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05 08 (Lista Termos Associados ao Verbo)

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Prof. Gustavo 
Gramática 
 
Página 1 de 4 
Lista de Exercícios – Termos Associados ao Verbo 
 
1. (EEAR/BR - 2019) Marque a alternativa correta quanto à 
classificação sintática dos pronomes destacados. 
 
a) Preciso de ti na execução do projeto. (objeto indireto) 
b) O mau exemplo incomoda a mim. (objeto indireto) 
c) Encontrei-o em decúbito, ao chão. (sujeito) 
d) Contei-lhes toda a verdade. (objeto direto) 
 
(CEFET/ MG - 2019) Leia o texto e responda à questão. 
Uma noite real no Museu Nacional 
 
Gira coroa da majestade 
samba de verdade, identidade cultural 
Imperatriz é o relicário 
no bicentenário do Museu Nacional 
 
Onde a musa inspira a poesia 
a cultura irradia o cantar da Imperatriz 
é um palácio, emoldura a beleza 
abrigou a realeza, patrimônio é raiz 
que germinou e floresceu lá na colina 
a obra-prima viu o meu Brasil nascer 
no anoitecer dizem que tudo ganha vida 
 
paisagem colorida deslumbrante de viver 
bailam meteoros e planetas 
dinossauros, borboletas 
brilham os cristais 
o canto da cigarra em sinfonia 
relembrou aqueles dias que não voltarão jamais 
 
À luz dourada do amanhecer 
as princesas deixam o jardim 
os portões se abrem pro lazer 
pipas ganham ares 
encontros populares 
decretam que a Quinta é pra você 
Samba de enredo da escola de samba Imperatriz Leopoldinense em 2018 
Compositores: Jorge Arthur, Maninho do Ponto, Julinho Maestro, Marcio Pessi, 
Piu das Casinhas 
 
2. (CEFET/ MG - 2019) Nos sambas de enredo, é comum que 
termos e frases coloquiais estejam combinados com termos e 
frases em linguagem formal. 
 
Sobre os versos “bailam meteoros e planetas / dinossauros, 
borboletas” é correto afirmar que apresentam linguagem 
 
a) formal, pois o sujeito da oração é indeterminado. 
b) coloquial, pois a oração não é formada com sujeito. 
c) coloquial, pois a oração é formada por sujeito simples. 
d) formal, pois o sujeito foi colocado após o verbo da oração. 
 
(UNIFESP/SP - 2019) Leia o trecho inicial do conto “A doida”, de 
Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão a 
seguir. 
 
A doida habitava um chalé no centro do jardim 
maltratado. E a rua descia para o córrego, onde os meninos 
costumavam banhar-se. Era só aquele chalezinho, à esquerda, 
entre o barranco e um chão abandonado; à direita, o muro de 
um grande quintal. E na rua, tornada maior pelo silêncio, o burro 
que pastava. Rua cheia de capim, pedras soltas, num declive 
áspero. Onde estava o fiscal, que não mandava capiná-la? 
Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e 
a pega de passarinho. Só com essa intenção. Mas era bom 
passar pela casa da doida e provocá-la. As mães diziam o 
contrário: que era horroroso, poucos pecados seriam maiores. 
Dos doidos devemos ter piedade, porque eles não gozam dos 
benefícios com que nós, os sãos, fomos aquinhoados. Não 
explicavam bem quais fossem esses benefícios, ou explicavam 
demais, e restava a impressão de que eram todos privilégios de 
gente adulta, como fazer visitas, receber cartas, entrar para 
irmandades. E isso não comovia ninguém. A loucura parecia 
antes erro do que miséria. E os três sentiam-se inclinados a 
1lapidar a doida, isolada e agreste no seu jardim. 
Como era mesmo a cara da doida, poucos poderiam 
dizê-lo. Não aparecia de frente e de corpo inteiro, como as 
outras pessoas, conversando na calma. Só o busto, recortado 
numa das janelas da frente, as mãos magras, ameaçando. Os 
cabelos, brancos e desgrenhados. E a boca inflamada, soltando 
xingamentos, pragas, numa voz rouca. Eram palavras da Bíblia 
misturadas a termos populares, dos quais alguns pareciam 
escabrosos, e todos fortíssimos na sua cólera. 
(...) 
(Contos de aprendiz, 2012.) 
____________________ 
1 lapidar: apedrejar. 
 
