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ESA 2024 
AULA 05 
Teoria da Linguagem 
Prof.ª Fabíola Soares 
t.me/CursosDesignTelegramhub
 
 
 
 
 
2 
Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
Sumário 
 
1. Apresentação da aula 05 ........................................................................................... 3 
 
2. História da Língua Portuguesa ................................................................................. 3 
 
3. Linguagem e Língua ................................................................................................... 6 
4. Discurso e estilo ........................................................................................................ 11 
5. Níveis de linguagem .................................................................................................. 16 
6. Funções da linguagem .............................................................................................. 21 
 
7. Lista de exercícios ................................................................................................... 39 
Exercícios (Níveis 1, 2 e 3) ........................................................................................ 39 
7.1 Gabarito ............................................................................................................. 82 
7.2 Exercícios comentados ...................................................................................... 83 
 
8. Considerações finais ............................................................................................. 129 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
t.me/CursosDesignTelegramhub
 
 
 
 
 
3 
Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
1. Apresentação da aula 05 
 
Fala, gente linda! 
Nossa aula de hoje, eu diria, que é uma das mais tranquilas, porém não podemos deixar 
de estudar, visto que o conteúdo como o de funções da linguagem e tipos de discurso podem 
cair. Esses tópicos sempre estiveram em edital. 
É sempre bom lembrar que após a leitura deste material, vocês devem resolver as 
questões propostas. Hoje vamos nos concentrar em interpretação de textos nos exercícios, já 
que os tópicos estudados se concentram mais na contextualização desse tipo de questão. 
Só vamos! O grande “bizu” é estudar sempre e não parar nunca! Vem, classificação!!! 
 
 
2. História da Língua Portuguesa 
 
 Curiosamente, o português surgiu da mesma língua que originou a maioria dos idiomas 
europeus e asiáticos. 
 
 
Com as inúmeras migrações entre os continentes, a língua inicial existente acabou 
subdividida em cinco ramos: o helênico, de onde veio o idioma grego; o românico, que 
originou o português, o italiano, o francês e uma série de outras línguas denominadas latinas; 
o germânico, de onde surgiram o inglês e o alemão; e finalmente o céltico, que deu origem 
aos idiomas irlandês e gaélico. O ramo eslavo, que é o quinto, deu origem a outras diversas 
línguas atualmente faladas na Europa Oriental. 
 
 
 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
O latim era a língua oficial do antigo Império Romano e possuía duas formas: o latim 
clássico, que era empregado pelas pessoas cultas e pela classe dominante (poetas, filósofos, 
senadores, etc.), e o latim vulgar, que era a língua utilizada pelas pessoas do povo. O 
português originou-se do latim vulgar, que foi introduzido na península Ibérica pelos 
conquistadores romanos. Damos o nome de neolatinas às línguas modernas que provêm do 
latim vulgar. No caso da Península Ibérica, podemos citar o catalão, o castelhano e o galego-
português, do qual resultou a língua portuguesa. 
O domínio cultural e político dos romanos na península Ibérica impôs sua língua, que, 
entretanto, mesclou-se com os substratos linguísticos lá existentes, dando origem a vários 
dialetos, genericamente chamados romanços (do latim romanice, que significa "falar à 
maneira dos romanos"). Esses dialetos foram, com o tempo, modificando-se, até constituírem 
novas línguas. Quando os germânicos, e posteriormente os árabes, invadiram a Península, a 
língua sofreu algumas modificações, porém o idioma falado pelos invasores nunca conseguiu 
se estabelecer totalmente. 
Somente no século XI, quando os cristãos expulsaram os árabes da península, o galego-
português passou a ser falado e escrito na Lusitânia, onde também surgiram dialetos 
originados pelo contato do árabe com o latim. O galego-português, derivado do romanço, 
era um falar geograficamente limitado a toda a faixa ocidental da Península, correspondendo 
aos atuais territórios da Galiza e de Portugal. Em meados do século XIV, evidenciaram-se os 
falares do sul, notadamente da região de Lisboa. Assim, as diferenças entre o galego e o 
português começaram a se acentuar. A consolidação de autonomia política, seguida da 
dilatação do império luso consagrou o português como língua oficial da nação. Enquanto isso, 
o galego se estabeleceu como uma língua variante do espanhol, que ainda é falada na 
Galícia, situada na região norte da Espanha. 
As grandes navegações, a partir do século XV d.C. ampliaram os domínios de Portugal 
e levaram a Língua Portuguesa às novas terras da África (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, 
São Tomé e Príncipe), ilhas próximas da costa africana (Açores, Madeira), Ásia (Macau, Goa, 
Damão, Diu), Oceania (Timor) e América (Brasil). 
 
A Evolução da Língua Portuguesa 
Destacam-se alguns períodos: 
1) Fase Proto-histórica 
Compreende o período anterior ao século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade usada 
apenas em documentos, por esta razão também denominada de latim tabeliônico). 
 
 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
 
2) Fase do Português Arcaico 
Do século XII ao século XVI, compreendendo dois períodos distintos: 
a) do século XII ao XIV, com textos em galego-português; 
b) do século XIV ao XVI, com a separação entre o galego e o português. 
 
3) Fase do Português Moderno 
Inicia-se a partir do século XVI, quando a língua se uniformiza, adquirindo as características do português 
atual. A literatura renascentista portuguesa, notadamente produzida por Camões, desempenhou papel 
fundamental nesse processo de uniformização. Em 1536, o padre Fernão de Oliveira publicou a primeira 
gramática de Língua Portuguesa, a "Grammatica de Lingoagem Portuguesa". Seu estilo baseava-se no conceito 
clássico de gramática, entendida como "arte de falar e escrever corretamente". 
 
A Formação da Língua Portuguesa no Brasil 
A língua é um organismo vivo que se modifica ao longo do tempo. Palavras novas surgem para expressar 
conceitos igualmente novos; outras deixam de ser utilizadas, sendo substituídas. 
 
 
Na época das grandes navegações, Portugal conquistou inúmeras colônias e o idioma português foi 
influenciado pelas línguas faladas nesses lugares, incorporando termos diferentes como "jangada", de origem 
malaia, e "chá", de origem chinesa. O período renascentista também provocou uma série de modificações na 
língua, que recebeu termos eruditos, especialmente aqueles relacionados à arte. 
 
 
 
 
Os colonizadores portugueses, principalmente os padres jesuítas, difundiram o idioma no Brasil. No 
entanto, diversas palavras indígenas foram incorporadas ao português e, posteriormente, expressões utilizadas 
pelos escravos africanos e imigrantes também foram adotadas. Assim, o idioma português foi se juntando à 
família linguística tupi-guarani, em especial o Tupinambá, um dos dialetos Tupi. Os índios, subjugados ou 
aculturados, ensinaram o dialeto aos europeus que, mais tarde, passaram a se comunicar nessa "língua geral", o 
Tupinambá. Em 1694, a língua geral reinava na então colônia portuguesa, com características de língua literária, 
pois os missionários traduziam peças sacras, orações e hinos, na catequese. 
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6Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
 
 
 
Com a chegada do idioma iorubá (Nigéria) e do quimbundo (Angola), por meio dos escravos trazidos da 
África, e com novos colonizadores, a Corte Portuguesa quis garantir uma maior presença política. Uma das 
primeiras medidas que adotou, então, foi obrigar o ensino da Língua Portuguesa aos índios. 
Desde o século XVI, época da formação do Português moderno, o português falado em portugal 
manteve-se mais impermeável às contribuições linguísticas externas. Já o Brasil, em decorrência do processo de 
formação de sua nacionalidade, esteve mais aberto às contribuições linguísticas de outros povos. 
Ainda hoje o português é constantemente influenciado por outras línguas. É comum surgirem novos 
termos para denominar as novas tecnologias do mundo moderno, além de palavras técnicas em inglês e em 
outros idiomas que se aplicam às descobertas da medicina e da ciência. Assim, o contato com línguas 
estrangeiras faz com que se incorporem ao idioma outros vocábulos, em sua forma original ou aportuguesados. 
Atualmente, existem muitas diferenças entre o português que falamos no Brasil e o que se fala em 
Portugal. Tais diferenças não se limitam apenas à pronúncia das palavras, facilmente notabilizada na linguagem 
oral. Existem também diferenças de vocabulário (só para citar um exemplo, no Brasil dizemos "trem", em Portugal 
se diz "comboio") e de construção gramatical (enquanto no Brasil se utiliza uma construção como "estou 
estudando", em Portugal prefere-se a forma "estou a estudar"). 
Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/portuguesHistoria.php 
 
3. Linguagem e língua 
 
• A linguagem 
 A linguagem é tudo aquilo que permite a comunicação entre os homens. Expressão dos 
nossos desejos e sentimentos, das nossas ideias e emoções, a linguagem torna-se vital para a 
convivência humana. Não existe sociedade sem comunicação e, por conseguinte, sem 
linguagem. 
 
 
 
Vamos ver exemplos de análise de três tipos de texto por meio de três tipos de 
linguagem: verbal, não verbal e verbal e não verbal (ou híbrido). 
Linguagem é a faculdade que o homem tem de se exprimir e se comunicar por 
meio da fala. 
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https://www.soportugues.com.br/secoes/portuguesHistoria.php
 
 
 
 
 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
 
• Linguagem Verbal 
A linguagem verbal é uma forma de comunicação que ocorre por meio de palavras, sejam 
elas escritas ou faladas. Este texto que você está lendo, por exemplo, faz uso da linguagem 
verbal. Da mesma forma, um professor que dá uma aula faz uso principalmente da linguagem 
verbal (fala) para se comunicar com seus alunos. 
 
