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Língua portuguesa - Livro 3-0048

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LÍNGUA PORTUGUESA Capítulo 12 O Modernismo no Brasil: primeira geração142
6 PUC-Campinas 2017 O autor do texto deixa ver uma con-
tradição entre adeptos do Modernismo, ao observar que
A a ruptura com as formas clássicas impedia qualquer
retorno ao “velho”.
b o futurismo significa uma ruptura radical com o pas-
sadismo
 o futurismo era um compromisso com propostas
renovadoras.
d o passadismo era atirado de uma vez por todas no
lixo da história.
E a ruptura com o “velho” se dá por quem ainda man-
tém laços com ele.
7 PUC-Campinas 2017 O modernista Oswald de Andrade
chegou a dizer que somos todos futuristas porque so-
mamos um povo de mil origens, arribado em mil barcos,
com desastres e ânsias, aludindo assim
A aos gêneros literários que deveriam ser frequentados.
b à diversidade da nossa composição histórica, étni-
ca e cultural.
 às diversas facções em que se dividiam os moder-
nistas.
d à força da aristocracia na condução de nossas ma
nifestações artísticas.
E às formas de atuação a que estavam presos os ar
tistas conservadores.
8 PUC-Campinas 2017 O afã de rompimento com o passa-
do e o entusiasmo presente em movimentos artísticos
contemporâneos ao futurismo, na Europa, ecoavam
um contexto marcado
A pelos efeitos da industrialização nas grandes ca
pitais europeias, responsável pela glamorização
de cidades como Londres, e o desenvolvimento
de uma contracultura que questionava os hábitos
burgueses e preconizava um “homem novo”, mais
próximo da natureza e do hedonismo.
b pelo trauma das duas grandes guerras, que arrasa
ram as principais cidades e despertaram um forte
desejo de renovação e a busca de novos paradig
mas estéticos e projetos utópicos de sociedade
que pudessem se contrapor ao niilismo vigente.
 pela rejeição ao romantismo, à pintura de cavalete
e ao espírito da Belle Époque, diante do evidente
crescimento dos movimentos operários e da dis-
seminação das ideias socialistas e revolucionárias,
que conduziam os artistas à militância política de
esquerda.
d pela herança do fascismo, que se amparara em dis
cursos inflamados que saudavam a perspectiva de
construção de sociedades tecnológicas, ordena-
das, vanguardistas, semelhantes à norte-americana
e opostas à velha Europa.
E pela recusa crescente à arte academicista e à busca
de propostas formais que traduzissem a realidade
vertiginosa da modernidade, explorando a beleza
encontrada nas máquinas, nas geometrias, no uso
da eletricidade e na comunicação de massa.
9 Enem 2013
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o culpado de tudo 27 set
2011 a 29 jan. 2012. São Paulo: Prol Gráfica, 2012.
O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de
que a brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto
à questão da identidade nacional, as anotações em
torno dos versos constituem
A direcionamentos possíveis para uma leitura crítica
de dados histórico-culturais
b forma clássica da construção poética brasileira
 rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol.
d intervenções de um leitor estrangeiro no exercício
de leitura poética.
E lembretes de palavras tipicamente brasileiras subs-
titutivas das originais.
Texto para as questões 10 e 11.
Nunca vi cidade tão caracteristicamente brasileira
como a “boa terra”. Boa Terra! É isso mesmo. A gente mal
pisou na Cidade Baixa, de Salvador, e já se sente em casa
como se ali fosse a grande sala de jantar do Brasil, reces-
so de intimidade familiar de solar antigo com jacarandás
pesados e nobres.
Ali a gente se sente mais brasileiro Em mim confes-
so que, mais forte do que nunca, estremeceram aquelas
fundas raízes raciais que nos prendem ao passado extinto,
ao presente mais remoto Raízes em profundidade e em
superfície. [...] Comoção brasileira, como experimentei
também vendo o coro de anjinhos mulatos de Tarsila do
Amaral
(Adaptado de: BANDEIRA, Manuel. Crônicas da Província do Brasil. In: Poesia
completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985, p. 441)
10 PUC Campinas 2018
Sou bem-nascido. Menino,
Fui, como os demais, feliz
Depois veio o mau destino
E fez de mim o que quis.
F
R
E
N
T
E
 2
143
Esses versos de Manuel Bandeira atestam
A sua adesão ao que havia de mais radical na poética
dos modernistas de 1922
b a poesia que compôs ainda nos moldes de uma
linguagem mais tradicional.
 seu ingresso na corrente modernista conhecida
como Verde-Amarelismo.
d a influência que recebeu da poesia condoreira
romântica.
