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Universidade Nove de Julho Maria Lívia Introdução: • Mais importante íon intracelular; • Efeitos Celulares: Determina o potencial de membrana; Manutenção do volume intracelular. • 90% intracelular (140-150 mmol/L); Al 1. Balanço Externo x Interno: • Dois balanços devem-se manter nulos; • Compartimentos desiguais separados pelas membranas celulares; • Gradiente é mantido pela bomba de Na+ e K+ ATPase; • Balanço Externo - entrada e saído do K corporal; Balanço Externo Negativo: diarreia, vômito e tubulopatias; Balanço Externo Positivo: excreção urinária deficiente; Hipercalemia - entrada de potássio maior que saída; Hipocalemia - saída de potássio maior que entrada. • Balanço Interno - insulina e ß2-adrenérgico; ß2 - aumenta atividade da bomba Na/K/ ATPase que sequestra K sérico para dentro da célula; Insulina - via intracelular diferente, mesmo efeito final; Deslocamento do íon entre LIC e LEC; Hipercalemia - desvio de K do LIC -> LEC; Hipocalemia - desvio de K do LEC -> LIC. Hipocalemia: • K sérico < 3,5 mEq/L; • Distúrbio hidroeletrolítico muito frequente na prática clínica; • Membrana da célula fica hiperpolarizada; • Despolarização torna-se mais difícil. 1. Quadro Clínico: • Fraqueza muscular - sintoma se K < 2,5; Potencial fatal - pode levar a parada respiratória. • Arritmias cardíacas; • Rabdomiólise - por isquemia; • Íleo paralítico - lentifica o trânsito intestinal; • Renais - vasoconstrição, poliúria, polidipsia; Vascuolização das células proximais - aumento da produção de amônia; Desenvolvimento de NIA. • Intolerância à glicose; • Alcalose metabólica. 2. Diagnóstico: • Anamnese - questione sobre diarreia, vômito uso de diurético; Se identificado - fim; Se não - avaliar PA + gasometria + K e Cr urinário. Distúrbios de potássio Disturbios de Potassio Universidade Nove de Julho Maria Lívia • Gradiente Transtubuluar de K (GTTK) - avalia a secreção de K; K excretado na urina = K secretado; Ausência de secreção - Uk aumenta em relação a Pk na proporção que a urina for concentrada -> Uk/Pk = Uosm/Posm -> quociente 1; Hipersecreção - Uk/Pk > Uosm/Posm -> GTTK alto (>10) -> hiperaldosteronismo x alta ingesta x uso de diuréticos; Padronização - GTTK < 3 (baixo), GTTK > 10 (alto). • Afasta pseudo-hipocalemia - presença de leucocitose secundária a leucemia; • Dosagem de K urinário 24 horas: Perda baixa de potássio - perda extrarenal (os rins estão reabsorvendo o potássio da urina para atenuar a hipocalemia); Potássio urinário elevado - as perdas são de origem renal. 3. Causas Menos Comuns: 4. Tratamento: • A agressividade do tratamento depende da velocidade de instalação e da intensidade; Quadro mais aguda hipocalemia + grave. 3-5 > 3,0: leve; 3,0 > 2,5: moderada; < 2,5: grave. • Estimando déficit de potássio: Queda de 0,3 mEq/L sérico ~ perda de 100 mEq corporal total; Não se aplica se cetoacidose diabética ou hiperglicemia - supõe um shift 0. • Tratar a causa sempre; • Reposição Oral de K: Dieta (frutas); 60 a 80 mEq/dia (70 a 100 mL ou 7 a 10 comprimidos); KCl - 10 a 20 mL de xarope ou 1 a 2 comprimidos 12/12 até 6/6 horas. • Reposição Intravenosa de K: Estimar o déficit de K corporal; Dosar Mg e repor se necessário; Prefira a razão K/Cr ao invés de GTTK. Doença Defeito Quadro Clínico ATR I ou clássica Túbulo distal (defeito na excreção H+) Hipocalemia Cálculos renais (hipercalciúria) ATR II Túbulo proximal (defeito na reabsorção de