A jovem que construiu a própria a casa e é a única brasileira a dar dicas de reforma no 
YouTube 
Paloma e sua mãe foram as responsáveis pela ampliação da casa onde moram há 25 
anos, que tinha originalmente apenas dois cômodos. Hoje, são quatro quartos, dois 
banheiros, cozinha, sala, varanda e quintal – e, em todos estes ambientes, a youtuber já 
fez alguma obra. 
Ela aprendeu a fazer as reformas com os amigos da mãe, que ajudaram a ampliar o 
imóvel quando o dinheiro da família para as reformas acabou. Logo, descobriu que 
gostava de fazer isso e, mais, que tinha talento. 
Com o passar dos anos, Paloma e Ivone se tornaram as únicas “mestres de obras” da casa. 
Embora a mãe não se aventure tanto nisso quanto a filha, ela ajuda nos acabamentos. “A 
gente fala que sou a pedreira, e minha mãe, a servente.” 
A experiência levou a jovem a estudar engenharia civil em 2013, mas ela largou o curso 
no primeiro semestre para se dedicar ao YouTube, quando o projeto ainda era sobre 
outros temas. Hoje, é uma especialista no tema. 
Ela estima ter economizado quase R$ 25 mil fazendo a construção e a reforma da sua 
casa por conta própria. “Com certeza, não teria condições de pagar por todas as coisas 
que fiz.” 
Mayra Sartorato, da BBC News Brasil, 23 março 2019. Trecho disponível em: 
<https://www.bbc.com/portuguese/geral-47661993> Acesso em 10 set.2019. 
O que se pode depreender desse texto? 
• O texto fala sobre uma menina que construiu a própria casa e transmite esse conteúdo 
na internet. 
• Para além das questões de gênero óbvias – o estereótipo que mulheres não se 
envolveriam com construção civil, por exemplo – há que se pensar sobre o papel da 
internet e das novas comunicações na busca de uma sociedade mais igual. 
• As pessoas se aproveitam da potencial democratização de produção de conteúdo para 
mostrar também outras realidades, muitas vezes questionando papeis sociais. 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
• Qual a importância da internet para uma mudança social verdadeira? Como as novas 
mídias podem ser uma aliada na busca de uma maior igualdade de gênero? 
• A internet democratizou os meios de expressão, possibilitando que qualquer um possa 
expressar-se nos meios digitais. Como as lutas pela igualdade se beneficiam desse 
movimento? 
• Parece haver maior espaço para vozes dissonantes na internet e, com isso, uma maior 
divulgação de experiências e vivências distintas. Como a luta pela igualdade se 
beneficia disso? 
 
• Linguagem não verbal 
Na linguagem não verbal, a comunicação ocorre sem a utilização de palavras. É uma 
forma de comunicação que ocorre por meio de signos visuais ou sonoros. São exemplos de 
signos visuais as placas, as sinalizações de trânsito, os slogans, os logotipos, as cores, as fotos 
etc. Dentre os sons, há os apitos, a música, os ruídos etc. 
 
 
 
O que se pode depreender dessa imagem? 
• Trânsito, velocidade e mobilidade urbana 
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AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
• O que causa o problema de mobilidade urbana exposto na fotografia? 
• Quais as consequências desse problema? 
• Quais as alternativas possíveis para a diminuição do problema. 
 
Causas 
- Historicamente, há um 
reforço ao uso do carro. 
- Desde JK até o governo 
Collor e os dias atuais, o 
próprio governo tomou para 
si muitas vezes a 
responsabilidade de 
fomentar uma cultura que 
supervaloriza o transporte 
automobilístico. 
- Além disso, o carro é um 
símbolo de status: há uma 
ideia muito forte no Brasil de 
que uma melhoria da 
condição financeira estaria 
atrelada à posse de um carro. 
- O transporte público é 
frequentemente associado 
às classes mais baixas. 
Consequências 
- Aumento da poluição nos 
grandes centros urbanos, 
perda de tempo nos 
congestionamentos, stress 
no motorista, entre outros. 
 - Os congestionamentos 
produzem efeitos negativos 
nos motoristas, podendo 
mesmo ser um fator de 
incentivo à violência no 
trânsito. 
 
Alternativas 
- Incentivo e oferta de outros 
meios de transporte. 
- Um transporte público de 
maior qualidade pode 
incentivar a diminuição do 
uso do carro. 
- Para mudar a mentalidade 
das pessoas em relação ao 
transporte público é preciso 
que a oferta de ônibus e 
metrôs seja maior e mais 
conveniente: novas linhas, 
estações e corredores de 
ônibus são exemplos de 
possíveis melhorias. 
- Além dos transportes 
públicos, outras alternativas 
como as ciclovias podem 
modificar a relação do 
cidadão com os transportes. 
 
• Linguagem verbal e não verbal (Híbrido ou misto) 
Há também a linguagem mista, também chamada de híbrida, em que elementos dos 
dois tipos de linguagem (verbal e não verbal) aparecem de forma combinada. São exemplos 
desse tipo de linguagem os panfletos publicitários, as charges e as histórias em quadrinhos. 
 
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AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
 
Fonte: Willtirando, 07/10/2017. Disponível em: < http://www.willtirando.com.br/a-arte-imita-a-vida/> Acesso em 
18 Mar. 2019. 
 
O que se pode depreender desse texto? 
O tema da tirinhaapresentada aqui é “A desvalorização do artista”. 
Ainda que se utilizem na tirinha exemplos de artistas de outras épocas, não é possível 
afirmar que este comportamento seja comum através do tempo. Só se pode dizer que hoje 
em dia há uma desvalorização da figura do artista. 
Há algumas ideias que se pode levantar a partir desse texto – ainda que elas não estejam 
necessariamente nele. Pense em maneiras de incluir seu conhecimento de mundo numa 
análise, pois isso pode trazer possíveis argumentos no futuro. 
• A desvalorização do artista se deve à desvalorização da arte na sociedade atual? 
• O artista não é reconhecido como alguém que trabalha? 
• A ideia de reprodutibilidade, ou seja, da possibilidade de reproduzir uma obra, a 
desqualifica enquanto obra de arte. 
• O artista é visto como alguém improdutivo. O produto de seu trabalho não é 
considerado passível de valor de troca. 
• A arte não é considerada útil e, por isso, não tem valor. 
• O utilitarismo e a reprodutibilidade técnica podem estar na raiz da desvalorização da 
ideia de artista. 
 
 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
• A língua 
A língua é um sistema de linguagem e compreende os estudos de Fonologia, Morfologia 
e Sintaxe. Cada língua possui um sistema, uma estrutura que a diferencia de outra. A partir 
do momento em que executamos um sistema linguístico, ou seja, quando começamos a 
falar ou a escrever, temos o discurso, que alguns preferem denominar de fala. 
 
 
 
4. Discurso e estilo 
 
Há três possíveis modos de redação da fala: discurso direto, discurso indireto e 
discurso indireto livre. Vamos nos dedicar com maior detalhamento em cada um deles agora 
e, no final, colocarei um quadrinho para dinamizar melhor. 
➢ Discurso direto 
O discurso direto ocorre quando “o escritor apresenta a personagem e deixa-a 
expressar-se, reproduzindo-lhe textualmente as palavras”. 
Identificar um discurso direto é simples: ele costuma ser expresso por um travessão 
antes da fala ou pelo emprego de aspas. 
 
Exemplos: 
Travessão 
Ela escondeu a cabeça nas mãos e soluçou. 
— É impossível, eu não posso amar-vos! 
Eu disse-lhe: 
—Eleonora, ouve-me, deixo-te só, velarei, contudo, sobre ti daquela porta. 
(In: Noite na Taverna, Álvares de Azevedo) 
 
 
A língua não é um sistema imutável; como toda criação humana, está sujeita à 
ação do tempo e do espaço geográfico, sofre constantes alterações e reflete 
forçosamente as diferenças individuais dos falantes. Daí a existência de vários 
níveis de fala, culta, coloquial, popular, etc. 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
 
Aspas 
Respirou fundo e abriu a porta. No mesmo instante sentiu uma onda cálida de alívio 
percorrer-lhe o corpo. Uma mulher pálida, de aparência emaciada, cabelo ralo e 
rosto enrugado estava parada do lado de fora. 
“Ah, camarada”, começou ela, num tom de voz monótono e queixoso, “tive a 
impressão de ouvir você chegar. Será que poderia ir até a minha casa 
dar uma olhada na pia da cozinha? Está entupida e...” 
(In: 1984, George Orwell) 
 
A fala em discurso direto também costuma ser precedida dos chamados verbos dicendi: 
verbos que denotam ações ligadas à fala, como “perguntar”, “dizer”, “exclamar”, 
“responder”, entre outros. Estes verbos também podem aparecer ao fim das falas ou até 
mesmo no meio delas – nestes casos, frequentemente divididas ou intercaladas por travessão. 
 
Exemplos: 
A cocote, logo que o viu aproximar-se, disse baixinho à menina: 
—Não é preciso que ele saiba que vais lá domingo, ouviste? 
(In: O cortiço, Aluisio Azevedo) 
 
— Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora, — repetia ele com os olhos 
no papel. 
(In: A cartomante, Machado de Assis) 
 
 
➢ Discurso Indireto 
Já o discurso indireto é definido como aquele em que o autor encaixa no seu próprio 
discurso as palavras da personagem, propondo-se tão somente a transmitir-lhes o sentido 
intelectual e não a forma linguística que as caracteriza”. 
 