3. (UNIFESP/SP - 2019) Em “Não aparecia de frente e de corpo 
inteiro, como as outras pessoas, conversando na calma” (3º 
parágrafo), o termo sublinhado é um verbo 
 
a) de ligação. 
b) transitivo direto e indireto. 
c) transitivo direto. 
d) intransitivo. 
e) transitivo indireto. 
 
(UFU/MG - 2018) Leia o quadrinho abaixo e responda à questão. 
 
O último quadro da tirinha apresenta um uso 
pronominal bastante comum na modalidade oral do português 
brasileiro, independentemente do grau de escolaridade, da 
região ou da classe social do falante. 
 
4. (UFU/MG - 2018) Assinale a alternativa que apresenta o uso 
pronominal equivalente à modalidade escrita e cujo registro seja 
formal. 
 
a) Quais as chances de a senhora avaliar a ele com carinho e 
compreensão? 
b) Quais as chances de a senhora avaliar-lhe com carinho e 
compreensão? 
c) Quais as chances de a senhora lhe avaliar com carinho e 
compreensão? 
d) Quais as chances de a senhora avaliá-lo com carinho e 
compreensão? 
 
(EPCAR (AFA) 2018) Leia o texto e responda à questão. 
Redes sociais e colaboração extrema: o fim do senso 
crítico? 
Eugênio mira 
 
Conectados. Essa palavra nunca fez tanto sentido 
quanto agora. 1Quando se discutia no passado sobre como os 
homens agiriam com o advento da aldeia global (...) não se 
imaginava o quanto esse processo seria rápido e devastador. 
 
 
Prof. Gustavo 
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(...) quando McLuhan apresentou o termo, em 1968, 
2ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande 
responsável pela interligação mundial absoluta, e sim a internet, 
que na época não passava de um projeto militar do governo dos 
Estados Unidos. 
3A internet mudou definitivamente a maneira como nos 
comunicamos e percebemos o mundo. Graças a ela temos 
acesso a toda informação do mundo à distância de apenas um 
toque de botão. 4E quando começaram a se popularizar as redes 
sociais, 5um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos. 
Uma ferramenta colaborativa extrema, que possibilitaria o 
contato imediato com outras pessoas através de suas 
afinidades, fossem elas políticas, religiosas ou mesmo 
geográficas. Projetos colaborativos, revoluções instantâneas... 
6Tudo seria maior e melhor quando as pessoas se alinhassem 
na órbita de seus ideais. 7O tempo passou, e essa revolução não 
se instaurou. 
Basta observar as figuras que surgem nos sites de 
humor e outros assemelhados. Conhecidos como memes (termo 
cunhado pelo pesquisador Richard Dawkins, que representaria 
para nossa memória o mesmo que os genes representam para 
o corpo, ou seja, uma parcela mínima de informação), 8essas 
figuras surgiram com a intenção de demonstrar, de maneira 
icônica, algum sentimento ou sensação. 9Ao fazer isso, a 
tendência de ter uma reação diversa daquelas expressas pelas 
tirinhas é cada vez menor. Tudo fica branco e preto. 10Ou se 
aceita a situação, ou revolta-se. Sem chance para o debate ou 
questionamento. 
(...) 
A situação é ainda mais grave quando um dos poucos 
entes criativos restantes na internet produz algum comentário 
curto, espirituoso ou reflexivo, a respeito de alguma situação 
atual ou recente... Em minutos pipocam cópias da frase por todo 
lugar. 11Copia-se sem o menor bom senso, sem créditos. Pensar 
e refletir, e depois falar, são coisas do passado. O importante 
agora é 12copiar e colar, e depois partilhar. 13As redes sociais 
desfraldaram um mundo completamente novo, e o uso que o 
homem fará dessas ferramentas é o que dirá o nosso futuro 
cultural. 14Se enveredarmos pela partilha de ideias, gestando-as 
em nossas mentes e depois as passando a outros, será uma 
estufa mundial a produzir avanços incríveis em todos os campos 
de conhecimento. Se, no entanto, as redes sociais se 
transformarem em uma rede neural de apoio à preguiça de 
pensar, a humanidade estará fadada ao processo antinatural de 
regressão. O advento das redes sociais trouxe para perto das 
pessoas comuns os amigos distantes, os ídolos e as ideias 
consumistas mais arraigados, mas aparentemente está levando 
para longe algo muito mais humano e essencial na vida em 
sociedade: o senso crítico. Será uma troca justa? 
http://obviousmag.org/archives/2011/09/redes_sociais_e_colaboracao_extrema_O_fim_do_senso_critico-.htm. Adaptado. Acesso em: 21 fev 2017. 
 
