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AULA 00: ANTIGUIDADE 
 
 
 
 
 
Aula 01 
Sociologia Clássica 
Profe Alê Lopes 
Karl Marx e Max Weber 
 
 
Unesp 
Exasiu 
Exasiu 
EXTENSIVO 
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Estratégia Vestibulares – Aula 01 
 
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AULA 01 - Sociologia 
Sumário 
 
1. Introdução ................................................................................................................... 3 
2. Karl Marx (1818-1883) e o marxismo ........................................................................ 5 
2.1 - O Materialismo Histórico ............................................................................................................ 11 
2.2 - Trabalho e alienação .................................................................................................................... 18 
2.3 - Mais-valia .................................................................................................................................... 23 
2.4 - Classes Sociais ............................................................................................................................. 27 
3. Max Weber (1864-1920) ........................................................................................... 30 
3.1 - Ação Social .................................................................................................................................. 32 
3.2 - Tipo Ideal ..................................................................................................................................... 35 
3.3 - A questão da racionalização e da burocracia ............................................................................... 38 
3.4 - O protestantismo e o “espírito” do capitalismo ........................................................................... 43 
3.2 - Mais sobre Weber: a política como vocação ............................................................................... 46 
4. Outras perspectivas ................................................................................................... 48 
5. Questões Unesp ......................................................................................................... 50 
6. Questões para Aprofundamento ................................................................................ 54 
7. Questões para Consolidação ..................................................................................... 68 
8. Gabarito ..................................................................................................................... 74 
9. Questões Unesp – comentadas .................................................................................. 74 
10. Questões para Aprofundamento - comentadas ....................................................... 83 
11. Questões para Consolidação – comentadas .......................................................... 116 
Considerações Finais das Aula ................................................................................... 127 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Estratégia Vestibulares – Aula 01 
 
3 
 
 
AULA 01 - Sociologia 
Queridas e Queridos Alunos, 
 Nesta aula, vamos dar continuidade aos nossos estudos da sociologia clássica. Falaremos 
sobre dois pensadores de origem alemã. São pensamentos muito complexos e que tendem a cair 
bastante em questões do tipo conceitual. As elaborações desses dois autores também são a base 
para outras tantas questões de prova que partem das formulações marxistas e weberianas. Nas 
Aulas 02 e 03 ainda veremos mais um pouco sobre Marx e Weber, mas hoje é o principal. Por isso, 
muita atenção e concentração total! 
 Ah, e se você ainda não me segue, olha aí.... 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Em acordo com a sociedade real, também a ciência dessa 
sociedade não é apenas uma, mas duas: sociologia burguesa e 
marxismo. Os representantes mais destacados dessas duas 
orientações são Max Weber e Karl Marx. O campo de 
investigação de ambos, porém, é o mesmo: o caráter capitalista 
da moderna economia e da sociedade1. 
 
Hoje o centro de nossa aula são dois autores que contribuíram para a formação do 
pensamento sociológico e para a organização das primeiras teorias sobre a sociedade no mundo 
contemporâneo: Karl Marx e Max Weber. Na aula anterior, vimos Émile Durkheim e o 
desenvolvimento do pensamento positivista. Além disso, estudamos Charles Wright Mills e sua 
perspectiva de imaginação sociológica. Dessa forma, nesta aula, vamos ampliar o leque do 
conhecimento sociológico e completar o trio dos autores mais cobrados em provas. Sem contar 
que, ter uma boa base teórica é a chave para responder qualquer questão de Sociologia. 
Você sabia que Marx, Weber e Durkheim são conhecidos como os “três porquinhos” da 
sociologia? Além da sociologia, os pensamentos desses autores acabaram influenciando 
muitas outras subáreas das Ciências Sociais, como a Ciência Política, a Antropologia, História e 
Geografia. 
O pensamento de Karl Marx contribuiu para sintetizar diferentes preocupações filosóficas, 
políticas e científicas de sua época, principalmente, em torno da crítica ao sistema capitalista. O 
impacto das elaborações de Marx é sentido até os dias atuais, pois suas ideias influenciaram o 
 
1 Karl Löwith. Max Weber e Karl Marx. In: René E. Gertz. Max Weber & Karl Marx. São Paulo: Hucitec, 
1994, p. 17. 
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Estratégia Vestibulares – Aula 01 
 
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AULA 01 - Sociologia 
desenvolvimento das Ciências Humanas e movimentos revolucionários mundo a fora. Por 
exemplo, muitas das elaborações do movimento operário buscaram no marxismo uma base para 
a ação, ou, em outras palavras, para a prática social. A própria Revolução Russa, de 1917, tem 
fundamentos no marxismo. 
Depois de Marx, muitos outros autores utilizaram suas descobertas e suas elaborações 
conceituais para analisar problemas de mesma natureza em contexto distintos ou ainda para 
aprofundar as ideias que não foram profundamente desenvolvidas pelo autor precursor. 
Weber, por sua vez, possui um modelo de explicação da sociedade focado na subjetividade 
do agente social, por meio do individualismo metodológico, a partir de uma perspectiva histórica 
e compreensiva. É desse autor alemão a perspectiva intelectual que analisa a correlação entre 
diferentes áreas da economia para entender um processo histórico. Imagina que ele estudou 
religião e política para entender a racionalidade do capitalismo. Weber também é um autor de 
grande impacto até os dias atuais, pois ele influencia métodos de pesquisa, análises políticas e 
formas de organização da sociedade (empresas, por exemplo). 
Você verá que, com base nesses pensadores, é possível resolver questões de prova na 
medida em que os examinadores articulam as contribuições teóricas com casos práticos trazidos 
pelas questões. Digo casos práticos porque, muitas vezes, o enunciado nos apresenta uma 
questão com temas contemporâneos e, na verdade, acabam explorando abordagens desses 
autores, algum conceito ou reflexão. Claro, também há questões diretas sobre os conceitos. Por 
isso, teremos que passar por uma base teórica. 
Preparados e preparadas? Vamos em frente! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Estratégia Vestibulares – Aula 01 
 
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AULA 01 - Sociologia 
2. KARL MARX (1818-1883) E O MARXISMO 
 
 
Karl Marx é um autor do contexto de meados do século XIX, momento em que a Europa 
vivia uma efervescência revolucionária precedida pela instabilidade gerada pela Revolução 
Francesa (1789-1799), pela Era Napoleônica, as tentativas de restauração do Antigo Regime, as 
revoluções nacionalistas, liberais e operárias nos anos de 1830 e 1848. 
Além desses movimentos de natureza política, os países europeus ainda estavam se 
adaptando às mudanças provocadas pela industrialização.Nesse momento, os problemas do 
mundo moderno industrial passaram a ser alvo dos pensadores. Aliás, vimos isso na aula passada 
com o positivismo e com Durkheim. 
Porém, diferentemente dos positivistas, Marx não se propôs a fazer um estudo estritamente 
sociológico da sociedade capitalista. Ele quis ir além: explicar a sociedade moderna em termos 
históricos e econômicos, a partir das evidentes desigualdades sociais para, depois, transformá-la. 
Por isso, dizemos que o autor se distancia do idealismo e torna-se materialista, ou seja, parte da 
realidade para pensá-la e, depois, transformá-la. Dessa forma, “onde Comte [um positivista] via a 
ciência como o meio para atingir a mudança social, Marx apontava para a inevitabilidade da ação 
política”.2 
Nas palavras de Marx: 
Tese 11: “Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a 
questão, porém, é transformá-lo.”3 
No mesmo sentido, se para Durkheim a indústria moldou a sociedade moderna a ponto de 
ser ela a raiz dos problemas sociais, para Marx o sistema social como um todo, o capitalismo, seria 
o grande problema. Isso porque, as relações de produção se ampliam, influenciam e se 
 
2 O livro da Sociologia. Rio de Janeiro: Ed. Globo. 2018, p. 29. 
3 MARX, Karl. As 11 Teses sobre Feurbach [1845]. In: Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Alemã 
Clássica. 
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AULA 01 - Sociologia 
reproduzem nas demais relações sociais. Nos dizeres de pensadores mais atuais, trata-se da 
tendência da mercantilização de todas as esferas da vida. 
Para chegar à crítica ao capitalismo, Marx percorreu um caminho de estudos e de análises 
multidisciplinar: economia, filosofia, história, direito, etc. 
Outra marca que diferencia o autor alemão dos pensadores positivistas, é a ideia de 
progresso histórico. Até então, a explicação convencional era de que o desenvolvimento da 
sociedade seria uma constante evolução, das comunidades nômades até a modernidade. Em 
oposição a essa forma de interpretação da realidade, Marx, a partir da filosofia de Georg Hegel, 
passa a entender a história como fruto de contradições e choques entre circunstâncias materiais, 
forças, ideias, grupos, interesses, em oposição. Em suma, Marx empregou o método dialético. 
 
Dialética pressupõe movimento, de modo que o mundo não é imutável ele está em constante 
transformação, porém, não necessariamente de forma evolutiva. Se para os positivistas podemos 
imaginar mentalmente algo mais evolutivo, em forma de um gráfico progressivo, para os dialéticos 
predomina uma imagem gráfica em “espiral”. 
 
Antes de entrarmos propriamente nas contribuições de Marx, vamos conhecer um pouco da 
biografia do autor: 
Marx nasceu na Alemanha, na cidade de Treves, em 1818. Segundo o filosofo José Arthur 
Giannotti4, a cidade de Treves, no século XIX, tinha importante papel cultural, misturando o 
liberalismo revolucionário francês com a reação do Antigo Regime, liderada pela Prússia. 
O pai de Marx era advogado e conselheiro de justiça. O jovem alemão estudou na Universidade 
de Bonn e, depois, em 1836, fez doutorado na Universidade de Berlim. Também nesse ano, Marx 
ficou noivo de sua amiga de infância Jenny von Westphalen, com quem, mais tarde, casou-se. 
Conforme Giannotti, “a vida de casada não foi fácil para essa mulher rica, inteligente e dedicada. 
Sofreu toda sorte de privações e sua miséria chegou a tal ponto que, muitas vezes não teve com 
que alimentar os filhos”. 
Em 1842, Marx foi morar em Paris, onde conheceu seu futuro parceiro rumo à construção do 
pensamento marxista: Friedrich Engels. Devido a seus textos e atividade “subversiva” Marx foi 
expulso da França em 1845. Foi, então, morar em Bruxelas. Aqui participou da fundação da Liga 
dos Comunistas. 
Em 1848, mudou-se novamente, mas para Londres. Desse momento em diante, ele se dedicou 
aos estudos críticos da economia política os quais levaram à elaboração da obra O Capital. Morreu 
em 1883. 
 
