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Língua portuguesa - Livro 1-0035

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y Morfemas
Além das desinências, do radical, do tema, da vogal temática, temos como morfemas os afixos (prefixo e sufixo); são eles que possibilitam a formação
de novas palavras (morfemas derivacionais). Os afixos que se antepõem ao radical chamam-se prefixos; os que se pospõem denominam-se sufixos; os
afixos possuem significação maior que as desinências. Já vogal de ligação e a consoante de ligação são morfemas insignificativos, servem apenas para
evitar dissonâncias (hiatos, encontros consonantais), sequências sonoras indesejáveis. Veja:
- Palavras cognatas, família ideológica
Quando um grupo de palavras possui o mesmo radical, diz-se que o grupo é formado pela mesma raiz; quando as palavras irmanam-se pelo sentido,
temos a série sinonímica, a família ideológica: casa, moradia, lar, mansão, habitação etc.
- Radical: O “radical” é a base significativa da palavra; “raiz” é o morfema que contém o núcleo significativo comum a uma família linguística (radical
mais antigo).
- Prefixo: Os prefixos de nossa língua são de origem latina ou grega, alguns apresentam alteração em contato com o radical, assim o prefixo an-,
indicador de privação, transforma-se em a- diante de consoante.
Os prefixos possuem mais independência que os sufixos, pois provêm, em geral, de advérbios ou preposições, que têm ou tiveram vida independente.
- Sufixo: Os sufixos podem ser nominais, verbais ou adverbiais. Formam, respectivamente, nomes (substantivos, adjetivos), verbos e advérbios (a
partir de adjetivos). Exemplos: anarquismo, malufar, rapidamente.
y Processos de formação de palavras
Há dois grandes processos de formação: a derivação e a composição. Na derivação, temos apenas um radical, a palavra é derivada de outra; na compo-
sição temos ao menos dois radicais, a palavra é composta. Exemplos: girassol (composta), giratório (derivada).
- Tipos de derivação
Prefixal: cria-se uma palavra derivada a partir de um prefixo. Exemplo: disenteria.
Sufixal: cria-se uma palavra derivada a partir de um sufixo. Exemplo: doutorado.
Parassintética: cria-se uma palavra derivada por meio do acréscimo simultâneo de um prefixo e um sufixo. Se retirarmos qualquer um dos afixos,
não teremos palavra. Exemplo: adoçar.
Prefixal e sufixal: acréscimo não simultâneo de prefixo e sufixo. Retirando-se um dos afixos (ou os dois), ainda teremos palavra. Exemplo: deslealdade.
Derivação regressiva: esse tipo de derivação cria substantivos deverbais, isto é, derivados de verbos. Por isso, são substantivos que denotam ação.
Se o substantivo indicar ação e se, em relação ao verbo, possuir um menor número de fonemas, o primitivo será o verbo e o derivado, o substantivo
(a derivação ocorre por meio da supressão de fonemas). Exemplo: ataque.
Derivação imprópria: há duas possibilidades:
o substantivo comum vira próprio ou vice-versa: Rapaz, como ele joga, é um pelé!
- Mudança de classe gramatical
de substantivo comum para o substantivo próprio;
de substantivo próprio para comum;
de adjetivo para substantivo;
de substantivo para adjetivo;
de verbo para substantivo;
de substantivo/adjetivo/verbo para interjeição;
de verbo e advérbio para conjunção;
de adjetivo para advérbio;
de particípio para preposição;
de particípio para substantivo e adjetivo.
- Composição: Palavras compostas são aquelas que apresentam mais de um radical, no mínimo dois; os radicais primitivos perdem a significação
própria em benefício de um único significado.
Justaposição: os dois termos (radicais) conservaram a sua individualidade, não há alteração fonética.
Aglutinação: na composição, há perda de fonemas. Exemplo: aguardente, boquiaberto.
- Outros processos:
Onomatopeia: Trata-se da imitação de sons e ruídos da natureza. A partir das onomatopeias, formam-se novas palavras. Exemplo: miar/miado, latir/
latido, piar/pio.
Abreviação vocabular: Trata-se da redução de fonemas, a palavra se apresenta de forma reduzida e não plena. Exemplo: auto (automóvel).
Hibridismo: Trata-se de palavras, cujos morfemas são de línguas diferentes. Exemplo: sambódromo: português/grego.
