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NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL PROFESSOR (A): COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 2 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 SUMÁRIO INÍCIO DE CONVERSA ................................................................................... 03 1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL .. 05 2 O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL DIANTE DAS PERSPECTIVAS DA ESCOLA ........................................................................ 13 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL ........... 20 4 OS LIMITES E A INTEGRAÇÃO ENTRE SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO . 24 REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ........................................... 31 INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 3 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 INÍCIO DE CONVERSA Pascoal, Honorato e Albuquerque desenvolveram uma pesquisa em 2006, publicada na “Educação em Revista” – Belo Horizonte (2008) onde mapearam a existência do Orientador Educacional na rede pública estadual brasileira, promovendo uma discussão crítica sobre a especificidade do trabalho do orientador educacional, apontando para a necessidade de sua presença em todas as escolas da rede escolar brasileira. Um trabalho pertinente e interessante que nos mostra uma realidade a qual merece atenção. Os pesquisadores ponderam que historicamente, os cursos de Pedagogia têm formado profissionais para o exercício de funções ligadas à gestão educacional: administradores escolares, orientadores educacionais e supervisores de ensino. Tais profissionais, muitas vezes, ao mudarem de estado, encontram realidades profissionais diferentes e, em muitas delas, o seu campo profissional apresenta-se restrito. O diretor de escola, por exemplo, no estado de São Paulo, é escolhido mediante concurso público e, para isso, deverá ser pedagogo, ao passo que no Mato Grosso, a escolha é feita pela administração superior, uma vez que é cargo de confiança que pode ser ocupado por um professor, que nem ao menos precisa ter o título de pedagogo (PASCOAL; HONORATO; ALBUQUERQUE, 2008). A realidade profissional diversa que o administrador escolar encontra também acontece com o orientador educacional. Em alguns estados brasileiros, na rede escolar estadual, o orientador faz parte da equipe de gestão escolar, como acontece com o Distrito Federal e os estados de Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, por exemplo, enquanto que, em outros, tal profissional não existe (PASCOAL; HONORATO; ALBUQUERQUE, 2008). A existência e a permanência do orientador educacional na rede escolar é bastante questionada e o enfoque dado às atividades que desempenha passa por modificações, de acordo com os estados, em suas regulamentações. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 4 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 Talvez pelos “paradigmas herdados”, hoje seja necessário que se construam parâmetros para a atuação desse profissional numa perspectiva crítica e emancipatória. Não há dúvida de que o orientador educacional seja necessário ao processo educacional. Existe uma ligação entre tal prática e a própria educação, uma vez que na raiz da palavra educação encontra-se “orientar, guiar, conduzir o aluno”. Em outras palavras, o papel do orientador educacional deve ser o de mediador entre o aluno, as situações de caráter didático-pedagógico e as situações socioculturais. Além disso, a razão de ser da escola e da própria educação é o aluno, centro dos estudos da orientação educacional (PASCOAL; HONORATO; ALBUQUERQUE, 2008). Um dos nossos objetivos é justamente mostrar a importância do Orientador Educacional no ambiente escolar que atua junto ao aluno, a escola, a família, a comunidade e a sociedade. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 5 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL A Orientação Educacional surge em 1924, em São Paulo, no Liceu de Artes e Ofícios, criada pelo engenheiro suíço Roberto Lange. Pretende ser um serviço de seleção e orientação profissional para alunos do curso de mecânica. Sete anos depois, em 1931, o serviço de orientação é tornado oficial pelo professor Lourenço Filho, diretor do Departamento de Educação de São Paulo, surgindo assim o primeiro Serviço Público de Orientação Educacional e Profissional. A experiência, no entanto, teve duração efêmera sendo extinto o serviço em 1935. Esta primeira tentativa de implantar a Orientação Educacional, resultado de transplante de modelos americanos e europeus, se justificava como o necessário auxílio para que os alunos, até então entregues à própria “sorte” pudessem optar adequadamente por cursos e/ou ocupações. O instrumental básico de trabalho do Orientador consistia em baterias de testes de aptidão e desempenho na realização de tarefas. Baseando-se nesta metodologia, o Orientador Educacional deveria selecionar e encaminhar para treinamento os egressos da escola, que aspiravam por cursos universitários, ou os que procuravam trabalho. Duas questões são fundamentais para que se analisem os caminhos da Orientação no Brasil: 1. Em que contexto sociopolítico se originam e ganham destaque as propostas de Orientação Educacional no Brasil? 2. Que características apresentam em sua origem e como evoluem, face ao quadro político educacional do país? (MAIA, 1995). Segundo Pimenta (1988), no Brasil, a orientação educacional mostrou- se válida na ordenação da sociedade brasileira em mudança na década de 1940 e incluía a ajuda ao adolescente em suas escolhas profissionais. A autora mostra que a primeira menção a cargos de orientador nas escolas estaduais se INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 6 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 deu pelo Decreto n. 17.698, de 1947, referente às Escolas Técnicas e Industriais. As Leis Orgânicas do Ensino referentes ao período de 1942 a 1946 fazem alusão à Orientação Educacional. Nesta época, não havia cursos especiais de orientação educacional, o que levou ao preenchimento dos cargos pelos chamados “técnicos de educação”, muitas vezes selecionados por critérios duvidosos. Pimenta menciona ainda que, até 1958, São Paulo contava com cinco faculdades que ministravam o curso superior de orientação educacional, tendo sido, o primeiro deles, o curso criado pela Pontífice Universidade de Campinas, PUC-Campinas, em 1945. Em 1958, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) regulamentou provisoriamente o exercício da função e o registro de Orientador Educacional, pela Portaria n. 105, de março de 1958, tendo ela permanecido provisória até 1961, quando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB 4.024 veio regulamentar a formação do Orientador Educacional. A Lei 5.564, de 21/12/68, demonstra, assim como a LDB em vigor naquela época, preocupação com a formação integral do adolescente, embora traga orientações também referentes ao ensino primário, como era naquela época designado o ensino fundamental. Art. 1º A Orientação Educacional se destina a assistir ao educando, individualmente ou em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas. A LDB que veio a seguir, a 5.692/71, diz, no artigo 10 que “será instituída obrigatoriamente a Orientação Educacional, incluindo aconselhamento vocacional em cooperação com osprofessores, a família e a comunidade”. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 7 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 Segundo Pimenta (1981), a LDB dá um sentido novo ao ensino de 1º e 2º graus: sondagem de aptidão e profissionalizante, por isso, a Orientação Educacional deveria se ocupar de aconselhamento vocacional. “Assim, o que era apenas uma área da Orientação Educacional passa a ser confundida com a própria” (PIMENTA, 1981, p. 99). Para atender às exigências da legislação, o Decreto 72.846 de 1973 veio a regulamentar a Lei 5.564, de 1968, por meio de onze artigos, mantendo, porém, o artigo 1º da Lei 5.564, apenas substituindo as expressões “no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário” por “no âmbito do ensino de 1º e 2º graus.” (PIMENTA, 1981, p. 101). Uma leitura crítica da legislação e dos contextos sociais em que foram promulgadas pode nos levar a entender que a orientação educacional no Brasil tem cumprido os papéis que dela eram esperados; muitas vezes a favor do sistema excludente e poucas vezes carregada de ousadia no sentido da emancipação das camadas populares. Isso se deve, principalmente, ao fato de estar atrelada às políticas educacionais vigentes nos diferentes momentos históricos (PASCOAL; HONORATO; ALBUQUERQUE, 2008). Os referenciais teóricos confusos e obscuros têm contribuído para a colocação da função do orientador no “baú” do esquecimento. Esteve ligada às relações de poder dentro da escola, às funções de comando, contribuindo para a divisão social do trabalho reproduzida dentro da escola. Prevendo conflitos, alguns autores já alertavam para a necessidade de definição das funções e campos de atuação do orientador educacional, como Brandão (1982) e Melo (1994), que tentavam mostrar a importância da construção de um elo entre a prática do orientador educacional e as variações da sociedade e cultura brasileiras, das ciências humanas e das teorias da educação. Pode-se dizer que o campo de atuação do orientador educacional era, inicialmente, apenas e tão somente focalizar o atendimento ao aluno, aos seus “problemas”, à sua família, aos seus “desajustes” escolares, etc., pouco ou INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 8 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 quase nada voltado à autonomia do aluno e à sua contextualização como cidadão. Depois, voltou-se à prestação de serviços, mas sempre com o objetivo de ajustamento ou prevenção. Na década de 1970, falou-se muito sobre a falta de compromisso da escola e de sua equipe pedagógica. Grinspun (2003, p. 20) diz que, nesse período “tenta-se resgatar a importância da escolaridade para as estratégias de vida das camadas populares, chamando a atenção para a estrutura interna da escola como um dado significativo para o desempenho dos alunos. A Orientação estava dentro da escola e não se deu conta do seu papel”. Balestro (2005, p. 19) complementa a autora dizendo que “os orientadores educacionais deixaram a banda passar sem dar a sua contribuição, isto é, sem fazer parte dela. Eles ficaram em cima do muro e calados. Perderam um espaço para demarcar o seu território na educação e a função social da profissão de Orientação Educacional”. Por tais motivos, a Orientação Educacional começa a ser questionada a partir de 1980. Assim, os pressupostos teóricos começam a ser repensados e rediscutidos. O orientador começa a participar de todos os momentos da escola, discutindo questões curriculares, como objetivos, procedimentos, critérios de avaliação, metodologias de ensino, demonstrando sua preocupação com os alunos e o processo de aprendizagem (PASCOAL; HONORATO; ALBUQUERQUE, 2008). Os cursos de reciclagem que foram oferecidos aos orientadores contribuíram para que a discussão fosse mais ampla, envolvendo as práticas, os valores que a norteavam, a realidade dos alunos, assim como o mundo do trabalho. Millet (1987, p. 43), numa atuação ousada para a época e incompreendida pelos profissionais da educação da escola onde ela mesma trabalhava, já apresentou, quase vinte anos atrás, uma mudança de enfoque no trabalho do orientador educacional. “É necessário pensar junto com os alunos sobre o ambiente que os circunda e as relações que estabelecem com esse ambiente, para que, tomando consciência da expropriação a que são submetidos, sintam-se fortalecidos para lutar por seus direitos de cidadãos.” INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 9 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 Segundo a autora, indisciplina, agressividade, desinteresse, dificuldades de aprendizagem (queixas mais comuns dos professores) não podem e não devem ser tratadas isoladamente e, sim, a partir de um estudo das relações “professor-aluno, aluno-conteúdo, aluno-aluno, alunos-estatutos escolares, aluno-comunidade, professor-comunidade”. Pela apresentação de um relato de experiência, a autora conclui alertando para o caráter político da atuação do orientador educacional que “ultrapassa os limites dos muros da escola” e se envolve com a comunidade. Origina-se aí uma nova visão de orientação educacional. A orientação, hoje, está mobilizada com outros fatores que não apenas e unicamente cuidar e ajudar os ‘alunos com problemas’. Para Grinspun (1994) hoje há necessidade do Orientador Educacional se inserir em uma nova abordagem de Orientação, voltada para a ‘construção’ de um cidadão que esteja mais comprometido com seu tempo e sua gente. Desloca-se, significativamente, o ‘onde chegar’, neste momento da Orientação Educacional, em termos do trabalho com os alunos. Pretende-se trabalhar com o aluno no desenvolvimento do seu processo de cidadania, trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do diálogo nas relações estabelecidas. Villon (1994) diz que o trabalho do orientador educacional deve ser o de propiciar a aproximação entre a escola e a comunidade, desvelando os papéis e a influência que diversas instituições, tais como clubes, indústrias, comércios locais, associações, clubes, etc. exercem na comunidade. Preconiza a liberdade de extrapolar o espaço escolar indo rumo à comunidade escolar, evidenciando desta forma, que o campo de atuação do orientador educacional não se limita à microestrutura escolar. Assis (1994) apresenta a importância do papel do orientador educacional como co-responsável pela aprendizagem dos alunos. Questiona as práticas docentes envolvendo os aspectos didático-pedagógicos, tais como metodologia, avaliação, relação professor-aluno, objetivos, conteúdos, e mostra a necessidade de que os docentes conheçam e reflitam sobre o real significado da existência da escola e sua função social. Apresenta o papel do orientador educacional numa dimensão bastante ampla e fala também da escola como INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 