4 GIANNOTTI, José A. Marx: Vida e Obra. In: Os Pensadores. São Paulo: Ed. Nova Cultural, 1999, p. 5. 
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AULA 01 - Sociologia 
Para sermos justo com o marxismo, convém lembrarmos a biografia de Friedrich Engels (1820-
1895). Engels nasceu em Barmen, na Alemanha, filho de uma família burguesa de industriais. 
Mudou-se para a Inglaterra em 1842, onde confrontou-se com a realidade dos operários das 
industriais comandadas pelo pai. 
A partir dessa realidade, escreveu A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, obra 
imediatamente admirada por Marx, pois, na prática, era uma denúncia fruto de uma pesquisa 
empírica das condições de vida do proletariado. Após conhecer Marx, em 1844, escreveram O 
manifesto do Partido Comunista. Depois da morte de Marx, Engels passa a organizador dos 
volumes 2 e 3 de O Capital. Juntamente com Marx, Engels foi responsável pela construção do 
pensamento marxista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sobre as influências recebidas por Marx, é preciso registrar que a filosofia hegeliana 
contribuiu para as percepções do jovem Marx. Diferentemente do movimento linear evolucionista 
(dos positivistas), o filósofo Hegel entendia a história como um processo coeso que envolvia as 
diferentes instâncias da sociedade (economia, cultura, religião, política), de modo que a dinâmica 
do processo histórico se daria por oposições entre forças antagônicas. Trata-se do movimento 
dialético, como antecipei acima. 
 Marx utilizou do método hegeliano da dialética para estabelecer que a história é movida 
por agentes sociais e forças em oposição. Daí, ele e Engels construíram a ideia de que o motor da 
história é a luta de classes. Contudo, se em Hegel predomina uma dialética idealista, ou seja, as 
contradições estão no plano das ideias e do pensamento, para Marx os choques e contradições 
possuem raízes materiais, antes mesmo de brotarem nos pensamentos5. 
 
5 KONDER, Leandro. O que é dialética. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1988. 
Aos 26 anos, Karl Marx (August Diehl) embarca para o exílio junto 
com sua esposa, Jenny (Vicky Krieps). Na Paris de 1844, ele 
conhece Friedrich Engels (Stefan Konarske), filho de um 
industrialista que investigou o nascimento da classe trabalhadora 
britânica. Dândi, Engels oferece ao jovem Marx a peça que faltava 
para completar a sua nova visão de mundo. Entre a censura e a 
repressão, os tumultos e as repressões políticas, eles liderarão o 
movimento operário em meio a era moderna. 
Data de lançamento: 28 de dezembro de 2017 (1h 58min); 
Direção: Raoul Peck 
Nacionalidades: França, Alemanha, Bélgica. Direção: Raoul Peck 
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AULA 01 - Sociologia 
Um pouco mais sobre Dialética... 
Para Hegel, a dialética é uma forma de pensar a realidade em constante mudança por meio de 
termos contrários que dão origem a um terceiro que os concilia, sintetizando-os. Disso decorre a 
ideia de: tese, antítese (o oposto da tese) e síntese. Porém, para Hegel esse processo dialético 
seria próprio das ideias e não do mundo material. É como se o mundo das ideias determinasse e 
se sobrepusesse à realidade. Para este filósofo alemão, o entendimento da realidade parte das 
ideias para o concreto, que é imperfeito, para retornar as ideias numa dimensão idealizada que 
tende a perfeição. Assim, o homem tende a se constituir a partir do trabalho intelectual para fazer 
exercícios de mediação da realidade que vão fazendo movimentos de totalização da realidade. 
Marx, diferentemente, concebe que, em função de as ideias serem geradas a partir do mundo 
material (exterior) ao homem, a dialética ocorre, primeiro, no próprio mundo material, de modo 
que as contradições se dão neste mundo real. Isso porque as ideias em si, isoladas, não provocam 
transformações na sociedade, as transformações são,antes de tudo, na dinâmica das estruturas, 
as quais podem ser influenciadas por ideias. Assim, o trabalho material seria o elemento 
constituinte fundamental da história e por conta disso, o exercício da reflexão deve ser feito a 
partir do concreto, indo para o c campo abstrato (pensamento, ideias) e retornando para 
novamente para o concreto. Dessa forma, para o pensamento marxista, as relações entre as 
classes sociais são de oposição, de antagonismos, pois essas relações estão fundadas na 
exploração de uma classe dominante sobre uma dominada, situação que provoca choques e lutas. 
Assim, de forma bem didática, na dialética marxista, a burguesia enquanto parte da estrutura 
social de classes seria a “tese” e o proletariado, a antítese estrutural da burguesia. A síntese seria 
a superação da sociedade de classes por um outro tipo de estrutura social, a sociedade sem 
classes, o comunismo. O problema é como, de que forma, quando, etc., essa contradição entre 
as classes no capitalismo será superada? 
 
 
(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
“Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob 
circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas 
e transmitidas pelo passado.” 
MARX, Karl. O 18 Brumário de Luis Bonaparte, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 5a edição, 1986, 
p. 17. 
O texto acima faz referência à metodologia marxista expressa corretamente em 
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AULA 01 - Sociologia 
a) as transformações históricas, de alguma maneira, têm fundamentos na vida material da 
sociedade. 
b) Os interesses individuais estão acima dos da coletividade. 
c) A ação social dos indivíduos é dotada de sentido e isso transforma o mundo. 
d) Apenas os fatos coercitivos e generalizáveis podem explicar as transformações do mundo. 
e) O infraestrutura determina a superestrutura, relação esta que gera a alienação. 
Comentário 
a) Correto. O texto afirma que as escolhas individuais sofrem influência do passado, ou seja, 
da história. Lembrar que Marx usa o método do materialismo histórico, ou seja, a história 
concreta, das formas de vida e das necessidades reais determinam grande parte dos 
acontecimentos, inclusive das transformações. Apesar de os indivíduos projetarem em suas 
cabeças ideias do que “deveria ser” a realidade é mais complexa, pois as circunstâncias 
exteriores aos seres são maiores daquilo que está em nossa cabeça. Sacou? 
b) Errado. Por interpretação, vemos que, o texto não contrapõe interesses individuais a 
interesses coletivos. 
c) Errado. É Max Weber que trabalho com o conceito de ação social dotada de sentido em 
relação ao outro. 
d )Errado, é Durkheim que fala em fatos sociais que se caracterizam por serem coercitivos, 
exteriores aos indivíduos e generalizáveis. 
e) Errado. Apesar de Marx estabelecer essa correção entre infraestrutura e superestrutura, 
isso não gera alienação. Alienação é fruto do processo produtivo capitalista. 
Gabarito: A 
 
Agora, um alerta: ao pé da letra, esse esquema de que o mundo material determina as 
demais esferas da vida não deve ser interpretado de forma mecânica, como se as ideias dos 
homens fossem um reflexo do mundo concreto. Há uma relação de mútua influência entre 
realidade exterior aos homens, pensamento e a própria realidade, pois, do contrário, não seria 
uma abordagem dialética. 
Faço esse alerta porque as questões de prova adoram explorar essa particularidade dentro 
do marxismo, pois há autores que concluíram a existência de um “determinismo econômico” nas 
relações sociais, ou seja, pouco importa a subjetividade dos indivíduos já que o mundo é 
determinado materialmente; há autores, que mantém uma interpretação mais coerente com a 
dialética materialista histórica do marxismo. Sobre essa polêmica, veja uma reflexão de Engels no 
final de sua vida: 
“[....] Nós colocávamos – e erámos obrigados a colocar – a ênfase principal, antes de mais 
nada, em derivar de fatos econômicos fundamentais as ideias políticas, jurídicas e as demais 
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AULA 01 - Sociologia 
noções ideológicas e as ações por elas desencadeadas. [...] A base dessa ideia é uma 
concepção vulgar da causa e do efeito como polos opostos de forma rígida”.6 
 
Quando Marx morou em Paris, teve contato com os socialistas Saint-Simon, 
François-Charles Fourier e Robert Owen, pois admirava a crítica à sociedade 
burguesa que faziam. Vale lembrar que esses socialistas foram influenciados por 
J. J. Rousseau para o qual a origem da desigualdade estaria na propriedade 
privada, evidência identificada em 1755. Porém, para Karl Marx e Engels, o 
modelo desses socialistas seria utópico. Segundo Engels, 
 
Os grandes homens que, na França, iluminaram os cérebros para a revolução que se havia 
de desencadear, adotaram uma atitude resolutamente revolucionária. Não reconheciam 
autoridade exterior de nenhuma espécie. A religião, a concepção da natureza, a sociedade, 
a ordem estatal: tudo eles submetiam à crítica mais impiedosa; tudo quanto existia devia 
justificar os títulos de sua existência ante o foro da razão, ou renunciar a continuar existindo. 
A tudo se aplicava como rasoura única a razão pensante. Era a época em que, segundo 
Hegel, "o mundo girava sobre a cabeça", primeiro no sentido de que a cabeça humana e os 
princípios estabelecidos por sua especulação reclamavam o direito de ser acatados como 
base de todos os atos humanos e toda relação social, e logo também, no sentido mais amplo 
de que a realidade que não se ajustava a essas conclusões se via subvertida, de fato, desde 
os alicerces até à cumieira. Todas as formas anteriores de sociedade e de Estado, todas as 
leis tradicionais, foram atiradas no monturo como irracionais; até então o mundo se deixara 
governar por puros preconceitos; todo o passado não merecia senão comiseração e 
desprezo, Só agora despontava a aurora, o reino da razão; daqui por diante a superstição, a 
injustiça, o privilégio e a opressão seriam substituídos pela verdade eterna, pela eterna 
justiça, pela igualdade baseada na natureza e pelos direitos Inalienáveis do homem7. 
 
 Nesse contexto, a diferença de Marx com os socialistas utópicos é que 
estes não identificavam a sociedade segmentada em classes como um 
empecilho para a transformação e, tampouco, enxergavam o papel de 
sujeito da mudança que o proletariado possuía. Antes, primavam pelo 
mundo das ideias, como se fosse possível mudar ideias sem mudar o 
mundo material, pois todos os homens seriam iguais. 
 
 
6 ENGELS, F. Carta a Franz Mehring, Londres, 14 de julho de 1893. In: Cartas filosóficas e outros escritos. 
São Paulo: Grijalbo, 1977. p. 42-44. 
7 ENGELS, F. Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico. [1880]. Disponível em: 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_fontes/acer_marx/tme_06.pdf. Acesso em: 15/09/2019. 
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AULA 01 - Sociologia 
Com isso, contra os assim denominados “socialistas utópicos”, Marx passou a encabeçar o 
“socialismo científico”, desenvolvido a partir de ampla pesquisa histórica, filosófica e econômica 
da vida em sociedade e dos diferentes interesses econômicos e políticos das classes sociais. Isso 
porque, os interesses sociais de cada classe social seriam inconciliáveis a ponto de a bandeira pela 
igualdade de todos ser utópica. 
Assim, depois de entender a mecânica e a lógica do sistema capitalista, o pensador alemão 
propôs a superação desse sistema para o que ficou conhecido como comunismo, uma proposta 
de sistema que nega a lógica do capitalismo e pressupõe o fim da divisão social em classes sociais. 
 É importante ressaltar que o estudo marxista integrava as várias esferas da vida social, 
assim, para entender o capitalismo ele precisou aprofundar-senas teses da economia liberal que 
forneciam parâmetros teóricos para o capitalismo daquele momento. Por exemplo, parte da 
fundamentação cientifica do pensamento marxista advém da crítica feita aos pensadores clássicos 
da economia, como Adam Smith e David Ricardo. 
Ao estudar, então, economia política, Marx elabora e/ou redefine os seguintes conceitos: valor; 
mercadoria; trabalho; mais-valia; modo de produção; estrutura e superestrutura da sociedade; 
alienação; etc. 
Para efeito de Vestibular, as provas frequentemente cobram a visão marxista sobre 
alienação, classes sociais e trabalho. Antes de nos determos sobre esses conceitos, vamos 
aprofundar um pouco mais no materialismo histórico dialético. 
 