Quaresma foi inflexível; disse que não, que lhe eram absolutamente antipáticas tais 
disputas, que não tinha partido e mesmo que tivesse não iria afirmar uma cousa 
que ele não sabia ainda se era mentira ou verdade. 
(In: O triste fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto) 
 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
Assim como no discurso direto, há a presença dos verbos dicendi, entendidos como 
verbos de enunciação, porém aqui eles se encontram seguidos de conectivos de 
subordinação, ou seja, os verbos referentes a fala precedem orações independentes que 
expressam a fala da personagem 
 
O padre Amaro baixou devagar os olhos — e trincando migalhas, perguntou se 
havia muitas doenças naquele Verão. 
(In: O crime do padre Amaro, Eça de Queiroz) 
 
Observe que se este período estivesse em discurso direto, a redação dos termos 
destacados seria: 
O padre Amaro baixou devagar os olhos – e trincando migalhas perguntou: 
- Há muitas doenças neste Verão? 
 
Como é possível observar, não é apenas no uso de aspas ou travessão que está a 
diferença entre o discurso direto e indireto. Uma das principais diferenças na transposição é a 
alteração do tempo verbal. 
 
Exemplos: 
Mudança de pretérito imperfeito (indireto) para presente (direto): 
Discurso indireto 
Rangel desceu os olhos ao baixo da página, viu a quadra correspondente ao 
número, e leu-a: dizia que sim, que havia uma pessoa, que ela devia procurar 
domingo, na igreja, quando fosse à missa. 
(O diplomático, Machado de Assis) 
 
Discurso direto 
Rangel desceu os olhos ao baixo da página, via a quadra correspondente ao 
número, e leu-a: 
“Há uma pessoa que você deve procurar domingo, na igreja, quando for à missa.” 
 
 
Mudança de pretérito mais que perfeito (indireto) para (pretérito perfeito (direto): 
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AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
Discurso indireto 
Lendo essa carta, Lourenço Camargo afigurou-se receber as últimas palavras do 
filho; e lembrou-se quanto fora injusto duvidando da realidade desse casamento 
de que ali tinha a prova irrecusável. 
(Senhora, José de Alencar) 
 
 
Discurso direto 
Lendo essa carta, Lourenço Camargo afigurou-se receber as últimas palavras do 
filho; e lembrou-se: “Quão injusto eu fui injusto duvidando da realidade desse 
casamento de que aqui tenho a prova irrecusável”. 
 
Mudança de futuro do pretérito (indireto), para futuro do presente (direto). 
Discurso indireto 
Um dia, em que a afilhada fora visitar a madrinha, esta lhe disse que a iria em breve 
buscar para sua casa. 
(In: A mão e a luva, Machado de Assis) 
 
Discurso direto 
Um dia, em que a filhada fora visitar a madrinha, esta lhe disse: 
- Em breve vou buscar-lhe para minha casa. 
 
➢ Discurso indireto livre 
Esta modalidade é mais difícil de ser identificada. Mas com algumas características é 
possível facilitar a classificação. Vejamos: 
• O estilo de escrita é indireto; 
• Não há necessariamente a ocorrência de verbo discendi; 
• Não há conectivos indicando subordinação, ou seja, é uma construção em dois ou mais 
períodos; 
• O segundo – ou posterior – período é onde se encontra o pensamento da personagem. 
 
Vamos tentar deixar mais claro com alguns exemplos: 
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AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
Luísa, na cama, tinha lido, relido o bilhete de Basílio: Não pudera — escrevia ele — 
estar mais tempo sem lhe dizer que a adorava. Mal dormira! 
(In: Primo Basílio, Eça de Queiroz) 
 
Aqui, vê-se que o segundo período, “Mal dormira!”, representa exatamente a fala da 
personagem, apenas com alteração temporal para manter o aspecto direto. 
Se estivesse em discurso indireto, seria: 
Luísa, na cama, tinhalido, relido o bilhete de Basílio. Ele havia escrito que não podia 
estar mais tempo sem lhe dizer que a adorava. Que mal dormira. 
 
Aqui, na construção do discurso indireto, vê-se a presença do conectivo que, indicando 
subordinação entre as orações. No discurso indireto livre, não há a necessidade desse 
conectivo. 
Veja aqui outro exemplo de transposição do mesmo período para todos os tipos de 
discurso: 
Discurso indireto livre 
“Ele ficou bestificado com a cidade 
Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal 
Meu Deus, mas que cidade linda, 
No Ano Novo eu começo a trabalhar” 
(In: Faroeste Caboclo, Legião Urbana) 
 
 
Discurso direto 
Ele ficou bestificado com a cidade. Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal e 
disse: 
- Meu Deus, mas que cidade linda! No Ano Novo eu começo a trabalhar. 
 
 
 
Discurso indireto 
Ele ficou bestificado com a cidade. Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal e disse 
que a cidade era linda e que no Ano Novo começaria a trabalhar. 
 
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AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
 
 
TRANSPOSIÇÃO DE DISCURSO DIRETO PARA INDIRETO 
 
 
5. Níveis de linguagem 
 
Para muitas provas, um dos grandes interesses na questão está na dualidade Norma 
culta X Linguagem popular, ao falarmos sobre níveis de linguagem, mas apresentarei nesta 
parte também as variações linguísticas existentes na Língua Portuguesa. Vamos ver um pouco 
mais do que diferencia cada uma delas: 
Pronome de 1ª / 2ª Pessoa → Pronome de 3a pessoa 
Advérbios “aqui, aí” → Advérbios “lá, ali, acolá” 
Presente → Pretérito Imperfeito 
Pretérito Perfeito → Pretérito mais-que-perfeito 
Futuro do Presente → Futuro do Pretérito 
Modo Imperativo → Modo Subjuntivo 
 
 
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PRECONCEITO LINGUÍSTICO 
O preconceito contra alguém por conta do seu modo de falar é conhecido como 
preconceito linguístico. Esse é um assunto que tem sido bastante abordado pelas provas, 
principalmente na redação. Quando essa expressão aparecer em algum texto, saiba identificá-
la! 
O preconceito, seja ele de que natureza for, é uma crença pessoal, uma postura 
individual diante do outro. Qualquer pessoa pode achar que um modo de falar é mais bonito, 
mais feio, mais elegante, mais rude do que outro. No entanto, quando essa postura se 
transforma em atitude, ela se torna discriminação. 
No caso da língua, é imprescindível receber uma educação linguística crítica e bem 
informada, na qual se mostre que todos os seres humanos são dotados das mesmíssimas 
capacidades cognitivas e que todas as línguas e variedades linguísticas são instrumentos 
perfeitos para dar conta de expressar e construir a experiência humana neste mundo. 
 
• Também chamada de linguagem formal ou norma padrão, a norma culta segue aos padrões 
linguísticos e gramaticais. 
• Tende a ser utilizada por pessoas com alto grau de cultura e/ou escolaridade. 
• É preferível o uso da norma culta na escrita em diversas situações – principalmente em textos 
informativos ou educativos – pois esta garante maior compreensão do conteúdo. 
• Ainda que haja variações linguísticas, a escrita tende a variar menos. Um texto escrito com 
maior respeito às normas gramaticais é mais facilmente assimilado.
Norma culta
• Também chamada de linguagem informal. 
• Uma fala coloquial permite maior flexibilidade nas regras gramaticais e nos padrões 
linguísticos, podendo mesmo apresentar alguns vícios de linguagem. Ela tende a sofrer mais 
modificações, sejam elas sociais, regionais ou situacionais. 
• Em contextos de menos rigor, como ambientes familiares ou em grupos de amigos, costuma ser 
mais utilizada. 
• Tem também muita relação com a oralidade, ou seja, se relaciona mais com o modo como as 
palavras são faladas do que escritas, já que seu foco é no conteúdo e nos efeitos da mensagem. 
Muitas vezes, um linguajar coloquial pode ser um recurso poético na literatura. 
Linguagem popular
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Variação situacional (ou variação diafásica) 
As variações situacionais são aquelas que ocorrem a depender do contexto em que 
decorre o processo comunicativo. Há situações em que se deve utilizar um registro formal e 
outros em que é a preferência é para o registro informal. 
Veja um exemplo de uso poético da variação situacional: 
 
Quadrinho do de Fernando Gonsales. Fonte: Mundo Letras4.5 Variação social 
A variação social é aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Essa variação 
também é chamada de variação sociocultural. Essa variação pressupõe o segmento social de 
onde vem o falante, considerando-se geralmente as seguintes variedades: falante não 
escolarizado e falante escolarizado; homem e mulher; idoso e jovem. A diferença de uso 
da língua entre pessoas de faixas etárias diferentes é muito importante para a maioria das 
provas. 
Veja um uso poético da variação social: 
“Pisou na bola, 
Conversa fiada malandragem. 
Mala sem alça é o couro, 
Tá de sacanagem. 
 
Tá trincado é aquilo, 
Se toca vacilão. 
Tá de bom tamanho, 
Otário fanfarrão.” 
Fragmento de A gíria é a cultura do povo, de Bezerra da Silva 
 
 
 
 
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Variação histórica (ou variação diacrônica) 
Uma língua pode sofrer modificações ligadas ao tempo. Modos de escrita de palavras 
que caem em desuso e palavras que deixam de ser utilizadas ou são modificadas são dois 
bons exemplos disso. 
CASO DA PALAVRA “VOCÊ” 
 A palavra “você” que usamos hoje é, na verdade, uma transformação da expressão 
“vossa mercê”. Essa expressão teria nascido no século XIV, para referir-se a pessoas da 
nobreza. Era assim que os servos se referiam a eles como forma de agradecimento por sua 
generosidade. 
 Com o passar do tempo, a expressão “vossa mercê” foi sendo reduzida até chegar a 
“você”: 
VOSSA MERCÊ => VOSSEMECÊ => VOSMECÊ => VOCÊ 
 
Veja um exemplo de uso poético da variação histórica: 
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e 
muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os 
janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, 
mas ficava longos meses debaixo do balaio. E levavam tábua, o remédio era tirar o 
cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, 
antigamente, era de tirar o pai da forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas 
jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. 
Fragmento de Antigamente, de Carlos Drummond de Andrade 
 
Variação regional (ou variação diatópica) 
Aos aspectos regionais que modificam o falar do português, se denominam Dialetos. É 
uma variante linguística constituída por características fonológicas, sintáticas, semânticas e 
morfológicas próprias. No Brasil hoje, entende-se que há dois grandes grupos dialetais 
distintos: o Norte e o Sul, cada um com suas características específicas. Estas diferenças são 
ligadas ao espaço geográfico, aos grupos antecedentes, à comunicação com outros grupos 
sociais/regionais, entre outros. As expressões típicas dos falantes de cada grupo, de 
regionalismos. 
 
