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RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA SP 2.1 – TEM QUE ESPERAR... – IVAS INFECÇÃO E FEBRE 1.CONCEITUAR INCIDÊNCIA, PERÍODO DE INCUBAÇÃO E PERÍODO DE TRANSMISSÃO. Incidência é uma medida da ocorrência de novos casos durante um período especificado em uma população em risco de ter a doença.; Os picos de incidência não coincidem necessariamente com os de prevalência. Para estimar a incidência, todos os indivíduos no denominador (população em risco) devem ter o potencial de estar no numerador (aqueles que desenvolvem a doença). As estimativas de incidência requerem acompanhamento longitudinal (por exemplo, em horas, dias ou anos). O desenho do estudo de escolha é estudo de coorte envolvendo indivíduos em risco de desenvolver a doença, sem a doença na inclusão, e que são acompanhados ao longo do tempo e avaliados em relação ao desenvolvimento da doença. Finalmente, a incidência também depende da frequência da doença, da definição dos casos e da população em risco. Enquanto a prevalência se refere a casos novos e casos existentes da doença, a incidência enfoca apenas os casos novos. Prevalência é definida como a proporção de uma população que tem a doença em um determinado momento. Estudos transversais são comumente utilizados para realizar estudos de prevalência porque examinam a doença em um determinado momento. Portanto, prevalência é o número ou a proporção de indivíduos da população que estão infectados por certo agente infeccioso (doentes e/ou portadores) em determinado momento em uma comunidade, permitindo uma ideia estática da ocorrência da doença. A prevalência pode ser expressa em números absolutos ou em coeficientes. Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA Período de incubação — É o espaço de tempo que um vírus ou bactéria leva para se proliferar no organismo após invadi-lo, até surgirem os primeiros sintomas da doença. Esse período varia de acordo com o agente infeccioso, podendo ser muito curto (como no caso da gripe e da meningite meningocócica) ou muito longo (como no caso das hepatites A e B). Durante o período de incubação, a pessoa não apresenta sintomas, portanto, não sabe que já foi infectada. A chance de adoecer mesmo se vacinada após a infecção é inversamente proporcional, ou seja: quanto menor for o período de incubação, maior será a chance de a doença se manifestar, apesar da vacinação. Isso porque toda vacina leva cerca de duas semanas para estimular níveis adequados de anticorpos. Um exemplo é o vírus da gripe (influenza): como ele circula intensamente durante o outono e o inverno, muitas pessoas já estão infectadas quando se vacinam e vão manifestar a doença, porém, na maior parte das vezes, de forma muito branda. Período de transmissibilidade — É o espaço de tempo durante o qual o agente infeccioso pode ser transferido, direta ou indiretamente, de uma pessoa infectada a outra, de um animal infectado ao homem, ou de um homem a um animal, inclusive insetos. Fonte: Sociedade Brasileira de Imunizações – SBIm RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA 2. ENTENDER A DIFERENÇA DA DOENÇA VIRAL E BACTERIANA (FISIOPATOLOGIA, QUADRO CLÍNICO, HEMOGRAMA) QUADRO CLÍNICO Infecções virais duram no mínimo sete dias, sendo que, entre o quarto e sétimo já começam a apresentar uma melhora acentuada. Todavia, pode haver grande variabilidade na virulência desses microorganismos e na susceptibilidade do hospedeiro, com comprometimento bem maior do epitélio das vias aéreas e dessa forma com período de convalescência maior para resolução dos problemas. Essas informações também devem ser compartilhadas com o paciente e familiares, associadas à orientação para que a criança seja observada quanto à evolução do seu estado geral, se necessário pelo médico, e pela família, continuamente. CRIANÇAS NA FAIXA DE 3 ANOS, ACIMA DE 2 ANOS ATE 5 ANOS, PODEM TER GRIPE DE 6 A 12 VEZES POR ANO SECREÇÃO E FEBRE: Deve ficar claro que mais importante que a presença de secreção verde- amarelada por alguns dias, são achados de recaídas nos sinais e sintomas. A verdade é que febre alta e a coloração da secreção nasal são interpretadas pelos pais, invariavelmente como sinal de infecção que necessita de antibiótico. A secreção verde-amarelada é fruto da deterioração dos polimorfonucleares