Para a fabricação do clínquer, a rocha calcária inicialmente britada e moída é 
misturada com a argila moída. A mistura é submetida a um calor intenso de até 1450°C 
e então bruscamente resfriadas, formando pelotas (o clínquer). Após processo de 
moagem, o clínquer transforma-se em pó. (BASTOS, 2006) 
As adições são matérias-primas misturadas ao clínquer no processo de 
moagem, e são elas que definem as propriedades dos diferentes tipos de cimento. As 
principais adições são o gesso, as escórias de alto-forno, e os materiais pozolânicos 
e carbonáticos. 
Bastos (2006) faz uma observação importante acerca dos tipos de cimento: 
Os tipos de cimento que existem no Brasil diferem em função da sua 
composição, como o cimento portlando comum, o composto, o de alto-forno, 
o pozolânico, o de alta resistência inicial, o resistente a sulfatos, o branco e o 
de baixo calor de hidratação. Dentre os diferentes tipos de cimento listados 
na Tabela 1, os de uso mais comuns nas construções são o CPII E-32, o CPII 
F32 e o CPIII-40. O cimento CPV-ARI é também muito utilizado em fábricas 
de estruturas prémoldadas. (BASTOS, 2006) 
Agregados 
De acordo com Bauer (1979), os agregados podem ser definidos como os 
“materiais granulosos e inertes que entram na composição das argamassas e 
concretos”. São muito importantes no concreto porque cerca de 70% da sua 
composição é constituída pelos agregados, e são os materiais de menor custo dos 
concretos. 
 
16 
 
Almeida (2002), em sua obra, faz o seguinte comentário sobre os agregados: 
Como agregados podem ser utilizados materiais naturais e artificiais, que 
apresentem resistência suficiente e que não afetem o endurecimento do 
concreto. Os agregados devem por isso ser isentos de impurezas (terra, 
argila, humus) e de componentes prejudiciais (no máximo 0,02% de cloretos 
e 1% de sulfatos). O açúcar é especialmente perigoso, porque impede a pega 
do cimento. (ALMEIDA, 2002) 
 A forma dos grãos e a conformação superficial influenciam muitas a 
trabalhabilidade e as propriedades de aderência do concreto: agregados redondos e 
lisos facilitam a mistura e o adensamento do concreto; agregados com superfícies 
ásperas aumentam a resistência à tração. 
Utilizam-se predominantemente agregados naturais: areia e cascalho de rio, 
pedra ou cascalho britado e areia de britagem, obtidos de pedreiras. Estes 
agregados dão origem ao concreto normal. Como agregados artificiais citam-
se a escória de alto-forno para concreto leve e normal; argila expandida ou 
sintetizada para concreto leve. (ALMEIDA, 2002) 
As britas são os agregados graúdos mais usados no Brasil, com uso superior 
a 50% do consumo total de agregado graúdo nos concretos (MEHTA & MONTEIRO, 
1994). No passado era comum a mistura de britas 1 e 2 para a confecção de 
concretos, porém, hoje no Brasil, a grande maioria dos concretos feitos para as obras 
correntes utiliza apenas a brita 1 na sua confecção. Os agregados podem também ser 
classificados em leves, normais e pesados. As britas normais são geralmente obtidas 
pela trituração de rochas, como basalto, gnaisse e granito. (BASTOS, 2006) 
 
Água 
A água é outro componente necessário no concreto para possibilitar as 
reações químicas do cimento, chamadas reações de hidratação, que irão garantir as 
propriedades de resistência e durabilidade do concreto. Tem também a função de 
lubrificar as demais partículas para proporcionar o manuseio do concreto. 
Normalmente a água potável é a indicada para a confecção dos concretos. (BASTOS, 
2006) 
Conforme vemos em Almeida (2002), “o teor de água do concreto fresco é 
dado pelo fator água-cimento, isto é, pela relação em peso água-cimento. Esta relação 
varia geralmente entre 0,3 e 0,6. Quanto menor for o teor de água, maior é a 
resistência do concreto e menor é a trabalhabilidade”. 
 