2.1 - O MATERIALISMO HISTÓRICO 
Pode-se dizer que a base do pensamento marxista está no método do materialismo 
histórico. 
O que é isso Alê? Meu Deus!!! Já vimos sobre dialética é preciso mais? Sim, tuuuudo para você 
Gabaritar! 
 
Para Marx, a estrutura de uma sociedade, formada por bases econômicas e por relações 
sociais de produção, reflete a forma como os homens se organizam em sociedade. Isso de um 
ponto de vista histórico, pois Marx emprega esse olhar para explicar o desenvolvimento da 
sociedade desde, praticamente, sua origem. Dessa forma, cabe a seguinte sistematização: 
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12 
 
 
AULA 01 - Sociologia 
 
 
Importante: o homem, enquanto força produtiva, é o elemento que liga natureza 
e técnica, mediados por instrumentos/ferramentas específicos. 
 
Guarde, portanto, que, para o marxismo, as transformações históricas, de alguma maneira, 
têm fundamentos na vida material da sociedade. Não por menos, assim Marx abre a obra O 18 
Brumário de Luís Bonaparte 
Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias 
de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo 
passado.8 
Ou seja, apesar de os indivíduos projetarem em suas cabeças ideias do que “deveria ser” 
a realidade é mais complexa, pois as circunstâncias exteriores aos seres são maiores daquilo que 
está em nossa cabeça. Sacou? 
A compreensão sobre os homens, segundo Marx e Engels, acontece na “organização física 
destes indivíduos e a relação que por isso existe com o resto da natureza”9. Sendo assim, o homem 
não é algo dado, único, com uma natureza fixa, mas tem seu comportamento dependente de sua 
organização perante a natureza, o meio em que vive e às relações que estabelece com o “todo”. 
Por isso que as consciências mudam ao longo da história. 
Além disso, em função de as forças produtivas e as relações sociais serem frutos de 
determinadas condições históricas, para cada período histórico há um determinado “modo de 
 
8 MARX, Karl. O 18 Brumário de Luis Bonaparte, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 5a edição, 1986, p. 17. 
9 MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. São Paulo: Centauro, 2002, p. 10. 
forças produtivas 
(matérias-primas; 
natureza; ferramentas 
e máquinas; técnica; 
homens)
relações sociais de 
produção = a maneira 
como os homens se 
organizam para a 
atividade produtiva
estrutura da sociedade
em que se organiza a 
produçao e reprodução 
social de bens e valores 
em determinado contexto 
histórico
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13 
 
 
AULA 01 - Sociologia 
produção”. Por exemplo: no sistema feudal, as forças de produção feudal (agricultura; servos; etc.) 
davam origem às relações sociais de produção do modo de vida feudal (dominação suserano-
vassalo, etc), logo, estamos diante do modo de produção feudal. 
 
Essa perspectiva em forma de “espiral” do processo histórico é importante porque ela 
permite explicar as classes sociais e o surgimento do capitalismo. Em História, costumamos 
identificar as mesclas de um modo de produção para o outro quando estudamos as transições de 
uma era para a outra, ou de um processo histórico para outro. 
Vale ressaltar que a origem das desigualdades sociais, fundada na fragmentação da 
sociedade capitalista em classes sociais, remonta à concentração de riquezas na Europa do século 
XIII, até chegar ao século XVIII. Dessa forma, Marx identifica uma crescente concentração de 
riquezas nas mãos de poucos indivíduos, apesar da evolução tecnológica. 
O materialismo histórico fornece explicações para transições de tipos de sociedade, 
pois é um método de compreensão e de ação sobre a realidade que compreende a 
vida em sociedade dentro de um contexto histórico e conforme a vida material de seu 
tempo. Dentro disso, também podemos afirmar que determinada realidade é formada 
porque ela é fruto de múltiplas determinações advindas do passado. Assim, além de 
fornecer explicações para a transição entre modos de produção (do feudalismo para 
o capitalismo), o materialismo histórico também pode ser empregado para analisar 
outros processos. No Brasil, por exemplo, para se entender o racismo atual é preciso 
compreender as bases materiais do processo de escravidão do período colonial. Mas não 
somente, também é importante entender como as estruturas (instituições) passaram a reproduzir 
o racismo a ponto de, culturalmente, ele estar impregnado em diversos aspectos da sociedade 
brasileira. 
Para aprofundar um pouco mais a definição de materialismo histórico, vamos nos recorrer 
a Engels em uma passagem que ele procura esclarecer o método: 
No feudalismo os nobres 
controlavam os meios de 
produção agrícola, sendo 
proprietários das terras em 
que os servos trabalhavam 
No capitalismo, uma nova classe 
social, a burguesia, surge como 
proprietária de um novo meio de 
produção e exerce dominção sobre 
as demais classes.
?
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AULA 01 - Sociologia 
 A concepção materialista da história parte da tese de que a produção, e com ela a troca dos 
produtos, é a base de toda a ordem social; de que em todas as sociedades que desfilam pela história, 
a distribuição dos produtos, e juntamente com ela a divisão social dos homens em classes ou 
camadas, é determinada pelo que a sociedade produz e como produz o pelo modo de trocar os seus 
produtos. De conformidade com isso, as causas profundas de todas as transformações sociais e de 
todas as revoluções políticas não devem ser procuradas nas cabeças dos homens nem na idéia que 
eles façam da verdade eterna ou da eterna justiça, mas nas transformações operadas no modo de 
produção e de troca; devem ser procuradas não na filosofia, mas na economia da época de que se 
trata. Quando nasce nos homens a consciência de que as instituições sociais vigentes são irracionais 
e injustas, de que a razão se converteu em insensatez e a bênção em praga, isso não é mais que um 
indício de que nos métodos de produção e nas formas de distribuição produziram-se silenciosamente 
transformações com as quais já não concorda a ordem social, talhada segundo o padrão de condições 
econômicas anteriores. E assim já está dito que nas novas relações de produção têm forçosamente 
que conter-se - mais ou menos desenvolvidos - os meios necessários para pôr termo aos males 
descobertos. E esses meios não devem ser tirados da cabeça de ninguém, mas a cabeça é que tem 
de descobri-los nos fatos materiais da produção, tal e qual a realidade os oferece.10 
 
Como decorrência da análise materialista da história, em seus estudos, Marx sistematiza 
alguns modos de produção: sistema comunal primitivo; modo de produção germânico; modo de 
produção feudal; modo de produção capitalista. 
Do ponto de vista histórico, então, a passagem ou transformação de um sistema para o outro 
depende do desenrolar da luta de classes (embate de interesses; necessidades de adaptar o 
processo produtivo a novas realidades, etc.), pois há choques e contradições entre as forças que 
produzem e o processo dedistribuição e apropriação dos produtos gerados (a riqueza). 
Quando as contradições se tornam insolúveis, há crises, de modo que se abrem 
oportunidades para um sistema ser superado por outro. Na disciplina de História, temos a 
oportunidade de ver muito bem esse processo, por exemplo quando estudamos a tensão entre o 
Antigo Regime e a ascensão do liberalismo. Ou seja, além das contradições materiais, também há 
um embate de ideias nesse processo. Sobre isso, Engels é bem esclarecedor na seguinte 
passagem, a qual sintetiza que o pensamento marxista não sofre de um determinismo da esfera 
econômica: 
De acordo com a concepção materialista da história, o elemento determinante final na história é a 
produção e reprodução da vida real. Mais do que isso, nem eu e nem Marx jamais afirmamos. Assim, 
se alguém distorce isto afirmando que o fator econômico é o único determinante, ele transforma esta 
proposição em algo abstrato, sem sentido e em uma frase vazia. As condições econômicas são a 
infra-estrutura, a base, mas vários outros vetores da superestrutura (formas políticas da luta de classes 
e seus resultados, a saber, constituições estabelecidas pela classe vitoriosa após a batalha, etc., 
formas jurídicas e mesmo os reflexos destas lutas nas cabeças dos participantes, como teorias 
políticas, jurídicas ou filosóficas, concepções religiosas e seus posteriores desenvolvimentos em 
 
10 ENGELS, F. Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico. [1880]. Disponível em: 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_fontes/acer_marx/tme_06.pdf. Acesso em: 15/09/2019. 
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AULA 01 - Sociologia 
sistemas de dogmas) também exercitam sua influência no curso das lutas históricas e, em muitos 
casos, preponderam na determinação de sua forma. Há uma interação entre todos estes vetores entre 
os quais há um sem número de acidentes (isto é, coisas e eventos de conexão tão remota, ou mesmo 
impossível, de provar que podemos tomá-los como não-existentes ou negligenciá-los em nossa 
análise), mas que o movimento econômico se assenta finalmente como necessário. Do contrário, a 
aplicação da teoria a qualquer período da história que seja selecionado seria mais fácil do que uma 
simples equação de primeiro grau11. 
 
 E esse “modo de produção capitalista”, profe, qual é mistério do Capital? 
Para entendermos o sistema capitalista, Marx chama a atenção para a necessidade de se 
desvendar as relações sociais de produção, pois o Capital é a expressão de um conjunto de 
relações sociais. A partir delas é possível desvendar as formas de relacionamento entre as pessoas 
na sociedade: família; leis; religião; costumes; ideias dominantes; etc. 
Para desvendar tais relações no capitalismo, na obra O Capital, Marx inicia uma crítica ao 
processo de formação das mercadorias as quais, na verdade, escondem uma relação de 
exploração de trabalho em que o Valor é formado. Pense quando vamos ao shopping comprar 
um produto, um tênis ou celular, você não encontra as pessoas que, de fato, produziram o 
produto. Você também não encontra o dono ou o corpo administrativo da fábrica que produziu o 
produto, você encontra parte das relações sociais que estão envolvidas nas relações de consumo 
daquele produto. Por isso, a mercadoria em “si” esconde as verdadeiras relações sociais 
existentes. E mais, essas relações estão determinadas pela Teoria do Valor. Para efeitos de 
vestibular não é necessário entramos na Teoria do Valor marxista. 
De toda forma, um elemento importante do tipo de relação social criada no capitalismo, 
essa que é “escondida” pelo mercado, é a alienação do trabalho e a alienação provocada pela 
realização do trabalho. 
 