e de suas enzimas. Além da informação de quanto tempo a secreção está colorida, ou se ela voltou a tornar- se verde-amarela depois de clarear, um aspecto importante é esclarecer se a secreção é assim durante todo o dia ou mais pela manhã. Os quadros bacterianos costumam apresentar secreção purulenta constantemente, enquanto que nos virais, essas características aumentam pela manhã em decorrência da estase (ACUMULO) de secreções nas vias aéreas durante a noite. Quanto à febre, deve ser esclarecido que não é sinônimo de gravidade e sim da intensidade da resposta imune do indivíduo, pela presença de um processo inflamatório de origem infecciosa, quer seja viral ou bacteriana. Lembrar que, especialmente em crianças pequenas, a febre costuma ser elevada, tanto para processos virais como para bacterianos. A febre deve ser controlada em casos de elevação excessiva, pelo desconforto que causa, além de riscos como as convulsões febris. Nas IVAS, as complicações mais comuns e motivo de diagnósticos equivocados diariamente são as rinossinusites agudas, otites médias agudas (OMAs) e faringotonsilites. Nesse sentido, as evidências atuais indicam que mesmo quadros de rinossinusites agudas e otites agudas bacterianas possuem elevado percentual de resolução espontânea (70-80%). Enquanto nas faringotonsilites por estreptococo do Grupo A (beta-hemolítico), há tempo para prevenir as complicações não supurativas no caso de retardo do diagnóstico em pelo menos três dias. FONTE: MANUAL DE OTORRINOLARINGOLOGIA PEDIÁTRICA DA IAPO _______________________________________ HEMOGRAMA Desde a fase inicial das doenças bacterianas, são frequentemente observadas elevações na contagem de leucócitos (leucocitoses), mais comumente à custa de neutrofilia, tanto relativa como absoluta, muitas vezes acompanhadas de aumento do número e do percentual de formas mais jovens de granulócitos (mieloblastos, promielócitos, mielócitos, metamielócitos) a que se denomina desvio à esquerda. Podem ainda ser observados quadros de leucopenia absoluta, com neutropenia, especialmente em infecções por bactérias Gram- negativas, mas também em tuberculose, brucelose e nas fases iniciais de algumas infecções virais (HIV, hepatites, citomegalovírus [CMV], vírus Epstein-Barr [EBV], sarampo, rubéola e varicela); nesses casos, podem ou não ser acompanhadas de desvio à esquerda. Podem, ainda, ser descritas granulações tóxicas nos neutrófilos, em graus variados. RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA Nas infecções causadas por vírus, a leucocitose ocorre frequentemente à custa de linfocitose relativa e absoluta. Nesse momento é frequente a descrição de graus variados de atipia linfocitária. Esses linfócitos atípicos, que representam formas ativadas de linfócitos T, podem ser distinguidos pelo bom hematologista de linfócitos atípicos encontrados em outras condições nosológicas, tais como as leucoses. Habitualmente o grau de atipia linfocitária fornece alguns indícios com relação à etiologia, uma vez que níveis de 10 a 20% são bastante inespecíficos, enquanto níveis de 50 a 80% sugerem infecção pelo EBV (VIRUS EPSTEIN-BARR, MONONUCLEOSE) e, mais raramente, CMV (CITOMEGALOVIRUS, dengue e hepatite A. FONTE: INFECTOLOGIA BASES CLÍNICAS E TRATAMENTO 3. CONHECER AS INFECÇÕES E CARACTERÍSTICAS DA INFECÇÃO DE VIAS AÉREASSUPERIORES As infecções das vias respiratórias superiores são as mais comuns na prática médica e responsáveis pela maior utilização de antimicrobianos, apesar de a maioria delas ser de causa viral. Avaliação cuidadosa do paciente, contato com indivíduos sintomáticos, exposição a ambiente de contato próximo (p. ex. creches e escolas), momento epidemiológico e sazonalidade de algumas infecções são variáveis que auxiliam na adequada abordagem do paciente com infecções das vias respiratórias superiores. RINOSSINUSITE O termo denomina os processos infecciosos que acometem os seios paranasais, uma vez que, quase sempre, a rinite e a sinusite são doenças em continuidade. A rinite pode ocorrer isoladamente (alérgica ou infecciosa), entretanto, a sinusite raramente se desenvolve sem que haja rinite. Os seios frontal, etmoidal, esfeoidal e maxilar são cavidades situadas ao redor das fossas nasais, com as quais se comunicam através de canais e óstio. . A inflamação e o edema do complexo ostiomeatal