5. (EPCAR (AFA) 2018) O vocábulo se exerce, na língua 
portuguesa, várias funções. Observe seu uso nos excertos a 
seguir. 
 
I. “Copia-se sem o menor bom senso...” (ref. 11) 
II. “...um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos.” 
(ref. 5) 
III. “Ou se aceita a situação ou revolta-se.” (ref. 10) 
IV. “O tempo passou, e essa revolução não se instaurou”.(ref. 7) 
Assinale a análise correta. 
 
a) Em I, o “se” é uma partícula expletiva ou de realce. 
b) Em II, o “se” é uma partícula integrante do verbo. 
c) Em III, o “se” foi utilizado para flexionar o verbo na voz passiva 
sintética em ambas as ocorrências. 
d) Em IV, o “se” classifica-se como pronome apassivador. 
 
(ESPCEX (AMAN) 2018) Leia o texto e responda à questão. 
 
Noruega como Modelo de Reabilitação de Criminosos 
 
O Brasil é responsável por uma das mais altas taxas de 
reincidência criminal em todo o mundo. No país, a taxa média 
de reincidência (amplamente admitida, mas nunca comprovada 
empiricamente) é de mais ou menos 70%, ou seja, 7 em cada 
10 criminosos voltam a cometer algum tipo de crime após saírem 
da cadeia. 
Alguns perguntariam "Por quê?". E eu pergunto: "Por 
que não?" O que esperar de um sistema que propõe reabilitar e 
reinserir aqueles que cometerem algum tipo de crime, mas nada 
oferece, para que essa situação realmente aconteça? Presídios 
em estado de depredação total, pouquíssimos programas 
educacionais e laborais para os detentos, praticamente nenhum 
incentivo cultural, e, ainda, uma sinistra cultura (mas que diverte 
muitas pessoas) de que bandido bom é bandido morto (a 
vingança é uma festa, dizia Nietzsche). 
Situação contrária é encontrada na Noruega. 
Considerada pela ONU, em 2012, o melhor país para se viver 
(1º no ranking do IDH) e, de acordo com levantamento feito pelo 
Instituto Avante Brasil, o 8º país com a menor taxa de homicídios 
no mundo, lá o sistema carcerário chega a reabilitar 80% dos 
criminosos, ou seja, apenas 2 em cada 10 presos voltam a 
cometer crimes; é uma das menores taxas de reincidência do 
mundo. Em uma prisão em Bastoy, chamada de ilha 
paradisíaca, essa reincidência é de cerca de 16% entre os 
homicidas, estupradores e traficantes que por ali passaram. Os 
EUA chegam a registrar 60% de reincidência e o Reino Unido, 
50%. A média europeia é 50%. 
A Noruega associa as baixas taxas de reincidência ao 
fato de ter seu sistema penal pautado na reabilitação e não na 
punição por vingança ou retaliação do criminoso. A reabilitação, 
nesse caso, não é uma opção, ela é obrigatória. Dessa forma, 
qualquer criminoso poderá ser condenado à pena máxima 
prevista pela legislação do país (21 anos), e, se o indivíduo não 
comprovar estar totalmente reabilitado para o convívio social, a 
pena será prorrogada, em mais 5 anos, até que sua reintegração 
seja comprovada. 
O presídio é um prédio, em meio a uma floresta, 
decorado com grafites e quadros nos corredores, e no qual as 
celas não possuem grades, mas sim uma boa cama, banheiro 
com vaso sanitário, chuveiro, toalhas brancas e porta, televisão 
de tela plana, mesa, cadeira e armário, quadro para afixar papéis 
e fotos, além de geladeiras. Encontra-se lá uma ampla 
