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Aula_04_-_Realismo_e_Naturalismo_-_ESA_EsPCEx_2024_-_SLIDES

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REALISMO E
NATURALISMO
Professora Luana Signorelli
militares.estrategia.com
@profa.luana.signorelli
Professora Luana Signorelli
militares.estrategia.com
Luana Signorelli
/luana.signorelli
Professora Luana Signorelli
@luanasignorelli1
REALISMO E NATURALISMO
Professora Luana Signorelli
A nova linguagem de representação
militares.estrategia.com
Realismo: a nova linguagem de 
representação
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Carruagem de terceira classe (1864) de Honoré Daumier (1808-1879).
Disponível em: https://tinyurl.com/w5k5tfk. Acesso em: 11 mar. 2021.
Este quadro expressa com muita clareza a
nova estética realista. Impressiona, à primeira vista,
a escolha dos indivíduos representados. O foco não
é a elite, muito menos homens ou mulheres
idealizados. O pintor escolheu passageiros da
terceira classe, ou seja, pessoas que viviam em
condições miseráveis, fato que pode ser observado
nas roupas simples, no amontoado das gentes e no
cansaço evidente dos personagens da primeira fila.
Essa imagem traduz visualmente aquilo que o
Realismo literário também expressa.
Assim como na pintura, o cotidiano passa a
ser matéria da literatura. Observe, a título de
comparação, os dois fragmentos descritivos, um do
Romantismo, outro do Realismo.
Definição do Realismo
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Verossimilhança: um texto literário é ficcional, ou seja, ele
não versa sobre o que aconteceu, mas sobre o que poderia
ter ocorrido. Apesar de ser fruto da imaginação, o romance
tenta recriar um ambiente ou uma história que não poderia
contrariar o espaço real ou o tempo cronológico
"[O Realismo] É a negação da arte pela arte; é a proscrição do convencional, do enfático e do
piegas. É a abolição da retórica considerada como arte de promover a comoção usando da
inchação do período, da epilepsia da palavra, da congestão do tropo realismo.
É a análise com o fito na verdade absoluta. – Por outro lado, o Realismo é uma reacção
contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; – O Realismo é a
anatomia do carácter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos –
para condenar o que houver de mau na nossa sociedade”.
LOPES, Óscar e Saraiva, António José. História da Literatura Portuguesa. 13. ed. Porto: Porto Editora, 1985.
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O Contexto Europeu
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Toda essa agitação social e política migra para a cultura.
Escritores e artistas começam a representar a classe dos
trabalhadores que se faz notar. Além disso, esse gosto amargo
de traição, resíduo de 1848 e 1871, tinge a forma como a
burguesia se vê. O escritor, ele próprio filho dessa classe
social, registra o cotidiano medíocre e hipócrita dessa nova
ordem. Ao simplesmente registrar com senso crítico agudo,
sem idealizar, como faziam os românticos, os escritores
exibem a vergonha de uma nova era.
A grande ambiguidade da sociedade burguesa? O
escritor era um burguês e falava mal da própria burguesia. A
revolução prometeu ideais libertários que não conseguem ser
cumpridos.
Da ambiguidade nasce a crítica.
Desencanto com a 
sociedade 
burguesa 
Reação contra o 
falso idealismo e o 
embelezamento da 
realidade
O Contexto Europeu
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
O século XIX foi abalado por uma série de revoltas e de ideias que
mudariam a cara da Europa. Os conflitos refletiam a luta pela consolidação do
poder da burguesia e a tensão entre proletários e proprietários. Em 1815,
Napoleão é derrotado em Waterloo. No mesmo ano, os embaixadores de
diversos países do continente se reúnem para redefinir as fronteiras entre as
nações. Na prática, isso significou o retorno da monarquia ao poder.
Em 1848, Paris assiste a uma nova revolta em moldes muito parecidos
aos da Revolução Francesa. A burguesia, descontente com o governo
monárquico, alia-se aos operários de Paris. Essa revolta foi vitoriosa para a
rica classe social, mas não para o proletariado. Os operários organizam
protestos que serão violentamente reprimidos em junho de 1848.
Novamente, em 1871, a luta entre burguesia nacional e operários se
repete na França. Os proletários organizados tomam Paris e estabelecem um
governo comunitário. A burguesia francesa, assustada e incapaz de fazer
frente aos rebelados, alia-se a um inimigo histórico, a Alemanha, e consegue
enfim vencer a guerra.
Teorias do fim do século XIX
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Ao otimismo exagerado com o método científico e à tentativa de
submeter outras áreas da vida humana a essa mesma lógica
denominaremos cientificismo.
• Sistema criado por Auguste Comte (1798-1857).
Considerada a ciência como modelo por excelência do
conhecimento humano em detrimento das
especulações metafísicas (místicas) ou teológicas. Tudo
poderia e deveria ser explicado e organizado pelo
conhecimento científico.
POSITIVISMO
Teorias do fim do século XIX
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
• Conjunto de doutrinas que dão sustentação à tese positivista, pois considera
a concepção filosófica evolucionista – o desenvolvimento inevitável do real
em direção a estados mais aperfeiçoados – um modelo explicativo
fundamental para o incessante fluxo de transformação do mundo natural,
biológico e espiritual (Dicionário Houaiss Eletrônico/modificado).
• Aplicação não justificada cientificamente do conceito de seleção natural de
Charles Robert Darwin (1809-1882) na compreensão das relações humanas. A
análise social é feita pela ótica da luta e da lei do mais forte ou do mais apto.
Percebe-se a solidariedade como um artifício social que mascara os conflitos.
EVOLUCIONISMO
DARWINISMO
Teorias do fim do século XIX
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
• Princípio segundo o qual os fenômenos, inclusive sociais, estão ligados entre si
por rígidas relações de causalidade e leis universais que excluem o acaso, a
indeterminação e a liberdade. Segundo essa ideia, o homem é determinado pela
raça, pela história e pelo ambiente. Como se o lema fosse: “Diga-me a que raça
você pertence, onde você mora e sua época histórica e direi quem você é”.
• É a crença pseudocientífica de que existem evidências que justificam a
superioridade de uma raça sobre outra. Usando como critério o
desenvolvimento da escrita e da ciência, os europeus acreditavam que a raça
branca era superior; a amarela, intermediária, e a negra e a indígena, inferiores,
por não terem nem escrita nem técnicas sofisticadas.