podem levar à obstrução dos óstios de drenagem dos seios paranasais, acarretando diminuição da oxigenação do seio, do movimento dos cílios e, consequentemente, do clearance mucociliar, estase de secreção e infecção. • FATORES LOCAIS: anormalidade anatômicas (desvio de septo, concha média bolhosa), pólipos nasais, rinite alérgica e corpos estranhos. • FATORES REGIONAIS: incluem as infecções dentárias. • FATORES SISTÊMICOS: desnutrição, diabetes, imunodepressão, hipogamaglobulinemia e uso prolongado de quimioterápicos e corticosteroides. • Fator predisponente mais comum da rinossinusite aguda é a infecção viral das vias respiratórias superiore A maior dificuldade na prática diária é diferenciar a rinossinusite viral das rinossinusites alérgica e bacteriana secundária, principalmente nas crianças. Infecção bacteriana secundária aguda: a persistência e a gravidade dos sintomas. Em geral, o décimo dia de sintomas separa uma infecção viral de uma bacteriana, e o trigésimo dia separa a rinossinusite aguda de uma rinossinusite subaguda ou crônica. A maiorias das rinossinusites virais tem duração máxima de 5 a 7 dias. Embora o paciente possa não estar assintomático no décimo dia, já apresenta melhora significativa no quadro clínico. Pacientes com rinossinusite subaguda ou crônica apresentam história mais protraída, com sintomas respiratórios por mais de 30 dias. • A obstrução nasal e a tosse (diurna e noturna); RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA • Dor de garganta; • Respiração bucal secundária à obstrução nasal; • Rinorreia são menos comuns; • Febre é infrequente. No exame otorrinolaringológico: • rinorreia mucopurulenta anterior ou posterior; • edema; • hiperemia da mucosa nasal; • orofaringe pode estar hiperemiada; • aumento dos folículos linfoides • dor à palpação dos seios da face. Os agentes etiológicos mais comuns das rinossinusites agudas bacterianas, tanto em adultos como em crianças, são: Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae. Em menor frequência Moraxella catarrhalis, Staphylococcus aureus e estreptococo beta-hemolítico. _______________________________________ OTITE MÉDIA Infecção da orelha média, da tuba auditiva e de celas da mastoide. Em geral, aparece subitamente, na maioria das vezes precedida por infecção viral das vias respiratórias superiores. É a infecção das vias aéreas superiores mais diagnosticada nos EUA. Sintomas e sinais clínicos: • Otalgia; • Febre; • Irritabilidade; • Choro; • Inapetência Principais achados na otoscopia são: • Abaulamento; (mais importante) • Perda da transparência; • Alteração na cor. A OMA pode ser causada por vírus ou bactérias. Os vírus mais frequentemente associados à OMA são: vírus sincicial respiratório, adenovírus e influenza A e B. • Alteram a mucosa da tuba auditiva; • Diminuem a função dos leucócitos polimorfonucleares (predispondo, dessa maneira, à infecção bacteriana). O tratamento da OMA de origem viral consiste em medidas sintomáticas de ordem geral. Os sinais e os sintomas locais e sistêmicos da OMA podem ser aliviados imediatamente, com o uso de analgésicos, antipiréticos e antieméticos comuns. As principais bactérias responsáveis pela OMA são: Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis Os antibióticos são geralmente indicados se houver suspeita de etiologia bacteriana. Em geral, a escolha do antibiótico na OMA é empírica e deve considerar a eficácia e a segurança do agente antimicrobiano, assim como a aderência do paciente ao tratamento e o seu custo. _______________________________________ LARINGITES A laringite aguda catarral é afecção de etiologia viral e acompanha os processos infecciosos das vias respiratórias superiores. O agente etiológico mais comum é o vírus parainfluenza. Entretanto, podem estar implicados outros vírus, como parainfluenza, influenza A, rinovírus, sincicial respiratório e, mais raramente, Mycoplasma pneumoniae. Quadro clínico: Tosse rouca. Febre baixa; Disfonia; Dor; Irritação na garganta; RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA Menos comumente, dispneia e estridor inspiratório. Para a resolução do processo costumam ser suficientes medidas de apoio, como: hidratação, umidificação das vias respiratórias com vapor d’água, repouso vocal e o afastamento de possíveis fatores irritantes (principalmente tabagismo