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CLÍNICA DE PEQUENOS ANIMAIS IV (UAM)

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PNEUMOLOGIA 
SISTEMA RESPIRATÓRIO SUPERIOR 
SÍNDROME DO 
BRAQUICEFÁLICO 
A síndrome respiratória do cão braquicefálico é 
caracterizada pela obstrução parcial das vias aéreas 
superiores devido a: estenose de narinas, 
alongamento de palato mole e hipoplasia da 
traquéia. Outros problemas como aumento das 
tonsilas, sáculos laríngeos evertidos, estreitamento 
da glote, colapso de laringe e/ou traquéia também 
fazem parte da síndrome. 
As anormalidades geralmente restringem a 
respiração do animal e podem resultar em asfixia e 
colapso durante excitação ou em situações de 
aquecimento devido ao clima ou atividade física. 
A braquicefalia é a condrodisplasia selecionada 
por criadores e resulta da domesticação. A 
anquilose prematura da cartilagem da base do 
crânio leva ao encurtamento do seu eixo 
longitudinal. Os cães acometidos apresentam a 
relação entre largura e comprimento do crânio maior 
que 0.81. 
As raças Chihuahua, Bulldogue inglês, Cavalier 
King Charles Spaniel, Pug, Boston terrier, Maltes, 
Pequinês, Pincher miniatura, Shi Tzu, Yorkshire e 
Boxer são exemplos de animais braquicefálicos. 
 
FISIOPATOLOGIA 
Em cães normais, as vias aéreas superiores 
respondem por 50 a 70% da resistência aérea total, 
enquanto nos cães braquicefálicos essa 
porcentagem é maior devido às alterações 
congênitas. 
Para inspirar os cães braquicefálicos devem produzir 
um aumento da pressão negativa através do 
aumento do trabalho respiratório distalmente à 
resistência. Com esta pressão negativa, o tecido 
 
 
 
 
 
mole é puxado para o lúmen e torna-se hiperplásico. 
Se a pressão negativa no lúmen for sufi cientemente 
alta, pode exceder a resistência tecidual e causar o 
colapso das estruturas. 
Durante a inspiração, a vibração do palato mole 
alongado é audível e esta estrutura pode fi car presa 
dorsalmente à epiglote, próximo à rima da epiglote e 
determinar o sufocamento. 
Estenose de narina 
É uma condição congênita das quais as aletas 
nasais se encontram fechadas, dificultando assim, a 
entrada de ar pelas narinas. É comum nas raças 
Shitzu e Bulldog Francês. O cão apresenta dispnéia 
inspiratória e o diagnóstico é por inspeção direta. 
Prolongamento de palato 
É a hiperplasia do palato mole. Durante a 
inspiração o palato mole obstrui a entrada de ar da 
glote, gerando um efeito de vácuo nas vias aéreas. 
Este vácuo pode causar alterações em vias aéreas 
superiores levando à eversão de sacos laríngeos e 
vias inferiores e o colabamento de brônquios. 
Comum nas raças Bulldog Inglês e Francês, Pug, 
Cavalier King. 
Hipoplasia de traquéia 
É o tamanho reduzido da traquéia, fazendo com que 
entre menos ar e aumentando a sua pressão. Os 
cães que apresentam essa condição, geralmente, 
possuem dispnéia intensa, ruídos respiratórios e 
alterações ou ausências no latido. 
Eversão dos sacos laríngeos 
A eversão dos sacos laríngeos acontece 
principalmente em animais que apresentam uma 
história de obstrução crónica das vias aéreas 
superiores. A obstrução nasal ou faríngea pré-
existente exige um maior gradiente de pressão para 
que o ar entre nos pulmões, fazendo com que o 
revestimento mucoso dos ventrículos laríngeos fique 
evertido devido à pressão de ar negativa que 
provoca a sucção dos sacos. Isto causa turbulência 
CLÍNICA DE 
PEQUENOS ANIMAIS IV 
e vibração destes tecidos, resultando na formação 
de edema e agravando a obstrução existente. Os 
cães que apresentam essa condição, geralmente, 
possuem dispnéia intensa, ruídos respiratórios e 
alterações ou ausências no latido. 
O diagnóstico é feito por observação direta sob 
sedação ou anestesia ligeira ou endoscopia. Os 
sacos laríngeos evertidos são massas redondas, de 
cor variável desde rosa claro a vermelha, que fazem 
saliência no lúmen laríngeo ventral, rostralmente às 
cordas vocais. 
Alterações gastroesofágicas associadas 
Pode ocorrer disfagia, vômito e regurgitação pelo 
esforço respiratório feito por esses cães 
braquicefálicos. 
 
SINTOMAS 
• Dificuldade na troca de calor (heat stroke) 
• Ofegação e estresse 
• Intolerância ao exercício 
• Dispnéia inspiratória 
• Ronco, cianose e síncope 
 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico é confirmado pela inspeção das 
narinas (que em até 77% dos casos apresentarão 
estenose). 
O exame radiográfico do tórax, poderá mostrar a 
traquéia hipoplásica e alterações secundárias, como 
sinais de pneumonia por aspiração e edema 
pulmonar não cardiogênico. O exame radiográfico 
da laringe poderá revelar aumento de partes moles 
na região. 
A endoscopia/laringoscopia e broncoscopia 
mostrarão prolongamento do palato mole, eversão 
dos sáculos laríngeos, hipoplasia de traquéia e 
prolapso de laringe/ traquéia, além de conchas 
nasais hiperplásicas e displásicas, concha nasal 
rostral aberrante, concha aberrante crescendo 
caudalmente e colapso laríngeo devido à 
laringomalacia (em Pugs), caso estejam presentes. 
 
 
 
TRATAMENTO 
ESTENOSE DE NARINA (PLASTIA DE 
NARINA) 
O paciente é posicionado em decúbito ventral. Com 
o auxílio de uma pinça BrownAdson, é realizada 
uma incisão em forma de “V” ao redor da pinça, com 
lâmina de bisturi número 11. A cunha tecidual é 
removida e reaproximada à área incisionada com 
suturas interrompidas simples com fio absorvível 
sintético multifilamentado. Fazer nos dois lados. 
 
PROLONGAMENTO DE PALATO 
(ESTAFILECTOMIA) 
Usando uma pinça de Allis, cada extremidade da 
porção alongada do palato é forçada para a posição 
normal, é colocada um ponto de apoio com uma 
pinça hemostática reta para orientar o local da 
incisão, com o auxílio de um bisturi. 
A sutura pode ser simples contínua ou simples 
separada com fios monofilamentares. 
EVERSÃO DOS SACOS LARÍNGEOS 
O tratamento é conservador por AIE quando 
inflamados (edemaciado). Apenas operar quando a 
eversão dos sacos laríngeos serem tumorais. 
PÓS-OPERATÓRIO 
• ANTBs (Stormogyl ou Cefalosporinas + 
Metronidazol) 
• AINEs ou AIE 
• Analgésicos (Dipirona e/ou Tramadol) 
• Jejum 
 
 
COLAPSO DE TRAQUEIA 
É uma doença progressiva que se caracteriza pelo 
estreitamento do lúmen interferindo no fluxo de ar 
para os pulmões, causado pela frouxidão do 
músculo traqueal, pela concomitante degeneração 
dos anéis cartilaginosos com as alterações na 
morfologia da cartilagem hialina, 
 O colapso traqueal (CT) pode se apresentar de 
duas formas: dorso-ventral ou lateral. A forma lateral 
é pouco comum, de ocorrência mais frequente após 
o tratamento da forma dorso-ventral, por 
condrotomia. A forma ventro-dorsal está associada a 
um músculo traqueal penduloso. 
 
ETIOLOGIA 
A etiologia é multifatorial: fatores genéticos, 
nutricionais, alérgenos, neurológica, regurgitação de 
mitral, doenças das vias aéreas e degeneração da 
matriz cartilaginosa. 
EPIDEMIOLOGIA 
É relatado em cães de todas as idades, com faixa 
etária média de 7 anos. As raças de cães de 
pequenos porte são predispostas ao colabamento 
da traquéia. Raro em gatos. 
 
SINTOMAS 
• Tosse intermitente 
• Respiração ruidosa (som de ganso) 
• Síncope 
Exame físico 
Os cães que apresentam CT apresentam um bom 
estado geral, mas na maioria das vezes, são 
obesos. O padrão respiratório pode estar normal ou 
alterado, pois depende do esforço respiratório feito 
pelo cão. A palpação da traquéia pode ser feita para 
a reprodução de tosse, o que indica sensibilidade 
traqueal inespecífica. A auscultação da traquéia 
pode revelar sons estridores na 
inspiração/expiração. 
DIAGNÓSTICO 
RX 
O CT ocorre, na maioria das vezes, na junção 
cérvico-torácica. Fazer imagens de RX da porção 
cervical e torácica. 
ENDOSCOPIA 
É o exame padrão ouro para diagnóstico. 
 
 
TRATAMENTO 
CLÍNICO 
• Emagrecimento se o animal for obeso 
• AIE 
• Aintussígenos 
• ANTBs em casos de infecções secundárias 
CIRÚRGICO (STENT TRAQUEAL) 
É indicado para animais que apresentam os graus IIIe IV de CT. A colocação do stent é realizado por 
meio de endoscopia ou fluroscopia. É uma técnica 
minimamente invasiva e de melhora clínica imediata. 
 
 
PARALISIA DE LARINGE 
A paralisia de laringe (PL) consiste na perda da 
capacidade de abdução das cartilagens aritenóides 
durante a inspiração. 
ETIOLOGIA 
Pode ser congênita, ocorrendo geralmente em 
animais jovens (Golden Retriver e Labrador 
Retriver). Também pode ser adquirida, por traumas, 
causas iatrogênicas ou em decorrência de 
neoformações cervicais ou intratorácicas, doenças 
neuromusculares imunomediadas, endocrinopatias 
(hipotireoidismo), intoxicação, polimiopatia e 
polineuropatia idiopática progressiva. Ocorre um 
déficit neuromuscular de diferentes gradientes e, 
portanto, com gravidade clínica variável, 
acometendo a inervação laringeana e 
comprometendo, principalmente, o tônus das 
aritenoides e cordas vocais. Distúrbios de deglutição 
e complicações pulmonares secundários podem 
estar presentes. 
A PL também pode ser adquirida como resultado de 
lesão a nível dos nervos laríngeos recorrentes ou 
dos músculos intrínsecos da laringe, associado a 
uma polineuropatia, polimiopatia, trauma acidental 
ou iatrogénico, massas intratorácicas ou 
extratorácicas. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Na maioria dos casos, é diagnosticada em cães de 
raça grande a gigante e idade avançada, podendo, 
contudo, surgir em raças pequenas. 
 
SINTOMAS 
• Alterações no timbre e latido 
• Tosse por traqueíte ou traqueobronquite 
• Respiração com som de “cerrote” 
 
DIAGNÓSTICO 
LARINGOSCOPIA 
O diagnóstico definitivo da PL é feito através da 
laringoscopia. Para facilitar a manipulação oral é 
necessário submeter o animal a um plano 
anestésico superficial, contudo uma excessiva 
administração de anestésico pode inibir os 
movimentos laríngeos e conduzir a falsos positivos. 
O protocolo recomendado é o uso de acepromazina, 
opioide e indução por máscara com Isoflurano. 
 