biblioteca, ginásio de esportes, campo de futebol, chalés para os 
presos receberem os familiares, estúdio de gravação de música 
e oficinas de trabalho. Nessas oficinas são oferecidos cursos de 
formação profissional, cursos educacionais, e o trabalhador 
recebe uma pequena remuneração. Para controlar o ócio, 
oferecer muitas atividades, de educação, de trabalho e de lazer, 
é a estratégia. 
A prisão é construída em blocos de oito celas cada 
(alguns dos presos, como estupradores e pedófilos, ficam em 
blocos separados). Cada bloco tem sua cozinha. A comida é 
fornecida pela prisão, mas é preparada pelos próprios detentos, 
que podem comprar alimentos no mercado interno para 
abastecer seus refrigeradores. 
Todos os responsáveis pelo cuidado dos detentos 
devem passar por no mínimo dois anos de preparação para o 
cargo, em um curso superior, tendo como obrigação 
fundamental mostrar respeito a todos que ali estão. Partem do 
pressuposto que, ao mostrarem respeito, os outros também 
aprenderão a respeitar. 
A diferença do sistema de execução penal norueguês 
em relação ao sistema da maioria dos países, como o brasileiro, 
americano, inglês, é que ele é fundamentado na ideia de que a 
 
 
Prof. Gustavo 
Gramática 
 
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prisão é a privação da liberdade, e pautado na reabilitação e não 
no tratamento cruel e na vingança. 
O detento, nesse modelo, é obrigado a mostrar 
progressos educacionais, laborais e comportamentais, e, dessa 
forma, provar que pode ter o direito de exercer sua liberdade 
novamente junto à sociedade. 
A diferença entre os dois países (Noruega e Brasil) é a 
seguinte: enquanto lá os presos saem e praticamente não 
cometem crimes, respeitando a população, aqui os presos saem 
roubando e matando pessoas. Mas essas são consequências 
aparentemente colaterais, porque a população manifesta muito 
mais prazer no massacre contra o preso produzido dentro dos 
presídios (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche). 
 
LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista, diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e 
coeditor do Portal atualidadesdodireito.com.br. Estou no blogdolfg.com.br. 
** Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Instituto 
Avante Brasil. 
FONTE: Adaptado de http://institutoavantebrasil.com.br/noruega-como-modelo-
de-reabilitacao-de-criminosos/. 
Acessado em 17 de março de 2017. 
 
6. (ESPCEX (AMAN) 2018) Assinale o período que contém 
agente da passiva: 
 
a) O Brasil é responsável por uma das mais altas taxas de 
reincidência criminal em todo o mundo. 
b) Há pouquíssimos programas educacionais e laborais para os 
detentos. 
c) A comida é oferecida pela prisão, mas é preparada pelos 
próprios detentos. 
d) Situação contrária é encontrada na Noruega. 
e) A reincidência é de cerca de 16% entre os homicidas, 
estupradores e traficantes que por ali passaram. 
 
7. (UNESP/SP- 2018) Para responder à(s) questão(ões), leia o 
soneto de Raimundo Correia (1859-1911). 
 
Esbraseia o Ocidente na agonia 
O sol... Aves em bandos destacados, 
Por céus de ouro e de púrpura raiados, 
Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia... 
 