17 
 
Fatores que influem na qualidade do concreto 
Para obterem-se as características essenciais do concreto, como a facilidade 
de manuseio quando fresco, boa resistência mecânica, durabilidade e 
impermeabilidade quando endurecido, é preciso conhecer os fatores que influem na 
sua qualidade. É o que nos aponta Almeida (2002): 
 Materiais de boa qualidade produzem concreto de boa qualidade; 
 Deve-se considerar a relação entre as quantidades: de cimento e de 
agregados, de agregados graúdo e miúdo, água e o cimento. 
 Após a mistura, o concreto deve ser transportado, lançado nas formas e 
adensado corretamente. 
 A hidratação do cimento continua por um tempo bastante longo e é 
preciso que as condições ambientes favoreçam as reações que se processam. Desse 
modo, deve-se evitar a evaporação prematura da agia necessária à hidratação do 
cimento. É o que se denomina cura do concreto. 
5 DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS EM CONCRETO ARMADO 
Há diversas normas brasileiras que apresentam diretrizes para o 
dimensionamento e a verifi cação de estruturas de concreto armado, mas a principal 
delas é a norma ABNT NBR 6118:2014, Projeto de estruturas de concreto – 
Procedimento, que trata do projeto de obras de concreto simples, armado e 
protendido. A elaboração de um projeto estrutural tem como sua etapa mais 
importante a análise estrutural daquilo que será construído, isto é, a determinação dos 
efeitos das ações/cargas em uma estrutura e seus elementos com o propósito de 
garantir que os esforços sejam suportados com segurança, sem que ocorra o colapso 
da estrutura, ou ainda que seja evitado o aparecimento de fissuras, vibrações ou 
deformações excessivas. Edifícios, pontes, torres, viadutos, barragens são exemplos 
dessas estruturas, as quais devem ser projetadas para resistir às cargas às quais 
estarão submetidas. De acordo com a ABNT NBR 6118:2014, a análise estrutural terá 
de ser feita a partir de um modelo estrutural, o qual conterá necessariamente: 
 
 a geometria dos elementos (dimensões da seção transversal e 
comprimento de vigas, pilares, etc.); 
 
18 
 
 os carregamentos atuantes (peso próprio da estrutura, móveis, pessoas, 
etc.); 
 as condições de contorno (estruturas simplesmente apoiadas, 
engastadas, em balanço, etc.); 
 as características dos materiais (resistência à compressão do concreto, 
resistência à tração do aço, etc.). 
A ABNT NBR 6118:2104 apresenta a análise estrutural para 3 categorias de 
elementos estruturais: os lineares, os de superfície e os de volume. Os elementos 
lineares(aqueles cujo comprimento longitudinal é bem maior que as dimensões da 
seção transversal) são classificados de acordo com o esforço preponderante ao qual 
estão submetidos: 
 vigas (esforços de flexão); 
 pilares (forças normais de compressão); 
 tirantes (forças normais de tração); 
 arcos (forças normais de compressão). 
 
Os elementos de superfície (aqueles que apresentam uma dimensão pequena 
(espessura) diante das demais) são igualmente classificados de acordo com o esforço 
preponderante e também segundo a superfície: 
 placas/lajes (ações normais a seu plano; superfície plana); 
 chapas/vigas-parede (ações contidas em seu plano; superfície plana); 
 cascas (ações tanto normais quanto contidas no plano; superfície não 
plana); 
 pilares-parede (ações contidas em seu plano; superfície plana ou não 
plana). 
Tanto os elementos lineares quanto os de superfície são dimensionados e 
verificados na norma. Ela apresenta a determinação dos esforços resistentes de 
elementos lineares (vigas, pilares e tirantes) submetidos à força normal, a momentos 
fletores, à torção, à força cortante e também para solicitações combinadas (flexão e 
torção, torção e força cortante). Para lajes, a norma determina os esforços resistentes 
quando submetidas a forças normais, momentos fletores e forças cortantes. 
Com relação aos elementos de volume, a norma apresenta a análise estrutural 
de sapatas e blocos em uma seção chamada “Elementos especiais”. Informações 
 
19 
 
complementares estão em uma norma específica para fundações, que será abordada 
em seguida. Além do dimensionamento, a ABNT NBR 6118:2014 apresenta as 
disposições construtivas para todos esses elementos, como o detalhamento das 
armaduras: o seu arranjo (espaçamento, ancoragem, etc.) e as quantidades mínima 
e máxima. Veja na Figura abaixo um edifício em construção com diferentes tipos de 
elementos estruturais, como vigas, pilares e lajes, os quais foram dimensionados no 
projeto estrutural. 
 