domiciliar e poluentes ambientais). A epiglotite ou laringite supraglótica é infecção bacteriana da laringe supraglótica, causada pelo Haemophilus influenzae b (Hib), que acomete crianças entre 2 e 6 anos de idade. Doença potencialmente fatal. Quadro clínico: • Febre alta; • Dor de garganta; • Sialorreia; (PERDA DE SALIVA PELA BOCA) • Dispneia; • Estridor inspiratório. A radiografia da região cervical pode revelar aumento do volume da epiglote, obliterando a valécula. O paciente deve ser encaminhado de imediato a ambiente hospitalar, onde se possa realizar uma laringoscopia, sob supervisão de um anestesiologista, para confirmação do diagnóstico. O tratamento clássico é constituído por intubação orotraqueal durante 48 a 72 h, corticoterapia sistêmica em doses anti- inflamatórias, hidratação intravenosa, nebulizações com oxigênio e soro fisiológico e antibioticoterapia com cefalosporina de terceira geração. A laringite estridulosa, também conhecida como laringite sufocante da infância ou subglótica, caracteriza-se por episódio súbito de dispneia noturna, progressiva, acompanhada de tosse rouca, cornagem, estridor e retração intercostal. O paroxismo da tosse é seguido de vômitos que provocam a cessação do ataque. Geralmente, acomete crianças entre 1 e 4 anos de idade, em episódios isolados, ou repetindo-se durante duas a três noites. Embora fatores associados, como hiperplasia de vegetações adenoideanas, infecções de vias respiratórias superiores e alergia respiratória, possam acompanhar o quadro, sabe- se que a maioria dessas crianças apresenta algum grau de refluxo gastresofágico. A simples umidificação da vias respiratórias por meio de nebulizações com soro fisiológico é suficiente para aliviar os sintomas da crise, e medidas e tratamento medicamentoso antirrefluxo gastresofágico costumam prevenir suas recidivas. 4. DIFERENCIAR A FARINGOAMIGDALITE- GRIPE- RESFRIADO (manuscrito) 5. DEFINIR TERAPIAS ANTI-MICROBIANA PROFILÁTICA, EMPÍRICA E DIRIGIDA TEMOS DUAS VERTENTES: 1. EMPIRICA: → EXPERI E CONHE PROFI → ESTUDOS DOS DADOS CCIH → GRAM NEG - KLEB → ESBL → KPC 2. DIRIGIDA → CULTURA → ASPIRADO TRANQUEAL → URINA → PONTA DE CATETER → SENSÍVEL → MODERADO RENATALIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA Antibioticoterapia profilática: o uso de antibióticos para prevenir infecção cirúrgica (ferida operatória) tem sua indicação com base no risco de infecção ou em sua gravidade. Devem-se levar em conta alguns fatores de risco, entre os quais se destacam os seguintes: • potencial de contaminação da ferida cirúrgica; • condições clínicas do paciente; • tempo cirúrgico. De acordo com a classificação de feridas, plásticas estéticas são consideradas cirurgias limpas ou potencialmente contaminadas, quando o risco de infecção é de até 2,9%, nesse caso, não necessitam de antibioticoterapia profilática generalizada, que são recomendadas para cirurgias com duração acima de 3 horas e para grandes descolamentos e colocação de implantes, dessa forma, o uso de drenos não implica em antibioticoprofilaxia prolongada. De acordo com a literatura médica, o fármaco deve ser usado por via endovenosa, classicamente no momento da indução cirúrgica, para atingir níveis séricos elevados no momento em que os tecidos forem incisados, pois é a partir desse momento que ocorre a contaminação da ferida cirúrgica, devendo ser repetido, de acordo com a meia-vida do fármaco e o tempo de cirurgia, até que seja feita a síntese dos tecidos e fechamento da pele, que constitui uma proteção importante contra infecções. A profilaxia com antibióticos por longos períodos, além do tempo cirúrgico, não previne infecção, levando à seleção de cepas e consequente aumento da resistência bacteriana aos antibióticos. FONTE: REVISTA BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA 2010 O cuidado em relação à prevenção de uma infecção de sítio cirúrgico (ISC) é fundamental para diminuir os riscos à saúde dos pacientes bem como minimizar a incidência de morbidade e mortalidade. A antibioticoterapia profilática compreende na administração antecipada de um agente antimicrobiano, com a finalidade de prevenir às infecções de sítio cirúrgico. No entanto, esta ação é realizada mesmo que o paciente não apresente sinais e sintomas de um processo infeccioso no pré-operatório, por isso chama-se profilática. No