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Dor na mama causas tratamento e risco de câncer

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Dor na mama: causas, tratamento e risco de câncer
O que é mastalgia e mastodinia?
A dor nos seios é chamada em medicina de mastalgia. Quando a dor na mama está intimamente
relacionada à menstruação, ela recebe o nome de mastodinia.
A dor nos seios é um sintoma extremamente comum. Cerca de 60% das mulheres têm algum grau de
mastalgia, mas poucas consideram esse sintoma importante o suficiente para procurar ajuda médica. Na
verdade, apenas uma em cada 10 mulheres que referem dor em um ou ambos os seios descreve a dor
como de moderada a forte intensidade.
Na imensa maioria dos casos, a mastalgia não é um sinal de doença grave das mamas. Isso não
significa, porém, que mulheres com dor mamária persistente não devam procurar seus ginecologistas
para tentar esclarecer a origem da sua dor.
Causas
Dois terços das dores mamárias são consideradas cíclicas e um terço é considerada não-cíclica.
A dor cíclica da mama é aquela que está associada às variações hormonais do ciclo menstrual,
surgindo, habitualmente, uma semana antes da menstruação.
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A dor não-cíclica da mama é aquela que não segue um padrão mais ou menos previsível, podendo ser
constante, intermitente ou apenas pontual, como após traumas da mama ou do tórax.
Principais causas de dor mamária cíclica
Dores leves ou pequenos desconfortos difusos em ambas as mamas são normais durante o ciclo
menstrual e ocorrem em praticamente todas as mulheres em idade fértil. Este tipo de dor nos seios
costuma surgir na segunda metade do ciclo menstrual, agrava-se dias antes da menstruação e
desaparece assim que a mulher menstrua.
Quando esta dor cíclica relacionada ao ciclo menstrual é de intensidade moderada a forte, dizemos que
a paciente tem mastalgia cíclica ou mastodinia. As características são as mesmas de qualquer dor
cíclica, mas o incômodo é tão importante que pode atrapalhar a vida sexual, social e as atividades
físicas nos dias que antecedem a menstruação.
Outra causa comum de dor cíclica nos seios é a chamada doença fibrocística da mama. Apesar de ter
doença no nome, essa alteração da mama não é uma doença de fato. São apenas nódulos císticos
benignos que podem surgir na mama ao longo da vida devido a estímulos hormonais. Em alguns casos,
estes cistos podem ser dolorosos.
Principais causas de dor mamária não-cíclica
Ao contrário das dores cíclicas, a dor mamária não-cíclica não mantém relação com o ciclo menstrual e
costuma acometer apenas uma das mamas. Entre as causas comuns de dores não-cíclicas, podemos
citar:
Mamas muito grandes: o peso pode causar estiramento do ligamento de Cooper, que é a
estrutura que dá sustentação às mamas.
Mastite: inflamações da mama são muito comuns durante o aleitamento materno, mas podem
ocorrer também em mulheres que não estão amamentando (leia: Mastite da amamentação).
Traumas na mama: após lesões ou traumas, a mama pode apresentar dor não-cíclica por algum
tempo.
Ectasia ductal: essa alteração ocorre por dilatação e obstrução dos ductos mamários que
transportam leite. A ectasia ductal pode provocar inflamação, levando a um quadro muito parecido
com o da mastite.
Gravidez: o desenvolvimento das mamas durante a gravidez pode levar a quadros de dor não-
cíclica.
Câncer da mama: um tipo de tumor maligno do seio, conhecido como doença de Paget da mama,
é uma forma rara de câncer da mama que pode provocar inflamações, ulcerações e dor no seio.
Cirurgia prévia da mama: após a cicatrização do tecido mamário devido a uma cirurgia ou
biópsia, a mama intervencionada pode passar a apresentar quadros de dor não-cíclica.
