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ARTICULADORES - MONTAGEM DE MODELOS DE 
ESTUDO EM ARTICULADOR CLASSE III 
SEMI-AJUSTÁVEL - ASA 
 
Alfredo Julio Fernandes Neto, et al. Univ. Fed. Uberlândia - 2017 
 
 
 
 
O articulador é um dispositivo 
mecânico que representa as articulações 
temporomandibulares, a mandíbula e as 
maxilas. Modelos superiores e inferiores 
das arcadas dentárias de um paciente são 
montados nesse dispositivo para simular 
alguns ou todos os movimentos 
mandibulares. 
Dada a impossibilidade da presença 
constante do paciente durante todas as 
fases do estudo, diagnóstico, planejamento 
e execução laboratorial dos trabalhos 
odontológicos, os articuladores foram 
criados com o objetivo de auxiliar 
pesquisadores, profissionais e estudantes 
de odontologia no estudo e análise 
funcional das relações estáticas e 
dinâmicas entre a oclusão dentária e as 
articulações temporomandibulares e na 
confecção de próteses dentárias dentro da 
complexidade do aparelho estomatognático 
- AE. 
Os articuladores são empregados 
para: 
- Diagnóstico – como meio auxiliar em 
várias condições clínicas. 
- Análise oclusal - para tratamento por 
meio de ajuste oclusal por desgaste ou 
acréscimo seletivo na superfície dentária. 
- Enceramento diagnóstico. 
- Planejamento do tratamento por meio de 
prótese, ortodontia e cirurgias ortognáticas. 
- Confecção de trabalhos restauradores - 
em harmonia com os demais componentes 
do aparelho estomatognático. 
Vários modelos de articuladores 
foram criados para estas finalidades, sendo 
que sua variedade torna possível a seleção 
de um instrumento que satisfaça, dentro de 
limitações específicas, as necessidades 
clínicas de cada caso. 
 
Os articuladores são classificados quanto a: 
a) precisão 
b) localização dos côndilos 
c) eixo de rotação 
 
Classificação dos articuladores quanto à 
precisão: 
 
1- Classe I - linha plana ou tipo bisagra 
simples ou charneira 
2- Classe II - valores médios 
3- Classe III - semi-ajustáveis 
4- Casse IV - totalmente ajustáveis 
1- Articuladores classe I: é um 
instrumento simples capaz de aceitar um 
único registro estático. Realiza apenas 
movimentos verticais de abertura e 
fechamento, seguindo um arco de 
fechamento não coincidente com o do 
paciente (Ex.: charneira) Fig. 01. 
 
 
Fig. 01 – Articulador classe I – Charneira. 
Articuladores e montagem de modelo de estudo em ASA. Fernandes Neto, A. J. et al. Univ. Federal. Uberlândia - 2017 
 
2
 
Fig. 02. Articulador classe I - tipo charneira, erro 
comum causado pelo uso de um articulador 
impróprio e mordida em cera, A: eixo do 
articulador, B: eixo do paciente. 
 
O uso destes articuladores causa 
erros na morfologia oclusal, não tendo 
valor para a análise e nem para 
procedimentos restauradores do AE. 
 
2- Articulador classe II: é um 
instrumento que permite movimentos de 
abertura e fechamento, bem como 
movimentos de lateralidade. Porém, não é 
relacionado à articulação 
temporomandibular - ATM, ou seja, não 
aceita a orientação dos modelos pelo arco 
facial, portanto, não é recomendado. Ex.: 
New Simplex, Dentart. Fig. 03 
 
 
Fig. 03 – modelos de articulador classe II 
 
Os articuladores ajustáveis (classe III 
e IV) São os que aceitam ajustes graduados 
de acordo com os registros individuais de 
cada paciente, sendo capazes de reproduzir 
total ou parcialmente os movimentos 
mandibulares. 
 
3- Articulador classe III: (semi-
ajustável) é um instrumento que simula 
parcialmente os movimentos mandibulares 
por meio de equivalentes mecânicos, cujos 
ajustes são graduados de acordo com os 
registros individuais de cada paciente (arco 
facial e registros interoclusais), sendo 
capaz de reproduzir parcialmente os 
movimentos mandibulares. Podem ser do 
tipo Arcon ou Não Arcon. Fig. 04 
 
 
Fig. 04- Articulador classe III: (semi-ajustável) 
 
Algumas limitações destes 
articuladores são: 
- Inclinações das trajetórias condilares 
reproduzidas por uma linha reta (no 
paciente os côndilos seguem uma trajetória 
convexa contra a eminência articular, 
porém não chega a ser desvantagem 
porque qualquer trajeto condilar que seja 
mais plano no articulador do que no 
paciente, resultará em restaurações 
posteriores mais planas que desocluirão no 
momento em que o côndilo iniciar sua 
trajetória). Fig. 05 e 06 
 
 
Fig. 05 guia condilar, parede superior, plano 
sagital. 
 
 
Fig. 06 guia condilar, parede mediana, plano 
horizontal. 
A
B
Articuladores e montagem de modelo de estudo em ASA. Fernandes Neto, A. J. et al. Univ. Federal. Uberlândia - 2017 
 
3
- Distância intercondilar que não é 
totalmente ajustável, podendo ser graduada 
em pequena (P/S/1), média (M/2) e grande 
(G/L/3). Fig. 07 
As restaurações quando 
cuidadosamente confeccionadas neste tipo 
de articulador necessitarão de pequenos 
ajustes na boca para compensar tais 
limitações. (Ex.: Whip-Mix, Ney, 
Dentatus, Bio-Art, Gnatus, Dent-Flex). 
 
 
Fig. 07 - Registro da distância intercondilar. 
 
4- Articulador classe IV: (totalmente 
ajustável) é um instrumento que aceita 
registros dinâmicos tridimensionais, 
exigindo registro das relações 
intermaxilares em relação cêntrica e 
registro com arco facial esteriográfico ou 
pantográfico. 
Os articuladores deste tipo 
reproduzem todas as características dos 
movimentos mandibulares, inclusive a 
inclinação e a trajetória condilar, sendo a 
distância intercondilar totalmente 
ajustável. 
Porém é um aparelho de custo 
relativamente alto e exige muita habilidade 
e tempo no seu manuseio. (ex.: Stuart, 
Dennar, Di Prieto). 
 