6 NORMAS ESPECÍFICAS PARA ELEMENTOS ESTRUTURAIS ESPECIAIS 
Apesar de a ABNT NBR 6118:2014 apresentar seções destinadas ao 
dimensionamento de elementos especiais, existem outras normas específi cas para 
esses casos. Como exemplo, existem os elementos destinados a transmitir as cargas 
de fundação (blocos, sapatas, estacas e tubulões) e que são abordados na norma 
brasileira ABNT NBR 6122:2010, “Projeto e execução de fundações”, 
complementando, assim, as informações contidas na ABNT NBR 6118:2014. 
Basicamente, a ABNT NBR 6118:2014 traz orientações para o projeto estrutural 
de edifícios de concreto armado. Para a construção de estruturas especiais como 
pontes, chamadas obras de arte, há outra norma complementar: a ABNT NBR 
 
20 
 
7187:2003, “Projeto de pontes de concreto armado e de concreto protendido – 
Procedimento”, cujas informações adicionais são, por exemplo, o efeito de cargas 
móveis em rodovias e ferrovias e a presença de água gerando esforços sobre 
determinados elementos. 
O procedimento comumente praticado consiste em executar os elementos 
estruturais no próprio canteiro de obras, que são definidos como estruturas de 
concreto moldado in loco. No entanto, existem estruturas que já chegam prontas ao 
canteiro de obras, as chamadas estruturas de concreto pré-moldado e que, por 
possuírem singularidades no que diz respeito ao projeto e à execução, também 
contam com uma norma específica. 
7 CARGAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO 
Para a análise estrutural de projetos de estruturas de edifi cações, é necessário 
quantificar as ações às quais a estrutura estará sujeita. A norma ABNT NBR 
8681:2003, “Ações e segurança nas estruturas – Procedimento”, fixa os requisitos 
para a verifi cação da segurança de estruturas usuais da construção civil. Existem 
situações em que as estruturas submetidas a carregamentos poderão apresentar 
comportamentos inadequados às fi nalidades para que foram construídas, os 
chamados estados limites de uma estrutura. Basicamente, de acordo com a ABNT 
NBR 8681:2003, os estados limites estão divididos em: 
 estados limites últimos (ELU): estados relacionados ao colapso ou a 
qualquer forma de ruína estrutural, os quais determinam a paralisação 
do uso da estrutura; são principalmente caracterizados pela perda de 
equilíbrio da estrutura ou pela ruptura ou deformação excessiva dos 
materiais; 
 estados limites de serviço (ELS): estados relacionados à inadequação 
da estrutura para o seu uso, que podem ser indícios de 
comprometimento da sua durabilidade; são caracterizados, 
principalmente, por danos ou deformações que afetem o aspecto 
estético da edificação ou sua durabilidade e por vibração excessiva ou 
desconfortável. 
 
 
21 
 
As causas que provocam esforços ou deformações nas estruturas são 
chamadas ações, e o cálculo delas irá diferir do ELU para o ELS. As ações são 
classificadas em 3 categorias, conforme a ABNT NBR 8681:2003: 
 
 permanentes: ocorrem com valores constantes ou pouco variáveis 
durante aproximadamente a vida toda da estrutura; são divididas em 
diretas, como o peso próprio da estrutura e dos elementos construtivos 
fixos (pisos e forros), e em indiretas, como protensão de cabos e 
retração dos materiais; 
 variáveis: ocorrem com valores que variam significativamente durante a 
vida da construção; são cargas acidentais em função do uso da estrutura 
(pessoas, mobília, veículos, etc.) e também dos efeitos do vento, das 
forças de impacto, da frenação, etc.; 
 excepcionais: têm baixa probabilidade de acontecer durante a vida da 
construção e possuem duração extremamente curta; são decorrentes de 
explosões, incêndios, enchentes, colisões de veículos, etc., e aparecem 
apenas em alguns projetos. 
 
A determinação dos valores das ações provenientes de cargas permanentes e 
de cargas acidentais se encontra na norma ABNT NBR 6120:1980, “Cargas para o 
cálculo de estruturas de edificações”, que apresenta uma tabela com o peso 
específico dos materiais de construção, como rochas, blocos, revestimentos e 
concretos, madeiras, metais e outros materiais utilizados para o cálculo das cargas 
permanentes. Para as cargas acidentais, há outra tabela indicando o valor da carga 
vertical uniformemente distribuída sobre os pisos das edificações conforme o local: 
arquibancadas, bibliotecas, depósitos, edifícios residenciais, escolas, hospitais, entre 
outros. 
Existem algumas normas específicas muito utilizadas para a consideração de 
alguns tipos de ações variáveis nas estruturas. Uma delas é a ABNT NBR 6123:1988, 
“Forças devidas ao vento em edificações”, que aborda as forças devidas às ações 
estática e dinâmica do vento sobre as estruturas. O cálculo leva em conta dados sobre 
o local da edificação, como a velocidade média do vento, o relevo do terreno, as 
condições de vizinhança, bem como informações sobre as dimensões da estrutura. 
 