Resumindo
F
R
E
N
T
E
 1
103
Quer saber mais?
Teatro
y Oduvaldo Vianna Filho. A mão n luv.
Música
y Bach. “Ária na corda sol”.
Artes plásticas
y Hélio Oiticica.
Livro
y HESSE, Hermann. O lobo d estepe. Tradução de Ivo Barroso. Rio
de Janeiro: Bestbolso, 2009.
Site
y Museu da língua portuguesa
org.br>.
Filme
y Diários de motocicleta. Direção: Walter Salles, 2004.
1 Fuvest
Capitulação
Delivery
Até pra telepizza
É um exagero.
Há quem negue?
Um povo com vergonha
Da própria língua
Já está entregue.
Luis Fernando Verissimo.
a) O título dado pelo autor está adequado, tendo
em vista o conteúdo do poema? Justifique sua
resposta.
b) O exagero que o autor vê no emprego da palavra
delivery se aplicaria também a telepizza? Justifi-
que sua resposta.
2 UFRJ Leia o texto a seguir.
[...] O distímico só enxerga o lado negativo do mun-
do e não sente prazer em nada. A diferença entre ele e
o resto dos mal-humorados é que os últimos reclamam
de um problema, mas param diante da resolução. O dis-
tímico reclama até se ganha na loteria. “Não fica feliz,
porque começa a pensar em coisas negativas, como ser
alvo de assalto ou de sequestro”, diz o psiquiatra Antônio
Egídio Nardi, professor da Universidade Federal do Rio
de Janeiro. [...]
Karina Klinger. “Mau humor crônico é doença e exige tratamento”. Folha
Online. 15 jul. 2004. Disponível em: <www.folha.com.br>.
O texto apresenta como tema central um transtorno
causado pelo mau funcionamento do timo (glândula
relacionada ao controle da afetividade e da emoção).
a) Identifique a palavra que, por meio do uso de pre-
fixo e sufixo, nomeia o portador desse transtorno.
b) Diferencie o referido transtorno de uma outra
categoria psicológica relativa ao humor apresen-
tada no texto, apontando a principal característica
de cada uma delas.
Exercícios complementares
3 Leia com atenção os seguintes versos de João Cabral
de Melo Neto em Morte e vida severina.
– E belo porque com o novo
 todo o velho contagia.
– Belo porque corrompe
 com sangue novo a anemia.
– Infecciona a miséria
 com vida nova e sadia.
– Com oásis, o deserto,
 com ventos, a calmaria.
1a ed. Nova Fronteira, 2006. p. 85
I. O poeta substantiva, nos dois primeiros ver-
sos, dois adjetivos que possuem entre si uma
relação de oposição, o que resulta em efeito
expressivo.
II. Em o novo e em sangue novo, a palavra em desta-
que assume diferentes classes gramaticais.
III. Nos dois últimos versos, o autor estabelece opo-
sições semânticas, o que cria certo efeito de
sentido.
Está(ão) correta(s):
 apenas I.
 apenas II.
C apenas III.
 apenas I e II.
 todas.
Texto para a questão 4.
E agora, pronta de todo ela está ficando, cá que cada
vaqueiro pega o balanço de busto, sem querer e imitativo, e
que os cavalos gingam bovinamente. Devagar, mal percebi-
do, vão sugados todos pelo rebanho trovejante – pata a pata,
casco a casco, soca soca, fasta vento, rola e trota, cabisbaixos,
mexe lama, pela estrada, chifres no ar.
A boiada vai, como um navio.
João Guimarães Rosa. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1969.
104 LÍNGUA PORTUGUESA Capítulo 2 Morfologia – Formação de palavras
4 AFA Considere as seguintes afirmações:
I. Em os cavalos gingam bovinamente e A boiada vai
temos duas palavras cognatas.
II. Em bovinamente temos um neologismo formado
por composição.
III. Em pata a pata, casco a casco, soca soca o ritmo
remete ao trotar do animal.
IV. Ao dizer que os cavalos gingam bovinamente o au-
tor estabelece uma comparação.
Estão corretas:
 I e II.
 II e III.
C II, III e IV.
 I, III e IV.
 I, II e III.
Texto para a questão 5.
– Uai, eu?
Se o assunto é meu e seu, lhe digo, lhe conto; que
vale enterrar minhocas? De como aqui me vi, sutil assim,
por tantas cargas-d’água. No engano sem desengano: o
de aprender prático o desfeitio da vida.