 
Fig. 08 - Articulador totalmente ajustável 
 
Classificação dos articuladores quanto à 
localização dos côndilos: 
1- Arcon 
2- Não Arcon 
 
1 - Articulador Arcon é um 
instrumento que segue guias anatômicas de 
tal forma que as esferas dos côndilos são 
partes componentes do ramo mandibular e 
os elementos de trajetória condilar (fossa 
mandibular do osso temporal) são partes 
componentes do ramo maxilar. Foi 
introduzido por Bergstrom em 1944. (Ex.: 
Whip-Mix, Bio-Art, Gnatus, Stuart, Di 
Pietro) (fig.11). 
 
 
Fig. 11 - Articulador classe III - tipo: Arcon 
 
2 - Articulador Não Arcon é um 
instrumento que segue guias anatômicas de 
tal forma que as esferas dos côndilos são 
partes componentes do ramo maxilar e os 
elementos de trajetória condilar (fossa 
mandibular do osso temporal) são partes 
componentes do ramo mandibular. (Ex.: 
Dentatus, Hanau-H, JP 30) (fig. 12). 
 
Articuladores e montagem de modelo de estudo em ASA. Fernandes Neto, A. J. et al. Univ. Federal. Uberlândia - 2017 
 
4
 
Fig. 012 – Articulador classe III – tipo: não Arcon 
 
Classificação dos articuladores quanto ao 
eixo de rotação: 
1- Sem eixo de rotação 
2- Com eixo de rotação único 
3- Com dois eixos de rotação 
1 - Articulador sem eixo de rotação é 
um instrumento simples que realiza 
somente o movimento vertical. É 
conhecido como verticulador, (fig. 13) (Ex. 
Jelenko, Bio-Art). 
 Verticulador
 
Fig. 13: Verticulador 
 
Articulador com eixo de rotação 
único: ambos os côndilos estão em um só 
eixo de rotação (Ex. Whip-Mix, Dentatus, 
Gnatus, Bio-Art). Pode ser subdividido em 
rígido e anatômico. 
Articulador com eixo de rotação 
único rígido: o ramo móvel executa apenas 
os movimentos de abertura e fechamento 
em torno do eixo de rotação (Ex. 
Charneira) Fig.14. 
 
 
Fig.14 – Articulador charneira com eixo de rotação 
único rígido 
 
Articulador com eixo de rotação 
único anatômico: o ramo móvel executa os 
movimentos de abertura, fechamento, 
lateralidade e protrusão. Pode ser arbitrário 
e ajustável. 
Articuladorcom eixo de rotação 
único anatômico arbitrário: possui as guias 
incisal e condilar numa média (Ex.: New 
Simplex, Dentart). Fig. 15 
 
 
Fig.15 - Articulador com eixo de rotação único 
anatômico: o ramo móvel 
 
Articulador com eixo de rotação 
único anatômico ajustável: pode ser 
subdividido em semi-ajustável (ex. Whip-
Mix, Dentatus, Bio-Art, Gnatus, Dent-
Flex) ou totalmente ajustável (ex.: Stuart, 
Dennar, Di Pietro). 
 
Articuladores e montagem de modelo de estudo em ASA. Fernandes Neto, A. J. et al. Univ. Federal. Uberlândia - 2017 
 
5
 
Fig. 16 - Articulador com eixo de rotação único 
anatômico ajustável 
 
3 - Articulador com dois eixos de 
rotação: cada um dos côndilos possui seu 
eixo de rotação (ex.: Articulador 
Transográfico). Fig. 17 
 
 
Fig. 17 - Articulador com dois eixos de rotação 
 
Elementos componentes dos articuladores 
ajustáveis 
 
São basicamente o corpo, os ramos e 
as guias Fig. 18. 
 
 
Fig. 18 – Componentes do articulador. 
 
� Corpo: parte central do articulador em 
que estão fixos os ramos e as guias 
condilares. São as hastes verticais 
interligadas por outra horizontal em que 
estão fixas as guias condilares, 
estabelecendo-se a distância 
intercondilar. 
� Ramos: são dispositivos horizontais e 
paralelos entre si: um superior móvel 
(as maxilas) e outro inferior fixo (a 
mandíbula). Propiciam a reprodução 
dos movimentos mandibulares. 
� Guias: são as guias condilares e a guia 
incisal. As primeiras reproduzem as 
fossas mandibulares do osso temporal, 
através das quais é possível graduar os 
movimentos de lateralidade e protrusão 
do paciente, 
A guia incisal reproduz a guia anterior do 
paciente, localiza-se na parte mediana e 
anterior do articulador, denominada mesa-
guia incisal. Deve ser ajustada 
considerando o trespasse vertical (overbite) 
e horizontal (overjet) do paciente. É 
percorrida a partir de seu centro pela 
extremidade inferior do pino-guia incisal, 
 O quadro 01 demonstra a 
correlação entre os dispositivos mecânicos 
dos articuladores e os elementos 
anatômicos do paciente: 
 
Elementos 
Anatômicos 
Dispositivos 
mecânicos 
Eixo condilar Guia condilar 
Concavidade palatina 
dos dentes anteriores 
superiores (guia anterior) 
 
Mesa guia incisal 
Côndilos Esferas condilares 
Mandíbula Ramo inferior 
Maxilas Ramo superior 
Fossas mandibulares Guias condilares 
Dimensão vertical Pino guia incisal 
Quadro 01 - Correlação entre elementos anatômicos 
e dispositivos mecânicos. 
 
� Acessórios: 
Arco facial é semelhante a um 
compasso, empregado para registrar o 
posicionamento espacial tridimensional, 
Articuladores e montagem de modelo de estudo em ASA. Fernandes Neto, A. J. et al. Univ. Federal. Uberlândia - 2017 
 
6
das relações existentes entre as maxilas o 
maciço craniofacial, o plano oclusal e o 
eixo de rotação condilar (Bisaga), 
empregado para registrar a distância 
intercondilar do paciente e a relação das 
maxilas com as articulações 
temporomandibulares (ATM). Desta forma 
ele orienta a montagem do modelo 
superior, para que haja correta relação com 
o eixo de abertura da mandíbula, fig. 19. 
 
 
Fig. 19 - Relação das maxilas com as articulações 
temporomandibulares (ATM). 
 