DETERMINISMO
RACISMO CIENTÍFICO OU BIOLÓGICO
REALISMO E NATURALISMO
Professora Luana Signorelli
Realismo versus Naturalismo
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Características gerais do Realismo
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Crítica à burguesia, à família, ao casamento, à Igreja e ao clero
Combate à idealização romântica
Visão objetiva da 
realidade
Descritivismo; 
verossimilhança
Realce aos defeitos 
e imperfeições
Personagens 
complexas 
(esféricas): 
profundidade 
psicológica.
Características gerais do Naturalismo
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A literatura deve ser uma espécie de documento da 
sociedade, deve fazer refletir sobre a realidade social
CIENTIFICISMO 
Incluir no texto literário a 
visão: positivista, 
determinista, darwinista 
ESTILO /TEMAS
Observação da realidade, 
descricionismo, análise 
psicológica
Assim, os escritores tentam
dar um outro status à
Literatura. Não é um texto
ficcional para entreter leitoras,
mas uma narrativa com forte
carga de verossimilhança
capaz de provaras ideias
cientificistas da época. Torna-
se comum, nesse período, o
gênero romance de tese, no
qual o autor cria uma história
muito próxima da realidade
para provar uma opinião.
Realismo versus Naturalismo
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REALISMO NATURALISMO
Origem: França (1857)
Gustave Flaubert – Madame Bovary
Origem: França (1867)
Émile Zola – Thérèse Raquin
Representava desvios morais. Representava desvios sociais e sexuais,
mazelas.
Romance documental, fotografa a
realidade para dar impressão de vida real,
psicologismo. Retrato da alta burguesia
da segunda metade do século XIX.
Romance experimental, que pretende
apoiar-se na experimentação científica e
numa tese, no determinismo, no
evolucionismo, no homem é fruto do
meio.
Impassibilidade. Narrador em um ângulo
neutro, não há interesse em agradar ao
público, mas sim em retratar a realidade
tal qual ela é.
Arte engajada, preocupações políticas e
sociais.
Realismo versus Naturalismo
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
REALISMO NATURALISMO
Seleciona os temas, tem aspirações estéticas.
Detém-se nos aspectos mais torpes e
degradantes.
Reproduz a realidade exterior bem como a
interior, por meio da análise psicológica.
Centra-se nos aspectos externos: atos,
gestos, ambientes, personagens e seus
instintos, animalização, zoomorfismo.
Volta-se para a psicologia, para o indivíduo.
Nomes: Dom Casmurro, Quincas Borba,
Memórias póstumas de Brás Cubas.
Volta-se para o coletivo, para a biologia, a
patologia, centra-se mais no social.
Retrata e critica as classes dominantes, a
alta burguesia.
Espelha camadas inferiores: o proletariado,
os marginais, o povão.
Grande preocupação com o estilo.
O estilo é relegado ao segundo plano; no
primeiro, há denúncia.
REALISMO E NATURALISMO
Professora Luana Signorelli
Realismo e Naturalismo em Portugal
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Realismo e Naturalismo em Portugal
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1836 1871
 
 1814 
1875 1891 
Revolução 
de Setembro 
Ultimato 
Britânico/ 
Crise 
financeira 
Conferências do 
Casino Lisbonense 
Fundação 
do Partido 
Socialista 
Bancarrota 
do Estado 
português 
 
1890 
1850-1864 - Linhas 
Férreas/ Interligação 
com a Europa 
Realismo e Naturalismo em Portugal
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Se há duas palavras que podem definir a segunda metade do século XIX para os
portugueses, estas palavras são “crise” e “humilhação”. Depois da perda do Brasil
como colônia, Portugal não conseguiu mais se estabilizar. A pobreza é grande no país
um partido comunista foi fundado. A partir do momento em que a Monarquia
Constitucional se consolida no país, uma questão parece assombrar os intelectuais
lusitanos: como fazer para tirar o país do atraso em que ele se encontra?
Essa questão se tornará ainda mais contundente pelo fato de que Portugal,
finalmente, se ligará por via férrea a Paris. A circulação física de pessoas leva à
circulação de ideias. Desembarcam, no solo de Camões, todas as vertentes do
cientificismo que encontrarão nas mentes dos jovens de Coimbra uma boa acolhida.
Em 1890, o Reino Unido exige a retirada imediata das forças militares
portuguesas da região compreendida entre Angola e Moçambique, na África.
Portugal, sem condições de resistir, cede aos caprichos ingleses sem sequer tentar
uma negociação. A antiga potência marítima teve de renunciar às suas pretensões, de
forma humilhante. Some-se a isso a bancarrota financeira de 1891 facilmente
entende-se o pessimismo e o ponto de vista crítico que irão pairar sobre o país.
Imagem: Pixabay.
REALISMO E NATURALISMO
Professora Luana Signorelli
A Questão Coimbrã
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A Questão Coimbrã
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
A situação de Portugal era a seguinte: diante de um país que dormia em berço
esplêndido, a Universidade de Coimbra se mantinha como polo de divulgação das ideias
gestadas na longínqua “Europa”, que já estava na segunda Revolução Industrial. Os jovens
que circulavam nesse ambiente acadêmico não se conformavam com a pasmaceira lusitana.
A questão coimbrã representa, no plano cultural, esse grito de alerta.
Em resumo, a questão opunha os poetas românticos com sua literatura
conformista aos jovens coimbrãos que defendiam um caráter
revolucionário na literatura.
Essa polêmica, apesar de ser restrita aos círculos intelectuais, levou à
difusão dos ideais realistas. O movimento se consolidará em 1871, no que
ficou conhecido como Conferências do Casino Lisbonense. Antero de
Quental, influenciado por Proudhon, propôs a um grupo de intelectuais
que discutissem as novas ideias científicas e a situação de Portugal.
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Entre as conferências, algumas
chamavam atenção até pelo
título, “Causas da decadência dos
povos peninsulares”, “Os
historiadores críticos de Jesus” e
“O socialismo”. Somente cinco
das dez programadas ocorreram,
pois as últimas foram proibidas a
pretexto de que as ideias ali
discutidas atacavam a religião e as
instituições do Estado.