10 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 locus privilegiado de participação. Questiona a formação profissional, mostrando que há necessidade do domínio de conteúdos necessários a uma nova atuação. A autora diz que a Filosofia ajuda o orientador educacional no sentido da práxis pedagógica e acrescenta: “Outros conhecimentos devem fundamentar a prática do orientador educacional, tais como: Psicologia, Sociologia, História da Educação e História do Brasil (até nossos dias), além de outros, oriundos da Antropologia, Ciências Políticas, Metodologia e Pesquisa em uma abordagem qualitativa” (ASSIS, 1994, p. 137). Placco (1994, p. 30) conceitua a orientação educacional como um processo social desencadeado dentro da escola, mobilizando todos os educadores que nela atuam – especialmente os professores – para que, na formação desse homem coletivo, auxiliem cada alunoa se construir, a identificar o processo de escolha por que passam, os fatores socioeconômico- político-ideológicos e éticos que o permeiam e os mecanismos por meio dos quais ele possa superar a alienação proveniente de nossa organização social, tornando-se, assim, um elemento consciente e atuante dentro da organização social, contribuindo para sua transformação. Esse período referente à década de 1980, que Grinspun (1994) chama de “questionador”, foi marcado por estudos, congressos, lutas sindicais, que, articuladamente, transformaram-se em grandes conquistas para os orientadores educacionais. A FENOE – Federação Nacional dos Orientadores Educacionais – teve importante papel em defesa dos orientadores educacionais, sendo extinta na década de 1990, o que levou ao enfraquecimento da categoria profissional que representava. A AOERGS – Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul – tem contribuído significativamente com a categoria profissional dos Orientadores Educacionais, sendo responsável pela publicação Prospectiva, que traz matéria sobre orientação no Brasil (PASCOAL; HONORATO; ALBUQUERQUE, 2008). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 11 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 Grinspun (1994) diz que o período “orientador”, a partir da década de 1990, foi cheio de incertezas e questionamentos. Não se sabia se a nova LDB traria ou não menções ao Orientador Educacional em seu texto. Tais incertezas foram dizimadas com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), que em seu artigo 64 diz que a formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. Embora pareça reconhecida a sua importância pela LDB, ao mesmo tempo deixa em aberto a formação profissional do orientador. Isso pode levar os cursos de Pedagogia a deixarem de formar o orientador educacional, relegando para a pós-graduação tal tarefa (PASCOAL; HONORATO; ALBUQUERQUE, 2008). Inicia-se um novo período nos anos 2000. As Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Pedagogia, Licenciatura, em Parecer aprovado em 13/12/2005, reduzem a orientação educacional à área de serviços e apoio escolar, o que significa mais um passo para a extinção total desta função. Incoerentemente, o artigo 5º menciona que o egresso do curso de Pedagogia deverá estar apto para uma série de tarefas possíveis apenas a partir de um trabalho integrado com outros profissionais da educação. II - compreender, cuidar e educar crianças de zero a cinco anos, de forma a contribuir para o seu desenvolvimento nas dimensões, entre outras, física, psicológica, intelectual, social; VII - promover e facilitar relações de cooperação entre a instituição educativa, a família e a comunidade; XIV- realizar pesquisas que proporcionem conhecimentos, entre outros: sobre alunos e alunas e a realidade sociocultural em que estes desenvolvem suas experiências não escolares; sobre processos de ensinar e INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 12 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 de aprender, em diferentes meios ambiental-ecológicos; sobre propostas curriculares e sobre organização do trabalho educativo e práticas pedagógicas. É interessante observar que as tarefas apontadas são apenas algumas que podem ser realizadas pelo orientador educacional, em trabalho articulado com o gestor e o coordenador pedagógico (PASCOAL; HONORATO; ALBUQUERQUE, 2008). Não resta dúvida de que a gestão escolar que visa à emancipação necessita de apoio e trabalho conjunto de diferentes profissionais da educação, em suas diferentes frentes de atuação, que não podem ser relegadas a segundo plano. Toda escola realiza um trabalho pedagógico composto por situações de caráter burocrático-administrativo e situações de caráter pedagógico-administrativo. O primeiro grupo envolve, prioritariamente, a documentação escolar. Envolve, ainda, a organização e a divisão do trabalho propriamente dito: a divisão de funções, a determinação de horários a serem cumpridos pelos funcionários e horários de funcionamento dos diferentes setores; a divisão do pessoal nos diversos turnos e setores, abertura e fechamento de portões, merenda escolar, etc. Toda essa parte é importante porque, sem ela, a escola não pode caminhar. Ela representa a estrutura indispensável para que seja possível a realização do ato educativo. Não menos importantes são as situações de caráter pedagógico administrativo. Envolvem todas as iniciativas que a escola deve ter para que o ensino e a aprendizagem ocorram. Aliás, este é o coração do trabalho pedagógico. Aí se destacam duas ordens de necessidades diferentes: uma ligada ao professor e outra ligada ao aluno (PASCOAL; HONORATO; ALBUQUERQUE, 2008). O aluno, por sua vez, é a razão de ser da escola. Para colaborar com o aluno e com as suas necessidades, a escola precisa contar com o trabalho do orientador educacional. Esse é o profissional que trabalha diretamente com o aluno e se preocupa com a sua formação pessoal. A ele cabe desenvolver propostas que elevem o nível cultural do aluno e tudo fazer para que o ambiente escolar seja o melhor possível. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 13 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 O orientador educacional diferencia-se do coordenador pedagógico, do professor e do diretor. O diretor ou gestor administra a escola como um todo; o professor cuida da especificidade de sua área do conhecimento; o coordenador fornece condições para que o docente realize a sua função da maneira mais satisfatória possível; e o orientador educacional cuida da formação de seu aluno, para a escola e para a vida. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 14 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 2 O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL DIANTE DAS PERSPECTIVAS DA ESCOLA Analisar a Orientação Educacional diante das perspectivas atuais da escola requer considerar a trajetória histórica apresentada anteriormente porque no Brasil, a Orientação teve início num enfoque mais psicológico que ressaltava o ajustamento do aluno à escola, à família e à sociedade para se firmar, hoje, numa dimensão mais pedagógica com ênfase num conhecimento quem promova e possibilite a transformação dos sujeitos, da escola e da própria sociedade. Baseando em estudos de Grinspun (2003) mostraremos o sentido pedagógico da Orientação, identificando seu papel na Instituição, sua colaboração para superar junto com/ na Escola seus desafios no/ do cotidiano, e as possibilidades que temos para um trabalho articulado integrado, no qual a mediação é o eixo da realização das atividades na escola. A Orientação Educacional é parte de um todo, faz parte da escola que com ela interage permanentemente, assim como com a própria sociedade, como podemos observar na ilustração abaixo. Sociedade Educação Escola Orientação Educacional INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 15 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 A Orientação Educacional desenvolvida na Escola interfere, então, no seu projeto, enquanto dele participa sendo seu principal papel o da mediação, que deve ser percebido como a articulação / explicitação do desvelamento necessário entre o real e desejado, entre o contexto e a cultura escolar,entre o concreto e o simbólico, entre a realidade e as representações sociais que fazem os protagonistas da prática escolar. Toda esta gama de aspectos que se entrecruzam no papel da orientação, na verdade são os dados, as pistas para que possamos auxiliar, promover os meios, disponibilizar as condições para uma qualificação na construção da subjetividade. Nesse contexto podemos entrar nos inúmeros desafios que a escola hoje tem que enfrentar, pois, inúmeros são os desafios da própria sociedade, em ritmo crescente de mudança em todos os seus segmentos. Na sociedade contemporânea, as rápidas transformações devidas a uma série de fatores incidiram sobremaneira nas Instituições e, portanto, na escola, ampliaram ainda mais os seus desafios numa busca não só da democratização de seus meios para superar as questões da exclusão social, mas também, para efetivar a melhor qualidade do processo ensino aprendizagem no interior da mesma. À natureza filosófica da escola junta-se a natureza técnica administrativa que com toda sua dinâmica e relações produzem a sua cultura escolar, a sua história. O desafio maior é educar crianças, jovens num mundo em crise, com mudanças substanciais, hoje ampliadas por uma nova sociedade que é a virtual, onde entrecruzam redes, teias, valores diferenciados, exigências múltiplas (GRINSPUN, 2003). Não há dúvidas de que precisamos priorizar o enfretamento desses desafios, mas precisamos procurar entender porque e como esses desafios se apresentam. Em face desse quadro é comum encontrarmos perguntas que se fazem na escola em relação à Orientação Educacional, tais como as apresentadas no quadro abaixo: INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 16 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 Por que? Para que? A quem? Como e quando se orienta? A Orientação Educacional deve ser oferecida para todos os alunos ou apenas para aqueles que apresentam mais dificuldades / desajustes na Escola? Como romper barreiras (com o aluno, para o aluno) dentro e fora da escola? Quem deve fazer Orientação Educacional na escola? Como trabalhar os aspectos pedagógicos quando se apresentam muitos aspectos psicológicos que deveriam ser atendidos? Como fazer numa escola em que há poucos orientadores para o número de alunos? É possível uma Orientação Educacional com pouco contato com os alunos? O professor pode fazer Orientação Educacional - afinal ele também não se relaciona com o aluno? Qual a “fórmula” de sucesso para uma Orientação Educacional bem-sucedida na escola? Quais os “ingredientes” dessa fórmula? Afinal, por que ainda se fala em Orientação Educacional na Escola? É evidente que as questões não se esgotam nas apresentadas; vamos aqui analisar o papel da Orientação Educacional, numa escola que é parte integrante de uma sociedade, que tem seu papel a desempenhar neste momento histórico, que teoricamente esteja comprometida com seu projeto político pedagógico onde além do processo ensino-aprendizagem ou, a partir INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 17 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 do processo ensino-aprendizagem esteja comprometida com a formação do sujeito, com a formação da cidadania. Pois bem, o campo da Orientação se redimensionou, sendo que sua concepção engloba desde a questão epistemológica - seu objeto de conhecimento - à questão filosófica, antropológica e social. O papel da orientação no contexto atual deslocou-se dos alunos- problemas para todos os problemas dos alunos e da escola refletindo, analisando, interferindo sobre esses problemas em tempos de globalização e da pós-modernidade. Hoje o Orientador deve trabalhar com o aluno na possibilidade de sua totalidade, desenvolvendo o sentido da singularidade, da autonomia, da dimensão da solidariedade, no verdadeiro significado do humano. Para compreender o aluno, a escola e a sociedade, é preciso refletir sobre vários temas que não se esgotam no interior da realidade física e pedagógica da escola, mas que assumem um dado significativo se considerarmos a teia de relações que esta Instituição estabelece com a própria sociedade: ela interage com diferentes atores sociais aos quais nem sempre existe o compromisso formal com a tarefa de uma educação sistemática. A Escola envolve questões internas - pedagógicas / administrativas e questões externas - contexto social, político e econômico. Esta dimensão externa é que nos dá o retrato de toda a gama de Instituições da nossa sociedade que se organizam na contextualização dos fatos que a determinam. Nesta área podemos perceber três grandes campos (que evidentemente se cruzam e entrecruzam nos seus objetivos e interesses): O primeiro é a própria sociedade com seus tempos / espaços históricos, sociais, políticos, econômicos, com a história de vida de seu povo, com o ideal que ela persegue; com as questões culturais; com a linguagem de sua gente, com seus recursos econômicos, com seu envolvimento com o meio ambiente; com a produção / resultado das tecnologias; com o nível de desenvolvimento social e de escolaridade; e tudo mais que existe na e para sociedade funcionar e se desenvolver. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 18 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 O segundo diz respeito à educação, propriamente dita, enquanto Instituição dessa sociedade que dela recebe os fluxos de suas agilização, mas que por outro lado também nela interfere com seus objetivos e metas a serem atingidos. Este campo é responsável pela política educacional e as legislações específicas, pelos recursos da educação, pela filosofia de educação, pelos valores que são implantados, pela formação dos professores, pela relação ciência e conhecimento; pelas carências existentes, pela avaliação educacional e institucional, pelas diferentes modalidades de educação; pela relação da educação formal com a educação informal veiculada pelo rádio, pela TV, pelos jornais e revistas etc. O terceiro diz respeito à escola que enquanto uma organização social, tem uma estrutura própria, uma tessitura que é feita das normas exigidas e da própria cultura escolar que tece o seu dia-a-dia. Neste campo temos as relações de poder, as relações pedagógicas, a estrutura e funcionamento da escola, em si, desde a enturmação dos alunos, horário, matrícula etc., até a organização dos espaços físicos de sua realidade. Acresce a esta instituição um dado relevante que é a relação com a comunidade, a forma de gerir e gerar um ambiente bom/ saudável para se trabalhar em que se discuta e analise a violência, por exemplo, não para se achar culpados ou vencedores, mas para se saber como minimizar os índices altos e alarmantes de violência dentro e fora da escola (GRINSPUN, 2003). Cada escola tem dentro de si uma realidade própria e mesmo que tenhamos rótulos externos iguais (escola pública estadual, municipal, federal; escola particular) cada uma manterá sua diversidade na igualdade / identidade de suas características. O cotidiano escolar fala-nos da escola como se ela fosse única e onde fatos e atividades, mesmo que obedecendo a uma supervisão e coordenação, mantém-se sempre de forma singular na especificidade dos diferentes espaços da escola, em especial do mundo mágico e real (ao mesmo tempo) que se denomina sala de aula. Esta escola traz no seu contexto a história de vida de seu funcionamento; a filosofia que rege o seu regimento / estatuto e a que de fato existe na prática; os valores INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 19 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 econômicos, religiosos, culturais, sociais que a determinam; a visão de homem que ela quer formar, a relação professor/ aluno, etc. Nesse contexto não temos apenas professores e alunos no exercício do ensinar / aprender quase que num ritual sagrado de alguém que sabe e de alguém que não sabe, portanto vai aprender, etc. Toda esta gama de informações que nos levam a um determinado tipo de formação pontuam o que chamamos de cultura escolar. Grinspun (2003) acresce a esta análise a própria organização curricular da Escola, o seu projeto político-pedagógico, os quais por seus caminhos diferenciados, pelos seus protagonistas ajudam a educação nos seu sentido stricto sensu e contribui de forma significativa para a construção da subjetividade do indivíduo. O grande pano de fundo que está nesta ampla análise é a noção da diversidade, da complexidade deste mundo contemporâneo cujas ações / reações incidem na escola de forma consciente e até inconsciente. Para se falar de Orientação Educacional, hoje, na Escola, não se pode falar do que ela faz, porque faz, a quem interessa e como se desenvolve, sem se entender / dar conta desse caleidoscópio que é a realidade conjuntural na qual se inserem aluno e professor que buscam/ oferecem em especial a aprendizagem nesta escola. Enfim o contexto atual onde se encontra a escola e a educação ocorre de maneira formal, não é nem está estático, não é e nem está linear, mas complexo e existe uma teia, um emaranhado de atores os quais interferem no todo e ao mesmo tempo dilui nas partes. Assim, a escola deve: Socializar o saber, a ciência, a técnica, a cultura; a escola deve estar envolvida na formação – tanto quanto possível integral - do aluno; Deve estar comprometida com a formação do trabalhador, em tempos de globalização, quando a empregabilidade assume um aspecto significativo e preocupante; INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 20 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 Deve estar comprometida com a formação do aluno em termos de cidadania, portanto o aspecto político é indispensável nesta formação; Deve estar comprometida com os mecanismos que se impõem nas relações sociais, onde questões como liderança, poder, autoritarismo, assistencialismo etc. estão presentes; Deve estar comprometida, também com os sonhos, as utopias e com a esperança que envolve a expectativa de um mundo melhor para si e para o outro. A Orientação Educacional vai em busca desse comprometimento, construindo coletivamente este projeto, nas múltiplas ações com as quais ela se defronta. O papel da Orientação não é o de justaposição de campos, áreas ou aspectos que estão presentes na escola. Este papel não se baseia num ecletismo de juntar partes fragmentadas - saber / conhecimento / razão; atitudes / valores / emoções; corpo / motricidade / ação em prol de um trabalho único. O papel da Orientação é de um dinamizador que procura trabalhar com esses campos de forma dialética e não aglomerando ou acumulando informações para depois devolver ou reproduzir fragmentariamente o que pesquisou (GRINSPUN, 2003). O Orientador valoriza a dinâmica das relações e nesse sentido estão presentes conflitos, tensões, divergências; estão presentes os saberes e as emoções; estão presentes as diferenças, as igualdades, os limites e as possibilidades. Podemos, então resumir este trabalho do orientador nesta perspectiva de mediador, dinamizador, com ações voltadas para a escola como Instituição, com ações voltadas para o projeto pedagógico desta Instituição, e com ações, e em especial para os alunos - principal protagonista do processo ensino-aprendizagem para quatro pontos: 1. Incentivo / estímulo à aquisição de saberes / conhecimentos/ emoções; 2. Discussão e análise da realidade histórica que vivemos; 3. Discussão e análise do imaginário / das representações da realidade percebida; INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 21 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 4. Identificação e valorização de meios, propostas e estratégias para superar as dificuldades e criar novas perspectivas de ação. 3 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL Trabalho, cidadania e ética dentre outras questões fundamentam o trabalho do Orientador Educacional, sobre os quais já discorremos nessa apostila. Existem dois campos teóricos que merecem destaque nesse momento: as Representações Sociais e a Pós-modernidade. A Teoria das representações sociais, inaugurada por Serge Moscovici e expandida para várias áreas do conhecimento como a educação, tem permitido a sua divulgação e constatação de sua relevância para a investigação dos fenômenos sociais vigentes. Seu conteúdo conceitual e estrutural permitem a compreensão da formação de uma ideia, noções ou conceitos acerca de determinado objeto e o apontamento de possíveis caminhos para soluções práticas aos problemas (GRINSPUN, 2003). Representação seria uma imaginação radical e ao mesmo tempo perceptiva. Na realidade as representações sociais trabalham não com o ser em si, mas com as configurações / atitudes / opiniões que dele emanam nas relações que ele estabelece. Elas podem ser entendidas como: a) conjunto de conceitos, proposições e explicações da vida no cotidiano; b) transmitem-se por comunicações interpessoais; c) equivalem aos mitos, estereótipos e crenças das sociedades; d) são entendidas como senso comum. Cabe aqui atentar para o cuidado de não se ater somente a uma destas noções para não incorrer no equívoco da fragmentação conceitual. Coisa que Moscovici e os adeptos de sua teoria sempre fazem ressalvas, em especial, quanto à