22 
 
Além do vento, há ações variáveis previstas em norma oriundas de cargas móveis. 
Tal situação ocorre em estruturas sujeitas ao tráfego de pessoas e automóveis, como 
passarelas de pedestres, pontes e viadutos. 
8 EXECUÇÃO DE ESTRUTURAS EM CONCRETO ARMADO 
A execução de estruturas de concreto armado só ocorre mediante a elaboração 
de um projeto estrutural, que é um conjunto de orientações formado por desenhos 
(plantas, cortes, detalhes, etc.) e especificações (propriedades dos materiais, 
cobrimento, etc.). O projeto estrutural apresenta o dimensionamento e a locação dos 
elementos na planta e a quantidade de materiais. A ABNT NBR 14931:2004, 
“Execução de estruturas de concreto – Procedimento”, estabelece os requisitos para 
a execução de obras de concreto a partir dos projetos elaborados com a ABNT NBR 
6118:2014, e inclui ainda itens ordenados conforme a necessidade de verificação dos 
procedimentos envolvidos na execução de estruturas de concreto armado, com 
destaque para as seguintes exigências: 
 requisitos gerais:a execução deve ser baseada nos projetos estruturais 
e de fundações, com toda a documentação necessária; os requisitos de 
qualidade dos materiais (concreto e aço) precisam ser devidamente 
atendidos, e as responsabilidades, atribuídas; 
 canteiro de obras: devem ser previstas instalações para escritórios e 
dependências e espaços para o correto armazenamento de materiais; 
tem de ser feito o adequado recebimento e armazenamento dos 
materiais; os equipamentos precisam estar em plenas condições de uso; 
 sistema de formas: o conjunto de elementos (escoramentos, formas, 
andaimes) precisa resistir às ações com segurança e assegurar que as 
tolerâncias dimensionais sejam satisfeitas; deve conter os 
procedimentos para a execução e remoção do sistema e para os 
detalhes construtivos; 
 armaduras: devem ter a qualidade preestabelecida em projeto, ser 
devidamente identificadas na obra, com seu material de acordo com a 
norma ABNT NBR 7480:2007, “Aço destinado a armaduras para 
estruturas de concreto armado – Especificação”; precisam ser 
 
23 
 
devidamente estocadas, montadas (desbobinamento, corte, 
dobramento, emendas) e protegidas durante a concretagem; 
 concretagem: o concreto tem de ser devidamente preparado (em obra 
ou em central) de acordo com a norma ABNT NBR 12655:2015, 
“Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e 
aceitação – Procedimento”; precisam ser conferidas a posição das 
formas, escoramentos, armaduras, e respeitadas as tolerâncias 
dimensionais estipuladas; o plano de concretagem tem de estabelecer a 
quantidade adequada de concreto para cada elemento e os limites da 
sua temperatura; deve haver cuidados operacionais no transporte do 
concreto na obra, no seu lançamento, adensamento, na formação de 
juntas de concretagem e no acabamento; 
 cura e retirada do sistema de formas: o concreto precisa ser protegido 
durante a cura, e o sistema de formas deve seguir o plano de desforma 
previamente estabelecido. 
Veja na Figura abaixo a concretagem de uma laje no momento do lançamento 
do concreto sobre as formas, com as armaduras devidamente montadas. 
 
