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Química Analítica Turma: 02 (5T12 / 6T23) Profa. Dra. Mônica Rodrigues de Oliveira DACS / Sala 36 monica@ufersa.edu.br 2015.2 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE AGROTECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS mailto:monica@ufersa.edu.br Objetivos da Disciplina . Reconhecer e aplicar os conceitos teóricos necessários à compreensão das técnicas de análise química; . Estar apto a resolver problemas contextualizados envolvendo equilíbrios químicos, preparo de soluções, titulometria e gravimetria; . Demonstrar um senso crítico em relação aos procedimentos analíticos, estando capacitado a adaptar tais procedimentos aos casos onde uma análise química seja necessária. Química Analítica Conteúdo Programático 1. Introdução a Química Analítica; 2. Soluções; 3. Equilíbrio Químico; 4. Equilíbrios: Ácido-Base, Precipitação, Complexação e Oxidação-Redução; 5. Análise Volumétrica; 6. Volumetria: Neutralização, Precipitação, Oxidação-Redução e Complexação 7. Análise Gravimétrica 8. Espectrofotometria Química Analítica Bibliografia Básica MENDHAM, J. et al. Análise química quantitativa (Vogel). 6. Ed. Ver. Rio de Janeiro: LTC, 2002. 462 p. HARRIS, Daniel C. Análise química quantitativa. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. 862 p. VOGEL, Arthur Israel. Química analítica qualitativa. 5. ed. rev. São Paulo: Mestre Jou, 1981. 668 p. SKOOG, D.H. et al. Fundamentos de Química Analítica. 8. ed. São Paulo: Thomson, 2006. 999 p. Química Analítica Bibliografia Complementar KELLNER, R. et al. Analytical chemistry: the approved text to the FECS curriculum. Winheim: Wiley-vch, 1998. PINHEIRO, José Aurilo. Química analítica quantitativa: gravimetria e hidrovolumetria; noções teóricas e exercícios. Fortaleza: editora da UFC, 1983. 172 p. BACCAN, Nivaldo et al. Química analítica quantitativa e elementar. 2. ed. rev. ampl. São Paulo: Edgard Blücher; Campinas: editora da UNICAMP, 1979. 259 p. ALEXÉEV, Vladimir. Analyse quantitative. Traduction française. 2. ed. Moscou: editions MIR, 1989. 590 p. BARLET, Roger et al. Comprendre e approfondir la chimie: les équilibres chimiques. Paris: DUNOD, 1997. 186 p. TILQUIN, B. et al. Analyse chimique: exercices pratiques 2. ed. Beauvechain: editions NAUWELAERTS, 2002. 244 p. MOREAU, C.; PAYEN, J-.P. Solutions aqueuses: rappels de cours; exercices et problèmes corrigés. Paris: BERLIN, 1992. 351 p. GUERNET, Michel; GUERNET, Elisabeth; HENRENKNECHT-TROTTMANN, Christine. Chimie analytique: équilibres en solution. Paris: DUNOD, 2002. 211 p. HARVEY, David. Modern analytical chemistry. 1. ed. New York: McGraw-Hill, 2000. 816 p. Química Analítica Química Analítica Bibliografia Básica Informações Gerais * Normas de conduta; * Assiduidade: lista de chamada; * Cumprimento de prazos; * Material disponível no Sigaa; * Formas de avaliação: prova escrita individual. Química Analítica Química Analítica Cronograma 2015.2 I Avaliação: 11/03/2016 II Avaliação: 22/04/2016 III Avaliação: 03/06/2016 Reposição: ?/06/2016 IV Avaliação: ?/06/2016 Introdução a Química Analítica 1. O que é Química Analítica? 2. Qual o objetivo da Química Analítica? 3. Aplicações imediatas? Introdução a Química Analítica 1. O que é Química Analítica? Ramo da química que envolve a separação, identificação e determinação das quantidades dos componentes de uma amostra. É a análise de componentes químicos em uma determinada amostra. Introdução a Química Analítica 2. Qual o objetivo da Química Analítica? Desenvolvimento de métodos, e aperfeiçoamento daqueles já existentes, para identificação, separação e quantificação de um analito na amostra, além de produzir conhecimento científico nas da química e ciências afins. Introdução a Química Analítica 3. Aplicações * Análise de amostras naturais, ambientais e industriais; * Auxilia a pensar em termos químicos, planejar, realizar e interpretar resultados oriundos dos experimentos. A