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Os usos e as aplicações da pesquisa como uma ferramenta também de ensino

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – ICS
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Os usos e as aplicações da pesquisa como uma ferramenta também de ensino
Segundo (FREIRE, 2001, p.21-22) “Ninguém educa ninguém, e ninguém se educa sozinho. A educação, que deve ser um ato coletivo, solidário, um ato de amor”, desde os primórdios da educação, o professor sempre foi visto como sendo um profissional que sabia apenas ensinar os alunos de uma forma usualmente mecanizada, sem se preocupar com a própria prática de ensino e com os seus alunos, se eles realmente estavam assimilando os conteúdos ou não. 
A educação não precisa ser restringida apenas aos professores dentro de uma sala de aula, mas de uma maneira simplória e genuína, a educação é um dever em conjunto, com as famílias e com a sociedade, de acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educacional Nacional), nº 9394 de 1996. Art. 2º
“A educação, dever da família e do estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Partido desse pressuposto, há mais de 50 anos, na década de 60, o método Paulo Freire de alfabetização foi testado na cidade de Angicos, situada no sertão do Rio Grande do Norte, esse método tinha como objetivo alfabetizar adultos em 41 horas de aula, sem cartilha ou qualquer coisa semelhante. Também acredito que Paulo Freire pretendia também, despertar a consciência política dos alunos. Ele teve um contato mínimo com os participantes de seus métodos, estudou suas realidades e o contexto em que estavam inseridos.
	No documentário “Especial Paulo Tantos Freire, um homem de inúmeras possibilidades”, o episódio 2, mostra como se deu o método de alfabetização na cidade de Angicos. Uma das entrevistadas a de Eneide, onde frequentou as aulas com o seu pai e sua mãe, ela conta que as aulas eram bastante encantadoras “Quando falava a palavra tijolo, a imagem que projetava era de um homem construindo e utilizando tijolos”, para contextualizar, disse Eneide. O método aplicado por Freira, é de fácil aplicação, pois utiliza muito os conceitos andragógicos, os quais defendem muitos educadores.
	Em seu texto “A construção metodológica da pesquisa em educação:
Desafios”, Bernardete Gatti, mostra como os estudos situados na área da educação exigem mais qualidades ao longo do tempo, tanto na ordem científica, quanto na ordem profissional, para que seja discutido a construção metodológica em educação, se faz necessário saber os conceitos de investigação do campo suas implicações e autoafirmações.
	A autora problematiza principalmente a formação do professor, enquanto pesquisador, já que no geral, o que sobra é apenas a sala de aula, e alguns pensam que ser professor é apenas estar dando aula, e se for de sociologia, que 50 minutos é o suficiente para passar um conteúdo. Fazendo um aparado das metodologias quantitativas e qualitativas, deixo aqui algumas considerações.
Em um conceito geral, o enfoque qualitativo busca um tipo de separação dos dados coletados e das informações, enquanto o quantitativo delimita as informações e busca medir as variações da pesquisa. O enfoque quantitativo faz uso da coleta e sistematização dos dados para testar dúvidas atrás de uma solução, usando uma medição numérica e análises estatísticas que ajudam a promulgar diversos padrões e a estabelecer teorias, é basicamente um conjunto de processos. Através desse método, é possível extrair objetivos e diversas perguntas. Após as perguntas é possível formular hipóteses e determinar as demais “variáveis”, determina um plano para testar essas variações e implicações, que nos possibilita estabelecer diversas conclusões.
Quando se propõe a usarmos os métodos quantitativos o que mais interessa é que de fato funcionam quando são usamos corretamente. A quantificação vem obtendo um êxito muito grandes nas pesquisas, ainda mais com o auxílio das ferramentas digitais, que possibilitam um resultado rápido de pesquisas feitas (as metodologias qualitativas também). E quando falamos de métodos qualitativos, é importante ressaltar que, perguntas que envolvem dúvidas e representações sociais não podem ser respondidas pela forma quantitativa.
O enfoque qualitativo também nos guia por temas bastantes significativos, por outro lado, contrariando o método quantitativo, onde a clareza acerca das perguntas de pesquisa e as hipóteses vem antes da coleta e análise dos dados, o enfoque indutivo-qualitativo desenvolve também perguntas antes, mas durante e depois da coleta e análise dos dados. Esse apanhado de perguntas serve como guia ou garimpo, para definir quais são as melhores perguntas a serem aprimoradas e respondidas no processo de interpretação do todo.
