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SAÚDE INTEGRAL DA CRIANÇA I - CICLO III Parasitoses intestinais As últimas estimativas mundiais indicam ● Mais de 1,5 bilhão de pessoas( 24% da população mundial), sendo 880 milhões de crianças precisam de tratamento e intervenções preventivas para estes parasitas. ● As helmintíases transmitidas pelo solo (HTS) são de grande preocupação na saúde pública mundial. ● No Brasil há uma tendência para o declínio na prevalência de HTS, ● Com número atual de 9,3 milhões de pré-escolares e escolares que seriam candidatas a receberem quimioterapia profilática. ● Estes números significariam quase 11% da população Quimioterapia preventiva para comunidade por categoria de risco ● Individualizado: presença de sintomas, visita a locais que possam apresentar riscos ● Região de Passos -> economia baseada no agronegócio -> médio risco ○ Profilaxia para helmintos 1x/ ano Helmintos Nematelmintos: ● Ascaris lumbricoides (ascaridíase) ● Ancylostoma duodenale ou Necator americanus (ancylostoma) ● Strongyloides stercoralis (estrongiloidíase) ● Enterobius vermicularis (enterobíase ou oxiuríase) ● Trichuris trichiura (tricuríase ou tricocefalíase) Platelmintos: ● Taenia saginata e Taenia solium (teníase) ● Hymenolepis nana (hymenolepis) ● Diphyllobothrium latum (difilobotríase) Protozoários ● Entamoeba histolytica e Entamoeba dispar (amebíase) ● Balantidium coli (balantidíase) – Giardia lamblia (giardíase) ● Isospora belli (isosporíase) ● Cryptosporidium sp. (criptosporidiose) ● Blastocystis hominis (blastocistose) ● Cyclospora cayetanensis (ciclosporose) Helmintos Ascaridíase- Ascaris lumbricoides ● Helminto mais prevalente no mundo- > 1 bilhão de pessoas ● Infestação Intestino delgado ( jejuno e íleo) Patogenia → manifestações clínicas: 1) Pelas larvas ● Migração das larvas via sistema linfático para: ○ Problema hepático: Parênquima hepático -> necrose focal, fibrose ○ Pulmão – pneumonite larvária (quando larva se estabelece do pulmão) ■ Pneumonite larvária quando causada pelo ascaris: Síndrome de Loeffler 2) Vermes adultos ● Infestações leves: quadro intestinal inespecífico ● Infestação moderada (> 30 vermes) ou maciça (>100 vermes) no TGI -> potencialmente complicadora ○ Manifestações perigosas! ○ Ação espoliadora ○ Suboclusão ou obstrução intestinal. 3) Migração do áscaris ● Superpopulação → migração do verme adulto pelo tubo digestivo, podendo obstruir a drenagem desses locais: ○ Apendicite ○ Pancreatite hemorrágica: obstrução do ducto pancreático ○ Colestase e colangite: migrar para ductos biliares ○ Abscesso hepático ○ Asfixia: migração para tubo digestivo superior, chegando ao esôfago, podendo gerar asfixia ● Pode ter eliminação das ascaris pelo nariz Diagnóstico ● Microscopia direta: avaliação dos óvulos ● Nas complicações: ○ Exame físico: massa cilíndrica na região periumbilical ou flancos ○ Raio X: imagem esbranquiçada -> “miolo de pão” = enovelamento/ bolo de ascaris ■ Presença de nódulos ○ Ultrassonografia Raio X e USG abdominal Tratamento: ● 1ª escolha: ○ Albendazol 400mg VO dose única (200mg < 2 anos) ○ Mebendazol 100 mg VO 1x ao dia por 3 dias ● 2ª escolha ○ Ivermectina 150-200 mcg/kg VO, dose única ○ Nitazoxanida 7,5 mg/kg/dose (máx 500 mg) 2x ao dia por 3 dias SAÚDE INTEGRAL DA CRIANÇA I - CICLO III Tratamento das complicações Obstrução intestinal Subaguda ● Tratamento conservador: bolo de áscaris que está eliminando gases, não tem obstrução importante ○ Hidratação venosa ○ Sonda naso gástrica 48-72 hs ○ Óleo mineral 15-30 ml 2/2 hs, por sonda