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Aula_00_-_Fundamentos_-_UNESP_2024 (1)_enemconcursosgaucheallfree

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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNESP 
Exasiu 
Prof. Fernando Andrade 
Aula 00 - Fundamentos 
Introdução ao curso; Modelo de propostas; Redação expositiva versus 
redação opinativa; Uso de paráfrase; Propostas 
. 
estretegiavestibulares.com.br vestibulares.estrategia.com 
EXTENSIVO 
2024 
Exasi
u 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 2 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO 4 
Metodologia 5 
Quem sou eu? 6 
Escrevendo à mão 6 
Desafio inicial 7 
Escrevendo à mão 9 
Redação na UNESP 10 
Plano de Aulas 12 
Como usar esse material 14 
1. TEMA E ATITUDE 15 
1.1 Tema deste pdf: subjetividade 17 
1.2 Secção Atitude inicial 18 
2. MODELO UNESP 19 
2.1 Zerar a redação 20 
2.2. Formato da Proposta 20 
2.3 Critérios de Correção: os 3 Eixos 23 
2.4 Diferença entre a redação da UNESP e a do ENEM 24 
3. O GÊNERO “DISSERTAÇÃO ESCOLAR” 25 
3.1. Exercícios sobre Estrutura Dissertativa 27 
4. TEXTO EXPOSITIVO OU ARGUMENTATIVO? 35 
4.1 Exposição 35 
4.2 Texto opinativo ou dissertativo 38 
4.3 Dissertação Expositiva versus Dissertação Opinativa 39 
4.4 Exercício: texto expositivo e texto opinativo 40 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 3 
5. RELEMBRANDO: A ESTRUTURA DISSERTATIVA 47 
5.1 Estrutura 47 
5.2 Exemplo de desenvolvimento argumentativo 48 
5.3 Título 50 
6. PRIMEIRO RECURSO DE DESENVOLVIMENTO: PARÁFRASE 52 
6.1 Paráfrase linguística 52 
6.2 Paráfrase discursiva 54 
6.3 Apropriação parafrásica 55 
6.4 Dois tipos de apropriação parafrásica 57 
6.4. 1 Exercícios 59 
6.5 Paráfrase e progressão textual 61 
7. SECÇÃO: EXERCITANDO A REFLEXÃO PARA UMA BOA ESCRITA 61 
8. LINGUAGEM 63 
9. ORGANIZAÇÃO E MOTIVAÇÃO PESSOAL 64 
9.1 O hábito de escrever semanalmente 65 
9.2 O tempo 66 
9.3 Envio e correção da redação 67 
10. PROPOSTAS DE ATIVIDADES 67 
Proposta 1 : Resumo 67 
Proposta 2: Artigo de opinião 69 
Proposta 3: Texto de paráfrase pura – exercício 69 
Proposta 4: Dissertação UNESP (2012) 73 
10.1. Possibilidades de Encaminhamento das Propostas 76 
Proposta 1 76 
Proposta 2 80 
Proposta 3 82 
Proposta 4 82 
11. VERSÕES DE AULAS 86 
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS 86 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 4 
Apresentação 
Ilustre Vestibulando(a) , 
Seja bem-vindo! Saudações a você que vai encarar a disputa de uma vaga na UNESP. A nossa tarefa 
é fornecer a você em um curto espaço de tempo o que você precisa para que seu esforço seja eficaz. A 
finalidade do curso extensivo é oferecer a você um material preciso com as informações mais relevantes 
e que farão você passar no vestibular. Em redação, isso significa que deveremos: 
➢ Revisar a estrutura dissertativa; 
➢ Aprimorar sua habilidade de argumentação; 
➢ Motivar o treino da escrita; e 
➢ Oferecer propostas com o estilo da UNESP. 
O esforço vale a pena, a redação equivale a 17% da pontuação geral! Ou seja, de que adianta 
estudar feito um condenado para a primeira fase se você se descuidar da segunda? Então, não marque 
bobeira. 
Então, vamos encarar juntos? 
O desafio é grande, o manual do candidato registra a seguinte informação: 
(Manual): “O candidato deverá produzir um texto dissertativo em prosa a partir da leitura de 
textos auxiliares, que devem ser analisado e utilizados como um referencial para ampliar os argumentos 
produzidos pelo próprio candidato. Ele deverá demonstrar raciocínio e domínio dos mecanismos de 
coesão e coerência textual, considerando a importância de apresentar um texto bem articulado”. 
Então você já sacou que não se trata de um curso comum. Nosso curso funciona da seguinte 
maneira: 
➢ Você terá acesso a temas para praticar muito! 
➢ As aulas de redação incluem dois momentos: discussão teórica de um elemento textual 
(introdução, argumento, conclusão, coesão e coerência etc.); e prática de redação. 
➢ Quando terminar sua redação, envie-nos para que seja feita a correção, isso é possível na área do 
aluno. 
➢ Escaneie e envie sua redação pela plataforma, em “minhas redações”. 
➢ Procure enviar pelo menos um texto por semana. Isso é muito importante! 
➢ Utilize também o Fórum, ferramenta disponível na área do aluno, para conversar conosco e tirar 
as dúvidas em relação à correção. 
➢ Siga-me no Instagram, lá vou postar algumas dicas de redação de e de filosofia. 
 
Lembre-se: a leitura pura e simples do material não levará você a, magicamente, produzir textos nota 
dez. A partir das orientações do material e das aulas virtuais, do treino constante de propostas sugeridas 
em cada aula e do uso do fórum de dúvidas, você irá gradualmente melhorar a expressão escrita no 
gênero dissertativo. Em Redação, a preparação é bastante individualizada e a trajetória do aprendizado é 
decidida por você a partir daquilo que for sendo indicado pelo corretor. 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 5 
 
 
Metodologia 
 As aulas contarão com os seguintes recursos. 
 
 
Parte teórica e orientações sobre desenvolvimento textual 
Videoaula
Propostas de redação 
Análise de propostas anteriores
Análise comentada de boas redações
METODOLOGIA
Parte técnica de como 
escrever redações como 
sugestões e dicas
Exercícios de produção 
parcial no interior da 
parte técnica 
Propostas de Redação 
Produção do texto 
Correção e devolução 
com comentário 
Refacção 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 6 
Quem sou eu? 
Prazer! 
Meu nome é Fernando Andrade. A minha formação acadêmica 
inclui duas graduações e uma pós-graduação. Sou Bacharel em Letras 
Português/Alemão e Bacharel e licenciado em Filosofia, ambos títulos 
obtidos na Universidade de São Paulo (USP). Além disso, sou pós-
graduado em Teoria Literária pela mesma instituição. 
 Até a minha imersão no Estratégia Vestibulares, fui Professor de 
Literatura em um Centro Universitário aqui em São Paulo, de Filosofia 
em um importante colégio de cidade e Professor de Redação de um 
cursinho tradicional. Tenho mais de 20 anos dedicados ao magistério; 
desses, 15 anos passei no tablado de algum curso pré-vestibular, ora 
como professor de Redação, ora como professor de Literatura. 
 Tenho um grande prazer em exercer a profissão que escolhi e, em especial, curto produzir textos. 
Escrevi minha dissertação de mestrado, a parte de redação do Manual Luft Globo e materiais diversos 
para os cursinhos em que trabalhei. Resumindo, gosto de escrever, estudar e ensinar. 
 Conte comigo nesse projeto. A minha formação, a dos meus 
companheiros de equipe e a minha trajetória servem como base para que 
eu possa selecionar o que é mais relevante para você nessa empreitada. 
Seu esforço será recompensado. Claro que você terá que fazer sacrifícios. 
Sei muito bem o que é estudar várias horas por dia, esquecer que finais 
de semana são para descanso, riscar do caderno a palavra “balada”, ficar 
sem saber do último lançamento cinematográfico. Mas vale a pena. 
 P.S.: eu uso pochete.... 
 
 
Escrevendo à mão 
 
Um dado importante a considerar quando for escrever sua 
redação é: ela é manuscrita. Isto nem sempre é fácil já que estamos 
acostumados a escrever textos maiores pelo computador ou celular. 
Principalmente em se tratando de produções extensas, como artigos ou 
análises, é preciso tomar alguns cuidados para que suas ideias sejam 
apresentadas de modo compreensível. Imagine perder pontos porque 
não entenderam sua letra? Aqui vão algumas dicas: 
 
Fi
gu
ra
 :P
ix
ab
ay
 
Fo
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: P
ix
ab
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 7 
➢ Pratique! Retome o hábito da escrita manual, principalmente no formato pedido na redação: folhasulfite e caneta esferográfica. Assim, você acostuma sua mão ao gesto da escrita. 
 
➢ Mostre sua letra para os outros. Para nós, que já estamos habituados à nossa letra, tudo parece 
compreensível. Isso não significa que o corretor da sua redação vai achar a mesma coisa. Por isso, 
pratique sua caligrafia, treine a escrita e, quando possível, mostre para alguém. Assim você vai 
saber se há algo na sua escrita que precisa ser melhorado. Na UNESP não há nota para caligrafia, 
mas uma letra ilegível prejudica a leitura ou predispõe o corretor a não se concentrar nos 
argumentos. 
 