Falantes do Português Brasileiro (PB), como de qualquer outra língua natural, procedem 
de determinado espaço geográfico. Há uma correlação entre a região de origem dos 
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falantes e as marcas específicas que eles vão deixando em sua produção linguística. 
Portugueses e brasileiros não falam do mesmo jeito. Brasileiros do Norte, do Nordeste, 
do Sudeste, do Centro-Oeste e do Sul tampouco falam exatamente do mesmo jeito. Uma 
 
 
língua natural conterá, portanto, diferentes dialetos, relacionados ao espaço geográfico 
que ele ocupa. 
 
De todas as variedades do português, a variedade geográfica é a mais perceptível. 
Quando começamos a conversar com alguém, logo percebemos se ele é ou não 
originário de nossa região. Em Portugal e no Brasil, as diferenças assim notadas não 
dificultam a intercompreensão, como ocorre em outros países europeus (CASTILHO, 
2019, p. 198, grifos meus). 
 
 
A famosa polêmica do biscoito X bolacha está ligada às variações regionais. 
 
 
Veja um exemplo de uso poético da variação regional: 
“Que importa que uns falem mole descansado 
Que os cariocas arranhem os erres na garganta 
Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais? 
Que tem si o quinhentos-réis meridional 
Vira cinco tostões do Rio pro Norte? 
Juntos formamos este assombro de misérias e grandezas, 
Brasil, nome de vegetal!...” 
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Fragmento de Noturno de Belo Horizonte, de Mário de Andrade 
 
Variação social (ou variação diastrática) 
 
É a variação que se refere aos grupos sociais, cujos fatores, relacionados à faixa etária, 
profissão, estrato social, entre outros, imperam de forma preponderante. Como exemplo 
podemos citar a linguagem dos grupos de rap, dos surfistas, a linguagem da classe médica, e 
até mesmo a linguagem dos mais velhos e das crianças. 
 
 
 
6. Funções da linguagem 
 
Falar sobre funções da linguagem é falar sobre comunicação. 
Quando se pretende passar alguma mensagem – independente do veículo escolhido 
para tal – há uma série de elementos que são acionados. É preciso, no mínimo, alguém com a 
intenção de comunicar, alguém com a intenção de ouvir e algo a ser dito. 
É preciso também, escolher qual o veículo e modo de elaborar a mensagem para fazer 
essa informação chegar ao ouvinte. No caso do texto, essa estrutura se mantém. 
 
Esses são, essencialmente, os partícipes de um processo comunicacional: 
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- Mensagem: o conteúdo a ser passado. 
- Emissor: aquele que diz a mensagem. 
- Receptor: aquele a quem se destina a mensagem. 
- Código: o modo pelo qual se transmite a mensagem (fala, escrita, sinais, idioma etc.). 
- Canal: o veículo – físico ou virtual – que transmite a mensagem. 
- Referente: o contexto, ou seja, a situação em que a mensagem se encontra no mundo. 
 
As funções da linguagem textual são divididas em seis possibilidades, cada uma 
focando em um partícipe da comunicação: função poética (mensagem), função emotiva 
(emissor), função conativa (receptor), função metalinguística (código), função fática (canal) 
e função referencial (referente). 
 
➢ Função Poética 
Esta função se foca na mensagem. 
O importante nessa função é modo como se elabora o conteúdo, ou seja, a forma do 
texto importa tanto quanto seu conteúdo. É bastante comum na literatura, principalmente 
na lírica, mas não só: a função poética também se encontra muitas vezes, por exemplo, na 
publicidade. Se caracteriza pelo uso constante da linguagem figurada. 
 
Prosa 
“Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que 
foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra 
da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de 
ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido 
misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se 
retira da praia, nos dias de ressaca.” 
(Fragmento de Dom Casmurro, de Machado de Assis) 
 
Provérbios e ditos populares 
“Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura.” 
“Caiu na rede, é peixe.” 
“Quem com ferro fere, com ferro será ferido.” 
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➢ Função emotiva 
O foco desta função está no emissor. 
Principal aqui é traduzir os pensamentos, sensações e pontos de vista daquele que 
está transmitindo a mensagem. Utiliza, portanto, uma linguagem mais subjetiva. É comum 
contar com sinais de pontuação como exclamação e reticências, interjeições, fluxos de 
pensamento, entre outras marcas textuais que representem o sentimento. Pode aparecer em 
textos literários, editoriais e artigos de opinião, cartas ou mensagens, diários, entre outros. 
Literatura 
Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. 
Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, 
estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a 
qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos. 
(Fragmento de O pequeno príncipe, Antoine de Saint-Exupéry) 
 
Mensagens 
“Oi Ana! Estou morrendo de saudade de você! Que dia você chega? Tenho tanto 
pra te contar...” 
➢ Função conativa 
Esta função é também comumente referida como apelativa e se centra no receptor. 
O principal objetivo de um texto assim é convencer alguém de algo. Pode aparecer 
em publicidade e campanhas políticas principalmente. Os textos apelativos são 
majoritariamente em primeira ou segunda pessoa – singular e plural – e utiliza verbos no 
imperativo. 
Publicidade 
C&A - Abuse, use C&A 
Doril - Tomou Doril, a dor sumiu 
Neosaldina - Chama a Neusa. 
Red Bull- Red Bull te dá asas 
Sandálias Havaianas- Todo mundo usa. 
 
Campanha política 
Slogans: 
- Chama o Meirelles (Henrique Meirelles) 
- Pior do que tá não fica. Vote Tiririca! (Tiririca) 
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➢ Função metalinguística 
A função metalinguística se foca no próprio código. Ela caracteriza textos que falam 
sobre o próprio texto ou sobre o ato da escrita. Além de poemas e artigos que falem sobre 
este ofício, há também os livros didáticos voltados para o estudo da língua, como gramáticas 
e dicionários. 
Literatura 
AUTOPSICOGRAFIA 
O poeta é um fingidor 
Finge tão completamente 
Que chega a fingir que é dor 
A dor que deveras sente. 
 
E os que lêem o que escreve, 
Na dor lida sentem bem, 
Não as duas que ele teve, 
Mas só a que eles não têm. 
 
E assim nas calhas de roda 
Gira, a entreter a razão, 
Esse comboio de corda 
Que se chama coração. 
(Fernando Pessoa) 
 
Livros didáticos 
di.ci.o.ná.ri.o 
 
1 [LING] Coleção, parcial ou completa, das unidades lexicais de uma língua 
(palavras, locuções, afixos etc.), em geral dispostos em ordem alfabética, com ou 
sem significação equivalente, assim como sinônimos, antônimos, classe gramatical, 
etimologia etc., na mesma ou em outra língua. 
(Dicionário Michaelis adaptado) 
➢ Função fática 
O centro da função fática é o canal, ou seja, a preocupação é com o veículo de 
transmissão. 
O importante aqui não é o que nem como se fala, mas sim estabelecer contato. É 
comum aparecer em situações de teste de funcionamento do veículo, cumprimentos e 
saudações em geral. Expressões como “alô” ao telefone são um ótimo exemplo de função 
fática. 
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Literatura 
- Olá! Como vai? 
- Eu vou indo. E você, tudo bem? 
- Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro… E 
você? 
- Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranquilo… Quem sabe? 
(Fragmento de Sinal fechado, de Paulinho da Viola) 
 
Teste do Canal 
 
Figura 2 – Tirinha de Bill Watterson. Fonte: SiteEscola Kids 
 
 
➢ Função Referencial 
A função referencial se foca no referente, ou seja, situar no contexto do processo 
comunicacional. 
O objetivo aqui, portanto, é apenas informar os dados sem opinar sobre eles. 
Aparece no texto jornalístico, no manuais, listas, bulas etc. Diferente da função conativa, não 
há o uso do imperativo. O objetivo não é convencer, mas sim informar. 
 
Jornalismo 
“O número de trabalhadores sem carteira assinada cresceu 3,8% (mais 427 mil 
pessoas) no 4º trimestre de 2018, frente ao ano anterior, segundo a Pesquisa 
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (31). Por 
outro lado, a quantidade de pessoas que trabalham com registro caiu 1% na 
comparação anual.” 
Fragmento de G1 – Economia, 31/01/19 
 
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Vamos ver como esses primeiros conceitos poderiam ser cobrados em sua prova, com 
foco em tipos de discurso. 
 
 
 
Fique por dentro! 
01. (Questão modelo) Assinale a alternativa que apresenta somente 
discurso direto. 
 
a) “ – Lanche? 
A aeromoça, com bandejas.” 
b) “Tudo perdido. 
Seria preciso recomeçar – mas terá ele forças? Terá 
tempo?” 
c) “– O que pretende? – indagou rispidamente. 
Ela balbuciou que não queria nada.” 
d) “Não pareceu de urgências. Disse (novidade!) que 
a pressa era inimiga da perfeição.” 
 