 Por isso, vamos entender a concepção de trabalho para Marx. Contudo, antes de 
avançarmos: 
 
 
 
 
 
11 ENGELS, F. Carta para Joseph Bloch. [1890]. Disponível em: 
https://www.marxists.org/portugues/marx/1890/09/22.htm. Acesso em: 20/09/2019. 
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https://www.marxists.org/portugues/marx/1890/09/22.htm
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Livros de referência: A Ideologia Alemã ; Teses sobre Feuerbach 
Em A Ideologia Alemã, Marx e Engels expõem a concepção materialista da histórica como 
base filosófica para a teoria do comunismo científico. O texto foi escrito entre 1845 e 1846. Já as 
11 Teses, também escritas em 1845 (só por Marx) o autor registra pontos chaves da teoria 
materialista em notas, como se fosse um rascunho. 
Para encerrar esta seção, vamos ler um trecho escrito por Marx em que ele emprega o 
materialismo histórico dialético para analisar o papel do trabalhador, um bom link para 
adentrarmos ao próximo assunto. Veja só: 
Por um lado, o processo de produção transforma continuamente a riqueza material em capital, 
em meios de valorização e de satisfação para o capitalista. Por outro, o trabalhador sai do 
processo sempre como nele entrou — fonte pessoal de riqueza, mas despojado de todos os 
meios, para tornar essa riqueza realidade para si. (...) O próprio trabalhador produz, por isso, 
constantemente a riqueza objetiva como capital, como poder estranho, que o domina e 
explora, e o capitalista produz de forma igualmente contínua a força de trabalho como fonte 
subjetiva de riqueza, separada de seus próprios meios de objetivação e realização, abstrata, 
existente na mera corporalidade do trabalhador, numa só palavra, o trabalhador como 
trabalhador assalariado. Essa constante reprodução ou perpetuação do trabalhador é a 
condição sine qua non da produção capitalista. [...] (p.156) 
O processo de produção capitalista, considerado como um todo articulado ou como processo 
de reprodução, produz por conseguinte não apenas a mercadoria, não apenas a mais-valia, 
mas produz e reproduz a própria relação capital, de um lado o capitalista, do outro o 
trabalhador assalariado. 
(MARX, Karl. O capital. Crítica da economia política. São Paulo: Abril cultural. 1985, p.161) 
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(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
O ponto de vista de Marx estava fundado no que ele chamava de 
concepção materialista da história. De acordo com essa concepção, não 
são as ideias ou os valores que os seres humanos guardam as principais 
fontes da mudança social. Em vez disso, a mudança social é estimulada 
primeiramente por influências econômicas. Os conflitos de classe proporcionam a motivação 
para o desenvolvimento histórico (...). Nas palavras de Marx: “toda a história humana até aqui 
é a história da luta de classes”. 
 (GIDDES, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005, p. 32) 
Para a análise marxista a luta de classes expressa a concepção materialista da história porque 
a) as relações materiais de produção influenciam e são influenciadas pelas relações humanas, 
sendo que a exploração do trabalho alheio é condição para a relação entre dominantes e 
dominados se mantenha. 
b) a humanidade passa por estágios evolutivos em função dos ganhos proporcionados pelo 
avanço tecnológico, de modo que o estágio final da luta de classes é a superação do 
capitalismo pelo comunismo. 
c) o mundo das ideias determina a posição de interesses materiais de cada classe social, 
confirmando que o materialismo marxista é metafísico. 
d) a humanidade passou por uma fase de guerra de todos contra todos em que foi preciso 
estabelecer um contrato social, o qual é, de certa forma, materializado no Estado. 
e) as pessoas são aficionadas em consumo material, demonstrando uma natureza comum a 
todos os seres, independentemente de classe social. 
Comentários 
a) correto, pois Marx utiliza o processo de apropriação do trabalho e a formação do capital 
para explicar como se desenvolve a luta de classes, o que, na prática, confirma (dentro daperspectiva marxista) sua hipótese a partir da análise materialista da história. 
b) falso, pois a concepção de história em Marx não é evolutiva, já que é dialética. A história 
enquanto progresso evolutivo é de inspiração positivista. 
c) falso, pois as ideias seriam determinadas pelas relações materiais entre meios de produção, 
forças produtivas e relações sociais de produção, ou seja, um conjunto de elementos 
objetivos que estão – em um primeiro momento – fora da cabeça (das “consciências”). Além 
disso, a teoria marxista não seria metafísica. 
d) errado, o marxismo não é contratualista. 
e) falso, pois Marx não se importa com as vontades particulares de cada indivíduos, essa 
preocupação é mais presente em análises de Max Weber. 
Gabarito: A 
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2.2 - TRABALHO E ALIENAÇÃO 
Marx identifica na produção artesanal da Idade Média europeia e do Renascimento, 
quando o trabalhador era dono de sua oficina e dos instrumentos de produção, uma mudança: a 
natureza do trabalho individual vai sendo substituída por oficinas organizadas pelos comerciantes 
enriquecidos e que, aos poucos, se transforma de antigos trabalhadores (artesãos) em 
empregados. 
Dentre outros motivos, a ampliação dessa organização de trabalho, somada ao avanço 
tecnológico do século XVIII na Inglaterra, provocou a Revolução Industrial. Com isso, os meios de 
produção (máquinas, matéria prima, ferramentas, tudo) passaram a pertencer aos empresários. O 
antigo artesão, o camponês, em suma, o trabalhador que detinha um certo conhecimento do seu 
ofício, passou a ser o operário, responsável por uma parte do processo de produção e desprovido 
do conhecimento global daquilo que se produz. Ou seja, ele foi alienado (apartado) do 
fruto/resultado do seu próprio trabalho. Em decorrência, a divisão social do trabalho assume 
novas configurações. 
 Para Marx, a discussão filosófica do trabalho humano é fundamental para a compreensão 
da existência social. Segundo o autor, 
 
Como criador de valores de uso, como trabalho útil, é o trabalho, por isso, uma condição de 
existência do homem, independentemente de todas as formas de sociedade, eterna necessidade 
natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza, portanto, vida humana12. 
 
 Nesse sentido, ao mesmo tempo em que os indivíduos transformam o mundo exterior a 
ele, via trabalho, a própria natureza humana do ser também é modificada, num processo de 
transformação recíproca em que a atividade do trabalho é central para a sociabilidade (para as 
relações sociais entre as pessoas). Não há vida social sem trabalho. 
Porém, o que deveria ser fonte de humanidade para as pessoas se converte em um fardo. 
Isso porque, a dimensão do trabalho na sociedade capitalista assume uma posição de 
estranhamento para os indivíduos, já que o produto daquilo que é gerado não pertence ao 
trabalhador, mas a outros, a terceiros. Esse estranhamento, portanto, retira do trabalhador a 
possibilidade de que ele conheça a si próprio, ou seja, há um processo de alienação entre quem 
produz e aquilo que se produz. Consequentemente, há um estranhamento em relação a si mesmo 
e ao seu semelhante. O ápice do desenvolvimento desse processo é a permanente relação de 
competição entre os indivíduos por melhores condições no mercado – seja como trabalhador, um 
emprego melhor, mais bem posicionado, seja como empresário, destruição do adversário. 
 É por isso que, tal como o produto do trabalho, a força de trabalho, por não mais ser 
controlada pelo próprio trabalhador, também assume a condição de uma mercadoria – nisso, 
 
12 MARX, Karl. O Capital, Vol I, p. 50. 
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Marx e Davi Ricardo (liberal) concordam. Ao invés de o trabalhador se realizar ao fazer um 
trabalho, a sua mão de obra, ou melhor, a sua força de trabalho, é apenas um meio. Um meio para 
se chegar a outra mercadoria, para contribuir com a formação da Teoria do Valor, e, com isso, 
fazer girar as relações sociais capitalistas. 
Em oposição a essa situação, pense em um artista, o qual se realiza plenamente quando faz 
uma obra. Em regra, diferentemente de um simples trabalhador, o artista se realiza e não se aliena, 
pois ele controla todo o seu trabalho: da criação, do processo de implementação, até o resultado 
final da obra. Tal é o poder do controle da sua própria força de trabalho. 
Assim, anota aí:
 
 A profundidade político-filosófica que Marx confere a essa ideia pode ser percebida na 
seguinte passagem de 
O trabalhador encerra a sua vida no objeto; mas agora ela não pertence mais a ele, mas sim ao 
objeto. Por conseguinte, quão maior esta atividade, tanto mais sem-objeto é o trabalhador. Ele 
não é o que é o produto do seu trabalho. Portanto, quanto maior este produto, tanto menor ele 
mesmo é. (...) a externalidade [...] do trabalho aparece para o trabalhador como se [...] não fosse 
seu próprio, mas de um outro [...]”. Mais que isso: é como se o trabalhador, no trabalho, não 
pertencesse a si mesmo, mas a um outro. 13 
 
 Não por menos, uma das bandeiras revolucionárias dos socialistas no final do século XIX 
passou a ser: que os trabalhadores tenham controle absoluto do processo de produção, pois o 
objetivo era querer saber os custos de produção, o lucro, para quem se vende, etc. 
Perceba, então, querido e querida aluna que a abordagem marxista vai além de uma 
simples discussão econômica, pois essa visão sobre a alienação do trabalho remete à essencial do 
ser humano. 
 
 
13 MARX, K. Trabalho estranhado e propriedade privada. In: MARX, K. Manuscritos econômico-filosóficos. 
São Paulo: Boitempo, 2010. p. 81. 
A alienação é um 
proceso de 
separação:
Do homem em 
relação aos meios 
de produção
Do homem em 
relação ao produto 
produzido por ele
Do homem sobre si 
mesmo
Do homem em 
relação ao outro 
homem
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Alienação: 
 
 
 
 
 Agora, o curioso é que por mais que o processo de trabalho – principalmente no 
capitalismo – provoque a alienação, em toda atividade laboral há a dimensão intelectual. Segundo 
dois marxistas do século XX, Georg Lukács e Antônio Gramsci, em qualquer forma de trabalho, 
mesmo no trabalho mais manual, há uma dimensão intelectual. Isso porque, a rigor, os homens e 
as mulheres que trabalham são dotados de consciência, uma vez que concebem previamente a 
atividade que vão desenvolver. Só por esse fato, o ser humano já se distinguiria das formas de 
trabalho empregados na natureza por seres irracionais, por exemplo. 
 
(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
De acordo com Karl Marx, pensador e político alemão, a capacidade de projeção da 
consciência na idealização de uma casa é que distingue o pior arquiteto da mais hábil abelha. 
Visto dessa forma, o trabalho é um ato de liberdade. Ele se torna alienado quando é 
parcelarizado, rotinizado, despersonalizado e leva o homem a sentir-se alheio, distante ou 
estranho àquilo que produz. As imposições de um poder burocrático que decide pelo 
trabalhador fazem do trabalho o dominador da natureza e da natureza humana. Vivendo no 
universo da mercadoria, o trabalhador também se torna mercadoria, distanciando-se dos 
outros homens e até de si mesmo. A perda da autonomia em suas atividades faz com que 
ele não se reconheça mais como o responsável pelo produto do trabalho realizado. 
 (CARMO, Paulo Sérgio do. A ideologia do trabalho, p. 15) 
O texto nos apresenta uma condição para o processo de alienação do trabalho que pode ser 
sintetizada 
separação do trabalhador dos “meios de 
produção” e, consequentemente, do 
conhecimento e do controle daquilo que se 
produz. A alienação ocorre tanto no processo 
emsi do trabalho quanto no resultado, o qual, 
em particular, não pertence ao trabalhador. 
 