Desafio inicial 
Que tal fazer a primeira redação a "Deus dará", sem pesquisar, sem nada? Assim você vai registrar a 
nota que você vai tirar no começo do processo. Envie o texto para o corretor e não se preocupe com a 
vergonha, caso você seja alguém que se constrange fácil. Aliás, vai ter que aprender a ser “cara de pau”, 
pois para escrever um pouco de ousadia é essencial. Guarde o texto corrigido como um documento, assim 
você perceberá os avanços. 
Então vamos lá, sem qualquer orientação, do jeito que você acha que deve ser um texto para o 
vestibular escreva uma redação de até 30 linhas sobre uma proposta autoral. 
 
Proposta desafio 
Proposta autoral modelo UNESP 
Texto 1 
Os batalhões da Polícia Militar (PM) de São Paulo que adotaram o sistema de câmeras pessoais tiveram uma 
redução de 87% nas ocorrências de confronto, segundo levantamento da corporação. Os equipamentos 
instalados nas fardas dos policiais registram áudio e vídeo em tempo real, e começaram a ser usados em 2020. 
Segundo a PM, a queda registrada é 10 vezes maior do que nos batalhões que não utilizam equipamentos. 
Ainda de acordo com o levantamento da corporação, na comparação entre os meses de junho e outubro de 
2019, 2020 e 2021, as ocorrências de resistência às abordagens policiais caíram 32,7% nos batalhões que usam 
as câmeras operacionais portáteis. Nos demais batalhões, a redução no período ficou em 19,2%. 
A PM destaca ainda que além de reduzir as mortes devido à ação policial, as câmeras ajudam a preservar os 
próprios policiais. “As câmeras corporais despontam também como um importante instrumento de defesa e 
segurança do policial”, enfatiza a nota da corporação divulgada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública 
de São Paulo. Segundo a corporação, o sistema que transmite áudio, vídeo e localização em tempo real 
“garante uma análise detalhada do cenário de atuação dos policiais em situações de risco e/ou emergência”. 
 
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-04/cameras-corporais-reduzem-em-87-numero-de-
confrontos-da-pm-de-sp 
Texto 2 
Um estudo recém-divulgado por pesquisadores da Universidade de Stanford sobre o uso de câmeras acopladas 
às fardas de policiais do Rio de Janeiro concluiu que a utilização dos equipamentos produziu um efeito de 
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https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-04/cameras-corporais-reduzem-em-87-numero-de-confrontos-da-pm-de-sp
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-04/cameras-corporais-reduzem-em-87-numero-de-confrontos-da-pm-de-sp
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 8 
“despoliciamento”, isto é, desencorajou os agentes de segurança a se envolverem em atividades como 
abordagens e atendimento a chamados. 
De acordo com os responsáveis pelo estudo (que ocorreu na favela da Rocinha, dominada pelo narcotráfico), 
grande parte dos policiais tenderam a evitar se envolver nos casos por receio de que o registro das interações 
pudessem incriminá-los. Como resultado, a partir do uso das câmeras houve redução de 46% nos vários tipos 
de fiscalização “proativas”, como abordagens e revistas. 
Foi registrada também uma redução de 69% na probabilidade de os agentes agirem frente a denúncias de 
crimes por parte da comunidade e 43% no atendimento a chamadas recebidas pelo Centro de Operações. Os 
números revelam que o uso dos equipamentos de gravação pode estar relacionado a prejuízos significativos 
na segurança pública. 
 
A divulgação do estudo ocorre num momento em que vários estados estão implementando sistemas de 
câmeras no fardamento dos agentes ou estudando tal medida. 
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/estudo-aponta-uso-cameras-fardas-policiais-pode-ser-
prejudicial-seguranca-publica/ 
Texto 3 
 
Mas será que as câmaras de vigilâncias podem ser vistas como a panaceia para o controle público sobre a 
atividade policial? 
 
Diferente da sociedade disciplinar que disciplina os corpos em espaços privados altamente vigiados, a 
sociedade de controle modula os comportamentos a partir de uma vigilância constante, porém altamente 
diluída e auto-deformante. A produção de imagens por câmeras são, nesse contexto, um importante 
dispositivo de controle e modulação dos comportamentos, em especial dos próprios policiais, antes 
acostumados a manipulações e intervenções violentas, agora precisam ter condutas que correspondam ao 
caráter público do serviço que prestam. 
 
Para se ter uma ideia, em 2019, das mais de 5.854 denúncias recebidas pela Ouvidoria da PM em São Paulo, 
2.069 estavam relacionadas flagrante forjado, abuso de autoridade, lesão corporal, assédio moral, apreensões 
indevidas, tortura e até mesmo abuso sexual. Então, de fato, as câmeras acopladas nas fardas devem coagir os 
policiais a manterem-se dentro do espectro da legalidade, com abordagens que não desrespeitem os direitos 
fundamentais dos cidadãos. 
Mesmo que parte dos policiais tenha demonstrado incômodo com o uso das câmaras durante os testes 
realizados em 2020, não há ônus para os direitos dos agentes visto que as imagens são coletadas durante o 
exercício do serviço público. 
(...) 
A mesma lógica, no entanto, não deve ser aplicada aos cidadãos que terão suas imagens coletadas. Durante 
uma abordagem, as imagens captadas pelas câmeras não serão apenas a dos policiais, mas também a dos 
cidadãos, não importa se em situação lícita ou ilícita. O resultado disso será a geração de um enorme banco de 
dados sobre o qual, até então, não há nenhuma governança pública. 
https://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/as-cameras-nas-fardas-da-pm-e-os-desafios-de-uma-
sociedade-hipervigiada/ 
Texto 4 
“Os homens criam as ferramentas, e as ferramentas recriam os homens.” 
(Frase atribuída a Marshall McLuhan) 
 
Texto 5 
 
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https://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/as-cameras-nas-fardas-da-pm-e-os-desafios-de-uma-sociedade-hipervigiada/
https://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/as-cameras-nas-fardas-da-pm-e-os-desafios-de-uma-sociedade-hipervigiada/
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 9 
 
https://www.agazeta.com.br/um-tema-duas-visoes/cameras-de-monitoramento-seguranca-ou-invasao-0718 
A partir da leitura dos textos motivadores acima e de suas próprias reflexões, escreva um texto dissertativo-
argumentativo sobre o seguinte tema: 
 
Câmaras corporais: entre a segurança pública e a hipervigilância social. 
 
 
Escrevendo à mão 
 
Um dado importante a considerar quando for escrever sua 
redação é: ela é manuscrita. Isto nem sempre é fácil já que estamos 
acostumados a escrever textos maiores pelo computador ou celular. 
Principalmente em se tratando de produções extensas, como artigos ou 
análises, é preciso tomar alguns cuidados para que suas ideias sejam 
apresentadas de modo compreensível. Imagine perder pontos porque 
não entenderam sua letra? Aqui vão algumas dicas: 
 
➢ Pratique! Retome o hábito da escrita manual, principalmente no formato pedido na redação: folha 
sulfite e caneta esferográfica. Assim, você acostuma sua mão ao gesto da escrita. 
 
➢ Mostre sua letra para os outros. Para nós, que já estamos habituados à nossa letra, tudo parece 
compreensível. Isso não significa que o corretor da sua redação vai achar a mesma coisa. Por isso, 
pratique sua caligrafia, treine a escrita e, quando possível, mostre para alguém.Assim você vai 
saber se há algo na sua escrita que precisa ser melhorado. Na UNESP não há nota para caligrafia, 
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https://www.agazeta.com.br/um-tema-duas-visoes/cameras-de-monitoramento-seguranca-ou-invasao-0718
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 10 
mas uma letra ilegível prejudica a leitura ou predispõe o corretor a não se concentrar nos 
argumentos. 
Redação na UNESP 
 
 O vestibular da UNESP dá ênfase em Humanas. Só para se ter uma ideia, basta indicar que na 
primeira fase você vai enfrentar uma prova com 90 questões, divididas igualmente em 3 áreas: linguagens 
e códigos, ciências humanas e ciências da natureza incluindo matemática. Ora, são apenas 30 questões 
de ciências no geral, as outras 60 questões giram em torno das humanidades. A título de comparação, 
basta destacar que, na FUVEST, cerca da metade da prova de primeira fase é composta com questões de 
ciências naturais. 
 Dentro desse contexto, o peso de Português é grande na UNESP. Na primeira fase, são 17 questões 
com ênfase em interpretação de texto. É muito importante uma ótima pontuação na primeira fase, já 
que vale 50% da nota final. Na segunda fase, você deverá enfrentar questões dissertativas de todas as 
matérias. Nisso, esse vestibular difere do da FUVEST, no qual o candidato enfrenta questões específicas 
relacionadas à carreira que escolheu. 
 No primeiro dia da segunda fase, você fará uma prova com 24 questões dissertativas, 12 de 
ciências da natureza e 12 de ciências humanas. No segundo dia, você fará uma redação e responderá a 12 
questões sobre linguagens e códigos. A redação vale 28 pontos e as questões 72 pontos no total de 100 
pontos nessa fase. 
 Somam-se os pontos da primeira com os da segunda fase e divide-se por 2. 
 De qualquer maneira, cada matéria equivale a quase 7,2% da nota total do processo, considerando 
que linguagem (Interpretação de texto, Literatura e Inglês) equivale a 28% da prova e Redação 14%. 
 