Delineiam-se, além, da serrania 
Os vértices de chama aureolados, 
E em tudo, em torno, esbatem derramados 
Uns tons suaves de melancolia... 
 
Um mundo de vapores no ar flutua... 
Como uma informe nódoa, avulta e cresce 
A sombra à proporção que a luz recua... 
 
A natureza apática esmaece... 
Pouco a pouco, entre as árvores, a lua 
Surge trêmula, trêmula... Anoitece. 
(Poesia completa e prosa, 1961.) 
 
a) Que processo o soneto de Raimundo Correia retrata? 
 
b) A primeira estrofe do soneto é composta por três períodos 
simples em ordem indireta (“Esbraseia o Ocidente na agonia / O 
sol”; “Aves em bandos destacados, / Por céus de ouro e de 
púrpura raiados, / Fogem”; e “Fecha-se a pálpebra do dia”). 
Reescreva esses três períodos em ordem direta. 
 
(UERJ/RJ - 2018) Leia o texto e responda à questão. 
 
Ao oferecer-se para ajudar o cego, o homem que 
depois roubou o carro não tinha em mira, nesse momento 
preciso, qualquer intenção malévola, muito pelo contrário, o que 
ele fez não foi mais que obedecer àqueles sentimentos de 
generosidade e altruísmo que são, como toda a gente sabe, 
duas das melhores características do género humano, podendo 
ser encontradas até em criminosos bem mais empedernidos do 
que este, simples 1ladrãozeco de automóveis sem esperança 
de avanço na carreira, explorado pelos verdadeiros donos do 
negócio, que esses é que se vão aproveitando das 
necessidades de quem é pobre. (...) Foi só quando já estava 
perto da casa do cego que a ideia se lhe apresentou com toda a 
naturalidade (...). Os cépticos acerca da natureza humana, que 
são muitos e teimosos, vêm sustentando quese é certo que a 
ocasião nem sempre faz o ladrão, também é certo que o ajuda 
muito. 2Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o cego 
tivesse aceitado o segundo oferecimento do afinal falso 
samaritano, naquele derradeiro instante em que a bondade 
ainda poderia ter prevalecido, referimo-nos o oferecimento de 
lhe ficar a fazer companhia enquanto a mulher não chegasse, 
quem sabe se o efeito da responsabilidade moral resultante da 
confiança assim outorgada não teria inibido a tentação criminosa 
e feito vir ao de cima o que de luminoso e nobre sempre será 
possível encontrar mesmo nas almas mais perdidas. 
JOSÉ SARAMAGO 
Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 
 
8. (UERJ/RJ - 2018) Observe a mudança de posição do 
advérbio afinal nos enunciados a seguir: 
 
1) Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o cego 
tivesse aceitado o segundo oferecimento do afinal falso 
samaritano, (ref. 2) 
 
2) Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o cego 
tivesse aceitado afinal o segundo oferecimento do falso 
samaritano. 
 
Explique a diferença de sentido entre os enunciados, a partir da 
posição do advérbio. Justifique, ainda, a opção pela primeira 
construção, tendo em vista a sequência dos acontecimentos. 
 
(FAMERP/SP - 2018) Leia um trecho do ensaio de Antonio 
Candido para responder à(s) questão(ões). 
 
Na extraordinária obra-prima Grande sertão: veredas 
há de tudo para quem souber ler, e nela tudo é forte, belo, 
impecavelmente realizado. Cada um poderá abordá-la a seu 
gosto, conforme o seu ofício; mas em cada aspecto aparecerá o 
traço fundamental do autor: a absoluta confiança na liberdade 
de inventar. 
Numa literatura de imaginação vasqueira, onde a 
maioria costeia o documento bruto, é deslumbrante essa 
navegação no mar alto, esse jorro de imaginação criadora na 
linguagem, na composição, no enredo, na psicologia. 
(Antonio Candido. Tese e antítese, 1971.) 
 