REALISMO E NATURALISMO
Professora Luana Signorelli
Antero de Quental
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Antero de Quental
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Antero Tarquínio de Quental (1842-1891) teve uma trajetória intensa e
trágica. Nascido de uma família abastada da região dos Açores, ingressou em
Direito da Universidade de Coimbra. Logo, não somente cedeu às novas ideias do
século como também tornou-se um dos líderes dos estudantes. Em 1865, Antero
edita “Odes Modernas”, livro no qual ele rompe com o Romantismo e defende uma
poesia libertária e combatente.
Entra em contato com as ideias socialistas, aprende tipografia e torna-se
operário. Militou e participou do círculo intelectual que promoveu as conferências
do Casino Lisbonense em 1871.
Contrai tuberculose. Em 1881, retira-se para Vila do Conde, onde vive um
pouco mais sossegado. Em 1891, o poeta já dava sinais de depressão profunda e,
no mesmo ano, comete suicídio. Sua trajetória:
✓ Inicialmente, desenvolve uma poesia romântica de cunho religioso;
✓ na fase de Coimbra, torna-se combativo, defende a razão e parece vislumbrar
uma época de mudanças;
✓ na fase final, o poeta assimila certo pessimismo influenciado pelo budismo.
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Força é pois ir buscar outro caminho!
Lançar o arco de outra nova ponte
Por onde a alma passe — e um alto monte
Aonde se abre á luz o nosso ninho.
Se nos negam aqui o pão e o vinho,
Avante! é largo, imenso esse horizonte...
Não, não se fecha o mundo! e além, defronte,
E em toda a parte há luz, vida e carinho!
Avante! os mortos ficarão sepultos...
Mas os vivos que sigam, sacudindo
Como o pó da estrada os velhos cultos!
Doce e brando era o seio de Jesus...
Que importa? havemos de passar, seguindo,
Se além do seio D’Ele houver mais luz!
Esse soneto já abre a primeira estrofe com a tese
do poeta: “é preciso buscar outro caminho!”. Parece
uma conclamação à coletividade que aparece ao final da
primeira estrofe, quando o poeta usa o pronome
“nosso”.
Essa necessidade não é vista como impossível. O
eu lírico incentiva seus leitores “avante” e, por fim, faz
uma comparação com a perspectiva religiosa “doce e
brando era o seio de Jesus...”. Na comparação, o além
D’Ele promete ser melhor, pois haverá mais luz.
Nesse poema, Antero parece comungar com as
ideias filosóficas correntes de que a ciência e o
conhecimento indicavam um avanço progressista das
sociedades. A religião fora uma fase, para além da fé,
haveria a ciência e um mundo melhor a ser buscado.
Nesse texto não se observa traço de pessimismo.
Exemplo Prático
REALISMO E NATURALISMO
Professora Luana Signorelli
Eça de Queirós
militares.estrategia.comEça de Queirós
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Eça de Queirós (1845-1900) nasceu em Póvoa do Varzim, em 1845,
e morreu na França, em 1900. Chama a atenção em sua biografia o fato
de seus pais só terem se casado quando ele tinha quase 4 anos. O fato
em si aponta para uma família na qual as tradições não eram levadas tão
a sério, o que deve ter colaborado para que ele se mostrasse sempre
desconfiado diante das tradições.
Na adolescência foi para um internato e, depois, para Coimbra,
onde se formou em Direito. Na cidade universitária conheceu Antero de
Quental, que o influenciou na sua verve crítica. Escreveu artigos que
foram publicados depois com o título de Prosas Bárbaras.
Em 1866, mudou-se para Lisboa, onde exerceu advocacia e
jornalismo. Em 1871, participou das Conferências do Casino Lisbonense.
Mais tarde, em 1870, começa sua carreira pública, sendo nomeado
administrador do Concelho de Leiria. Três anos depois, ingressou na
carreira diplomática. Casou-se aos 40 anos e teve 4 filhos. Morreu em
Neuilly-Sur-Seine, cidade próxima de Paris.
Eça de 
Queirós:
fases
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
•Prosas Bárbaras: textos influenciados pelos
românticos da terceira fase (idealização
social)
•Traços românticos
1ª fase
•O Crime do Padre Amaro (1874); Primo
Basílio (1878) e Os Maias (1888), obras
realistas/naturalistas (crítica, patologia social,
hipocrisia)
•Crítica das instituições portuguesas: Igreja,
pequena burguesia (classe média), elite,
pessimismo;
2ª fase
•A Ilustre Casa de Ramires (1900), A Cidade e
as Serras (1901, obra póstuma), obras pós
realistas (valorização de Portugal, caráter
mais alegórico do que realista)
•Romance de tese, exaltação da simplicidade
portuguesa, esperança.
3ª fase
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
O primo Basílio (1878)
ESTRUTURA 26 (XVI) capítulos.
PERSONAGENS Luísa, Jorge, D. Felicidade, Conselheiro Acácio, Ernestinho, Basílio, Sebastião.
TEMPO Segunda metade do século XIX; a narrativa é linear.
ESPAÇO Predominante Lisboa.
ENREDO Luísa é esposa de Jorge, um engenheiro bem colocado em um ministério. O cotidiano do casal é
extremamente banal. O momento mais excitante dessa vida a dois acontece quando Jorge recebe
seus amigos.
CONFLITO Por motivos profissionais, Jorge vai ficar algumas semanas longe de Luísa. Basílio, primo de Luísa,
retorna de Paris para ficar algum tempo em Lisboa. Decide visitar a prima e resolve seduzi-la, o que
não foi difícil: ela era uma leitora romântica.
CLÍMAX Juliana, a empregada ressentida, recolhe algumas dessas cartas comprometedoras à espera do
momento certo para chantagear a patroa. Luísa não tem dinheiro nem ideia de como conseguir a
quantia exigida. Para piorar, Jorge retorna e a relação com Basílio esfria. Desesperada, Luísa confia
seu problema a Sebastião. Acompanhado de um policial, ele aborda a empregada com ameaças, que
morre devido a um aneurisma.
DESFECHO Luísa adoece. Nesse momento, Jorge recebe uma carta de Paris e descobre tudo. Luísa entra em
desespero e morre. Jorge se muda. Basílio volta a Lisboa e, ao saber da morte da amante, lamenta
não ter mais diversão em Lisboa.
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
O primo Basílio: análise
 Indivíduo moralista, arrogante e cheio de erudição
fútil, mas que tinha uma amante bem mais jovem
(Conselheiro Acácio).
 Senhora moralista, mas que tinha desejos sexuais e
vontades imorais (D. Felicidade).