 Perfil da prova: 
✓ Um Vestibular para quem gosta de Humanas 
Redação 
15%
Linguagem
29%
história
7%
Geografia
7%
Filosofia
7%
Sociologia
7%
Matemática
7%
Física
7%
Química
7%
Biologia
7%
UNESP: percentagem incluindo as 2 fases
Redação Linguagem história Geografia Filosofia
Sociologia Matemática Física Química Biologia
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 11 
✓ Ênfase em interpretação de textos 
✓ Ênfase na escrita. 
✓ O peso da prova de exatas é menor na primeira fase, e essa prova é mais fácil se comparada com 
a da FUVEST. 
✓ Caem poucas questões de Literatura. 
✓ Prova extensa com textos longos. 
Em vista do que foi explicado acima, como você deve se preparar? 
✓ Ler muito de forma eficiente e rápida. 
✓ Treinar a escrita. 
✓ Treinar o pensamento coerente e lógico. 
 Em Redação, o mínimo que se exige é que você esteja no grupo acima da média (notas entre 7 e 
8,45), mas, obviamente, você, um aluno coruja do Estratégia Vestibulares, vai estar no grupo seleto dos 
que tiram entre 8,5 e 10. Para se ter uma ideia do que isso significa, basta consultar o balanço feito pela 
UNESP após o vestibular. A tabela abaixo foi extraída do relatório de 2018 que exibe a nota média tirada 
em redação pelos candidatos. 
 
 
 Observando a tabela. Nota-se que um número muito grande de candidatos de biológicas 
tira entre 7,0 e 8,49, cerca de 55 por cento dos matriculados. São poucos os que tiram nota 
máxima, 4,3 por cento dos matriculados. Visualmente, esse fato fica mais evidente na tabela 
abaixo. 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 12 
 
 Então, chega de conversa e bora começar a fazer redação. 
 
 
 
Plano de Aulas 
 
TEMA CONTEÚDO 
AULA 00 – Fundamentos - Como é a redação na UNESP 
- Critérios de correção 
- Texto Expositivo e Argumentativo 
- Paráfrase 
- Linguagem: frase. 
AULA 1 – Recursos Linguísticos 
 
- Seleção de palavras 
- Vírgula 
- Clareza e desenvolvimento frasal 
- Período longo 
- Ênfase 
4,1
36,7
55
4,3
PORCENTAGEM
Desempenho em redação
4,5- 5,49 5,5 -6,99 7,0-8,49 8,5-10,0
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 13 
AULA 2 – Tema e Tese - Interlocução 
- Tema na UNESP 
- Análise dos últimos temas da UNESP 
-Ponto de vista e tese 
- O parágrafo 
- Tópico Frasal 
- Linguagem: estilos de frase 
AULA 3 – Prática Textual e Projeto de 
Texto 
 
- Importância do projeto 
- Projeto de texto e Brainstorm 
- Generalização e Escada Argumentativa 
- Esboço 
-Linguagem: escolha de palavras 
AULA 4 – Estudo e Prática de Introdução 
 
- Finalidade da Introdução 
- Introduções básicas 
- Estratégias para produção de introduções variadas 
- Linguagem: figuras de linguagem 
AULA 5 – Argumentação I 
 
- Argumento 
- Senso comum e bom senso 
- Estrutura hierárquica do argumento 
- Argumento principal e secundário 
- Argumento forte e fraco 
- Linguagem: texto objetivo 
AULA 6 – Argumento II: raciocínios - Princípios de lógica argumentativa (premissa maior, 
premissa menor e conclusão) 
- Relação entre ideia abstrata e prova concreta 
- Parágrafo com estrutura silogística 
- Falácias 
- Linguagem: raciocínio lógicos e conectivos. 
AULA 7 – Conclusão - Prática e estudo de desenvolvimento da conclusão; 
- Linguagem: Sinonímia, repetição e frases de efeito. 
AULA 8 – Coesão e coerência - Progressão temática 
- Coesão lexical e coesão semântica 
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AULA 0 – FUNDAMENTOS 14 
- Coerência externa e coerência interna 
- Linguagem: uso de conectivos; ligação entre parágrafos 
 
Aula 9 – Repertório de modelos 
dissertativos 
- Como usar repertório de outras áreas do conhecimento; 
- Modelos: tradicional, contra-argumentativo; dialético; 
histórico; analógico; silogístico. 
Caderno de Propostas - Pdf com propostas já aplicadas de vários Vestibulares do 
Brasil 
- Propostas inéditas (autorais). 
- Temas variados 
- Encaminhamentos possíveis 
Como usar esse material 
 
 Curso de Redação, você sabe, não é como qualquer curso. Trata-se de uma matéria que lida com a questão 
“como fazer?” e não “o que aprender?”, ou, às vezes, “o que decorar?”. Logo, tratar-
se de um curso prático, com muitas sugestões. Mas o raio desse trabalho é que temos 
que lidar com partes do texto, mas você vai construir um texto inteiro. É como trocar 
o pneu do carro enquanto ele está andando. Paciência. Acostume-se com isso. 
 Além dessa dificuldade que já é monstruosa, ainda há outras dificuldades à frente. 
Há alunos que não gostam de escrever, outros que até gostam, mas têm dificuldade 
e, por fim, há a assimetria entre os alunos. Alguns já têm pleno domínio de algumas 
técnicas, outros não. 
 Conselho: analise com sinceridade se você precisa do que está no tópico dado. 
Caso, ache que sim, e houver exercício, faça, por mais bobo que o treino possa 
parecer. Observe-se. Nesse caso, os comentários do corretor devem ajudá-lo. Utilize 
as devolutivas das correções como bússola do que você pode melhorar. 
 
 
 Neste pdf, os tópicos fundamentais serão: 
 2.4 Diferença entre o modelo UNESP e o Enem; 
 4. Texto expositivo ou argumentativo. 
 6. Primeiro recurso de desenvolvimento: paráfrase. 
 
 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 15 
 Como última grande dificuldade, é preciso destacar que um curso pleno de redação deve atacar os vários 
eixos da escrita: linguagem, estrutura e conteúdo. Não é fácil. O que dá organicidade a um curso de redação é o 
estudo da estrutura, mas vamos tentar cobrir também linguagem e conteúdo. 
 Eu imaginei um material que tem, como centro nervoso, o tópico de estrutura. Mas as outraspartes 
aparecerão como secções, você encontrará em cada pdf 
 
Cabe destacar que cada pdf será temático, quando possível. Isso significa que separei os eixos 
temáticos – Política, questão ambiental, ética, psicologia/subjetividade, Representação do mundo 
(ciência, cultura e redes sociais) e Brasil – e cada pdf girará em torno do eixo escolhido. Para que você 
pense bastante em cada grande tema de redação. 
Observe, também, que as propostas estão organizadas por níveis de dificuldade. A primeira 
sempre será uma no estilo UFPR que supõe a produção de um texto em parte; a segunda no estilo de 
polêmica, quando você se posiciona em relação a opostos, e por fim, uma de estilo mais abstrato como 
o da UNESP. 
Cada pdf traz proposta no estilo definido, mas somente 3 a 4 propostas. Para ir mais longe, 
observe que há um caderno de propostas e que você pode se valer do Banco de Questões. 
 
1. Tema e atitude 
 
 Como mencionei no tópico anterior, o pdf será, na medida do possível, temático. Bom, 
primeiramente é importante discutir quais são os temas possíveis para propostas de redação. Não, 
corujinha, infelizmente, não tenho bola de cristal e não sei o que vai cair. Mas você pode se exercitar nos 
Secção Atitude inicial: parte motivacional com alguma dica de como 
encarar a dificuldade de escrever. 
Secção linguagem: uma parte para discutir algo da linguagem 
importante para o que se discute no tópico do pdf. 
Secção Exercitando a reflexão para uma boa escrita: parte dedicada 
ao desenvolvimento do pensamento lateral 
Secção análise de uma redação exemplar: análise de um bom texto 
ou um texto sofrível a partir dos parâmetros estudados em aula 
Secção conexões: sugestão de repertório de filosofia ou sociologia . 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – FUNDAMENTOS 
 
AULA 0 – FUNDAMENTOS 16 
temas gerais. Pensar neles vai ajudar você e muito. Parti de uma premissa simples, o eu em relação ao 
mundo e a ele mesmo, e daí teríamos as combinações abaixo. 
 
