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MATEMÁTICA Capítulo 9 Polinômios46 Os monômios de um binômio também podem ser cha- mados de termos. Entre esses exemplos, os binômios M e N têm duas variáveis cada: x e y. Por esse motivo é comum que sejam indicados por M(x, y) e N(x, y). Já o binômio B tem apenas a variável x, por isso também pode ser indicado por B(x). • M(x, y) = 5x2 + 2y3 • N(x, y) = 4x2 + y2 • B(x) = x4 + 9x2 Binômios de grau mínimo são, necessariamente, de 1o grau, pois zero é o único número natural menor do que 1. Exemplos: • P(x) = 2x + 3 • Q(x) = −x + 0,4 • R(x) = (5 + 2i)x + (3 − i) De forma genérica, um binômio de 1o grau é uma ex- pressão matemática da forma ax + b com a e b diferentes de zero. Operações com binômios do 1o grau Adições e subtrações de binômios do 1o grau são efe- tuadas sempre entre os monômios de mesmo grau. Assim, sendo A = ax + b e B = cx + d, tem-se que: A + B = (a + c)x + (b + d) A B = (a c)x + (b d) Multiplicações entre binômios do 1o grau são efetuadas de modo distributivo entre todos os seus monômios. Assim: A ⋅ B = (ax + b) ⋅ (cx + d) A ⋅ B = ax ⋅ cx + ax ⋅ d + b ⋅ cx + b ⋅ d A ⋅ B = acx2 + adx + bcx + bd A ⋅ B = acx2 + (ad + bc)x + bd O produto de dois binômios do 1o grau com mesma variável resulta sempre num trinômio do 2o grau. Trinômios com uma variável São as expressões algébricas que resultam da adição de três monômios com mesma variável, mas graus dife- rentes, de modo que todo trinômio possua três monômios. O grau de um trinômio desse tipo é dado pelo grau do maior monômio. Exemplos: • R = 5x2 + 2y3 + 4 é um trinômio do 3o grau. • S = 4x2 + xy + y2 é um trinômio do 2o grau. • T = x3 + 9x2 + 5x é um trinômio do 3o grau. Entre esses exemplos, os trinômios R e S têm duas variáveis cada: x e y. Por isso podem ser indicados por R(x, y) e S(x, y). Já o trinômio T tem apenas a variável x, por isso também pode ser indicado por T(x). • R(x, y) = 5x2 + 2y3 + 4 • S(x, y) = 4x2 + xy + y2 • T(x) = x3 + 9x2 + 5x Trinômios de grau mínimo são, necessariamente, do 2o grau, pois zero e um são os únicos números naturais menores do que 2. Trinômios de 2o grau Trata-se das expressões do tipo ax2+ bx + c em que a, b e c são números complexos diferentes de zero. Observe os exemplos: • 3x2 + 5x + 2 • − − ⋅ +x 2 x 42 • x2 - x + 1 • x2 + (1 + 3i)x - 2 + 2i Considerando o universo dos números complexos, todo trinômio do 2o grau resulta do produto de dois binômios do 1o grau. Note os exemplos: • 3x2 + 5x + 2 = (x + 1)(3x + 2) • x 2 x 4 x 2 x 2 22 ( )( )− − ⋅ + = − + + • + = + − x x 1 x 1 i 3 2 x 1 i 3 2 2 • x2 + (1 + 3i)x - 2 + 2i = (x + 1 + i)(x + 2i) De modo genérico, a todo trinômio do 2o grau, com apenas uma variável (no caso x), estão associados dois números x1 e x2 tais que: ax2 + bx + c = a(x - x1)(x - x2) Os valores de x1 e x2 podem ser obtidos por meio da fórmula quadrática: = = − + x b b 4ac 2a x b b 4ac 2a 1 2 2 2 . Devido à presença da operação de radiciação nessa fórmula, os valores x1 e x2 também são chamados de raízes do trinômio. Quando os coeficientes a, b e c são números reais, a expressão b2 - 4ac é denominada discriminante do trinômio e indicada por (D). Lê-se delta: D = b2 - 4ac. Sendo D um número real, ficam estabelecidas relações entre seu sinal e os valores das raízes do trinômio. Se o discriminante for positivo então x1 e x2 são números reais e diferentes; se for nulo, então x1 e x2 têm o mesmo valor real, e, se for negativo, então x1 e x2 são números complexos, não reais e conjugados um do outro. 