falsa crença de que os fenômenos psíquicos podem expressar os fenômenos sociais de forma larga, e, não de interpretações coincidindo a INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 22 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 objetividade da análise histórica ou comparativa com a subjetividade da experiência vivida. De acordo com a obra de Moscovici (1989) representação social pode ser entendida como: a) noções e valores que corroboram para o indivíduo se orientar no meio ambiente; b) práticas para dominá-lo: c) assegurar a comunicação entre os indivíduos; d) estabelecer um código para as trocas; e) é uma forma de nomear e classificar as partes do seu mundo, de sua história individual ou coletiva. Para Jodelet e Madeira (1998), as representações sociais são configuradas de diferentes formas, sendo que as imagens, os sistemas, as categorias e as teorias nos permitem conhecer a representação em uma dada realidade social, resultando em um “conhecimento social”, construído pelo pensamento dos indivíduos, a fim de marcar posição em eventos, objetos, situações, e nas comunicações de sua competência. Portanto, é na junção de elementos psicológicos com os sociais que se emerge a representação social. Esses elementos teóricos nos levam a compreender que é na experiência concreta que o sujeito vai adquirindo informações para saber o que pode e o que não pode. As representações sociais abrem a perspectiva de que o modo como o sujeito se relaciona com a realidade é objeto que necessita e merece mais atenção na análise das formas como se está construindo a sociedade. Ela trata o produto e o processo de uma atividade mental pela qual um indivíduo ou um grupo reconstitui o real com que se confronta e lhe atribui uma significação específica. Como elas trabalham muito com a questão das imagens e fazendo uma relação com os valores e atitudes dos jovens, podemos inferir que ela trata da realidade e dos temas emergentes da sociedade como globalização, novas INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 23 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 tecnologias, pós-modernidade, por conseguinte, vão exercer influências, diretas ou não, naconcepção das representações sociais do professor em relação aos seus alunos. Outro dado significativo percebido a cerca da matéria sobre juventude é a falta de ídolos no contexto atual fazendo com que os seus eleitos sejam aqueles que mais evidência/popularidade exercem no momento. Estas características compõem o universo de formação do sujeito e apontam a necessidade de um novo sentido à escola de assumir a sua função educativa que lhe compete, de apresentar as características de seus alunos, a fim de propor um programa que permita ensinar além dos conteúdos, as ações/intervenções interna e externa no sujeito (GRINSPUN, 2003). Este sentido foi percebido no modelo de ensino escolhido pelas escolas que está dividido entre o que professor imagina ser jovem e o que ele deseja como ser “bom” para o jovem, e onde a formação voltada para a autonomia está longe de acontecer (GRINSPUN, 2003). Autonomia nada mais seria do que a capacidade de deliberar sobre si mesmo criando suas próprias normas, em que a ideia de se fazer ser sem ser alienado ao mundo, ou seja, não criar normas que o isole como a um neuropatológico, mas ao contrário permita aproximações com a realidade de forma mais ativa e menos passiva. Ficou evidenciado que o imaginário social dos professores formou/ criou as representações que foram manifestadas no simbolismo dos sujeitos/ alunos, mas não determinaram as suas ações que estão sendo modeladas / criadas pelas representações que estes alunos, também, elaboram a respeito de seus professores. E, é este processo de interação que será trabalhado no tempo / criação deles, na construção da identidade de ambos os grupos (GRINSPUN, 2003). O trabalho do Orientador, pelas representações sociais, vai possibilitar compreender o sentido que aluno, professor e pais conferem à realidade veiculada pela própria escola, levando-o também a compreender onde os problemas, conflitos, razões, emoções surgem na escola. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 24 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 A outra fundamentação que falamos inicialmente refere-se às questões da pós-modernidade. A característica da época da sociedade moderna era a racionalidade, o espírito científico que hoje - pouco a pouco - na pós- modernidade vai sendo substituída pela incerteza e por inúmeras outras probabilidades de verdades existentes no nosso cotidiano. A pós-modernidade se caracteriza por indeterminação, descontinuidade e pluralismos. Alguns autores fazem uma diferenciação entre pós- modernidade, pensamento pós-moderno e pós-modernismo. A primeira categoria diz respeito à condição social própria da vida contemporânea, com algumas características econômicas, sociais e políticas bem determinadas por fatores como a globalização, as novas tecnologias e o próprio avanço da comunicação; o pensamento pós-moderno ou filosofia pós-moderna se refere ao pensamento filosófico e científico que se desenvolve tanto pela crítica histórica ao que está sendo desenvolvido pela modernidade, como pelas novas formas de alternativas e estratégias que existem e se buscam na sociedade atual – o pensamento hoje, enfatiza uma descontinuidade, pluralidade, diversidade e uma incerteza seja em que campo for da cultura social; o pós- modernismo, por outro lado se refere à cultura e à ideologia social contemporâneas que vai legitimar as condições individuais e coletivas derivadas da condição pós-moderna (GRINSPUN, 2003). Enfim, a aprendizagem hoje tem que passar por esse contexto. É preciso construir o sujeito individual e coletivo e o Orientador Educacional tem mais essa missão na escola, ajudar o aluno a fazer as novas leituras que o mundo está a exigir de forma crítica, investigativa e reflexiva. Faz parte da sua especificidade, promover uma formação mais crítica do aluno enquanto cidadão. É um papel significativo e como diz Placco (1994) o Orientador atua junto com os demais professores da escola, participando de um projeto coletivo, de uma formação de um homem coletivo, procurando identificar as questões das relações de poder, das resistências dentro e fora da escola e do como e do porquê devemos agir juntos em prol de uma educação transformadora e, especialmente, junto aos alunos no desenvolvimento do que caracteriza sua subjetividade. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 25 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 4 OS LIMITES E A INTEGRAÇÃO ENTRE SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO Segundo Rangel (2003) os limites demarcam os espaços de liberdade individual, de modo a preservar os espaços coletivos. Eles aproximam as pessoas em seus grupos e constituem referências de condutas que as qualificam, respeitam e compreendem em seus direitos e deveres. Os limites favorecem a superação de interesses pessoais, de individualismos solitários, por individualidades solidárias, da inconsequência do autoritarismo, pela competência da autoridade, da arbitrariedade, pela consciência da liberdade. Ao falar em limites nos reportamos a alguns critérios como justiça, ética, equidade, dignidade humana. Nos reportamos também à ideia de criar laços que fortalecem os valores de cidadania e estabelecem critérios e princípios de construção, preservação e realização desses valores. Na escola é importante observar os limites no contexto das ações e relações na escola, seus setores e serviços. Os limites na escola envolvem os aspectos das relações entre supervisores e orientadores, assim como entre professores, alunos, funcionários, envolvendo, também, as relações entre a escola e as famílias, a escola e a comunidade. Os limites que conduzem relações na escola pautam-se, essencialmente, pela qualificação, consideração, respeito, parceria e colaboração. Nesse sentido, existem limites para as palavras e as ações, com o especial intuito de que sejam para inclusão, evitando-se, portanto, no ambiente escolar, os (mesmos) processos de exclusão encontrados na sociedade, traduzindo-se em formas de violência, que se expressam por INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 26 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 discriminações, preconceitos, desqualificação, omissões, indiferenças (RANGEL, 2003). A palavra e a comunicação são próprias da escola, do ensino- aprendizagem e do processo educativo que, na sua essência, é dialógico. Nesse diálogo, o ato de falar assume uma relevância especial, no equilíbrio entre assertividade, convicção, firmeza e flexibilidade. Aqui cabe falar sobre a ética da palavra, o que nos oportuniza rever o princípio de que falar é fazer uso do poder da palavra que pode, ou não, ser propulsora de vida, de aproximação, de realização, de inclusão. Palavra é responsabilidade de quem a emite; ela vem, primeiro, no pensamento e, depois, se expressa na escrita, na oralidade, nos gestos. Na origem da palavra – o pensamento - pode-se confirmar, ou não, o que se vai dizer, pode-se sustentar, ou não, as razões desse dizer e pode-se, refletindo mais fundo, prever os efeitos do que vai ser dito. Os limites, portanto, iniciam-se no pensamento e na consciência (RANGEL, 2003). Palavras geram ações e os seus limites são aqueles necessários a que o diálogo possa conduzir o debate, a discussão de ideias, preservando a consideração de quem as emite, e o fundamento do respeito à pluralidade, princípio e premissa da paz, cuja perda é fonte e processo de violência. Há muitas formas de perdas, assim como há muitas formas de violência, tanto quanto muitas formas de matar ou morrer, que impedem a paz. A todas essas formas, o homem, com a sabedoria e consciência ética, responde com o conhecimento de si, do mundo, dos valores e limites que sustentam a liberdade. Assim como há diversos níveis e tipos de perdas, hátambém diversos níveis e tipos de ganhos; um deles é o de pertencer a um grupo, a uma equipe, a um trabalho. O pertencimento a um grupo quer dizer exatamente ser e ter companheiros, é poder partilhar, plantar e colher juntos, é promover a inclusão. Toda essa argumentação tem uma razão de ser: levá-los a refletir sobre a importância da ética na formação e no cotidiano da escola e nesse ponto vamos abrir um parêntese para depois retomarmos nossas reflexões. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 27 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 É extremamente válido lembrar que o trabalho do orientador educacional, assim como o trabalho pedagógico de modo geral, precisa estar revestido pelo comportamento ético. Em todos os campos em que o orientador educacional atua, ele estará sempre em contato com algumas informações que precisam ser sigilosas. Isso acontece, por exemplo, quando o profissional conversa com alunos e seus familiares, momentos em que, muitas vezes, toma conhecimento de situações complexas e delicadas. O bom senso, o sigilo e o cuidado na emissão de juízos de valor podem favorecer o trabalho do orientador. A confiança na pessoa do orientador é fundamental para o êxito de seu trabalho (PASCOAL; HONORATO; ALBURQUERQUE, 2007). Um fato que ocorre com muita frequência é a solicitação de informações sobre os alunos pelos professores. Neste caso, o orientador precisa tomar muito cuidado, fornecendo apenas informações que sejam relevantes, pois, como dizem Giacaglia e Penteado (2002, p. 10), há que se considerar razões de natureza psicológica para a não divulgação dos dados. Trata-se do “efeito Rosenthal” ou “profecia auto-realizável”, segundo a qual, quando um professor desenvolve expectativas de que um aluno ou grupo de alunos irá ter insucesso escolar, tais expectativas podem se transformar, inconscientemente, por parte do professor, em fator ou causa do respectivo fracasso daqueles alunos. Voltemos às nossas reflexões... Nesse contexto sugerimos a formulação de um código de ética porque este envolve as pessoas em reflexões e definições do que se faz e do que se pode fazer para aprimorar a convivência no ambiente de trabalho. Segundo Rangel, a formulação do código de ética poderá ser, então, um estímulo à aproximação de todos os segmentos da escola, em vista de um mesmo propósito de refinamento de princípios e critérios do “agir em comum”. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 28 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 O código será também um estímulo à avaliação periódica desses princípios e critérios, suas definições e sua prática, no sentido de possíveis e necessários redirecionamentos. Entretanto, com ou sem a presença de um código, os valores éticos que perpassam o currículo e o integram podem ser também aqueles que aproximam a Supervisão Pedagógica e a Orientação Educacional em suas interações e projetos. Assim, a educação para a consciência de limites éticos encontra sentido e significado em critérios valorativos de conduta que auxiliam a aproximação das pessoas, o respeito às diferenças e à pluralidade, a consideração às circunstâncias do viver e conviver livres, que se consolidam pelo respeito e qualificação de si e do outro. Com esse sentido e significado, os limites não cerceiam, mas, ao contrário, ampliam as condições de autonomia, de iniciativa, de criação e criatividade, orientados por critérios de consciência de cidadania e, portanto, de direitos e deveres que se formulam coletivamente, para a vida em comunidade. Esperamos que essas ponderações sobre limites, ética, pertencimento tenham deixado claro que a proposta é a ênfase na mobilização de todos pela e para a construção e socialização de ideias, saberes e atitudes que formam o indivíduo, o cidadão crítico e, como diz Rangel, “as nações”. Sem dúvida, essa é uma das questões de fundo dos trabalhos integrados da Supervisão Pedagógica e a Orientação Educacional no projeto e processo de contribuir para que a escola se envolva com o restabelecimento da sensibilidade no mundo. Contextualizar e integrar questões e valores relacionados ao meio ambiente que acabam por refletir na vida e na convivência escolar é um bom exemplo de integração entre Supervisão Pedagógica e a Orientação Educacional Nesse mesmo processo e projeto, incluem-se as questões e valores do meio ambiente: mais um tema contextualizado e integrador, de reflexos significativos na vida e na convivência escolar. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 29 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 Estudar a preservação do meio ambiente, a consciência da sua importância para a vida, e os seus problemas, que hoje se acentuam, por muitos fatores e vertentes, têm recebido expressiva divulgação na mídia e através de organizações e fóruns sociais, aliando formação de valores constitui-se sem dúvida um tema integrador entre Supervisão Pedagógica e a Orientação Educacional. Um projeto integrado de meio ambiente, em favor da vida e seus valores pode desenvolver estudos e atividades pelas quais se alcancem significados mais amplos do meio ambiente, pelo entendimento da relação entre os elementos naturais e os políticos, sociais e profissionais. Os valores da vida cidadã, a exemplo da saúde física, mental e social; a sexualidade em seus fatores orgânicos, psicológicos, existenciais, os valores éticos como o trabalho e sua garantia à dignidade humana; a ciência e tecnologia com a ampliação de oportunidades; a cultura e o reconhecimento e respeito pelas diferenças e a linguagem que proporciona qualificação e inclusão, são partes relevantes do meio ambiente a serem cuidadas e garantidas em níveis de qualidade de vida. Sem dúvida, são muitas as contribuições, no sentido de maior abrangência e profundidade de compreensão e de atitudes de maior alcance e consciência, em favor do meio ambiente e dos cuidados com a vida, que um projeto integrado da Supervisão Pedagógica e a Orientação Educacional pode oferecer, através de estudos que propiciem leituras, discussões e, também, produção de textos. Em relação ao cotidiano escolar, os temas que podem ser integrados, mantendo o princípio da contextualização são muitos, como por exemplo, analisar as diferenças no cotidiano escolar, as manifestações de lutas no e do cotidiano, a nova constituição familiar, fracasso e sucesso na escola, ensino- aprendizagem. Essas reflexões nos levam a perceber que hoje estamos vivendo um mundo extremamente rico, mas complexo, abrangente, com problemas que vão da globalização à política neoliberal, da riqueza à miséria total, da rede de conhecimentos aos novos conhecimentos que estão sendo produzidos, dos INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 30 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 produtos tecnológicos já postos no mercado àqueles que ainda nem foram criados ou inventados, e assim por diante, mas a educação ainda está sendo analisada de forma muito mais discursiva do que prática e real. Sem entrar no mérito da questão de cada um desses fatores ou de cada uma dessas dimensões, Grinspun (2003) chama a atenção deste momento que vivemos com base em três grandes alicerces: 1.O conhecimento, está cada vez mais globalizado, e a ação cada vez mais localizada. 2. A educação que sistematicamente ocorre na escola, não acontece só dentro dela, como já se sabe, mas o que pouca importância se dá é que a comunicação e as novas formas de linguagem que existem no mundo, hoje, estão a exigir uma visão de educação que contemple essas novas formas, seus símbolos, suas representações; 3. O indivíduo não deve ser visto / atendido apenas como indivíduo isolado, mas como um sujeitosocial e, portanto, neste contexto a subjetividade deve ser considerada um fator significativo da modernidade. Todos os docentes, professores e especialistas são importantes na escola, e assim como acho que todos nós sabemos a língua materna, sabemos fazer dados matemáticos no dia-a-dia, o professor de português e matemática, no caso explicitado, têm um conhecimento maior para ensinar as especificidades da área para as quais se habilitaram. Portanto, o Supervisor e o Orientador têm como os demais (e vice versa) o conhecimento da educação, da escola, dos professores (aqui entendendo as questões ligadas ao processo ensino-aprendizagem), dos alunos, eles possuem a especificidade de sua área para contribuir para a melhor organização e dinâmica da escola onde atuam através de relações significativas professor-aluno (GRINSPUN, 2003, p. 150). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 31 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 Nesse sentido, totalmente a favor e defendendo, como Grinspun, os especialistas em educação - Orientador Educacional e Supervisor Escolar, fechamos nossos estudos com doze razões e argumentações para existência desses profissionais na escola, citadas por Grinspun: 1. A complexidade da vida moderna que trouxe para escola também uma complexidade específica além de sua própria finalidade. 2. A problemática dos conflitos sociais, dos dilemas que têm na escola - às vezes - como único lugar para resolvermos ou atenuarmos a problemática existente. 3. Os novos conhecimentos e os meios para aquisição desses conhecimentos e saberes dispostos na sociedade. 4. A necessidade de fazermos a formação voltada para um sujeito social e não apenas dotar um indivíduo de uma formação escolar, mas devemos ajudar o indivíduo na sua formação como cidadão. 5. A educação tem princípios e valores na sua própria dimensão teleológica e, portanto, precisa ser percebida não como um rol de disciplinas e programas, mas como uma instituição que tem uma filosofia própria e específica. 6. A dimensão da escola com uma dinâmica própria que precisa ser conhecida, compartilhada e entendida em termos de sua cultura escolar. 7. A questão dos currículos em que dois dados são significativos: a interdisciplinaridade e a contextualização. 8. O projeto político pedagógico da escola. 9. As relações pedagógicas que ocorrem no interior da escola e nas suas implicações com os outros fatores da sociedade. 10. A construção do conhecimento aliada à construção de valores e atitudes. 11. A discussão dos dados colocados na sociedade em especial a questão do trabalho. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 32 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 12. A dimensão da subjetividade fazendo com que indivíduo tenha condições de receber e vivenciar além de aspectos cognitivos os aspectos afetivos / emocionais necessários à sua formação como pessoa. Para ajudar neste processo amplo, os professores podem contar com os especialistas, não para separar o todo escolar em partes, mas para tentar ajudar a entender e dinamizar a escola, propiciando meios e condições para melhor formar o aluno, enquanto pessoa humana. Esta é uma tarefa em que Orientadores e Supervisores podem atuar / trabalhar, em conjunto beneficiando a Escola e seus protagonistas (GRINSPUN, 2003). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 33 WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ASSIS, N. Revendo o meu fazer sob uma perspectiva teórico-prática. In: GRINSPUN, M.P.S. (Org.) A prática dos orientadores educacionais. São Paulo: Cortez, 1994. BALESTRO, M. A trajetória e a prática da orientação educacional. 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