 Jovem ambicioso e inteligente capaz de tecer críticas
próprias e contundentes, mas que as usa como forma de
ascensão social (Julião).
 Escritor romântico que finge criticar a sociedade
quando, na verdade, adapta o enredo para conseguir aplauso
do público valendo-se de uma narrativa óbvia (Ernestinho).
 Mulher casada que poderia fingir-se de esposa ideal,
contanto que pudesse manter seus relacionamentos
adúlteros em segredo (Luísa).
Cartaz do filme 
“O primo Basílio” (2007). Fonte: Imdb.
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O primo Basílio: exemplo prático
Leopoldina deu um salto na voltaire. Filhos! Credo, que nem
falasse em semelhante coisa! Todos os dias dava graças a Deus
em os não ter!
— Que horror! – exclamou com convicção. — O incômodo
todo o tempo que se está!... As despesas! Os trabalhos, as
doenças! Deus me livre! É uma prisão! E depois quando crescem,
dão fé de tudo, palram, vão dizer... Uma mulher com filhos está
inútil para tudo, está atada de pés e mãos! Não há prazer na
vida. É estar ali a aturá-los... Credo! Eu? Que Deus não me
castigue, mas se tivesse essa desgraça parece-me que ia ter com a
velha da Travessa da Palha"
*voltaire: palavra francesa que designa poltrona de assento baixo e
encosto alto ligeiramente inclinado para trás.
(QUEIRÓS, Eça. O primo Basílio. São Paulo: Scipione, 1994. p. 106.) 
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Os Maias (1888)
ESTRUTURA Livro Primeiro (X capítulos); Livro Segundo (VIII capítulos).
PERSONAGENS Afonso, Pedro Maia, Maria Eduarda, Maria Monforte, Castro Alves, João da Ega.
TEMPO Segunda metade do século XIX, com flashbacks que permitem reconstituir a história familiar de 3
gerações. O momento em que avô e neto se instalam no casarão é 1875.
ESPAÇO Predominante Lisboa.
ENREDO A saga dos Maias começa com o casamento de Afonso, rico proprietário, com Maria Eduarda. Desse
enlace, nasce Pedro Maia. O filho teve uma educação romântica e católica. A mãe morre e Pedro se
apaixona por Maria Monforte, filha de um negociante de escravos.
CONFLITO O pai de Pedro se opõe ao casamento e o filho se afasta do convívio paterno. O casal tem 2 filhos,
Carlos Eduardo e Maria Eduarda. Maria Monforte se apaixona por um italiano e abandona o marido
e um dos filhos. Pedro retorna desolado apenas com o filho mais velho, Carlos. Pedro se suicida.
CLÍMAX Restam avô e neto. Carlos se forma em medicina. Conhece uma jovem encantadora, Maria Eduarda.
O jovem amante compra uma quinta afastada para encontrá-la. Mas ocorre a reviravolta. Um tal Sr.
Guimarães chega de Paris com uma revelação trágica: Maria Eduarda seria filha de Monforte, logo,
irmã de Carlos.
DESFECHO O avô, Afonso, morre. Maria Eduarda foge para a França e se casa. Carlos parte numa longa viagem.
No final do romance, encontramos Carlos recordando o passado junto com seu amigo João da Ega.
A conversa com o amigo transcorre com muita ironia e pessimismo.
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
ESTRUTURA 26 (XVI) capítulos.
PERSONAGENS Jacinto, José Fernandes, Joaninha.
TEMPO E ESPAÇO Final do século XIX (telégrafo e automóvel); Paris e Tormes.
ENREDO Jacinto nasce em Paris rodeado de todas as comodidades tecnológicas da época, tornando-se
entusiasta da ciência e da modernidade. Acredita que a ciência (teórica) e a potência (tecnológica)
serão capazes de trazer a felicidade perene ao ser humano.
CONFLITO Nesse momento de otimismo, conhece José Fernandes, narrador da obra. O amigo serve como
contraponto crítico, pois encara as crenças de Jacinto com ceticismo. Jacinto percebe que a ilusão
cientificista do protagonista vai se transformando em tédio e desilusão.
CLÍMAX Houve uma tempestade na região de Tormes, onde fica a propriedade de Jacinto e os restos mortais
de seus antepassados foram descobertos. A caminho, no trem para na Espanha, haverá uma
baldeação. Todas as roupas e artigos de luxo ficam no vagão estacionado na plataforma e partem só
com a roupa do corpo.
DESFECHO José Fernandes, quando o encontra, percebe que o amigo está mudado, está feliz, entusiasmado com
o novo modo de vida. O príncipe de grã-ventura, como era chamado, casa-se com uma mulher
simples da região, Joaninha, e resolve trazer aparatos tecnológicos para melhorar a vida dos
moradores da Serra. Termina com final feliz e uma nota de esperança de que seria possível conciliar
esses dois mundos, cidade e serras.A cidade e as serras (1901)
REALISMO E NATURALISMO
Professora Luana Signorelli
Realismo e Naturalismo no Brasil
militares.estrategia.com
Realismo e Naturalismo no Brasil
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
REALISMO E NATURALISMO
Professora Luana Signorelli
Machado de Assis: introdução
militares.estrategia.com
Machado de Assis
Realismo e Naturalismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
✓ Em 2019, 180 de Machado de Assis
✓ Nasceu em 1839, no Rio de Janeiro. Chamado de Bruxo do
Velho Cosme
✓ Filho de gente humilde, mas era autodidata (aprendeu sozinho
inglês e francês)
✓ Aprendiz de tipógrafo → foi ajudado pelo romântico Manuel
Antônio de almeida.
✓ Carolina → visão perturbada de casamento
✓ Fundador e presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL),
criada em 1897
✓ Tinha uma leve gagueira, além de mal epilético
✓ Filho de operário pintor, o seu pai vinha de uma posição social
definida pelo mercado de trabalho e pela ligação a uma família
de proprietários, de que era dependente. Essa condição
intermediária era a de agregado
Machado de Assis: fases
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ROMÂNTICA/MEDIANA
(~ 1870-1880)
REALISTA/MADURA/
EXCELENTE
(DE 1881 A 1908)
A mão e a luva, Helena, 
Ressurreição e Iaiá Garcia + 
POESIA
Memórias póstumas de Brás 
Cubas, Quincas Borba, Dom 
Casmurro, Esaú e Jacó e 
Memorial de Aires.