TRATAMENTO 
CRISES RESPIRATÓRIAS EM EMERGÊNCIA 
• Sedação e/ou oxigenioterapia 
• Anestesia geral 
• Entubação 
• Ventilação mecânica 
• Traqueostomia de retorno 
CIRÚRGICO: 
CRICOARITENÓIDEPEXIA 
(LATERALIZAÇÃO DA ARITENÓIDE) 
Para esta técnica cirúrgica o paciente deve ficar 
posicionado em decúbito dorsal ou lateral. Faz-se a 
incisão da pele sobre a laringe, ventral à veia 
jugular. Afastam-se os tecidos subcutâneos, 
músculo subcutâneo do pescoço e os músculos 
parótido-auriculares. Para expor a laringe deve-se 
afastar o músculo esternocefálico e a veia jugular, 
dorsalmente, e o músculo esternoióideo, 
ventralmente. Incisa-se o músculo tirofaríngeo ao 
longo da margem dorsolateral da lâmina da 
cartilagem tireóidea. Deve-se identificar o músculo 
cricoaritenóideao dorsal e depois desarticular a 
articulação cricotireóidea. Palpa-se, identifica-se e 
desarticula-se a articulação cricoaritenóidea, no 
nível do processo muscular. Com a tesoura 
Metzenbaum, transecciona-se o ligamento 
interaritenóideo, entre os dois processos 
corniculados, com cuidado para não perfurar a 
mucosa da laringe. Passa-se o fio através do 
processo muscular e da face mais caudodorsal da 
cartilagem tiróidea. As suturas do processo muscular 
à cartilagem tireóidea tendem a puxar o músculo 
aritenóide lateralmente, ao passo que as suturas do 
processo muscular à cartilagem cricóide tendem a 
rotacionar o músculo aritenóide lateralmente. 
Amarra-se o fio com uma tensão suficiente para 
abduzir moderadamente a cartilagem aritenóidea. 
Para finalizar o procedimento deve-se avaliar a 
abdução por via intra-oral. Sobrepõe-se o músculo 
tirofaríngeo com sutura contínua simples ou 
cruzada, e por último sobrepõe-se os tecidos 
subcutâneos e a pele 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO INFERIOR 
PNEUMOTÓRAX 
É o acúmulo de ar na cavidade torácica e o 
pulmão (espaço pleural). A entrada de ar no 
espaço pleural se dá através da punção errada da 
pleura visceral, da ruptura da parede torácica, por 
invasão de ar mediastinal e por ruptura do 
diafragma. A severidade dos sintomas está 
associada com o volume de ar e com a perda de 
pressão negativa. 
O pneumotórax é classificado em aberto ou fechado 
e, em relação a sua origem, pode ser: traumático 
(atropelamento, brigas, queda etc.), iatrogênico 
(barotrauma, intubação traqueal, perfuração de lobo 
em toracocentese etc.) e espontâneo (neoplasias, 
cistos, abscessos e granulomas). A maioria dos 
pneumotórax em cães e gatos é de origem 
traumática, podendo ser aberto ou fechado. 
CLASSIFICAÇÃO: 
PNEUMOTÓRAX ABERTO 
Ocorre quando o ar entre do meio externo para a 
cavidade torácica por lesão traumática penetrante 
por ferimento de arma branca, arme de fogo, 
mordida o condições que contribuem para a entrada 
de ar para o interior da cavidade torácica. 
PNEUMOTÓRAX FECHADO 
É o acúmulo de ar na cavidade pleural vinda do 
próprio sistema respiratório, tais como: laceração do 
parênquima pulmonar, árvore brônquica ou esôfago. 
 
DIAGNÓSTICO 
ANAMNESE 
O animal traumático é relatado pelo proprietário, ele 
geralmente se encontra com lesões pós-traumáticas 
e dificuldade respiratória. 
EXAME FÍSICO 
A presença de ar na cavidade torácica causa 
dispnéia, taquipneia e ansiedade. 
O animal com pneumotórax pode conter hemorragia 
cutânea, enfisema subcutâneo, corpo estranho 
penetrante, presença de ferida com efeito de sucção 
ou abertura costal, além de costelas fraturadas, 
tórax paradoxal e respiração abdominal. 
Auscultação: 
Os sons respiratórios estão diminuídos, as bulhas 
cardíacas abafadas e constata-se timpanismo na 
percussão. 
RX 
A radiografia de um pneumotórax indicará o 
aumento no espaço pleural, preenchimento por ar, 
colabamento parcial do pulmão e afastamento de 
suas bordas da parede costal (coração flutuante). 
Pode haver ainda: bolhas de ar de origem 
traumática, áreas de contusão, objetos estranhos 
radiopacos e sinais trauma (efusão pleural e fraturas 
de costelas). 
O estudo radiográfico deve ser feito até que o ar 
seja drenado por meio da toracocentese bilateral. 
 
TRATAMENTO 
TORACOCENTESE 
A toracocentese é realizada como um diagnóstico 
terapêutico. 
Ela deve ser feita com o paciente em decúbito lateral 
ou esternal, já com tricotomia e anti-sepsia no local 
da punção. Utilizar um cateter calibroso, equipo, 
torneira de 3 vias e luvas estéreis. A punção é feita 
dorsalmente ao tórax entre o 7°, 8° ou 9° EIC e 
caudal ao EIC (tomar cuidado com o plexo 
braqueal). Pode ser feito o bloqueio paracostal. 
Realizar 3-4 toracocenteses num espaço de 24h até 
que não saia mais ar na punção. Caso a pressão 
não seja estabelecida pela toracocentese, colocar 
um dreno torácico. O dreno torácico deve ser 
colocado 11° EIC.O dreno torácico pode ser 
conectado num selo d’água, mas só é funcional em 
animais com mais de 10kg. 
CIRÚRGICO 
Toracotomia para exploração de lesões internas 
e/ou reconstrução do tórax. Realizar o teste de 
borracheiro. 
 
 
 
 
 
PERSISTÊNCIA DO DUCTO 
ARTERIOSO (PDA) 
A persistência do dueto arterioso (PDA) é o 
defeito cardíaco congênito mais frequentemente 
encontrado em cães. Com relação aos gatos, pode-
se afirmar que sua ocorrência seja rara. 
É uma doença que acomete filhotes das raças 
Maltês, Lulu da Pomerânia, Chihuahua, Pastor de 
Shetland, English Springer Spaniels, Keeshound, 
Bichon Frisé, Poodle e Yorkshire Terrier, 
observando-se mais predisposição em fêmeas 
puras. 
O ducto arterioso é um vaso derivado do sexto 
arco aórtico esquerdo existente durante a vida fetal, 
que conecta o tronco pulmonar à aorta, fechando-se 
após o nascimento pela reorganização histológica 
da parede do ducto, quando então passa a ser 
chamado de ligamento arterioso. O fechamento do 
ducto arterioso é feito logo após o parto pela tensão 
de O2 que leva a inibição das prostaglandinas 
locais, promovendo a oclusão funcional do ducto e, 
mais tardiamente,progredindo para o fechamento 
anatômica nas próximas semanas de vida. 
 
Durante a vida fetal, a pressão na artéria pulmonar é 
maior que a pressão sistêmica, o que direciona 
naturalmente o fluxo sanguíneo no interior do ducto 
arterioso da direita para a esquerda. Após o 
nascimento, a resistência vascular sistêmica 
repentinamente aumenta devido à eliminação da 
baixa resistência da circulação placentária. 
Concomitantemente, a resistência vascular 
pulmonar diminui devido à expansão dos alvéolos e 
do efeito do aumento da pO2 causando dilatação 
vascular pulmonar. Nessas condições, caso o dueto 
arterioso persista, observa-se a forma clássica de 
PDA, com desvio do fluxo sanguíneo da aorta para o 
tronco pulmonar. 
Tal desvio vai resultar em contínuo sopro cardíaco, 
aumento do fluxo pulmonar e aumento do retomo 
venoso para o átrio e o ventrículo esquerdos. Tanto 
na aorta quanto no tronco pulmonar, dependendo da 
forma de persistência de dueto, pode-se encontrar 
dilatação destas estruturas. 
A persistência do dueto arterioso pode resultar em 
duas condições clínicas distintas: primeiramente, se 
aquele permanecer patente com resistência vascular 
pulmonar normal ou próximo ao normal, a pressão 
suprasistêmica vai se sobrepor à pressão no tronco 
pulmonar e será criado a persistência do ducto 
arterioso clássica (PDAc), com desvio da aorta 
para o tronco pulmonar. Caso a resistência vascular 
pulmonar fetal seja mantida, a pressão no tronco 
pulmonar será próxima ou excederá a pressão na 
aorta. O resultado desse processo será traduzido 
por desvio bidirecional ou desvio do tronco pulmonar 
para a aorta, denominada de persistência do ducto 
arterioso reverso (PDAr). 
Independente do tipo de PDA, o defeito localiza-se 
caudalmente ao tronco braquiocefálico e à artéria 
subclávia esquerda. 
Na PDAc é comum observar o quadro de cianose na 
metade c.audal do corpo do animal visualizado 
principalmente na mucosa vaginal ou peniana. Na 
PDAr, observa-se poJicitemia secundária em 
resposta ao aumento da eritropoetina devido à 
hipoxemia crônica. Uma das conseqüências 
hemodinâmicas desta policitemia é o aumento da 
viscosidade sanguínea, levando ao quadro de 
insuficiência cardíaca congestiva ou trombose 
intravascular, com infarto de vários órgãos. A PDAc 
é mais comumente encontrada do que a PDAr, além 
de ser menos grave. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SINTOMAS 
PDAc: 
• Podem ser sintomáticos ou assintomáticos 
• Intolerância ao exercício e tosse 
• Fraqueza nos membros pélvicos e retardo no 
crescimento 
PDAr: 
• Dispnéia, apatia e sincope 
• Intolerância ao exercício 
• Fraqueza nos membros pélvicos e retardo no 
crescimento 
EXAME FÍSICO 
• Auscultação cardíaca com sons maquinários 
(sopro) - múrmuro de Gibson 
• Frêmitos palpáveis no tórax 
• Auscultação pulmonar com crepitação em 
casos de edema pulmonar 
• Pulso hipercinético (martelo d’água) com 
rápida saída de sangue da aorta e queda de 
pressão em diástole 
• Cianos presente em mucosas caudais 
 
 
DIAGNÓSTICO 
RX 
Na PDAc encontra-se hipervascularização 
pulmonar, aumento ventricular e atrial esquerdo, 
dilatação dos vasos pulmonares e edema alveolar e 
intersticial, como também pode ser notado aumento 
ventricular direito. 
Já os achados radiográficos da PDAr restringem-se 
à dilatação do tronco pulmonar e artérias lobares 
principais, além de hipertrofia ventricular direita. 
ECG 
Constata-se, nos casos de PDAc, taquicardia 
sinusal, aumento atrial esquerdo identificado pelo 
aumento da duração das ondas P e dilatação 
ventricular esquerda, demonstrado por eixo frontal 
normal e ondas Qe R com maior voltagem nas 
derivações cramocaudais lI, me aVF. 
Para o caso de PDAr, poucos são os achados 
eletrocardiográfícos, ficando restritos à taquicardia 
sinusal, desvio de eixo que sugere déficit no sistema 
de condução e hipertrofia ventricular direita. 
ECO 
Para o PDAc pode-se visualizar aumento atrial 
esquerdo, dilatação e hipertrofia ventricular 
esquerda, fluxo turbulento de ejeção da aorta, além 
de poder elucidar o diâmetro e comprimento do 
ducto. 
Com exame dopplercardiográfico é possível 
identificar a direção do fluxo no ducto arterioso e a 
presença de insuficiência pulmonar em casos de 
PDAr. Nestes casos de PDAr notam-se hipertrofia 
ventricular direita e dilatação do tronco da pulmonar. 
HEMOGRAMA 
Alterações laboratoriais normalmente não são 
encontradas no quadro de PDAc. No entanto, 
quando o caso se refere a PDAr, comumente 
encontra-se policitemia em resposta ao aumento da 
eritropoetina devido à hipoxemia crônica. 
 