nasogástrica – Nujol ■ Para auxiliar o deslizamento por peristaltismo e a eliminação do áscaris via retal ○ Ascaricida???: morte dos ascaris -> dissolve -> liberação de grande qtd de toxinas que tem dentro de sua estrutura -> toxicidade para o indivíduo ■ 1º eliminar os vermes vivos ■ Se não resolver, ascaricida em um 2º momento ○ Gastrografina SNG (contraste radiológico usado em procedimentos, para auxiliar que os parasitas sejam eliminados via retal) ou VR 15-30 ml ■ RN-Lactentes diluir 1:3 de água ■ Crianças maiores 1:2 de água Obstrução intestinal Aguda ● Tratamento cirúrgico: tratamento conservador não efetivo e necessária intervenção. Feito nas seguintes situações: ○ Toxemia ○ Sangramento retal e toxemia ○ Fracasso no tratamento conservador ● A técnica mais comum é a laparotomia, com a “ordenha” do bolo em direção ao reto ○ Laparotomia e ordenha do tubo digestivo íntegro (não abrir o intestino) ● Exceção em casos onde há perfuração intestinal e /ou volvo. ○ Abrir a alça intestinal Nas outras complicações ● Cólica biliar, colecistite e pancreatite aguda: ○ Restrição da ingestão oral, ○ Hidratação, ○ Antibióticos ○ Analgésicos. ○ A terapia anti-helmíntica é iniciada após a remissão dos sintomas agudos. ● Colangite aguda GRAVE: ○ Requer descompressão e drenagem biliares cirúrgicas ou endoscópicas urgentes. ○ O abscesso hepático é controlado por aspiração guiada por ultrassonografia e remoção de pus, juntamente com antibióticos, analgésicos e agentes anti-helmínticos. Ancilostomíase ou doença do Amarelão ● “Jeca tatu” ● Necator americanus: comum nas Américas, África, sul da Índia e China; ● Ancylostoma duodenale: comum na Europa, costa do Mediterrâneo, Japão, norte da China e Índia. ● As duas espécies coexistem em alguns locais do Brasil e América Latina. ● Infectam mais de 400 milhões de pessoas no mundo ● Transmissão através da pele ● Local da infestação: principalmente o duodeno e jejuno (se fixam pela cápsula bucal.) ● Cada exemplar adulto de ○ A. duodenale ocasiona perda diária de 0,05 a 0,3ml de sangue. ○ N. americanus 0,01 a 0,04 ml por dia. ● A perda de sangue ocorre porque o verme suga o sangue da mucosa e por mudar de lugar 4 ou 5 vezes por dia e lesionando a mucosa a cada vez em que se fixa ○ Ancylostoma suga o sangue da mucosa para se alimentar ○ E ao mudar de lugar se fixa e provoca feridas abertas na mucosa -> reações inflamatórias e perda sanguínea Patogenia e manifestações clínicas: ● Dependendo do número de vermes, da espécie de ancilostomídeo, ou das condições do hospedeiro, são possíveis os seguintes sintomas: 1) Dermatite Larvária: ● Prurido, eritema, edema, erupção papulovesiculosa durante até duas semanas; mais frequente com a espécie N. americanus; 2) Pneumonite Larvária: ● Menos intensa do que na infecção por ascaris; ● Penetração via linfática ou hemática e pode se alojar no pulmão, causando pneumonia. Também pode causar meningite eosinofílica ● Pneumonite não é tão intensa quanto a causada pelo ascaris 3) Parasitismo Intestinal: ● Fase aguda ○ Sintomas gerais do aparelho gastrointestinal ● Fase crônica ○ Diarréias crônicas, anemia hipocrômica e microcítica (mais grave por A. duodenale), anorexia, fraqueza, cefaléia, palpitação, sopro cardíaco, hipoproteinemia e edema por enteropatia perdedora de proteínas. ○ Parasitas inflamando o tubo digestivo -> inflamação crônica e perda de proteínas SAÚDE INTEGRAL DA CRIANÇA I - CICLO III Diagnóstico ● EPF, Cultura de larvas, endoscopia digestiva alta/biopsia de duodeno. Tratamento ● Albendazol 400 mg, VO, DU em > 2 anos ● Albendazol 200 mg, VO, DU em < 2 anos ● Mebendazol 100 mg, VO, 1x/dia por 3 dias, ● Nitazoxanida 7,5 mg/kg/dose (máximo 500mg), 2x/dia por 3 dias Estrongiloidíase ● Strongyloides stercoralis ● Causa doença grave em indivíduos imunossuprimidos. ● Ciclo evolutivo: complexo uma fase no intestino delgado , e uma fase estercoral . ● Primo-infecção, as larvas presentes no solo penetram o homem através da pele. ○ Primo-infecção = primeiro contato ○ Dermatite larvária no local da infestação ● Na autoinfecção, os ovos provenientes das fêmeas habitantes do intestino eclodem e rapidamente as larvas evoluem em etapas até a forma infectante e, antes de serem excretadas com as fezes, penetram a mucosa do íleo, nos cólons ou penetram a pele na região perianal. ○ Ciclo que se retroalimenta = autoinfecção ● Por via linfática ou venosa atingem o coração direito, para em seguida fazer o ciclo pulmonar. As larvasdeglutidas vão se tornar fêmeas adultas no duodeno e jejuno, onde se alojam no interior das criptas da mucosa. ● Transcorrem cerca de 20 dias entre a penetração de larvas na pele ou mucosa e o início da oviposição Patogenia e manifestações clínicas: ● Pode ser assintomática, oligossintomática ou com formas graves. ● Dermatite larvária (pés, mãos, nádegas ou região anogenital). ● Pneumonite larvária (menos frequente do que na ascaridíase). ● Infecção por vermes localizados nas criptas do intestino delgado proximal -> anorexia, náuseas, vômitos, distensão abdominal, dor em cólica ou queimação no epigástrio (síndrome pseudo-ulcerosa). ● Síndrome de má absorção exuberante (diarreia secretora ou esteatorréia e desnutrição proteico-energética), com duração de várias semanas ou meses. ● Nos pacientes que recebem corticosteróides, ou nos imunossuprimidos (desnutrição, neoplasias, doença inflamatórias intestinais, doenças autoimunes, nefropatias, alcoolismo), os vermes infectam todo o intestino e a autoinfecção interna ocorre maciçamente. ○ Assim se desenvolve a estrongiloidíase disseminada, grave e de alta mortalidade. ○ Associa sintomas intestinais, respiratórios e de sepse ou meningite por coliformes ○ Potencialmente graves nessas situações Diagnóstico: ● Padrão ouro: EPF seriado (até sete amostras para atingir sensibilidade de 100%); exame de detecção de larvas; cultura de larvas. ○ As vezes é melhor tratar pela clínica do que esperar as 7 amostras ● Aspirado duodenal com biópsia duodenal pode revelar parasitas nas criptas gástricas, nas glândulas duodenais ou infiltração eosinofílica na lâmina própria. ● Aspirado brônquico Tratamento ● 1ª escolha: Ivermectina, em dose única, 200 mcg/kg por via oral por 1-2 dias. ● 2ª escolha: Albendazol, 400 mg VO 2X ao dia por 7 dias. ● Para pacientes com exame de fezes positivo para Strongyloides e sintomas persistentes, exames de acompanhamento devem ser realizados de 2 a 4 semanas após o tratamento para confirmar a eliminação da infecção. Se o recrudescimento das larvas for observado, o retratamento é indicado. ○ Se sintomas persistentes = vale a pena fazer exame seriado ● Na síndrome de hiperinfecção/estrongiloidíase disseminada (imunossuprimidos, quimioterapia): se possível, interromper ou reduzir a terapia imunossupressora deve ser interrompida ou reduzida ○ Imunossuprimidos + estrongiloidíase: Ivermectina, 200mcg/kg por dia, VO por 2 semanas, até exames de fezes e/ou expectoração negativos. ● Para os pacientes incapazes de tolerar a terapia oral, como aqueles com íleo-obstrução ou má absorção conhecida ou suspeita, relatos de casos publicados demonstraram eficácia com