Química Analítica envolve métodos voltados para a determinação da composição da matéria. A identificação da natureza de uma substância presente em uma amostra desconhecida é denominada análise qualitativa. A identificação de quanto desta substância está presente é chamada de análise quantitativa. * Exemplos de materiais de interesse da Química Analítica: Amostras de petróleo, fertilizantes, ligas metálicas, produtos de síntese orgânica e inorgânica, aços diversos, medicamentos, reagentes químicos, minérios, águas naturais, sedimentos, alimentos, efluentes industriais, solos e ar atmosférico. Introdução a Química Analítica Química Analítica Análise QuantitativaAnálise Qualitativa Introdução a Química Analítica Introdução a Química Analítica Análise Qualitativa Historicamente o exercício da Química Analítica Qualitativa consistiu quase sempre da separação e identificação de cátions e ânions, através de procedimentos experimentais denominados "marchas analíticas". No decorrer dessas marchas a separação e identificação são feitas em função de formação de precipitados e do aparecimento de cores. Introdução a Química Analítica Quais os componentes da amostra? Há analitos na amostra? Identificam-se os tipos de elementos que constituem a amostra. Análise Qualitativa Introdução a Química Analítica Análise Quantitativa Abrange métodos e técnicas usadas para determinar as quantidades relativas dos diversos componentes. O objeto da Química Analítica Quantitativa é a determinação da massa ou concentração de um ou mais componentes da amostra. Quanto há de determinado componente na amostra? Qual a concentração do analito na amostra? Introdução a Química Analítica Determina-se a quantidade de cada constituinte na amostra. Análise Quantitativa Introdução a Química Analítica Análise Quantitativa Quantifica os componentes da amostra Amostras líquidas: g/L, mg/L, μg/L, etc.; Amostras sólidas: g/g, mg/kg, μg/kg, etc.; Amostras gasosas: g/L, mg/m3, μg/m3, etc.. Introdução a Química Analítica A análise química quantitativa pode ser estabelecida em etapas, cada qual com grau de importância e influência no resultado final da análise: 1. Definição do problema analítico; 2. Escolha do método adequado; 3. Obtenção de uma amostra representativa; 4. Pré-tratamento da amostra; 5. Análise Química; 6. Tratamento dos dados; 7. Apresentação dos Resultados. Problemas Analíticos * Controle de qualidade; * Controle de produção; * Avaliação ambiental (poluentes); * Exposição ocupacional. Introdução a Química Analítica Introdução a Química Analítica Química Analítica InstrumentaisClássicos Métodos Introdução a Química Analítica Métodos Clássicos * Análises esporádicas; * Aparelharem simples; * Baixo custo; * Macroanálises. Métodos Instrumentais * Análises de rotina; * Calibração de aparelhos; * Treinamento de pessoal; * Custo mais elevado; * Análise de traços; * Aplicação na indústria. Diversas outras características específicas das espécies químicas são exploradas na Química Analítica. Tais como: 2. Métodos Modernos ou Instrumentais 2.1 - Métodos Eletroanalíticos 2.1.1 - Potenciometria 2.1.2 - Condutimetria 2.1.3 - Eletrogravimetria 2.1.4 - Polarografia 2.1.5 - Voltametria 2.1.6 – Coulometria 2.1.7 - Amperometria 1. Métodos Clássicos ou Convencionais 1.1 - Gravimetria 1.2 - Titrimetria ou Volumetria Introdução a Química Analítica 2. Métodos Modernos ou Instrumentais 2.2 - Métodos Espectroscópicos 2.2.1- Espectroscopia de Absorção Molecular UV-VIS (EAM) 2.2.2 -Absorção Molecular Infra-Vermelho (IR) 2.2.3 -Absorção Atômica (EAA) 2.2.4 -Emissão Atômica (EC, DCP, ICP) 2.2.5 -Fluorescência Molecular 2.2.6 - Raios-X (Absorção, Difração E Fluorescência) 2.2.7 -Raman 2.2.8 -Ressonância Nuclear Magnética (RNM) 2.2.9 -Ativação por Neutrons (NAA) 2.2.10 - Eletrônica (ESCA, UPS, AUGER, SEM, EPMA) 2.2.11 -Espectrometria de Massa (ICP-MS)2.2.12 - Espectrofotometria Introdução a Química Analítica 2. Métodos Modernos ou Instrumentais 