TRATAMENTO 
CIRÚRGICO: 
LIGADURA DIRETA DO DUCTO ARTERIOSO 
O animal é posicionado em decúbito lateral direito e 
submetido à preparação de campo cirúrgico. 
Realiza-se toracotomia intercostal esquerda, no 
quarto espaço intercostal. Posiciona-se o afastador 
de Finochietto prosseguindo com o rebatimento 
caudal dos lobos pulmonares com gaze umedecida 
para expor a área referente ao dueto arterioso, na 
qual será incisado o saco pericárdico paralelamente 
e dorsal ao nervo frênico. 
O nervo vago posiciona-se dorsalmente ao ducto 
arterioso persistente, devendo ser identificado e 
reparado durante a dissecção do ducto. A técnica 
mais utilizada na correção da PDAc é a dissecção 
do ducto arterioso e sua posterior dupla ligadura. 
Para proceder a dissecção ao redor do ducto 
arterioso utilizam-se pinça Mixter ou pinça de 
Meeker reta. Nos casos de animais de pequeno 
porte, pode-se utilizar uma pinça Halsted para 
realizar a dissecção bem como para a passagem do 
fio. 
Com a própria pinça Mixter ou com a utilização de 
um carreador de ligadura medialmente ao ducto 
arterioso é passado fio de sutura (polipropileno 4-0 
ou seda I-O) de modo que, após a retirada da pinça, 
o fio posicione-se junto ao dueto, em sua face 
mediaI. Normalmente são realizadas duas laçadas 
para reduzir o risco de recanalização, sendo 
primeiramente ligada à região do ducto próximo à 
aorta. Neste momento, a pressão arterial aumenta 
significantemente, concomitante com a redução na 
freqüência cardíaca (reflexo de Branham). O tronco 
pulmonar diminui seu tamanho, e após um a dois 
minutos é aplicado o nó à segunda ligadura, próximo 
ao tronco pulmonar. 
Finalizada a ligadura do ducto, coloca-se dreno 
torácico temporário do tipo selo d'água de modo a 
restabelecer pressão negativa intratorácica. 
Procede-se a seguir a toracorrafia, com 
aproximação dos arcos costais e sutura de músculos 
de parede torácica e pele. Com a estabilização 
mecânica da ferida cirúrgica, aplicam-se curativos 
estéreis compressivos na região. 
Cuidados pós-operatórios devem ser tomados, 
principalmente para controlar a dor por meio de 
analgésicos, além de curativo na ferida cirúrgica, 
atentando para que aquele não dificulte o trabalho 
respiratório do animal. 
A sutura realizada na pele do animal é retirada entre 
sete e dez dias após o ato operatório. 
Nos casos de PDAr, a correção cirúrgica por meio 
de ligadura e fechamento do ducto é contraindicada. 
Tal circunstância decorre do fato de que o ducto 
atua como uma valva de alívio, prevenindo o 
excesso de pressão sistêmica sobre o coração 
direito. Caso o ducto seja ligado, acentuada 
hipertensão pulmonar vai culminar em sobrecarga 
da porção direita e conseqüente insuficiência 
cardíaca. Portanto, o tratamento consiste em 
cuidados de manejo com o animal, mantendo-o em 
repouso, evitando situações de estresse e 
restringindo exercícios. Deve-se também manter o 
hematócrito entre 62 e 68%. Pode-se proceder a 
flebotomia, porém, sempre mediante infusão 
contínua de soluções cristalóides. 
EMBOLIZAÇÃO DO DUCTO POR 
CATETERISMO 
• Coil® 
• Amplatz® 
 
 
ORTOPEDIA 
ANATOMIA E FISOLOGIA 
BÁSICA 
O tecido ósseo é uma variação do tecido conjuntivo, 
por usa vez, ele é mineralizado, conferindo rigidez,resistência e proteção. Tem função e bioquímica e 
metabólica pelo armazenamento de substâncias 
como o íons de cálcio e fósforo, produção de 
eritrócitos e vitamina D. 
O tecido ósseo é constituído por 70% de 
componentes inorgânicos e 30% de componentes 
orgânicos. 
Os ossos são classificados em: longos, curtos, 
laminares e irregulares. 
 
 
CÉLULAS: 
OSTEOBLASTOS 
São células diferenciadas que produzem a matriz 
óssea, secretando colágeno e a substância 
fundamental, que constituem o osteóide e situam-se 
em aposição ao osso em formação. Essas células 
também participam da calcificação da matriz, 
através da secreção de pequenas vesículas ricas 
em fosfatase alcalina para o interior desta, durante o 
período em que a célula está produzindo a matriz 
óssea. Além disso, durante o crescimento ósseo e 
talvez durante a remodelagem do osso adulto, os 
osteoblastos secretam vesículas ricas em Ca para o 
osteóide em calcificação. 
OSTEOCLASTOS 
São responsáveis pela reabsorção óssea. 
 
 
OSSIFICAÇÃO 
A formação, desenvolvimento e crescimento dos 
ossos são realizados através de dois mecanismos 
distintos: a ossificação intramembranosa e a 
ossificação endocondral. Estes dois processos de 
osteogénese diferem, essencialmente, pela 
ausência ou presença de uma fase cartilagínea, 
revestindo-se de grande importância. 
OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA 
Na ossificação intramembranosa, caraterística dos 
ossos que formam a maioria do esqueleto crânio-
facial. As células mesenquimatosas indiferenciadas 
proliferam, agrupam-se e diferenciam-se, formando 
regiões condensadas de natureza conjuntiva, nas 
áreas de mesênquima, onde irão surgir os futuros 
ossos. Sob a influência de fatores intrínsecos 
(genéticos) e locais (epigenéticos), estas células 
começam a sintetizar uma matriz orgânica, bastante 
laxa, contendo numerosos vasos sanguíneos, sendo 
possível observar o aparecimento dos primeiros 
fibroblastos e células osteoprogenitoras. 
As células osteoprogenitoras diferenciam-se, 
rapidamente, em osteoblastos começando a formar 
espículas de matriz osteóide que depois se 
mineraliza. A confluência de vários destes centros 
de ossificação tem como resultado o 
desenvolvimento de uma estrutura entrelaçada de 
trabéculas ósseas, envolvidas por periósteo, que 
apresentam entre si amplas cavidades ocupadas por 
tecido conjuntivo laxo e tecido hematopoiético em 
desenvolvimento, originando um osso primário com 
caraterísticas de imaturidade. Com o aparecimento 
dos osteoclastos, o tecido ósseo imaturo é 
gradualmente reabsorvido e substituído por tecido 
ósseo maduro ou lamelar 
OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL 
A ossificação endocondral é o principal mecanismo 
responsável pela formação e crescimento dos ossos 
longos das extremidades, bem como de vértebras e 
costelas. 
Nos locais onde serão formados os ossos, por 
ossificação endocondral, as células 
mesenquimatosas indiferenciadas iniciam um 
processo de proliferação, condensação e 
diferenciação em condroblastos que, sintetizando 
uma matriz cartilagínea e evoluindo para 
condrócitos, formam um modelo em cartilagem 
hialina com o aspecto do futuro osso. 
O mecanismo de ossificação endocondral, 
propriamente dito, começa na superfície da região 
média do modelo cartilagíneo, quando as células 
mesenquimatosas, adjacentes ao pericôndrio da 
cartilagem, se diferenciam em osteoblastos, 
passando a sintetizar uma matriz orgânica que, 
posteriormente, se mineraliza. 
 
LEI DE WOLFF 
Segundo a lei de Wolff, a tensão imposta aos ossos 
gera modificações em seu tamanho, forma e 
densidade. Quando um osso é estimulado 
mecanicamente há aumento da atividade 
osteoclástica na área pressionada e aumento da 
atividade osteoblástica da área contralateral 
Por exemplo, o treinamento físico gera estímulos 
para aumentar a captação de cálcio pelos 
osteoblastos. Assim, pela deformação óssea e pela 
lei de Wolff, ocorre aumento da densidade mineral 
óssea com a realização de exercícios. 
 
 
EXAME ORTOPÉDICO 
PALPAÇÃO 
A palpação é feita de forma distal para proximal, 
buscando-se pontos de dor, crepitação, aumento de 
volume, aumento de temperatura, instabilidade 
óssea e assimetria óssea e/ou muscular. 
INSPEÇÃO 
A etapa subjetiva tem seu início pela avaliação da 
caminhada do paciente, de preferência em espaço 
aberto. Recomenda-se que esta avaliação seja 
realizada fora do ambiente do consultório, com 
exceção dos felinos que devem ser avaliados no 
interior do consultório ou em ambientes fechados. 
Durante esta caminhada, questionamentos sobre o 
que está acontecendo com o paciente devem ser 
feitos. 
No primeiro momento o paciente deve ser avaliado 
caminhando lentamente, a fim de que seja possível 
identificar claudicações e alívio de peso. Solicitar 
que o animal fique em estação e sentado são ótimas 
alternativas para esta fase inicial do exame. Pode-se 
evidenciar deslocamento do eixo do corpo para um 
dos lados, normalmente associado a tremores 
musculares por fraqueza. 
Após esta etapa, a caminhada rápida ou trote 
permitem boa avaliação de algumas alterações. 
Também é importante fazer que o paciente suba e 
desça escadas ou rampas, deite e levante-se. 
Os pacientes com dor e claudicação do membro 
torácico, fazem um balançar da cabeça para cima e 
para baixo, a fim de diminuir a carga sobre o 
membro afetado levantando a cabeça quando o 
membro torácico toca ao solo 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
O exame complementar básico na ortopedia é o 
raio-X, é necessário sempre pedir duas projeções 
da imagem para melhor contemplação. O uso da TC 
e da RM depende do caso do paciente. 
 
