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Design Thinking e Inovação dos Modelos de Negócios UNIDADE 2 - Aula 1 CRIATIVIDADE: COMO GERENCIAR PESSOAS EM PROL DA INOVAÇÃO Nosso propósito nesta aula é ampliar o conhecimento sobre o processo criativo, sua aplicação na resolução de problemas, no processo de tomada de decisão e na implementação de soluções inovadoras. NTRODUÇÃO Criatividade e inovação são a mesma coisa? A criatividade é algo que existe dentro da nossa mente e pode ser canalizada ou não para uma ação. Já a inovação está totalmente relacionada à ação. É quando a ideia é colocada em prática e passa a impactar a vida das pessoas. Ou seja, a criatividade é o primeiro passo para a inovação. Portanto, criatividade e inovação costumam caminhar juntas, especialmente no mundo dos negócios. Nosso propósito nesta aula é ampliar o conhecimento sobre o processo criativo, sua aplicação na resolução de problemas, no processo de tomada de decisão e na implementação de soluções inovadoras. E você, se considera uma pessoa criativa? Sabia que a criatividade é considerada uma habilidade e como tal podemos desenvolvê- la? Venha, vamos entender melhor o que é criatividade e inovação e como utilizá-las a nosso favor, na busca por soluções para situações cotidianas. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INOVAÇÃO E DO CONCEITO DE CRIATIVIDADE Nos tempos atuais, em que o desenvolvimento técnico e científico avançou como nunca na história da humanidade, a inovação e a criatividade são determinantes para a sobrevivência de um projeto ou negócio, além de ser um aspecto fundamental para que empresas alcancem e mantenham uma posição de liderança e vanguarda no mundo dos negócios. Nesse contexto, surge o Design Thinking com um modo próprio de pensar, cujo principal objetivo é a produção criativa de soluções inovadoras. Você sabe diferenciar Criatividade de Inovação? A criatividade é essencial para lidarmos com as mais diversas situações que surgem em nosso cotidiano, seja na vida pessoal ou profissional. Com a versatilidade com que tudo acontece atualmente, precisamos ser ágeis e dinâmicos, ser criativo tornou-se um diferencial na busca de soluções inteligentes para os mais diversos problemas. E inovar envolve explorar novas oportunidades, exercer a criatividade na busca de novas soluções. É importante deixar claro que criatividade e inovação apesar de caminharem juntas, não possuem o mesmo significado, a principal diferença entre elas é o foco de cada uma. Quando pensamos em criatividade, logo lembramos de pessoas muito especiais e com talentos extraordinários, como Leonardo da Vinci, Mozart, Einstein, Picasso, Santos Dumont, Henry Ford e Steve Jobs. No entanto, existem outras valiosas expressões de criatividade que se incorporaram ao nosso cotidiano e nem sempre são lembradas, muito do que consideramos trivial e corriqueiro já foi considerado uma notável invenção na ocasião de sua introdução, como: • Clipe de prender papel, por Samuel Fay (1867). • Lâmpada, por Thomas Edison (1879). • Cinema, pelos irmãos Lumière (1895). • Penicilina, por Alexander Fleming (1928). • Supercola, por Harry Coover (1942). • Velcro, por Jorge de Mestral (1951). Entre tantas outras, aparentemente simples, mas indispensáveis em nosso dia a dia, como a escada, a tesoura, a chave de fenda, o lápis, o carrinho de supermercado, etc. Ser criativo é ter a habilidade de gerar ideias originais e úteis para solucionar os problemas do cotidiano. É olhar para as mesmas coisas como todo mundo, mas ver e pensar de modo diferente. Já a inovação é fazer coisas novas e que agregue valor ao cotidiano das pessoas. Nessa perspectiva, no âmbito organizacional, uma nova ideia pode ser um novo produto, um novo serviço, um novo método ou a solução de um problema. Lembrando que nem sempre a inovação é o resultado da criação de algo totalmente novo, mas o resultado da combinação original de coisas já existentes. Em síntese, a criatividade é a mola propulsora da inovação e uma competência requerida e valorizada no âmbito organizacional, não apenas pela capacidade de gerar ideias, mas também pela capacidade de materializar e implementar tais ideias. Apesar da sensação que temos, de que tudo já foi inventado, na verdade a inovação encontra-se em todos os lugares e é possível a partir do momento em que a criatividade entra em ação. APLICAÇÃO DA SOFT SKILL (CRIATIVIDADE) NA GERAÇÃO DE VALOR ATRAVÉS DA INOVAÇÃO Você sabe como funcionam a criatividade e a inovação no ambiente organizacional? Como você pôde perceber na aula anterior, a criatividade e a inovação são essenciais no ambiente de trabalho para o sucesso das organizações. Ser criativo é mais do que ter boas ideias, é colocá-las em prática. Atualmente, tanto a criatividade quanto a inovação são muito valorizadas, o profissional considerado criativo agrega valor à organização pela sua visão e capacidade de potencializar ideias e conceitos ao trabalho. Pessoas criativas têm uma mente bem desenvolvida, no sentido de visualizar formas de pensar e agir que sejam mais ricas em detalhes, visionárias e interessantes. Pensando assim, podemos dizer que a criatividade é uma característica desejável para todos os profissionais. E a boa notícia é que tanto a criatividade quanto a inovação podem ser desenvolvidas. Qualquer pessoa pode desenvolver essas habilidades se receber as condições adequadas. Para Robinson (2019), todo mundo tem talento criativo. O desafio é desenvolvê-lo. Uma cultura de inovação precisa incluir todos, não só um grupo seleto”. Mais do que isso, ambas devem ser estimuladas, pois todos nascemos com o poder de sermos criativos, e a criatividade, quando aplicada ao ambiente organizacional, é uma verdadeira força motriz utilizada para gerar inovação. Agora que você já sabe do conceito e das diferenças entre a criatividade e a inovação, o que nos resta é colocar em prática. Mas como desenvolver a criatividade? A criatividade envolve a transformação de nossos talentos, conhecimentos e visão em uma nova realidade externa original e valiosa. É a habilidade de combinar elementos existentes, conceitos, técnicas, objetos e materiais para gerar novas ideias e soluções para os desafios e problemas de nosso cotidiano. Essa habilidade pode ser desenvolvida. Para tanto, devemos estar cientes de que ela resulta da combinação de vários fatores internos e externos ao indivíduo, como a personalidade, o temperamento, a motivação e as habilidades mentais, socioemocionais e técnicas do processo criativo. Para desenvolvê-la, existem cursos e atividades que estimulam a criatividade e o pensamento dinâmico. Fica o desafio para as organizações, de despertar a criatividade para formar e desenvolver um time de profissionais de alta performance, inclinados para a inovação. Algumas pessoas veem a criatividade como uma atividade relativamente não estruturada de pular em torno de ideias até se deparar com a ideia certa. Embora isso funcione para algumas pessoas, muitas situações da vida real requerem uma abordagem mais estruturada. A liberdade para experimentar é essencial para a criatividade, como também alguma disciplina para assegurar objetividade e consistência. Seja qual for o nível de estruturação adotado, o processo criativo se fundamenta em três princípios: atenção, fuga e movimento. O primeiro princípio nos diz: concentre-se na situação ou no problema; o segundo: escape do pensamento convencional; o terceiro: dê vazão à sua imaginação. Essas três ações mentais formam uma estrutura integrada em que se baseiam todos os métodos de pensamento criativo. O grande desafio do mercado global é compreender a criatividade como uma das principais habilidades