Traduzindo esse esquema teríamos os seguintes tópicos: 
✓ Política 
✓ Questão social 
✓ Ética 
✓ Psicologia (ou subjetividade) 
✓ Representação do mundo (cultura, redes sociais, ciência etc) 
✓ Meio ambiente 
✓ Sociologia brasileira 
A ideia é trabalhar cada um desses recortes temáticos em cada pdf. Assim, você pensa nisso e vai 
construindo um repertório sobre o tema de forma consciente. 
Outros-outros
Política; 
questão social
Política
Questão social
Eu-eu
Projeto de vida Ética (viver bem)
Subjetividade; 
identidade
Psicologia 
Eu-outros
Ética (viver bem com os 
outros)
Eu-conhecimento
Representação do 
mundo 
*Epistemologia
Ciência
Eu-meio ambiente
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1.1 Tema deste pdf: subjetividade 
Esse não é um tema muito frequente nos vestibulares. A UNESP gosta de, vez em quando, cutucar 
os candidatos com temas como “Entre o ser e o ter”, “Bajulação”, “É preciso ser famoso”, “Ciúme”, 
“Amor” etc. Na UNESP, só em duas propostas esse tema foi explorado, mas é bom sempre estar 
preparado. O que esses temas e aqueles relacionados com a constituição do sujeito têm em comum? A 
problematização de que é essa coisa que chamamos de “eu” e como ela funciona. 
Nesse caso, há uma questão que seria importante como base para se discutir qualquer questão 
sobre subjetividade: o que significa “ser”, numa questão como “ser” ou “ter”. Daí vai uma boa dica, 
quando você tiver que escrever sobre esses temas, digamos mais subjetivos, vale a pena descrever nas 
suas próprias palavras e, depois, tentar sistematizar isso na linguagem dissertativa. 
Imagine a seguinte resposta à pergunta o que é “ser”? 
Ah, sei lá, acho que é a pessoa se preocupar com seu lado interior. 
Isso poderia ser melhor desenvolvido da seguinte forma: o indivíduo que privilegia o “ser” 
entende que sua formação emocional ou mesmo intelectual é mais importante do que simplesmente 
negar isso para, a qualquer custo, ter um emprego de sucesso. 
Isso já é um bom começo. 
Mas vamos a algumas ideias básicas para você ir aquecendo os motores da escrita. 
Secção conexões 
Quem é o “eu”? 
A discussão sobre a subjetividade começa com Sócrates e a tão propalada ideia do oráculo de Delfos que 
dizia: “conhece-te a ti mesmo”. Em primeiro lugar, esse oráculo deixa implícito que não nos conhecemos e 
que gostamos do autoengano. Mas o que é ser para Sócrates? É dele a famosa expressão, “uma vida sem 
reflexão não vale a pena ser vivida”. Em outras palavras, ser significa pensar no que se vai fazer para escolher 
a caminho mais excelente do ponto de vista ético. Qual seria o resultado disso? Ter honra de si mesmo e ser 
uma pessoa agradável para você e para os outros. Imagine que alguém que se envergonha do que fez, terá que 
viver consigo a vida inteira, não é fácil. 
Mas esse “eu” precisa do quê? Aí a discussão é outra, e agora o nosso mestre é Platão. No diálogo O Banquete, 
o filósofo dá entender qual é a essência humana. Ele é marcado pela falta, como numa espécie de maldição 
dos deuses. Isso o leva a procurar no mundo o que lhe falta. Daí nasce o amor. Então, agora pode-se entender 
o “eu” como esse indivíduo que deve ter orgulho de si mesmo, mas que vai interagir com o mundo para tentar 
cobrir esse buraco existencial, essa falta que é imensa. 
E quais são os objetos que o “eu” procura para satisfazer esse buraco? Vamos terminar a viagem com Freud. 
São os outros, sobretudo nossos parentes no período de nossa formação que vai determinando o que vamos 
procurar no mundo. Se nossos pais procuram sucesso, nós vamos dar continuidade à vontade deles, ou reagir 
de forma contrária. Há uma frase, não exatamente de Freud, que sintetiza “A história humana é a história 
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dos desejos desejados”. Quando crianças, nossos pais e toda a sociedade vão construindo os desejos que farão 
parte de nós. 
Mas então, o “eu não tem desejo próprio? Aqui a gente encerra essa brincadeira com Sartre. É verdade que 
você é, em larga escala, determinado pela sociedade e pelos desejos parentais, mas não importa o que fizeram 
de você, mas aquilo que você faz do que fizeram com você. 
 
 
 Essas são ideias preliminares. Obviamente, depende do que a banca escolhe como tema. 
1.2 Secção Atitude inicial 
 Para começar um curso de redação, você deve ter a postura correta. Normalmente, o aluno quer um 
esquema que faça o milagre. Esquemas ajudam, principalmente quem está começando ou quem precisa de 
segurança. Contudo, essa postura pouco ajuda para a produção de um texto de nota máxima. 
 Observe o texto abaixo. 
 
O texto 
Tudo o que presta num ser humano é o que não cabe num post de Instagram 
Faz meses que só temos acesso à pior versão das pessoas 
 
São muitos os efeitos colaterais do isolamento social no século 21. Longe das pessoas, mas grudados no 
celular, nos distanciamos das pessoas de carne e osso, mas nos aproximamos do treino e do almoço delas. 
Resultado: faz meses que só temos acesso à pior versão das pessoas. 
Sabemos tudo sobre todo o mundo —menos o que realmente importa. Tudo o que presta num ser humano 
não cabe no Instagram. Uma pessoa fazendo o bem é bonito, uma pessoa postando que fez o bem é 
horrível. Uma pessoa que está feliz faz o mundo mais feliz, uma pessoa postando que está feliz faz o mundo 
se perguntar: será que está mesmo? Precisava postar? 
A pessoa que posta uma piada fez um esforço pra ser engraçada —e a graça está no diâmetro oposto do 
esforço. Humor é tudo aquilo que morre quando transcrito num tuíte. 
Pode conferir: as vezes em que você mais riu na vida foi na vida real, com pessoas de verdade, sendo elas 
mesmas. Por melhor que seja o meme, mesmo que você tenha escrito infinitos HAHAHAHA em caixa alta, 
vamos ser sinceros: no melhor dos casos você apenas contraiuum pouco a boca e soltou ar pelo nariz. 
Nenhum meme nunca me fez rir tanto quanto a minha filha de dois anos. 
 
(...) 
(Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2020/12/tudo-o-que-presta-
num-ser-humano-e-o-que-nao-cabe-num-post-de-instagram.shtmla, acessado em 20.12.2020. 
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https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/04/isolamento-do-coronavirus-provoca-odio-a-celulares-e-reinvencao-de-sexo-e-prazer.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/04/isolamento-do-coronavirus-provoca-odio-a-celulares-e-reinvencao-de-sexo-e-prazer.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2020/04/brasil-teve-38-milhoes-de-publicacoes-no-instagram-com-adesivo-de-quarentena.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2020/12/tudo-o-que-presta-num-ser-humano-e-o-que-nao-cabe-num-post-de-instagram.shtmla
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2020/12/tudo-o-que-presta-num-ser-humano-e-o-que-nao-cabe-num-post-de-instagram.shtmla
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 Gostou do texto? Não pergunte quanto ele vale, pergunte se ele é gostoso de ler. Esse é o critério. 
O autor tem uma tese até senso comum, a vida real vale mais do que a virtual, mas não é isso que 
realmente agrada, embora pudesse ser, uma tese de senso crítico também pode gerar um bom texto. O 
que agrada no texto é a forma como ele vai adicionando ideias, uma hora por oposição, outra por 
ampliação, aqui usado uma pergunta, em outro ponto repetindo um termo etc. Você acha que ele 
decorou fórmulas? 
 Ele se diverte escrevendo. Aprendeu isso: brincar com palavras, como formas diferentes de dizer 
algo e perceber o efeito que produz. Note, o que é importante em um texto, “o efeito”. Veja essa frase: 
 “Humor é tudo aquilo que morre quando transcrito num tuíte.” 
 De quantas formas essa frase poderia ser escrita? 
 O humor acaba no tuíte. 
 O tuíte assassina o humor sem graça nenhuma. 
 Transcreva algo no tuíte, o humor acabou. 
 Quer acabar com o humor? Escreva um tuíte. 
 Etc 
 Sacou? 
 O corretor não dá nota porque você burocraticamente foi construindo um texto. O corretor 
primeiro gosta bastante, ou gosta médio, ou gosta razoável, ou não gosta de jeito nenhum do seu texto. 
Depois disso, ele procura justificativa para dar ou tirar nota. É o que se chama correção holística. Todo 
mundo faz isso. Terminada a leitura, o corretor, pelo todo (critério holístico), já pensou em uma nota. 
Resta agora ver cada ponto da grade para ver como distribuir pontos. 
 Isso tudo para dizer, qual a disposição que você deve ter ao escrever? 
 Queira, deseje, tenha vontade de fazer um texto que provoque efeito. Aprenda a gostar 
de tocar seu leitor pela forma como você diz algo, ou pela forma como concatena ideias. 
Você vai precisar aprender as técnicas, mas goste do que está fazendo. 
 Goste das palavras, observe como elas se comportam em relação às outras, veja como são 
engraçadas, sérias, truncadas, tristes. 
 Queira escrever e não cumprir tabela. 
 