 
 
 
 
FRATURAS 
Fraturas ósseas são situações em que há perda da 
continuidade óssea, geralmente com separação de 
um osso em dois ou mais fragmentos após 
um traumatismo. 
As fraturas ósseas são o resultado de uma 
sobrecarga única ou múltipla, com uma magnitude 
que excede o limite suportado pelo osso. O efeito 
mecânico de uma fratura consiste primariamente 
numa perda da continuidade óssea, levando a uma 
mobilidade patológica, perda da função de suporte 
ósseo e o aparecimento de dor. 
BIOMECÂNICA DAS FRATURAS 
“Quando uma força é aplicada sobre um objeto, em 
uma direção oposta, o objeto se deforma do estado 
original”. 
𝑭 = 𝒎 𝒙 𝒂 
Quanto maior a energia colocada no ponto da 
fratura, mais traumática ao osso será a lesão, além 
do dano aos tecidos adjacentes. 
Fraturas de baixa velocidade costumam ser 
fraturar simples e pouco danosas aos tecidos 
adjacentes. As fraturas de alta velocidade, pelo 
contrário, são muito traumáticas, causando múltiplas 
linhas de fratura e danosas aos tecidos adjacentes. 
TIPOS DE DEFORMIDADE: 
DEFORMIDADE ELÁSTICA 
Quando uma força é aplicada a um objeto 
bloqueado, este se deforma. Se a deformação é de 
tal ordem que quando removida o objeto reassume 
posição e conformação original, denomina-se 
"deformação elástica". 
DEFORMIDADE PLÁSTICA 
Quando a carga é aplicada até o ponto em que o 
objeto não é mais capaz de reverter sua forma 
original, têm-se o "ponto de quiescência". A 
deformação permanente é denominada "deformação 
plástica" 
PONTO DE FRATURA 
A continuidade da aplicação da carga, obtém-se o 
"ponto de fratura". Dessa maneira, tem-se que 
fraturas em ossos ocorrem quando a carga aplicada 
sobre determinada região do tecido ósseo supera 
sua capacidade de resistência. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Osso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Traumatismo
FORÇAS DA FRATURA 
ARQUEAMENTO 
É um tipo de força que exerce uma tensão de um 
lado da estrutura e compressão no ponto média do 
lado contrário da estrutura 
TRAÇÃO 
É um tipo de carga que tende a torcer um osso. 
Acontece quando uma força tende a girar um osso 
em torno do seu eixo longitudinal estando uma de 
suas extremidades fixas (ou impedida de girar 
livremente). Deve-se a um momento (torque) emum 
plano perpendicular ao eixo longitudinal do osso 
CISALHAMENTO 
É um tipo de carga que tende a provocar um 
deslizamento (ou deslocamento) de uma parte de 
um osso sobre outra (ou de um osso sobre outro). 
AXIAL: 
COMPRESSÃO 
Pode ser entendida como um aperto. É um tipo de 
carga que, atuando axialmente sobre um osso, 
tende a diminuir o seu comprimento e aumentar seu 
diâmetro. Quanto maior a carga de compressão, 
mais tecido deve ter o osso para suportá-la. 
TENSÃO/DISTRAÇÃO 
É o contrário da compressão. Os vetores de força 
saem do centro da estrutura, seguindo para as 
extremidades. 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
CAUSA 
TRAUMA 
Qualquer tipo de fatura óssea traumática. 
PATOLÓGICAS 
Ocorre por uma doença óssea primária, afetando a 
estrutura óssea e o enfraquecendo. Por exemplo: 
hiperparatireoidismo, neoplasia, cistos, 
osteomilielites, nutricionais e osteoporose. 
COMUNICAÇÃO COM O MEIO EXTERNO 
FECHADA 
As fraturas fechadas (internas) são aquelas nas 
quais os ossos permanecem no interior do membro 
sem perfurar a pele. Pode, entretanto, romper um 
vaso sanguíneo ou cortar um nervo. 
ABERTAS 
As fraturas abertas (expostas) são aquelas em 
que os ossos quebrados saem do lugar, rompendo a 
pele e deixando exposta uma de suas partes, que 
pode produzida pelos próprios fragmentos ósseos 
ou por objetos penetrantes. Pode causar infecções. 
As fraturas abertas são classificadas de acordo com 
a intensidade de energia no local, podendo ser Grau 
I, II ou III. 
• Grau I - Fraturas de baixa energia, são 
fraturas de traço simples e de lesões de 
dentro para fora. Quem lesiona a pele é o 
próprio osso. São fraturas < 1cm, os tecidos e 
órgãos adjacentes estarão poucos 
comprometidos. Comum em ossos de pouco 
recobrimento muscular (rádio, ulna, tíbia e 
fíbula). 
• Grau II - Fraturas de média energia, são 
fraturas de traço simples ou múltiplas. A 
fratura é feita pelo próprio trauma, causando 
a exposição óssea. São fraturas > 1 cm, os 
tecidos e órgãos adjacentes estarão um 
pouco comprometidos. Essas fraturas podem 
contêm corpos estranhos. 
• Grau III - Fraturas de alta energia. Há muito 
comprometimento dos tecidos e órgãos 
adjacentes, podendo haver necrose do tecido 
muscular e ósseo. 
 
 
LOCALIZAÇÃO 
A localização das fraturas está relacionada ao osso 
atingido, no osso, as fraturas podem estar na região 
de epífase, metáfise ou diáfise, ou até nas fises de 
crescimento ou na cartilagem articular do osso. 
 
 
 
MORFOLOGIA 
COMPLETAS 
Quando ambas as corticais estão fraturadas, o osso 
sofre descontinuidade total. 
• Simples - apenas um osso é afetado 
• Múltipla - existem dois ou mais fragmentos no 
mesmo osso sendo possível a sua 
reconstrução 
• Cominutiva - há numerosos fragmentos 
INCOMPLETA 
Quando apenas uma das corticais está fraturada. 
Atravessa apenas uma parte do osso, é uma fratura 
com um pequeno desvio. 
GALHO VERDE 
O osso se deforma, mas não ocorre a fratura. É a 
flexão excessiva do membro. Comum em filhotes 
pela imaturidade óssea. Fratura de fácil reparação. 
FISSURA 
Consiste numa fratura parcial do osso, quando ele 
não quebra totalmente, havendo somente uma 
rachadura. 
 
 
 
 
DIREÇÃO 
TRANSVERSA 
O osso se fratura transversalmente (em 90°) em 
relação ao eixo. 
OBLÍQUA 
A fratura cresce na diagonal. 
ESPIRAL 
Fratura por força rotacional. Fratura onde um 
pedaço do osso é girado. O osso tende ir à diáfise. 
SEGMENTADA 
Fratura dupla com duas linhas de fratura, que isola 
um segmento distinto do osso 
COMPRESSÃO 
São fraturas que diminuem a altura do corpo. 
AVULSÃO 
Ocorre próximo às articulações. A própria 
articulação faz compressão no osso. Uma forte 
contração muscular separa o tendão do osso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALTER-HARRIS 
Utilizada para classificar fraturas ósseas que afetam 
a cartilagem de crescimento do osso. Usado em 
fraturas de animais em crescimento. Após o 
crescimento completo do osso essa classificação 
não será mais utilizada. 
• I - Fratura transversa através da placa de 
crescimento (fise) 
• II - Fratura através da placa de crescimento e 
metáfise, mas poupando a epífise 
• III - Fratura através da placa de crescimento e 
epífise, mas poupando a metáfise 
• IV - Fratura atravessa todos os três elementos 
do osso (placa de crescimento, metáfise e 
epífise) 
• V - Fratura compressiva da placa de 
crescimento (que resulta em uma diminuição 
na percepção do espaço entre a epífise e 
diáfise no RX 
• VI - Fratura compressiva de um lado e, no 
outro lado, um aumento da linha de 
crescimento, fazendo uma zona de tensão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTABILIDADE E REDUÇÃO 
ESTABILIDADE: 
ESTÁVEL 
Fraturas que não perderam o alinhamento ósseo, 
essas fraturas ainda possuem um componente 
alinhador. Por exemplo, fratura de tíbia e fíbula 
íntegra. 
INSTÁVEL 
Fraturas que perderam o alinhamento ósseo. Por 
exemplo, fratura completa de fêmur. 
 
REDUÇÃO: 
REDUTÍVEL 
Fraturas em que só é possível prevenir a 
deformidade angular e rotação. É possível 
reconstruir a coluna óssea, faz-se uma redução 
anatômica para reconstruir o formato ósseo. 
NÃO-REDUTÍVEL 
Fraturas em que só é possível manter o eixo 
longitudinal e alinhamento. Não é possível 
reconstruir a coluna óssea, por exemplo: fraturas 
cominutivas. 
 
 
CICATRIZAÇÃO ÓSSEA 
CONSOLIDAÇÃO PRIMÁRIA 
A consolidação primária ocorre a partir do 
tratamento cirúrgico, na qual é realizado uma 
redução anatômica da fratura com a fixação rígida 
dos fragmentos. Na consolidação primária não há a 
formação de calo ósseo. 
A fratura irá se consolidar pelo contato direto das 
corticais dos fragmentos, ocorrendo uma série de 
respostas: proliferação dos canais de Havers 
(ósteons), seguida pela proliferação dos 
osteoclastos que formarão túneis ósseos pelos quais 
seguirão os capilares, células mesenquimatosas e 
os osteoblastos que, pelo processo de remodelação 
Haversiana, originará o tecido ósseo lamear e 
concêntrico. 
 
 
 
CONSOLIDAÇÃO SECUNDÁRIA 
FASE 1 - HEMORRÁGICA 
Ocorre a formação de um coágulo hemorrágico 
pelos próprios vasos do osso fraturado para dar 
início à resposta inflamatória. Essa fase ocorre nos 
primeiros 7 dias da lesão. 
FASE 2 - INFLAMATÓRIA 
Os vasos sanguíneos danificados conduzem à 
formação de um hematoma, com a finalidade de 
ocluir a circulação sanguínea ao local de ferimento. 
Tal oclusão da circulação sanguínea conduz à 
necrose do osso e subsequentemente, a liberação 
de citocinas inflamatórias para dar início a 
angiogênese e ativação de osteoclastos e 
macrófagos para remoção de tecido morto. Essa 
fase ocorre junto à fase hemorrágica. 
FASE 3 - FORMAÇÃO DO CALO 
FIBROCARTILAGINOSO 
Em consequência da angiogênese que promove o 
suprimento de fibroblastos ao local do ferimento, 
ocorre a formação de um calo mole ou 
fibrocartilaginoso. Os fibroblastos segregam o 
colágeno para conectar temporariamente as 
extremidades quebradas do osso, e as células 
osteogênicas se diferenciam em condroblastos. 
Essa fase ocorre na 2°-3° semana da fratura. 
FASE 4 - FORMAÇÃO DO CALO ÓSSEO 
A cura da fratura continua com a evolução do calo 
macio em um calo duro, ósseo. Este processo é 
iniciado pela diferenciação de células osteogênicas 
em osteoblastos no tecido revascularizado do osso. 
Os osteoblastos iniciam a ossificação 
intramembranosa, substituindo o calo mole com uma 
rede de trabéculas de osso que liga o osso em 
desenvolvimento a fragmentos de osso necrosado. 
Essa fase ocorre na 4°-6° semana da fratura. 
FASE 5 - REMODELAMENTO ÓSSEO 
A fase final é a de remodelação óssea onde os 
osteoclastos continuam a remover tecido ósseo 
necrótico para acomodar o osso recém-formado. 
Simultaneamente, os osteoblastos substituem o 
osso trabecular por osso compacto através de 
ossificação endocondral. A única marca deixada doreparo ósseo é uma área espessa na superfície do 
osso sem a presença de cicatriz fibrótica. 
 
