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Neurociência na educação infantil

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Neurociência na educação infantil: o que é e por que aplicá-la na escola? 
O que todo educador quer é que seus alunos aprendam. Mas, como é que isso acontece na prática? 
Você já parou para pensar quais são os processos biológicos que ocorrem no cérebro para que 
ele absorva conhecimento? Já pensou em como as emoções e o ambiente externo interferem nesse 
mecanismo? A neurociência pode ajudar a responder a essas perguntas. 
 Ela parte de um campo de estudo muito mais amplo sobre o sistema nervoso, mas em diversos 
momentos toca a área da educação. Ela é capaz de explicar como o cérebro aprende e, por isso, 
pode ser muito útil na construção de estratégias de aprendizagem. 
Pense bem: tudo o que acontece conosco passa pelo nosso sistema nervoso. O que sentimos, a 
forma como agimos e até ações que nem controlamos como levar um susto. O aprendizado também 
passa por lá e está associado a diversas ações comandadas pelo nosso cérebro. A gente nem 
imagina, mas aprender depende de muitos mecanismos internos e pode ser muito diferente de acordo 
com o ambiente. 
É por isso que é tão importante pensar sobre a neurociência na educação infantil. Entender mais sobre 
como o cérebro aprende pode ajudar o educador a fornecer os estímulos certos aos seus alunos, 
assim como evitar aquilo que atrapalha a absorção do conhecimento. 
O que é neurociência? 
É um campo de estudo do sistema nervoso, sua estrutura e funções. A neurociência vai explicar os 
mecanismos que ocorrem no cérebro e sua relação com o nosso comportamento. Por meio dessa 
ciência é possível entender, por exemplo, os sentidos do corpo, ações inconscientes, emoções, 
memória, inteligência, desenvolvimento e envelhecimento do cérebro, doenças e transtornos mentais. 
Ela não pode ser confundida com a Neurologia, que é uma área da medicina que estuda as doenças 
do sistema nervoso. Justamente por relacionar os mecanismos biológicos do cérebro ao nosso 
comportamento, a Neurociência abrange muitas áreas de conhecimento. Veja algumas: 
Neuropsicologia 
Essa área se dedica à relação entre o sistema nervoso e as funções psíquicas. O neuropsicólogo 
lida com questões de cognição, emoções, comportamento e personalidade, sempre associando as 
informações coletadas na clínica aos conhecimentos sobre o funcionamento cerebral. Ele é capaz, 
por exemplo, de diagnosticar e acompanhar tratamentos de transtorno de aprendizagem e de 
comportamento. Alguns mais conhecidos são o Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e 
o Transtorno desafiador de oposição. 
Neurociência cognitiva 
Essa é a área que estuda a capacidade cognitiva dos seres humanos, que está associada à absorção 
e elaboração de conhecimento. Ela faz relação entre o funcionamento do cérebro e o aprendizado 
e considera questões como inteligência, raciocínio, atenção e memória. 
Neurociência comportamental 
Esse campo busca compreender como o comportamento é influenciado por fatores internos e 
externos ao corpo e que são processados pelo cérebro. Aqui se considera questões como emoções, 
sentimentos, vivências armazenadas na memória e aprendizados adquiridos. 
A neurociência na educação infantil 
Se tem uma fase no desenvolvimento humano em que a neurociência ganha destaque é a primeira 
infância. Esse campo de estudo mostra que os primeiros anos de vida do ser humano são uma 
verdadeira janela de oportunidade para a absorção de conhecimento e para o desenvolvimento de 
habilidades. 
É por isso que é tão importante falar sobre neurociência na educação infantil! 
https://educacaoinfantil.aix.com.br/ludicidade/
https://educacaoinfantil.aix.com.br/criancas-com-tdah/
Um dos conceitos mais importantes da neurociência é a plasticidade do cérebro. No livro 
“Neurociência e Educação”, Ramon Cosenza e Leonor Guerra explicam que a plasticidade cerebral é 
a capacidade que o cérebro tem de fazer e desfazer ligações entre os neurônios. 
Essas ligações são “consequências das interações constantes com o ambiente externo e interno do 
corpo”. Na prática, são elas que vão permitir o aprendizado, o raciocínio, o desenvolvimento 
de habilidades. A primeira infância é a fase onde essa capacidade plástica está em sua potência 
máxima. 
Para se ter ideia de como essas ligações acontecem de forma acelerada na primeira infância basta 
comparar o peso do cérebro de um bebê ao longo do seu desenvolvimento. De acordo com os autores 
do livro, no primeiro ano de vida de uma criança o cérebro passa de 400 gramas para 800 gramas. E 
esse peso é só por conta das novas ligações entre os neurônios! 
Se essa é a fase em que o cérebro tem mais capacidade de aprender, então é importante que os 
estímulos sejam adequados e suficientes. Se a escola oferecer poucas oportunidades de aprendizado 
e de desenvolvimento aos alunos, então estará perdendo a maior janela de absorção de 
conhecimento deles. 
Lembre-se: a neurociência nos explica as oportunidades de aprendizado na primeira infância, mas é 
a pedagogia que vai tornar isso prático! 
A emoção no aprendizado 
O cérebro aprende na medida em que somos expostos aos estímulos e conhecimentos. Mas não é 
tão simples assim: ensinou, aprendeu. É que o processo de aprendizado é influenciado por uma série 
de fatores internos e externos, sendo um dos mais importantes a emoção. 
A Nova Escola fala sobre isso em um artigo e cita os pesquisadores Larry Cahill e James McGaugh, 
da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Eles fizeram uma pesquisa com um grupo de 
pessoas, mostrando a elas uma série de imagens. Algumas das imagens tinham caráter emocional e 
outras eram neutras. O estudo concluiu que as pessoas recordavam mais daquelas com caráter 
emotivo. 
A pesquisa mostrou que a emoção está diretamente ligada à memória e pode influenciar no 
aprendizado. Veja o que o neurologista Iván Izquierdo disse ao site nesse artigo: “Quanto mais emoção 
contenha determinado evento, mais ele será gravado no cérebro”. 
A emoção também pode despertar a atenção, outro importante componente para o aprendizado. A 
verdade é que o nosso cérebro não tem capacidade de processar todos os estímulos que recebemos 
diariamente. É por isso que ele desenvolve o mecanismo da atenção para focar no que é mais 
importante e deixar de lado o que for dispensável. 
Mas como o cérebro faz essa escolha do que merece atenção? Sem dúvidas, aquilo que fisgar a 
emoção e a memória do aluno certamente terá mais chances de receber foco. 
Os autores de “Neurociência e Educação” lembram que, da mesma forma que a emoção pode ajudar 
o aluno a aprender, ela pode atrapalhar. Por isso eles aconselham que o ambiente escolar 
seja estimulante e alegre, mas ao mesmo tempo permita o relaxamento e minimize a ansiedade. 
“O conhecimento fornecido pelas neurociências pode indicar algumas direções, ainda que não exista 
uma receita única a ser seguida: o ambiente escolar deve ser estimulante, de forma que as pessoas 
se sintam reconhecidas, ao mesmo tempo em que as ameaças precisam ser identificadas e reduzidas 
ao mínimo”, afirmam. 
 
https://educacaoinfantil.aix.com.br/as-habilidades-do-profissional-do-futuro/
https://novaescola.org.br/conteudo/217/neurociencia-aprendizagem

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