e explorar o seu valor para o mundo dos negócios, promovendo um ambiente de inovação e mudanças tecnológicas significativas para a evolução humana. Podemos concluir que a criatividade é um diferencial nas organizações e a inovação é umacondição de sobrevivência no mercado atual. Por esse motivo, o Design Thinking se distingue dos demais profissionais, pela capacidade de pensar de maneira diferente. E você, como exerce sua criatividade no ambiente de trabalho? Qual foi a última vez que fez algo criativo? PROJETOS DE INOVAÇÃO QUE ACIONAM A REDE DE PESQUISADORES EM GRANDES INDÚSTRIAS: EXEMPLOS DE COMO OXIGENAR O REPERTÓRIO DO TIME INTERNO Agora que entendemos o que é a criatividade e a inovação, como podemos aplicar elas dentro das empresas? Vivemos em uma época de mudanças revolucionárias, impulsionadas pela criatividade e inovação tecnológica, onde é possível ser criativo em qualquer atividade que envolva a inteligência. Muitas das inovações que aconteceram nos últimos tempos são frutos de um melhoramento de produtos e métodos já existentes. Um exemplo são os bancos digitais. Já tínhamos os bancos físicos e também essas mesmas instituições já ofertavam alguns serviços on-line por meio do internet banking. Porém, algumas startups viram que era possível transformar os bancos físicos em digitais. Assim, não é mais preciso ter agências físicas e os consumidores criam contas e realizam todas as transações por meio do aplicativo do banco que é instalado no smartphone. Não foi preciso criar algo novo, apenas olhar de uma forma criativa para o que já existia e inovar ao criar um produto mais atualizado. Nesse mundo de rápidas transformações, cabe às organizações encontrarem formas de pensar e de propor soluções para acompanharem as mudanças. As empresas têm o desafio de inovar em produtos, serviços, projetos e soluções. Com profissionais que pensam de forma criativa, elas podem ficar alguns passos mais próximas dessa realidade. As empresas precisam de pessoas que saibam pensar com criatividade, comunicar-se bem e trabalhar em equipe, pessoas flexíveis e capazes de se adaptar rapidamente. O grande problema é encontrar profissionais com essas habilidades, mas como desenvolver essas habilidades? Como promover uma cultura de inovação e estimular a criatividade? Uma cultura de inovação precisa emergir em todas as áreas da organização, como exemplo, podemos citar a empresa Apple, que ficou famosa por sua capacidade de criar novos produtos, focada em tecnologia avançada, design atraente e uma visão profunda sobre o que as pessoas desejam. A Walmart se destaca pela força criativa na área de sistemas, com a gestão da cadeia de suprimentos e precificação. A Starbucks, que não inventou o café, mas criou uma cultura especial de atendimento ao redor dela e conseguiu agregar valor à nova experiência. Para esse processo de inovação acontecer, foi necessário utilizar a criatividade. No entanto, sabemos que o ambiente organizacional encontra-se carente de profissionais que sejam capazes de analisar informações, de implementar novas ideias, que saibam se comunicar com clareza e trabalhar em equipe. Podemos perceber que a criatividade é uma habilidade importantíssima para os profissionais dentro do ambiente organizacional. E você, se considera criativo e adaptado às inovações tecnológicas? Consegue descrever como sua criatividade impacta no seu trabalho e no resultado de sua equipe? Qual seu maior desafio no ambiente organizacional? Permita-se descobrir e despertar todo o poder da criatividade que existe dentro de você e direcione para a realização de seus desejos, para atitudes empreendedoras e inovativas. Agora você sabe que isso é possível, basta desenvolvê-la. Saiba mais Para compreender melhor esse universo da criatividade e inovação associado ao Design Thinking, sugerimos os talks de Tim Brow, CEO e presidente da IDEO, considerada a maior e mais respeitada consultoria de design e inovação do mundo. BROWN, T. Contos de criatividade e brincadeira. TED Talk. 2008. Disponível em: https://www.ted.com/talks/tim_brown_tales_of_creativity_and_play. Acesso em: 5 dez. 2021. BROWN, T. Designers - pense grande!. TED Talk. 2009. Disponível em: https://www.ted.com/talks/tim_brown_designers_think_big. Acesso em: 5 dez. 2021. REFERÊNCIAS BROWN, T. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideais. Rio de Janeiro, RJ: Alta Books, 2020. CAVALCANTI, C. C.; FILATRO, A. C. Design Thinking na educação presencial, a distância e corporativa. 5. ed. São Paulo, SP: Saraiva, 2019. INOVAR. In: MICHAELIS. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Melhoramento. 2022. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/inovar/. Acesso em: 26 nov. 2021. MONTEIRO, J. G. (org.). Criatividade e Inovação. São Paulo: Editora Pearson. 2011. Disponível em: www.pearson.com.br/academia. Acesso em: 26 nov. 2021. PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança. 4. ed. Rio de Janeiro, RJ: Zahar, 1982. ROBINSON, S. K. Somos todos criativos: os desafios para desenvolver uma das principais habilidades do futuro. 3. ed. Los Angeles, EUA: Benvirá, 2019. Design Thinking e Inovação dos Modelos de Negócios UNIDADE 2 - Aula 2 GERAÇÃO DE CONHECIMENTO E COCRIAÇÃO DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES Com a versatilidade e o dinamismo com que tudo acontece atualmente, é essencial experimentar novas abordagens, conectar a curiosidade com outras áreas, descobrir novos temas para ter um repertório de soluções diversificado que atenda às necessidades da sociedade atual. INTRODUÇÃO Com a versatilidade e o dinamismo com que tudo acontece atualmente, é essencial experimentar novas abordagens, conectar a curiosidade com outras áreas, descobrir novos temas para ter um repertório de soluções diversificado que atenda às necessidades da sociedade atual. Precisamos de novas escolhas, novos produtos, novas ideias que lidem com os desafios, com novas estratégias que tragam resultados e impactem positivamente na vida das pessoas. Estamos acostumados a lidar com as situações-problemas do cotidiano a partir de uma perspectiva própria de resolução. Você já parou para avaliar como está seu repertório de ideias? Você se permite aprender assuntos diferentes de sua área de atuação? Quando foi a última vez que fez um curso? Vamos conhecer um pouco sobre a geração de conhecimento e a cocriação dentro das organizações. GESTÃO DO CONHECIMENTO, REPOSITÓRIO DE INFORMAÇÕES E FOMENTO À INOVAÇÃO No mundo atual, versátil e instável, é preciso aprender a refletir, formular ideias, questionar e saber onde procurar as respostas para evoluir nossa percepção, nosso pensamento e a capacidade de análise crítica. Estamos acostumados a lidar com as situações-problemas do cotidiano a partir de uma perspectiva própria de resolução, normalmente nos perguntamos: Como eu faria isso? Como resolvo essa situação? Dificilmente consideramos o olhar e as necessidades das outras pessoas. O Design Thinking traz uma proposta diferente para a solução dos problemas, propõe olhar com os olhos do outro, se colocar no lugar do outro para entender a problemática e as possíveis alternativas para a resolução do problema. De acordo com Campos (2021, p. 7), “é na combinação entre o exercício de desapego que faço das minhas velhas ideias e a jornada em direção ao território desconhecido do outro que podemos finalmente chegar a uma nova descoberta”. A prática do desapego, o acesso ao desconhecido e a descoberta de novas possibilidades impulsionam a criatividade e a inovação, provocando um estado de disruptura dos padrões tradicionais. Para alimentar esse processo de disruptura e inovação, se faz necessário estimular o cérebro por