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F R E N T E 3 325 Resolução: Para compreender esse tipo de problema, a melhor maneira é analisar o gráco de entalpia versus cami- nho da reação. Como as reações são exotérmicas, o patamar dos reagentes deve car acima do patamar dos produtos. Em todas as reações, os reagentes são os mesmos. Apenas o produto difere quanto ao estado físico. Para analisar o gráco, lembre-se de que o ∆H pode ser representado por uma echa que parte dos reagentes e chega aos produtos. Dessa forma, temos: H Reação C.R. H 2 O(g) H 2 O(s) H 2 O() ∆H 1 ∆H 2 ∆H 3 H 2 (g) + O 2 (g) 1 2 Com base no gráco que compara os três valores de ∆H, podemos concluir que a ordem crescente de seus módulos é: ∆ ∆ ∆H < H < H 1 2 3 2 Para as reações exotérmicas representadas pelas equações termoquímicas a seguir, qual a ordem cres- cente dos módulos das variações de entalpia? S(s, rômbico) + O2(g)→ SO2(g); ∆H1 S(l) + O2(g)→ SO2(g); ∆H2 S(g) + O2(g)→ SO2(g); ∆H3 Resolução: Da mesma forma que no exercício anterior, é possível traçar o gráco de entalpia versus caminho da reação. Como as reações são exotérmicas, o patamar dos rea- gentes deve car acima do patamar dos produtos. Em todas as reações, o produto é o mesmo. Apenas um dos reagentes difere quanto ao estado físico. Lembre-se de que, para uma mesma substância, a entalpia do gás é maior que a do líquido, que por sua vez é maior que a do sólido. Para analisar o gráco, considere que o ∆H pode ser representado por uma echa que parte dos reagentes e chega aos produtos. Dessa forma, temos: H Reação C.R. SO 2 (g) ∆H 1 ∆H 2 ∆H 3 S(g) + O 2 (g) S() + O 2 (g) S(s, rômbico) + O 2 (g) Com base no gráco que compara os três valores de ∆H, podemos concluir que a ordem crescente de seus módulos é: ∆ ∆ ∆H < H < H 1 2 3 3 Para as reações endotérmicas representadas pelas equações termoquímicas a seguir, qual a ordem cres- cente dos módulos das variações de entalpia? X2(g)→ Y(g); ∆H1 X2(g)→ Y(l); ∆H2 X2(g)→ Y(s); ∆H3 Resolução: Neste exercício, as reações dadas são endotérmicas. Portanto, o patamar dos reagentes deve car abaixo do patamar dos produtos. Em todas as reações, o reagente é o mesmo, e o produto difere quanto ao estado físico. Dessa forma, temos: H Reação C.R. ∆H 1 ∆H 2 ∆H 3 Y(g) Y() Y(s) X 2 (g) Com base no gráco que compara os três valores de ∆H, podemos concluir que a ordem crescente de seus módulos é: ∆ ∆ ∆H < H < H 3 2 1 Formas alotrópicas Alguns elementos químicos apresentam formas alo- trópicas, que são diferentes substâncias simples formadas pelo mesmo elemento (assunto já estudado na frente 2). Esses elementos são: carbono, oxigênio, fósforo e enxo- fre. Cada forma alotrópica tem uma entalpia diferente, e é importante conhecer quais são as formas alotrópicas mais entálpicas de cada elemento. Para isso, observe os gráficos a seguir: (a) H C(diamante) * C(grafite) ** +1,87 kJ QUÍMICA Capítulo 3 Termoquímica326 (b) H O 3 (g) * +142,3 kJ O 2 (g) ** 3 2 (c) H P 4 (s) (branco) * +17,4 kJ P N (s) (vermelho) ** 4 N (d) H S(monoclínico) * S(rômbico) ** +0,3 kJ Fig. 4.a, 4.b, 4.c e 4.d Comparação entre as entalpias de formas alotrópicas distintas dos elementos carbono, oxigênio, fósforo e enxofre (fora de escala). Podem ser feitas algumas observações importantes sobre esses gráficos: • Nem todas as fórmulas alotrópicas existentes estão representadas. Faltam, por exemplo, formas do carbo- no como o fulereno e o grafeno, além do fósforo preto e do violeta. Entretanto, para o estudo da Termoquí- mica, só é pertinente lidar com as formas alotrópicas presentes nos gráficos anteriores. • Note que as diferenças de entalpia entre as formas alotrópicas de cada elemento estão na seguinte ordem decrescente: oxigênio, fósforo, carbono e enxofre. • As formas alotrópicas mais entálpicas estão marcadas com um asterisco e são, dentre as que foram repre- sentadas, as mais instáveis e as menos abundantes na natureza. Da mesma maneira, vale o inverso para as formas alotrópicas marcadas com dois asteriscos, que são as mais estáveis. Exercício resolvido 4 Para as reações exotérmicas representadas pelas equações termoquímicas a seguir, qual a ordem cres- cente dos módulos das variações de entalpia? C(grate) + O2(g)→ CO2(g); ∆H1 C(diamante) + O2(g)→ CO2(g); ∆H2 Resolução: A técnica de resolução utilizada aqui é a mesma para o caso de diferenças em estados físicos: a análise do gráco. Nesse exercício, as reações são exotérmicas. O produto das duas reações é o mesmo, e a diferença entre os reagentes está na forma alotrópica. Lembran- do que o carbono diamante é mais entálpico do que o carbono grate, temos: H C(grafite) + O 2 (g) C(diamante) + O 2 (g) C.R. ∆H 1 ∆H 2 CO 2 (g) Com base no gráco que compara os dois valores de ∆H, podemos concluir que a ordem crescente de seus módulos é: ∆ ∆H < H 1 2 