2.3 - Métodos Cromatográficos 2.3.1 - Cromatografia de Fase Sólida 2.3.2 - Cromatografia de Fase Líquida 2.3.3 -Cromatografia de Fase Gasosa 2.4 - Métodos Térmicos 2.4.1 - Termogravimetria (TG) 2.4.2 - Análise Térmica Diferencial (DTA) 2.4.3 - Calorimetria Dde Exploratória Diferencial (DSC) 2.5 - Métodos Radioquímicos 2.6 - Métodos Associados Introdução a Química Analítica Conceitos Importantes 1. Análise, determinação e medida Análise: um processo que fornece informações químicas ou físicas sobre os constituintes de uma amostra ou sobre a própria amostra. Ex: análise de glicose em uma amostra de sangue. Analitos: são os constituintes de interesse na amostra. Matriz: Todos os constituintes da amostra com exceção dos analitos. Introdução a Química Analítica 1. Análise, determinação e medida Determinação: análise de uma amostra com a finalidade de encontrar a identidade, concentração ou alguma propriedade do analito. Medida: determinação experimental de uma propriedade química ou física do analito. Ex: a CAERN analisa amostras de água para determinar a concentração de coliformes fecais pela medida do número de colônias de bactérias que se formam após um período específico de incubação. Introdução a Química Analítica 2. Técnicas, métodos, procedimentos e protocolos Técnica: uma técnica é um princípio químico ou físico que pode ser usado para analisar uma amostra. Ex: titulometria de neutralização, espectrofotometria de absorção molecular, fotometria de chama, etc. Método: é a aplicação de uma técnica para a determinação de um analito específico em uma matriz específica. Ex: Determinação do teor de vitamina C em suplementos vitamínicos por titulometria de oxi-redução. Procedimento: é um conjunto de diretivas escritas, que detalham como aplicar um método para uma amostra particular, incluindo informações sobre amostragem adequada, eliminação de interferências e validação de resultados. Ex: determinação de vitamina C segundo procedimento do Instituto Adolfo Lutz Introdução a Química Analítica 2. Técnicas, métodos, procedimentos e protocolos Protocolo: é um conjunto escrito de orientações estritas, que detalham um procedimento que deve ser seguido para a aceitação da análise pelo organismo oficial que estabeleceu o protocolo. Ex: determinação de um medicamento segundo procedimento da farmacopéia brasileira. Ex: técnicas, métodos, procedimentos e protocolos. Introdução a Química Analítica 3. Classificação de técnicas analíticas quanto ao sinal gerado Quando se analisa uma amostra através de uma técnica, gera-se um sinal químico ou físico cuja magnitude é proporcional à quantidade de analito na amostra. Um sinal pode ser qualquer parâmetro que possamos medir: massa, volume, corrente, absorbância, condutividade, etc. As técnicas analíticas podem ser classificadas em dois tipos segundo o sinal gerado: técnicas de análise total e técnicas de concentração. Introdução a Química Analítica 3. Classificação de técnicas analíticas quanto ao sinal gerado Introdução a Química Analítica 4. Selecionando um método analítico As análises químicas, de forma geral, existem para fornecer informações úteis na resolução de problemas. Podemos simplificar a abordagem analítica para a resolução de problemas da seguinte forma: 1. Identificando o problema; 2. Elaborando um procedimento experimental. Introdução a Química Analítica Introdução a Química Analítica 4. Selecionando um método analítico 5. Critérios usados na seleção de um método analítico Na escolha de um método analítico devemos considerar os seguintes critérios: exatidão, precisão, sensibilidade, seletividade, robustez, escala de operação, tempo de análise, disponibilidade de equipamento e custo. Introdução a Química Analítica Introdução a Química Analítica 5. Critérios usados na seleção de um método analítico Introdução a Química Analítica 5. Critérios usados na seleção de um método analítico Exatidão e Precisão 5. Critérios usados na seleção de um método