 
 
 
 
 
 
REDUÇÃO DA FRATURA 
É o reposicionamento dos fragmentos ósseos para 
que, posteriormente, haja a estabilização da fratura. 
As reduções podem ser fechadas ou abertas. 
REDUÇÃO FECHADA 
É a possibilidade de um tratamento conservador ou 
cirúrgico. Na redução fechada ocorre o 
reposicionamento ósseo sem abrir a pele e sem 
expor o foco da fratura. 
É indicado para fraturas alinhadas, fraturas em galho 
verde, fraturas cominutivas e fraturas abaixo do 
cotovelo e joelho. 
REDUÇÃO ABERTA 
É o tratamento cirúrgico, é feito um acesso no local 
da fratura para a redução da mesma. 
É indicado em fraturas articulares, fraturas 
anatomicamente redutíveis e fraturas cominutivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODOS DE 
ESTABILIZAÇÃO 
COAPTAÇÃO EXTERNA 
TALAS 
É um tratamento conservativo por meio da utilização 
de talas. Nesse método é necessário que no mínimo 
duas articulações estejam imobilizadas: uma 
articulação proximal à fratura e uma articulação 
distal à fratura. 
É indicado apenas para fraturas distais ao cotovelo 
e do joelho (regiões com pouca cobertura muscular, 
para assim, aumentar a zona de fixação entre a tala 
e o osso), fraturas redutíveis e estáveis, fraturas 
de consolidação rápida (pacientes jovens, fraturas 
completas e fraturas por compactação) e fraturas 
em um único osso conjunto. 
A remoção da coaptação externa é feita quando 
houver a consolidação da fratura (formação do calo 
ósseo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OSTEOSSÍNTESE 
ANATÔMICA 
Método cirúrgico que consiste na redução 
anatômica dos fragmentos, é uma redução aberta 
e invasiva. Pode ocorrer trauma vascular maior. 
• Pinos intramedulares (PIM) 
• Pino cruzado 
• Cerclagem 
• Banda de tensão 
• Fixadores externos 
• Placas e parafusos 
BIOLÓGICA 
A prioridade desse método é manter o eixo, 
alinhamento articular e o comprimento ósseo. Não 
se faz a redução da fratura, preserva-se o coágulo 
da fratura. 
Osteossíntese biológica baseia-se no tratamento de 
fraturas cominutivas por meio da formação de 
ponte entre os fragmentos ósseos, sem 
reconstrução anatômica. A cuidadosa preservação 
da biologia natural do foco da fratura conduz à 
rápida cicatrização, pois o hematoma local contém 
importantes fatores de crescimento osteogênico. 
A osteossíntese biológica permite a manutenção dos 
tecidos moles com preservação da vascularização 
adequada dos fragmentos ósseos, o que garante o 
aporte nutricional ao periósteo. Com isso, forma-se 
de maneira precoce o calo ósseo que é em grande 
parte responsável pela estabilização da fratura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OSTESSÍNTESES ANATÔMICAS 
PINOS 
PINOS INTRAMEDULARES (PIM) 
São implantes aplicados dentro da medula óssea. É 
um implante de fácil aplicação, viável, de menor 
exposição dos tecidos e órgãos adjacentes e de 
menor trauma, contudo, é necessária uma boa 
estabilidade mecânica. 
O PIM deve neutralizar as forças mecânicas da 
fratura (arqueamente, torção cisalhamento e axial), 
porém a única força que o pino intramedular 
consegue conter é a de arqueamento, por isso, ele 
é um tratamento associado com outras técnicas. 
• PIM + Cerclagem 
• PIM + Fixador externo com placa (FE) 
• PIM + Tie in 
• PIM + Placa 
O PIM pode ser introduzido de forma manual ou por 
meio de furadeiras (150 rpm). Ele é aplicado através 
de alguma extremidade, nunca passando pela 
articulação. O pino deve ficar próximo à cortical do 
osso para melhorar a sua estabilização 
(sepultamento). O pino não deve ser usado se 
houver infecção, pois pode disseminá-la ao longo do 
osso, quando inserido na cavidade medular. 
A sua aplicação pode ser de forma normógrada ou 
retrógrada. A aplicação normógrada é feita pela 
introdução do PIM pela extremidade do osso, 
chegando próximo à fratura, posteriormente, faz-se 
a redução da fratura e, após a redução, ocorre o 
sepultamento do PIM. 
 
 
 
 
 
A aplicação retrógrada do PIM faz-se ao contrário 
da normógrada. O PIM é introduzido no local de 
fratura, aplicando-o até a extremidade do osso. 
Ficará uma parte do PIM para fora do osso, ocorre a 
redução da fratura e, com a furadeira, ocorre a 
movimentação retrógrada do PIM para que a parte 
que estava para fora da extremidade se realoque n 
canal do osso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os PIMs nunca devem ser colocados numa 
articulação, por isso, é anatomicamente impossível a 
colocação de PIM no rádio. O rádio não possui 
nenhuma extremidade óssea para a colocação de 
um PIM sem passar próximo à ulna (articulação do 
cotovelo). 
Na tíbia o PIM é introduzido pela tuberosidade tibial. 
No fêmur o PIM é introduzido pela fossa troclear. No 
úmero o PIM é introduzido pelo troncanter maior. 
 
 
 
PINO CRUZADO 
É a colocação de dois pinos cruzados na cortical do 
osso, ficando laterais às articulações. Os pinos 
cruzados acabam neutralizando as forças de 
compressão, tração e tensão. 
 
 
 
CERCLAGENS 
É um fio de aço que pode ser aplicado em várias 
posições. 
 
ANÉIS DE CERCLAGEM 
São utilizados para gerar aposição e compressão de 
fragmentos. O fio de cerclagem deve ter o diâmetro 
adequado do fio e com redução anatômica em 360°. 
Por ser necessário a redução da fratura em 360° 
não é possível a sua utilização em fraturas 
cominutivas, mas é sempre uma boa opção em 
fraturas oblíquas. 
Para que haja compressão, o anel de cerclagem 
deve sempre estar perpendicular ao foco de fratura. 
São utilizadas no mínimo duas cerclagens por 
fratura, com 1 cm entre cada cerclagem e 5 mm de 
distância do foco. A cerclagem deve estar longe dos 
tecidos moles, para isso, divulcionar em 360°. 
• PIM + Anel de cerclagem torcido 
• PIM + Anel de cerclagem simples 
• PIM + Anel de cerclagem duplo 
 
 
A cerclagem será sempre utilizada associada a outro 
método. O anel de cerclagem duplo é o mais 
resistente (utilizar em animais > 20kg). 
As cerclagens podem falhar quando houver um 
aperto, espessura ou quantidade inadequada, por 
material inadequado, em mais de dois fragmentos 
ou em reduções inadequadas. 
 
BANDA DE TENSÃO 
É uma técnica associada com o PIM e a cerclagem. 
Ela é indicada em fraturas por avulsões ou 
osteotomias. A banda de tensão realiza a 
compressão da fratura. 
 
 
 
FIXADORES EXTERNOS 
É uma série de pinos trans-ósseos (ou fios de 
Kirschener) incorporados a uma montagem extra-
corpórea que pode ser usado como um fixador 
primário ou secundário. Os pinos são fixados num 
sentido que atravessam a cortical do osso e 
incorporados a uma montagem extra-corpórea (essa 
montagem se encontra para fora da pele). 
É indicado em fraturas de ossos longos e abertas, 
osteotomias corretivas, redução fechada de fraturas 
cominutivas, não-união ósseas ou para união 
retardada e artrodeses temporárias ou permanentes. 
Deve-se evitar a colocação dos fixadores em regiões 
muito musculosas. A colocação dos pinos inicia-se 
pela palpação da região escolhida. É feita uma 
incisão uma pequena incisão para a passagem do 
pino e, em seguida, a tunelização dos tecidos moles 
adjacentes. Faz-se a perfuração do osso em baixo 
rpm. A colocação da barra deve ser o mais próxima 
possível da pele para que haja mais estabilização. 
Os fixadores externos são classificados em: 
fixadores lineares (tipo IA e B, tipo II e tipo III), 
híbrido e fixadores circulares (Ilizarov). 
FIXADORES LINEARES: 
TIPO IA 
É um fixador unilateral e unipolar. 
 
TIPO IB 
É um fixador unilateral e biplanar. Os pinos passam 
em dois planos e as barras podem ou não estar 
conectadas. 
 
TIPO II 
É um fixador bilateral e uniplanar. As barras podem 
ou não estar fixadas. 
 
TIPO III 
É um fixador composto por3 barras triplanares que 
podem ou não estar conectadas. 
 
TIE-IN 
É a junção de um PIM com um fixador linear. O PIM 
encontra-se acoplado no fixador. 
Para o seu uso, o ideal, é que deva conter pelo 
menos 3 pinos em cada foco de fratura; a sua 
distribuição deve estar homogênea para que haja 
rigidez e estabilidade no fixador. Os pinos devem 
estar próximos à articulação e as barras devem ter o 
mesmo tamanho do osso. É essencial que a 
passagem dos pinos seja pela cortical do osso e que 
as suas extremidades fiquem para fora do osso. 
 
 
 
FIXADOR HÍBRIDO: 
Ele é uma mistura do fixador linear com um anel 
circular. Esse fixador possui duas barras lineares e 
anéis circulares. É muito utilizado em fraturas 
distais. 
 
 
FIXADOR CIRCULAR (ILIZAROV): 
É um fixador composto por anéis e fios de 
Kirschener. É um fixador muito dinâmico, pois ele 
estabiliza fraturas e corrige deformidades angulares 
e seus comprimentos. É muito utilizado em 
transporte de fragmentos ósseos (dinamização de 
1mm por dia) para osteogênese da fratura. 
 
 
 
 
REMOÇÃO DO FIXADOR EXTERNO 
A remoção do fixador externo é feita a partir da 
visualização do calo ósseo por meio de controle 
radiográfico. 
A sua remoção é simples e rápida, mas é necessário 
anestesia geral para manejo e controle da dor do 
animal, soltura dos clamps e remoção dos pinos. 
 