meio do conhecimento e de um repositório de informações e experiências que possibilitem fomentar novas ideias e padrões de pensamento. Existem estudos que afirmam que a neuroplasticidade é definida como a capacidade do sistema nervoso de alterar sua estrutura e função em decorrência das experiências e dos aprendizadosdo indivíduo (LENT, 2018). Ou seja, o cérebro consegue ser estimulado para ser flexível e mutável, adaptando-se a novos contextos. Essa capacidade de aprendizado também chamamos de learnability, que significa saber adaptar e desenvolver os conhecimentos ao longo da vida profissional, estar disposto a aprender constantemente e produzir conhecimento, conteúdo e desenvolver habilidades. Cabe às organizações encontrarem estratégias para a gestão do conhecimento, as formas de pensar, cocriar e de propor soluções para acompanhar todas essas mudanças. As empresas têm o desafio de despertar e desenvolver habilidades em seus profissionais que os permita ser mais criativos, dinâmicos, versáteis, comunicativos, resilientes, protagonistas e inovadores. Com a extrema velocidade com que tudo acontece atualmente, é essencial experimentar novas abordagens, conectar a curiosidade com outras áreas, descobrir novos assuntos para ter um repertório de soluções diversificado e atual. Por conta disso, acreditamos ser primordial proporcionar um ambiente de trabalho dinâmico e que permita o colaborador vivenciar novas experiências, exercer o poder de tomada de decisão, de análise e resposta da situação com ações rápidas, ágeis e focadas. Um ambiente de trabalho ultrapassado, onde tudo acontece da mesma forma há anos, não permite o amplo desenvolvimento de seus profissionais, pois se acostumam a agir dentro da zona de conforto e não são estimulados a pensar diferente. É preciso encontrar a harmonia entre o ambiente de trabalho, as habilidades e competências de cada profissional e a valorização dos talentos de cada um. Essas seriam as condições perfeitas para a cocriação e inovação dentro das organizações. QUAL O VALOR DO CAPITAL INTELECTUAL PARA A PERENIDADE DOS NEGÓCIOS? O capital intelectual de uma organização representa todo o seu ativo humano, isso inclui o conhecimento dos colaboradores e parceiros que tornam o negócio perene, bem como o relacionamento da organização com a comunidade onde está inserida. Para Edvinsson e Malone (1998), o gerenciamento do capital intelectual visa maximizar o valor da empresa e a utilização de seu potencial conhecimento, engloba três elementos: • Capital Humano – conjunto de todo recurso humano, habilidade e conhecimento gerados pelos colaboradores e parceiros para contribuir com o negócio. • Capital Estrutural – refere-se às ferramentas que dão suporte ao capital humano, por exemplo: sistemas, planilhas, programas de treinamentos, assim como segredos comerciais, marcas registradas, valor de mercado e outras propriedades intelectuais. • Capital Relacional – relacionamento com o mercado e os stakeholders, clientes, fornecedores, acionistas, agências reguladoras governamentais, a percepção do público em relação à imagem da empresa, entre outras. Na definição de Stewart (1998, p. 69), “o capital intelectual constitui a matéria intelectual – conhecimento, informação, propriedade intelectual, experiência – que pode ser utilizada para gerar riqueza”. É a capacidade organizacional que uma empresa possui de suprir as exigências de mercado. O valor que a empresa recebe ao incentivar a composição de um repositório de conhecimento é inestimável, pois esse celeiro de informações pode gerar oportunidades de colaboração, comunicação e muitas conexões importantes para o negócio. O conhecimento, as ideias, a confiança na capacidade de gestão e o nível de inovação são ativos intangíveis, devem ser geridos para resultar em vantagem competitiva e lucratividade para as empresas. Nesse sentido, potencializar o capital humano da organização é fundamental, no entanto, é preciso se atentar para não sobrecarregar o colaborador, levando-o a desenvolver a síndrome de Burnout ou outros problemas relacionados à saúde mental, como estresse e ansiedade, fatos que tornam o ambiente de trabalho pesado e complexo, gerando um desconforto e tensão entre os colaboradores. Desenhar um processo no qual os colaboradores possam compartilhar todo seu conhecimento individual acumulado sobre seu trabalho ao longo do tempo é, sem dúvida, um dos maiores desafios das organizações. O método de Design Thinking utilizado em treinamentos tem se mostrado uma excelente alternativa para uma aprendizagem significativa e prazerosa dentro das organizações. Um bom exemplo é a multinacional Nestlé, que tem desenvolvido vários cursos e treinamentos para seus colaboradores, totalmente experimentais, práticos e dinâmicos, onde o colaborador aprende a base conceitual teórica e logo em seguida é colocado em uma situação prática para vivenciar o que foi aprendido. As empresas precisam estar preparadas para inovar, para competir, para acompanhar as mudanças do comportamento do consumidor, para novos significados que os consumidores atribuam a seus serviços ou produtos. O Design Thinking traz uma visão holística para a inovação, com equipes multidisciplinares que seguem um processo, entendendo os consumidores, funcionários e fornecedores no contexto em que se encontram, cocriando com os especialistas as soluções e prototipando para entender melhor as suas necessidades, gerando ao final novas soluções, geralmente inusitadas e inovadoras. Diante da complexidade do mundo atual, cabe às organizações buscar formas de pensar e de propor soluções para acompanhar as mudanças. A metodologia do Design Thinking se mostra eficaz na identificação de problemas de gestão nas organizações e na contribuição com soluções adequadas e assertivas. Podemos, por exemplo, utilizá-la após uma Pesquisa de Clima Organizacional, para identificar as situações-problemas, pensar sobre os diversos pontos de vista, buscar alternativas para a resolução, desenvolver possíveis planos de ação, prototipar, testar e implementar as melhores soluções para a organização. Nesse contexto, em meio à tanta tecnologia e novas formas de lidar com os negócios, fica evidente a importância de as empresas compreenderem que o seu valor está naquilo que as pessoas são capazes de produzir. Esse desafio de inovar em produtos, serviços, projetos e soluções requer cuidados com o capital intelectual, apostando em profissionais que pensam de forma criativa para garantir a perenidade dos negócios. Portanto, investir no capital intelectual é essencial para o aumento da produtividade e o sucesso das operações. • Como maximizar esse ativo na sua empresa? • Como estão cuidando do capital intelectual na sua empresa? COMO STARTUPS TÊM GANHADO MARKET-SHARE E CONQUISTADO INVESTIDORES COM EQUIPES ENXUTAS? A complexidade da burocracia no mundo dos negócios se configura como um obstáculo para o crescimento e sucesso das organizações, por isso que as startups surgem como uma alternativa interessante, visto que seu processo é mais simples e extraordinariamente dinâmico. Startups são soluções modernas para os negócios, que envolvem fatores como baixos investimentos, altos lucros e crescimento acelerado. Seu grande desafio é ser sustentável mesmo sem uma base confiável. Criar um modelo de negócio que gere algum tipo de valor e que seja escalonável, capaz de crescer sem a necessidade de reestruturações constantes. Empresas que seguem esse modelo de negócio têm como base de atuação um crescimento rápido e econômico, como a Amazon, o Facebook e o Nubank, empresas que começaram como startups e rapidamente se tornaram gigantes no mercado. A sua adoção nas