0 x , x e x x 0 x , x e x x 0 x , x e x x 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 ∆ > ⇔ ∈ ∈ ≠ ∆ = ⇔ ∈ ∈ = ∆ < ⇔ ∉ ∉ = Atenção Trinômios quadrados perfeitos Quando um binômio do 1o grau é multiplicado por si mesmo, ou seja, é elevado à 2a potência, obtém-se um trinômio cujo discriminante é nulo (D = 0). F R E N T E 2 47 Considere o binômio mx + n: (mx + n)(mx + n) = (mx + n)2 = m2x2 + 2mnx + n2 Comparando essa expressão com a forma ax2 + bx + c de um trinômio do 2o grau, tem-se: + + + + m x 2mnx n ax bx c 2 2 2 2 = = = a m b 2mn c n 2 2 D = b2 - 4ac = (2mn)2 - 4m2n2 = 4m2n2 - 4m2n2 = 0 Como neste caso as raízes x1 e x2 têm o mesmo valor, esse valor é denominado raiz dupla do trinômio. Todo tri- nômio quadrado perfeito possui raiz dupla. Polinômios Polinômios são funções complexas f: C→ C resultantes da soma de uma série de monômios que podem ter mes- mo grau ou graus diferentes, mesma variável ou variáveis diferentes. As variáveis de um polinômio são comumente apre- sentadas entre parênteses como mostram os exemplos a seguir: • A(x, y) = x2 + xy + y2 −2x −4y + 3 • B(x, y, z) = 4x3 + 9x − y + z2 • P(x) = x3 + x2 + 8x + 20 Entre os exemplos acima, o polinômio A tem 2 variáveis (x e y), o polinômio B tem 3 variáveis (x, y e z) e o polinômio P tem apenas a variável x. Podemos afirmar que toda somatória de monômios de diferentes graus e mesma variável é um polinômio que pode ser expresso por: NP(x) a x , n p n p p 0 n ∑= ∈ − = Os monômios apx n - p são denominados termos do polinômio, assim a palavra binômio designa um polinômio com dois termos, a palavra trinômio um polinômio com três termos e assim por diante. Observação: Embora o prefixo poli indique pluralidade, no estudo da Álgebra também consideram-se os monômios como sendo um tipo especial de polinômio. Todo número complexo também pode ser considerado um polinômio pela sua definição algébrica. n 0 P(x) a x a x a x a p n p p 0 n p n p p 0 0 0 0 0∑ ∑= ⇒ = = = = − = − = Polinômios como esses são denominados polinômios constantes e, particularmente, quando essa constante é o número zero, o polinômio também é chamado de polinô- mio nulo. Características dos polinômios de apenas uma variável Escrevendo de forma explícita a somatória dos monô- mios de graus diferentes, que definem um polinômio com uma única variável, tem-se a expressão geral: P(x) = a0x n + a1x n - 1 + a2x n - 2 + ... + an - 2x 2 + an - 1x + an Os coeficientes e a variável de um polinômio podem ser quaisquer números complexos, mas o expoente da va- riável deve ser necessariamente um número natural. Cada termo ou monômio de um polinômio apresenta um coeficiente multiplicado pela variável elevada a algum expoente. No termo a1x n - 1, por exemplo, a1 é o coeficiente, x é a variável e n – 1 é o expoente. Os termos de um polinômio costumam ser apresenta- dos de acordo com alguma relação de ordem (crescente ou decrescente) entre os expoentes da variável. Neste capítu- lo, foi feita a opção pela ordem decrescente dos expoentes. No termo an - 1x tem-se, particularmente, que a variável x está elevada à primeira potência, ou seja, o expoente da variável é o número 1: an - 1x = an - 1x 1 Outro termo que merece atenção especial é o termo an, em que o expoente da variável x é o número zero: an = anx 0 Este monômio de grau zero é denominado termo in- dependente do polinômio. Grau de um polinômio O grau de um polinômio P é indicado por GP ou gr(P). Em polinômios de apenas uma variável, o grau coincide com o valor do expoente do seu monômio não nulo de maior grau. O monômio não nulo que fornece o grau de um poli- nômio é denominado termo principal do polinômio. Veja, a seguir, alguns exemplos: Polinômio Termo principal Grau P(x) = 3x7 + 2x6 + x4 − 8x3 − 2x2 + 5 3x7 gr(P) = 7 Q(x) = −x3 + 6x2 + 3x 5 −x3 gr(P) = 3 T(x) = x2 + 5x + 18 x2 gr(P) = 2 B(x) = 7x − 5 7x1 gr(P) = 1 M(x) = 12 12x0 gr(P) = 0 Considere a expressão geral para o polinômio P(x) de acordo com a ordem decrescente dos expoentes de seus termos: P(x) = a0x n + a1x n - 1 + a2x n - 2 + ... + an - 2x 2 + an - 1x + an MATEMÁTICA Capítulo 9 Polinômios48 Nessa expressão, em que n é um número natural, nem sempre o primeiro termo a0x n representa o termo principal de P, pois o termo pode ou não ser um monômio nulo. Se o primeiro termo da expressão for não nulo, então ele é o termo principale seu expoente n indica qual é o grau do polinômio. a0 ≠ 0 ⇔ gr(P) = n Quando o primeiro termo da