Quantidade de substâncias Essa é a influência mais intuitiva no ∆H de uma reação. Para entendê-la, é possível considerar o seguinte exem- plo: se a queima de um saco de carvão libera determinada quantidade de calor, a queima de dois sacos de carvão irá liberar o dobro de calor. Isto é, a quantidade de calor troca- da, seja absorvida ou liberada, é diretamente proporcional à quantidade de substâncias que participam da reação. Também é importante ressaltar que, se uma reação no sentido direto libera calor, a mesma reação no sentido inverso irá absorver calor e vice-versa. Observe os casos a seguir: I. C(grafite) + O2(g)→ CO2(g); ∆H = –394 kJ II. 2 C(grafite) + 2 O2(g)→ 2 CO2(g); ∆H = 2·(–394 kJ) III. 4 CO2(g)→ 4 C(grafite) + 4 O2(g); ∆H = 4·(+394 kJ) A equação II tem o dobro de substâncias, em mols, da equação I. Portanto, o ∆H teve que ser multiplicado por 2. Do mesmo modo, a equação III tem o quádruplo de substâncias, em mols, da equação I e, portanto, o ∆H teve que ser multiplicado por 4. Além disso, a equação III está invertida em relação à equação I e, por isso, teve o sinal do ∆H trocado. Logo, é possível estabelecer as seguintes relações: Se multiplicarmos as quantidades de uma equação por x, o ∆H deverá ser multiplicado também por x. Se invertermos uma equação termoquímica, devemos trocar o sinal do ∆H. F R E N T E 3 327 Exercício resolvido 5 A reação de queima completa da glicose, que re- presenta a reação global do processo de respiração celular por meio do qual obtemos energia, pode ser representada pela seguinte equação termoquímica: C6H12O6(aq) + 6 O2(s)→ 6 CO2(g) + 6 H2O(l); ∆H = –2 805 kJ/mol de glicose Sabendo que o processo de fotossíntese é o inverso do processo global da respiração, qual o valor do ∆H para a obtenção de 48 g de gás oxigênio obtido por fotossíntese? Dado: massa molar em g/mol: (O = 16) Resolução: Pela equação termoquímica fornecida, podemos esta- belecer a seguinte regra de três: 6 mols de O : H = 2805 kJ 6 32 g de O : H = 2805 kJ 48 g de O : x x = 701,25 kJ 2 2 2 ∆ − ⋅ ∆ − ⇒ − Mas, como o processo de fotossíntese é o inver- so do processo global da respiração, temos que o ∆H do processo pedido, para a quantidade pedida, é ∆H = 701,25 kJ. Temperatura A influência da temperatura é pequena e difícil de ser calculada. A mudança do ∆H por meio de mudança de temperatura se dá através da lei de Kirchhoff, que não é objeto do nosso estudo. No momento, basta saber que, se a uma determinada temperatura T1 uma reação tem variação de entalpia ∆H1, então a mesma reação em uma temperatura T2, diferente de T1, terá uma variação de entalpia ∆H2 e diferente de ∆H1. Lei de Hess O suíço Germain Henry Hess (1802-1850) foi químico, médico e geólogo, e atuou como professor e autor de livros bastante respeitado quando lecionava na Rússia, em São Petersburgo. No ano de 1840, enunciou a lei que o tornou célebre, cujo enunciado é: O ∆H de uma reação só depende de seus estados ini- cial e final, e independe de seus estados intermediários. Para compreender esse enunciado de forma mais clara, podemos interpretá-locomo uma lei de conservação de energia para fenômenos químicos. Segundo essa lei, nas mesmas condições, uma reação tem troca de calor cons- tante, independentemente do número de etapas em que ela ocorre. Assim, durante as etapas em que um fenômeno ocorre, a energia não pode ser criada nem destruída, ape- nas convertida em outras formas de energia. Desse modo, ao somar todas as etapas de um processo para encontrar a sua reação global, devemos somar as ener- gias trocadas com o meio externo para encontrar a variação de entalpia global do processo. Veja o exemplo a seguir: H C.R. ∆H 1 ∆H 2 ∆H 3 ∆H total Reagentes Intermediário 1 Intermediário 2 Produtos Fig. 5 Entalpia ao longo do caminho da reação para um fenômeno que ocorre em diversas etapas. → ∆ → ∆ → ∆ → ∆ = ∆ + ∆ + ∆ reagentes intermediário 1; H intermediário 1 intermediário 2; H intermediário 2 produtos; H reagentes produtos; H H H H 1 2 3 total 1 2 3 Com base no que foi exposto, podemos concluir que a lei de Hess apresenta uma importante consequência, que será bastante útil para resolver problemas: as equa- ções termoquímicas podem ser tratadas como equações matemáticas. Ou seja, ao multiplicarmos uma equação termoquímica, devemos multiplicar o seu ∆H pelo mesmo nú- mero; ao invertermos uma equação termoquímica, devemos trocar o sinal do ∆H; ao somarmos equações termoquímicas, devemos somar os seus respectivos valores de ∆H. Exercícios resolvidos 6 São dadas as seguintes equações termoquímicas: C H (g) 5 O (g) 3 CO (g) 4 H O( ); H 2220 kJ/mol C(grafite) O (g) CO (g); H 394 kJ/mol H (g) 1 2 O (g) H O( ); H 286 kJ/mol 3 8 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 3 + → + ∆ = − + → ∆ = − + → ∆ = −
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