empresas proporciona solucionar as necessidades do consumidor de maneira assertiva, a partir da disponibilidade de tecnologia e a viabilidade de aplicação na organização.Uma das características marcantes das startups é o investimento em inteligência artificial (AI) e equipes enxutas e dinâmicas, que facilita o processo de liderança e otimiza a comunicação e o foco em resultados. Muitas empresas já optarampor diminuir suas equipes para possibilitar um melhor gerenciamento dos negócios. No entanto, mais do que uma equipe enxuta e alinhada, é fundamental disponibilizar os recursos adequados para a realização das tarefas, as startups se diferenciam por sua capacidade tecnológica e de inovação, que podem ser utilizadas de diversas formas. Um exemplo é o investimento em inteligência artificial (AI), que permite a realização dos processos com a mínima interferência humana. Antes de investir, os investidores normalmente analisam o tamanho potencial do mercado em que a startup atua, chamado market-share. Para os investidores, isso é de extrema importância, pois eles conseguem mensurar se esse mercado ainda está em crescimento, se sua startup cresce acima ou abaixo da média de mercado e, principalmente, se existe real potencial de retorno. Um exemplo prático dessa situação de mercado são as paleterias mexicanas, que surgiram com um enorme potencial de mercado em 2014 e hoje estão em declínio. O timing é a representação da mudança do comportamento do consumidor, que gera uma nova demanda. Tem coisas que são passageiras, como as paleterias mexicanas, e outras que vêm para ficar, como os bancos digitais. Outro ponto importante levado em consideração na decisão de um investimento é a concorrência da startup. Por isso, é interessante mapear quem são seus concorrentes, diretos e indiretos, em quais pontos da jornada do consumidor eles atuam, no que a sua startup se diferencia deles e qual sua estratégia para captar os clientes dos seus concorrentes. É preciso analisar se o mercado é grande o suficiente para que a startup possa ter espaço para crescer e escalar. Fazer uma boa análise de mercado é importante para se preparar para tomar decisões estratégicas baseadas em dados e ter o domínio do mercado em que você está atuando. Em síntese, uma boa análise de mercado é imprescindível para o investidor e empreendedor. O mercado de uma startup é um dos fatores determinantes para os investidores na hora de avaliar um potencial investimento. • Como você identifica o potencial de escalonamento de uma startup? • No seu ponto de vista, quais fatores são determinantes para o sucesso de uma startup? Saiba mais A seguir apresentamos alguns materiais complementares para seus estudos com o propósito de ampliar seu repertório sobre a geração de conhecimento, a disruptura dos pensamentos pragmáticos e o estímulo à criatividade e inovação. Vídeos no YouTube: DESIGN Thinking e a Gravidade Zero | Reinaldo Campos | TEDxIndaiatuba. Indaiatuba, [s. d.]. 1 vídeo (13 min.). Publicado pelo canal TEDx Talks. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4nJLp6CiJLE. Acesso em: 12 dez. 2021. AEVO Innovate - Histórias de Sucesso - Aviva [TEASER]. [s. l.: s. n.], [s. d.]. 1 vídeo (30 min). Publicado pelo canal AEVO. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=5VXQHxMvek0. Acesso em: 12 dez. 2021. A HISTÓRIA da Amazon - A História de Jeff Bezos - Histórias de Sucesso #2. [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (15 min.). Publicado pelo canal Elementar. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ttU4V7i_mmo. Acesso em: 12 dez. 2021. A HISTÓRIA da Apple - Histórias de Sucesso #18. [S. l.: s. n.], 2021. 1 vídeo (23 min.). Publicado pelo canal Elementar. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=jru7YWoeBmk. Acesso em: 12 dez. 2021. E-book: CAMPOS, R. Toolkit Design Thinking. São Paulo, SP: Echos. Disponível em: https://materiais.escoladesignthinking.echos.cc/design-thinking-toolkit. Acesso em: 10 dez. 2021. REFERÊNCIAS CAMPOS, R. Toolkit Design Thinking. São Paulo, SP: Echos, 2021. Disponível em: https://materiais.escoladesignthinking.echos.cc/design-thinking-toolkit. Acesso em: 10 dez. 2021. EDVINSSON, L.; MALONE, M. S. Capital Intelectual. São Paulo, SP: Makron Books, 1998. LENT, R. O cérebro aprendiz: Neuroplasticidade e educação. São Paulo, SP: Editora Atheneu, 2018. STEWART, T. A. Capital Intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. 9. ed. Rio de Janeiro, RJ: Campus, 1998. Design Thinking e Inovação dos Modelos de Negócios UNDADE 2 - Aula 3 GESTÃO DA MUDANÇA E FOMENTO À CULTURA ORIENTADA A TESTE Com o avanço das inovações e as rápidas evoluções nos processos gerenciais das empresas, ter uma gestão de mudança se tornou essencial. INTRODUÇÃO Com o avanço das inovações e as rápidas evoluções nos processos gerenciais das empresas, ter uma gestão de mudança se tornou essencial. Isso porque o ambiente organizacional sofre influências internas e externas, e se a empresa não as acompanha, acaba perdendo a competitividade. A necessidade de inovar pode ocorrer frente à transformação digital ou com o objetivo de se reestruturar equipes, processos e estratégias, entre outros fatores, além da implementação de uma cultura de inovação. Independentemente do contexto, nunca é fácil implementar transformações. Por isso, é preciso estar preparado para enfrentar tal cenário e saber gerenciar sua equipe da melhor maneira possível, e isso é o que você vai aprender nesta aula. Vamos ver a importância da gestão de mudanças e como implementá-la em sua empresa e/ou negócio. GESTÃO DA MUDANÇA: DO ENGAJAMENTO À IMPLEMENTAÇÃO A gestão de mudança é um conjunto de ações e ferramentas que tem como objetivo auxiliar as empresas e os stakeholders na execução de transformações. Ela pode ser utilizada para compor processos operacionais, estruturais ou táticos, entretanto, se a organização deseja implementar mudanças que realmente tenham retorno sobre o investimento, não poderá ignorar as pessoas envolvidas nessa transição, afinal, isso aumentará a probabilidade de sucesso dos projetos nas organizações. Quando falamos em mudanças dentro das organizações, é natural uma primeira reação de resistência por parte dos colaboradores, uma vez que as modificações os levam para o desconhecido, enquanto manter o status quo, bem ou mal, os faz ter uma ideia do que esperar. Porém, a história está repleta de casos em que as organizações ficaram em sua zona de conforto e acharam que os seus produtos e mercados seriam eternos. Do outro lado, pequenas e emergentes empresas entenderam os leves sinais que o mercado estava dando e surfaram a onda da mudança por meio da inovação. Mudanças organizacionais alteram a forma como as pessoas trabalham, mudam o fluxo e o domínio das informações, causam aumento ou diminuição no grau de exposição das pessoas e criam desconforto. Sair da zona de conforto leva as pessoas a não participar ativamente das mudanças propostas, bem como gera resistência à mudança. Entre as causas dessa resistência, estão o medo do desconhecido, a falta de compreensão do processo de mudança, a baixa percepção de valor e o conflito de prioridades. De maneira geral, as mudanças atuam diretamente sobre a forma como as pessoas trabalham e interagem no ambiente de trabalho, logo, levam um determinado tempo para se adaptar, passando pelas seguintes fases: • Negação: está tudo funcionando bem, então, por que mudar? • Resistência: sempre fiz assim e deu certo, por que mudar? • Experimentação: perceber que existem outras formas de fazer. • Aceitação: aceitar as mudanças como melhoria do processo. É preciso abrir espaço, dar as ferramentas adequadas e criar um ambiente que