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Gabarito comentado 
 
Alternativa a – somente há discurso direto, por meio de “-Lanche?” 
Alternativa b – há discurso indireto livre. 
Alternativa c – além de discurso direto, há discurso indireto em “Ela 
balbuciou que não queria nada.” 
Alternativa d – há discurso indireto livre. 
 
 
Gabarito A 
 
 
 
 
 
Fique por dentro! 
02. (Questão modelo) Assinale a alternativa em que há discurso 
indireto. 
a) “O papel de Helena não estava acabado; diminuía, contudo, e Estácio interveio 
para que a irmã tivesse, enfim, alguns dias de absoluto repouso. Ela recusou, 
dizendo que o repouso perdido seria aos poucos recuperado.” 
b) “Esses homens que entram diariamente no edifício têm em geral o ar grave e 
angustiado. Será tão importante assim o que os preocupa? E por mais sério que 
seja o motivo, não estará em desproporção com a cara fechada com que se 
apresentam?” 
c) “A mulher agradeceu e ficou olhando as fitas enquanto esperava. Era melhor 
que a outra não aparecesse, mesmo. Tinham se separado. Nunca mais tinham se 
visto. Que tipo de conversa poderiam ter?” 
d) “– Não conte a ninguém sobre isso – concluiu ele. – Caso contrário, minha vida 
correrá perigo.” 
 
Comentários 
Alternativa a – há discurso indireto. 
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Alternativa b – há discurso indireto livre. 
Alternativa c – há discurso indireto livre. 
Alternativa d – há discurso direto. 
 
Gabarito A 
 
 
 
 
Fique por dentro! 
03. (Questão modelo) Observe o texto: 
“Além dos dizeres recomendou ao pintor que bolasse uma figura, qualquer 
alegoria referente ao ramo. E perguntou quanto era. O pintor disse que 
ficaria em 50.000 cruzeiros.” (Millôr Fernandes) 
Assinale a alternativa correta quanto ao(s) tipo(s) de discurso presente(s) no 
texto acima. 
a) discurso direto 
b) discurso indireto 
c) discurso direto e discurso indireto 
d) discurso indireto livre 
Comentários 
Só há discurso indireto, com presença de conjunções integrantes e com o 
narrador informando ao leitor o que a personagem falou. 
 
Gabarito B 
 
 
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 Fique por dentro! 
04. (Questão modelo) Em todas as alternativas, há discurso direto, 
exceto em: 
a) Ele estava com medo. Mas disse, bem alto, que a amava muito. 
b) – Posso me sentar aqui? – indagou a moça, ainda meio envergonhada. 
c) Letícia pôs os pratos sobre a mesa e exclamou: 
– É tão bom ver toda a família reunida! 
d) “Desculpem-me, mas não conseguirei ir ao trabalho hoje”, para os pais, logo 
de manhãzinha, sussurrou André. 
 
Comentários 
Alternativa a – Há discurso indireto, pois o narrador apresenta a fala e as 
ações do personagem. 
Em todas as outras alternativas, há discurso direto, com todos os aspectos 
linguísticos que o compõe, como pontuação. 
 
Gabarito A 
 
 
 
 Fique por dentro! 
05. (Questão modelo) Há presença de discurso indireto livre em: 
a) “Olhou-o com ansiedade e espanto. O Fonseca não teria mais a dizer senão 
aquilo? O Fonseca deveria ter pensado que ele estava distraído.” (Fernando 
Namora) 
b) “É Jesus que volta, pensou, a alegria deixou-a, no primeiro momento, 
paralisada e confusa.” (José Saramago) 
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c) “Eu, na rua, com pressa, e o menino me segurou pelo braço, falou qualquer 
coisa (...) Fui logo dizendo que não tinha, certa de que estava pedindo esmola.” 
(Marina Colassanti) 
d) “Por mais que a mulher lhe pedisse para ir a Goiana ouvir dr. Belarmino, não 
foi.(...) E por isto mais longe de todos foi ficando. Pensava em Deus e se recolhia 
ainda mais.” (José Lins do Rego) 
 
 
Comentários 
 
Alternativa a – há discurso indireto livre, com a fala do narrador se 
confundindo com a fala do personagem. 
Alternativa b – há presença de discurso indireto. 
Alternativa c – há discurso indireto, por mais que esteja em 1ª pessoa esse 
discurso, pois há a narração de uma situação. 
Alternativa d – há discurso indireto. 
 
Gabarito A 
 
 
 
 Fique por dentro! 
06. (Questão modelo) Leia o seguinte trecho: 
“Quando citei Thomas Carlyle, ele me perguntou, da forma mais 
ingênua, de quem se tratava e o que havia feito.” 
 
Marque a alternativa em que o discurso indireto presente no trecho acima foi 
corretamente transposto para o discurso direto. 
a) Quando citei Thomas Carlyle, ele me perguntou, da forma mais ingênua: 
– De quem se tratava e o que faz? 
b) Quando citei Thomas Carlyle, ele me perguntou, da forma mais ingênua: 
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– De quem se trata e o que fez? 
c) Quando citei Thomas Carlyle, ele me perguntou, da forma mais ingênua: 
– De quem se tratava e o que fizera? 
d) Quando citei Thomas Carlyle, ele me perguntou, da forma mais ingênua: 
– De quem se tratou e o que fizera? 
 
Comentários 
Como é possível perceber por meio do quadrinho a seguir que coloquei neste 
pdf, o verbo que está no pretérito imperfeito, no discurso indireto, passa a ficar 
no tempo presente no discurso direto, portanto o único gabarito possível é a 
letra B. 
 
 
Gabarito B 
 
 
 Fique por dentro! 
07. (Questão modelo) Leia: 
“O zelador pediu: 
- Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio cairá.” 
Passando-se o discurso direto para o discurso indireto, a alternativa correta é: 
a) O zelador pediu à madame que ela fugisse, que o prédio cairia. 
Pronome de 1ª / 2ª Pessoa → Pronome de 3a pessoa 
Advérbios “aqui, aí” → Advérbios “lá, ali, acolá” 
Presente → Pretérito Imperfeito 
Pretérito Perfeito → Pretérito mais-que-perfeito 
Futuro do Presente → Futuro do Pretérito 
Modo Imperativo → Modo Subjuntivo 
 
 
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b) O zelador pediu à madame que ela fuja, que o prédio cairá. 
c) O zelador pediu à madame que fuja, que o prédio iria cair. 
d) O zelador pedira à madame que fugisse, que o prédio cairá. 
 
Comentários 
Do modo imperativo “Foge”, no discurso direto, passa a ser “fugisse”, no 
discurso indireto. 
 
Gabarito A 
 
 
 Fique por dentro! 
08. (Questão modelo) Leia: 
“Fechei o livro; ela foi sentar-se na cadeira que ficava defronte de 
mim, perto do canapé. Como eu lhe perguntasse se a havia 
acordado, sem querer, fazendo barulho, respondeu com presteza: 
Não! qual! Acordei por acordar.” 
Quanto aos tipos de discurso, há no trecho 
a) indireto livre. 
b) apenas direto. 
c) apenas indireto. 
d) direto e indireto. 
 
Comentários 
Inicia com o discurso direto até “canapé”, passa pelo discurso indireto 
“respondeu com presteza” e volta ao discurso direto. 
 
 
Gabarito D 
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Fique por dentro! 
09. (Questão modelo) Em qual das alternativas foi empregado o 
discurso indireto-livre? 
a) “A ignorância de Holmes era tão notável quanto seu conhecimento. 
O que sabia de literatura, filosofia e política contemporâneas era quase nada. 
Quando citei Thomas Carlyle, ele me perguntou, da forma mais ingênua, de 
quem se tratava e o que havia feito.” (A. C. Doyle) 
b) “Pegou das pontas do cinto e bateu com elas sobre os joelhos, isto é, o 
joelho direito, porque acabava de cruzar as pernas. Depois referiu uma história 
de sonhos, e afirmou-me que só me tivera um pesadelo, em criança.” (M. de 
Assis) 
c) “Quem deu a ideia de trazer prima Biela para a cidade foi Constança. “Deixa, 
Conrado, traz ela cá para casa”, disse. “Biela fica morando com a gente, pode 
até me ajudar com as meninas, fazer companhia”.” (Autran Dourado) 
d) “Enfim, apanhar do governo não é desfeita, e Fabiano até sentia orgulho ao 
recordar-se da aventura. Mas aquilo... Soltou uns grunhidos. Por que motivo o 
governo aproveitava da gente assim?” (G. Ramos) 
 
Comentários: 
Alternativa a – há discurso indireto. 
Alternativa b – há discurso indireto. 
Alternativa c – há discurso direto e indireto. 
Alternativa d – há discurso indireto livre e constatamos quando o trecho é 
iniciado por discurso indireto e passa por uma fala no final sem marcas 
linguísticas de discurso direto, como em “Por que motivo o governo 
aproveitava da gente assim?” 
 
Gabarito D 
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Fique por dentro! 
10. (Questão modelo) Assinale a alternativa em que há discurso 
indireto livre. 
a) “Minha mãe ficava sentada cosendo olhando para mim 
– Psiu ... Não acorde o menino.” 
b) “À noite, encontrando-se com sua ex-esposa numa rua erma e escura, 
parou, olhou para os lados. Aquele seria um momento para um acerto de 
contas? Sim!” 
c) “Daniela, visivelmente emocionada, falou que havia algum tempo ela tinha 
encontrado seu maior tesouro: Marcelo.” 
d) “Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu.” 
 
Comentários: 
Alternativa a – há discurso direto. 
Alternativa b – há discurso indireto livre, com momentos de reprodução de 
fala sem sinais de pontuação que os identifique. 
Alternativa c – há discurso indireto. 
Alternativa d – há discurso direto. 
 