a administração por via retal. ○ Se as administrações orais e/ou retais não forem possíveis, o uso da formulação subcutânea veterinária (Ivomec) de Ivermectina já foi concedida pelo FDA como isenção de Medicamentos Novos Investigatórios. SAÚDE INTEGRAL DA CRIANÇA I - CICLO III Trichiuríase ou Tricocefalíase (Trichuris trichiura) ● Local da infestação: intestino grosso, especialmente o ceco. Patogenia e manifestações clínicas: ● O verme adulto introduz a extremidade anterior na mucosa intestinal para se fixar. ● Diariamente muda de lugar. ● Provoca erosões e ulcerações múltiplas. ● Cada verme ingere até 0,005ml de sangue por dia levando a anemia . ● Distensão abdominal e cólicas, vômitos, ● Disenteria crônica com fezes muco sanguinolentas, tenesmo, ○ Presença de sangue nas fezes ○ Disenteria: presença de diarreia com muco e sangue ○ Tenesmo localizado juntamente com o ceco e cólica durante evacuação = tenesmo ● Desnutrição Infecções maciças podem levar a: ● Prolapso retal e apendicite aguda 2- prolapso retal por infecção maciça do parasita Tratamento ● Albendazol 400 mg, VO, 1x/dia por 3-7 dias ● Mebendazol 100 mg VO , 1x ao dia 3-7 dias ● Ivermectinab,c 200 mcg/kg, 3 dias Enterobíase ou Oxiuríase ● Enterobius vermicularis ou Oxyurus vermicularis ● Distribuição global. É a helmintíase de maior prevalência nos países desenvolvidos. ○ Pode ocorrer em qualquer local e classe ● Locais de infestação: principalmente o ceco e o reto. ● O sintoma predominante é o intenso prurido anal pior à noite (presença das fêmeas no local). ○ Fêmea migra até o reto e ânus para fazer sua postura -> paciente acorda à noite com prurido e desconforto anorretal Diagnóstico: ● Três técnicas simples: 1. Procurar os vermes na região perianal duas a três horas após o indivíduo infectado estar dormindo; 2. Tocar a pele perianal com fita adesiva transparente na primeira hora da manhãs , três manhãs consecutivas (ficam grudados os ovos que a fêmea deposita durante a noite) 3. Pesquisa de ovos sob as unhas (paciente leva a mão a região anal para coçar) Tratamento ● Albendazol 400 mg, VO, dose única; repetir em 2 semanas. -> mais garantido devido ao ciclo do parasita ● Pamoato de pirvínio (Pyr-pan*) 1ml/kg, VO, 1Xdia. Repetir em 2 semanas. ● Mebendazol 100 mg, VO, dose única; repetir em 2 semanas ● Nitazoxanida 7,5 mg/kg/dose (máximo 500mg), 2x/dia por 3 dias ● Após tratamento, fazer faxina na casa, trocar roupa de cama (ovo fica no ambiente) Teníase (Taenia solium e Taenia saginata) ● Popularmente conhecida como solitária ● O homem é o hospedeiro definitivo destes platelmintos, conhecidos como solitária. ● O hospedeiro intermediário: ○ Porco (embrião da T. solium) ○ Gado bovino doméstico (embrião da T. saginata) ● Na fase adulta habitam o intestino delgado (de 3 a 25 anos) Patogenia e manifestações clínicas: ● Pode ser assintomática ou sintomas digestivos inespecíficos. ● “Dor de fome”: sempre está com sensação de fome ● Raramente: oclusão ou semi-oclusão intestinal. ● Pode ocasionar pancreatite, colangite ● T. Solium -> auto infestação. ○ Proglotes no estômago liberam embrião que eclodem em larvas e migram via circulatória → levam a NEUROCISTICERCOSE (presença do cisto dentro do SNC) Diagnóstico: ● Identificação de ovos e proglótides nas fezes. ○ Relato dos acompanhantes da eliminação nas fezes ou na roupa íntima Tratamento: ● Praziquantel 5-10 mg/kg por via oral em DU ○ melhor escolha ● Niclosamida , dose única 50mg/kg (máximo 2g) VO ● Orientar o paciente a observar as fezes e avaliar eliminação -> se extremidade anterior “cabeça” for eliminada -> se não for, há nova reprodução ● Praziquantel: na cisticercose, o praziquantel deve ser utilizado com precaução pois é cisticida e pode causar inflamação ao redor dos cistos. Himenolepíase ● Cestoide Hymenolepis nana ( tênia anã), parasita habitual do homem e sem hospedeiro intermediário, ou eventualmente Hymenolepis diminuta, parasita habitual do rato ( rara) ● No Brasil a ocorrência é maior nos estados do sul (clima) SAÚDE INTEGRAL DA CRIANÇA I - CICLO III Morfologia e ciclo biológico: ● O H. nana atinge de 2 a 10 cm de comprimento e se fixa na região do íleo. Ingestão de ovos do meio externo ● Verminose de auto infestação contínua. Perpetua-se. ● Poucos sintomas, exceto em desnutridos ou imunodeficientes. ● Exame parasitológico e visualização do parasita Tratamento ● Praziquantel 25mg/kg ,VO, DU. ● Nitazoxanida- dose habitual, 3 dias Difilobotríase (Diphyllobothrium latum) ● É a parasitose causada pelo cestoide, conhecido como “tênia do peixe”. ● É o maior parasita intestinal humano e pode chegar a 10 metros de comprimento. ● O hábito de ingerir peixe defumado ou cru (sushi, sashimi, ceviche) favorece a transmissão, que é endêmica em certas regiões do Chile, Peru, América do Norte, Europa, Rússia e Japão. ● Os parasitas infestam o intestino delgado e são consumidores de vitamina B12. Tratamento ● Niclosamida ou praziquantel, + vitamina B12 e ácido fólico. ● Foram registrados casos de difilobotríase no Brasil em 2005 e 2006, em consumidores de sushi e sashimi, quando houve falha na profilaxia. ○ peixes importados de áreas endêmicas precisam ficar congelados a -20°C durante 7 dias para evitar contaminação Protozoários Amebíase (Entamoeba histolytica) ● Invasiva - seria ● Predomina na região Norte. ○ transmitidaatravés da água ● Das mortes causadas por protozoários, só é superada pela malária; ● E. díspar: baixa virulência , não invasiva. ○ 90% dos casos de amebíase no mundo. ○ Predomina na região Nordeste ○ Sem sintomas, achada por acaso em exames ● Transmissão: Ingestão de água ou alimentos contaminados. Manifestações clínicas ● Amebíase assintomática: a grande maioria dos portadores de amebíase ● Amebíase intestinal: 1) Colite não disentérica: ● Cólicas abdominais, ● Períodos de diarreia com fezes líquidas ou semilíquidas, raramente com muco ou sangue, intercalados com períodos de acalmia; 2) Colite disentérica (disenteria amebiana): ● Após período de incubação( cerca de 1 mês) ● Febre moderada, ● Distensão abdominal, ● Flatulência, ● Cólicas abdominais difusas ou na fossa ilíaca direita, ● Disenteria (> de 10 evacuações mucosanguinolentas por dia) = fezes com muco e sangue ● Tenesmo. 3) Colite necrosante: ● Invasão das camadas mais profundas do cólon ● Úlceras profundas, ● Isquemia, ● Hemorragia, ● Megacólon tóxico, ● Colite fulminante e às vezes perfuração. ● A mortalidade do quadro necrosante é elevada. Amebíase extra-intestinal: ● Ocorre mais nos adultos. ● Veia mesentérica superior e chegar ao fígado, promovendo inflamação difusa, degeneração celular e necrose. Assim se forma o abscesso hepático amebiano, em geral no lobo direito. Pode causar rotura da pleura (geralmente no lobo direito) e pericárdio ● Grave. Diagnóstico ● Identificação na amostra de fezes colhidas até 30 minutos antes do exame. ○ 72 a 76% de positividade. ○ Não específico ● Teste imunoenzimático (ELISA) para a pesquisa do antígeno da E. histolytica nas fezes. ○ Mais fácil acesso em regiões endêmicas ● O método é capaz de diferenciar a infecção causada pela E. histolytica (patogênica) da