FASES
Machado de Assis: características
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• Os fatos aparecem conforme são lembrados pelo narrador ou pelas personagens.
Corresponde à digressão: ação ou resultado de se desviar do assunto tratado;
desvio, afastamento de um objetivo; evasiva, pretexto, subterfúgio; recurso literário
us. para esclarecer, detalhar, ilustrar ou criticar um assunto (dicionário Aulete).
• O objetivo principal é o retardamento do texto, brincando com as instâncias de
essência e aparência, pois o que parece mais importante (o enredo) de repente
passa a não ser mais, deixando-se entrever outros detalhes.
Narrativa não linear
• A obra de Machado de Assis flerta com o niilismo (não acreditar em nada; o Nada 
Absoluto), com uma visão negativa do mundo e do homem. Muitos de seus 
personagens são cínicos ou hipócritas.
• É uma vertente que influenciou Machado de Assis por ser contemporâneo do 
decadentismo francês, com Charles Baudelauire, por exemplo, e dos movimentos 
pessimistas de transição do século XIX para o XX. Verifica-se pessimismo 
especialmente no “Capítulo das Negativas” de Memórias póstumas de Brás Cubas.
Pessimismo
Machado de Assis: características
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• As tendências filosóficas (positivismo, darwinismo, determinismo) são muitas
vezes questionadas pelo autor.
• Esse aspecto está presente no emplasto de Brás Cubas, um remédio mágico
que curaria toda a humanidade, quando no fundo Brás Cubas só queria
descobri-lo por fama própria. Também está em Quincas Borba, quando
Machado de Assis critica o surgimento de tantas tendências no século XIX,
muitas vezes até mesmo sem embasamento ou com fundamentos cruéis.
Descrença no cientificismo
• E humor ácido, advinda da tradição inglesa do humour, bem como o riso são 
muitas vezes o modo de lidar com o mundo que o autor encara negativamente. 
Ficou conhecido pelo humor machadiano. 
Ironia
Machado de Assis: características
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• A metalinguagem é tanto uma função de linguagem quanto um efeito de texto
em que se verifica a linguagem se remetendo a ela mesma. Porém, pode ser
um filme se remetendo a ele mesmo; ou uma fotografia se remetendo a ela
mesma → trata-se de algo se remetendo a si mesmo.
• O comentário do escritor sobre a própria escrita, os próprios capítulos, a
própria obra etc. é um traço evidente de suas obras. Frequentemente, as
obras contêm informações sobre os capítulos, sobre a relação com o leitor,
sobre o estilo de escrita entre outros.
Metalinguagem
• Recursos tais como análise dos pensamentos, das sensações e do abismo
entre desejo e convenções sociais fazem parte importante do enredo.
• Opera o trânsito entre a crítica e a denúncia dos costumes sociais (externo)
com as opiniões íntimas (interno). Muitas vezes é empregada a técnica
literária do discurso indireto livre.
Psicologismo
Machado de Assis: características
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• O uso de imperativos, vocativos ou de perguntas direcionadas ao leitor muitas vezes
de forma jocosa representa o jogo de aproximação/afastamento do narrador; ora
ele quer conquistar e convencer o leitor, ora quer se mostrar superior. Em todo caso,
para o bem ou para o mal, parte do pressuposto de que vai ser lido. Na teoria literária,
esse leitor ideal é denominado de narratário.
• Exemplo: “E Sofia? interroga impaciente a leitora, tal qual Orgon (...)” (grifo meu).
Diálogo com o leitor
• Trata-se da menção a outros autores e obras, internacionais e nacionais, inclusive do
próprio autor. O ideal é não procurar todos os autores, pois isso pode atrapalhá-los e
distraí-los.
• No caso de Machado de Assis, há muita intertextualidade com a Bíblia e outros
autores do cânone, com quem não só quer dialogar, como também rivalizar.
• A intertextualidade também pode ser interna, como é o caso do personagem
Conselheiro Aires, que está presente tanto no romance Esaú e Jacó quanto no
Memorial de Aires.
Intertextualidade
REALISMO E NATURALISMO
Professora Luana Signorelli
Machado de Assis: obras
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ESTRUTURA 160 (CLX) curtos capítulos.
PERSONAGENS Brás Cubas; Prudêncio; Marcela; Eugênia; Virgília; Dona Plácida; cunhado Cotrim; Lobo
Neves; Quincas Borba → intertextualidade interna.
TEMPO E ESPAÇO Abrange o tempo de vida do narrador, 1805-1869; narrativa não linear, cortada por
digressões, flashbacks e diálogo com o leitor. O romance se passa no Rio de Janeiro.
ENREDO Brás Cubas escreve suas memórias. Começa pela infância, quando descreve sua formação de
caráter sob a égide da permissividade paterna. Quando adolescente, envolve-se com
Marcela, uma cortesã interessada nas condições financeiras do protagonista. Ambos os pais
morrem. Brás Cubas encontra algum apoio em Eugênia, uma moça muito bonita, coxa e filha
bastarda. As condições sociais da moça levam o narrador a desprezá-la.
CONFLITO Finalmente, interessa-se por uma mulher de sua classe, Virgília. Contudo, ela fica entre dois
pretendentes: o pavoneado Brás Cubas e o ambicioso Lobo Neves. Escolhe o último.
CLÍMAX Virgília fica grávida, o que faz o narrador pensar romanticamente em fugir com ela, mas em
seguida perde a criança. Começa uma fase entediante para o personagem principal. Ele
reencontra um amigo louco, Quincas Borba, com quem discute teorias filosóficas esdrúxulas.
DESFECHO Ele morre de pneumonia no momento quando tentava criar um emplasto para curar todas as
moléstias. Seu legado é um grande nada.
Memórias póstumas de Brás Cubas (1881)
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Memórias póstumas de Brás Cubas:
exemplo prático
CAPÍTULO 160 – Das negativas 
Entre a morte do Quincas Borba e a minha, mediaram os sucessos narrados na primeira parte
do livro. O principal deles foi a invenção do emplasto Brás Cubas, que morreu comigo, por causa da
moléstia que apanhei. Divino emplasto, tu me darias o primeiro lugar entre os homens, acima da
ciência e da riqueza, porque eras a genuína e direta inspiração do céu. O acaso determinou o
contrário; e ai vos ficais eternamente hipocondríacos.
Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui
ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a
boa fortuna de não comprar o pãocom o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de Dona
Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa
imaginará que não houve míngua nem sobra, e, conseguintemente que saí quite com a vida. E
imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo,
que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: — Não tive filhos, não transmiti a nenhuma
criatura o legado da nossa miséria.
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Fonte: Domínio Público. Disponível em: https://tinyurl.com/j98v32vw. Acesso em: 18 mar. 2021.
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ESTRUTURA CCI (201) capítulos. São na maioria das vezes capítulos curtos, alguns de um parágrafo só. Os
capítulos não são nomeados (em contraposição a Memórias póstuma de Brás Cubas, com
capítulos nomeados).
PERSONAGENS Quincas Borba (filósofo); Quincas Borba (cachorro); Rubião; Sofia; Cristiano Palha; Camacho;
Carlos Maria; Maria Benedita. Outras personagens: Major Siqueira; Dona Tonica; Tia Augusta.
TEMPO Entre 1867 e 1871. Logo, o enredo ocorre no Brasil – Segundo Império.
ESPAÇO Rio de Janeiro (Botafogo) e Barbacena (Minas Gerais).
ENREDO Rubião era amigo do filósofo Quincas Borba, que viera a falecer sem deixar herdeiros.
Inesperadamente, Rubião torna-se o seu herdeiro universal, ganhando não só o dinheiro, mas
também o cachorro que levara o mesmo nome do dono. Indo ao Rio de Janeiro para resolver
questões do testamento, acaba por conhecer Cristiano Palha, que se aproveita da sua nova
condição financeira, e sua esposa Sofia, por quem se apaixona.
CONFLITO Impasse de Rubião. Sofia é capaz de trair o marido Palha, mas não com ele. Rubião se torna
enciumado e obcecado, adentrando em um ciclo obsessivo.
CLÍMAX Rubião enlouquece. Sofia tem medo dele e depois um sentimento médio: nem remorso, mas
certamente não amor.
DESFECHO Rubião é internado numa casa de saúde; mas foge de lá e volta para a sua cidade natal –
Barbacena – com o cachorro, Quincas Borba. O primeiro morre, seguido do cão em 3 dias.
Quincas Borba (1891)
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Quincas Borba: exemplo prático
Capítulo VIII
No DIA SEGUINTE, Quincas Borba acordou com a
resolução de ir ao Rio de Janeiro, voltaria no fim de um
mês, tinha certos negócios... Rubião ficou espantado. E a
moléstia, e o médico? O doente respondeu que o médico
era um charlatão, e que a moléstia precisava espairecer,
tal qual a saúde. Moléstia e saúde eram dous caroços do
mesmo fruto, dous estados de Humanitas.
– Vou a alguns negócios pessoais, concluiu o
enfermo, e levo, além disso, um plano tão sublime, que
nem mesmo você poderá entendê-lo. Desculpe-me esta
franqueza; mas eu prefiro ser franco com você a sê-lo
com qualquer outra pessoa.
ASSIS, Machado de. Quincas Borba. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/c68xc7ds. Acesso em: 18 mar. 2021.
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Dom Casmurro (1899)
ESTRUTURA 148 (CXLVIII) capítulos curtos.
PERSONAGENS Bento; Capitu; Dona Glória; Escobar; Ezequiel; José Dias.
TEMPO Segunda metade do século XIX; a narrativa começa em 1857, o protagonista tem 14 anos.
ESPAÇO Rio de Janeiro
ENREDO De forma retrospectiva, Bentinho lembra-se da adolescência e de seu encantamento por Capitu, filha
de vizinhos próximos que tinham a proteção de sua mãe. Sua empolgação com a moça encontra um
obstáculo: como D. Glória tinha perdido um filho, prometera que o próximo, Bentinho, seria padre.
CONFLITO Bentinho segue para o seminário. Lá, ele conhece Ezequiel Escobar, seu grande amigo. Ao mesmo
tempo, o jovem se aproxima de José Dias, um agregado e conselheiro de D. Glória, para que ele
interceda a seu favor. José Dias não gosta de Capitu, mas imagina que poderia viajar para a Europa
ao lado de Bentinho se o garoto não se tornasse padre. É Escobar quem encontra uma solução: ela
prometera para Deus formar um padre, não era imprescindível que fosse Bentinho. D. Glória, então,
envia ao seminário um escravo que se tornará padre.
CLÍMAX Bentinho e Capitu se casam. Depois de alguns anos nasce o filho Ezequiel. Escobar também se casa e
os amigos se frequentam. Com o passar do tempo, o protagonista vai se tornando desconfiado.
Escobar morre e, no velório, o narrador observa que Capitu teria demonstrado um sentimento além
do “normal” para alguém que seria simplesmente amigo do casal. Nesse ponto, ele descreve o olhar
enigmático de Capitu com a seguinte expressão: “olhos de ressaca”.
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Dom Casmurro (1899)
DESFECHO Bentinho fica atormentado. Começa a ver nas feições de Ezequiel traços de Escobar. Torna-se
insuportável. Capitu parte para o exterior com o filho e morre na Europa. Ezequiel retorna ao Brasil,
mas tem uma recepção fria e distante por parte do pai. Morre de febre tifoide durante uma viagem
para Jerusalém. Ao final do livro, ele conclui que Capitu o traiu, mesmo sem ter conseguido dar uma
prova substancial durante toda a narrativa.
Otelo mataria a si e a Desdêmona no primeiro ato, os três seguintes
seriam dados à ação lenta e decrescente do ciúme, e o último ficaria só
com as cenas iniciais da ameaça dos turcos, as explicações de Otelo e
Desdêmona, e o bom conselho do fino lago: "Mete dinheiro na bolsa."
Desta maneira, o espectador, por um lado, acharia no teatro a charada
habitual que os periódicos lhe dão, por que os últimos atos explicam o
desfecho do primeiro, espécie de: conceito, e, por outro lado, ia para a
cama com uma boa impressão de ternura e de amor:
Ela amou o que me afligira,
Eu amei a piedade dela.
ASSIS, Machado. Dom Casmurro. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/252vytdn. Acesso em: 18 mar. 2021.