Gabarito B 
 
 
 
 
Fique por dentro! 
11. (Questão modelo) Observe os períodos: 
I. “Escobar refletiu um instante e acabou dizendo que o 
correspondente do pai esperava por ele.” 
II. “Enlameado até a cintura, Tiãozinho cresce de ódio. Se pudesse matar 
o carreiro... Deixa eu crescer!... Deixa eu ficar grande!” 
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III. “- Cuidado, Levindo - disse Nando. - Violência é coisa que quem 
procura encontra sempre. 
IV. “Depois referiu uma história de sonhos e afirmou-me que só tivera um 
pesadelo, em criança.” 
Há discurso indireto em 
a) I e IV. 
b) II e III. 
c) II e IV. 
d) II apenas. 
 
Comentários: 
I – Discurso indireto. 
II- Discurso indireto livre. 
III – Discurso direto. 
IV – Discurso indireto. 
 
Gabarito A 
 
 
Fique por dentro! 
12. (Questão modelo) Coloque 1 (discurso indireto), 2 (discurso 
indireto livre) e assinale a sequência correta. 
( ) O jornalista começou a atravessar a rua. Estava esburacada, as 
pessoas poderiam tropeçar em alguns cacos de cimento meio presos ao chão, 
ou enfiar o pé em pequenos vãos. Ora, que se machucassem ... quem sabe, a 
mulher do prefeito ... 
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AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
( ) As estrelas, quando viam subir, através da noite, muitos vaga-lumes cor de 
leite, costumavam dizer que eram os suspiros do rei Sião, que se divertia com 
as suas trezentas concubinas. 
( ) Ao ser desmascarado, o candidato a deputado estadual parou de falar, 
esfregou as mãos nervosamente e acabou confessando que se enganara. 
( ) Os estudantes festejavam a formatura. Cantavam, sorriam, gritavam, 
pulavam na fonte do jardim principal, diziam gracinhas às garotas que 
passavam. Que se danassem as boas-maneiras! E continuavam a 
comemoração avenida acima. 
a) 1 – 2 – 2 – 1 
b) 1 – 1 – 2 – 2 
c) 2 – 1 – 1 – 2 
d) 2 – 2 – 1 – 1 
 
Gabarito C 
 
(2) – Discurso indireto livre, iniciando com discurso indireto e partindo para 
o discurso direto sem pontuação em “ora que se machuacassem...” 
(1) – Discurso indireto 
(1) – Discurso indireto 
(2) – Discurso indireto livre, iniciando com discurso indireto e partindo para 
o discurso direto sem pontuação em “Que se danassem as boas-maneiras” 
 
 
 
 
 
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Fique por dentro! 
13. (Questão modelo) Assinale a alternativa que apresenta 
discurso indireto livre. 
a) Então o rapaz pergunta a seu amigo se não haveria uma pessoa 
doente lá em cima. 
b) O delegado estava indeciso quanto à autoria do ato criminoso. A quem 
interessaria o crime? 
c) Ela comentou que uma vez foi lá um homem do governo e exigiu a 
desmontagem das barracas. 
d) “Nada será retirado daqui!” – esbravejou a mulher, muito nervosa. 
 
 
Comentários: 
Alternativa a – discurso indireto. 
Alternativa b – discurso indireto livre, com discurso direto sem pontuação em 
“A quem interessaria o crime?” 
Alternativa c – discurso indireto. 
Alternativa d – discurso direto. 
 
Gabarito B 
 
 
 
 
 
 
 
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14. (Questão modelo) Assinale a alternativa em que não ocorre 
discurso indireto livre. 
a) “Sinhá Vitória tentou sossegá-lo dizendo que ele poderia entregar-
se a outras ocupações.” 
b) “Baleia assustou-se. Que faziam aqueles animais soltos de noite? A 
obrigação dela era levantar-se, conduzi-los ao bebedouro.” 
c) “... todos na casa dormiam, menos Maria que cismava em como e onde 
estaria àquela hora o filho (...) se acoberto duma árvore (...) se em poder dos 
romanos (...), que o Senhor não o permita (...) e o coração deu-lhe um salto à 
boca...” 
d) “Bobagem aquilo que pensou da primeira vez, quando chegou na cidade. 
A gente tem cisma, superstição. Vê uma brasa alumiando no escuro, pensa que 
é assombração, vai ver é o pai da gente pitando. Tudo parecia um aviso para 
ele [...]” 
 
Comentários: 
Alternativa a – Há apenas discurso indireto. 
Alternativa b – Discurso indireto livre. O discurso direto sem pontuação se 
inicia em “Que faziam aqueles animais soltos de noite?” 
Alternativa c – Discurso indireto livre. O discurso direto sem pontuação se 
inicia em “...que o Senhor não o permita...” 
Alternativa d – Discurso indireto livre. O discursodireto sem pontuação se 
inicia em “A gente tem cisma, superstição. Vê uma brasa alumiando no 
escuro, pensa que é assombração, vai ver é o pai da gente pitando.” 
 
Gabarito A 
 
 
 
 
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Fique por dentro! 
15. (Questão modelo) A transposição do discurso direto para o 
indireto em “Dona Paula disse: - Daqui a duas horas tudo estará 
acabado.” Está correta a alternativa: 
a) Dona Paula disse que dali a duas horas tudo estaria acabado. 
b) Dona Paula disse que dali a duas horas tudo estava acabado. 
c) Dona Paula disse que dali a duas horas tudo tinha acabado. 
d) Dona Paula disse que dali a duas horas tudo acabou. 
 
Comentários 
Do discurso direto para o indireto, o verbo que está no futuro do presente 
(discurso direto) passa a futuro do pretérito no discurso indireto. 
 
Gabarito A 
 
 7. Lista de exercícios 
 
❖ Nível 01 
1. (INÉDITA – Celina Gil – 2020) 
Encontra-se expressão própria da modalidade oral da linguagem em: 
a) Quem me obriga a escrever? 
b) E quando saí fraca pela primeira vez à rua, havia sol cálido e gente na rua. 
c) Também escreveria sobre rir do absurdo de minha condição. 
d) Ah, estou cheia de temas que jamais abordarei. 
 
 
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2. (INÉDITA – Celina Gil – 2020) 
Assinale a alternativa que relaciona corretamente um trecho em discurso indireto livre 
e sua função 
a) Ele pousou a mala no chão e pediu um apartamento. Por quanto tempo? Não estava 
bem certo, talvez uns vinte dias. Ou mais. – uma personagem fazer uma citação indireta 
daquilo que a outra falou. 
b) Quando entrou pela alameda de pedregulhos e parou o carro defronte do hotel, o casal 
de velhos que passeava pelo gramado afastou-se rapidamente e ficou espiando de longe. 
O velho porteiro que o atendeu no balcão de recepção também teve um movimento de 
recuo. – colocar na voz do narrador aquilo que as personagens fazem. 
c) O porteiro examinou-o da cabeça aos pés. Forçou o sorriso paternal, disfarçando o 
espanto com uma cordialidade exagerada, Mas o jovem queria um apartamento? Ali, 
naquele hotel?! Mas era um hotel só de velhos, quase todos moradores fixos antiquíssimos, 
que graça um hotel desses podia ter para um jovem? – Colocar as palavras da personagem 
no discurso do narrador. 
d) As danças até de madrugada. O jogo. E as competições na quadra de tênis, as 
cavalgadas pelo campo, o hotel dispunha de ótimos cavalos. Charretes. – realizar uma 
citação direta daquilo que a personagem teria dito. 
 
3. (INÉDITA – Celina Gil – 2020) 
Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marcado, agarrei-me 
definitivamente aos cabelos de Capitu, mas então com as mãos, e disse-lhe, — para dizer 
alguma coisa, — que era capaz de os pentear, se quisesse. 
 
Assinale a alternativa que transforma corretamente o discurso indireto do trecho acima 
em discurso direto 
a) – Se quisesse, eu sou capaz de penteá-los. 
b) – Eu era capaz de penteá-los, se quisesse. 
c) – Se quiser, eu seria capaz de penteá-los. 
d) – Eu sou capaz de penteá-los, se quiser. 
 
 
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4. (INÉDITA – Celina Gil – 2020) 
Assinale a alternativa que realiza adequadamente a transposição para o discurso 
indireto do trecho a seguir. 
Ao voltar, relata a Frei Lourenço que, por causa da epidemia, não pôde entregar a 
carta a Romeu: 
— Fui procurar um frade de nossa ordem de pés descalços, que visita os doentes, para 
ir comigo a Mântua (...) 
a) Ao voltar, relata a Frei Lourenço que, por causa da epidemia, não pôde entregar a carta 
a Romeu, pois fora procurar um frade de sua ordem de pés descalços, que visitava os 
doentes, para ir com ele a Mântua (...) 
b) Ao voltar, relata a Frei Lourenço que, por causa da epidemia, não pôde entregar a carta 
a Romeu, pois foi procurar um frade de sua ordem de pés descalços, que visita os doentes, 
para ir com ele a Mântua (...) 
c) Ao voltar, relata a Frei Lourenço que, por causa da epidemia, não pôde entregar a carta 
a Romeu, pois fui procurar um frade de nossa ordem de pés descalços, que visita os 
doentes, para ir comigo a Mântua (...) 
d) Ao voltar, relata a Frei Lourenço que, por causa da epidemia, não pôde entregar a carta 
a Romeu, pois fui procurar um frade de sua ordem de pés descalços, que visita os doentes, 
para ir com ele a Mântua (...) 
 