O arco facial é constituído por um 
arco que possui quatro elementos: dois 
posteriores e dois anteriores. As 
extremidades posteriores possuem os 
pontos condilares para localizar o eixo de 
rotação e a distância intercondilar. Os 
modelos Whip-Mix, Gnatus, Bio-Art, 
Dent-Flex usam como referência os meatos 
auditivos externos. Os modelos Hanau, 
Dentatus, Stuart utilizam-se de marcações 
feitas diretamente sobre os côndilos, e 
mais outras duas, na porção mediana do 
arco, que servem para fixar a arcada dos 
dentes por meio do garfo ou forquilha e 
por outro ponto de referência no rosto do 
paciente. 
Existem ainda dois outros tipos de 
arcos faciais o cinemático e o pantográfico 
que não serão abordados, pois não se 
enquadram nos objetivos desse roteiro. 
 
 
 
 
 
 
 
Montagem de modelos de estudo em articulador classe III - semiajustável - ASA 
 
 
 
A montagem de modelos de estudo 
em articulador classe III, semi-ajustável 
(ASA) do tipo arcon é indispensável para: 
• Diagnóstico - como meio auxiliar no 
diagnóstico de várias situações 
clínicas. 
• Análise oclusal - para tratamento por 
meio de ajuste oclusal por desgaste ou 
acréscimo seletivo. 
• Enceramento diagnóstico. 
• Planejamento - para tratamento em 
prótese, ortodontia e cirurgia 
ortognática. 
 
Articulação dos modelos 
 
Para avaliar corretamente a oclusão 
do paciente é preciso que os modelos de 
estudo ou diagnóstico estejam montados 
em ASA, onde a relação dos modelos com 
os componentes do ASA seja semelhante à 
existente no paciente. 
A primeira questão que surge 
inevitavelmente é em que relação os 
modelos devem ser montados, relação 
cêntrica (RC), máxima intercuspidação 
habitual (MIH.) ou oclusão em relação 
cêntrica (ORC). 
Inicialmente, faz-se necessário a 
diferenciação entre a montagem de 
modelos para estudo ou diagnóstico e a 
montagem de modelos de trabalho. 
Para isso, é importante rever alguns 
conceitos sobre as relações temporo-
mandibulares e maxilomandibulares: 
� Relação Cêntrica (RC), há certa 
controvérsia quanto à conceituação de 
Articuladores e montagem de modelo de estudo em ASA. Fernandes Neto, A. J. et al. Univ. Federal. Uberlândia - 2017 
 
2
RC, existe, no entanto, a concordância de 
que é uma relação temporomandibular 
(côndilo com a fossa mandibular do osso 
temporal - cavidade glenóide), estável e 
reproduzível. 
� Máxima Intercuspidação Habitual 
(MIH), é posição maxilomandibular onde 
existe o maior número de contatos, entre 
os dentes, não coincidentes com a RC. 
� Oclusão em Relação Cêntrica 
(ORC), é a posição maxilomandibular 
onde a RC é coincidente com a Máxima 
Intercuspidação (MI). 
 
 
Fig. 20 - Modelos de estudo montados em relação 
cêntrica em Articulador Semi Ajustável - ASA. 
 
 Em se tratando de modelos de 
estudo, o paciente pode apresentar algum 
distúrbio oclusal e necessitar de análise 
oclusal. Para tanto, os modelos devem ser 
sempre montados em RC, que permite 
realizar a análise oclusal funcional, visto 
que partindo da RC no articulador é 
possível observar as discrepâncias para 
atingir a MIH. 
A montagem dos modelos de 
trabalho é feita em ORC, ou em MIH na 
dependência do paciente não apresentar 
sinais e sintomas de oclusão traumática, na 
dimensão vertical de oclusão - DVO. 
 
Montagem do modelo de estudo do arco 
dentário superior 
 
O modelo superior é sempre o 
primeiro a ser montado. 
O uso do arco facial na montagem do 
modelo superior no articulador semi 
ajustável é de fundamental importância, 
visto que, este reproduz o posicionamento 
espacial tridimensional, das relações 
existentes entre as maxilas o maciço 
craniofacial e o eixo de rotação condilar 
(Bisaga), considerando a existência das 
guias condilares (posteriores) e anterior 
(incisal), determinantes dos movimentos 
mandibulares que exercem influência sobre 
a forma e funções dos dentes. 
 
Obtenção do registro com o arco facial 
 
• Material e Instrumental 
- arco facial 
- garfo de mordida 
- relator nasal 
- chaves de manuseio do articulador 
- plastificador de godiva ou lâmpada a 
álcool 
- godiva (material de consistência rígida) 
- instrumento cortante 
- vaselina 
 
 
Fig. 21 - Arco facial com garfo de mordida e relator 
nasal posicionados. 
 
• Obtenção dos registros no garfo 
De todos os registros o que se espera 
é estabilidade, precisãoe fidelidade, 
portanto, o material de escolha para tal 
procedimento deve ser sempre de 
consistência rígida, evitando flexibilidade. 
Selecionar um ponto anterior e dois 
pontos posteriores no arco dentário 
superior do paciente. Posicionar o garfo 
(componente do arco facial) na boca do 
paciente e marcar no garfo os três pontos, 
que receberão a godiva. 
Plastificar a godiva e aplicá-la nas 
faces superior e inferior do garfo, nos 
Articuladores e montagem de modelo de estudo em ASA. Fernandes Neto, A. J. et al. Univ. Federal. Uberlândia - 2017 
 
3
pontos previamente determinados, 
deixando o volume em altura, numa 
relação do ponto anterior para os 
posteriores de 3:1 (ex.: 6mm de godiva no 
ponto anterior e 2 mm nos posteriores), fig. 
22. 
 
 
Fig. 22 - Três porções de godiva posicionadas em 
diferentes posições do garfo de mordida. 
 
Com o paciente confortavelmente 
posicionado na cadeira odontológica e a 
cabeça ligeiramente inclinada para cima, 
posiciona-se o garfo com a godiva 
plastificada na boca do paciente, 
centralizando seu cabo com a linha média 
da face do mesmo. Em seguida, pressioná-
lo contra os dentes superiores para obter o 
registro das pontas de cúspides, fig. 23. 
 
 
Fig. 23 - Posicionamento do garfo de mordida na 
boca do paciente. 
 
Manter o garfo em posição e solicitar 
ao paciente que oclua ligeiramente os 
dentes inferiores sobre a godiva, para 
estabilizar o garfo pela impressão das 
pontas das cúspides destes dentes, fig. 24. 
 