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Contos machadianos
Contos
Papéis 
avulsos
Teoria do 
medalhão
O espelho
O alienista
Histórias 
sem data
A igreja do 
diabo
Várias 
histórias
A 
cartomante
REALISMO E NATURALISMO
Professora Luana Signorelli
Aluísio de Azevedo
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Aluísio de Azevedo
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Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (1857-1913) é natural
de São Luís do Maranhão e era irmão do teatrólogo e jornalista Artur
Azevedo. Aos 19 anos foi para o Rio de Janeiro na companhia do
irmão. Em 1879, com a morte do pai, volta para o Maranhão, onde
lança seu primeiro romance, ainda romântico. Em 1881, dá início ao
“Movimento Naturalista no Brasil” com a publicação do romance “O
mulato”. A obra indignou a sociedade de São Luís, que chegou a
chamá-lo de “Satanás da cidade”. Em virtude disso, Aluísio Azevedo
voltou para o Rio de Janeiro decidido a ser escritor.
Oscilou entre livros românticos, mais vendáveis, e outros mais
realistas. Da fase naturalista, destacam-se “O cortiço”, “Casa de
pensão” e “O mulato”.
Em 1895, Aluísio de Azevedo ingressa na carreira diplomática.
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ESTRUTURA 19 capítulos.
PERSONAGENS José, Domingas, Raimundo, Dantas.
TEMPO A história se desdobra em dois tempos: no presente, em que o personagem principal, Raimundo,
se movimenta, e outro no passado, que envolve a descoberta de seu passado familiar.
ESPAÇO São Luís do Maranhão.
ENREDO José, um abastado fazendeiro de São Luís, tem um filho com a escrava, Domingas. O proprietário
tem afeição especial pelo menino bastardo, mas o rapaz fica órfão cedo. A mãe enlouquecera e o
pai fora morto pelo Pe. Diogo, ex-amante da mulher de José.
CONFLITO Na verdade, esse trio amoroso foi bastante trágico. José matara sua mulher na frente do amante.
Os dois fizeram um pacto de silêncio, mas o padre resolvera se vingar do marido.
CLÍMAX Raimundo, o protagonista de fato, recebeu a herança e foi enviado a Portugal para completar
seus estudos. De volta aoBrasil, ele se apaixona pela prima. O pai da moça não aprova tal
relacionamento por preconceito.
DESFECHO O rapaz engravida a prima e está disposto a se casar com ela, quando é assassinado por Luís
Dantas (empregado do tio), a quem a moça tinha sido prometida em casamento. O assassino
fora influenciado pelo padre, pois temia ser descoberto por Raimundo. Representa
anticlericalismo e o predomínio da falta de caráter.
O mulato (1881)
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O cortiço (1890)
ESTRUTURA 23 capítulos.
PERSONAGENS João Romão, Bertoleza, Miranda, Jerônimo, Rita Baiana, Piedade, Pombinha.
TEMPO E ESPAÇO 1890/Rio de Janeiro
ENREDO Trata-se da uma narrativa de uma coletividade. O narrador se vale de uma narrativa central, a ascensão de
João Romão, o proprietário do cortiço, entremeada pelas histórias particulares dos habitantes da
estalagem. Ele se junta com uma escrava, Bertoleza, e apropria-se do dinheiro que ela está guardando para
forjar uma carta de alforria. Compra o terreno adjacente ao armazém e começa a construir casinhas. Ele e
Bertoleza trabalham dia e noite sem descanso para ampliar o negócio. Opõe-se ao rico vizinho Miranda.
CONFLITO É narrado o trabalho das lavadeiras. Chega um outro personagem que terá muita importância para a
trama: Jerônimo, um português, honesto, trabalhador. Conhece Rita Baiana, por quem é seduzido. Outra
história, a de D. Isabel e de sua filha Pombinha, mas ela menstrua e tem um relacionamento lésbico,
Léonie, prostituta que frequentava o cortiço.
CLÍMAX Com os fios narrativos assim emaranhados, o narrador começa a preparar o desfecho. Jerônimo retorna do
hospital e mata Firmo, abandona sua mulher e filha e vai morar com Rita Baiana. Pombinha casa-se como o
seu noivo, mas logo percebe que ela não poderia confiar no sexo masculino. Trai algumas vezes seu
esposo, que acaba por abandoná-la.
DESFECHO No capítulo final, os guardas chegam para prender Bertoleza e devolvê-la ao dono. Percebendo o que vai
acontecer, Bertoleza se mata; João Romão uma comissão de abolicionistas que vinha trazer-lhe “o diploma
de sócio benemérito”.
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O cortiço: exemplo prático
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum
de todos os dias acentuava-se; já se não
destacavam vozes dispersas, mas um só ruído
compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a
fazer compras na venda; ensarilhavam-se
discussões e resingas; ouviam-se gargalhadas e
pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se
naquela fermentação sanguínea, naquela gula
viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés
vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o
prazer animal de existir, a triunfante satisfação de
respirar sobre a terra.
AZEVEDO, Aluísio de. O cortiço. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/y7y4z99s. Acesso em: 18 mar. 2021.
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Casa de pensão (1890)
ESTRUTURA Romance em XXII capítulos
PERSONAGENS Amâncio; Sr. Luís Campos; D. Maria Hortênsia; D. Ângela (mãe); Paiva Rocha (colega do Maranhão);
João Coqueiro; Amélia etc.
TEMPO Baseada na a Questão Capistrano, no Rio de Janeiro em 1876/77.
ESPAÇO Maranhão/Rio de Janeiro.
ENREDO Amâncio é um jovem maranhense que vem da província, mas vai estudar Medicina no Rio de
Janeiro, que na época era a corte. A princípio, é hospedado na casa do amigo comerciante do pai,
Luís Campos, e D. Maria Hortênsia. Um dia recebe uma carta de João Coqueiro, que depois da
morte da mãe passa a administrar uma casa de pensão.
DESFECHO Amâncio se sente atraído por D. Hortênsia enquanto é perseguido por outras mulheres como Lúcia
e Amélia, que estava apaixonada por ele, com quem, relutante, vive uma vida de casado. Ele
adoece e fica relapso nos estudos, pois passa muito tempo na pensão, mas ainda assim é aprovado
no primeiro ano. Ao chegar no Maranhão, Amâncio é acusado por João Coqueiro de ter violentado
a irmã de Luís Campos, depois de ver uma carta dele se declarando para sua esposa, também deixa
de apoiá-lo. Apesar disso, Amâncio é absolvido dos crimes, mas, quando volta, João Coqueiro o
procura em um quarto de hotel e o mata. O romance termina com D. Ângela chegando em RJ e a
descoberta da morte do filho.