Alienação 
 
 
 
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a) na apropriação burguesa da riqueza gerada pelo trabalhador. 
b) na substituição dos trabalhadores por máquinas. 
c) na separação entre trabalho manual e trabalho intelectual. 
d) na resistência dos trabalhadores em se oporem às imposições do poder burocrático. 
e) no status jurídico do trabalho assalariado capitalista. 
Comentários 
Repare que, ao exaltar o trabalho do “pior arquiteto”, a reflexão marxista pressupõe que há 
um trabalho manual e um trabalho intelectual envolvido, sendo que o intelecto – a 
capacidade de projeção e idealização – é a manifestação do trabalho intelectual. Contudo, 
ao considerar a separação dos homens daquilo que produz, o início do processo de 
alienação, combinando com o elemento do “poder burocrático que decide pelo 
trabalhador”, tal exercício intelectual deixa de ser realizado, de modo que impera, apenas, 
o trabalho manual. Dessa forma, a separação entre trabalho manual e trabalho intelectual é 
uma condição para o processo de alienação. 
a) errado, pois a apropriação é um resultado da exploração do trabalho. 
b) falso, pois isso é parte da lógica capitalista diante da necessidade de reduzir custos e 
ampliar a mais-valia. 
d) falso, pois isso é uma consequência da exploração do trabalho. 
e) errado, pois o arranjo jurídico é um reflexo da forma que a sociedade se organiza, de 
acordo com a visão marxista. Além disso, não é só no capitalismo que exista a separação 
entre trabalho manual e trabalho intelectual, veja que a reflexão é filosófica e diz respeito à 
essencial do homem. Não por menos, há um destaque diferenciando homens dos demais 
seres vivos. 
Gabarito: C 
(Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Uma das condições históricas para o desenvolvimento do capital foi o trabalho livre e a troca 
de trabalho livre por dinheiro, outra foi a separação do trabalho livre das condições objetivas 
de sua efetivação – dos meios e material do trabalho. 
K. Marx, Formações econômicas pré-capitalistas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985, p. 65. 
De acordo com a perspectiva marxista, a separação do trabalho das condições objetivas de 
sua efetivação provoca o fenômeno 
a) da alienação. 
b) da abolição da escravatura. 
c) da consciência de classe. 
d) da servidão. 
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e) do fato social. 
Comentários 
a) Correto. Ao mesmo tempo em que os indivíduos transformam o mundo exterior a ele, via 
trabalho, a própria natureza humana do ser é modificada, num processo de transformação 
recíproca em que a atividade do trabalho é central para a sociabilidade (para as relações 
sociais entre as pessoas). Não há vida social sem trabalho. 
Porém, o que deveria ser fonte de humanidade para as pessoas se converte em um fardo. 
Isso porque, a dimensão do trabalho na sociedade capitalista assume uma posição de 
estranhamento para os indivíduos, já que o produto daquilo que é gerado não pertence ao 
trabalhador, mas a outros, a terceiros. Esse estranhamento, portanto, retira do trabalhador a 
possibilidade de que ele conheça a si próprio, ou seja, há um processo de alienação entre 
quem produz e aquilo que se produz. A alienação implica a cisão entre o trabalhador e os 
meios e, também, os resultados objetivos do seu trabalho. Consequentemente, há um 
estranhamento em relação a si mesmo e ao seu semelhante. O ápice do desenvolvimento 
desse processo é a permanente relação de competição entre os indivíduos por melhores 
condições no mercado – seja como trabalhador, um emprego melhor, mais bem posicionado, 
seja como empresário, destruição do adversário. 
 É por isso que, tal como o produto do trabalho, a força de trabalho, por não mais ser 
controlada pelo próprio trabalhador, também assume a condição de uma mercadoria – nisso, 
Marx e Davi Ricardo (liberal) concordam. Ao invés de o trabalhador se realizar ao fazer um 
trabalho, a sua mão de obra, ou melhor, a sua força de trabalho, é apenas um meio. Um meio 
para se chegar a outra mercadoria, para contribuir com a formação da Teoria do Valor, e, 
com isso, fazer girar as relações sociais capitalistas. 
Assim, anota aí: 
 
 Não por menos, uma das bandeiras revolucionárias dos socialistas no final do século XIX 
passou a ser: que os trabalhadores tenham controle absoluto do processo de produção, pois 
o objetivo era querer saber os custos de produção, o lucro, para quem se vende, etc. 
Perceba, então, querido e querida aluna que a abordagem marxista vai além de uma simples 
discussão econômica, pois essa visão sobre a alienação do trabalho remete à essencial do ser 
humano. 
A alienação é um 
proceso de 
separação:
Do homem em 
relação aos meios 
de produção
Do homem em 
relação ao produto 
produzido por ele
Do homem sobre si 
mesmo
Do homem em 
relação ao outro 
homem
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Alienação: 
 
 
 
Gabarito: A 
 
2.3 - MAIS-VALIA 
 Ainda sobre o processo de trabalho no capitalismo, temos que assinalar o conceito de 
“mais-valia”. Atenção, muitos acham que “mais-valia” é sinônimo de lucro, isso está errado. “Mais-
valia”, de forma bem didática, é o processo de exploração e de reprodução do capital em que do 
trabalhador lhe é extraído um sobre valor, isto é, uma parcela de valor para além daquilo que é 
pago pela força que esse trabalhador (seu salário) empenhou na produção de mercadorias. Ou 
seja, há algo a mais do que simplesmente o salário pago, os custos pagos e o lucro gerado, há 
também a reprodução do valor do capital para que ele continue mantendo o processo produtivo 
em pleno vigor. Para que valha a pena a continuidade do empreendimento capitalista o Capital 
precisa se reproduzir e, para não falir ou retroceder, ele precisa se expandir. 
 Por essa característica específica do trabalho que gera “mais valia”, Marx afirma que o 
trabalho é a única mercadoria capaz de criar Valor. De carta forma, essa percepção já havia sido 
expressa com Adam Smith para o qual o trabalho é a única fonte de riqueza. 
A diferença para com os liberais é que Marx entendeu que o tempo de trabalho gasto na 
produção de mercadorias é estabelecido pelas habilidades dos próprios trabalhadores combinada 
pelas condições técnicas de determinada época histórica, dentre outras variáveis sociais 
secundárias. Dessa foram, surgiu a fórmula: 
separação do trabalhador dos “meios de 
produção” e, consequentemente, do 
conhecimento e do controle daquilo que se 
produz. A alienação ocorre tanto no processo 
em si do trabalho quanto no resultado, o qual, 
em particular, não pertence ao trabalhador. 
 
Alienação 
 
 
 
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Por exemplo (vou simplificar e eliminar dessas contas qualquer relação e obrigação 
tributária): 
 Situação 1: 
1- Um Sapato custa 100$ 
2- Um Sapato leva 4 horas para ser feito 
3- Um trabalhador trabalha 8 horas por dia 
4- Um trabalhador produz 2 sapatos por dia 
5- O trabalhador recebe como salário 1.000$ por mês 
Pergunta: em quanto tempo ele produz o suficiente para recuperar seu salário? 
Resposta: 5 dias. Em tese os outros 15 dias trabalhados são mais-valia, grosso 
modo: trabalho não pago, porque foi gerado Valor. 
 
 Situação 2 (considerar 20 dias de trabalho por mês): 
1- Um sapato leva 4 horas para ser produzido 
2- Um trabalhador trabalha 8 horas por dia 
3- Um trabalhador produz 2 sapatos por dia 
4- Um trabalhador produz 40 sapatos por mês 
5- O sapato custa 100$ 
6- O trabalhador tem um salário de 1.000$ 
Qual o custo do trabalho na produção dos sapatos?Dividindo o salário pelo número de dias trabalhados no mês, o custo diário do trabalhador 
é 50, mas ele produz 200,00. Ou seja, em 2 horas diárias ele gera o valor do que recebe. O resto 
é mais-valia ( o lucro está embutido aqui). 
 
Tempo de trabalho socialmente 
necessário para produzir uma 
mercadoria gera... 
Valor de 
uma 
mercadoria
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OBS: Evidentemente esse é um esquema teórico e aqui beeem resumido. Na economia 
operacional, precisaríamos colocar conta de custo fixo e variável, taxas tributárias, inovação, 
perdas, entre outros elementos. Além disso, tenha em mente que esses elementos mudam 
a depender das políticas de cada país, bem como da época histórica. De toda forma, o 
conceito de mais-valia permite compreender de modo geral de criação de valor e 
reprodução do capital no capitalismo. Para avaliar casos específicos é preciso pegar o tempo 
e espaço que se pretende analisar e traçar a análise completa feita por Marx em O Capital. 
Levando tudo isso em consideração, Marx também constata que se pode ampliar a extração 
de mais-valia aumentando constantemente a jornada de trabalho e melhorando a tecnologia do 
processo produtivo, com vista a melhorar a produtividade (processo de expansão do capitalismo). 
Por isso, ao longo do século XIX uma das grandes batalhas do movimento operário europeu foi a 
questão do tempo da jornada de trabalho: primeiro, regulamentá-las; depois, diminuí-la. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
“Que é uma jornada de trabalho?” De quanto é o tempo durante o qual o capital pode 
consumir a força de trabalho, cujo valor diário ele paga? Por quanto tempo pode ser 
prolongada a jornada de trabalho além do tempo de trabalho necessário à reprodução dessa 
mesma força de trabalho? A essas perguntas, viu0se que ao capital responde: a jornada de 
trabalho compreende diariamente as 24 horas completas, depois de descontar as poucas 
horas de descanso, sem as quais a força de trabalho fica totalmente impossibilitada de 
realizar novamente a tarefa. (...) Em vez da conservação normal da força de trabalho 
determinar aqui o limite da jornada de trabalho é, ao contrário, o maior dispêndio possível 
diário da força de trabalho que determina, por mais penoso e doentiamente violento, o limite 
do tempo de descanso do trabalhador. O capital não se importa com a duração de vida da 
Mais um “Aprenda se Divertindo” para você. O filme 
Tempos Modernos, mostra como um trabalhador na linha de 
montagem de uma fábrica está sujeito aos efeitos do 
trabalho moderno. Nesse filme, é possível perceber um dos 
aspectos da alienação do trabalho, qual seja, a alienação do 
trabalhador no processo produtivo (enquanto realiza o 
trabalho). Vale a pena conferir!!! 
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AULA 01 - Sociologia 
força de trabalho. O que interessa a ele, pura e simplesmente, é um maximum força de 
trabalho que em uma jornada de trabalho poderá ser feito fluir. 
 (MARX, Karl. O Capital. São Paulo: Abril Cultural, 1983, v. 1, p. 211-212.) 
A ampliação da jornada de trabalho está diretamente relacionada 
a) ao aumento da mais valia relativa. 
b) à diminuição da mais valia relativa e manutenção da mais valia absoluta. 
c) ao aumento da mais valia absoluta. 
d) à diminuição da mais valia absoluta. 
e) ao aumento da mais valia relativa e à diminuição da mais valia absoluta. 
Comentários 
Olha só, gente, parece complexo, só que não! Veja o que Marx diz sobre a diferença entre 
mais-valia absoluta e a relativa: 
“A produção de mais valia absoluta gira exclusivamente em torno da duração da jornada de 
trabalho; a produção da mais valia relativa revoluciona totalmente os processos técnicos de 
trabalho e as combinações sociais.'' (MARX, Karl. O Capital. grifos meus) 
Repare, então, que, ao aumentar a jornada de trabalho o objetivo do capitalista é ampliar a 
mais valia absoluta. Dado que há uma disparidade representada pela disparidade entre o 
salário pago e o valor produzido pelo trabalho do trabalhador, quanto maior o trabalho não 
pago, maior os ganhos do capitalista e mais capital ele consegue dispor para reinvestir no 
próprio processo produtivo. Em geral, aumenta-se a jornada de trabalho, sem que se 
aumente o salário do trabalhador na mesma proporção. Não por menos, há um jargão 
utilizado no movimento sindical, com ocorreu no Brasil na década de 1980, que é o “arrocho 
salarial”. 
Já a mais valia absoluta é o ampliação do capital por meio do aprimoramento das técnicas 
produtivas: uma máquina nova; uma tecnologia mais eficiente empregada; etc. Veja, então, 
que há um objetivo para se aumentar a produtividade com o emprego de técnicas. Nesses 
termos, nosso gabarito é a alternativa C. 
a) errado, pois aumenta a mais valia absoluta. 
b) errado, pois aumenta a mais valia absoluta e não a mantém constante. 
c) é o gabarito, como explicado acima. 
d) errado, pois ocorre o aumento dela. 
e) errado, pois ocorre o aumento da mais valia absoluta. 
Gabarito: C 
 