PARAFUSOS 
É o método mais utilizado na Veterinária, pois eles 
são resistentes a compressão, encurvamento, 
rotação e tensão. Pode ser utilizado como um 
método primário. Além disso, são mais 
confortáveis para os animais por ser um fixador 
interno e mais estável. 
Os parafusos são indicados em fraturas posicionais, 
em compressões interfragmental e fixação de 
placas. 
Para a sua utilização deve ser feito sempre duas 
perfurações corticais, medição da profundidade 
(+2mm) com o profundimetro, macheamento para a 
passagem da rosca e o rosqueamento do parafuso. 
PARAFUSO POSICIONAL/NEUTRALIZAÇÃO 
É utilizado para posicionar o fragmento no local 
desejado. Ele não faz compressão. 
 
PARAFUSO COMPRESSIVO 
Ele gera uma compressão na linha de fratura. Para a 
sua aplicação, deve ser feita uma primeira 
perfuração na cortical de diâmetro maior e uma 
segunda perfuração de diâmetro menor. Após, medir 
a profundidade (+2mm), amochear a 2° cortical para 
a passagem da rosca, escarificar a 1° cortical e 
rosquear o parafuso para finalizar. 
 
PLACAS 
PLACAS DE COMPRESSÃO 
Gera compressão interfragmentária, 
tem o objetivo de fazer uma 
compressão na linha de fratura, 
permitindo assim, uma consolidação 
primária. 
É utilizado em fraturas simples 
transversas em diáfises de ossos 
longos. 
PLACA DE NEUTRALIZAÇÃO 
Neutraliza as cargas sobre o foco de 
fratura. Utilizado em fraturas simples 
segmentados (butterfly) ou em espiral 
que sejam possível a reconstrução do 
corpo de ossos longos. A função inicial da 
placa de neutralização é neutralizar as 
forças da fratura associadas a outros 
métodos de consolidação, como o uso da 
cerclagem. 
PLACA EM PONTE 
É uma placa utilizada como apoio, ela 
atua mantendo o comprimento e eixo 
ósseo sem redução dos fragmentos. É 
utilizada em fraturas cominutivas 
irredutíveis. 
 
 
PLACA BLOQUEADA (LCP) 
A placa é rosqueada por um parafuso na cortical 
óssea que acaba comprimindo a superfície da placa 
pelo osso. A placa fica sem contato com o osso, 
gerando menor agressão ao 
periósteo e acelerando a 
consolidação óssea. 
Recomenda-se que coloque, 
pelo menos, 3 parafusos em 
cada foco de fratura. 
 
 
 
 
 
 
ROD-PLATE 
É a utilização dos PIM associados à placa. Atua na 
resistência das forças do arqueamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RADIOGRAFIA APÓS A 
OSTEOSÍNTESE 
REGRA DOS 4A 
A regra dos 4As se baseia no alinhamento, 
aposição, aparelho e atividade da osteosíntese 
visualizada no RX. 
O alinhamento é determinado pelas linhas 
articulares em paralelos. A aposição deve estar de 
acordo com os fragmentos ósseos, podendo ou não 
ter uma posição perfeito; é essencial a aposição 
estar preservando a anatomia da fratura. O 
aparelho está relacionado a técnica cirúrgica 
adequada utilizada. A atividade esta relacionada à 
atividade óssea do paciente, a primeira avaliação da 
atividade é feita no primeiro controle radiográfico 
pós-cirúrgico. 
 
 
JOELHO 
LUXAÇÃO PATELAR 
Luxação patelar (LP) é o deslocamento da patela 
do sulco troclear pela instabilidade da 
articulação femoropatelar, sendo caracterizada por 
anormalidades musculoesquelética complexas que 
afetam o alinhamento do membro num todo. 
A LP é uma das primeiras doenças do sistema 
locomotor a ser identificada em cães de raça 
pequenas. A afecção é de carácter congênita, mas 
pode ter acometimento por trauma. 
A LP congênita pode ser em decorrência de 
malformação da trócleafemoral, alinhamento 
deficiente entre fêmur distal e a tíbia proximal, 
rotação da extremidade proximal da tíbia que 
desloca a tuberosidade tibial medialmente e uma 
combinação de algumas ou mais dessas 
anormalidades. A LP pode ainda estar associada a 
displasia coxofemorais (teoria de Putman), desvio da 
crista tibial e atrofia dos músculos do quadril e 
contratura de quadríceps (efeito arco e corda). 
Baseado na lei de Volkmann, pode ocorrer 
deformidades ósseas (varus e valgo) pelo efeito arco 
e corda pela alteração de pressão nas fises de 
crescimento, fazendo com que ocorra o crescimento 
da região óssea com menos pressão. 
 
 
É uma doença comum em raças como: Poodles Toy 
e miniatura, Cavalier King, Charles Spaniels, 
Yorkshire em pinchers miniaturas, porém pode ser 
notado em raças grandes como: Boxer, Flat Coated, 
Retriever e Labradores, bem como raças gigantes 
como São Bernardo. 
 
 
 
 
 
A luxação patelar é classificada em relação ao 
sentido da luxação e pelo grau de acometimento. 
O sentido da luxação pode ser lateral, medial ou 
proximal, sendo mais comuns as luxações medial e 
lateral de patela. O grau de acometimento é 
classificado de acordo com o retorno ou não da 
patela. 
 
 
TIPOS: 
LUXAÇÃO PATELAR LATERAL (LPL) 
Pode estar relacionada a anteversão ou à coxa 
valga. A anteversão é a rotação externa excessiva 
do fêmur proximal em relação ao fêmur distal. A 
coxa valga significa o aumento anormal do ângulo 
formado pelo colo femoral e a diáfise no plano 
frontal da articulação coxofemoral, isso modifica a 
tensão gerada pelo quadríceps lateral ao eixo 
longitudinal do suco troclear. 
Normalmente a luxação patelar lateral ocorre mais 
em raças maiores, em relação às raças pequenas e 
miniaturas. 
LUXAÇÃO PATELAR MEDIAL (LPM) 
É mais comum em raças pequenas do que nas 
grandes. Ela está relacionada a anormalidades 
musculoesqueléticas: deslocamento medial do grupo 
muscular do quadríceps, torção lateral do fêmur 
distal, arqueamento lateral do terço distal do fêmur, 
displasia epifisária femoral, instabilidade rotacional 
da articulação do joelho ou deformidade da tíbia. 
 
 
 
 
 
 
 
SINTOMAS 
• Dor na manipulação da articulação. Os sinais 
de dor vão diminuindo em animais com 
luxações crônicas 
• Claudicação intermitente com distribuição de 
peso 
• Membro semiflexionado (andar de coelho) 
Os animais com LP de grau I não manifestarão 
claudicação. Os pacientes com LP de grau II podem 
pisar em falso quando andam ou correm. Os 
pacientes com LP de grau lll podem variar, o animal 
pode pisar em falso por causa da claudicação 
quando não conseguir sustentar o peso. Na LP de 
grau IV os pacientes têm dificuldade de estender 
totalmente as articulações do joelho, por esse 
motivo, eles andam com os membros posteriores 
encolhidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
EXAME FÍSICO 
Deve-se detectar a instabilidade patelofemoral e a 
ruptura do ligamentocruzado cranial. 
Avaliar a articulação do joelho para confrontar com a 
articulação contralateral, avaliando a força da 
contração do músculo quadríceps. O deslocamento 
é evidenciado através da palpação, sendo essa de 
fácil redução na maior parte dos casos com o 
membro estendido. O deslocamento manual da 
patela não encontra resistência, porém ocasiona 
muita dor ao animal durante a realização dos 
movimentos. 
EXAME DE IMAGEM 
RX 
O RX é útil apenas em casos de LP de grau III ou IV. 
A patela vai se encontrar lateral ou medialmente ao 
fêmur na incidência craniocaudal. 
A tuberosidade tibial vai estar deslocada lateral ou 
medialmente também. 
RX sob sedação em posicionamento perfeito 
para cálculo do CORA 
O centro de rotação da angulação (CORA) é 
utilizado para saber se existe deformidades e suas 
localizações. 
Animais normais possuem a angulação da fise do 
fêmur de 94-98°. 
TC ou TC e impressão 3D do membro 
A TC é um exame mais detalhado da região e é 
utilizada em casos de grau III e IV. A impressão 3D 
do membro é usado para delimitar a cirurgia em 
casos de LP grau IV complexos. 
 
 
TRATAMENTO 
CONSERVADOR 
Não opera-se animais sem sintomatologia clínica ou 
em animais de LP grau I. É utiliza-se AINEs, 
fisioterapia e nutrição apropriada. 
TROCLEOPLASTIA SIMPLES 
Essa técnica é geralmente feita em todos os 
pacientes, pois tem a finalidade de criar uma 
superfície mais profunda para que a patela se 
encaixe. A LP diminui a profundidade do sulco 
troclear. 
Cerra-se a parte medial da trócea para a remoção 
da mesma, seguindo para o aprofundamento do 
sulco troclear e reposicionamento do bloco da 
tróclea cerrado. 
IMBRICAÇÃO DO RETINÁCULO LATERAL 
Também é utilizada em quase todos os casos de LP. 
Essa técnica auxilia na melhor fixação e bom 
posicionamento da patela. A imbricação é feita por 
sutura em “U” deitado para que ocorra a tração da 
retináculo para o sentido oposto da luxação. 
OSTEOTOMIAS CORRETIVAS 
É feita em LPs de grau III e IV com deformidades. 
• Femoral distal 
• Tibial proximal 
TRASPOSIÇÃO DE TUBEROSIDADE TIBIAL 
(TTT) 
Quando a tuberosidade tibial mover-se medialmente, 
é feita a correção, mudando-se a junção do 
ligamento da patela, posicionando-a mais 
lateralmente. É feito o transplante através de uma 
osteotomia da tuberosidade abaixo do músculo tibial 
cranial. Utiliza-se um ou dois fios de aço Kirschner, 
para firmar a tuberosidade tibial em seu 
posicionamento. A TTT é realizada com o 
cruzamento lateral da crista tibial. Com uma incisão 
parapatelar lateral, por dentro da fáscia lata, 
alongando-se distalmente acima da tuberosidade 
tibial, inferiormente da linha articular. Contrapondo o 
músculo tibial cranial da direção contrária à 
tuberosidade lateral da tíbia e ao platô tibial, na 
região do tendão extensor digital longo. Coloca-se 
um osteótomo abaixo do ligamento patelar, e 
realiza-se uma osteotomia parcial tibial da crista. 
Com um ou dois fios de Kirschner pequenos, fixa-se 
a tuberosidade tibial em seu novo posicionamento. 
 