 
Fig. 24 - Garfo estabilizado na boca pela mordida. 
 
Resfriar a godiva e remover o garfo 
da boca do paciente, verificando a precisão 
do registro, fig. 25. Se houver excessos de 
godiva (interferência com os tecidos 
moles), báscula ou toque de dentes na parte 
metálica do garfo, o registro deve ser 
repetido. 
 
 
Fig. 25 - Garfo removido e verificação a 
precisão do registro. 
 
Quando o paciente não possuir 
dentes na região anterior ou posterior, a 
godiva nessa região deverá moldar o 
rebordo, devendo ser sempre reembasada 
com pasta de óxido de zinco, de forma a 
obter três pontos de apoio estáveis. 
• Instalação do arco facial no paciente 
De posse do arco facial, limpar com 
uma gaze embebida em álcool os suportes 
auriculares plásticos localizados nas 
extremidades do arco facial, e posicioná-
los nos condutos auditivos externos do 
paciente, informando-o que esses suportes 
ampliarão os ruídos causados pelos ajustes 
do arco facial. 
Pedir ao paciente que segure com firmeza 
ambos os braços do arco facial, com as 
Articuladores e montagem de modelo de estudo em ASA. Fernandes Neto, A. J. et al. Univ. Federal. Uberlândia - 2017 
 
4
mãos em posição palmar, e ao mesmo 
tempo conecta-se a presilha localizada na 
haste vertical do arco facial ao cabo do 
garfo. Nesta operação deve-se certificar 
que a presilha fique por cima do cabo do 
garfo, de tal forma que os parafusos de 
ajuste, quando existirem, fiquem para 
baixo e o conjunto posicionado do lado 
direito do paciente, fig. 26. 
 
 
Fig. 26 - Posicionamento do arco facial. 
 
 Durante a colocação, deve haver um 
giro nos dois eixos e a presilha deverá se 
aproximar ao máximo dos lábios do 
paciente. Neste momento, o paciente deve 
ser orientado a exercer ligeira pressão 
bilateral no arco facial que está segurando, 
para dentro e para frente, aproximando ao 
máximo o suporte auricular plástico da 
ATM. 
Apertar os três parafusos superiores 
do arco facial e instalar o relator nasal na 
barra transversal do mesmo. Ajustar o arco 
facial movimentando a presilha na haste 
vertical para cima ou para baixo até o 
relator nasal se apoiar no nasion (glabela) 
do paciente e apertar o parafuso que o fixa, 
fig. 27. 
 
A 
 
 
Fig. 27 - Posicionamento do relator nasal. 
 
• Fixação do garfo de mordida ao arco 
facial 
Enquanto o paciente mantém o arco 
facial com firmeza, deslocar a presilha da 
haste horizontal do arco facial para trás, 
deslizando-a pelo cabo do garfo de 
mordida, até que fique perto dos lábios, 
sem tocá-los. Use a mão esquerda para 
estabilizar todo o conjunto durante o ajuste 
para evitar o efeito de torção que causa 
desconforto ao paciente. Com a mão 
direita, apertar firmemente o parafuso da 
presilha da haste horizontal com a chave 
adequada e, em seguida, o da presilha na 
barra vertical do arco, fig. 28. 
 
 
Fig. 28 - Fixação do garfo de mordida ao arco 
facial 
 
• Registro da distância intercondilar 
Observar a distância intercondilar 
aproximada do paciente, registrada na 
região anterior e superior do arco facial, 
que pode ser pequena (P/S/1), média (M/2) 
ou grande (G/L/3). Esta informação deve 
ser anotada na ficha do paciente para 
posterior ajuste do articulador, fig. 29. 
 
 
Articuladores e montagem de modelo de estudo em ASA. Fernandes Neto, A. J. et al. Univ. Federal. Uberlândia - 2017 
 
5
 
Fig. 29 - Observação da distância intercondilar 
aproximada do paciente, registrada na região 
anterior e superior do arco facial. 
 
 
Fig. 30 - Arco facial posicionado no paciente. 
 
Para remoção do arco facial da face 
do paciente, desapertar o parafuso de 
fixação e retirar o relator nasal. Em 
seguida, desaperte somente o parafuso 
mais anterior da parte superior do arco 
facial. Os dois laterais, se afrouxados, 
podem bascular o garfo. Solicitar ao 
paciente que abra lentamente a boca e logo 
após retirar todo o conjunto com cuidado. 
 
Preparo do articulador para 
Montagem dos modelos 
 
• Ajustar da distância intercondilar no 
articulador 
O corpo do articulador tem na sua 
parte superior bilateral três orifícios, 
marcados respectivamente como: 
* L, G ou três. 
* M ou dois. 
* S, P ou um. 
Tais orifícios correspondem às 
distâncias intercondilares grande, média e 
pequena. Cada um dos elementos 
condilares deverá ser fixo num desses 
orifícios, em correspondência à distância 
intercondilar do paciente, conforme 
registrado no arco facial. É importante que 
os elementos condilares sejam bem 
ajustados, fig.31. 
 
 
Fig. 31 - Vista posterior do ASA, registro das 
distancias condilares. 
 
Se o registro da distância 
intercondilar no arco facial coincidir com a 
linha demarcatória entre duas distâncias, 
ajustar o articulador sempre na distância 
menor, o que resultará em cúspides mais 
baixas havendo menor possibilidade de 
interferências, fig. 32. 
 
 
Fig. 32 - Posicionamento do côndilo no orifício 
correspondente à distancia condilar determinada. 
Em seguida, ajustar as guias 
condilares (cavidades glenóides) no ramo 
superior do articulador na mesma distância 
dos côndilos, colocando ou tirando 
espaçadores nos eixos das guias condilares. 
Usar dois espaçadores em cada lado para a 
distância grande, um para média e nenhum 
para pequena. Os espaçadores devem ser 
ajustados em contato com o ramo superior 
e com as guias condilares do articulador, 
figs. 33 e 34. 
 
Articuladores e montagem de modelo de estudo em ASA. Fernandes Neto, A. J. et al. Univ. Federal. Uberlândia - 2017 
 
6
 
Fig. 33 - Posicionamento de um espaçador 
correspondente a distancia intercondilar média. 
 
 
Fig. 34 - Modelo diferente de articulador -
posicionamento de um espaçador correspondente a 
distancia intercondilar média. 
 