2. Modelo UNESP 
 
 Que tipo de texto será exigido? Segundo o Manual do Candidato de 2019: “espera-se que o 
candidato produza uma dissertação em prosa na norma-padrão da língua portuguesa, a partir da leitura 
de textos auxiliares, que servem como um referencial para ampliar os argumentos produzidos pelo 
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próprio candidato. Ele deverá demonstrar domínio dos mecanismos de coesão e coerência textual, 
considerando a importância de apresentar um texto bem articulado.” 
 
2.1 Zerar a redação 
 
 O que você não deve fazer de forma nenhuma? 
 
Será atribuída nota zero à redação que: 
a. fugir ao tema e/ou gênero propostos; 
b. apresentar nome, rubrica, assinatura, sinal, iniciais ou marcas que permitam a 
identificação do candidato; 
c. estiver em branco; 
d. apresentar textos sob forma não articulada verbalmente (apenas com desenhos, números e/ou 
palavras soltas); 
e. for escrita em outra língua que não a portuguesa; 
f. apresentar letra ilegível e/ou incompreensível; 
 g. apresentar o texto definitivo fora do espaço reservado para tal; 
h. apresentar 7 (sete) linhas ou menos (sem contar o título); 
i. apresentar menos de 8 (oito) linhas AUTORAIS (não copiadas da prova, dos textos de apoio, de modelos 
prontos de redação ou de outras fontes) contínuas e/ou for composta PREDOMINANTEMENTE por cópia 
de trechos da coletânea ou de quaisquer outras partes da prova e/ou por reproduções (plágio) de textos 
divulgados em mídias digitais (sobretudo internet) ou impressas; 
j. for idêntica ou muito semelhante a outra(s) redação(ões) deste processo seletivo ou de outro(s); 
k. apresentar formas propositais de anulação, como impropérios, trechos jocosos ou a recusa explícita em 
cumprir o tema proposto. 
 
 Fique esperto, zero em redação significa que você será excluído do processo. 
 
Observe que no último manual, a banca fez uma advertência a quem se vale dos famosos 
esquemas, esqueletos e máscaras. Se o corretor perceber que se trata de uma redação desse 
tipo, ele pode anular. 
 
Falando em nota, tenha certeza de que sua redação não será corrigida de qualquer jeito, portanto, 
capriche. A Banca de correção da prova da UNESP toma os devidos cuidados para que o traço subjetivo 
presente na correção de um texto seja minimizado. Segundo o manual : “cada redação é avaliada por dois 
examinadores independentes e, quando há discrepância na atribuição das notas, o texto é reavaliado por 
um terceiro examinador independente. Quando a discrepância permanece, a prova é avaliada pelos 
coordenadores da banca.” 
2.2. Formato da Proposta 
 Duas certezas você poderá ter em relação à redação na UNESP: será uma dissertação e terá um 
formato já consagrado. Para analisar a configuração da proposta, vejamos a de 2019. 
 
 
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Proposta 1 
UNESP /2019 
 
 
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Texto 4 
Nós somos consumidores agora, consumidores em primeiro lugar e acima de tudo. Para todas as 
dificuldades com que nos deparamos no caminho trilhado para nos afastar dos problemas e nos aproximar 
da satisfação, nós buscamos as soluções nas lojas. Do berço ao túmulo, somos educados e treinados a tratar 
as lojas como farmácias repletas de remédios para curar ou pelo menos mitigar todas as doenças e aflições 
de nossas vidas particulares e de nossas vidas em comum. Comprar por impulso e se livrar de bens que já 
não são atraentes, substituindo-os por outros mais vistosos, são nossas emoções mais estimulantes. 
Completude de consumidor significa completude na vida. 
(Zygmunt Bauman. A riqueza de poucos beneficia todos nós?, 2015. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
 
 
Pegou qual é o formato? 
Nessa proposta, observa-se uma coletânea de 5 textos, sendo 4 verbais e um figurativo como 
estímulo e subsídio para a redação. Às vezes, a coletânea é mais extensa e mais informativa, às vezes, 
mais sucinta. Esses textos apresentam pontos de vista diferentes sobre o assunto. Essa tem sido uma 
prática comum na UNESP. 
Após a compilação de textos, segue-se a proposta temática explícita, nesse caso, expressa em uma 
pergunta: Compro, logo existo ? O tema é, na maioria das vezes, formulado como pergunta que deve ser 
respondida. 
Finalmente, observam-se instruções que devem ser seguidas à risca: 
 
➢ uso do padrão culto da linguagem; 
➢ a quantidade mínima de linhas (critério de exclusão); e 
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➢ o título.O modelo proposto segue os padrões da “dissertação escolar” em prosa. A dissertação é um tipo 
de texto muito comum no Ensino Médio, no qual o aluno elabora um ponto de vista e escolhe argumentos 
capazes de sustentá-lo. “Em prosa’ significa que o aluno deve fazer um texto corrido, organizado por 
parágrafos e não um texto poético, por exemplo. 
Na UNESP, há uma peculiaridade muito importante. Você deve prestar muita atenção ao tema, 
pois o desenvolvimento temático será avaliado segundo parâmetros bem delimitados. A não observância 
desse pressuposto pode se traduzir numa nota abaixo do esperado. Justificativa? Fuga parcial do tema. 
Nem pensar... Antídoto para isso? 
 
Treino...muito treino. 
 
2.3 Critérios de Correção: os 3 Eixos 
 Agora que você já sabe algo sobre o formato da prova de Redação da UNESP, passemos à sua 
angústia: como tirar uma ótima nota? 
 Quais são os parâmetros que devem orientar a produção do texto? Segundo o Manual, seu texto 
será avaliado em três quesitos: 
 
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A Banca não dá maiores detalhes sobre o peso de cada critério. Por isso, vamos presumir que cada 
item tem peso igual. Para fins de correção, cada tópico da grade vale de 0 – 10, depois tira-se a média e 
multiplica-se por 2,8. Esse resultado estará no parâmetro indicado de 0 – 28. 
 
 
2.4 Diferença entre a redação da UNESP e a do ENEM 
 
 Vamos a questão campeã de audiência em tempos de Enem. Qual a diferença entre a redação da UNESP e 
a do Enem? 
 A diferença principal decorre do que se exige como tema. O Enem escolhe uma questão social que reflete 
algum tipo de violação de um direito. Nesse caso, o Enem pede que se comente a questão e, por fim, apresente 
proposta de intervenção. A sua banca seleciona uma questão específica ou geral, mas que não envolve um direito 
violado . Você deve analisar a questão e não necessariamente fazer proposta de intervenção e, quando fizer, deve 
ser em outros moldes, já que essa exigência do Enem é muito específica. 
 
 
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Enem Unesp 
Não exige título Facultativo 
Tema fechado, a banca escolhe uma questão 
envolvendo um direito não reconhecido. Não se 
discute permite polemizar o tema 
Tema aberto. Dessa forma, há um leque maior de 
possibilidades de desenvolvimento da tese. 
Dependendo da proposta, tema por si é polêmico. 
Tese já indicada no tema Tese decidida por você 
Desenvolvimento pode ser baseado em comentários Desenvolvimento analítico 
Proposta de intervenção delimitada por agente, ação, 
meio e finalidade 
Conclusão tradicional por síntese ou intervenção. 
Quando for por intervenção não necessita da 
especificação como a do Enem 
Tipo de proposta que permite uso de determinados 
esquemas 
Tipo de proposta que não permite uso de esquemas 
muito rígidos. A banca adverte contra uso de 
esquemas prévios para produção do texto. 
Uso de frases coringa é possível Frases coringa sem valor 
 
 
 
 
 
3. O Gênero “Dissertação Escolar” 
 A dissertação que você aprendeu a desenvolver no ensino médio abrangia duas operações 
intelectuais distintas, mas interligadas: reconstruir uma problematização minimamente complexa em 
torno do tema e, a partir daí, emitir uma opinião que permita recortar o tema e adotar um percurso 
argumentativo interessante em meio ao caos das ideias e opiniões. 
Uma opinião, normalmente, constrói-se a partir do contato com ideias diferentes sobre o mesmo 
tema, o que revela exame cuidadoso e analítico por parte de quem escreve uma dissertação. Você deve 
ter percebido que a UNESP força esse tipo de reflexão. 
A Banca escolheu textos que não anulavam o argumento favorável ao consumo, embora houvesse 
nitidamente um viés mais crítico em relação ao comprar como finalidade de vida. E agora? Os corretores 
querem ver como você se “vira nos trinta”, como você desenvolve um tema em que é possível levantar 
bons argumentos de, pelos menos, duas perspectivas até contraditórias. 
 