 
RUPTURA DO LIGAMENTO 
CRUZADO CRANIAL 
O ligamento cruzado cranial (LCC) é dividido em 
faixas craniomedial e caudolateral, com pontos de 
inserção diferentes no platô tibial. Sua principal 
função biomecânica é impedir a projeção da tíbia 
cranialmente em relação ao fêmur, além de sua 
rotação interna excessiva, evitando a hiperextensão 
da articulação. 
A RLCCr é a causa de claudicação mais frequente 
de claudicação do membro posterior em cães e que 
pode acometer todas as raças, de todas as idades e 
sem predileção sexual. Possui maior incidência em 
cães obesos. A ruptura pode ocorrer de forma 
parcial ou total e de forma uni ou bilateral. 
A maior parte dos animais apresentados para 
tratamento desta patologia sejam cães de raças 
grandes, jovens e ativos. A prevalência em cães 
acontece pelo platô tibial dos cães ser bem 
angulado. 
O mecanismo de ruptura traumática do LCCr é 
reflexo, da sua função de contenção de movimentos 
articulares. Uma lesão aguda aparece mais 
frequentemente quando o joelho sofre uma rápida 
rotação (rotação interna da tíbia) com um certo grau 
de flexão (20 a 50%) ou, quando a articulação sofre 
hiperextensão forçada, aquando do pisar de um 
buraco ou depressão em marcha rápida. 
A RLCCr pode estar associada a doenças 
endócrinas (HAC) e doenças autoimunes (lúpus e 
artrites reumatoides) que fragilizam os ligamentos. 
No entanto, a ruptura aguda de um LCCr normal 
decorrente de um episódio traumático, não é muito 
comum, sendo apresentada apenas numa pequena 
percentagem de cães com uma etiologia traumática 
aguda associada. 
 
SINTOMAS 
• Claudicação do membro posterior 
• Apoio em pinça 
• Impotência funcional 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
EXAME FÍSICO 
O animal apresentará sensibilidade à hiperextensão 
do membro e presença de aumento de volume 
flutuante na região. 
TESTES: 
TESTE DE GAVETA 
O teste de gaveta cranial pode ser executado em 
decúbito lateral ou em estação, sendo por vezes 
necessária a sedação ou mesmo anestesia geral no 
caso de cães nervosos ou com dor. É importante 
que o examinador coloque as mãos e os dedos nos 
locais correctos durante a execução deste teste, 
assim: coloca-se o dedo indicador de uma mão na 
patela e o polegar na fabela lateral do fémur e, com 
outra coloca-se o indicador na crista da tíbia e o 
polegar na cabeça da fíbula, sendo posteriormente 
aplicada então uma força cranial na tíbia. 
Um teste de gaveta cranial positivo ocorre quando 
existe uma translação cranial da tíbia em relação ao 
fémur superior a 2 mm. No 
caso de rupturas parciais, o 
movimento de gaveta cranial 
com a articulação em flexão 
pode atingir 2 a 3 mm, 
estando ausente qualquer 
tipo de movimento, se esta 
estiver em extensão. 
COMPRESSÃO TIBIAL 
O teste de compressão tibial pode também ser 
realizado com o animal em estação ou decúbito 
lateral. Este teste mimetiza as condições de carga 
que geram o movimento de gaveta cranial. 
O exame começa por colocar uma mão com o dedo 
indicador sobre a tuberosidade tibial e o polegar por 
trás da fabela femural lateral e, a outra mão a 
segurar a área metatarsal. Colocando a articulação 
do joelho numa posição 
ligeiramente flectida, deve-se 
então flectir a articulação do 
tornozelo várias vezes. O teste 
é positivo quando ocorre a 
deslocação cranial da tíbia. 
 
 
 
EXAMES DE IMAGEM: 
RX 
Em cães com rupturas crónicas do LCCr, os 
achados radiográficos incluem osteófitos 
periarticulares em redor das margens da tróclea 
femoral, nos pólos da patela, na superfície caudal da 
mesa tibial e nas fabelas (sesamóides). 
A eminência intercondilar da tíbia estará deslocada 
cranialmente em relação aos côndilos do fêmur. 
Pode haver infusão articular na região da ruptura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
SUTURA FABELO TIBIAL (STF) 
É a fixação da fabela na tíbia através da passagem 
de fio de sutura em forma de “8”. Utiliza-se em cães 
pequenos e leves (<7kg). É uma técnica fácil e de 
rápida execução e que neutraliza o teste de gaveta e 
tibial. 
TIGHROPE 
É uma técnica que se assemelha a STF. O fio de 
sutura é passado no fêmur através de um túnel a 
45° pré-formado por meio de broca. Posteriormente, 
faz-se outro túnel com broca na tuberosidade tibial 
para a continuação da passagem do fio. Os fios são 
fixados por botões e nós nas suas extremidades. 
Com o uso do kit original pode ser utilizado em 
animais de médio e grande porte. Essa ténica 
estando sem o uso do kit original só poderá ser 
utilizada em animais pequenos e leves, assim como 
o STF. Essa técnica neutraliza as mesmas forças 
que o STF e possui menos complicações que a STF. 
OSTEOTOMIAS 
TIBIAL TUBEROSITY ADVANCEMENT (TTA) 
É indicado para pacientes de raças pequenas e 
grandes com delimitação cirúrgica prévia e de platôtibial de no máximo de 26° e de conformação tibial 
própria para a cirurgia. Essa técnica neutraliza 
apenas a força da compressão tibial. 
TIBIAL PLATEU LEVELING OSTEOTOMY 
(TPLO) 
É difundida como a melhor técnica para RLCCr. A 
técnica é baseada na alteração do ângulo do platô 
tibial inclinado para um ângulo reto de 5°. Assim 
como a TTA, pode ser aplicado em raças pequenas 
e grandes e é necessário delimitação cirúrgica 
prévia. 
Cálculo do platô tibial 
𝑪 = 𝟐𝝅𝒓 
 
 
 
QUADRIL 
DISPLASIA 
COXOFEMORAL 
A displasia coxofemoral (DCF) é uma alteração no 
desenvolvimento que afeta a cabeça e o colo 
femoral e o arrasamento do acetábulo. Essas 
alterações e instabilidades se desenvolvem logo 
no primeiro ano de vida do animal. A instabilidade 
e a conformação alterada da articulação causa má 
distribuição nas forças vetoriais. 
A sua transmissão é hereditária, recessiva, 
intermitente e poligênica. A DCF está ligada a 
fatores nutricionais, biomecânicos e do meio 
ambiente, que associados a hereditariedade, pioram 
as condições da displasia.A DCF está relacionada a 
taxa de crescimento rápido, musculatura pélvica, 
ângulo d einclinação e anteversão da cabeça e colo 
femoral. A DCF pode ser uni ou bilateral. Filhotes 
de pais com DCF tem predisposição de 85% a 
desenvolverem a doença. 
A base fisiopatológica da DCF é de disparidade 
entre a massa muscular da articulação coxofemoral 
e do desenvolvimento ósseo rápido. Com o 
resultado disso, desenvolve-se frouxidão e 
instabilidade na articulação, o que predispões a 
mesma a sofrer esclerose óssea acetabular, 
osteofitose, espessamento do colo femoral, fibrose 
da cápsula articular e subluxação ou luxação da 
cabeça femoral. 
As raças mais acometidas são as de médio e 
grande porte, principalmente no: Pastor Alemão, 
Fila Brasileiro, Rottweiler, Golden Retriver, Labrador 
Retriver, Boxer, Buldogue e São Bernado. Gatos 
também podem desenvolver a doença, sendo de 
mais difícil diagnóstico por não demostrarem tantas 
manifestações clínicas como os cães. 
O filhote nasce com a articulação normal, mas pode 
começar a apresentar sintoma a partir do 6° mês de 
idade. A patogenia da doença está ligada a dieta, 
sinovite, efusão articular, espessamento da cápsula 
articular, desgaste anormal e erosão acetabular com 
formação de osteófitos e microfraturas. 
 
 
 
 
 
SINTOMAS 
• Claudicação 
• Atrofia dos membros pélvicos e/ou hipertrofia 
dos membros torácicos 
• Diminuição da atividade física 
• Andar de coelho 
• Em casos de DCF crônicas há muito dor 
Os filhotes possuem sintomas mais leves da doença 
que se caracterizam, mais comumente, por 
alterações comportamentais. Animais adultos 
apresentam sintomas mais crônicos, como dor, 
atrofia dos membros pélvicos e osteoartrose na 
articulação. 
DIAGNÓSTICO 
EXAME FÍSICO 
O contorno pélvico de um animal normal é maciço e 
arredondado, encurvando-se ventralmente em 
direção às vértebras caudais. 
Amplitude de movimento articular 
O paciente é colocado em decúbito lateral para a 
realização da manobra de amplitude do membro de 
forma passiva. O teste consiste na detecção 
passiva de crepitação, dor e limitação do membro 
nos movimentos de flexão, extensão, adução, 
abdução e rotação da articulação. 
Pacientes com DCF demostram dor nos movimentos 
de extensão e abdução. 
Manobra de Ortolani 
Esse teste detecta subluxações e/ou redução na 
cabeça do fêmur no acetábulo. Faz-se o movimento 
de abdução para que haja o retorno da cabeça do 
fêmur ao acetábulo, o retorno da cabeça do fêmur 
no gera estalo “crack”. O movimento de abdução é 
feito com o polegar no trocanter maior, podendo 
estar em decúbito lateral ou dorsal. Esse teste, 
quando positivo, é indicativo para DCF. 
Exame de Barlow 
É mais utilizado em filhotes para testar se é possível 
a luxação da articulação. Faz-se a adução do 
membro, pressionando o fêmur para baixo 
Manobra de Barden 
É uma manobra muito utilizada em filhotes também. 
Com o polegar no trocanter, deslocar o fêmur 
lateralmente do acetábulo. É possível sentir o 
deslocamento do trocanter. 
EXAME DE IMAGEM 
RX: 
PROJEÇÃO VD EM EXTENSÃO 
A projeção dos membros estendidos com o paciente 
em decúbito VD é usada para a avaliação da 
subluxação das cabeças femorais (pela 
determinação do ângulo de Norberg), da 
conformação óssea e da extensão da osteoartrite. 
Esse tipo de posicionamento permite uma avaliação 
subjetiva por um veterinário radiologista certificado 
usando um sistema de graduação de setes pontos 
da Orthopedic Foundation for Animals (OFA), 
gerando as seguintes classificações: excelente, 
ótima, boa, incerta, DCF leve, DCF moderada, DCF 
grave. 
Se somente uma linha de estresse estiver evidente e 
nenhuma subluxação for observada, o paciente não 
é considerado positivo para DAD e DCF. Se apenas 
alterações degenerativas observadas forem 
entesófitos na inserção caudal da cápsula articular, 
é considerada uma DAD leve. Se osteófitos 
periarticulares adicionais forem identificados, a 
alteração degenerativa é definida como moderada. 
Quando for identificado remodelamento da borda 
cranial acetabular, produção de osteófitos ou 
esclerose subcondral no acetábulo, a DAD é 
definida como avançada. 
PROJEÇÃO EM ESTRESSE 
A laxatividade coxofemoral é considerada o fator 
promotor mais importante para a DCF. As técnicas 
radiográficas de estresse existentes objetivam 
quantificar o máximo deslocamento da cabeça 
femoral do acetábulo. A maioria dos estudos de 
estresse mostrou uma relação positiva entre o grau 
de laxatividade coxofemoral e coxoartrose. 
Os cães são sedados para que haja o relaxamento 
muscular. A radiografia padrão é feita com os 
membros estendidos e o grau de DCF é avaliado 
usando um critério de seis graus. Então, é feita a 
técnica em estresse com o cão em decúbito dorsal, 
sendo que os fêmures são posicionados em ângulo 
de 60° em relação à mesa e os joelhos são aduzidos 
e manualmente empurrados craniodorsalmente 
durante a exposição, tendo a tíbia atuando como 
uma alavanca. 
Essa manipulação resulta em um deslocamento 
cranial, dorsal e lateral da cabeça femoral na 
articulação instável e a técnica se assemelha à 
manobra de Ortolani. O grau de laxatividade é 
quantificado do mesmo modo que o índice de 
distração descrito para técnica radiográfica simples, 
usando o termo índice de subluxação (IS). 
PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA DA BORDA 
ACETABULAR DORSAL (DAR) 
A projeção radiográfica da borda acetabular dorsal 
(DAR) fornece um método radiográfico de 
visibilização sem sobreposição do acetábulo, por 
uma perspectiva craniocaudal. Para realizar essa 
projeção, o paciente anestesiado é colocado na 
mesa em decúbito esternal, os membros pélvicos 
são puxados cranialmente e unidos ao corpo usando 
uma cinta. 
A projeção DAR permite a identificação de 
osteoartrite (que pode ocorrer na borda acetabular 
dorsal) e avaliar o progresso da lesão secundária de 
laxatividade da articulação coxofemoral. Quando a 
articulação coxofemoral de um cão normal é 
visibilizada, o aspecto lateral da borda dorsal se 
apresenta acentuadamente pontudo. Quando a 
articulação está alterada, a forma dessa borda 
progride de ligeiramente a totalmente arredondada. 
PEENHIP 
O método PennHIP (Programa de Melhoramento 
Pélvico da Universidade da Pensilvânia) é um 
método radiográfico utilizado para avaliar a pelve. 
As radiografias são realizadas por membros 
certificados pelo PennHIP de todo o mundo e são 
enviadas ao centro de análise do PennHIP para 
avaliação. Os dados resultantes são armazenados 
no arquivo. Quanto mais informação é armazenada, 
mais dados ficam disponíveis para que o laboratório 
do PennHIP seja capaz de obter respostas mais 
precisas sobre a etiologia, prognóstico e base 
genética da DCF. 
O método determina a qualidade da articulação 
coxofemoral e mensura quantitativamentea 
laxatividade da articulação. A avaliação incorpora 
três projeções radiográficas: projeção tradicional 
com os membros estendidos, de compressão e 
distração. As projeções de distração e compressão 
são usadas para obter mensurações mais precisas e 
acuradas da laxatividade e congruência articular, 
respectivamente. A projeção com os membros 
estendidos é usada para obter informação adicional 
sobre a existência de doença articular degenerativa 
(DAD) na articulação coxofemoral. 
 