E sua empatia para com os ideais da Geração de 1945.
11 PUC-Campinas 2018 Tarsila do Amaral foi um dos no
mes fundamentais de um movimento cultural que, em
sua época, valorizava a
A perspectiva do darwinismo social como forma de
orientar a miscigenação, elegendo o afrodescen
dente nordestino como brasileiro típico, em sintonia
com o integralismo.
b mestiçagem racial e a cultura popular brasileira,
que deveria inspirar novas formas estéticas e po-
líticas culturais.
 cultura latino-americana, os meios de comunicação
de massa e as vanguardas que pregavam a reno-
vação do patrimônio artístico e histórico, na linha
do futurismo
d superação e apagamento do passado escravista
brasileiro, por meio da modernização das artes e
da cultura sob inspiração indianista
E abordagem folclorista da cultura popular brasileira,
que deveria ser isolada das formas letradas e da
cultura erudita.
Textos para a questão 12
Texto 1
O artista brasileiro moderno tende a desconfiar do
dado imediato, isto é, do lugar da natureza, da cultura,
da história em que os outros querem situá-lo no mundo.
Entende-se: o dado, aquilo que é constituído pelo passa-
do natural e cultural, é, no Brasil, tomado principalmente
como o tempo do subdesenvolvimento, da dependên
cia cultural, política e econômica, da escravatura. É
da reação contra essa situação que surge a tendência
construtiva de quase toda a nossa melhor arte. Nesse
processo, não é o Brasil do passado que determina o
Brasil moderno Ao contrário: é o Brasil moderno que
reinventa o Brasil do passado. [...] Para o artista brasileiro,
pensar sobre o Brasil pensar o Brasil não pode deixar
de ser reinventá-lo. E creio que grande parte dos artistas
modernos, os vários modernismos desde 22, o concre-
tismo, o neoconcretismo, a bossa nova, o tropicalismo e
os artistas contemporâneos sempre se encontraram nes-
sa mesma situação ante a tarefa da inventio Brasilis: da
descoberta-invenção do Brasil.
CICERO, Antonio. “O construtivismo brasileiro”. Folha de S. Paulo,
São Paulo, 27 nov. 2010. Ilustrada, p. E 12.
Texto 2
Tua orla Bahia
No benefício destas águas profundas
E o mato encrespado do Brasil
Uma jangada leva os teus homens morenos
De chapéu de palha
Pelos campos de batalha
Da renascença
Este mesmo mar azul
Feito para as descidas
Dos hidroplanos de meu século
Frequentado rendez-vous
De Holandeses de Condes e de Padres
Que Amaralina atualiza
Poste das saudades transatlânticas
Riscando o ocre fotográfico
Entre Itapoã e o farol tropical
A bandeira nacional agita-se sobre o Brasil
A cidade alteia cúpulas
Torres coqueiros
Árvores transbordando em mangas rosas
Até os navios ancorados
Forte de São Marcelo
Panela de pedra da história colonial
Cozinhando palmas
E as tuas ruas entreposto do Mundo
E os teus sertanejos asfaltados
E o teu ano de igrejas diferentes
Com um grande dia santo
ANDRADE, Oswald de. “Versos baianos”. Cadernos de poesia do aluno
Oswald: poesias reunidas. São Paulo: Círculo do Livro, s.d. p. 145-146.
12 Uesc 2011 Explique como se processa, no poema de
Oswald de Andrade (modernista de 22), a reinvenção
do Brasil comentada no texto 1 Documente sua res-
posta com versos do texto 2.
13 UFU 2011 Em vários capítulos de Memórias sentimen-
tais de João Miramar, Oswald de Andrade apresenta
a paisagem urbana e caótica, bem como a diversida-
de da população.
Higienópolis fervilhou iluminações passos no jardim
idas à rua de crianças com jogos.
O irmão de José Chelinini interveio esgalgo almofa-
dinha impávido com sobriquete de Periquito e furtados
cigarros. Back batuta de ampeonatos sapecava shoots no
muro longe do quintal,tratando de canjas a mim e ao
conde, interventores estabanados.
Os pais vieram si sinhore lembrando nos olhos praias
satisfeitas de golfos humildes de Itália.
E gaffes jantaram vinhos finos
ANDRADE, Oswald de. Memórias sentimentais de João Miramar.
esgalgo: magro;
sobriquete: apelido.
a) Com base no comentário anterior, redija um texto
explicando o espaço urbano em que se desenro-
la este fragmento da narrativa.
) Identifique, nos estrangeirismos presentes no tex-
to, três influências culturais que se mesclaram à
cultura brasileira no início do século XX.