Medicamentos: alguns fármacos podem causar dor não-cíclica nos seios, como por exemplos:
antidepressivos (fluoxetina ou sertralina), pílulas anticoncepcionais, metronidazol, clomifeno,
espironolactona e outros.
Principais causas de dor extra-mamária
https://www.mdsaude.com/ginecologia/mastite-amamentacao/
https://www.mdsaude.com/psiquiatria/antidepressivos-isrs/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/anticoncepcionais/efeitos-colaterais-anticoncepcionais/
https://www.mdsaude.com/bulas/metronidazol/
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Algumas mulheres com mastalgia podem ter, na verdade, problemas fora da mama, como dor muscular
na região do tórax, lesões nas costelas, herpes zoster, fibromialgia, problemas de coluna, etc.
Sintomas da mastalgia
As principais características que distinguem a dor mamária cíclica da dor mamária não-cíclica estão
resumidas na tabela abaixo:
Dor mamária cíclica Dor mamária não-cíclica
Claramente relacionado com o ciclo menstrual. Sem relação com o ciclomenstrual.
Dor descrita como difusa, maçante, opressiva ou
latejante.
Dor descrita como tração,
queimação, pontada ou dor
incômoda.
Geralmente afeta ambas as mamas e é mais grave
no quadrante superior externo das mamas.
Frequentemente acomete
apenas uma mama, em uma
área localizada.
Afeta mais comumente mulheres entre 20 e 40
anos.
É mais comum ocorrer após a
menopausa.
A dor se intensifica progressivamente durante as
duas semanas anteriores ao início do período
menstrual e desaparece assim que a menstruação
desce.
Dor contínua ou intermitente que
não muda de característica
consoante a fase do ciclo
menstrual.
Dor nos seios pode ser sintoma de câncer da mama?
A maioria das mulheres que procura o seu ginecologista por conta de dor nos seios, o faz pelo medo do
câncer de mama. Felizmente, esse medo é infundado na maioria dos casos.
A verdade é que a dor nas mamas é um sintoma muito mais relacionado a doenças benignas da mama
do que ao câncer. Menos de 3% das mulheres que apresentam dor mamária como único sintoma
acabam descobrindo que a origem da dor era um tumor maligno da mama.
Nos casos de dor cíclica, ou quando a causa da dor mamária é óbvia, como traumas recentes ou uma
mastite em curso, não é preciso realizar exames de imagem, como mamografia ou ultrassonografia da
mama, para descartar doenças mais graves.
A não ser que a dor seja de origem desconhecida e durante o exame da mama seja possível identificar
um nódulo solitário suspeito, não há por que pensar em câncer da mama para pacientes com queixas de
mastalgia.
Tratamento
O primeiro passo no tratamento da mastalgia é acalmar a paciente e explicar que esse sintoma não é
um sinal habitual de câncer da mama.
Em muitos casos, a dor nos seios desaparece com o tempo, sem que nenhum procedimento seja
necessário. Em outros, simples mudanças da dieta e de hábitos de vida podem ajudar. Cortar gorduras,
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/herpes-zoster/
https://www.mdsaude.com/reumatologia/fibromialgia/
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parar de fumar e reduzir o consumo de cafeína parecem ser efetivos em alguns casos.
Mulheres com seios grandes devem trocar o tamanho e o tipo do sutiã, de forma a mantê-los com
melhor suporte. As mulheres que praticam corridas ou outras atividades físicas que causem intensa
movimentação dos seios devem usar “sutiãs esportivos” para mantê-los mais “presos”.
Quando a dor estiver relacionada à medicação, ou troca-se o remédio ou a dose deve ser reduzida.
Se a dor for muito incômoda, anti-inflamatórios ou analgésicos simples podem ser usados por alguns
dias. Em casos de dor severa, drogas como o tamoxifeno e o danazol podem ser prescritas, apesar de
terem efeitos colaterais frequentes.
https://www.mdsaude.com/nefrologia/anti-inflamatorios-rins/

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