Brasil, a incidência de ISC varia entre 3,40 a 13,26%. Mesmo assim, em muitos casos, as prescrições médicas utilizam a profilaxia antibiótica ainda que o paciente não possua indicação clínica que a justifique. Dentre os protocolos de administração correta da profilaxia antibiótica destacam-se alguns: medicação certa, dose certa, hora certa, mantendo a atenção para que não ultrapasse mais de 24 horas. Em relação aos procedimentos limpos não se utiliza profilaxia antibiótica, a menos que o paciente apresente comorbidades, afecções fisiológicas ou procedimentos cirúrgicos patológicos anteriores. Contudo, a administração prévia da profilaxia antibiótica, onde não há indicação para o uso, pode acarretar crescimento de resistência antimicrobiana, a qual vem tornando-se um problema de saúde pública. A infecção relacionada à assistência à saúde do paciente é uma grande preocupação no período perioperatório, pois estas acarretam uma recuperação mais lenta e maior probabilidade de ocorrência de eventos adversos. No entanto, a profilaxia antibiótica pode vir a contribuir com a diminuição dos riscos em algumas cirurgias. Fonte: artigo, A ANTIBIOTICOTERAPIA PROFILÁTICA EM PACIENTES SUMETIDOS A PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS. Antibioticoterapia terapêutica: é indicada quando há diagnóstico inequívoco de infecção e, se possível, de acordo com cultura e antibiograma. Na impossibilidade de poder esperar pelos exames, colher material para análise e, a seguir, RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA iniciar antibioticoterapia empírica, usando fármacos que tenham ação sobre a microbiota bacteriana local, até que fiquem prontos os exames que indicarão o agente causador da infecção e sua sensibilidade. A coleta de material deve ser feita por punção, evitando-se contaminação com a superfície da lesão que normalmente é colonizada por microbiota local. Em caso de coleta com cotonete, deve-se abrir a ferida e coletar material do seu interior, porque uma coleta inadequada leva a erro de diagnóstico. Quanto à duração da terapêutica, a tendência atual é de reduzi-la, tendo como parâmetros os achados locais e a condição clínica do paciente. A principal falha em terapêutica com antimicrobianos é por erro em identificar e tratar o foco da infecção; é preciso compreender, que abscesso deve ser drenado e não receber antibióticos. Necroses devem ser tratadas com ressecção e não com fármacos. Por fim, é importante lembrar que tanto a profilaxia quanto a terapêutica antimicrobiana inadequadas alteram a flora microbiota normal, com seleção de germes resistentes. Em cirurgia plástica estética, o risco de infecção é superestimado, levando ao uso excessivo de antibióticos. O ideal é que sejam seguidas as orientações da medicina baseada em evidências científicas, lembrando sempre que os antibióticos são apenas uma parte do nosso arsenal na luta contra as infecções, mas que existem outros cuidados que são tão ou mais importantes que o uso dos antibióticos. FONTE: REVISTA BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA 2010 O princípio básico da terapia antimicrobiana é a determinação do agente causal da infecção e do seu perfil de sensibilidade aos antimicrobianos, devendo o diagnóstico ser embasado em resultados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. Quando a definição do antimicrobiano é orientada por testes microbiológicos para os microrganismos isolados do paciente, trata-se de terapia específica. Por outro lado, há casos em que o início do tratamento deve ser feito antes do diagnóstico laboratorial, caracterizando a terapia empírica. O tratamento empírico é justificável em casos de gravidade da infecção, impossibilidade de se obter isolado clínico confiável e ineficiência de testes microbiológicos para algumas bactérias. A terapia empírica não deve prescindir da coleta de amostras para cultura antes do início da antibioticoterapia, é importante que os resultados laboratoriais sejam utilizados para ajustes da prescrição. Fonte: Diretriz Nacional para Elaboração de Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos em Serviços de Saúde, 2017 6. ESTUDAR OS DIFERENTES MODOS DOS AGENTES MICROBIANOS E MEDIDAS DE PRECAUÇÃO CONCEITO Tradicionalmente, existia diferença do conceito de antibiótico, que seriam os naturais, obtidos através de seres vivos, e quimioterápicos, aqueles obtidos artificialmente. Contudo, hoje são conceitos totalmente ultrapassado porque o cloranfenicol, algumas tetraciclinas e as quinolonas, entre outros, passaram a ser obtidos por síntese industrial. Os conceitos de antibiótico e de quimioterápico ficam superpostos, e recomenda- se o termo “antimicrobiano” para ambos. No entanto, o termo “antibiótico” está tão arraigado no dia a dia da Medicina que seu emprego continua válido, apesar de imperfeito. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS Atualmente, os antimicrobianos podem ser agrupados de várias formas. Classicamente, eles podem ser classificados de acordo com os seguintes aspectos: 1. classificação quanto ao espectro de ação 2. classificação quanto à estrutura química RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA 3. classificação quanto ao efeito sobre os microrganismos. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO ESPECTRO DE AÇÃO Por espectro de ação, entende-se que cada antibiótico está associado a um espectro particular de atividade. Esse espectro de atividade descreve o número de diferentes espécies de microrganismos que são sensíveis a esse fármaco, dependendo do mecanismo de resistência que essa bactéria apresente. Existem cinco grandes grupos de agentes patogênicosde importância médica: bactérias, vírus, fungos, protozoários e parasitos (multicelulares). As bactérias ainda podem ser divididas em seis categorias, que são gram- positivas, gram-negativas, micobactérias, riquétisias, espiroquetas e atípicas (micoplasmas, legionelas e clamídias). Nessa classificação quando se pensa em uma infecção, já consegue encaixar qual seria o melhor antibiótico a ser utilizado. Os antibióticos de amplo espectro são aqueles ativos contra várias espécies de bactérias, enquanto os de baixo espectro são ativos contra poucas espécies de bactérias. Dessa forma, os fármacos antimicrobianos podem ser classificados de acordo com os diferentes tipos de microrganismos sobre os quais cada um é capaz de exercer efeito. É importante saber quais são as drogas que agem nos anaeróbios, pois sempre que possível deve- se poupar os anaeróbios, uma vez que causa alteração maior na microbiota do organizamos. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ESTRUTURA QUÍMICA Conhecer a estrutura química dos antibióticos e saber como eles são agrupados é importante do ponto de vista clínico, pois tais conhecimentos auxiliam o médico na escolha racional do medicamento, uma vez que antibióticos do mesmo grupo químico apresentam, em geral, o mesmo mecanismo de ação e possuem um espectro de ação muito semelhante entre si. Além de partilharem mecanismo e espectro de ação semelhantes, o agrupamento dos antibióticos quanto à composição química é importante pelo fato de existir resistência cruzada entre os membros do mesmo grupo, na maioria dos casos. O conhecimento da resistência cruzada evita a terapêutica associada de duas drogas do mesmo grupo químico ou troca equivocada de um antibiótico por outro que será inibido pelo mesmo mecanismo de resistência. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO EFEITO SOBRE OS MICRORGANISMOS NÃO É UMA CLASSIFICAÇÃO MUITO UTILIZADA Os antibióticos antibacterianos podem ser classificados em: • bacteriostáticos, ou seja, aqueles que suprimem a atividade bacteriana, inibem o crescimento sem provocar a morte imediata (retirada a droga o efeito pode ser reversível); • bactericidas, que são os que eliminam as bactérias do organismo humano, causando alterações incompatíveis com a sobrevida bacteriana. Entretanto, sofrer um efeito ou outro é relativo, depende da concentração atingida pela droga no meio da infecção e da sensibilidade do microrganismo a droga. Qualquer antibiótico pode RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA ter um efeito ou outro sobre determinado germe, dependendo da sua concentração. MECANISMOS DE AÇÃO As drogas antimicrobianas exercem o seu mecanismo de ação de várias formas, por exemplo: 1. Interferindo na síntese da parede celular; 2. Alterando a permeabilidade da membrana citoplasmática; 3. Promovendo alterações na síntese proteica; 4. Inibindo a síntese de ácidos nucleicos; 5. Interferindo na replicação do cromossomo.
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