Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
P á g i n a | 1 URGÊNCIA E EMÊRGENCIA I – Aula teórica: Dr José dos Reis DOR TORÁCICA: queixa muito frequente no pronto socorro: 5%, dentre essas somente 15% representa SCA e ou 85% representa outras causas (epigastralgia, DHEG, TEP). Por essa razão 30-60% dão internados de maneira errada como SCA. PODE SER: I. Musculoesquelética – Pela história conseguimos fazer essa diferenciação II. Esofágica – dor em queimação, que sobe, relacionada com a queimação, gosto ácido III. Respiratória – dor ventilatório dependente IV. Psicológica – paciente ansioso, quadro de estresses associado Uma parcela considerável é internada por 2-3 dias para investigação. Somente 1/3 terá o diagnóstico final de SCA. INTRODUÇÃO: • Das altas – 2 a 20% estão em vigência de SCA • 1 em cada 8 dos pctes com AI irá desenvolver IAM em 2 semanas se não for identificado e tratado O QUE FAZER? • IAM admitido – 6% mortalidade • IAM liberado – 25% mortalidade • Avaliação correta e • Conhecimento • Emprego correto de sistêmica exames ETIOLOGIAS: benignas e malignas 1. TORÁCICA ✓ Coração: infarto, pericardite (supra difuso) ✓ Aorta: dissecção aguda de aorta (irradia para o dorso, hipotenso, vigência de parada – palpar pulsos se estiver assimétrico, verificar PA entre os membros PS>20, PS>10, ECG supra D2, D3 e AVF – parede inferior) ✓ Pulmão: pleuríticas – pneumonia, TEP (avaliar coagulopatias, tratamentos, viagens longas, dispneia, dor torácica, ECG com taquicardia sinusal ou S1, Q3 e T3) ✓ Musculoesquelética: bem localizada, relacionado a esforço físico recente 2. TGI ✓ Esôfago ✓ Estômago ✓ Vesícula biliar ✓ Pâncreas 3. PSICOSSOMÁTICAS – transtorno de ansiedade não acompanhado ANAMNESE: I. Característica da dor II. Fatores de Risco III. Antecedentes pessoais e familiares A anamnese é um ponto chave: Dor torácica com características anginosas é o dado clínico com maior valor preditivo positivo de uma SCA. Permite diferenciar a dor de origem cardiovascular e de origem não cardíaca I. CARACTERÍSTICAS: ✓ Opressão, queimação ou mal-estar ✓ Irradiação para ombro, mandíbula, cervical P á g i n a | 2 ✓ Piora ao esforço, frio, estresse, alimentação ✓ Posição de Levine Para descartar uma SCA (uma causa cardiovascular) pois é a pior possibilidade para o paciente, é necessário de algumas características. A dor anginosa pode ser devido ao IAM ou a um outro quadro cardiológico, precisa ser: geralmente em pressão e queimação, não definida (não consegue apontar o local que está doendo). Uma característica importante na investigação é a irradiação. FALA CONTRA ORIGEM CARDIOVASCULAR: ✓ Dor pontual ✓ Bem localizada PERGUNTAR: ✓ Fatores de piora ✓ Súbita ✓ Curtíssima duração ✓ Fatores de melhora: geralmente melhora no repouso, porque a frequência cardíaca reduz e então o consumo de oxigênio diminui e melhora a dor DURAÇÃO: ✓ Angina 2-10min, não mais que 20 minutos ✓ IAM mais que 30 minutos TIPO DE DOR: ✓ Dor súbita, lancinante, persistente, irradiação para dorso? – dissecção da aorta ✓ Dor retroesternal, sem relação com esforço, longa duração (dias), melhora com inclinação do tronco? - pericardite ✓ Dor pleurítica, tosse, dispneia e hemoptiase? – TEP OBS: Cuidado com DM, idosos e mulheres – esses pacientes podem apresentar