Ao usar espaçadores o lado biselado 
deve estar voltado para as guias condilares. 
Isso assegurará a liberdade de se ajustar o 
ângulo de Bennett até sua graduação 
máxima. A linha horizontal demarcatória 
do espaçador deverá estar alinhada com a 
marca de referência da guia condilar. 
• Controle posterior (guia condilar) 
 É fundamental a estabilização dos 
côndilosnas paredes superior, posterior e 
mediana das guias condilares, ajustadas de 
acordo com as características das ATMs do 
paciente, ou nas medidas médias: 
- Parede superior 30º, figs. 35 e 36. 
- Parede mediana (Ângulo de Bennett) 15º, 
figs. 37 e 38. 
 
 
Fig. 35 guia condilar, parede superior, plano 
sagital. 
 
 
Fig. 36 - Ajuste da guia condilar no ASA. 
 
 
Fig. 37 guia condilar, parede mediana, plano 
horizontal. 
 
 
Fig. 38 - Ajuste da guia condilar no ASA. 
 
Instalação do arco facial no articulador 
 
Limpar, vaselinar e fixar firmemente 
as placas de montagem nos ramos superior 
e inferior do articulador, fig. 39, posicionar 
a mesa incisal no ramo inferior e remover 
o pino-guia. 
 
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7
 
Fig. 39 - Fixação da placa de montagem no ramo 
superior do ASA. 
 
Para fixar o arco facial no 
articulador, segurá-lo com uma mão e com 
a outra manter o ramo superior do 
articulador. Acoplar os orifícios, 
localizados nos suportes auriculares, nos 
pinos localizados na porção externa 
posterior das guias condilares, fig. 40, 
enquanto um dos braços do arco facial é 
mantido contra o próprio corpo do 
operador. 
 
 
Fig. 40 - Acoplagem do arco facial no ramo 
superior do ASA. 
 
Deixar que a extremidade anterior do 
ramo superior do articulador descanse 
sobre a barra transversal do arco facial. 
Pressionar os braços do arco facial contra 
as guias condilares e apertar o parafuso 
anterior do arco facial, fig. 41. 
 
 
Fig. 41 - Instalação do arco facial no ramo superior 
do ASA. 
 
Em seguida apoiar as guias condilares 
do ramo superior sobre os côndilos já 
instalados no corpo do articulador. Ao 
mesmo tempo, a haste do garfo de mordida 
do arco facial ficará apoiada sobre a mesa 
incisal. 
No parafuso de fixação da placa de 
montagem inferior fixar o suporte do garfo 
(acessório opcional), fig. 42, ou posicionar 
um rolete de cera rosa nº 7 ou nº 9, fig. 43, 
para sustentar o garfo evitando báscula do 
mesmo no momento da fixação do modelo 
superior ao ramo superior do articulador, 
com gesso. 
 
 
Fig. 42 - Posicionamento do suporte do garfo de 
mordida no ramo inferior do ASA. 
 
 
Fig. 43 - Posicionamento do rolete de cera no ramo 
inferior do ASA. 
 
Fixação do modelo de estudo do arco 
dentário superior no ASA em laboratório. 
 
• Material e Instrumental 
- articulador 
- arco facial com registro efetuado 
- modelo superior recortado 
- cubeta de borracha 
- espátula para gesso 
- cera pegajosa 
- faca para gesso 
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- gesso pedra tipo IV 
- balança para gesso 
- medida de água (proveta) 
- vaselina em pasta 
- pincel para a vaselina. 
É necessário verificar se o espaço 
entre o modelo, devidamente posicionado 
sobre o registro do garfo, e a placa de 
montagem é suficiente para o gesso de 
fixação. A distância ideal entre o modelo e 
a placa é de 10 mm (para evitar 
distorções), fig. 44. 
 
 
 
Fig. 44- observação da distância ideal entre o 
modelo e a placa de montagem. 
 
Fazer retenções (ranhuras) na base 
do modelo superior e umedecê-lo em 
cubeta de borracha com água, (os dentes 
voltados para cima sem umedecê-los) ou 
com algodão ou papel toalha embebido em 
água, fig. 45. 
 
 
Fig. 45 - confecção de retenções (ranhuras) na base 
do modelo superior. 
 
• Colocação do gesso para fixação do 
modelo. 
Adaptar o modelo de estudo no 
registro de godiva do garfo de mordida 
(podendo até uni-los com cera pegajosa). 
Suspender o ramo superior do articulador e 
colocar gesso pedra tipo III bem espatulado 
(consistência cremosa/espessa) sobre a 
base do modelo em três pontos, um 
anterior e dois posteriores, fig. 46. 
 
 
Fig. 46 - Colocação do gesso pedra tipo III para 
fixação do modelo ao ramo superior do ASA. 
 
Fechar o ramo superior do 
articulador até tocar a barra transversal do 
arco facial, fig. 47. 
 
 
Fig. 47 - Fechar o ramo superior do ASA. 
 
Mantê-lo nessa posição até a presa 
final do gesso, após o que remover o arco 
facial do articulador, se necessário 
acrescente gesso para uma fixação segura 
do modelo, deixando a superfície de gesso 
lisa e sem excesso, fig. 48. 
 
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Fig. 48 - O modelo superior montado em ASA. 
 
Montagem do modelo de estudo do arco 
dentário inferior 
 
O passo fundamental na montagem 
do modelo de estudo inferior consiste na 
obtenção e registro maxilomandibular 
(mordida) na posição de RC. 
Para facilitar o reposicionamento 
mandibular em RC, deve-se confeccionar 
um dispositivo denominado “jig”, 
preconizado por Vítor O. Lúcia, sobre os 
incisivos centrais superiores em resina 
acrílica ativada quimicamente (R.A.A.Q). 
fig. 49. 
 
 
Fig. 49 - Vista frontal do “jig” de Vítor O. Lúcia. 
 
Tal dispositivo tem como funções: 
inibir os contatos dentários posteriores, 
desprogramar a memória proprioceptiva do 
ligamento periodontal e promover o 
relaxamento dos músculos da mastigação, 
principalmente o pterigóideo lateral, 
permitindo acomodação estável do côndilo 
na fossa mandibular do osso temporal, em 
uma posição reproduzível. 
A técnica de confecção do “jig” e a 
posterior manipulação mandibular foram 
abordadas em capítulo anterior 
 
Confecção do “jig”: 
 
Material e instrumental utilizado: 
• lâmina de papel alumínio, 
• vaselina, 
• resina acrílica ativada quimicamente 
(RAAQ), 
• pedra montada ou broca para desgastar 
RAAQ, 
• frasco dappen, 
• fita marcadora para ajuste, 
• pinça de Miller e 
• lápis ou lapiseira de ponta fina. 
 