seja propício à mudança. Alguns exemplos de mudanças organizacionais incluem: • Implementação de processos. • Fusão e aquisição de negócios. • Reposicionamento de marca no mercado. • Troca de sistemas e de lideranças. • Adoção de novos sistemas e ferramentas. • Desenvolvimento de novos produtos ou serviços. De modo geral, o gerenciamento de mudanças impulsiona a adoção e a utilização bem- sucedida de alterações dentro da organização, possibilitando que os colaboradores entendam e se comprometam com asnovidades que estão sendo implantadas. Assim, ele não apenas torna o processo mais fácil como permite que a organização absorva um fluxo maior de modificações a serem implementadas. Podemos destacar alguns benefícios da gestão de mudanças, tais como: • Aumenta a produtividade e a qualidade do serviço/produto prestado. • Diminui os riscos. • Melhora a performance dos colaboradores. • Amplia as possibilidades de inovação. • Ajuda a fechar o gargalo entre requisitos e resultados. • Melhora a qualidade de vida da equipe. • Beneficia a comunicação interna. • Aumenta a lucratividade. • Gera vantagem competitiva. É importante ressaltarmos, portanto, que, sem uma gestão de mudança organizacional eficaz, as transições podem ser difíceis e onerosas em termos de tempo e de recursos. Além disso, a ausência de uma gestão eficiente pode resultar em uma baixa eficiência dos profissionais, bem como em uma redução da produtividade e, até mesmo, no aumento do turnover na empresa. Por esse motivo, uma gestão de mudanças requer engajamento e dedicação de líderes e colaboradores, e para se obter resultados satisfatórios, é preciso que todos tenham a mesma visão e os mesmos objetivos, evitando desgastes desnecessários. Além disso, o processo precisa ser planejado e estruturado adequadamente. Um exemplo disso foi a Kodak, fundada em 1888. Ela desenvolveu a primeira câmera digital do mercado, mas como estava com uma forte posição consolidada na venda de filmes fotográficos, acabou não investindo na tecnologia, abrindo espaço para as outras empresas que começaram a apostar na nova tecnologia. Em 2012, a Kodak solicitou o pedido de concordata para poder tentar reorganizar seus negócios. Enfrentar essa resistência à mudança é um dos desafios que as organizações precisam vencer para operar em um mercado global e em constante mutação. O que a maioria das empresas faz é priorizar a consolidação no seu posicionamento no mercado atual, tendo dificuldades em fazer a projeção de seu posicionamento futuro, e quando o mercado vive momentos de incertezas, muitas empresas se recolhem, tentando preservar algo que, talvez, não exista em um futuro próximo. A inovação é o processo que prepara a organização para o futuro, tornando-a líder de um mercado ou, ainda, criando um novo mercado. A Microsoft entendeu isso ao focar os programas de computadores pessoais em um momento em que todos apostavam na fabricação dos computadores. A Embraer fez o mesmo ao investir no desenvolvimento de jatos regionais enquanto empresas como Boeing e Airbus desenvolviam aeronaves cada vez maiores. O fato é que qualquer empresa, independentemente de seu porte, pode se preparar para este mercado futuro por meio da inovação, inclusive no desenvolvimento de serviços. Gerir a mudança é humanizá-la, é pensar o projeto no ponto de vista das pessoas envolvidas, a fim de se evitar que as resistências naturais causem impactos nos objetivos planejados. AGENTES DE MUDANÇA E POSSÍVEIS ESTRATÉGIAS PARA DRIBLAR A RESISTÊNCIA O fator mudança no cenário dos negócios é algo inevitável, porém como na teoria da evolução, não são os mais fortes ou inteligentes que sobrevivem e sim aqueles mais adaptáveis ao novo ambiente. Assim, abordar o tema da inovação nas organizações passa a ser um fator-chave para o seu sucesso. A grande questão e o principal desafio é como abordá-la no ambiente corporativo, já que o tema é amplo e sujeito a várias interpretações. O processo de mudanças gira, essencialmente, em torno das pessoas, as quais estão envolvidas em, pelo menos, uma fase do projeto que se pretende implementar. Dessa forma, podem ser: • O cliente ou proprietário. • Os engenheiros ou pessoas da equipe de execução. • Colaboradores da empresa ou usuários do produto final. • O Scrum Master. • O Gestor de projetos. Além disso, essas pessoas devem ser avaliadas em relação as suas competências, sua personalidade, suas responsabilidades e sua influência. O talento de um bom gestor é saber identificar esses aspectos nos indivíduos que participarão do projeto, tornando possível, por exemplo, fazer as combinações certas de competências ou solicitar as pessoas adequadas no momento certo. O princípio também se aplica a Steve Jobs. No cerne de sua pilha de habilidades estava a paixão por design. Ele dava muita importância à aparência de seus produtos, e, embora não tenha sido o melhor do mundo em design, com o tempo, desenvolveu uma compreensão aguçada dos princípios de design. Mais tarde, ele combinou suas várias habilidades na área com uma visão profunda sobre o que as pessoas desejavam, conhecimento de tecnologia, uma mente estratégica, habilidade de vendas, capacidade de extrair tudo de seus funcionários e habilidades empreendedoras. Juntas, essas habilidades o ajudaram a formar uma empresa focada em tecnologia avançada e design atraente. Nesse contexto, a inovação e a criatividade são essenciais; estamos vendo a crescente ascensão do uso da inteligência artificial (IA), desde as tarefas mais simples do nosso cotidiano até as mais complexas, e o aprendizado de máquina tornou-se comum na realização de tarefas simples, que são automatizadas, impactando diretamente os trabalhos e as ofertas de empregos. Por exemplo: na indústria de seguros, a validação manual de reclamações de seguros simples pode ser conduzida por chat bot e automação de processos robóticos, liberando a equipe de atendimento ao cliente para se concentrar em reclamações mais complexas. Essa automação, então, muda a natureza das habilidades exigidas por aquele trabalho e resulta em habilidades que evoluem constantemente. Em meio a todas essas mudanças, as organizações precisam reconsiderar a forma como enxergam a composição das equipes de trabalho e começar a ver os colaboradores pelas lentes de suas habilidades e capacidades; não apenas como força braçal de trabalho, mas mentes pensantes, agentes de mudanças dentro da organização. Dessa forma, as organizações podem gerenciar, de forma mais proativa, essas mudanças, bem como garantir que seu time esteja preparado. Quais são suas habilidades especiais? Como você pode aplicá-las em seu ambiente de trabalho? Lembre-se de que, para obter sucesso, não basta intensificar as estratégias de gestão existentes, é necessário que os líderes pensem de maneira diferente sobre como concorrer e serem lucrativos. Para Brown (2020), quando uma equipe de design thinkers talentosos, otimistas e colaborativos se reúne, ocorre uma mudança química que pode levar a ações e reações imprevisíveis. Para tanto, colaboradores e gestores precisam estar com os pensamentos alinhados com a cultura da inovação, assim, todos serão capazes de compreender a importância da mudança e trabalhar as suas competências individuais para desenvolver as etapas do projeto com maestria e alcançar os resultados esperados. ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA SAAS Muitos modelos de negócio surgiram depois que a transformação digital introduziu, no mercado, um novo modo de atender aos anseios e necessidades de um consumidor cada vez mais exigente. A revolução tecnológica vivenciada nos últimos anos abriu espaço para um novo modelo de negócio que vem se destacando entre os empreendedores: empresa SaaS. Essa é uma solução com aplicações virtuais que alcança resultados expressivos para muitos tipos de negócio. Empresa Saas — do inglês Software as a Service — é a oferta de software como serviço. Assim são chamadas as empresas que disponibilizam aplicações pela internet para a realização das mais variadas tarefas, de forma remota, seja pelo computador, seja por dispositivos móveis. Uma verdadeira revolução no modelo de consumo dos usuários e na forma como as marcas disponibilizam as suas soluções, o Software como Serviço surgiu da necessidade de respostas cada vez mais imediatas no dia a dia. A principal revolução causadapelo SaaS é que ele transforma produtos em serviços e torna muito mais fácil, interessante e prático o uso de softwares. Para que entenda melhor, a principal diferença entre empresas SaaS e softwares convencionais é o local da hospedagem dos dados. No modelo convencional, o software precisa ser instalado no computador da empresa contratante, já no SaaS, pode ser acessado por meio de um navegador na internet, pois os dados ficam salvos em nuvem. O interesse nesse modelo vem crescendo pela praticidade, custo baixo e possibilidade de a empresa focar outros aspectos do negócio sem se preocupar com panes nos equipamentos ou desembolso com manutenção, uma mudança de mindset cada vez mais abrangente. Muitas empresas já aderiram ao modelo SaaS e se tornaram referência de mercado. Podemos citar alguns exemplos de empresas que operam dentro da filosofia de software como serviço; são elas: • Netflix – streaming. • Microsoft – Office365. • Google – Google Drive, Analytics. • Adobe – PDF. • Zendesk. • Salesforce – CRM. • Dropbox. • Paypal. Vamos conhecer um pouco da história da Netflix? A Netflix é um serviço de streaming por assinatura que o permite assistir a séries e filmes sem comerciais em um aparelho conectado à internet. Você também pode baixar seus títulos favoritos em aparelhos iOS, Android ou Windows 10 para assistir quando não tiver acesso à rede. A Netflix foi fundada em 1997, na Califórnia, EUA, e surgiu como um serviço de entrega de DVD pelo correio. Foi lançada como a primeira loja de aluguel de DVD online do mundo, com apenas 30 funcionários e 925 títulos disponíveis, usando o modelo de pagamento por aluguel, com taxas e prazos. Em 2002, a Netflix enviava, pelo correio, cerca de 190.000 DVDs por dia para seus 670.000 assinantes mensais. O crescimento inicial da Netflix foi alimentado pela rápida disseminação de leitores de DVD nas residências, uma vez que, em 2004, quase dois terços dos lares dos Estados Unidos tinham um DVD player. Em 2010, a empresa teve a grande sacada e começou a oferecer um novo serviço, o serviço de streaming independente e separado do aluguel de DVD. Em 2011, o seu serviço de streaming contou com 23 milhões de assinantes nos Estados Unidos. Neste ano, o faturamento digital total da empresa chegou à marca de US$ 1,5 bilhão. A empresa fechou o ano de 2013 com 44 milhões de assinantes; já no ano seguinte, em 2014, o serviço já estava disponível em mais de 40 países e contava com 50 milhões de assinaturas, com intenções declaradas de iniciar operações em novos mercados. Desde então, a empresa tornou-se um ícone no mercado de entretenimento e, atualmente, está presente em mais de 190 países, ultrapassando a Walt Disney Company em 2021. No Brasil, o histórico de crescimento do SaaS apresenta uma evolução tanto na efetividade da ferramenta quanto na confiabilidade gerada nos empreendedores mais conservadores. As empresas de negócio recorrente (pagamento por assinatura) são as que mais se beneficiam com esse modelo, sendo os estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina os polos principais e de maior número de empresas SaaS. Você consome algum tipo de serviço de empresa SaaS? Seria possível implementar o modelo SaaS em sua área de atuação? Saiba mais Para compreender melhor esse universo das mudanças causadas pela tecnologia da inovação, sugerimos que assista aos seguintes vídeos no Youtube: Superlógica Talks #02 – Carlos Cêra, CEO e cofundador da Superlógica. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Vh2btKXQDUY. Acesso em: 27 jan. 2022. A história da Netflix e de seus fundadores – Reed Hastings e Marc Randolph. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pUpLPc8ptCU. Acesso em: 27 jan. 2022. REFERÊNCIAS BROWN, T. Design thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideais. Rio de Janeiro: Alta Books, 2020. Design Thinking e Inovação dos Modelos de Negócios UNIDADE 2 - Aula 4 GESTÃO DA INOVAÇÃO A inovação organizacional não se restringe, exclusivamente, à mudança das técnicas; ela também se volta à mudança na forma de atuação gerencial, para a criação de valor dentro de um contexto organizacional. INTRODUÇÃO As organizações e seus profissionais estão enfrentando, cada vez mais, um mundo de grandes transformações por meio da competitividade global, das exigências promovidas pelo mercado, pela falta de previsibilidade de algumas economias e, também, pelas demandas dos stakeholders que se relacionam diretamente e indiretamente com sua área de atuação. A inovação organizacional não se restringe, exclusivamente, à mudança das técnicas; ela também se volta à mudança na forma de atuação gerencial, para a criação de valor dentro de um contexto organizacional. Nesse sentido, quanto mais fontes de informação utilizadas pela organização, maior o grau de introdução de novas práticas gerenciais. Por outro lado, há que se considerar o papel da gestão do conhecimento, visto que ela representa o processo de geração, codificação e transferência desse ativo nas organizações. Frente a isso, como encontrar soluções inovadoras para sua empresa/negócio? GESTÃO DA INOVAÇÃO: CONCEITOS, HISTÓRICO E ESTRATÉGIAS DE GERENCIAMENTO O âmbito organizacional está em constante ameaça pelas mudanças rápidas na tecnologia e seus impactos na sociedade e no mercado. Nesse contexto, surge a necessidade de inovar e de agir frente ao desconhecido. O posicionamento estratégico dos anos 1980 (conservador e pouco flexível) de sobrevivência e manutenção de uma posição já conquistada no mercado deixou espaço para uma nova abordagem, a partir dos anos 1990, que buscou vantagens competitivas mais duradouras e focadas na inovação e no desenvolvimento das organizações. Para ampliar sua compreensão da gestão da inovação, adaptamos, no quadro a seguir, em ordem cronológica, as melhores definições do tema a partir do olhar de diferentes autores: Ano Autores Definição 1912 Schumpeter Nas economias capitalistas, o desenvolvimento econômico é dirigido pelo impacto das inovações tecnológicas, as quais ocorrem por meio de um processo dinâmico em que novas tecnologias substituem as antigas. 1980 Haustein Define inovação como a capacidade da organização de produzir novos produtos ou máquinas, bem como novas soluções organizacionais no processo de produção e no mercado, conectando a palavra inovação à mudança. 1982 Dosi Relaciona inovação a processos de aprendizagem e descoberta de novos produtos, processos e formas de organização econômica. 1985 Peter Drucker A inovação é a ferramenta-chave dos gestores, o meio pelo qual exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço diferente. 1994 Friemann Contribui para a discussão afirmando que a inovação envolve a aplicação dos conhecimentos técnico e científico com o objetivo de solucionar problemas de produção e comercialização, auferindo resultado positivo à organização. 1995 Collins e Porras As empresas visionárias são mais do que bem-sucedidas, são duradouras; elas enfrentam contratempos e erram em alguma fase da vida, no entanto — e este é um ponto muito importante — têm uma incrível capacidade de recuperação, conseguindo vencer as adversidades. 