 
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2.4 - CLASSES SOCIAIS 
 “Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de 
corporação e companheiro, numa palavra, o opressor e o oprimido 
permaneceram em constante oposição um ao outro, levada a efeito numa 
guerra ininterrupta, ora disfarçada, ora aberta, que terminou, cada vez, ou pela 
reconstituição revolucionária de toda a sociedade ou pela destruição das 
classes em conflito. Desde as épocas mais remotas da história, encontramos, 
em praticamente toda parte, uma complexa divisão da sociedade em classes 
diferentes, uma gradação múltipla das condições sociais. Na Roma Antiga, 
temos os patrícios, os guerreiros, os plebeus, os escravos; na Idade Média, os 
senhores, os vassalos, os mestres, os companheiros, os aprendizes, os servos; 
e, em quase todas essas classes, outras camadas subordinadas.” (Marx e 
Engels, Manifesto Comunista, 1848) 
 
Não há, na obra de Marx, um momento em que ele estabeleça um conceito específico e 
fechado sobre o que são as classes sociais. Mas a elaboração que ele faz em torno das 
desigualdades sociais promovidas pelas relações de produção capitalistas, ao dividirem os homens 
em proprietários e não-proprietários, indica a importância da abordagem das “classes” para o 
pensamento marxista. 
 Dessa divisão social do trabalho (proprietários e não-proprietários) surgem as classes sociais 
no capitalismo: 
 Proletários: são os trabalhadores despossuídos dos meios de produção; para 
sobreviver, têm que vender a força de trabalho em troca de salário; 
 
 
 Burgueses: são os donos dos meios de produção (donos das terras; das ferramentas; 
das máquinas; das fábricas; das tecnologias); os burgueses se apropriam do trabalho 
gerado pelos proletários. 
 
Para o marxismo, a relação entre proletários e burgueses é de exploração, sendo que, do ponto 
de vista histórico, os interesses de cada uma dessas classes são inconciliáveis, pois enquanto uma 
quer amenizar a exploração e melhorar de vida (proletários), outra, os burgueses, querem explorar 
mais ainda a fim de ampliar a margem de lucro. Como resolver essa contradição? 
Dessa relação entre as classes é que Marx e Engels chegam à noção contida no Manifesto 
do Partido Comunista segundo a qual a história da humanidade é a história da disputa constante 
entre interesses que se opõem. E, o mais interessante: apesar da oposição entre as classes, uma 
não vive sem a outra, pois elas se complementam no processo produção e de reprodução da vida 
em sociedade. 
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A superação dessa permanente contradiçãosó seria possível se a classe explorada superar 
a que explora a ponto de se chegar em um novo sistema (modo) de produção. Sacou? É a mesma 
ação que a burguesia precisou fazer contra a nobreza e o feudalismo, isto é, derrubar o modo de 
vida passado para criar e consolidar um novo modo de produção. A contradição não pode ser 
resolvida com a burguesia suprimindo o proletariado, pois ela colocaria em risco seus próprios 
negócios. Pense em um serviço de telemarketing sem os operadores de telemarketing? Mesmo 
muitos já terem sido robotizados, no final, depois de muuuito tempo na linha, sempre acabamos 
falando com um trabalhador. Em geral, esse callcenter está localizado no local em que os custos 
de produção – incluindo o salário – são os mais baixos para o dono do empreendimento. 
Para finalizar esse panorama do marxismo, vamos fechar com um esqueminha: 
 
 
 
Guarde, também, que, do ponto de vista político, Marx e Engels 
entendiam que seria impossível reformar o sistema capitalista em direção 
a uma igualdade material entre todos. As contradições estruturais do 
sistema impedem que se proceda com as reformas. Essa será a 
perspectiva revolucionária do marxismo. Por isso, também, esses 
pensadores criticaram a utopia dos “socialistas utópicos” que pretendiam 
melhorar o modo de produção capitalista – ou seja, humanizar o 
capitalismo! 
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Será que o Marx e o Engels seriam pessoas mais chatonas, descontentes da vida, que acham tudo 
está perdido? Ou será que eles esperançosos, alegres, do tipo que você, aquela esperança no fim 
do túnel? 
 
(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes) 
Em Guerra (2018) é sobre o porta-voz dos trabalhadores da Perrín 
Industries. Apesar dos lucros, obtidos à custa de sacrifícios do pessoal, 
a direção resolve fechar a fábrica. 
Conforme a diretora do filme a “fábrica anuncia que vai fechar e abrir 
outra unidade num país da antiga Cortina de Ferro, onde salários e 
encargos sociais custam menos. As conversações não avançam. Os 
patrões declaram-se decepcionados. A cólera dos trabalhadores 
aumenta. Em Guerra nasceu do desejo de legitimar essa revolta. É um 
filme sobre o novo léxico que domina as relações sociais. Existe uma 
nova gramática, não sei as palavras no Brasil, mas hoje em dia 
‘competitividade’ substitui lucro. É a nova lei do mercado, ser competitivo. Em geral, isso 
significa diminuir custos, o que repercute nos salários dos trabalhadores. Os dirigentes 
continuam com seus privilégios. O filme nasceu do nosso desejo, de Vincent [ator principal] 
e meu, de tentar refletir um pouco sobre isso. 
O processo de industrialização capitalista entre os séculos XVIII e XIX estimulou o 
desenvolvimento de ideias críticas ao sistema capitalista, as quais permitem aprofundar a 
análise das desigualdades geradas pelas relações sociais capitalistas. Do ponto de vista da 
teoria marxista, são conceitos que ajudam a entender os nexos de causalidades: 
a) especialização e rentabilidade. 
b) luta de classes e mais-valia. 
c) fatos sociais e rentabilidade. 
d) ação social e mais-valia. 
Gabarito: B 
 
 
 
 
 
 
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3. MAX WEBER (1864-1920) 
 
O destino de nosso tempo é caracterizado... 
acima de tudo... pelo desencanto do mundo 
(Max Weber) 
No mesmo sentido dos autores que temos estudado até aqui, Max Weber percebeu, sentiu 
e analisou os impactos da industrialização em seu tempo. É da análise que ele desenvolve sobre 
o que levou à moderna civilização ocidental a ser diferente das demais civilizações que 
entenderemos o sentido de “desencanto do mundo” expresso na frase acima. Acompanha 
comigo! 
De origem alemã, Weber nasceu em um mundo que acabara de dar uma guinada em 
direção a um processo produtivo industrial semelhante ao da Inglaterra (meados do século XIX). 
Assim, a vida cotidiana se tornou diferente das sociedades anteriores, pré-industriais, pois, 
praticamente, todas as relações entre as pessoas passaram a ser pautadas pela ação racional, seja 
porque a economia demandou soluções racionais, seja porque a ação estatal também exigiu 
medidas racionalizantes da vida em sociedade. 
Dessa forma, Weber irá identificar na esfera econômica (expansão econômica, formas de 
organização das economias, etc.) a exigência para a racionalização da sociedade. Isso porque, é 
próprio da atividade econômica a racionalidade dos processos para que os ganhos sejam 
otimizados. Do contrário, em meio à competição, perde-se eficiência e a economia entra em 
colapso ou se torna ineficiente. No livro A ética protestante e o “espírito” do capitalismo, Weber 
argumenta que o empresário não é obrigado a levar as novidades para seu negócio, porém, se 
não o faz, tenderá à falência. 
O modelo de desenvolvimento industrial alemão contou com a particularidade da tradição 
militar, fato que contribuiu para estabelecer organizações industriais hierarquizadas, disciplinadas 
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AULA 01 - Sociologia 
e eficientes. Assim, em um primeiro momento, Weber irá se familiarizar com os efeitos da 
modernidade na própria Alemanha: uma indústria eficiente e racionalizada. 
O sociólogo alemão identifica que o comportamento racional está presente, além da 
economia, na Ciência e Tecnologia. As descobertas cientificas foram possíveis fruto do estímulo 
que as sociedades ocidentais modernas deram à criação racional. Isso se tornou perceptível 
porque a explicação religiosa para os fenômenos da vida deu lugar às explicações científicas. Em 
particular, afirma Weber, esse processo de conhecimento ocorreu no Ocidente porque foi aqui 
que o pensamento científico se desvinculou do pensamento religioso. 
Nesse contexto, podemos dizer que o objeto de estudos de Weber partiu da moderna 
sociedade alemã. 
Desse ponto, ele avança para questões teórico-metodológicas acerca da origem da 
civilização ocidental, do lugar das civilizações na história universal e das formas de relacionamento 
entre os sujeitos constituintes da sociedade. 
De acordo com Norberto Bobbio, nenhum “dos estudiosos que viveu no século XX 
contribuiu mais do que Weber para enriquecer o léxico técnico da linguagem política”. E ele 
continua: 
É surpreendente o grande número de expressões weberianas que passaram a integrar 
estavelmente o patrimônio conceptual das ciências sociais. Menciono apenas algumas 
situadas no campo da teoria política, como poder tradicional ou carismático, poder legal e 
poder racional, direito formal e direito material, monopólio da força, ética da convicção e 
ética da responsabilidade, grupo político e grupo hierocrático. Para não falar da 
“legitimidade”, que só depois de Weber se tornou um tema relevante para a teoria política.14 
 
Um pouco da biografia... 
Weber nasceu na cidade alemã de Erfurt. Filho de um deputado federal do então Partido 
Nacional-Liberal, Weber teve sua juventude influenciada pelas atividades políticas de seu pai. Seu 
ambiente de criação era burguês e liberal. 
Estudou direito, filosofia, história, religião e a nascente disciplina de sociologia. Iniciou a carreira 
de professor em Berlim, e, posteriormente, em 1895, assumiu uma cadeira na Universidade de 
Heidelberg. 
Weber viveu a unificação alemã e a 1ª Guerra Mundial, momento em que serviu de conselheiro 
para os negociadores alemães durante o Tratado de Versalhes. Weber também atuou como 
conselheiro na elaboração da Constituição de Weimar. 
 