Técnica de confecção: 
Adaptar a lâmina de papel alumínio 
sobre os incisivos centrais superiores a fim 
de isolar os espaços interdentais do contato 
com a resina (Fig. 50). Manipular o 
polímero (pó) e monômero (líquido) da 
R.A.A.Q. em pote dappen, durante sua fase 
plástica modelá-la em forma de cilindro e 
adaptá-la sobre o papel alumínio sobre os 
dentes estendendo de vestibular para 
palatina dos incisivos, apresentando na 
face palatina forma de cunha. 
 
 
Figura 50. Lâmina de papel alumínio sobre os 
incisivos superiores 
Quando a resina começar a aquecer 
devido á exotermia de presa, deve-se 
removê-la da boca do paciente e deixar que 
conclua a polimerização em água fria. 
Após a presa final, lavá-la, secá-la, 
remover o papel alumínio e reposicioná-la 
sobre os dentes para conferir sua exatidão 
e retenção, caso não ocorra é necessário 
repetir o procedimento. 
Em seguida peça ao paciente para 
fechar a boca e verifique se há somente um 
incisivo inferior em contato com o vértice 
da cunha palatina do jig, proporcionando 
desoclusão de aproximadamente um 
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10
milímetro entre os dentes posteriores, (Fig. 
51). 
 
 
Figura 51. Paciente ocluindo no “jig”, havendo 
desoclusão dos dentes posteriores de aproximada-
mente 1mm. 
Caso isto não ocorra utilize a pedra 
montada ou a broca de aço para eliminar o 
excesso de resina, de maneira tal que o 
“jig” apresente em sua face palatina dois 
planos inclinados (um para direita e outro 
para a esquerda), formando um vértice 
(inclinado de incisal para palatina) (Fig. 
52). Nesse vértice ocorre o contato do 
incisivo inferior, promovendo a desoclusão 
entre os dentesposteriores, não pode haver 
contato entre o “jig” e os incisivos no 
movimento de fala (Fig. 53). 
 
 
Figura 52. Desgaste dos excessos para formar os 
planos inclinados 
 
Figura 53. “Jig” concluído. Observar o vértice onde 
ocorrerá o contato. 
 
Após a instalação o “jig” deve: 
1. desocluir os dentes posteriores, 
2. não interferir na fala, 
3. permitir liberdade dos movimentos 
excêntricos da mandíbula. 
O paciente usará o “jig” por 
aproximadamente 5 minutos (Fig. 54). 
Após esse tempo, ocorre a perda da 
memória proprioceptiva dos dentes 
interferentes, promovendo o relaxamento 
muscular e facilitando a manipulação 
mandibular. 
 
 
Figura 54. Utilização do “Jig” por aproximada-
mente 5 minutos 
 
Após o uso, o “jig” deve ser 
guardado em recipiente com água, caso 
seja necessário nova utilização. 
 
Registro da posição de RC no “Jig” 
 
• Material e Instrumental para o registro: 
- potes dappen (02) 
- R.A.A.Q. 
- pincel 
- fita marcadora para ajuste 
- pinça de Miller. 
É importante recordar que de todos 
os registros o que se espera é estabilidade, 
precisão e fidelidade, portanto, o material 
de escolha para tal procedimento deve ser 
sempre de consistência rígida, evitando 
flexibilidade. 
Para a obtenção segura do registro da 
posição de RC: 
A) O operador deve manipular a 
mandíbula do paciente até obter a posição 
de relação cêntrica – RC, estável e 
reproduzível, pela técnica de manipulação 
de sua escolha e domínio, e registrar com 
fita de marcação oclusal o ponto de contato 
do incisivo inferior na face palatina do 
“Jig” na posição de RC, figs. 55 e 56. 
 
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Fig. 55 - Manipulação frontal da mandíbula com o 
uso do “JIG” para o registro da RC. 
 
 
Fig. 56 -Registro da RC com a fita marcadora. 
 
B) Adicionar com o pincel uma pequena 
porção de R.A.A.Q. exatamente no ponto 
marcado anteriormente, fig. 57. 
 
 
Fig. 57- Adição de resina, com o pincel, na marca 
do registro da RC no “JIG”. 
 
C) Manipular a mandíbula do paciente até 
que o incisivo inferior toque sobre a resina 
adicionada sobre o ponto de registro da 
RC. A mandíbula deve permanecer nesta 
posição até a presa final do material, fig. 
58. 
 
 
Fig. 58 - Registro da RC no “GIJ”. 
 
 
Fig. 59 - “JIG” em paciente desdentado anterior. 
 
 
Fig. 60 - “JIG” em paciente desdentado anterior, 
com o registro. 
 
Com este registro da posição de RC 
realizado em RAAQ obtém-se uma 
referência anterior estável no “Jig”, o que 
propicia registro oclusal da posição de RC 
com cera ou outro material de preferência. 
 
Registros interoclusais (diagnóstico) 
 
• Princípios Básicos 
Os registros interoclusais nos 
permitem relacionar as duas arcadas 
dentárias, possibilitando montar os 
respectivos modelos no articulador e 
realizar os estudos necessários para o 
diagnóstico. 
 Montagem dos modelos: com o 
auxílio do registro em RC, os modelos 
superior e inferior são articulados numa 
posição de estabilidade dos côndilos com a 
fossa mandibular do osso temporal. 
Ajuste do articulador: com o auxílio 
dos registros em protrusão e lateralidades 
ajusta-se o trajeto sagital e horizontal dos 
côndilos (por meio dos registros da guia 
condilar e do ângulo de Bennett) nas 
posições excêntricas. 
• Material e Instrumental para todos os 
registros: 
- modelo superior recortado 
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- “Jig” 
- placas de cera rosa nº 7 ou 9 
- cabo de bisturi com lâmina 
- tesoura 
- espátula Le Cron 
- lâmpada a álcool 
- cimento ou pasta à base de óxido de 
zinco. 
 