1999 Michael Porter A empresa deve buscar e não evitar as pressões e os desafios. Parte da estratégia consiste em se beneficiar do ambiente do próprio país, de modo a criar o ímpeto para a inovação, bem como deve tratar os funcionários como colaboradores permanentes, para estimular a melhoria das habilidades e da produtividade. 2005 Kim e Mauborgne A inovação sem valor tende a ser movida à tecnologia, promovendo pioneirismo ou futurismo que talvez se situem além do que os compradores estejam dispostos a aceitar e comprar. 2007 Freeman e Soete A inovação é muito mais que invenção. A invençãoenvolve a criação de uma nova ideia e sua materialização, já a inovação, de forma mais abrangente, engloba todas as atividades que são requeridas para a comercialização de uma nova tecnologia. 2008 Nonaka e Takeuchi O modelo de diferenciação de valor incorpora, explicitamente, a criação e a evolução de conceitos na organização e em sua administração. A diferenciação de valor, descortina um novo horizonte para a organização do processo de inovação do conceito de produto. 2009 Stephen Paul Robbins As organizações atualmente bem-sucedidas precisam fomentar a inovação e dominar a arte da mudança ou serão candidatas à extinção. O sucesso irá para as organizações que mantêm sua flexibilidade, que, continuamente, aprimoram sua qualidade e enfrentam a concorrência colocando um constante fluxo de produtos e serviços inovadores no mercado. A inovação nos leva por caminhos sempre arriscados, nunca antes percorridos e, por consequência, nada fácil de prever. A todo momento, somos surpreendidos por novos entrantes, novos produtos e modelos de negócios, e isso nos leva a acreditar que inovar é arriscado, mas deixar de inovar é ainda mais. Todos os setores estão sujeitos a influências externas que afetam seus negócios ao longo do tempo, como foi o caso da ascensão tecnológica e o uso da internet. A maioria das empresas precisou se adaptar de forma gradual e um tanto passiva, no entanto, o aspecto principal foi a mudança de valor que essas tendências acarretaram para os clientes e como impactam, atualmente, os modelos de negócios (KIM; MAUBORGNE, 2005). A vantagem competitiva na geração da vida de um produto não garante a liderança na próxima plataforma tecnológica; para se obter sucesso, não basta, simplesmente, intensificar as estratégias de gestão existentes, os líderes devem pensar de maneira diferente sobre como concorrer e ser lucrativo. Observamos, ainda, que a maioria das empresas pensa em inovação quando seus negócios atuais não estão atingindo resultados esperados, quando deveria ser pauta constante das reuniões da diretoria. Além disso, é preciso fomentar uma cultura de inovação entre os colaboradores das organizações, para que eles possam contribuir para a criação e operacionalização de novos produtos e serviços inovadores, afinal, a boa ideia para a inovação pode estar dentro de casa, e a busca por soluções criativas é o primeiro passo para inovação. Considerando o cenário global, a dificuldade de se obter diferenciação no mercado em relação à concorrência é cada vez maior — fato que leva as organizações a repensar o planejamento estratégico com ações mais dinâmicas e eficientes, que garantam uma real vantagem competitiva e sua sobrevivência. Inovar é ação essencial para a organização obter vantagens competitivas e alcançar melhor desempenho, e você está preparado para esse mundo da inovação? Como você tem reagido às tendências tecnológicas dos últimos anos? Qual o impacto disso em seu ambiente de trabalho? PROCESSOS DE FOMENTO E ACOMPANHAMENTO DE PROJETOS INOVATIVOS Nestes tempos em que se acelerou o desenvolvimento técnico e científico como nunca visto na história da humanidade, a inovação acaba por determinar a sobrevivência de um projeto e ou negócio, além de ser um aspecto fundamental para que as organizações alcancem e se mantenham em posição de liderança no mercado. Para Bessant e Tidd (2009), as empresas inteligentes sabem o risco de ficar para trás no ambiente turbulento e complexo dos dias atuais e investem tempo e esforço para criar sistemas, estruturas e processos, a fim de garantirem um fluxo ininterrupto de inovação. Nesse contexto, compreender o novo paradigma facilita a gestão da inovação nas organizações, pois ele é muito mais propício para o desenvolvimento de um ambiente que fomente a inovação de forma sustentável. Na mesma linha, Campos (2002) destaca a relevância da gestão da inovação frente à criatividade, ressaltando os fatores básicos que compõem a organização criativa: • Recursos – dizem respeito a fundos, materiais, pessoas e informações disponíveis para a realização do trabalho. Tais recursos, entretanto, podem ou não ser usados de forma criativa. • Técnicas – incluem competências no gerenciamento de inovação, presentes nos distintos níveis da organização e voltadas para a concepção, o desenvolvimento e a implementação de ideias criativas. • Motivação – esse fator é considerado o componente mais importante, tanto no nível individual como organizacional. Portanto, os recursos e competências de gerenciamento tornam a inovação possível, considerando a consolidação de uma política formal de pesquisa e desenvolvimento, bem como o estabelecimento de métricas de avaliação com indicadores de desempenho pertinentes para sua mensuração e tomada de decisão. Implantar uma boa metodologia de gestão de projetos de inovação nas empresas é uma das maneiras mais eficientes de se obter sucesso nos resultados técnicos e financeiros das iniciativas. O projeto é uma iniciativa que demanda esforço temporário para a criação de um produto ou serviço, ou seja, tem prazo definido e uma série de variáveis que pode comprometê-lo. É exatamente por isso que precisa ser bem planejado, executado e controlado. Os projetos que envolvem inovação tecnológica são mais complexos, e a maior parte dos riscos é desconhecida, por isso, a forma de gerenciamento requer mais cuidados e métodos diferenciados. A gestão de projetos está, em grande parte, associada a uma atividade específica e pontual, que permite que uma equipe atinja o objetivo com qualidade. Nesse sentido, é preciso estar atento aos seguintes aspectos primordiais para o sucesso de qualquer projeto: • Tempo (datas e prazos). • Especificações técnicas (escopo). • Recursos (orçamento/custos). Outro ponto importante é definir com clareza as principais etapas do projeto: • Análise de necessidades – o ponto de partida do planejamento do projeto é a formalização do resultado esperado (o que será entregue). • Construção e planejamento – com base nas especificações, realiza-se a construção do cronograma e do plano necessário para se chegar ao resultado esperado (ponderar custos). • Condução e direção – fase que requer mais habilidades interpessoais e capacidade de resposta por parte do responsável, que deve monitorar a taxa de execução, o nível de qualidade e identificar os pontos de atrito, os riscos, as oportunidades, os desvios e, eventualmente, propor soluções. • Encerramento e avaliação – um projeto atinge a sua fase final quando alcança o seu objetivo. Por isso, é importante realizar o balanço final do projeto com apontamento das lições aprendidas, para que futuros projetos se beneficiem de boas práticas e evitem cometer os mesmos erros novamente. Em cada fase da gestão do projeto, é essencial: comunicar-se regularmente com as partes envolvidas; controlar desvios e antecipar riscos; adaptar perdas, a chegada de um novo funcionário, novas tecnologias; e gerir pessoas (principal fator de