analítico Introdução a Química Analítica c) Sensibilidade: é uma medida da habilidade de um método em distinguir entre duas amostras, expressa como a variação significante em um sinal por unidade de variação na quantidade de um analito. d) Limite de Detecção: é uma medida estatística acerca da menor quantidade de analito que pode ser determinada com confiança pelo método. Introdução a Química Analítica e) Seletividade: um método é dito seletivo quando seu sinal é função apenas da quantidade de analito presente na amostra. O sinal para uma determinada amostra é igual à soma do sinal referente ao analito e as interferências. Introdução a Química Analítica e) Seletividade A seletividade de um método para um dado analito em relação a um interferente é definida pelo coeficiente de seletividade. 5. Critérios usados na seleção de um método analítico Introdução a Química Analítica f) Robustez: um método é dito robusto quando pode ser aplicado para analitos em diversos tipos de matriz; g) Escala de Operação: um fator que limita a escolha do método analítico é a escala na qual a análise deverá ser realizada. Três limitações são importantes: a concentração do analito na amostra, a quantidade de amostra disponível e a quantidade absoluta de analito necessária para que se obtenha um sinal mensurável; h) Equipamento, Tempo e Custo; i) A escolha final: O Bom Senso! Introdução a Química Analítica a) Compensando interferentes: a exatidão de um método depende da seletividade deste para com o analito. Os interferentes podem provir da amostra ou dos reagentes utilizados. Uma prova em branco pode ser usada para compensar as interferências devidas aos reagentes; quanto as interferências contidas na amostra, estas devem ser eliminadas. Ensaio em Branco: análise realizada na ausência da amostra, somente o solvente e os reagentes usados 6. Desenvolvendo um procedimento analítico Após a seleção de um método é necessário desenvolver o procedimento. Nesta etapa devemos dar atenção à compensação de interferências, calibração de equipamentos, padronização, amostragem e validação do método. 6. Desenvolvendo um procedimento analítico Introdução a Química Analítica b) Calibração e Padronização Calibração: processo que garante que o sinal medido por um instrumento está correto. Exemplo: calibração de uma balança analítica Padronização: processo que estabelece a relação existente entre a quantidade de analito e o sinal do método. 6. Desenvolvendo um procedimento analítico Introdução a Química Analítica b) Calibração e Padronização Curva de Calibração: resultado de uma padronização que mostra graficamente como o sinal de um método varia com relação a quantidade de analito. Exemplo: curva de calibração relacionando a absorbância (sinal) com a concentração de hidroclorotiazida (analito). 6. Desenvolvendo um procedimento analítico Introdução a Química Analítica c) Amostragem: é o processo de obtenção de amostras. Amostra é a parte representativa de um todo (sistema) d) Validação: é o processo onde se verifica se um procedimento analítico rende resultados aceitáveis para a finalidade a que se propõe; 7. Erros em análise química Toda medida possui alguma incerteza, que é chamada de erro experimental. As conclusões podem ser expressas com um alto ou baixo grau de confiança, mas nunca com completa certeza. O erro experimental é classificado como: a) Erro Sistemático; b) Erro Aleatório. Introdução a Química Analítica 7. Erros em análise química a) Erro sistemático: também chamado de erro determinado, surge devido a uma falha de um equipamento ou na falha no projeto de um experimento. Se realizarmos o experimento novamente, exatamente da mesma maneira, o erro é reprodutível. A princípio, o erro sistemático pode ser descoberto e corrigido, emboraisso possa não ser fácil. b) Erro aleatório: também chamado de erro indeterminado, resulta dos efeitos de variáveis que não são controladas nas medidas. Introdução a Química Analítica