5. (INÉDITA – Celina Gil – 2019) 
Sobre a função poética da linguagem, é INCORRETO afirmar que: 
a) Aparece com frequência na literatura, principalmente na poesia. 
b) Deve observar não só o conteúdo como também a forma com que a mensagem é 
passada. 
c) é uma função da linguagem mais ligada ao uso denotativo do que ao conotativo. 
d) Provérbios e ditos populares frequentemente se encaixam nesta função da linguagem. 
e) A publicidade também pode se valer da função poética, principalmente na elaboração 
de slogans ou no modo como eles se apresentam. 
 
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6. (INÉDITA – Celina Gil – 2019) 
A seguir, está transcrito o último período do livro Senhora, de José de Alencar: 
“As cortinas cerraram-se, e as auras da noite, acariciando o seio das flores, cantavam 
o hino misterioso do santo amor conjugal.” 
Sobre este período, é correto afirmar que: 
a) É de caráter conotativo, fazendo uso de metáforas e linguagem figurada. 
b) É de caráter denotativo, pois descreve o encontro do casal com precisão. 
c) É de caráter conotativo, usando linguagem objetiva e clara. 
d) É de caráter denotativo, pois apresenta muitas figuras de linguagem. 
 
7. (INÉDITA – Celina Gil – 2019) 
Leia esse pequeno capítulo da obra Quincas Borba, de Machado de Assis: 
CAPÍTULO CXVII 
A história do casamento de Maria Benedita é curta; e, posto Sofia a ache vulgar, vale a 
pena dizê-la. Fique desde já admitido que, se não fosse a epidemia das Alagoas, talvez não 
chegasse a haver casamento; donde se conclui que as catástrofes são úteis, e até 
necessárias. Sobejam exemplos; mas basta um contozinho que ouvi em criança, e que aqui 
lhes dou em duas linhas. Era uma vez uma choupana que ardia na estrada; a dona, — um 
triste molambo de mulher, — chorava o seu desastre, a poucos passos, sentada no chão. 
Senão quando, indo a passar um homem ébrio, viu o incêndio, viu a mulher, perguntou-
lhe se a casa era dela. 
— É minha, sim, meu senhor; é tudo o que eu possuía neste mundo. 
— Dá-me então licença que acenda ali o meu charuto? 
O padre que me contou isto certamente emendou o texto original; não é preciso estar 
embriagado para acender um charuto nas misérias alheias. Bom Padre Chagas! — 
Chamava-se Chagas. — Padre mais que bom, que assim me incutiste por muitos anos essa 
ideia consoladora, de que ninguém, em seu juízo, faz render o mal dos outros; não 
contando o respeito que aquele bêbado tinha ao princípio da propriedade, — a ponto de 
não acender o charuto sem pedir licença à dona das ruínas. Tudo ideias consoladoras. Bom 
Padre Chagas! 
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Sobre este trecho, é correto afirmar que: 
a) É um trecho de caráter descritivo, com linguagem conotativa, pois conta uma história 
nos mínimos detalhes e utilizando metáforas. 
b) É um trecho de caráter narrativo, com linguagem denotativa, o que pode ser 
comprovado pelo uso de palavras ligadas à norma culta, como “choupana” e “ébrio”. 
c) É um trecho de caráter dissertativo-argumentativo, com linguagem conotativa, pois tenta 
comprovar seu ponto a partir de uma metáfora e não dados analíticos. 
d) É um trecho de caráter narrativo, com linguagem conotativa,o que pode ser 
comprovado pelo fato de que se trata de uma parábola com o objetivo de conscientizar o 
ouvinte. 
e) É um trecho de caráter dissertativo-argumentativo, com linguagem denotativa, pois não 
faz uso de gírias ou vícios de linguagem, tendo sido escrito na norma culta. 
 
8. (INÉDITA – Celina Gil – 2019) 
Identifique cada gênero textual com sua descrição específica: 
I. Linguagem direta, emprego do imperativo, muito comum nos textos publicitários. 
II. Enumera fatos ocorridos com alguma personagem, sua reação a conflitos e resolução 
dos mesmos. 
III. Utiliza muitos adjetivos e locuções adjetivas. Busca pintar um quadro de alguma 
situação, local ou pessoa. 
IV. Se vale de exemplos, dados e informações para corroborar uma ideia que pretende 
passar. 
V. Deve ser a opção de jornalistas e editores por se comprometer com um relato menos 
opinativo e mais objetivo dos assuntos tratados. 
 
São, respectivamente: 
a) dissertativo-argumentativo, expositivo, injuntivo, narrativo, descritivo. 
b) injuntivo, narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo. 
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c). expositivo, injuntivo, dissertativo-argumentativo, descritivo, narrativo. 
d) narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, injuntivo, expositivo. 
e) descritivo, injuntivo, narrativo, dissertativo-argumentativo, expositivo. 
 
9. (AFA/2020) 
Em 1934, um redator de Nova York chamado Robert Pirosh largou o emprego bem 
remunerado numa agência de publicidade e rumou para Hollywood, decidido a trabalhar 
como roteirista. Lá chegando, anotou o nome e o endereço de todos os diretores, 
produtores e executivos que conseguiu encontrar e enviou-lhes o que certamente é o 
pedido de emprego mais eficaz que alguém já escreveu, pois resultou em três entrevistas, 
uma das quais lhe rendeu o cargo de roteirista assistente na MGM. 
Prezado senhor: 
Gosto de palavras. 1Gosto de palavras gordas, untuosas, como lodo, torpitude, 
glutinoso, bajulador. Gosto de palavras solenes, como pudico, ranzinza, pecunioso, 
valetudinário. 2Gosto de palavras espúrias, enganosas, como mortiço, liquidar, tonsura, 
mundana. Gosto de suaves palavras com “V”, como Svengali, avesso, bravura, verve. Gosto 
de palavras crocantes, quebradiças, crepitantes, como estilha, croque, esbarrão, crosta. 
3Gosto de palavras emburradas, carrancudas, amuadas, como furtivo, macambúzio, 
escabioso, sovina. 4Gosto de palavras chocantes, exclamativas, enfáticas, como astuto, 
estafante, requintado, horrendo. Gosto de palavras elegantes, rebuscadas, como estival, 
peregrinação, Elísio, Alcíone. Gosto de palavras vermiformes, contorcidas, farinhentas, 
como rastejar, choramingar, guinchar, gotejar. Gosto de palavras escorregadias, risonhas, 
como topete, borbulhão, arroto. 
Gosto mais da palavra roteirista que da palavra redator, e por isso resolvi largar meu 
emprego numa agência de publicidade de Nova York e tentar a sorte em Hollywood, mas, 
antes de dar o grande salto, fui para a Europa, onde passei um ano estudando, 
contemplando e perambulando. 
Acabei de voltar e ainda gosto de palavras. 
Posso trocar algumas com o senhor? 
Robert Pirosh/Madison Avenue, 385/Quarto 610/Nova York/Eldorado 5-6024. 
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(USHER, Shaun .(Org) Cartas extraordinárias: a correspondência inesquecível de pessoas 
notáveis. Trad. de Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.p. 48.) 
Clique aqui para retornar à questão comentada. 
 
Analisando a forma e o objetivo do texto, é correto afirmar que 
a) a linguagem utilizada é acentuadamente formal, já que o remetente está em um contexto 
que necessita desse tipo de tratamento. 
b) para convencer o destinatário, Robert utilizou, ao longo da carta, discurso direto, 
caracterizando assim um tom de proximidade e amizade com o receptor. 
c) o texto é marcadamente denotativo, possibilitando ao destinatário perceber a 
versatilidade linguística do remetente. 
d) a carta se utiliza de elementos da função emotiva – centrada no emissor – ainda que a 
intenção predominante do autor seja a função apelativa – conquistar o receptor. 
 
10. (AFA/2020) 
Trecho da peça teatral A raposa e as uvas, escrita por Guilherme de Figueiredo. A cena 
ocorre na cidade de Samos (Grécia antiga), na casa de Xantós, um filósofo grego, que 
recebe o convidado Agnostos, um capitão ateniense. O jantar é servido por Esopo e Melita, 
escravos de Xantós. 
 
(Entra Esopo, com um prato que coloca sobre a mesa. Está coberto com um pano. Xantós 
e Agnostos se dirigem para a mesa, o primeiro faz ao segundo um sinal para sentarem-se.) 
XANTÓS (Descobrindo o prato) – Ah, língua! (Começa a comer com as mãos, e faz um sinal 
para que Melita sirva Agnostos. Este também começa a comer vorazmente, dando 
grunhidos de satisfação.) Fizeste bem em trazer língua, Esopo. É realmente uma das 
melhores coisas do mundo. (Sinal para que sirvam o vinho. Esopo serve, Xantós bebe.) Vês, 
estrangeiro, de qualquer modo é bom possuir riquezas. Não gostas de saborear esta língua 
e este vinho? 
AGNOSTOS (A boca entupida, comendo) – Hum. 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
XANTÓS – Outro prato, Esopo. (Esopo sai à esquerda e volta imediatamente com outro 
prato coberto. Serve, Xantós de boca cheia.) Que é isto? Ah, língua de fumeiro! É bom 
língua de fumeiro, hein, amigo? 
AGNOSTOS – Hum. (Xantós serve-se de vinho) /.../ XANTÓS (A Esopo) Serve outro prato. 
(Serve) Que trazes aí? 
ESOPO – Língua. 
XANTÓS – Mais língua? Não te disse que trouxesse o que há de melhor para meu hóspede? 
Por que só trazes língua? Queres expor-me ao ridículo? 
ESOPO – Que há de melhor do que a língua? A língua é o que nos une todos, quando 
falamos. Sem a língua nada poderíamos dizer. A língua é a chave das ciências, o órgão da 
verdade e da razão. Graças à língua dizemos o nosso amor. Com a língua se ensina, se 
persuade, se instrui, se reza, se explica, se canta, se descreve, se elogia, se mostra, se 
afirma. É com a língua que dizemos sim. É a língua que ordena os exércitos à vitória, é a 
língua que desdobra os versos de Homero. A língua cria o mundo de Ésquilo, a palavra de 
Demóstenes. Toda a Grécia, Xantós, das colunas do Partenon às estátuas de Pidias, dos 
deuses do Olimpo à glória sobre Tróia, da ode do poeta ao ensinamento do filósofo, toda 
a Grécia foi feita com a língua, a língua de belos gregos claros falando para a eternidade. 
XANTÓS (Levantando-se, entusiasmado, já meio ébrio) – Bravo, Esopo. Realmente, tu nos 
trouxeste o que há de melhor. (Toma outro saco da cintura e atira-o ao escravo) Vai agora 
ao mercado, e traze-nos o que houver de pior, pois quero ver a sua sabedoria! (Esopo 
retira-se à frente com o saco, Xantós fala a Agnostos.) Então, não é útil e bom possuir um 
escravo assim? 
AGNOSTOS (A boca cheia) – Hum. /.../ (Entra Esopo com prato coberto) 
XANTÓS – Agora que já sabemos o que há de melhor na terra, vejamos o que há de pior 
na opinião deste 1horrendo escravo! Língua, ainda? Mais língua? Não disseste que língua 
era o que havia de melhor? Queres ser espancado? 
ESOPO – A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o 
início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que usam os maus 
poetas que nos fatigam na praça, é a língua que usam os filósofos que não sabem pensar. 
É a língua que mente, que esconde, que tergiversa, que blasfema, que insulta, que se 
acovarda, que se mendiga, que impreca, que bajula, que destrói, que calunia, que vende, 
que seduz, é com a língua que dizemos morre e canalha e corja. É com a língua que 
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Prof.ª FabíolaSoares 
 