expressão for um monô- mio nulo, ou seja, a0 = 0, deve-se observar o seu segundo termo a1x n - 1, a fim de verificar se ele é ou não nulo. Caso o primeiro termo seja nulo e o segundo não, o grau do polinômio é o expoente da variável do segundo termo. a0 = 0 e a1 ≠ 0 ⇔ gr(P) = n 1 Quando o primeiro e segundo termos da expressão ge- ral são nulos, deve-se observar o seu terceiro termo e assim por diante, até que se encontre um termo que não seja nulo. Exercício resolvido 1 Sendo k um número real, determine os valores de k para que P(x) = (k - 1)x3 + 3x2 + kx + 1 seja um poli- nômio do: a) 2o grau. b) 3o grau. Resolução: a) Para que P(x) seja do 2o grau, o coeciente de x3 deve ser igual a zero. Assim: k 1 = 0 ⇔ k = 1. b) Para que P(x) seja do 3o grau, o coeciente de x3 deve ser diferente de zero. Assim: k - 1 ≠ 0 ⇔ k ≠ 1. Polinômio nulo Se todos os termos de um polinômio forem nulos, então o polinômio também é chamado de polinômio nulo. NN(x) a x , n e a 0, p p n p p 0 n p∑= ∈ = ∀ − = O polinômio nulo resulta da adição de qualquer quantidade de mo- nômios nulos: N(x) = 0x n + 0x n 1 + 0x n 2 + ... + 0x 2 + 0x + 0 O polinômio nulo também resulta da subtração de um polinômio por si mesmo: P(x) - P(x) = N(x) O polinômio nulo não tem grau definido. Atenção Série dos coeficientes de um polinômio Além da expressão geral P(x) = a0x n + a1x n - 1 + ... + an - 1x + + an, todo polinômio não nulo pode ser representado pela sucessão dos números complexos que são os coeficientes de cada termo: (a0, a1, ... ,an - 1, an), a0 ≠ 0 Os elementos ordenados nessa sucessão de números complexos são denominados: a0 → Coeficiente principal ou coeficiente dominante a1 → Coeficiente secundário ∶ an → Termo independente A série de coeficientes de um polinômio sempre inicia com seu coeficiente principal a0 ≠ 0 e termina pelo seu termo independente an. Os polinômios de grau zero têm apenas um coeficiente, por isso só observam-se as séries de coeficientes de polinômios com grau n ≥ 1. Por exemplo, a série de coeficientes do binômio B(x) = 7x − 5 é o par ordenado (7, −5); a série de coefi- cientes do trinômio T(x) = x2 + 5x + 18 é a trinca ordenada (1, 5, 18); a série de coeficientes do quadrinômio Q(x) = −x3 + 6x2 + 3x − 5 é a quadra ordenada (−1, 6, 3,−5). O número de elementos da série de coeficientes de um polinômio é sempre um número maior que o grau do polinômio. Então, se gr(P) = n, a série possui (n + 1) elemen- tos ordenados. Assim, os coeficientes dos termos nulos de um polinômio de grau n ≥ 1 devem ser apresentados em suas respectivas séries. Observe, por exemplo, que embora o polinômio P(x) = 3x7 + + 2x6 + x4 - 8x3 - 2x2 + 5 seja do 7o grau, há apenas 6 termos explícitos em sua forma geral. Isso ocorre quando há mo- nômios nulos entre seus termos. No caso específico desse P(x), trata-se dos termos do 5o e 1o graus. Escrevendo cada um deles com o coeficiente nulo, tem-se uma expressão de 8 termos visíveis: P(x) = 3x7 + 2x6 + 0x5 + x4 - 8x3 - 2x2 + 0x + 5 Nessa representação do polinômio pode-se observar mais facilmente a série de seus coeficientes com 7 + 1 = 8 elementos ordenados: (3, 2, 0, 1, -8, -2, 0, 5) As séries de coeficientes de um polinômio são usa- das nos algoritmos de algumas operações com polinômios como, por exemplo, a divisão. Valor numérico de um polinômio Para determinar o valor numérico de um polinômio, basta que sejam atribuídos valores numéricos para suas variáveis. Observe os exemplos a seguir: • O valor numérico do polinômio A(x, y) = x2 + xy + + y2 - 2x - 4y + 3 quando x = 3 e y = 4 é: A(3, 4) = 32 + 3 ⋅ 4 ⋅ 42 - 2 ⋅ 3 - 4 ⋅ 4 + 3 = 9 + 12 + + 16 - 6 - 16 + 3 = 18 • O valor numérico do mesmo polinômio quando x = 0 e y = −1 é: A(0, -1) = 02 + 0 ⋅ (-1) + (-1)2 - 2 ⋅ 0 - 4 ⋅ (-1) + 3 = = 0 + 0 + 1 - 0 + 4 + 3 = 8 • O valor numérico de B(x, y, z) = 4x3 + 9x - y + z2 quan- do x = 0 e y = 1 e z = 2 é: B(0, 1, 2) = 4 ⋅ 03 + 9 ⋅ 0 - 1 + 22 = 0 + 0 - 1 + 4 = 3
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