14 BOBBIO, Norberto. Max Weber e os clássicos. In: bobbio, Norberto; Santillán, José Fernández (Org.). 
Norberto Bobbio: o filósofo e a política. Rio de Janeiro: Contraponto,m2003, p. 93. 
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AULA 01 - SociologiaDentre as principais obra do autor destaco: A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904-
1905), Economia e Sociedade (1920). 
3.1 - AÇÃO SOCIAL 
Weber, tal como Auguste Comte e Émile Durkheim, concordava com a necessidade de um 
estudo rigoroso, do ponto de vista do método, sobre a sociedade. Mas Weber não se preocupava 
tanto com a construção de uma disciplina sociológica em si, como os franceses se preocupavam. 
Para Weber a preocupação maior seria entender a ação social, ou melhor, como os indivíduos da 
sociedade interagem, sendo que essa ação é considerada necessariamente subjetiva. Assim, 
 
 Agora, atenção, ele percebeu a importância da ação dos indivíduos justamente porque 
notou que havia ações com diferentes origens motivacionais: umas ações mais racionais; outras 
mais baseadas nos costumes e nas religiões, etc. 
Enquanto Durkheim examinava a estrutura da sociedade como um todo e a natureza 
“orgânica” de suas muitas partes interdependentes, Weber buscou estudar a experiência do 
indivíduo15. Por isso, podemos estabelecer que, no início, da sociologia francesa estava focada 
em problemas objetivos, ao passo que o início da sociologia alemã, com Weber, estava focada 
em questões subjetivas. 
Essa abordagem weberiana ficou conhecida por expressar a busca por “entendimento” 
dos sentidos das ações. 
Com efeito, Max Weber dá um salto em direção ao que pare ele seria o objeto da 
Sociologia por excelência: a ação social dos indivíduos dotada de sentidos. Vejamos nas palavras 
do autor, 
Deve-se entender por sociologia (no sentido aqui aceito desta palavra, empregada com tão 
diversos significados): uma ciência que pretende entender, interpretando-a, a ação social 
para, desta maneira, explicá-la causalmente em seu desenvolvimento e efeitos. Por “ação” 
deve-se entender uma conduta humana (que pode consistir num ato externo ou interno; 
 
15 O livro da Sociologia. Rio de Janeiro: Ed. Globo. 2018, p. 41. 
a Ação Social 
depende da
Subjetividade 
dos 
indivíduos
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numa condição ou numa permissão) sempre que o sujeito ou os sujeitos da ação envolvam-
na de um sentido subjetivo. A “ação social”, portanto, é uma ação em que o sentido indicado 
por seu sujeito, ou sujeitos, refere-se à conduta de outros, orientando-se por esta em seu 
desenvolvimento16. (grifo meu) 
 
 
Weber se preocupa com o sentido subjetivo indicado pelos sujeitos da ação, de modo que 
ele considera a existência de elementos compreensíveis e não compreensíveis, todos misturados 
entre si, em um processo complexo (nas ações). Tal é a abordagem weberiana, a qual se distancia 
do método evolucionista dos positivistas. 
Para chegar ao entendimento, então, Weber considera que a pesquisa deve buscar 
historicamente os processos que levaram ao estabelecimento das sociedades a partir das 
contradições sociais que elas carregam – na gênese e na formação -, diferentemente da 
investigação por estágios evolutivos (positivistas). 
Diante disso, é importante ressaltar que o ponto de partida da análise histórica de Weber 
não são as entidades coletivas, os grupos ou mesmo as instituições. Como seu objeto é a ação 
social, ele busca compreender a conduta humana e as justificativas subjetivas, pois, segundo 
Weber, deve haver algum tipo de explicação para a conexão entre motivo e ação. Dessa forma, 
ao contrário de elaborações que miram as estruturas da sociedade, o entendimento de Weber 
sobre o homem, enquanto agente social, ganha sentido e relevância. 
No que diz respeito, ao diálogo entre a sociologia weberiana e o marxismo, em certo sentido, 
Weber aceitou o argumento de Marx de que existem razões econômicas por trás do conflito 
sociais, porém, achava a sistematização marxista baseada na divisão burguesia x proletariado era 
muito simples. Weber discordava da abordagem materialista histórica, pois a ênfase na economia 
desconsidera aspectos como cultura e o mundo das ideias. 
O capitalismo, para Weber, deve ser compreendido não em termos estritamente 
econômicos e materiais, como um modo de produção, mas como um “espírito”, isto é, uma 
 
16 WEBER, Max. Economia y Sociedad. V I. México: Ed. Fondo de Cultura Economica, 1969, p. 5. 
a Ação 
Social
Hummm, 
objeto de estudo 
de Weber!! 
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cultura, uma conduta de vida cujos fundamentos morais e simbólicos estão enraizados na tradição 
religiosa dos povos de tradição protestante puritana. De toda forma, Weber foi influenciado por 
Marx quanto à ideia de que a sociedade capitalista moderna despersonaliza e aliena. 
Ainda sobre esse diálogo entre Marx e Weber, se para aquele o capitalismo leva a 
interesses inconciliáveis entre as classes, para Weber – como ele pontua em A ética protestante e 
o “espírito” do capitalismo” – tanto empregadores quanto empregados desconfiavam das 
inovações iniciais do mundo moderno e, por isso, havia resistências. 
Perceba, então, que Durkheim, Marx e Weber são autores importantes para o pensamento 
sociológico justamente por existir um debate explicito e implícito entre eles. Qual o pano de 
fundo das elaborações desses pensadores? O sistema capitalista. 
A ação social é toda ação humana influenciada pela consciência a respeito da situação em que a 
ação é realizada, bem como, influenciada pelas ações e reações dos outros agentes sociais. 
Método weberiano: conhecido como método compreensivo, ou seja, a compreensão da ação 
humana e a busca pelo sentido nesta ação. 
Na obra Economia e Sociedade, Weber categoriza três tipos de ação social: 
 Ação tradicional: motivada pelo costume, pela tradição ou por hábitos familiares; 
 Ação afetiva: é resultado dos impulsos e paixões; 
 Ação racional: é motiva por um valor de ordem ética, estética ou mesmo religiosa. 
Ela pode ser dividia em: 
▪ Ação racional com relação a valores (p. ex. ética protestante) 
▪ Ação racional com relação a fins 
 
Convém lembrar que, em Economia e Sociedade, Weber se refere à ação sendo como 
social, seja a comissiva ou a omissiva. Neste sentido, a ação social é aquela que se orienta pelo 
comportamento dos outros de forma que o comportamento interno de um indivíduo “só é ação 
social quando se orienta pelas ações de outros”. 
Um comportamento pautado por objetos materiais, ou puramente uma reflexão individual 
religiosa, não seria enquadrado como social. Além disso, nestes estudos sociológicos Weber 
enfatiza que a maneira racional da determinação de uma ação social pode ser referente a fins 
perseguidos racionalmente e quanto a valores cuja crença neles é consciente. 
“Age de maneira puramente racional referente a valores quem, sem considerar as 
consequências previsíveis, age a serviço de sua convicção sobre o que parecem ordenar-lhe 
o dever, a dignidade, a beleza, as diretivas religiosas, a piedade o a importância de uma 
“causa” de qualquer natureza”17. 
 Por sua vez, 
 
17 WEBER, Max. Economia e Sociedade. Editora UnB. Vol 1, Brasília: 1972, p 13. 
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 “Age de maneira racional referente a fins quem orienta sua ação pelos fins, meios e 
consequências secundárias, ponderando racionalmente tanto os demais meios em relação às 
consequências secundárias, assim como os diferentes fins possíveis entre si: isto é, quem não 
age nem de modo afetivo (e particularmente não-emocional) nem de modo tradicional”18. 
 
Os modos de orientação da ação social definidos por Weber, segundo o próprio alemão 
ainda em Economia e Sociedade, não são exaustivos, bem como não aparecem exclusivamente 
num formato puro em meio às relações sociais, há mesclas. 
Além disso, considerando a centralidade do indivíduo, as normas sociais só se tornam 
concretas quando elas só manifestam em cadaindivíduo sob a forma de motivação. 
Ou seja, a motivação ao mesmo tempo que é individual é social, pois cada um age conforme 
respostas, reações e interações com as outras pessoas; em outras palavras, conforme as normas 
sociais. 
3.2 - TIPO IDEAL 
Ainda no que diz respeito ao método weberiano → TIPO IDEAL 
Segundo Marianne Weber, esposa de Weber e responsável por sistematizar o trabalho do 
marido após a morte, foi nos Estados Unidos que Weber pôde observar por todo canto os rastros 
vivos das origens do espírito do capitalismo moderno na pureza de um “tipo ideal”19. 
Mais sobre o método weberiano: o tipo ideal 
O tipo ideal refere-se a uma construção mental da realidade, onde o pesquisador seleciona 
um certo número de característica do objeto em estudo, a fim de, construir um “todo 
tangível”, ou seja, um TIPO20. Esse tipo será muito útil para classificar os objetos de estudo. 
Por exemplo, quando pensamos em democracia temos em mente um conjunto de 
características em nossa mente dando origem a um todo idealizado (o Tipo Ideal). Ao 
observar um sistema político contrastamos com esse tipo que temos em mente para 
classificar esse sistema como democrático ou não, por exemplo. O objetivo de Weber, ao 
utilizar o recurso “tipo ideal”, não é de esgotar todas as possibilidades das interpretações 
da realidade empírica, apenas criar um instrumento teórico analítico. Dar “corpo” ao objeto 
de estudo. Segundo Weber, 
 
18 WEBER, Max. Economia e Sociedade. Editora UnB. Vol 1, Brasília: 1972, p 15. 
19 PIERUCCU, António Flávio. Apresentação. In: WEBER, Max. A ética protestante e o “espírito” do 
capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras. 2007, p. 11. 
20 BODART, Cristiano das Neves. Tipo Ideal de Max Weber. Disponível em: 
https://cafecomsociologia.com/tipo-ideal-de-max-weber/ . Acesso em: 28/09/2019. 
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“Obtém-se um tipo ideal mediante a acentuação unilateral de um ou vários pontos de vista, 
e mediante o encadeamento de grande quantidade de fenômenos isolados dados, difusos e 
discretos, que se podem dar em maior ou menor número ou mesmo faltar por completo, e 
que se ordenam segundo pontos de vista unilateralmente acentuados, a fim de formar um 
quadro homogêneo de pensamento.”21 
 De acordo com Gláucia Villas Bôas, professora de sociologia da UFRJ e autora do livro A 
recepção da sociologia alemã no Brasil, 
os tipos ideais são ferramentas de análise para compreender a sociedade a partir de seus 
elementos constitutivos como religião, economia, burocracia, capitalismo, e a partir da 
observação de aspectos concretos e históricos. São generalizações “puras” que o cientista 
social, por sua vez, utiliza na sua pesquisa dos fenômenos sociais. Para Weber, como a 
total apreensão da realidade seria impossível, o recurso aos tipos ideais torna-se 
indispensáve22l. 
 
(Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Para Fernando José Martins, no “fenômeno contemporâneo das ocupações das escolas: os 
estudantes de São Paulo lutaram para que sua escola não feche, ou por melhores condições 
nas escolas do Rio de Janeiro, ou contra a gestão privada das escolas em Goiás, o passe livre 
e aumento da merenda no Ceará, ou, no caso paranaense, sobre a reforma do Ensino Médio, 
que subtrai a obrigatoriedade de elementos curriculares fundamentais.” 
Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/o-carater-pedagogico-
da-ocupacao-das-escolas-4qd45ib0p7hy6mli685kqzsxg>. Acesso em: 22 abr. 2017. 
A história da sociologia conta com categoria e conceitos que buscam aprimorar a análise 
sobre a vida em sociedade. Max Weber, pensador e sociólogo alemão, foi responsável por 
mudar o sentido da compreensão sociológica, na medida em que além de questões 
estruturais da sociedade, também observou outras variáveis. Nesse sentido, é uma categoria 
conceitual weberiana que pode ajudar a entender a problemática do texto acima: 
a) A ação social possui um sentido que orienta a conduta dos atores sociais. 
b) O sociólogo deve investigar o sentido das ações que não são orientadas pelas ações de 
outros. 
c) Os fatos sociais não são coisas, e sim acontecimentos que precisam ser analisados. 
d) O tipo ideal é uma construção teórica abstrata que permite a encaixe perfeito em casos 
particulares. 
 