equivalentes anginosos: dispneia. Manifestação clínica da dor anginosa principalmente que é aquela que queremos excluir quando paciente chega com dor torácica muitas vezes não vai ser típica em aperto, associada com irradiação, com melhora com repouso e piora com o esforço. Muitas vezes eles vêm com sintomas inespecíficos: mal-estar, não conseguem definir a dor e falar sobre as características dela. Portanto, eles dizem que não é dor, mas não conseguem definir o que estão sentindo, por isso devemos fazer exame físico e exames complementares (como ECG para vermos se tem alguma alteração). • TIPO DA DOR, LOCALIZAÇÃO, INTENSIDADE, TEMPO, IRRADIAÇÃO, FATORES DE MELHORA E PIORA A: 3 características de dor anginosa B: 2 características de dor anginosa C: 1 característica de dor anginosa D: 0 características de dor anginosa EXAME FÍSICO: Frequentemente é normal; Sinais de Insuficiência Cardíaca ou instabilidade hemodinâmica → ATENÇÃO DEVEMOS AVALIAR: ▪ PA nos MMSS (aferir a pressão arterial nos dois braços do paciente para avaliarmos a possibilidade de dissecção de aorta) ▪ Pulsos (avaliar a simetria de pulsos tanto em MMII quanto em MMSS) ▪ Sopros (procurar presença de sopro, porque podemos auscultar um sopro de uma insuficiência aórtica no caso de uma dissecção aguda de aorta, pois acomete a raiz da aorta e por isso deixa a válvula aórtica insuficiente causando um sopro) ▪ Atrito (pericárdico, presente nos casos de pericardite) ▪ Massas abdominais (se estivermos suspeitando de alguma possibilidade de aneurisma, se ao palparmos o P á g i n a | 3 abdome e sentirmos uma massa pulsátil pode ser aneurisma) ELETROCARDIOGRAMA: Deve ser feito em 10 minutos – - Supra, - Infra - Inversão de onda T EX: ritmo sinusal (tem onda P), baixa voltagem do QRS (estreito), onda R amputada (começa negativo e termina negativo), alteração de repolarização simulando um supra – paciente infartado, não reperfundido com área de necrose extensa com aneurisma de ponta. Ex: Eletro: sinusal (tem onda P), normal LEMBRAR DAS DERIVAÇÕES EXTRAS: • V3R, V4R – solicitar quando supra de parede inferior - pode ser transitório: infarto de VD • V7, V8, V9 – dor típica, eletro com infra de V1. V2 e V3 (pode ser imagem em espelho da parede posterior Devemos fazer eletro seriado: 15 minutos depois, e então se tiver normal realizar a cada 30 minutos. Eletro: taquicardia sinusal, atraso de final de condução V1, presença de onda S em D1, presença de onda q em D3, presença de onda T em D3 – TEP. Solicitar angiotomo S1Q3T3 (presença de onda S na derivação DI, presença de onda Q na derivação DIII, presença de inversão de onda T na derivação DIII). A frequência cardíaca desse paciente está aproximadamente 150 bpm.A principal alteração no ECG de um paciente com embolia pulmonar e a mais frequente é a taquicardia. P á g i n a | 4 Eletro: Inicio de supra em D2, D3 e AVF – solicitar V3r e V4r – diagnóstico diferencial de dissecção aguda de aorta Eletro: infra de AVR – imagem em espelho Supra do segmento ST em V2, V3, V4, V5 e V6. ** O infra de ST em segmento aVr é o que chamamos de imagem espelho ➔sempre que tiver supra e infra em um ECG o infra será sempre a imagem espelho!!! PROBABILIDADE DE SCA I. TIPO de DOR II. Fatores de Risco ▪ 60 anos ▪ HF+ ▪ Homem ▪ DM ▪ DLP ▪ HAS ▪ Tabagista ▪ DRC ▪ Cocaína Ainda pode ter S1Q3T3 e um atraso final de condução pelo ramo direito (pode ter bloqueio de ramo direito completo ou bloqueio de ramo direito parcial que é o atraso final de condução) – o que chama a atenção é a morfologia querendo fazer R e R’ principalmente em V1. P á g i n a | 5 TIMI-RISK: Usado no infarto sem supra para classificar o paciente ▪ Idade ≥ 65 anos ▪ ≥ 3 fatores de risco (HAS, AF, DLP, DM, tabagismo) ▪ DAC, estenose ≥50% Baixo risco: até 2 – grandes chances de alta Risco intermediário: 2 a 4 Alto risco: 5 a 7 DECORAR: - Troponina elevada - Idade ≥ 65 anos - Mais de um episódio de angina nas 24 horas - Infra ST ≥ 0,5 mm - Fatores de risco (3 ou mais) - Aas nos últimos 7 dias - Cate com lesão > 50% BIOMARCADORES: ▪ Supra ou infra ST ≥ 0,5 mm ▪ Dor anginosa recente (nas últimas 24 horas) ▪ Uso do AAS nos últimos 7 dias ▪ Marcadores séricos elevados Mioglobina não pede porque é bem inespecífica I. Mioglobina: Elevação 1-2h; Detecção precoce; Altamente inespecífico; Não é utilizado II. CKMB: Fração massa – melhor sensibilidade e especificidade; Curva em0, 3, 6 e 9h III. Troponina: Principais marcadores; Mais sensível e específica; Altera de 3-4 horas; permanece por até 14 dias; Sem diferença entre T e I; 0, 6 e 12h IV. Troponina US: Detecta valores 10-100x menores; Sensibilidade de 100% em 3h. Cuidado com falso positivo: TEP;Dissecção; HVE; DRC FLUXOGRAMA DA TROPONINA US: P á g i n a | 6 EXAMES: 1. RAIO X: cardiomegalia, alargamento de mediastino (dissecção aguda de aorta), trama pulmonar não vai até a periferia (pneumotórax) Exames que podem ajudar no diagnóstico, mas não estão disponíveis na maioria dos hospitais: I. Teste de Esforço: Reduz internação e custos desnecessários; Pacientes baixo/mod risco, estáveis, 8-12h de observação, marcadores negativos II. Ecocardiograma ▪ Repouso – bom método para avaliar o paciente com dor ▪ Estresse - Pacientes baixo/mod risco, estáveis, 8-12h de observação, marcadores negativos; ▪ Limitação – experiência do examinador, janela, arritmias, hiper ou hipotensão III. Cintilografia: Retrato da perfusão miocárdica; Reduz internação, cateterismo e custos; Resultado melhor no momento da dor; até 2 horas; Limitação (IAM prévio) IV. TC coronárias: Anatômico; Avalia calcificação, trajeto, lúmen e função ventricular; 64 ou 320 detectores; FC < 70 bpm; Escore de Cálcio V. TC triplo descarte: SCA, TEP, Dissecção. Pacientes baixo/mod risco, estáveis; possibilidade de acometimento da aorta ou pulmão ser maior PARA PROVA: O QUE É MAIS IMPORTANTE NA DOR TORÁCICA NO PS? É SABERMOS COLETAR UMA HISTÓRIA BEM FEITA! Porque se no início do atendimento não coletamos uma boa anamnese e não classificamos o risco do paciente, vamos fazer exames totalmente desnecessários e não vamos ajudar o paciente. DEVEMOS SABER QUAIS SÃO AS CARACTERÍTICAS TÍPICAS DE UMA DOR ANGIOSA (POIS É A PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO QUE DEVEMOS TER PARA NÃO LIBERARMOS O PACIENTE PARA CASA). LEMBRANDO QUE EXISTEM PACIENTES QUE PODEM CONFUNDIR O NOSSO DIAGNÓSTICO SÃO DM, MULHERES E IDOSOS, POSSUEM MANIFESTAÇÃO NÃO USUAL. ENTÃO, TEMOS QUE SABER HISTÓRIA, EXAME FÍSICO E CLASSIFICAÇÃO DO PACIENTE COM DOR TORÁCICA. DEPOIS DISSO VAMOS PENSAR EM QUAIS EXAMES VAMOS SOLICITAR.
Compartilhar