Pois é, em Redação, você vai ter que fazer o contrário do que manda o senso comum, você vai 
complicar as coisas, vai “procurar pelo em ovo”, como se diz. O fio da navalha é que depois de complicar 
o tema, depois de tentar encontrar implicações, ambiguidades, paradoxos etc, você deverá encontrar o 
percurso de volta de forma convincente. Deverá produzir um texto com uma certa simplicidade, mas que 
manifeste o trabalho intelectual de conseguir conciliar ideias contrastantes. 
SE LIGA!!! 
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 O maior interesse do avaliador não recai sobre o seu posicionamento (tese). 
Ele pode até discordar de você, mas não é por isso que ele vai dar uma nota baixa. 
Ele analisa o percurso linguístico que você vai adotar para apoiar a sua opinião. Em 
outras palavras, dissertar não é falar o que se pensa, isso é feito numa entrevista, 
em textos curtos do Twitter ou em Blogs. O texto dissertativo deve manifestar o 
trabalho intelectual de elaboração do argumento, construído progressivamente de 
forma coerente e linear. Por isso, não há uma receita infalível. 
 Depois de dedicar algum tempo para refletir sobre o tema, você deve, enfim, 
começar a escrever a tal da dissertação. Quais as marcas desse texto? 
TRAÇOS TÍPICOS DA DISSERTAÇÃO 
Finalidade Expor e defender um ponto de vista em torno de um tema que envolva algum 
tipo de polêmica social. 
Convencer o leitor. 
Ponto de partida A pergunta/ o comentário feita(o) pela Banca que normalmente toca em 
questões polêmicas. 
Estrutura Apresentação do tema e indicação sumária do desenvolvimento (Introdução). 
Desenvolvimento dos argumentos que poderão dar suporte à ideia defendida 
(Desenvolvimento). 
Resumo das ideias anteriores e/ou apresentação de uma consequência do que 
foi exposto na forma de proposta de intervenção (Conclusão). 
Linguagem Uso do padrão culto da linguagem. 
Emprego de substantivos abstratos e do tempo verbal no presente. 
Bom aproveitamento dos conectivos, uma vez que eles têm papel importante 
na estruturação da correlação de ideias para configurar um raciocínio lógico. 
Composição A sequência linguística que estrutura a escrita se pauta por afirmações 
generalizantes. 
Na argumentação, outras sequências se agregam ao texto como as narrativas, 
as descritivas, as injuntivas (aquelas que implicam ordem ou admoestação), as 
explicativas e as preditivas (aquelas que implicam previsão do futuro, que se 
pautam pelas consequências). 
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 3.1. Exercícios sobre Estrutura Dissertativa 
 
 
Questão 01. (ENEM 1998) 
 
Amor é fogo que arde sem se ver; 
é ferida que dói e não se sente; 
é um contentamento descontente; 
é dor que desatina sem doer; 
 
É um não querer mais que bem querer; 
é solitário andar por entre a gente; 
é nunca contentar-se de contente; 
é cuidar que se ganha em se perder; 
 
É querer estar preso por vontade; 
é servir a quem vence, o vencedor; 
é ter com quem nos mata lealdade. 
 
Mas como causar pode seu favor 
nos corações humanos amizade, 
se tão contrário a si é o mesmo Amor? 
 
Luís de Camões 
 
O poema pode ser considerado como um texto: 
 
a) argumentativo. 
b) narrativo. 
c) épico. 
d) de propaganda. 
e) teatral. 
 
Comentário: Normalmente, o senso comum costuma considerar a poesia como um texto contrário à 
dissertação. Contudo, o que define o texto dissertativo são os elementos enumerados no quadro acima, 
linguagem abstrata, generalização, argumentação etc. 
No poema de Camões, o poeta toma o tema de Amor com assunto do que será discutido. Tal sentimento 
é abstrato e o verbo “ser”, conjugado e repetido até a exaustão, não deixa dúvidas de que o eu-lírico (a 
voz que se expressa no poema) faz umgrande esforço por definir o que é o sentimento amoroso. A 
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finalidade do poeta é convencer o leitor de um ponto de vista pessoal sobre o assunto: o amor não pode 
ser definido (última estrofe). Para tanto, ele se vale de recursos argumentativos bastante criativos. 
Ele começa com uma definição de que o amor é fogo (pois se trata de um sentimento que toma o indivíduo 
por inteiro como um incêndio), mas essa ideia admite uma contraprova de igual valor: não pode ser visto. 
Ele, então, passa para uma segunda definição, o Amor promove contentamento, mas de novo, tal 
alegação admite o seu contrário. Ele segue essa lógica de afirmação e contra afirmação até o final do 
poema com o mesmo resultado. Ora, uma definição para ser boa não pode admitir a ideia contrária. A 
conclusão, portanto, da ilogicidade do amor, surge como desfecho lógico e necessário do percurso 
argumentativo anterior. 
É verdade que, em alguns momentos, o poeta lança mão de algumas metáforas, como a de que o Amor é 
uma ferida, contudo essa figura de linguagem não determina o gênero textual, já que a figurativização se 
subordina ao caráter generalizante da afirmação opinativa. 
Alternativa “b, falsa, pois os verbos estão no presente o que inviabiliza a possibilidade de se contar uma 
história, traço mais importante da narrativa. 
Alternativa “c”, falsa, afinal um texto épico é também narrativo, com o diferencial de focalizar uma 
história heroica numa linguagem grandiosa. 
Alternativa “d”, falsa, pois o que define a propaganda é o uso do imperativo, o que não se observa no 
texto. 
Alternativa “e”, falsa, pois o texto de teatro se organiza através de diálogos. 
Gabarito A 
 
Questão 02. (Fuvest/1995) 
 
“Filosofia dos epitáfios 
E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto 
egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí vem, 
talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala comum; parece-lhes que a podridão 
anônima os alcança a eles mesmos.” 
 
Do ponto de vista da composição, é correto afirmar que o capítulo “Filosofia dos epitáfios”: 
a) é predominantemente dissertativo, servindo os dados do enredo e do ambiente como fundo para a 
digressão. 
b) é predominantemente descritivo, com a suspensão do curso da história dando lugar à construção do 
cenário. 
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c) equilibra em harmonia a narração, à medida que faz avançar a história e cria o cenário de sua 
ambientação. 
d) é predominantemente narrativo, visto que o narrador evoca os acontecimentos que marcaram sua 
saída. 
e) equilibra narração e dissertação, com o uso do discurso indireto para registrar as impressões que o 
ambiente provoca no narrador. 
Questão 03. (FUNCAB) 
Internet e a importância da imprensa 
Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes sociais 
empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o 
empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede. 
É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de expressão, 
escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está virtualmente 
acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações sociais 
e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, notícias antes censuradas são 
agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais participativo, mais livre. 
E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem provocado 
um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que 
pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, por mais 
minoritária que seja a minha posição. 
O risco está em que é muito fácil “aderir ao seu clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir se 
encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que 
desemboca no fanatismo e no extremismo. 
Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem 
enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um 
instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se 
configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim... 
A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de consensos nem o 
estabelecimento de uma base comum para o debate. 
Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse 
fenômeno dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o 
que se publica, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos 
poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num 
contexto de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido. 
A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que configuram 
o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um 
determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais 
de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede. 
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Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos. No 
entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse 
simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma ponderação 
serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte. 
O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso, todos 
os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo 
contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, 
de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio. 
 (CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com 
adaptações.) 
Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto pode-se afirmar que se trata de uma: 
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com intenção 
de informar ou esclarecer. 
b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens, 
numa relação temporal de anterioridade e posterioridade. 
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa 
progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão. 
d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso 
expressivo de adjetivos. 
e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e objetiva, com 
verbos no modo imperativo. 
 
 
Questão 04. (ENEM 2014). 
A última edição deste periódico apresenta mais uma vez um tema relacionado ao tratamento dado ao lixo 
caseiro, aquele que produzimos no dia a dia. A informação agora passa pelo problema do material jogado 
na estrada vicinal que liga o município de Rio Claro ao distrito de Ajapi. Infelizmente, no local em questão, 
a reportagem encontrou mais uma forma errada de destinação do lixo: material atirado ao lado da pista 
comose isso fosse o ideal. Muitos moradores, por exemplo, retiram o lixo de suas residências e, em vez 
de um destino correto, procuram dispensá-lo em outras regiões. Uma situação no mínimo incômoda. Se 
você sai de casa para jogar o lixo em outra localidade, por que não o fazer no local ideal? É muita falta de 
educação achar que aquilo que não é correto para sua região possa ser para outra. A reciclagem do lixo 
doméstico é um passo inteligente e de consciência. Olha o exemplo que passamos aos mais jovens! Quem 
aprende errado coloca em prática o errado. Um perigo! 
Disponível em: http://jornaldacidade.uo.com.br. Acesso em: 10 ago. 2012 (adaptado). 
 
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Esse editorial faz uma leitura diferenciada de uma notícia veiculada no jornal. Tal diferença traz à tona 
uma das funções sociais desse gênero textual, que é 
 
a) apresentar fatos que tenham sido noticiados pelo próprio veículo. 
b) chamar a atenção do leitor para temas raramente abordados no jornal. 
c) provocar a indignação dos cidadãos por força dos argumentos apresentados. 
d) interpretar criticamente fatos noticiados e considerados relevantes para a opinião pública. 
e) trabalhar uma informação previamente apresentada com base no ponto de vista do autor da notícia. 
 