Sorte? A gente vai – nos passos da história que vem.
Quem quer viver faz mágica. Ainda mais eu, que sempre
fui arrimo depai bêbado. Só que isso se deu, o que quan-
do, deveras comigo, feliz e prosperado. Ah, que saudades
que eu não tenha... Ah, meus bons maus tempos! Eu
trabalhava para um senhor doutor Mimoso.
Sururjão, não; é solorgião. Inteiro na fama – olh’alegre,
justo, inteligentudo – de calibre de quilate de caráter. Bom
até-onde-que, bom como cobertor, lençol e colcha, bom
mesmo quando com dor de cabeça: bom, feito mingau
adoçado. Versando chefe os solertes preceitos. Ordem, por
fora; paciência por dentro. Muito mediante fortes cálculos,
imaginado de ladino, só se diga. A fim de comigo ligeiro
poder ir ver seus chamados de seus doentes, tinha fechado
um piquete no quintal: lá pernoitavam, de diário, à mão,
dois animais de sela – prontos para qualquer aurora.
Vindo a gente a par, nas ocasiões, ou eu atrás, com
a maleta dos remédios e petrechos, renquetrenque, estu-
dante andante. Pois ele comigo proseava, me alentando,
cabidamente, por norteação – a conversa manuscrita.
Aquela conversa me dava muitos arredores. Ô homem!
Inteligente como agulha e linha, feito pulga no escuro,
como dinheiro não gastado. Atilado todo em sagacidades e
finuras – é de “fimplus”! “de tintínibus”... – latim, o senhor
sabe, aperfeiçoa... Isso, para ele, era fritada de meio ovo.
O que porém bem.
João Guimarães Rosa. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1985.
5 Uerj A obra de Guimarães Rosa, citado como grande re-
novador da expressão literária, é também reconhecida
pela contribuição linguística, por causa da utilização de
termos regionais, palavras novas, não dicionarizadas, o
que chamamos neologismos, especialmente para ex-
pressar situações ou opiniões de seus personagens.
a) Retire do primeiro parágrafo um exemplo de
neologismo e explique, em uma frase completa,
o seu sentido no texto.
1
2
3
4
b) Compare o adjetivo “inteligentudo” (par. 3) com
“barbudo”, “barrigudo”, “sortudo”. Escreva duas
formas da língua padrão – a primeira com duas
palavras, a segunda com uma palavra – que
equivalem semanticamente ao neologismo “inte-
ligentudo”.
Texto para a questão 6.
Epitáfio para um banqueiro
n e g ó c i o
ó c i o
o
e g o
José Paulo Paes. Anatomias. Editora Cultrix,1967. p. 17.
6 “Epitáfio para um banqueiro” enfoca um tema literário
bastante atual: o egoísmo, a solidão do indivíduo, a
falta de comunicação que o leva a se fechar nos limi-
tes de sua própria existência e, consequentemente,
ver o mundo sempre deformado por uma visão in-
dividualista. Tomando por base essas observações:
a) faça uma descrição do plano semântico-visual do
texto, de modo que revele sua compreensão do
poema como um “epitáfio”.
b) aponte o signo linguístico que, em uma da linhas
do poema, demarca a característica do indivíduo
como ser em si, exclusivista e isolado. Dê um
exemplo de uma palavra composta em que esse
signo linguístico esteja presente.
Texto para a questão 7.
Estados Unidos querem ‘lulalização’ de Chávez,
diz embaixador
O embaixador da Espanha em Washington, Carlos
Westendorp, afirmou que o objetivo da política nor-
te-americana para a Venezuela, compartilhado pelos
espanhóis, é o de “lulalizar” o presidente do país, Hugo
Chávez.
O termo mostra que o interesse dos Estados Unidos é
levar Chávez a ações internas e externas mais ortodoxas,
à semelhança do ocorrido com Lula.
Clóvis Rossi. Folha de S.Paulo. 31 mar. 2005. (Adapt.).
7 Considere as seguintes afirmações.
I. O termo “lulalização” é um neologismo formado
por sufixação, que possui, no contexto, uma carga
semântica positiva aos olhos dos americanos.
II. Pode-se inferir do contexto da notícia que há um
certo intervencionismo dos Estados Unidos nos
assuntos relativos ao nosso país. F
R
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