E. díspar (não-patogênica), sensibilidade (97%), específico (99%) e rápido . Tratamento ● Metronidazol 500 a 750mg. 3x/dia, 10 dias ou 35 a 50mg/kg/dia, em 3 doses, 10 dias ● Tinidazol ≥3 anos: 2g ou 50mg/kg, dose única ● Secnidazol 2 gramas ou 30 mg/kg em dose única ● Nitazoxanida casos leves a moderados. Dose habitual ○ Menor eficácia Giardíase (Giardia duodenalis, Giardia lamblia) ● Protozoário flagelado, encontrado principalmente em pré-escolares e escolares ● Cosmopolita: não separa classe social ou desenvolvimento ● Parece ser o parasita intestinal mais prevalente no mundo (4% a 8%), mesmo em famílias com renda familiar média ou alta. ● Água não potável é uma das maiores fontes de transmissão. ● Dissemina-se facilmente entre crianças de creche ou de abrigo. ● A localização preferida é o duodeno e o jejuno. Manifestações clínicas: ● A maioria das crianças infectadas são assintomáticas. ● Há indícios de que a giardíase sintomática é mais provável de ocorrer na 1ª infecção (quando o organismo tem contato pela primeira vez com o protozoário), sendo assintomáticas as recidivas posteriores. ● O 2º ano de vida parece ser o mais vulnerável para as formas graves da giardíase. ● O quadro pode variar de diarreia aguda, com fezes líquidas, autolimitada, até um quadro arrastado por semanas ou meses. ○ Queixa: diarreia que vai e volta em crianças pequenas + vão a creche -> pensar em giardíase ● Desnutrição, deficiência de Ferro, Zinco, Vit B12, ácido fólico SAÚDE INTEGRAL DA CRIANÇA I - CICLO III ● Intolerância à lactose: infestação faz com que a giárdia cubra a mucosa intestinal, impedindo a produção de lactase ○ Forma tapete na mucosa intestinal atrapalhando a absorção de alguns nutrientes e produção de lactase (vilosidades no intestino) -> hipolactasia transitória-> após tratamento há melhora (produz lactase normalmente) Diagnóstico ● Identificação microscópica nas fezes (baixa sensibilidade) ● Testes imunoenzimáticos específicos (ELISA) e ● Imunofluorescência direta (IFD) nas fezes (maior sensibilidade). Tratamento ● Metronidazol ● Tinidazol ● Secnidazol ● Nitazoxanida ● O metronidazol tem eficácia de 80% a 100% das crianças. ● Tinidazol ou Secnidazol, tem eficácia de 80% a 100% e menos efeitos colaterais que o metronidazol. ● Nitazoxanida tem efeito semelhante ao metronidazol e a vantagem de tratar outros parasitas intestinais, sendo aprovado para uso em crianças a partir de um ano de idade. Criptosporidiose (Cryptosporidium spp) Oportunista ● Imunodeficientes ● AIDS Clínica ● Diarréia aquosa, volumosa, persistente Diagnóstico ● Método de anticorpo fluorescente direto pela microscopia ● Ensaio imunoenzimático (ELISA) para pesquisa do antígeno do Cryptosporidium sp (99% especificidade) Tratamento ● Nitazoxanida 7-14 dias. Balantidíase (Balantidium coli) ● É o maior protozoário causador de infecção intestinal humana e o único ciliado. ● Zona rural ● Baixa incidência ● Criadores de porcos. ● Quadro clínico semelhante a amebíase intestinal. Tratamento ● 1ª escolha ○ Tetraciclina > 8 anos ● 2ª escolha ○ Metronidazol ou Nitazoxanida Blastocistose (Blastocystis hominis) ● Microrganismo comensal ● Protozoário mais frequente nas fezes humanas. ● Importância nos imunodeficientes Tratamento ● Não bem estabelecido ○ Nitazoxanida e Metronidazol Ciclosporose (Cyclospora cayetanensis) ● Imunodeficientes. ● Diarréia e má absorção. ● Poucos sintomas, não causa grandes problemas, apenas nos imunossuprimidos Tratamento ● Sulfametoxazol + Trimetropim , 7-10 dias
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