LÍNGUA PORTUGUESA Capítulo 12 O Modernismo no Brasil: primeira geração144
14 Unifesp 2019 Os _________ haviam “civilizado” a ima-
gem do índio, injetando nele os padrões do cavalheirismo
convencional. Os ___________, ao contrário, procura-
ram nele e no negro o primitivismo, que injetaram nos
padrões da civilização dominante como renovação e
quebra das convenções acadêmicas.
(Antonio Candido Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.)
As lacunas do texto devem ser preenchidas, respec-
tivamente, por
A românticos e simbolistas.
b árcades e simbolistas
 árcades e modernistas.
d românticos e modernistas.
E simbolistas e modernistas.
15 FGV-RJ 2016 Entre as estratégias expressivas de que
se vale o poema, só NÃO se encontra a
A reprodução da variante oral popular da linguagem
b referência a verso célebre da literatura brasileira,
extraído de I Juca-Pirama, de Gonçalves Dias.
 estrutura semelhante à do “poema-piada”, pratica-
do no Modernismo.
d utilização de versos brancos e de versos livres.
E citação de expressões do tupi guarani, do nheen
gatu e da língua iorubá
16 FGV-RJ 2016 Considere as seguintes anotações refe-
rentes ao poema de Oswald de Andrade:
I. Mistura de registros linguísticos, níveis de lingua
gem e pessoas verbais incompatíveis entre si.
II. Paródia das narrativas que pretendem relatar a
fundação do Brasil.
III. Glosa humorística do tema habitual das “três ra-
ças formadoras” do povo brasileiro.
Contribui para o caráter carnavalizante do poema o
que se encontra em
A II e III, somente
b II, somente
 I, II e III.
d I e II, somente.
E I, somente.
17 Unesp 2015 Em 1924, uma caravana formada por Má-
rio de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e
o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, entre outros, per-
correu as cidades históricas mineiras e acabou entrando
para os anais do Modernismo.
O movimento deflagrado em 1922 estava se reconfigurando. (MARQUES,
Ivan. “Trem da modernidade”. Revista de História da Biblioteca
Nacional, fev. 2012. Adapt.)
Entre as características da “reconguração” do Mo-
dernismo, citada no texto, podemos incluir
A a politização do movimento, o resgate de princípios
estéticos do parnasianismo e o indigenismo
b a retomada da tradição simbolista, a defesa da in
ternacionalização da arte brasileira e a valorização
das tradições orais.
 a incorporação da estética surrealista, o apoio ao
movimento tenentista e a defesa do verso livre.
d a defesa do socialismo, a crítica ao barroco brasilei-
ro e a revalorização do mundo rural.
E a maior nacionalização do movimento, o declínio
da influência futurista e o aumento da preocupação
primitivista.
18 Unisc 2017 Leia atentamente o trecho de Macunaíma, de
Mário de Andrade
No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói
de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite.
Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escu-
tando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas
pariu uma criança feia Essa criança é que chamaram de
Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar De primeiro
passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a
falar exclamava:
– Ai! que preguiça!...
e não dizia mais nada Ficava no canto da malo-
ca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho
dos outros e principalmente os dois manos que tinha,
Maanape já velhinho e Jiguê na força de homem. O
divertimento dele era decepar cabeça de saúva Vivia
deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma
dandava pra ganhar vintém E também espertava quan
do a família ia tomar banho no rio, todos juntos e nus.
Passava o tempo do banho dando mergulho, e as mu
lheres soltavam gritos gozados por causa dos guaimuns
diz que habitando a água doce por lá No mucambo si
alguma cunhatã se aproximava dele pra fazer festinha.
Macunaíma punha a mão nas graças dela, cunhatã se
afastava. Nos machos guspia na cara. Porém respeitava
os velhos e frequentava com aplicação a murua a poracê
o torê o bacorocô a cucuicogue, todas essas danças
religiosas da tribo
(ANDRADE, Mario de. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Belo
Horizonte: Itatiaia, 1987. p. 9)
A partir da interpretação do trecho acima, assinale a
alternativa correta
A Macunaíma é um típico herói idealizado do Ro-
mantismo
b Observa-se, no trecho acima, que o comportamen-
to da personagem está em sintonia com o ambiente
em que vive, sendo, por esse motivo, um romance
típico do Naturalismo
 O trecho apresenta a inovação em termos de lin-
guagem que caracteriza as obras literárias da
primeira geração do Modernismo.
d O texto apresenta as características que marcam o
regionalismo crítico da prosa da segunda geração
do Modernismo
E O aprofundamento psicológico da personagem
permite afirmar que se trata de um romance da ter
ceira geração do Modernismo brasileiro.

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