Os registros mandibulares são divididos 
em dois grupos: 
 
• Registro interoclusal em relação 
cêntrica (RC): 
Aquecer uma placa de cera rosa nº 9 
ou 7 sobre a lâmpada a álcool. Dobrá-la 
para formar camada dupla. Esta placa 
deverá ter espessura ligeiramente maior 
que o espaço interoclusal obtido com o 
“jig”. Posicioná-la no modelo superior, 
recortar os excessos de cera por vestibular 
e na distal dos últimos dentes com tesoura 
ou outro instrumento cortante. 
Na porção anterior, recortar a cera 
em formato de “V”, criando assim espaço 
para o “jig” quando a placa de cera for 
inserida na boca, fig. 61. 
 
 
Fig. 61 - Registro interoclusal em cera, recortado 
sobre o modelo. 
Posicionar cuidadosamente o “jig” 
sobre os incisivos superiores. Plastificar a 
placa de cera e pressioná-la sobre os dentes 
superiores. Manipular a mandíbula, 
fechando-a, até que o incisivo inferior 
contate solidamente com o jig no ponto de 
registro da RC, fig. 62. 
 
 
Fig. 62 - Registro interoclusal em cera 
 
Os prés e os molares devem deixar 
registradas as marcas das pontas de 
cúspides no registro em cera, se isto não 
ocorrer, deve-se aumentar a espessura da 
lamina de cera. Se houver perfurações no 
registro de cera, isto significa contato 
dental, deve-se então, aumentar o “jig” até 
obter 1 mm de espaço entre os dentes 
posteriores, repetindo o registro para 
corrigir esta falha, que deveria ter sido 
observada no momento de confecção do 
“jig” fig. 63. 
 
 
Fig. 63 - Registro interoclusal em cera, obtido em 
RC sobre o modelo. 
 
Após a remoção do registro, este 
deve ser manuseado com cuidado e, se 
necessário, armazenado em baixa 
temperatura, para evitar distorções. 
• Registro interoclusal das posições 
laterais: 
Para se verificar o movimento lateral 
nos casos onde o canino estiver fora da 
posição e não ficar topo-topo, divide-se o 
incisivo central superior do lado 
correspondente ao movimento de trabalho 
em três terços. Marca-se o terço distal e ao 
efetuar o movimento a linha média entre os 
incisivos centrais inferiores deve coincidir 
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13
com a marca feita no terço distal do 
incisivo superior. 
Para registrar a posição de trabalho 
do lado esquerdo e a trajetória do côndilo 
de balanceio do lado direito, coloca-se a 
placa de cera, recortada com o auxílio do 
modelo, ligeiramente aquecida sobre os 
dentes superiores do paciente. Pedir ao 
paciente para guiar a mandíbula para a 
esquerda e fechá-la na posição de topo a 
topo dos caninos. Se o paciente tiver 
dificuldade em executar o movimento, 
colocar o dedo na face vestibular do canino 
superior e pedir para que ele tente mordê-
lo. Resfriar o registro com jatos de ar e 
retirá-lo da boca. 
Repetir os mesmos passos para o 
lado esquerdo, fig. 64. 
 
 
Fig. 64 - Registro interoclusal da posição de 
trabalho do lado esquerdo. 
 
• Registro interoclusal da posição de 
protrusão 
Posiciona-se a placa de cera 
devidamente recortada e ligeiramente 
aquecida sobre os dentes superiores, sem o 
“jig”. Neste registro, o próprio paciente 
executa o movimento sem ser guiado pelo 
operador. Para auxiliar o paciente na 
execução do movimento, colocar o dedo 
sobre a vestibular dos incisivos centrais 
superiores e pedir ao mesmo que tente 
mordê-lo. Neste momento o paciente estará 
executando o movimento de protrusão, que 
será registrado, fig. 65. 
 
 
Fig. 65 - Registro interoclusal da posição de 
protrusão. 
 
Devido às limitações dos articula-
dores semi-ajustáveis e quando o paciente 
apresentar guia anterior efetiva, preconiza-
se substituir os registros de lateralidade e 
protrusão, utilizando angulações de 30º 
para a guia condilar (parede superior) e 15º 
para o ângulo de Bennett (parede 
mediana), que são as medidasmédias. 
Porém é indispensável o registro em 
relação cêntrica. 
 
Fixação do modelo de estudo do arco 
dentário inferior no articulador (ASA) em 
laboratório. 
 
• Material e Instrumental: 
- articulador com modelo superior 
montado 
- registro em cera da RC 
- modelo inferior recortado (com retenções 
na base) 
- palitos de madeira para fixação dos 
modelos 
- lâmpada a álcool 
- cera pegajosa ou cola a base de 
cianoacrilato - Bond 
- espátula 31 
- cubeta de borracha 
- espátula para gesso 
- vaselina 
- pincel 
- gesso pedra tipo IV 
A partir do registro em cera obtido 
com espessura tal que altera a dimensão 
vertical de oclusão do paciente nos 
modelos, utiliza-se um artifício prático 
para compensar esta espessura. Para 
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14
calcular a espessura do registro e 
compensá-la no pino guia devemos: 
- Articular manualmente os modelos em 
MIH e com um lápis de ponta fina marcar 
no incisivo central inferior o trespasse 
vertical do incisivo central superior sobre a 
sua face vestibular, fig. 66. 
 
 
Fig. 66 - Registro da dimensão vertical em MIH 
 
- Posteriormente, posiciona-se o registro 
em cera da RC no modelo superior, 
articula-se manualmente os modelos e 
marca-se com lápis o novo trespasse 
vertical anterior, fig. 67. 
 
 
Fig. 67 - Registro da dimensão vertical em RC com 
o registro em posicionado. 
 
 A seguir, mede-se a diferença entre 
as duas marcas. Sabendo-se que a relação 
na abertura bucal entre o último molar e os 
incisivos é de 1:3, quando a diferença entre 
as duas marcações obtidas for de 2 mm por 
exemplo, significa que a distância 
interoclusal do últimos molares é 3 vezes 
menor, ou seja, aproximadamente de 0,7 
mm. Considerando que a relação de 
abertura entre os incisivos e o pino guia do 
articulador é em média de 1:1,5, a 
diferença de 2 mm multiplicada por 1,5 
será igual a 3 mm, valor este que deve ser 
aumentado na dimensão vertical do 
articulador através do pino guia. Isso se 
consegue, erguendo-se o ramo superior 3 
mm em relação à marca zero do pino guia 
(linha contínua), figs 68 e 69. 
 