Na pesquisa sociológica, quando acreditamos que existe algo a ser descoberto, qualquer informação que nos forneça a possiblidade de fazer hipóteses usando os métodos é bem-vinda, tantos os quantitativos como os qualitativos, ambos podem auxiliar na compreensão do conhecimento empírico da sociedade e do mundo. Os resultados oriundos dos enfoques quantitativos são dados empíricos, caracterizados das realidades sociais, nas quais necessitam serem integradas teoricamente, e como fazemos quando inserimos alguma informação em uma análise sociológica. Para decidirmos o que aprender de novo, como aprender, onde fazer e afins, a nossa contribuição ao conhecimento sociológico e empírico, a pesquisa necessita que a gente faça uso das ferramentas teóricas para construir hipóteses e conseguir interpretar os resultados.
Conhecer o cotidiano e o campo a ser pesquisado, é fundamental para a obtenção de bons resultados, assim fez Paulo Freire, na cidade de Angico, antes de aplicar a metodologia de alfabetização tanto de adultos quanto de crianças por 40 horas de ensino, prática docente e principalmente dedicação, ao menos no que tange o ato de ensinar. Quando pensamento em pesquisa na educação, os desafios são muitos, mas estar sempre preparado, ou pesquisado, evita que tenhamos alguns baques fortes.
David Soares, em “A pesquisa como ferramenta de ensino em sociologia: sentidos, obstáculos e potencialidades em livros didáticos e em práticas docentes”, nos fomenta algumas observações acerca de se pensar a prática escolar em relação ao uso da pesquisa como ferramenta didática em sociologia, mas acredito que esse pensar também serve com guia para o se pensar em pesquisa nas outras áreas de ensino da educação básica.
Nas discussões feitas na matéria de “Pesquisa educacional”, vimos que pensar os usos e as aplicações da pesquisa como uma ferramenta também de ensino, é estar sempre atento nas mudanças geracionais, é enquanto professor educador, estar disposto a evidenciar os benefícios e a importância de pesquisar para os discentes, e o quão essencial é ter a chance de experenciar e constatar tudo o que se é discutido dentro da sala de aula, sob um olhar crítico, mas também de busca para respostas ainda não respondidas.
	Acredito assim como muitos, que a pesquisa é uma das formas primordiais para ajudar na educação do aluno, onde a mesma, deve ser desenvolvida dentro da sala de aula desde cedo. Segundo Demo (2011), é fundamental a importância de impregnar a convivência dos alunos com as táticas de pesquisa, de modo que, eles sejam bastante motivados diariamente a observar, e relatar com um olhar diferenciado o que escutam por meio dos exercícios pessoais.
Demo, ainda ressalta que, “[...] é essencial recuperar a atitude de pesquisa, assumindo a como conduta estrutural, a começar pelo reconhecimento de que sem ela não há como ser professor em sentido pleno”. Logo, o professor precisa desenvolver novas maneiras de ensinar o aluno, de tal maneira que facilite a futura jornada acadêmica dos alunos. 
A pesquisa entra na nossa vida como um meio a se desenvolver a habilidade única de buscar e criticar a informação, os dados atualmente são transmitidos de maneira muito rápida,sem haver de fato uma preocupação com a veracidade dos fatos, onde os estudantes não se preocupam em saber da veracidade dos fatos. A prática de informar esses pesares, se dar em obrigação ao professor transmitir aos seus alunos, a pesquisa se torna uma ótima ferramenta de ensino, é uma fonte verdadeiramente genuína de propagação de informação e inovação, melhora os conhecimentos prévios de ambos, sejam aluno ou professor, e melhora a forma de ensino, tornando todos instigados a pesquisar e motivados.
Referências
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 14ª ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 84 e 85.
GATTI, B. A. A construção metodológica da pesquisa em educação: desafios. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v. 28, p. 13-34, 2012.
GÜNTHER, Hartmut. 2006. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão? Psicologia: Teoria e Pesquisa, vol. 22, n. 02, p. 201-209
LDB. Nacional Educação D. B. Diretrizes Leis. Nº9394/96 artigo 2º
NACARATO, Adair Mendes. A parceria universidade-escola: utopia ou possibilidade de formação continuada no âmbito das políticas públicas? Revista Brasileira de Educação, v. 21, n. 66, p. 699-716, 2016.
POPPER, K. 2013. A lógica da pesquisa científica. 2ª ed. São Paulo: Cultrix
SOARES, D. G. A pesquisa como ferramenta de ensino em sociologia: sentidos, obstáculos e potencialidades em livros didáticos e em práticas docentes. Ciências Sociais Unisinos, vol. 53, n. 2, p. 378-388, 2017