 
 
 
 
1.A 
2.A 
3.C 
4.C 
 
 
 
Questão 02. (Fuvest/1995) 
 
“Filosofia dos epitáfios 
E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto 
egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí vem, 
Gabarito sem comentário
Comentário e Gabarito
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AULA 0 – FUNDAMENTOS 32 
talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala comum; parece-lhes que a podridão 
anônima os alcança a eles mesmos.” 
Do ponto de vista da composição, é correto afirmar que o capítulo “Filosofia dos epitáfios”: 
a) é predominantemente dissertativo, servindo os dados do enredo e do ambiente como fundo para a 
digressão. 
b) é predominantemente descritivo, com a suspensão do curso da história dando lugar à construção do 
cenário. 
c) equilibra em harmonia a narração, à medida que faz avançar a história e cria o cenário de sua 
ambientação. 
d) é predominantemente narrativo, visto que o narrador evoca os acontecimentos que marcaram sua 
saída. 
e) equilibra narração e dissertação, com o uso do discurso indireto para registrar as impressões que o 
ambiente provoca no narrador. 
Comentário: O romance Memórias Póstumas de Brás Cubas é muito interessante do ponto de vista da 
composição. A narrativa não é linear. Comentários dos mais variados intercalam-se ao enredo de tal 
maneira que, em alguns momentos, tem-se a impressão de que o texto é alegórico-dissertativo. 
O fragmento acima é um exemplo disso. O narrador estava falando da morte de Lobo Neves e daí intercala 
à narrativa essa digressão sobre epitáfios. Ele generaliza e apresenta uma opinião em relação aos 
epitáfios, eles seriam “uma expressão daquele pio e secreto egoísmo”. É verdade que ele não argumenta, 
mas apresenta uma consequência dessa premissa. Trata-se de um trecho dissertativo que se acopla à 
narração. Não há duvida de que a narrativa predomina no livro, pois o ponto de partida do texto é a 
história do protagonista. 
Feita essa observação, fica claro que as alternativas “c” e “d” são falsas, pois classificam o fragmento 
como narração. A “b” erra ao classificar o texto como descritivo; ora, a descrição se define pela 
caracterização de um objeto, uma pessoa ou um lugar. O tema do fragmento são “os epitáfios” no geral 
e não um deles em particular e não são enumerados atributos físicos de tal objeto. Na última opção, 
afirma-se que o narrador faz uso do discurso indireto; ora, tal recurso ocorre quando a história é contada 
em terceira pessoa e não em primeira como se percebe no fragmento. 
Gabarito: A 
Questão 03. (FUNCAB) 
Internet e a importância da imprensa 
Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes sociais 
empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o 
empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede. 
É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de expressão, 
escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está virtualmente 
acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações sociais 
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AULA 0 – FUNDAMENTOS 33 
e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, notícias antes censuradas são 
agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais participativo, mais livre. 
E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem provocado 
um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que 
pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, por mais 
minoritária que seja a minha posição. 
O risco está em que é muito fácil “aderir ao seu clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir se 
encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que 
desemboca no fanatismo e no extremismo. 
Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem 
enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um 
instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se 
configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim... 
A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de consensos nem o 
estabelecimento de uma base comum para o debate. 
Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse 
fenômeno dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o 
que se publica, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos 
poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num 
contexto de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido. 
A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que configuram 
o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um 
determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais 
de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede. 
Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos. No 
entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse 
simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma ponderação 
serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte. 
O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso, todos 
os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo 
contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, 
de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio. 
 (CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com 
adaptações.) 
Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto pode-se afirmar que se trata de uma: 
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo,com intenção 
de informar ou esclarecer. 
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b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens, 
numa relação temporal de anterioridade e posterioridade. 
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa 
progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão. 
d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso 
expressivo de adjetivos. 
e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e objetiva, com 
verbos no modo imperativo. 
Comentário: O texto gira em torno de uma ideia abstrata, traço fundamental do gênero dissertativo. 
Contudo, a dissertação pode ser expositiva, quando não há uma opinião forte e o texto esclarece algum 
tipo de informação, algo que ocorre em textos didáticos; ou pode ser argumentativa, quando há uma tese 
explícita que será defendida. 
No artigo de opinião acima, o autor defende que o empoderamento do cidadão pela internet tem uma 
faceta negativa, ou seja, o texto é argumentativo (a alternativa “a” é falsa). Não se conta uma história, 
não é uma narração, fato que torna falsa a “b”. Não se descreve ou se qualifica qualquer objeto concreto, 
o tema central “empoderamento” é abstrato, assim a afirmação da “d” não procede. O que se diz da 
“expressão injuntiva” na “e”, aplica-se a textos em que predomina o imperativo, como os de receita 
culinária, o que não é o caso. 
Gabarito: C 
 
Questão 04 (ENEM 2014) A última edição deste periódico apresenta mais uma vez um tema relacionado 
ao tratamento dado ao lixo caseiro, aquele que produzimos no dia a dia. A informação agora passa pelo 
problema do material jogado na estrada vicinal que liga o município de Rio Claro ao distrito de Ajapi. 
Infelizmente, no local em questão, a reportagem encontrou mais uma forma errada de destinação do lixo: 
material atirado ao lado da pista como se isso fosse o ideal. Muitos moradores, por exemplo, retiram o 
lixo de suas residências e, em vez de um destino correto, procuram dispensá-lo em outras regiões. Uma 
situação no mínimo incômoda. Se você sai de casa para jogar o lixo em outra localidade, por que não o 
fazer no local ideal? É muita falta de educação achar que aquilo que não é correto para sua região possa 
ser para outra. A reciclagem do lixo doméstico é um passo inteligente e de consciência. Olha o exemplo 
que passamos aos mais jovens! Quem aprende errado coloca em prática o errado. Um perigo! 
Disponível em: http://jornaldacidade.uo.com.br. Acesso em: 10 ago. 2012 (adaptado). 
 
Esse editorial faz uma leitura diferenciada de uma notícia veiculada no jornal. Tal diferença traz à tona 
uma das funções sociais desse gênero textual, que é 
 
a) apresentar fatos que tenham sido noticiados pelo próprio veículo. 
b) chamar a atenção do leitor para temas raramente abordados no jornal. 
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c) provocar a indignação dos cidadãos por força dos argumentos apresentados. 
d) interpretar criticamente fatos noticiados e considerados relevantes para a opinião pública. 
e) trabalhar uma informação previamente apresentada com base no ponto de vista do autor da notícia. 
Comentário: De todas alternativas, a “a” e a “b” podem ser descartadas sumariamente. No texto, o autor 
faz mais do que “apresentar fatos” (“a”), ele os comenta; e a asserção no começo do artigo de que o 
“periódico apresenta mais uma vez” um tema já abordado, desmente a afirmação de que se trata de um 
tópico raro ( “b”). As outras três afirmações (“c”, “d” e “e”) não são necessariamente falsas. Elas realmente 
destacam características próprias de um artigo de opinião. Contudo, analisando o texto em questão, 
observa-se que a alternativa “c” é mais apropriada. Ao comentar o fato, o autor do texto defende uma 
opinião de maneira enfática, o que se observa no advérbio “infelizmente”, no adjetivo “incomoda”, no 
uso da pergunta retórica “Se você sai de casa para jogar o lixo em outra localidade, por que não o fazer 
no local ideal?” e no julgamento final da ação “É muita falta de educação”. É evidente a tentativa de 
provocar a indignação do leitor. 
Gabarito: C 
 
 4. Texto expositivo ou argumentativo? 
 Em algum momento da sua vida de escritor, você já recebeu a seguinte mensagem nada cifrada 
de seu querido corretor: “texto expositivo, manifeste sua opinião”. O que isso quer dizer? 
4.1 Exposição 
 Para entender, o que o enigmático corretor quis dizer, leia o texto abaixo, com a seguinte pergunta 
na cabeça: ele é expositivo ou opinativo? 
 
Amor e perda 
 O risco do amor é a separação. Mergulhar na relação amorosa supõe a possibilidade da perda. 
Segundo o psicanalista austríaco Igor Caruso, a separação é a vivência da morte numa situação vital: é a 
vivência da morte do outro em minha consciência e a vivência de minha morte na consciência do outro. E, 
quando falamos em morte, nos referimos não só ao sentido literal da palavra mas às diversas "mortes" ou 
perdas que permeiam nossas vidas. Por exemplo, podemos deixar de amar o outro ou não mais ser amado 
por ele; ou, ainda, mesmo mantendo o amor recíproco, há ocaso de sermos obrigados à separação; 
também nas relações duradouras, as pessoas mudam, e a modificação do tipo de relação significa 
consequentemente a perda da forma antiga de expressão do amor. 
 Quando a perda é grave, a pessoa precisa de um tempo para se reestruturar, pois, mesmo quando 
mantém a individualidade, o tecido do seu ser passa inevitavelmente pelo ser do outro. Há um período de 
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"luto" a ser superado após a separação, quando, então, é buscado novo equilíbrio. Uma característica dos 
indivíduos maduros é saber integrar a possibilidade da morte no cotidiano da sua vida. 
 No entanto, nas sociedades massificadas, onde o eu não é suficientemente forte, as pessoas preferem 
não viver a experiência amorosa para não ter de viver com a morte. Talvez por isso as relações tendam a 
se tornar superficiais, e é nesse sentido que o pensador francês Edgar Mori afirma: "Nas sociedades 
burocratizadas e aburguesadas, é adulto quem se conforma em viver menos para não ter que morrer tanto. 
Porém, o segredo da juventude é este: vida quer dizer arriscar-se à morte; e fúria de viver quer dizer viver 
a dificuldade". 
(Aranha, M.L. & Martins, M. H. Filosofando. São Paulo: Editora Moderna, 1993). 
 