sucesso ou fracasso de um projeto). O gerenciamento de projetos faz uso e, frequentemente, necessita de ferramentas para uma melhor organização e condução. Um software de gerenciamento de projetos online (SaaS) fornece informações em tempo real do status do projeto, permitindo respostas mais ágeis em casos de necessidade. Funções como as de comunicação e colaboração também agregam valor, pois permitem a interação com as equipes responsáveis por planificar e implementar o projeto. Existem diversos métodos de gestão de projetos interessantes e relevantes, escolher o mais adequado depende do perfil do projeto, da empresa e de sua cultura: • Agile: o método Agile permite o trabalho em modo interativo e, portanto, foca a abordagem tática, em que eventos e mudanças imprevistas sãofacilmente identificados. Atualmente, esse é o método mais popular para projetos inovadores. • Scrum: é um conjunto de melhores práticas Agile, especialmente para projetos criativos. O planejamento "Sprint" é uma característica importante desse método. • PMBOK: é um guia para estruturar e reger o conhecimento em torno de um projeto. • Prince2: esse método foca 3 aspectos: organização, gestão e controle. Trata-se de um método rigoroso utilizado para grandes projetos. • PERT: O método de avaliação e revisão de programas é usado para demonstrar a interdependência das tarefas a serem realizadas e o cálculo dos pontos críticos, bem como permite uma visualização lógica de um projeto. • O Método do Caminho Crítico (COM) – permite o planejamento de um projeto com base em um modelo que inclui a lista de tarefas, suas dependências e sua estimativa de tempo, ajudando a identificar o caminho mais crítico para alcançar o objetivo. É importante ressaltar que, no volátil ambiente de negócios dos dias atuais, a inovação é fundamental para a competitividade da empresa, mas o desafio maior é projetar a própria organização. Nesse contexto, algumas das mais ousadas iniciativas no cenário atual dos negócios provêm de empresas que estão utilizando o design thinking para intensificar suas iniciativas de inovação e impulsionar seu crescimento. E você, como pode tornar sua empresa mais inovadora? FONTES DE INFORMAÇÃO APLICÁVEIS À GESTÃO DA INOVAÇÃO Um dos determinantes da inovação é a informação, que pode ser obtida de diversas fontes. Sabemos que a inovação constitui elemento fundamental para melhorar o desempenho organizacional, porém é preciso salientar que a capacidade de inovar depende, dentre outros fatores, também da informação e do conhecimento. Entende-se que a inovação é resultado da combinação de conhecimento existente com novos conhecimentos, com base nas fontes de informação que estão acessíveis à empresa, uma vez que a organização se reporta ao ambiente em busca de novos conhecimentos para incorporar àqueles existentes, portanto, o processo de inovação é suportado pelo conhecimento organizacional gerado ao longo de sua jornada. Quanto mais fontes de informação utilizadas pela empresa, maior o grau de inovação em práticas gerenciais. Dessa forma, admite-se que, para a inovação em práticas gerenciais, são necessárias habilidade na aquisição, combinação e incorporação do conhecimento. É essencial identificar as fontes de informação utilizadas para fomentar a inovação, a fim de auxiliar o governo na definição de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento econômico e social, possibilitando aos gestores direcionar seus esforços para a inovação de forma eficiente. Para compreender o relacionamento das fontes de informação e a inovação em práticas de gestão, consulte os estudos desenvolvidos por Mol e Birkinshaw (2009) com empresas inglesas e por Oyadomari (2013) com empresas brasileiras. O estudo sobre o conhecimento em organizações teve início em meados da década de 1940 e vem ganhando relevância desde os anos 1980. Os teóricos consideram que existem diferentes possibilidades para a dimensão ontológica do conhecimento individual, grupal, organizacional e interorganizacional, bem como que esses diferentes níveis estão interligados por processos sociais. Dessa forma, reconhece-se que a organização não cria conhecimento por si só, visto que a base do conhecimento está radicada no conhecimento humano (NONAKA; TAKEUCHI, 1997). Por esse motivo, a abordagem que trata da criação do conhecimento organizacional visa a distinguir os conhecimentos tácito e explícito que ocorrem da interação entre indivíduos. Assim, o conceito de conhecimento organizacional, segundo Isidoro Filho e Guimarães (2010), é entendido como “quaisquer informações, experiências, habilidades, crenças e significados adquiridos por indivíduos e grupos a partir de interações com os ambientes físicos e sociais e aplicados na ação ou prática em contextos organizacionais”. As fontes de informações vêm sendo analisadas por diversos autores a partir de inúmeras classificações, entre elas, apresentaremos a definição de Mol e Birkinshaw (2009): • Fontes internas: dentro da empresa, outras empresas do mesmo grupo. • Fontes de mercado: fornecedores de equipamentos, materiais, componentes ou softwares, clientes ou consumidores, concorrentes, consultores, laboratórios comerciais e empresas de pesquisa e desenvolvimento. • Fontes profissionais: conferências e reuniões profissionais, associações comerciais, revistas técnicas, bases de dados, feiras e exposições. Podemos acrescentar os sistemas de controle de gestão (SCG) como fonte interna, compreendendo um grupo de atividades do processo de gestão formado por sistemas e processos formais integrados que utilizam informações para manter ou modificar os padrões organizacionais. Além disso, os SCG oferecem suporte ao planejamento estratégico da organização, contribuindo para a definição dos objetivos, bem como para o acompanhamento deles, além de auxiliar possíveis ações corretivas. Nesse contexto, os SCG geram informações para o planejamento e a avaliação nas organizações, subsidiando a tomada de decisão e fomentando a inovação organizacional. Saiba mais Caro estudante, para que compreenda melhor esse universo da gestão da inovação, sugerimos a leitura da obra O framework de inovação, que é uma referência prática para a criação de um programa de inovação dentro das organizações. YOGUI, R. Framework de inovação. 2015. Disponível em: https://www.linkedin.com/feed/update/urn:li:activity:6470704433322876928. Acesso em: 27 jan. 2022. REFERÊNCIAS BESSANT, J.; TIDD, J. Inovação e empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman, 2009. CAMPOS, C. A organização inconformista. 2. ed. São Paulo: FGV, 2002. COLLINS, J.; PORRAS, J. Feitas para durar: práticas bem-sucedidas de empresas visionárias. 3. ed. Rio de Janeiro: Rocco,1995. DRUCKER, P. Innovation and entrepreneurship. Nova York: Harper & Row,1985. FREEMAN, C.; SOETE, L. Developing science, technology and innovation indicators: what we can learn. Países Baixos: UNU-MERIT, 2007. HILL, K. G.; AMABILE, T. M. Uma perspectiva psicológica social sobre a criatividade: motivação intrínseca e criatividade na sala de aula e no local de trabalho. Norwood: Ablex Publishing, 1993. ISIDORO FILHO, A.; GUIMARÃES, T. A. Conhecimento, aprendizagem e inovação em organizações: uma proposta de articulação conceitual. Revista de Administração e Inovação, v. 7, n. 2, p. 127-149, abr/jun, 2010. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação. 14. ed. Rio de Janeiro: Campus,1996. KIM, C. W.; MAUBORGNE, R. A estratégia do oceano azul. 11 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. KOULOPOULOS, T. M. Inovação com resultado. São Paulo: Senac, 2009. MARTIN, R. Design de negócios. 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