9. (FAMERP/SP - 2018) Em “mas em cada aspecto aparecerá o 
traço fundamental do autor” (1º parágrafo), a expressão em 
destaque exerce a mesma função sintática da expressão 
destacada em: 
 
a) “nela tudo é forte, belo, impecavelmente realizado” (1º 
parágrafo). 
b) “Cada um poderá abordá-la a seu gosto, conforme o seu 
ofício” (1º parágrafo). 
c) “Na extraordinária obra-prima Grande Sertão: Veredas há de 
tudo para quem souber ler” (1º parágrafo). 
d) “Na extraordinária obra-prima Grande Sertão: Veredas há de 
tudo para quem souber ler” (1º parágrafo). 
e) “onde a maioria costeia o documento bruto” (2º parágrafo). 
 
 
 
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(UEM/PR - 2018) Leia o texto e responda à questão. 
 
Ser como todo mundo? 
(Roberto DaMatta*) 
 
Uma palavra resume a crise brasileira: a igualdade. 
1Conforme 2tenho salientado no meu trabalho e nesta coluna, o 
Brasil não tem problemas com a desigualdade. Ele 3ama de 
paixão as hierarquias e as gradações 4que 5estão em toda parte. 
Em nossas leis 6sobram privilégios, penachos, recursos, 
isenções7... 
Nossa formação nacional teve no escravismo, no 
patrimonialismo aristocrático e no compadrio das casas-grandes 
e nos grandes apartamentos dos “bairros nobres” de nossas 
cidades o seu centro e razão. Não é fácil ser igualitário com essa 
folha corrida. 
Sempre 8fomos dinamizados 9por elos pessoais 
oficializados e legais. Nosso projeto de vida funda-se no 
arrumar-se e no “10subir na vida”. Alcançar o baronato — ser 
alguém —, “11virar famoso” e, do alto da sua celebrização, ter 
direito a fazer tudo sem ser molestado pelo bando de caretas 
que, infelizmente, não são como nós. 
Saber com certeza quem é quem, 12mapear 13com 
precisão genealogias familísticas, poder dizer com um riso 
superior — “14conheci Frank Sinatra 15quando ele morava em 
Hoboken e era um merdinha”16; 17ou, “esse eu conheço!” — 
confirma a nossa ontologia segundo 18a qual “conhecer” ou 
relacionar-se pessoalmente é um modo de estar num mundo 
ordenado por ricos e pobres, superiores e inferiores, homens e 
mulheres, brancos e negros, limpos e sujos. O modo de 
navegação social confirma um universo ordenado em camadas 
e é melhor você estar “por cima”. 
Nossa questão mais angustiante, o que eventualmente 
nos tira do sério, não é 19saber 20que tudo tem um dono, e dele 
receber ordens. Não21! 22É entrar numa sala 23onde outras 
pessoas também aguardam na fila, e todos se olham com uma 
ofensiva indiferença porque ninguém sabe quem é quem. 24No 
Brasil, a igualdade é vivida como uma ofensa ou um castigo. 
25O anonimato associado à cidadania nos perturba. 
Para nós, o maior castigo não é a prisão, é saber que somos 
iguais a todo mundo porque burlamos a lei que foi feita para 
todos, menos para nós. 26Quando indiciados, viramos vítimas de 
uma maldosa igualdade republicana! No Brasil lido como Estado 
nacional, somos todos “cidadãos”. Mas no Brasil relacional da 
casa e das 27amizades que nos impedem de dizer não, somos 
todos parentes e amigos. Não somos como todo mundo. 
28Saiu ao pai ou ao avô... Merece a nomeação. 
Ademais, é afilhado do presidente e tem “pinta” e “jeito” de alto 
funcionário: não vai fazer feio. 
A “29aparência”30. 31Eis um traço merecedor de um 
tratado de sociologia. Meu mentor harvardiano, Richard 
Moneygrand, dizia que a “32luta das aparências” (e das 
recomendações e empenhos) é tão ou 33mais importante do 
que a 34luta de classes no Brasil... 
35— Logo vi que era “36gentinha”... 
— Você viu o “jeito” dele (ou dela)? Descobri 
imediatamente quem era pelo modo como ele (ou ela) se sentou, 
comeu e falou. 
37— Você viu a roupa? Notou o sapato? Atinou para a 
sujeira das unhas? 
38— Eu até que tolero a pobreza, mas não me conformo 
com falta de limpeza. Um pobre precisa ser limpo. 
39Sobretudo se for preto... 
Nosso inferno não são os “40palácios” onde poucos 
entram, todos se conhecem e sabem dos seus lugares, 41mas 
os espaços abertos. 42Sobretudo quando temos que esperar o 
sinal para caminhar e sentir como todo mundo! 
43— Eu sei que não sou e jamais vou ser todo mundo! 
— diz o magistrado do Tribunal Supremo. 
É justo nesse “todo mundo” que jaz, 44como um 
45cadáver oculto, o 46nosso problema. 47Pois como ser como 
todo mundo se mamãe nos criou para ser ministro? 48Como ser 
como todo mundo se a nossa família tem origem nobre? 
49Empobrecemos50, mas “temos berço”. 
Como, então, seguir as normas de urbanidade deste 
nosso mundo urbano? 
51— Não entro em fila! Não tenho paciência para 
esperas imbecis. Pago a um criado para tanto. Tenho que cuidar 
do meu projeto político socialista, que é urgente e está atrasado. 
Como é que eu vou ter tempo para ser como os outros? 
A República proclamada sem um viés igualitário 52só 
tem a perna da liberdade. 53A da 54igualdade que, ao lado da 
fraternidade, 55regularia o seu caminho, nasceu 56atrofiada e até 
hoje permanece torta. A liberdade de gritar, de confrontar, é 
reveladora. 57Só grita quem pode, e calar é sinal de juízo e 
respeito. 
58Hoje assistimos às tramas para impedir a realização 
da igualdade que, para muitos poderosos, foi longe demais 
igualando quem deveria estar acima da lei. 
59— Como ser como todo mundo numa sociedade 
marcada por privilégios? Qual a fórmula do viver democrático e 
igualitário? 
60Aprenda a dizer não a si mesmo. É nesse abrir-se 
para ser como todo mundo que está o espírito igualitário. A alma 
da democracia. 
 