BIC) Hipocalemia Sem cálculos Sd. Bartter Alça de Henle (defeito na Na-K-2Cl) HipoK, hipoCl, alcalose Poliúria, polidipsia Sem hipertensão Sd. Gitelman Túbulo distal (defeito Na-Cl) HipoK, hipoCl, hipoMg, alcalose Hipercalciúria, litíase Sem hipertensão Sd. Liddle Túbulo coletor HipoK, hiperNa Universidade Nove de Julho Maria Lívia Utilizar bomba de infusão contínua - repor rápido pode dar flebite, arritmia, morte; Acesso periférico (dose máxima) - 20 mL em 500 mL de NaCl 0,9% em 4 hrs (BIC); Acesso central (dose máxima) - 20 mL em 250 mL de NaCl 0,9% em 2 hrs (BIC). Hipercalemia: • K > 5,5 mEq/L; • Etiologias: Redução da excreção de potássio -> DRC, IRA, hipoaldosteronismo (balanço positivo do potássio) Desvio do K+ do LIC para o LEC -> acidose metabólica, cetoacidose diabética lise celular maciça. 1. Quadro Clínico: • Sintomas ou alterações eletrocardiográficas típicas costumam aparecer na hipercalemia grave; • Musculatura estriada esquelética: fraqueza, câimbra, mialgia, insuficiência respiratória; • Musculatura lisa -> não tem sintomas intestinais significativos; • Musculatura estriada cardíaca: Apiculação da onda T; Achatamento da onda P e alargamento do QRS. 2. Diagnóstico: • Afastar uma pseudo hipercalemia: hemólise traumática da amostra de sangue por sucção excessiva na seringa; • Dosagem aldosterona sérica e atividade da renina plasmática; • A dosagem do potássio urinário, relação potássio/creatinina na urina e do gradiente transtubular de potássio são medidas que, por enquanto, acrescentam pouco valor ao diagnóstico etiológico da hipercalemia. K ≥ 3,0 - repor VO; K < 3,0 = repor IV. Acidose Metabólica -> leva à entrada de H+ na célula, resultando na saída de um cátion para equilibrar a carga elétrica, sendo esse cátion o potássio. Ao mesmo tempo, a entrada de H+ na célula tubular renal leva à acidose intracelular, estimulando a secreção de hidrogênio para a luz intestinal no lugar do potássio, ou seja, prejudicando o mecanismo protetor contra hipercalemia. Universidade Nove de Julho Maria Lívia 3. Tratamento: • Estabilização do cardiomiócito -> infusão de gluconato de cálcio a 10% diluído em 100 ml de SF 0,9% em 5 a 10 minutos; Não reduz o potássio sérico, mas estabiliza a membrana do cardiomiócito, evitando uma parada cardiorrespiratória até que as medidas redutoras de potássio possam fazer efeito. • Hipercalemia grave -> medida que desviam o potássio do LEC para o LIC; Solução polarizante (via parenteral) – a insulina estimula diretamente a bomba Na+/K+ATPase (insulina regular 10 UI + 25-50g de glicose); - Mais usado; - Bomba de infusão contínua para correr em 30min; - Uso da glicose junto da insulina visa evitar a hipoglicemia. Beta 2-agonista (via nebulização) -> as catecolaminas estimulam diretamente a bomba Na+/ K+ATPase (fenoterol ou salbutamol 10-20 gotas); Bicarbonato de sódio - estimula a saída de H+ do LIC para o LEC, resultando na entrada de K+ no LIC (1-2mEq/kg em 30min); - Indicado apenas na vigência de acidose metabólica pois pode provocar alcalose metabólica iatrogenica. • Medidas que promovem a remoção corporal do potássio: Remoção via renal -> furosemida (IV - provoca diurese brusca em até 2h) e diuréticos tiazidicos (início de ação lenta, não sendo recomendado em pacientes graves ou internados); Remoção via intestinal -> poliestireno- ssulfonato de cálcio – Sorcal 30 g diluída em 100 mL de manitol a 20% de 8/8 horas por via oral; Remoção via extracorpórea - hemodiálise.