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CASO CONCRETO 3

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NAIRA DA SILVA MARCONDES
MATRÍCULA: 201508839689
CASO CONCRETO 3
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO...
MARIA SOUZA, estado civil, nacionalidade, professora, portadora da carteira de identidade nº....., inscrita no CPF sob o nº....., residente e domiciliada à...., Bairro..., CEP..., endereço eletrônico, vêm à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve (procuração anexa e endereço profissional), tempestivamente, impetrar
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR
pelo rito especial, em face de ato do REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO..., estado civil, nacionalidade, reitor, portador da carteira de identidade nº....., inscrito no CPF sob o nº....., residente e domiciliado à ......, Bairro..., CEP..., endereço eletrônico, pelos motivos de fato e de direito que passa à aduzir:
I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente a Impetrante informa a esse juízo que, atualmente, não dispõe de condições financeiras para arcar com custas processuais, tendo em vista que deixou de receber seus vencimentos em função do ato demissional, nos termos da Lei 1960/1950.
II. DOS FATOS
A Impetrante era servidora pública federal exercendo a função de professora nos quadros da UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO cujo Reitor é o Impetrado.
A Impetrante foi atacada em sala de aula por um dos seus alunos, Marcos Silva, que, com um canivete em punho e, em meio a ameaças, exigiu que ela modificasse a nota que lhe fora atribuída em uma disciplina do curso de graduação. Nesse instante, com o propósito de repelir a iminente agressão, a Impetrante conseguiu desarmar e derrubar o aluno, que, na queda, quebrou um braço. Diante do ocorrido, foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar (PAD), para apurar eventual responsabilidade da Impetrante. Ao mesmo tempo, ela foi denunciada pelo crime de lesão corporal. Na esfera criminal, ela foi absolvida, vez que restou provado ter agido em legítima defesa, em decisão que transitou em julgado.
O processo administrativo, entretanto, prosseguiu, sem a citação da servidora, pois a Comissão nomeada entendeu que ela já tomara ciência da instauração do procedimento por meio da imprensa e de outros servidores. Ao final, a Comissão apresentou relatório pugnando pela condenação da Impetrante à pena de demissão. O fundamento de vinculação ao parecer emitido pela Comissão, aplicou a pena de demissão à Impetrante, afirmando, ainda, que a esfera administrativa é autônoma em relação à criminal. 
Em 11/01/2017, ela foi cientificada de sua demissão, por meio de publicação em Diário Oficial, ocasião em que foi afastada de suas funções e que desde o afastamento está com sérias dificuldades financeiras que a impedem, inclusive, de suportar os custos do ajuizamento da demanda.
Desta feita, não resta outra solução a não ser ingressar com a presente medida, a fim de resguardar os interesses dos afiliados do impetrante.
III. DA TUTELA DE URGÊNCIA 
Presentes os requisitos que autorizam a concessão da tutela de urgência na forma que dispõe o inciso III do Artigo 7º da Lei 12.016/12. 
O fumus boni iuris está caracterizado pela previsão na Lei Constitucional e ainda na Infraconstitucional na garantia do pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. 
O periculum in mora fica evidenciado uma vez que em decorrência do ato demissional a Impetrante deixou de receber os seus vencimentos, que tem a natureza jurídica de verba alimentar necessária a subsistência, estando a Impetrante passando por uma série de privações.
IV. DOS FUNDAMENTOS
Presentes os requisitos legais, o Mandado de Segurança será concedido para proteger direito líquido e certo, sempre que haja ilegalidade ou com abuso de poder por parte de autoridade. Verifica-se ante a incontestável necessidade de notificação da autora para defesa em Processo Administrativo Judicial, em virtude do cumprimento do preceito Constitucional contido no artigo 5º,LV e artigo 143 da Lei 8.112/90. Corroborada com o fato da Impetrante já ter sido absolvida em esfera criminal, em virtude da excludente de ilicitude em razão da legítima defesa, o que também afasta a demissão em PAD, por força do artigo 132 VII da lei 8.112/90. Já o “periculum in mora”, se verifica em razão da séria dificuldade financeira passada pela Impetrante, que perdeu com a demissão sua fonte de renda.
Primeiramente, o art. 5º, inciso LV da CRFB/88 garante o direito ao devido processo legal, ao contraditório e a ampla defesa. Vejamos:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
No mesmo sentido, o art. 143 da Lei 8.112/90 estabelece que qualquer procedimento administrativo destinado à apuração de eventual ato ilícito cometido pelo servidor público, seja sindicância ou PAD, deve assegurar ao acusado a ampla defesa. Vejamos:
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. 
Na situação apresentada, a Impetrante só foi cientificada, por meio de publicação em Diário Oficial, após a sua demissão. Tal ato do Poder Público viola os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
Outrossim, na hipótese de absolvição penal com fundamento em excludente de ilicitude, como a legítima defesa, não há espaço para aplicação do resíduo administrativo (falta residual), vez que constitui uma das hipóteses de mitigação ao princípio da independência entre as instâncias, capitulado no art. 2º da CF/88.
Ademais, a decisão proferida na esfera penal necessariamente vinculará o conteúdo da decisão administrativa, nos termos do art. 126 da Lei nº 8.112/90. Assim, ante aos vícios do PAD, ora apresentados, imperioso é a anulação do ato demissional, bem como a determinação da reintegração da Impetrante ao cargo público, sem prejuízo do direito ao pagamento retroativo de todas as verbas e vantagens do cargo desde a suspensão da sua remuneração, em razão da lesão patrimonial sofrida pelo não recebimento dos vencimentos, na forma do art. 28 da Lei nº 8.112/1990.
V. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer à Vossa Excelência:
a) Seja concedida a medida liminar para suspender o ato demissional, com a consequente reintegração da impetrante aos quadros da Universidade Federal;
b) Seja notificada a autoridade coatora para prestar as informações, no prazo de 10 dias; 
c) Seja dada ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando cópia da petição inicial para que, querendo, ingresse no feito; 
d) Seja o Ministério Público intimado; 
e) Seja julgado procedente o pedido concedendo a liminar e, ao final, seja concedida a medida liminar para suspender o ato demissional, com a consequente reintegração da impetrante aos quadros da Universidade Federal;
e) Seja o impetrado condenado em custas e honorários. 
VI. VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ ...
Nestes termos em que pede deferimento.
Local e data
Advogado/OAB

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