*Roberto DaMatta é antropólogo e colunista dos jornais O Estado de São Paulo e 
O Globo. 
(Texto adaptado do original e disponível em 
<https://oglobo.globo.com/opiniao/ser-como-todo-mundo-21656782>. Acesso em 
30 ago. 2017) 
_________________________ 
Ontologia: Parte da filosofia que trata do ser enquanto ser, isto é, do ser 
concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a 
cada um dos seres (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Curitiba: 
Positivo, 2010) 
 
 
10. (UEM/PR - 2018) Assinale o que for correto quanto ao 
emprego de elementos linguísticosno texto. 
 
01) Na referência 3, o verbo “ama” é transitivo indireto, por isso 
a necessidade da preposição “de”, que liga o complemento 
“paixão” ao vocábulo “ama”. 
02) Na referência 6, a forma verbal “sobram” encontra-se no 
plural para manter a concordância com o sujeito da sentença 
“Em nossas leis”. 
04) A locução verbal “tenho salientado” (referência 2) remete a 
um evento iniciado no passado, mas com alcance até o 
presente. 
08) A expressão “com precisão” (referência 13) é equivalente 
semanticamente a um advérbio de modo, caracterizando o 
processo verbal indicado por “mapear” (referência 12). 
16) A expressão “por elos pessoais oficializados e legais.” 
(referência 9) exerce função sintática de agente da passiva em 
relação ao processo verbal “fomos dinamizados” (referência 8). 
 
 
 
 
GABARITO: 
 
1.A 2.D 3.D 4.D 5.D 
6.C 7. 8. 9.B 10. 28

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