REALISMO E NATURALISMO
Professora Luana Signorelli
Raul Pompeia
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Raul Pompeia (1863-1895) nasceu no município de Angra dos Reis e, ainda
criança, mudou-se para o Rio de Janeiro. Sua família era abastada, o que lhe
permitiu frequentar os melhores colégios da corte. Depois de terminar os
estudos no Colégio D. Pedro II, ele se muda para São Paulo, onde cursa Direto na
Faculdade do Largo de São Francisco.
Inicialmente, foi bem recebido pelo corpo docente, mas logo depois se
indispõe com alguns catedráticos por sua defesa da causa republicana e
abolicionista. Depois de sua passagem por São Paulo, Pompeia retorna ao Rio e
passa a escrever em vários jornais, além de ocupar um cargo público já na
República. Com a ascensão de Floriano Peixoto, o escritor, por apoiar o militar,
passa a acumular desafetos. Prudente de Morais se torna presidente e, por
causa de um discurso inflamado a favor de Peixoto, Raul Pompeia foi demitido
do cargo de Diretor da Biblioteca Nacional.
Nessa época, polemizou com Olavo Bilac e Luís Murat. Sentiu-se ultrajado
pelo artigo “Um louco no cemitério”. Em 25 de dezembro de 1895 suicidou-se,
deixando um bilhete no qual declarava ser “um homem de honra”.
Raul Pompeia
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ESTRUTURA 12 (XII) capítulos.
PERSONAGENS Sérgio; Franco; Bento; Egberto; Aristarco; dona Ema.
TEMPO E 
ESPAÇO
O tempo cronológico abrange o período em que Sérgio entra no internato até o incêndio que destrói o
prédio. Predomina o tempo psicológico, daí os fragmentos de história, os flashbacks e as impressões de
momento. A história se passa em um internato no Rio de Janeiro.
ENREDO O narrador conta os episódios mais marcantes dos dois anos que passou no internato. Aos 11 anos, o
pai leva o menino para se matricular no Ateneu. Na instituição, o menino se depara com a hipocrisia,
mandos e desmandos, sistemas de proteção e a sexualidade – a sua e a dos outros internos.
CONFLITO Tenta se isolar, torna-se místico e aproxima-se de Franco, um garoto ressentido e maldoso que prepara
uma vingança contra os colegas. Termina a fase de aproximação com Franco.
CLÍMAX Torna-se amigo de Bento, um rapaz forte e misterioso. Começa a fase de Egbert, um bonito rapaz de
origem inglesa.
DESFECHO Sérgio muda de dormitório. Entra em cena a camareira Ângela, que desperta a sexualidade dos
meninos. Há solenidades de final de ano com a presença de vultos da cidade: a Princesa Regente e o
Ministro do Império. Os meninos se preparam para deixar o colégio. Contudo Sérgio, doente, foi
obrigado a ficar na enfermaria durante as férias, sendo atendido por D. Ema. Nesse momento, tem
sensações ambíguas: amor filial, carinho e erotismo. É nessas circunstâncias que, um dia, Sérgio
testemunha o incêndio do Ateneu. Américo, um menino antissocial, era o suspeito de vandalismo.
O Ateneu (1888)
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O Ateneu: exemplo prático
Apesar deste ensaio da vida escolar a que me sujeitou a família, antes da verdadeira provação,
eu estava perfeitamente virgem para as sensações novas da nova fase. O internato! Destacada do
conchego placentário da dieta caseira, vinha próximo o momento de se definir a minha
individualidade. Amarguei por antecipação o adeus às primeiras alegrias; olhei triste os meus
brinquedos, antigos já! os meus queridos pelotões de chumbo! espécie de museu militar de todas as
fardas, de todas as bandeiras, escolhida amostra da força dos estados, em proporções de
microscópio, que eu fazia formar a combate como uma ameaça tenebrosa ao equilíbrio do mundo;
queeu fazia guerrear em desordenado aperto (...).
Mas um movimento animou-me, primeiro estímulo sério da vaidade: distanciava-me da
comunhão da família, como um homem! ia por minha conta empenhar a luta dos merecimentos; e a
confiança nas próprias forças sobrava. Quando me disseram que estava a escolha feita da casa de
educação que me devia receber, a notícia veio achar-me em armas para a conquista audaciosa do
desconhecido.
POMPEIA, Raul. O Ateneu. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/9l5ynjju. 
Acesso em: 18 mar. 2021.
Artista Alegoria Suicídio
REALISMO E NATURALISMO
Professora Luana Signorelli
A arte do fim do século XIX
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A arte realista
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https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Thomas_Eakins,_Th
e_Agnew_Clinic_1889.jpg, acessado em 11.09.2019)
A obsessão pelo “real” pode ser
observada em algumas das obras
significativas desse período. A francesa Rosa
Bonheur (1822-1899) se especializou na
pintura de animais, que manifesta uma
pesquisa quase científica voltada para a
representação figurativa. Um outro exemplo
dessa confluência entre ciência e arte pode
ser percebido no quadro “A clínica de
Agnew”, do americano Thomas Eakins (1844-
1916). Pintor realista, ele provocou polêmica
ao pintar uma cirurgia de câncer de mama
feita pelo Dr. Agnew diante de uma galeria
de estudantes e médicos.
O Realismo no Brasil
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Foi Almeida Junior (1850-1899) que altera os rumos da
pintura dita acadêmica. Depois de concluído o curso de Belas-
Artes, ele recebe uma bolsa de estudos dada pelo Imperador e
vive em Paris entre 1876-1882. Quando retorna, expõe quadros
com temática mais cotidiana como “Leitura”, “Picando fumo” e
“O violeiro”. Nas duas últimas, observa-se inspiração
regionalista. Alteram-se os temas consagrados pela academia. A
imitação dos clássicos e dos temas mitológicos ou heroicos cede
lugar para o cotidiano. Os grandes nomes dessa nova vertente
artística são: Belmiro Barbosa de Almeida (1858-1935) e
Benedito Calixto (1853-1927).
Puxão de Orelha. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural,
2019. Disponível em: https://tinyurl.com/sgah47c. Acesso em: 11 mar 2020. (Verbete da Enciclopédia).
REALISMO E NATURALISMO
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Resumo
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Capítulo 5 –
RESUMO
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Fonte: https://classic.wordclouds.com/ 
FINALIZAÇÃO
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FALE CONOSCO
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