 
Fig. 68 - Registro da diferença da dimensão vertical 
em MIH e RC com o registro em cera. 
 
 
Fig. 69 - Ajuste do pino guia do ASA. 
 
Ajusta-se a mesa incisal com o pino 
guia apoiado em seu centro, fig. 70. 
 
 
Fig. 70- Ajuste do pino guia e mesa incisal do ASA. 
 
Coloca-se o ramo superior do 
articulador invertido, com o respectivo 
modelo já montado sobre a bancada de 
trabalho (com o extremo do pino guia 
incisal se estendendo para fora da 
bancada). Fazer ranhuras na base do 
modelo inferior e utilizar o registro 
interoclusal em cêntrica para relacioná-lo 
com o modelo superior já montado. 
Prendê-los com 3 palitos de madeira e cera 
pegajosa ou cola. Umedecer a base do 
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15
modelo inferior e fixá-lo ao articulador, 
utilizando-se o mínimo de gesso pedra para 
evitar possíveis distorções, fig. 71. 
 
 
Fig. 71 - Fixação do modelo inferior no superior 
por meio do registro cêntrico e palitos e cera 
pegajosa. 
 
Após a aplicação do gesso pedra no 
modelo, posiciona-se o ramo inferior do 
articulador também invertido, colocando 
os côndilos em sua posição de retrusão nas 
guias condilares. Fecha-se o ramo inferior 
contra o gesso de consistência cremosa/ 
espessa, até que o pino guia toque a mesa 
incisal. Mantém-se o modelo nesta posição 
até a presa final do gesso. 
Após a presa final remove-se o 
registro de RC, retorna-se o pino guia em 
zero, obtendo-se o paralelismo entre os 
ramos do articulador e observa-se a 
discrepância oclusal entre a RC e a MIH na 
dimensão vertical de oclusão dos modelos. 
Essa discrepância deve coincidir com a 
situação clínica do paciente, figs 72, 73 e 
74. 
 
 
Fig. 72 - Colocação do gesso de fixação do modelo 
inferior ao ASA. 
 
 
Fig. 73 - Modelo montado ainda com o registro em 
RC. 
 
 
Fig. 74 - Modelo montado no ASA em RC. 
 
Ajuste das guias do articulador 
 
• Guias Condilares 
A configuração da articulação 
temporomandibular tem grande influência 
nos movimentos da mandíbula. A 
morfologia oclusal de qualquer restauração 
deve estar em harmonia com os 
movimentos da mandíbula para evitar 
desarmonia oclusal e trauma. 
Para tirar o máximo rendimento do 
articulador, suas guias condilares devem 
aproximar dos limites anatômicos das 
articulações temporomandibulares. Isto 
facilitará a confecção de restaurações com 
alto grau de precisão reduzindo o tempo 
gasto nos ajustes intra-bucal. Com a 
finalidade de se ajustar as guias condilares 
é que são feitos os registros das posições 
excêntricas da mandíbula. 
• Material e Instrumental 
- articulador com modelos superior e 
inferior montados - chave de manuseio do 
articulador 
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- registros em cera de lateralidade e 
protrusão 
- tira de celofane 
Depois da presa do gesso de 
montagem e a remoção do registro em 
cêntrica, colocar as guias condilares 
(parede superior) em zero (0) e os 
controles de lateralidade (parede mediana) 
em sua posição mais aberta (45º). Liberar o 
pino guia da mesa incisal para prevenir 
qualquer interferência. 
• Parede Superior (Guia condilar) 
Com o ramo superior e seu 
respectivo modelo invertido, coloca-se o 
registro protrusivo sobre os dentes do 
modelo superior. Ocluir com cuidado os 
dentes do modelo inferior nas marcas do 
registro em cera (registro de posição 
protrusiva), observar o distanciamento para 
baixo dos côndilos do articulador da 
parede superior da guia condilar. Proceder 
então o ajuste da inclinação da parede 
superior da guia condilar do articulador, 
afrouxando os parafusos de fixação e 
girando as guias condilares para baixo, 
fazendo com que a parede superior da guia 
condilar toque o elemento condilar de cada 
lado do articulador. 
 Coloca-se uma tira de papel 
celofane sobre o côndilo tracionando-a até 
se verificar contato entre esse e a parede 
superior da guia condilar, bilateralmente. 
Neste momento, apertam-se os parafusos 
de fixação das guias condilares. 
• Parede Mediana (Ângulo de Bennett) 
É o ângulo formado pelo plano 
sagital e a trajetória do côndilo de 
balanceio durante o movimento lateral, 
visto pelo plano horizontal. 
Ajusta-se com o ramo superior e seu 
respectivo modelo invertido. Adapta-se o 
registro de lateralidade direita sobre os 
dentes do modelo superior, ocluindo o 
modelo inferior sobre o registro. Soltar do 
lado oposto o parafuso de fixação da guia 
lateral (ângulo de Bennett) e girar a guia 
até que toque a superfície medial do 
côndilo. Observa-se a existência do toque 
com o uso da fita de papel celofane e 
aperta-se o parafuso de fixação. Fica assim 
registrado o ângulo de Bennett esquerdo. 
Seguindo-se os mesmos passos, 
ajusta-se o ângulo de Bennett direito 
usando o registro de lateralidade esquerda. 
Obtêm-se assim os modelos de 
estudo do paciente corretamente montados 
em articulador semi-ajustável e aptos para 
o uso. 
 
Bibliografia consultada: 
 
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oclusão funcional. Traduzido por José dos 
Santos Jr. Guarulhos S.P.: Parma, 1987. 276 p. 
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Traduzido por Silas Cunha Ribeiro. São Paulo: 
Artes Médicas, 1993. 686 p. 
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240 p. 
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traduzido por Milton Edson Miranda. São 
Paulo: Artes Médicas, 1992. 449 p. 
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Janeiro: Interamericana, 1984. 
7. SCHLUGER, S., YUODELIS, R. R., PAGE, R. 
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e inter-relação oclusais e restauradores. Rio de 
Janeiro: Interamericana, 1981. 701 p. 
8. SENCHERMAN, G. et. al. Manual sobre 
neurofisiologia de la oclusion. Bogota, 
Pontificia Universidad Javeriana, 1975. 66 p.

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