É importante salientar que a ABNT NBR 14931:2004 pode ser aplicada para a 
execução de fundações superficiais, conforme definido na norma ABNT NBR 
6122:2010, “Projeto e execução de fundações”, porém ela não cobre algumas 
 
24 
 
condições para a execução de certos elementos de fundações profundas. O mesmo 
vale para a produção de elementos pré-moldados de concreto, que devem estar de 
acordo com a norma ABNT NBR 9062:2017, “Projeto e execução de estruturas de 
concreto pré-moldado”. 
Mais especificamente sobre a execução do concreto, além da ABNT NBR 
12655:2015, que contém requisitos para as propriedades do concreto, suas 
verificações, sua composição e seu preparo, controle e recebimento, existe uma 
norma complementar para os casos em que o concreto é dosado em uma central e 
chega pronto ao canteiro de obras: a ABNT NBR 7212:2012, “Execução de concreto 
dosado em central – Procedimento”. Essa norma aborda as exigências nas operações 
de armazenamento de materiais, dosagem, mistura, transporte, recebimento, controle 
de qualidade e inspeção sob o controle interno da central de concreto. 
Com relação às armaduras de aço para o concreto armado, além da ABNT 
NBR 7480:2007, que determina os requisitos para a encomenda, a fabricação e o 
fornecimento de barras e fios de aço para as armaduras de estruturas de concreto 
armado, há ainda a norma ABNT NBR 7481:1990, “Tela de aço soldada – Armadura 
para concreto”, atualmente em processo de revisão, que estipula as condições para 
encomenda, fabricação e fornecimento de telas de aço soldadas destinadas a 
armaduras para o concreto armado. 
A execução de estruturas provisórias que compõem o sistema de formas 
também está prevista em uma norma particular, a ABNT NBR 15696:2009, “Formas e 
escoramentos para estruturas de concreto – Projeto, dimensionamento e 
procedimentos executivos”. Essa norma apresenta os critérios para o 
dimensionamento a partir das cargas devido ao peso próprio dos escoramentos, 
formas, elementos estruturais a serem concretados e também cargas devidas ao 
impacto do lançamento do concreto e sobrecarga de trabalho para os serviços de 
lançamento, adensamento e acabamento, etc. Ela também especifica os materiais e 
equipamentos a serem utilizados, bem como os procedimentos e cuidados na 
montagem, concretagem e retirada do sistema. Veja na Figura abaixo o sistema de 
formas sendo construído, com escoramentos metálicos dando suporte às formas de 
madeira. 
 
25 
 
 
9 A VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS E A AGRESSIVIDADE AMBIENTAL 
A ABNT NBR 6118:2014 caracteriza a vida útil de projeto como o período de 
tempo durante o qual se mantêm as características das estruturas de concreto, sem 
intervenções significativas, desde que cumpridos os requisitos de uso e manutenção 
prescritos pelo projetista e pelo construtor. 
O conceito de vida útil pode ser aplicado para a estrutura no geral, e também 
em partes, quando determinados componentes necessitam de consideração especial 
de vida útil, como é o caso de aparelhos de apoio e juntas de movimentação 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014). 
A vida útil de projeto (VUP) corresponde ao tempo desde o início de sua 
utilização até o momento da ocorrência da despassivação da armadura, conhecido 
como período de iniciação. A partir desse momento, não significa que, 
necessariamente, haverá corrosão importante na armadura, nem que será 
caracterizado o colapso da estrutura. No entanto, é o período que deve ser adotado 
no projeto da estrutura a favor da segurança (HELENE, 1993 apud BARBOSA, 2009). 
A vida útil das estruturas é estimada tendo como referência experiências 
anteriores, com predições baseadas na comparação de desempenho, ou ainda por 
 
26 
 
meio de ensaios acelerados, métodos determinísticos e probabilísticos (HELENE, 
1993 apud BARBOSA, 2009). 
A ABNT NBR 8681:2003, “Ações e segurança nas estruturas – Procedimento”, 
recomenda que a vida útil de projeto da estrutura seja de, no mínimo, 50 anos. Para 
que a estrutura atinja esse valor, ou mesmo um valor superior estipulado para 
determinado projeto, é necessário que sejam obedecidos alguns critérios. Para 
edifícios habitacionais, a ABNT NBR 15575-1:2013 orienta que sejam atendidos 
simultaneamente todos os aspectos descritos a seguir: 
 emprego de componentes e materiais de qualidade compatível com a 
VUP; 
 execução com técnicas e métodos que possibilitem a obtenção da VUP; 
 cumprimento em sua totalidade dos programas de manutenção corretiva 
e preventiva; 
 atendimento aos cuidados preestabelecidos para fazer o uso correto da 
edificação; 
 utilização do edifício em concordância ao que foi previsto em projeto. 
Em todos os casos, as estruturas de concreto precisam ser projetadas e 
construídas de modo que, sob as condições ambientais previstas no projeto, 
apresentem segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o período 
correspondente à sua vida útil, que é o período de tempo em que a estrutura deve 
garantir as exigências de qualidade quanto à durabilidade (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015a). 
A avaliação do meio ao qual a estrutura estará exposta é de extrema 
importância durante a fase de projeto. A partir desse estudo, são definidos os critérios 
de projeto que visam a garantir que a estrutura mantenha sua durabilidade durante a 
vida útil prevista. Além disso, é necessário conhecer as condições ambientais, visto 
que estas definem o grau de agressividade ao qual a estrutura estará sujeita. 
A ABNT NBR 6118:2014 classifica a agressividade ambiental conforme a 
exposição da estrutura e os riscos de sua deterioração conforme a Tabela abaixo: 
 