 
TRATAMENTO 
CONSERVATIVO 
É indicado para cães caseiros ou com mais de 18 
meses de sintomatologia leve. 
É indicado o controle do peso, exercícios de baixo 
impacto, AINEs, condroprotetores e implante de 
ouro e acupuntura. 
 
CIRÚRGICO: 
CIRURGIAS PREVENTIVAS 
Essas cirurgias atuam na prevenção e progressão 
da osteoartrose por aumentar a superfície de 
contato articular. 
O paciente só poderá passar por essa cirurgia se 
não tiver nenhum tipo de DAD. 
Osteotomia tripla ou dupla da pelve 
Na osteotomia triplas faz-se um corte no íleo, púbis 
e isqueo. Na ostetomia duplas faz-se um corte no 
íleo e no púbis. 
Essa cirurgia é indicada em pacientes jovens de até 
10 meses de idade. O paciente deverá ter ausência 
de osteartrose e arrasamento do acetábulo. 
Osteotomia intertrocantérica varizante 
 
Acetabuloplastia 
 
Sinfisiodese púbica juvenil 
Gera-se uma cobertura acetabular sobre a cabeça 
femoral. Faz-se uma cauterização com o uso de 
eletrocautério de toda a área caudal a sínfise púbica. 
É indicada para pacientes de 4-6 meses de idade. É 
uma técnica simples, invasiva e rápida, mas a 
efetividade da cirurgia só é presenciada após o 
crescimento do animal. 
 
 
 
 
 
CIRURGIAS DE ALÍVIO 
Atua no alívio da dor. É feito em pacientes adultos 
com DAD. 
Denervação capsular 
Faz-se a remoção das terminações nervosas da 
cápsula articular com curetagem. É indicado em 
pacientes com dores intensas na região e com DAD. 
Prótese coxofemoral 
É a substituição da articulação por prótese. É 
indicado para pacientes com osteoartrose, 
insucesso após ACCF e cães com mais de 15kg. É 
contraindicado em cães assintomáticos, infecções, 
animais jovens, neuropatas e outras afecções 
ortopédicas. 
Amputação do colo e da cabeça femoral 
Faz-se a ostectomia da cabeça e colo femoral. É 
indicado em pacientes com osteoartrose severa e 
dor, subluxações/luxações acompanhadas de dor e 
em pacientes pequenos para prótese. É 
contraindicado em animais pesados e DCF 
assintomática. 
 
 
NECROSE ASSÉPTICA DA 
CEBEÇA FEMORAL 
A necrose asséptica da cabeça do fêmur é uma 
afecção não-inflamatória e asséptica da cabeça e 
colo femoral que ocorre principalmente em animais 
de pequeno porte e jovens (3 a 13 meses), antes 
do fechamento fisário da cabeça do fêmur. 
Ocorre devido a uma diminuição do fluxo 
sanguíneo intraósseo na cabeça do fêmur, que 
acarreta morte do tecido ósseo, levando a focos de 
isquemia. Essa isquemia acaba fragilizando a 
cabeça do fémur que posteriormente evolui para 
necrose provocando microfraturas e consequente 
deformação na superfície articular. 
A etiologia exata ainda é desconhecida, mas 
algumas hipóteses são consideradas como sendo 
fatores de predisposição para a alteração do fluxo 
sanguíneo dessa região como: distúrbios 
endócrinos, fatores nutricionais, conformação 
anatômica, traumas. 
Existem referências de uma possível origem 
genética, tendo o defeito uma hereditariedade de um 
gene recessivo autossômico, sendo sugerido em 
várias raças como Yorkshire Terrier, Poodle toy, 
Pug, Schnauzer dentre outras. Sendo assim, 
animais diagnosticados com essa afecção devem 
ser retirados da reprodução. 
 
SINTOMAS 
Sintomas ortopédicos: claudicação, incapacidade 
parcial de sustentação do próprio peso sobre o 
membro afetado, dor na manipulação do membro, 
limitação na amplitude, crepitação e atrofia muscular 
 
DIAGNÓSTICO 
RX 
Observa-se áreas de lise ósseas com 
irregularidades da cabeça do fêmur e microfraturas. 
Em lesões mais crônicas há a perda óssea da 
cabeça do fêmur. 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
CIRÚRGICO 
Ressecção da cabeça e colo femoral 
 
 
LUXAÇÃO 
COXOFEMORAL 
A luxação coxofemoral é o deslocamento 
traumático da cabeça femoral a partir do 
acetábulo. A articulação coxofemoral é o local mais 
comum de luxação, pois não há ligamentos 
colaterais, e os músculos que se fixam à 
extremidade proximal do fêmur permitem grande 
movimentação da articulação. O ligamento 
redondo e a cápsula articular são as principais 
estruturas de tecido mole que se contrapõem à 
luxação e estas estruturas podem tornar-se 
distendidas ou estiradas. 
Os acidentes automobilísticos e quedas são os 
maiores responsáveis dessas luxações, sendo a 
maior parte delas dorsocranial, devendo-se este 
fato provavelmente à natureza do trauma e aos 
músculos glúteos, que geram intensa extensão e 
abdução da articulação. 
Em todas as luxações, rasgam-se o ligamento 
redondo e parte da cápsula articular. Nos casos 
mais severos, também pode romper-se parte da 
musculatura glútea. São comuns pequenas fraturas 
de extração violenta da cabeça femoral onde o 
ligamento se prende. 
As luxações coxofemorais são classificadas de 
acordo com a localização da cabeça femoral em 
relação ao acetábulo, a dorsocranial é o 
deslocamento traumático mais comum em pequenos 
animais, provavelmente, devido ao tipo de lesão e à 
contração dos músculos que são fortes extensores e 
abdutores da articulação. A cabeça do fêmur sofre 
deslocamento dorsal e cranial ao acetábulo e o 
membro fica mais curto do que o oposto quando 
posicionados ventralmente e estendidos 
caudalmente. As lesões também podem acontecer 
no sentido dorsocaudal, ventrocaudal ou 
ventrocaudal, mas de menor frequência. 
 
DIAGNÓSTICO 
HISTÓRICO E SINTOMAS 
Paciente com histórico de trauma e sintomas de 
claudicação e impotência funcional aguda. 
O animal se apresenta com o joelho rotacionado 
para o lado de fora, o calcanhar rotacionado para o 
lado de dentro e o um membro mais curto que o 
outro. 
 
EXAME FÍSICO 
Teste do triângulo 
Consiste na palpação das proeminências da asa do 
íleo, do trocanter maior e do ísquio. Em casos de 
luxação, o trocanter maior estará deslocado e não 
formará um triângulo imaginário das proeminências. 
O triângulo pode ser baseado na sua forma 
contralateral. 
EXAME DE IMAGEM 
RX 
RX feito na projeção lateral e ventrodorsal da pelve. 
TRATAMENTO 
CONSERVADOR: 
REDUÇÃO FECHADA 
É feita em casos agudos, logo após o trauma (24-
48h). 
O animal deve estar sedado para que a cabeça do 
fêmur seja reposicionada manualmente no 
acetábulo. 
CIRÚRGICO: 
REDUÇÃO ABERTA 
É feita em casos de falha no reposicionamento do 
membro ou quando o trauma é crônico (após 48h). 
Consiste na abertura da cápsula articular, remoção 
dos possíveis detritos fibrosos que estejam 
atrapalhando a articulação e na estabilização dos 
tecidos danificados. 
Técnica com o uso dos parafusos ancoras 
 Faz-se um orifício intra-trocantérico nas estruturas 
para que o parafuso seja preso e estabilizado na 
borda do acetábulo. 
Técnica da sutura íleo-trocantérica 
Faz-se um orifício no íleo e no trocanter maior e 
menor para que ocorra a passagem do fio de sutura 
em formato de “8” para estabilização da região. 
Técnica de Toggenpin 
Faz-se um orifício no trocanter maior passando pela 
cabeça e pelo colo femoral. Passa-se um fio que 
ficará preso nas extremidades do orifício. É uma 
técnica que mimetiza o ligamento femoral. 
Colocefalectomia 
OMBRO 
EXAME FÍSICO 
O exame físico inicia-se pela identificação e 
palpação das estruturas anatômicas de referência 
do ombro: acrômio e o tubérculo maior. 
Em seguida, fazer a movimentação passiva de 
todo o movimento da articulação do ombro: abdução 
(32°), adução, extensão (160-170°), flexão (30-60°) 
e rotação (interna e externa,

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