 
 
AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
dizemos não. Com a língua Aquiles mostrou sua cólera, com a língua a Grécia vai tumultuar 
os 2pobres cérebros humanos para toda a eternidade! Aí está, Xantós, porque a língua é a 
pior de todas as coisas! 
(FIGUEIREDO, Guilherme. A raposa e as uvas – peça em 3 atos.) 
Janela sobre a palavra (V) 
Javier Villafañe busca em vão a palavra que deixou escapar bem quando ia pronunciá-
la. Onde terá ido essa palavra, que ele tinha na ponta da língua? 
Haverá algum lugar onde se juntam todas as palavras que não quiseram ficar? Um reino 
das palavras perdidas? As palavras que você deixou escapar, onde estarão à sua espera? 
(GALEANO, Eduardo. As palavras andantes. Porto Alegre: L&PM, 2017, p. 222) 
Clique aqui para retornar à questão comentada. 
 
Sobre o texto “Janela sobre a palavra (V)”, é correto afirmar que 
a) utiliza a metalinguagem para reforçar a ideia de que a poesia só existe quando se 
consegue usar a palavra certa, exata. 
b) se assemelha ao texto do redator de Nova York, pois ambos são do gênero carta. 
c) nele o escritor se refere às palavras que escaparam antes de serem pronunciadas; elas 
estariam, talvez, em um “Reino das palavras perdidas”. 
d) a expressão “na ponta da língua” equivale à expressão do trecho da peça teatral A 
raposa e as uvas “é fonte de todas as intrigas”. 
 
11. (EEAR/2019) 
Assinale a alternativa em que há predominância da linguagem coloquial. 
a) Entre eu e minha mãe há concordância de ideias. 
b) Que diferença há entre mim e um artista famoso do cinema? 
c) Sempre há confusão entre mim e ela na hora do acerto de contas. 
d) É uma afronta pedir-me ajuda quando há entre mim e ti apenas ingresias! 
 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
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12. (SMV/2019) 
 
O relógio 
O relógio de Nasrudin vivia marcando a hora errada. 
- Mas será que não dá para tomar uma providência? - alguém comentou. 
- Qual providência? - falou Mullá. 
- Bem, o relógio nunca marca a hora certa. Qualquer que seja a providência já será uma 
melhora. 
Nasrudin deu uma martelada no relógio. O relógio parou. 
- Você tem toda a razão - disse ele. - De fato, já dá para sentir uma melhora. 
- Eu não quis dizer “qualquer providência”, assim literalmente. Como é que agora o 
relógio pode estar melhor do que antes? 
- Bem, antes ele nunca marcava a hora certa. Agora, pelo menos, duas vezes por dia 
ele vai estar certo. 
AL-DIN, K. N. O relógio. In: Costa, F. M. de. (org.). Os 100 melhores 
contos de humor da literatura universal. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. 
Clique aqui para retornar à questão comentada. 
 
Analise as afirmativas abaixo. 
Com relação à técnica do diálogo apresentada no texto: 
I. os verbos “comentou” (2º), “falou” (3º) e “disse” (6º) indicam que o interlocutor está 
com a palavra no discurso direto. 
II. na frase: “O relógio de Nasrudin vivia marcando a hora errada.” (1º), é possível 
observar a presença do discurso direto. 
III. um exemplo de transposição do discurso indireto para o direto estão presente em: 
Nasrudin disse que antes o relógio nunca marcava a hora certa. 
IV. o uso das interrogações dá vida ao personagem para o leitor, sendo um dos 
recursos que revela a força da narração no discurso direto. 
 
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Assinale a opção correta. 
a) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras. 
b) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras. 
c) Apenas as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. 
d) Apenas as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. 
e) Apenas as afirmativas I e IV são verdadeiras. 
 
13. (AFA/2019) 
Violência: presente e passado da história 
Vilma Homero 
Ao olhar para o passado, costumamos imaginar que estamos nos afastando dos 
tempos da "barbárie pura e simples" para alcançar uma almejada "civilização", calcada 
sobre 1relações livres, iguais e fraternas, típicas do homem culto. 2Um olhar sobre a história, 
no entanto, põe em xeque esta visão utópica. 3Organizado pelos historiadores Regina 
Bustamante e José Francisco de Moura, 4o livro Violência na História, publicado pela 
Mauad Editora com apoio da FAPERJ, reúne diversos ensaios que mostram, ao longo do 
tempo, diferentes aspectos da violência, propondo uma reflexão mais demorada sobre o 
tema. 5Nos ensaios reunidos no livro, podemos vislumbrar como, desde a antiguidade e 
ao longo da história humana, 6a violência se insere, sob diversos vieses, nas relações de 
poder, 7seja entre Estado e cidadãos, entre livres e escravos, entre homens e mulheres, ou 
entre diferentes religiões. "Durante a Idade Média, por exemplo, vemos como a violência 
se manifesta na religiosidade, durante o movimento das Cruzadas. 8Ou, hoje, no caso dos 
movimentos sociais, como ela acontece em relação aos excluídos das favelas. O sentido é 
amplo. A desigualdade social, por exemplo, é um tipo de violência; a expropriação do 
patrimônio cultural, que significa não permitir que a memória cultural de determinado 
grupo se manifeste, também", prossegue a organizadora. (...) A própria palavra "violência", 
que etimologicamente deriva do latim vis, com significado de força, virilidade, pode ser 
positiva em termos de transformação social, no sentido de uma violência revolucionária, 
usada como forma de se tentar transformar uma sociedade em determinado momento. (...) 
Essas variadas abordagens vão aparecendo ao longo do livro. 
9(...) Na Roma antiga, as penas, aplicadas após julgamento, ganhavam um sentido 
religioso. Despido de sua humanidade, o réu era declarado 10homo sacer. 11Ou seja, sua 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 05 – TEORIA DA LINGUAGEM 
 
vida passava a ser consagrada aos deuses. 12Segundo a pesquisadora Norma Mendes, 
"havia o firme propósito de fazer da morte dos condenados 13um espetáculo de caráter 
exemplar, revestido de sentido religioso e de dominação, cuja função era o reforço, 
manutenção e ratificação das relações de poder." (...) 14O historiador Francisco Carlos 
Teixeira da Silva é um dos que traz a discussão para o presente, analisando as 
transformações políticas do último século. 15"Desde Voltaire até Kant e Hegel, 16acreditava-
se no contínuo aperfeiçoamento da condição humana como uma marcha inexorável em 
direção à razão. (...) O Holocausto, perpetrado em um dos países mais avançados e cultos 
à época, 17deixou claro que a luta pela dignidade humana é um esforço contínuo e, pior de 
tudo, lento. (...) 18E, sobretudo, mais de 50 anos depois da II Guerra Mundial, a 19ocorrência 
de outros genocídios – Ruanda, Iugoslávia, Camboja etc. – leva a refletir sobre a convivência 
entre os homens nesse começo do século XXI." O historiador prossegue: "20De forma 
paradoxal, a globalização, conforme se aprofunda e pluga os homens a escalas planetárias, 
21é fortemente acompanhada pelo localismo e o particularismo religioso, étnico ou cultural, 
promovendo ódios e incompreensões crescentes. 22Na Bósnia ou em Kosovo, na Faixa de 
Gaza ou na Irlanda do Norte, a capacidade de entendimento 23chegou a seu mais baixo 
nível de tolerância, e transpor uma linha, imaginária ou não, entre bairros pode representar 
a morte." 24Como nem tudo se limita às questões políticas e às guerras, o livro ainda analisa 
as formas que a violência assume nas relações de gênero, na religião, na cultura e aborda 
também a questão dos direitos humanos, vista sob a perspectiva de diferentes sistemas 
culturais. 
(http://www.faperj.br/?id=1518.2.4. Acesso em 05 de março de 2018.) 
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Assinale a alternativa cuja palavra em destaque possui sentido denotativo. 
a) "De forma paradoxal, a globalização, conforme se aprofunda e pluga os homens a 
escalas planetárias...”

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