27 
 
 
A maneira como o elemento de concreto armado vaI interagir com o meio 
ambiente ocorre em função de suas característicasfísicas (como a porosidade, 
absorção e a permeabilidade) e de suas características químicas (que dependem 
principalmente da composição do cimento e das adições), as quais permitirão uma 
maior ou menor capacidade de interação com os agentes agressivos presentes no 
meio ambiente (BARBOSA, 2009). 
Dentre as recomendações da ABNT NBR 12655:2015, “concreto de cimento 
Portland – preparo, controle, recebimento e aceitação”, para cumprir as exigências 
 
28 
 
de durabilidade (caso não sejam realizados ensaios comprobatórios para essa 
característica), devem ser obedecidos critérios quanto à composição e à qualidade do 
concreto conforme a classe de agressividade à qual a estrutura estará sujeita, 
conforme a Tabela abaixo. 
 
Caso os elementos de concreto sejam expostos a solos ou soluções contendo 
sulfatos, a ABNT NBR 12655:2015 indica a utilização de cimento resistente a sulfatos 
na mistura, de acordo com a ABNT NBR 5737:1992, e os requisitos de relação 
água/cimento e resistência devem atender as orientações estabelecidas na Tabela 
abaixo. 
 
29 
 
 
 
Para condições especiais de exposição, a norma prevê ainda que alguns 
requisitos mínimos de durabilidade do concreto sejam atendidos. Um deles é adotar a 
máxima relação água/cimento igual a 0,5 e fck mínimo de 35 MPa, quando é 
necessário um concreto de baixa permeabilidade, por exemplo, em caixas d’água, e 
o outro é optar pela máxima relação água/cimento igual a 0,4 e fck mínimo de 40 MPa 
quando ocorre a exposição do concreto a cloretos provenientes de agentes químicos 
de degelo, sais, água salgada, água do mar, ou respingos desses agentes 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015a). 
 
30 
 
10 CRITÉRIOS DE PROJETO PARA DURABILIDADE 
Alguns critérios, quando adotados nos projetos, melhoram as condições de 
durabilidade das estruturas. Dentre os recomendados pela ABNT NBR 6118:2014 
estão a drenagem, as formas arquitetônicas e estruturais, a inspeção e manutenção 
preventiva, a qualidade do concreto de cobrimento, o detalhamento das armaduras, o 
controle da fissuração e outras medidas especiais. 
Muitos dos mecanismos de deterioração acontecem em função da presença de 
água para que ocorram as reações, por isso, a norma recomenda cuidados relativos 
à drenagem nas estruturas. 
Segundo a ABNT NBR 6118:2014, é preciso evitar a presença e o acúmulo de 
água das chuvas ou decorrentes de outras ações. Para isso, deve ser prevista a 
disposição de ralos e condutores em superfícies horizontais expostas, e as juntas de 
movimentação e dilatação precisam ser convenientemente seladas de forma a se 
tornarem estanques à percolação de água. Os topos de platibandas e paredes têm de 
ser protegidos, sendo previstas pingadeiras para os beirais. Os encontros entre os 
diferentes níveis devem ser protegidos por rufos. 
Devem ser evitadas as formas arquitetônicas e estruturais que possam reduzir 
a durabilidade da estrutura. Se a disposição de alguns elementos estruturais favorecer 
o acúmulo de água, preveja aberturas para drenagem e ventilação (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014). 
Suas formas precisam ainda permitir o acesso para inspeção e manutenção 
preventiva da edificação, o que deve ser avaliado e previsto ainda em fase de projeto, 
junto com a produção do manual de utilização, inspeção e manutenção, buscando 
uma estratégia que facilite esses procedimentos. Tome cuidados especiais para com 
a manutenção de partes da estrutura com vida útil inferior ao todo, como em aparelhos 
de apoios, zonas com impermeabilizações, etc. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS, 2014). 
A qualidade do concreto está diretamente ligada à durabilidade das estruturas. 
O concreto, além de resistir aos esforços de compressão, deve executar de maneira 
aceitável sua função na proteção das armaduras contra os ataques externos. Quando 
os elementos de concreto armado estão sujeitos a meios agressivos, tome medidas 
para a redução de porosidade e permeabilidade da mistura. Caso não sejam 
 
