Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos Medicina UNITPAC TEMA: “HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO PELO HIV” ALUNA: Isabela Soares Eulálio MÓDULO: TIC’s TUTOR: Dr. Mário de Souza Lima e Silva PERÍODO: 4º Araguaína/ TO Novembro/2023 Como é a história natural da infeção pelo HIV? A história natural da infecção pelo HIV, do ponto de vista científico, pode ser dividida em várias fases distintas, cada uma marcada por eventos específicos na replicação viral e nas respostas do sistema imunológico. Vale ressaltar que a progressão da infecção pode variar consideravelmente de uma pessoa para outra. Aqui está uma descrição geral: Fase de Infecção Aguda: O HIV entra no organismo, predominantemente através de fluidos corporais como sangue, sêmen e secreções vaginais. Durante as primeiras semanas, ocorre a replicação viral rápida e disseminação pelo corpo. Sintomas agudos da infecção podem se manifestar, semelhantes a uma gripe, mas muitas vezes passam despercebidos. Fase Crônica Assintomática: O sistema imunológico inicia uma resposta contra o HIV, reduzindo a replicação viral a níveis mais baixos. A pessoa infectada pode permanecer assintomática por muitos anos, mas o vírus continua a se replicar em segundo plano. Durante esta fase, a contagem de células CD4+ pode diminuir gradualmente. Fase Sintomática Inicial: Os sintomas podem se desenvolver à medida que a contagem de células CD4+ continua a diminuir. Infecções oportunistas, como candidíase e infecções respiratórias, podem ocorrer devido à imunossupressão. Progressão para AIDS: A contagem de células CD4+ diminui significativamente, comprometendo a imunidade. O risco de infecções oportunistas graves e neoplasias aumenta. O diagnóstico de AIDS é feito quando a contagem de células CD4+ cai abaixo de um limiar específico ou quando ocorrem doenças associadas à AIDS. Fase Tardia ou SIDA Avançada: A imunossupressão severa pode levar a complicações graves, incluindo infecções e cânceres raros. A progressão da doença sem tratamento pode eventualmente resultar em morte. É importante notar que a introdução da Terapia Antirretroviral (TAR) mudou drasticamente o curso natural da infecção pelo HIV. A TAR inibe a replicação viral, permitindo a recuperação do sistema imunológico e prolongando a vida das pessoas infectadas. O tratamento eficaz com a TAR pode manter a carga viral indetectável, reduzindo significativamente o risco de transmissão e transformando o HIV em uma condição crônica gerenciável, em vez de uma sentença de morte iminente. RELAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA O conhecimento sobre a história da infecção pelo HIV desempenha um papel crucial na rotina médica, orientando a prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos pacientes. Aqui estão algumas aplicações práticas desse conhecimento na prática médica diária: 1. Prevenção e Educação: • Compreender a história natural da infecção pelo HIV permite aos profissionais de saúde educar efetivamente os pacientes sobre práticas seguras, uso de preservativos e medidas de prevenção. • A ênfase na prevenção primária, como a oferta de profilaxia pré- exposição (PrEP) para grupos de risco, é guiada pela compreensão da transmissão do vírus. 2. Testagem e Diagnóstico Precoces: • O conhecimento da fase aguda da infecção pelo HIV motiva a promoção de testes regulares, permitindo diagnósticos precoces e intervenções oportunas. • A história natural orienta os profissionais de saúde na interpretação de resultados de testes, incluindo carga viral e contagem de células CD4+. 3. Prescrição e Monitoramento da TAR (Terapia Antirretroviral): • Entender a replicação viral e os estágios da infecção ajuda os médicos a escolher e ajustar a TAR de maneira personalizada, considerando a resposta do paciente ao tratamento. • A gestão dos efeitos colaterais e a promoção da adesão à TAR são informadas pela compreensão dos estágios clínicos da infecção. 4. Manejo de Infecções Oportunistas e Complicações: • A história natural orienta o reconhecimento e tratamento de infecções oportunistas, bem como a prevenção de complicações associadas à imunossupressão. • O ajuste de tratamentos é guiado pela progressão da doença, otimizando o cuidado individualizado. 5. Aconselhamento e Suporte Psicossocial: • Conhecer os desafios psicossociais associados à infecção pelo HIV permite aos médicos oferecer suporte emocional, aconselhamento e encaminhamentos para recursos de apoio. • A abordagem holística considera não apenas a saúde física, mas também o bem-estar mental e emocional dos pacientes. 6. Pesquisa Clínica e Inovação: • O conhecimento da história natural impulsiona a participação em pesquisas clínicas, contribuindo para avanços em tratamentos, estratégias de prevenção e compreensão da patogênese do HIV. • A integração de novas descobertas na prática médica melhora continuamente a qualidade do cuidado. 7. Gestão de Casos Crônicos: • A abordagem ao HIV como uma condição crônica gerenciável, em vez de uma doença fatal, é sustentada pelo conhecimento da história natural e pelos avanços na TAR. • O cuidado a longo prazo incorpora monitoramento regular, ajustes na terapia e adaptações às necessidades evolutivas dos pacientes. Em resumo, o conhecimento profundo da história da infecção pelo HIV é essencial para guiar as práticas médicas no cuidado abrangente e eficaz de pacientes, desde a prevenção até o tratamento e a gestão a longo prazo. Essa compreensão informa decisões clínicas, promove a saúde pública e contribui para o progresso contínuo na abordagem dessa condição complexa. REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MoritaI, I.; Almeida M. A. S.; Patrício K. P.; Ribeiro F. A. H. Origem do Conhecimento sobre HIV/Aids: entre o Pessoal e o Acadêmico. Revista Brasileira de Educação Médica. São Paulo. 2012
Compartilhar