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Aula 3, MEDUESPI 39, JV Fratura exposta ● “Fratura exposta é aquela na qual uma ruptura de pele e tecidos moles se comunica diretamente com a fratura ou seu hematoma” ● Classificação segundo Gustilo e Anderson (1976): o Tipo I: Ferida < 1cm, limpa, energia baixa, lesão mínima de partes moles o Tipo II: entre 1 e 10 cm., contaminação moderada, energia moderada, lesão de partes moles moderada o Tipo III: maior que 10 cm, cont. alta. ▪ IIIA: dá para fechar a pele “boca a boca”. ▪ IIIB: não dá para fechar a pele, precisa de retalho. ▪ IIIC: não dá para fechar a pele e dá lesão vascular (artéria ou veia importante). o Lesões automaticamente classificadas como Tipo III: ▪ Ferida por arma de fogo (FAF): cartucho de caça ou projétil de alta velocidade (IIIA): Nó vácuo que vem atrás dos projéteis puxa uma grande quantidade de contaminantes para a ferida. ▪ Fratura segmentar (em dois níveis, quebrou um pedaço e soltou) com desvio; ▪ Fratura com grande lesão vascular ▪ Ferida em área rural ou ambiente altamente contaminado. (IIIA). ● Classificação de TSCHERNE e SUDKAMP (1990): open ou closed o O I (Open I): Fragmento ósseo vindo de dentro, trauma indireto, nenhuma ou pouca contusão de pele. o O II: Contusão cutânea ou de partes moles circunferencial, contaminação moderada. Qualquer lesão grave, sem lesão neurovascular importante. o O III: extensa lesão de partes moles, com lesão de vaso ou nervo importante. Feridas por armas de fogo, sd. compartimental, cominuição (fragmentação) extensa ou isquemia. o O IV: amputações totais ou subtotais. ● Tratamento inicial de emergência: o Condições que ameaçam a vida (ATLS): ABCDE do trauma. ▪ Vias aéreas; ▪ Controle de hemorragia/choque; o Nível de consciência (Glasgow); o Coluna cervical, tórax (Nunca mexer se o paciente não estiver movendo sozinho) e sistema urinário (possibilidade de lesão renal); o Avaliação vascular, sensitiva e nervosa; o Curativos estéreis e talas (de metal, presente no SAMU; ou então de madeira e pano limpo...) o Descrição (em detalhes, tanto do SAMU para o hospital como no hospital, para o prontuário) e fotografias; o História do Paciente: imunização/ diabetes; o Exame radiográfico; o Culturas pré-debridamento têm pouca utilidade (Muitas vezes captam germes da pele, ou da rua que não adentraram na parte óssea...). o Objetivos: ▪ Inicial: ● Antibioticoprofilaxia ● ATB: bactericida, amplo espectro e boa concentração em sangue, ossos e articulações. ● Ainda hoje usa-se cefalotina (1g 6/6h), com boa eficácia. Algumas vezes associa-se à gentamicina (80 mg 8/8h), para pegar os Gram -. ● Pérolas impregnadas de antibióticos (em desuso). ▪ Tratamento cirúrgico: ● Preparação em duas fases: ● Limpeza cirúrgica: cobrir a ferida com gaze estéril e limpar primeiro ao redor da ferida com degermante (para evitar que a sujeira de fora entre na ferida). ● Torniquete somente se necessário (dificulta a visualização dos 4Cs dos músculos). ● Irrigação da ferida: o 10 L de soro no mínimo; o Jatos fortes ou irrigadores mecânicos. ● Lavagem e desbridamento rigorosos e obsessivos. ● Desbridamento: o Pele e subcutâneo: incisão prolongável, incisões de relaxamento (caso haja muito edema) e retalhos locais. o Fáscia. o Músculo: 4Cs ▪ Cor: o normal é vermelho, se estiver arroxeado, esbranquiçado, está necrosando. ▪ Consistência: dura, firme, se estiver friável (soltando pedaços ao puxar com a pinça) está necrosado; ▪ Contratilidade: apertar o músculo com pinça sem dente, se contrair, está viável; ▪ Capacidade de sangrar (deve estar presente, por isso evita-se o uso de torniquete, pode comprometer a visualização desse “C”). o Osso: remover fragmentos sem inserções musculares (não importa quão grande seja o fragmento, se não houverem inserções musculares, pode remover. Depois é colocado um alongador ou algo assim, mas o importante é retirar esse fragmento, pois vai necrosar.) ● Amputação imediata x Salvamento: ● É feita a amputação quando há: o Isquemia quente por mais de 8h; o Lesão do nervo tibial posterior. o Função menos satisfatória do que prótese (mais válido para membro superior, às próteses de membro inferior são muito boas); o Membros gravemente lesados na presença de doença crônica com ameaça à vida (infecção grave, toxemia, diabetes, etc). o Quando a gravidade da lesão exigirá vários procedimentos cirúrgicos e tempo prolongado de reconstrução. ▪ Tratamento da Fratura: ● Tipo I: o Gesso; o Tração esquelética (Pouco uso): passar um fio de aço e colocar um peso com 10% do peso da pessoa e colocar uma arroela (Goteira de Braudie) e colocar o membro da pessoa nessa goteira. Esperar isso tracionar o osso e alinhá-lo. Verifica-se se houve o alinhamento com Raio X. Faz-se mais isso quando a conduta é mais expectante ou quando há menos recursos para a fixação interna. o Fixação interna (placas e parafusos, haste intramedular...). ● Tipo II: o Fixação externa: os parafusos ficam distais e proximais no membro, distantes da fratura, diminuem o risco de infecção. o Fixação interna (placas ou hastes), se a ferida não for muito complicada. o Tração esquelética. ● Tipo III: o Fixação externa (sempre, devido ao alto risco de infecção). o Tração esquelética. ▪ Reconstruções vasculares (arteriorrafia) e neurotendíneas (neurorrafia, tenorrafia); ▪ Tratamento da ferida: fechamento primário ou secundário ▪ Fazer seguimento. ▪ Perspectivas futuras: transplantes de membros para amputados (Dá muita rejeição, tem que tomar imunossupressores).
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