31 
 
realizados ensaios comprobatórios de durabilidade da estrutura, os valores da relação 
água/cimento, consumo de cimento e a classe de resistência devem ser respeitados 
de acordo com as classes de agressividade e o caso de exposição, conforme as 
Tabelas apresentadas anteriormente. 
A NBR ABNT 6118:2014 não permite que sejam utilizados aditivos à base de 
cloreto em estruturas de concreto. De maneira a não prejudicar a proteção das 
armaduras, o teor máximo de íons de cloreto na mistura deve obedecer aos limites 
estipulados pela ABNT NBR 12655:2015, conforme a Tabela abaixo. 
 
As operações de lançamento e adensamento do concreto devem permitir que 
as armaduras sejam inteiramente envolvidas pela massa de concreto e, por isso, no 
detalhamento, a disposição das armaduras precisa prever espaço suficiente para a 
entrada da agulha do vibrador (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2014). 
 
32 
 
Além da qualidade da mistura, a espessura da camada de concreto que protege 
as armaduras mais próximas da superfície externa do elemento, denominada 
cobrimento, precisa seguir alguns critérios estabelecidos pela ABNT NBR 6118:2014. 
O valor mínimo do cobrimento, após estipulado, tem de ser o menor valor a ser 
respeitado ao longo do elemento, constituindo, inclusive, um critério de aceitação. 
Para que o cobrimento mínimo seja respeitado, é considerado um valor de cobrimento 
nominal no projeto, que nada mais é do que o cobrimento mínimo acrescido de uma 
tolerância de execução (Δc) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 
2014). Em obras correntes, o valor de Δc deve ser maior ou igual a 10 mm. O 
cobrimento nominal precisa ser respeitado conforme a Tabela abaixo, que o relaciona 
de acordo com o tipo de elemento e a classe de agressividade ambiental. 
 
 
33 
 
A ABNT NBR 6118:2014 permite ainda que essa tolerância (Δc) seja reduzida 
para 5 mm quando concretos de classe superior ao mínimo exigido forem utilizados, 
ou então quando houver controle de qualidade e limites rígidos de variabilidade das 
medidas durante a execução. Essa exigência, quando for utilizada, tem de ser 
explicitada nos desenhos do projeto. 
Além do especificado na Tabela acima, o cobrimento nominal possui restrições 
com relação às armaduras. Assim, o cobrimento nominal deve ser maior que o 
diâmetro da barra (ou que o diâmetro equivalente de um feixe de barras, quando 
houver) que será envolvida. Além disso, a dimensão máxima do agregado presente 
na mistura do concreto pode ser, no máximo, 20% maior do que o cobrimento nominal 
do elemento (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014). 
Em caso de fissuração, os riscos de corrosão das armaduras são mais 
elevados. Na região de fissuras de flexão, transversais à armadura principal, sua 
ocorrência e evolução dependem essencialmente da qualidade e da espessura do 
concreto de cobrimento da armadura. Durante o dimensionamento e a verificação dos 
elementos, deve ser realizado o controle da fissuração, limitando seus valores 
característicos de fissuração (wk) conforme a Tabela abaixo. 
 
Quando as condições de exposição forem adversas, tome medidas especiais 
de proteção e conservação, como a utilização de revestimentos hidrofugantes, de 
 
34 
 
argamassa, de cerâmicas, a impermeabilização da superfície e a galvanização da 
armadura, entre outras. 
 
35 
 
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6118:2014. 
Projeto de estruturas de concreto – procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 8681:2003. 
Ações e segurança nas estruturas – procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2003. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5737:1992. 
Cimentos Portland resistentes a sulfatos. Rio de Janeiro: ABNT, 1992. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 8953:2015. 
Concreto parafins estruturais – classificação por grupos de resistência. Rio de 
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