 
 Ganha uma folha de redação quem disse “expositivo”! Ele expõe uma determinada ideia sem a 
necessidade de apelar para os recursos argumentativos. 
 
 
 
 
 
 Agora você me pegou, corujinha pra lá de atenta. É verdade que um autor de texto acadêmico 
expositivo deseja convencer o leitor de que ele está certo. Mas a estrutura verbal é neutra e tende para 
a explicação dos fenômenos e não para a opinião que ele tem sobre eles. O que motiva, rege e determina 
o texto é capacidade do escritor em tornar claros determinados aspectos que a pessoa comum deixou 
passarem despercebidos. 
 Para você entender, confira a comparação entre os traços de um tipo textual expositivo e um 
opinativo (dissertação) . 
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 Inicialmente, um autor de texto expositivo já apresenta na introdução o conceito ou a ideia que 
será explicada. 
 
 
 
 
 
 
•Finalidade: ampliar o conhecimento sobre determinado 
fato
•Não há necessidade de tentar fazer o leitor mudar de 
opinião, mas sim expor
•Predomina a função explicativa 
•Apresenta muitas informações 
•Especifica conceitos e definições
Expositivo
•Finalidade: sustentar ou refutar assuntos controversos
•Seleção deideias persuasivas
•Uso cuidadoso de expressões enfáticas
•Poucas informações, mas muito bem exploradas como 
suporte da ideia principal. 
Opinativo
Sequência textual da exposição
Introdução: tese de caráter expositivo, não apresenta valor 
Tese: “O risco do amor é a separação.” 
 Problematização: apresentar os motivos, causas ou 
 consequências do que se explicita. 
a nova ideia é importante 
Ideia problemática que exige explicação: “Mergulhar na relação amorosa supõe a 
possibilidade da perda”. 
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4.2 Texto opinativo ou dissertativo 
 Bom, o texto dissertativo é um velho conhecido. Não tem como perceber que o autor tem um 
ponto de vista quando ele é enfático e dá valor ao que afirma. Para que fique claro, leia o começo de uma 
redação publicada pela FUVEST como uma das melhores, sobre o tema ”Amizade”. Antes responda 
rápido: você acha que a amizade hoje tem as mesmas características das amizade no passado? 
 
Chocolate amigo 
 
A amizade é uma palavrinha bonita, e apenas isto. Inventada por Floristas e 
fazedores de cartões enfeitados de coração e poemas hipócritas. Usada em 
discursos românticos, sem significado algum, completamente banalizada . 
A maioria das pessoas fala de sentimentos como amor ou amizade com um 
orgulho desmedido e inexplicável facilidade. Falam porque tê-los é o que se 
espera do ser humano, e parece sensível e legal. Mas boa parte delas mal sabe 
o que tais palavras significam, e acaba soando frio, superficial e possessivo. De 
fato, muitas vezes parece que estamos falando de um simples chocolate. 
 
 Desenvolvimento das consequências e das dificuldades 
 de amar e da perda. 
 Conclusão- avaliação 
“No entanto, nas sociedades massificadas, onde o eu não é suficientemente forte, as 
pessoas preferem não viver a experiência amorosa para não ter de viver com a morte”. 
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 “Quando a perda é grave, a pessoa precisa de um tempo para se reestruturar, pois, 
mesmo quando mantém a individualidade.” 
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 A dissertação não é isenta, sacou? 
 
 
 
 Quase isso, corujinha interlocutora, porque se você muda a tese, você muda a finalidade e, aí está 
toda a diferença em relação ao que se seguirá pela frente. Pense na seguinte situação corriqueira. Você 
vai se encontrar com seus amigos e faz a frequente pergunta que virou uma música de Noel Rosa, “com 
que roupa eu vou?” 
 Perceba que a finalidade muda completamente a resposta. Se a finalidade é simplesmente estar 
com os amigos, você se veste de uma determinada forma, mas se a finalidade for impressionar um “certo 
alguém” que estará lá, a questão muda de figura. 
 Em redação é a mesma coisa. Um texto cuja finalidade é defender uma tese que apresenta um 
dado que é desconhecido pelo leitor exigirá uma roupagem mais sóbria e com dados. Uma redação com 
um julgamento de valor exigirá “sangue nos olhos” para provar o que você está dizendo. 
No segundo caso, a argumento será mais enfático e mais permeado por uma linguagem retórica 
(com figuras de linguagem que abusa do estilo). Para você ter uma ideia, o início da redação apresentado 
sobre o chocolate amigo foi desenvolvido por analogia, ou seja, por comparação, sem dados significativos 
que trouxessem algo que o leitor não soubesse. Ele basicamente organizou a linguagem de forma a 
impressionar pelo texto. 
 Ao final do texto, no caso da redação expositiva, o leitor tem a impressão de que o escritor queria 
passar uma informação didática, como faz um professor. No segundo, ele deve ter a impressão de que o 
escritor quer realmente mudar a opinião dele. 
4.3 Dissertação Expositiva versus Dissertação Opinativa 
Mas, afinal, você deve estar se perguntando, com que redação eu vou? Pois é, corujinha, olhe 
alguns temas que separei e me diga que tipo de modelo deve ser mais apropriado? 
 
 Temas anteriores 
2017O homem saiu de sua menoridade ? 
2018 Devem existir limites para a arte? 
2019 De que maneira o passado contribui para a compreensão do presente? 
2020 O papel da ciência no mundo contemporâneo. 
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2021 O mundo está fora da ordem? 
 
 Para facilitar eu até deixei na ordem. Você deve ter percebido que todas elas, de alguma forma, 
exigem um posicionamento do candidato, até pelo formato de questão que se pode responder com um 
“sim” ou um “não”. 
 Vale a pena ressaltar que se trata de predominância, pois obviamente para argumentar em uma 
redação opinativa, você, provavelmente, vai expor em alguma medida um fato ou um raciocínio. 
4.4 Exercício: texto expositivo e texto opinativo 
 É crucial que você se exercite na dissertação opinativa. É característica que pode proporcionar a 
nota máxima na UNESP. Sendo, assim preparei uma bateria de exercícios para você. 
 Abaixo, você encontrará dados expositivos que devem ser transformados em opinião. Note que, 
ao fazer isso, automaticamente, você estará fazendo uma tese. Eu sei que ainda não discutimos esse 
tópico, mas tente simplesmente seguir o modelo e faça instintivamente o que se pede. “Tese” será o 
nosso próximo assunto. 
 Siga o modelo. 
 
Q.1 Formule uma opinião sobre o texto expositivo abaixo. 
Os seres humanos são treinados para obedecer a figuras de autoridade desde muito cedo na vida. 
Um experimento conduzido em 1961 pelo psicólogo Stanley Milgram da universidade de Yale 
mediu esta disposição instruindo pessoas a executar atos que entrassem em conflito com suas 
morais. 
Os participantes foram instruídos a desempenhar o papel de “professor” e administrar choques 
elétricos para um “aluno”, que supostamente estava em uma sala diferente, cada vez que 
respondessem a uma pergunta incorretamente. 
Na realidade, ninguém realmente tomou choque. Em vez disso, Milgram tocou gravações para 
fazer com que o aluno parecesse estar com muita dor e quisesse terminar a experiência. Apesar 
destes protestos, muitos participantes continuaram a experiência enquanto a figura de 
autoridade os impulsionava, aumentando a voltagem após cada resposta errada, chegando até a 
choques elétricos letais. 
Experiências semelhantes conduzidas forneceram resultados quase idênticos, indicando que as 
pessoas estão dispostas a ir contra suas consciências se elas estão sendo instruídas a fazê-lo por 
figuras de autoridade. 
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(disponível em https://awebic.com/listas/experimentos-psicologicos/, acessado em 15.03.2019) 
O autoritarismo político se funda na servidão voluntária de cada um, traço que deve ser 
combatido, pois pode levar as sociedades a aceitarem a crueldade como fato normal. 
Comentário: Espera-se que você recorte o tema do autoritarismo e faça um julgamento opinativo 
em que apareça a expressão “deve ser combatido”. Mas não se limite a isso. Uma opinião muito 
simplória não induz a um bom desenvolvimento. Enriqueça seu posicionamento com 
causa/consequência. 
 
 
 
Q.2 Formule uma opinião sobre o cartaz abaixo. 
 
(disponível em https://www.lbv.org/sites/default/files/type-
content/documentos/editorial_meio_ambiente_-_portugues_2012.pdf, consultado em 
15.03.2019) 
 
Q.3 Formule uma opinião sobre o texto expositivo abaixo. 
Inspirado pelo assassinato do Dr. Martin Luther King Jr., a professora Jane Elliott criou um 
exercício em 1968 para ajudar seus estudantes brancos a entender os efeitos do racismo. 
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https://awebic.com/listas/experimentos-psicologicos/
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