21 WEBER, Max. A objetividade do conhecimento nas ciências sociais. In: COHN, Gabriel (Org.). 
FERNANDES, Florestan (Coord.). Weber – Sociologia. Coleção Grandes Cientistas Sociais, 13. São Paulo: 
Ática, 1999, p.106. 
22 BÔAS, Gláucia Villas. Max Weber entre duas vocações. Revista CULT. Disponível em 
https://revistacult.uol.com.br/home/max-weber-entre-duas-vocacoes/. Acesso em: 21/09/2021. 
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Comentários 
a) Correto, é o gabarito. Weber, diferentemente da maioria dos autores que o antecederam, 
busca compreender os sentidos das ações individuais, a ação social. Isso porque, para ele, 
uma ação só é compreensível na medida em que ela se refere a uma certa atitude 
motivada/provocada por outro, uma relação entre, pelo menos dois indivíduos. Afinal, a ideia 
de vida em sociedade depende de uma pluralidade de seres, não é mesmo? Então, ação 
social em Max Weber é um conceito que ele usa para explicar sua análise sociológica. 
b) Errado, é justamente o contrário. O conceito de ação social é depende da ação do outro, 
pois um indivíduo age, segundo Weber, em função da sua posição social e em relação aos 
outros. 
c) falso, também, pois “fato social” e um conceito de Émile Durkheim. 
d) falso, e essa é difícil. Tipo ideal é uma formulação de Weber para conceitos que, reunidas 
todas as condições estão em sua forma mais acabada. Por exemplo, o tipo ideal “dominação 
carismática” se refere ao exercício da dominação de um líder a partir do carisma que ele 
exerce ao longo do tempo. Weber usa esse tipo ideal a partir do carisma para dizer, “olha, 
o carisma exerce, por si só, um papel determinante nas relações de dominação”, sendo que 
o líder carismático possuía determinadas características que são exclusivas a ele. Pois bem, 
de forma ideal, é mais ou menos isso, mas, na prática, na realidade, Weber reconhece e 
explica que o carisma não age puramente sozinho. Existem outros elementos que contribuem 
para fortalecer o carisma e dos quais o carisma depende: pense em um líder político, ele 
sozinho não é nada, pois depende de um conjunto de normas legais, de um partido, de um 
sistema legal que reconheça e dê legitimidade ao exercício daquele carisma. Dessa forma a 
dominação carismática se combina com a dominação racional-legal. Percebe? Então, “tipos 
ideais” são conceitos puros. Qual o problema da alternativa? Ela afirma que é possível o 
encaixe perfeito aos casos particulares, só que não! Do contrário não estaríamos falando em 
“tipo ideal”, algo genérico usado como guia, parâmetro para contrastarmos com os casos 
particulares. Aí sim é possível uma afirmação mais categórica: os tipos ideais de Max Weber 
permitem aproximar os casos reais e particulares dos conceitos gerais e abstratos. Sacou? 
 
Gabarito: A 
a Ação Social 
depende da
Subjetividade 
dos 
indivíduos
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38 
 
 
AULA 01 - Sociologia 
3.3 - A QUESTÃO DA RACIONALIZAÇÃO E DA BUROCRACIA 
“é decisivo que o trabalho rotineiro esteja entregue, de maneira 
predominante e progressiva, ao elemento burocrático. Toda a história do 
desenvolvimento do Estado moderno, particularmente, identifica-se com a 
da moderna burocracia e a da empresa burocrática, da mesma forma que 
toda a evolução do grande capitalismo moderno se identifica com a 
burocratização crescente das empresas econômicas. As formas de 
dominação burocrática estão em ascensão em todas as partes.”23 
Para Weber, tal como ele elaborana obra A ética protestante e o espírito do capitalismo 
(1904-1905, revisto e ampliado em 1920), a industrialização foi alcançada por meio de avanços na 
ciência e na engenharia, de modo que o sistema capitalista exigiu soluções puramente racionais 
baseadas na eficiência e no melhor custo-benefício. Todavia, também pontua que, se por um lado 
o capitalismo trouxe benefícios, por outro, trouxe inúmeros problemas sociais. 
A cultura e os valores espirituais, as quais sempre acompanharam as civilizações, foram 
superados pela racionalização, processo que levou ao “desencantamento” da vida, pois as 
individualidades foram tomadas pelo “cálculo frio” da lógica burocrática. A racionalização da 
sociedade passou a mudar a própria organização da sociedade por meio da burocracia que foi se 
estabelecendo em todos os tipos de organização (empresas, igreja, partidos, órgãos públicos, 
escolas, etc.). 
 
A burocracia, entende Weber, seria algo inevitável e, ao mesmo tempo necessário na 
sociedade industrial moderna. 
 
23 COHN, Gabriel (Org.) Weber: Sociologia. 5.ed. São Paulo: Ática, 1991. 
1-Para Weber, os 
aspectos da 
modernidade mais 
marcante são... 
... 2-os efeitos 
da...
3-
RACIONALIZAÇÃO
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39 
 
 
AULA 01 - Sociologia 
Segundo Weber, “o aparato burocrático plenamente desenvolvido se compara a outras 
organizações, exatamente da forma como faz a máquina com outros modos de produção não 
mecânicos”24. 
Conforme a análise do autor, muitos membros da sociedade passaram a se sentir presos à 
armadilha das rígidas regras da burocracia, como se estivessem em uma “jaula de ferro” da 
racionalização. Isso porque as burocracias tornariam as relações entre as pessoas 
demasiadamente impessoais a ponto de os procedimentos padronizados na sociedade se 
sobreporem ao indivíduo. 
 
 
 Diante disso, Weber faz uma crítica ao capitalismo, pois se havia a promessa de a utopia 
tecnológica favorecer a singularidade dos indivíduos, na verdade, criou-se uma sociedade 
dominada pelo trabalho e pelo dinheiro a qual é supervisionada por uma burocracia rígida. 
 
Essa burocracia, no uso do poder e da autoridade, condiciona as relações interpessoais à eficiência 
e ao cumprimento de metas, afetando, assim, as próprias ações sociais, as ações dos indivíduos. 
Com isso, limita-se a autonomia individual, pois as capacidades e habilidades particulares perdem 
espaço para essa dominação, a qual, como veremos logo abaixo, é definida como “dominação 
burocrática” ou “dominação racional-legal”. 
 
O desejo do autodesenvolvimento é substituído por uma ambição obsessiva de conseguir 
um emprego melhor, mais dinheiro ou um status social mais elevado, e a criatividade tem 
menor valor que a produtividade25. 
 
Diante dessas elaborações sociológicas do pensador alemão, podemos sintetizar que, em 
Weber, a racionalidade é uma equação dinâmica entre meios e fins, segundo a qual “toda ação 
 
24 O livro da Sociologia. Rio de Janeiro: Ed. Globo. 2018, p. 42. 
25 Idem, p. 43. 
A Jaula de Ferro da burocracia 
suprime nossas individualidades...É o 
caminho para a desumanização, ou seja, 
estou ficando "desencantado” com o 
mundo. Eu quero voar, me soltem!!! 
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humana é realizada visando a determinadas metas – concepção afetivas do desejável – ou 
valores”26. 
Além disso, o desenvolvimento das circunstâncias e os contextos da realidade social-
histórica determinam as ações humanas que, no conjunto do mundo material, formam seus 
interesses e ideias. Nesse processo, Weber identifica que os objetivos dos diversos indivíduos são 
diversos: “há tantas divergências entre os interesses quanto diferenças nas percepções e 
concepções”27. 
Também é importante você sistematizar algumas características gerais que permeiam as 
organizações e instituições burocráticas, sejam elas públicas ou privadas. 
Veja o esqueminha abaixo: 
 
 
Para finalizar essa seção, leia alguns trechos que selecionai da obra Ensaios de Sociologia28: 
A disciplina em geral, como seu ramo mais racional, a burocracia, é impessoal. Infalivelmente neutra, 
ela se coloca à disposição de qualquer força que pretenda seus serviços e saiba como promovê-los 
(...) Em lugar do êxtase heroico ou da piedade individual, do entusiasmo ou dedicação a um líder, 
como pessoa do culto da “honra” ou do exercício da habilidade pessoal como uma “arte” – a 
 
26 WEBER, Max. Política como vocação. In: Ciência e Política: duas vocações. Ed. Cultrix. São Paulo: 2002, p 10. 
27 WEBER, Max. Economia e Sociedade. Editora UnB. Vol 1, Brasília: 1972, p 30. 
28 WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 2008. 
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AULA 01 - Sociologia 
disciplina coloca o hábito à habilidade rotineira. Na medida em que a disciplina apela para os motivos 
firmes de um caráter “ético”, pressupõe um “senso de dever” e “consciência”. (...) 
 A disciplina do exército deu origem a toda disciplina. A organização econômica em grande escala e o segundo 
grande agente que prepara os homens para a disciplina. (...) 
 (...) a disciplina orgânica das fábricas estrutura-se em bases completamente racionais. 
 
(Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Na percepção popular, a ideia de burocracia possui conotação negativa, pois ela é entendida 
como sinônimo de ineficiência, demora, entre outros. Contudo, o sociólogo Max Weber 
argumenta que a burocracia moderna só passou a ser mais difundida porque ela se tornou 
mais adequada para a racionalização econômica do mundo capitalista do que as formas de 
organização da sociedade até então conhecidas. Apesar desse aspecto positivo levantado 
pelo pensamento weberiano, há deficiências da burocracia. Dessa forma, conforme Max 
Weber, 
a) as burocracias impedem o desenvolvimento econômico na medida em que travam 
processos e acabam interferindo no livre mercado. 
b) as formas burocráticas de dominação costumam reprimir a criatividade e anular a iniciativa, 
produzindo resultados conflitantes com a própria noção de democracia. 
c) as burocracias reúnem e confundem os patrimônios público com os particulares, fato que 
proporciona casos de corrupção. 
d) as burocracias produzem uma falsa ideia de eficiência, sendo utilizadas como instrumento 
de dominação de uma classe social sobre a outra. 
e) por entrarem em conflito com a essência do Estado moderno, isto é, a capacidade de 
planejar a sociedade e fornecer coesão social, as burocracias produzem uma contradição 
entre mercado e esfera estatal. 
Comentários 
Max Weber entendia a burocracia como o modelo dominante de organização formal. Embora 
as organizações burocráticas existam em civilizações grandes e tradicionais como a China 
imperial, somente com o advento do capitalismo industrial elas se instalaram em todas as 
áreas da sociedade. Assim, as demandas da modernidade passaram a estar diretamente 
relacionadas às burocracias. Vamos recordar as características do tipo ideal de burocracia 
para Weber: 
Hierarquia de autoridades, com uma cadeia de comando. 
As condutas são regidas por regras escritas. 
Os funcionários são assalariados e possuem um plano de carreira. 
Nítida separação entre o trabalho dos funcionários e a vida pessoal. 
Os recursos financeiros e patrimoniais pertencem à organização burocrática. 
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 De uma maneira geral, então, podemos definir burocracia como uma espécie de 
organização baseada em regras, contratos e uma hierarquia de posições que é amplamente 
adota nas sociedades industriais (GIDDENS, SUTTON, p. 107). 
 Nesse contexto organizacional, as individualidades passam a ser suprimidas pela força 
da burocracia,a qual se sobrepõe às emoções, aos sentimentos, constrangendo as 
habilidades e capacidade dos indivíduos. Por isso, o gabarito é a alternativa b). 
a) falso, pois Weber tinha certeza de que a burocracia era um importante colaborador da 
racionalização da sociedade, proporcionando ganhos de eficiência. 
c) falso, pois é o contrário. De uma perspectiva histórica, o surgimento das burocracias tornou 
as administrações impessoais, ou seja, uma “coisa” e o patrimônio coletivo, da organização, 
outra é o de cada indivíduo. 
d) falso. Primeiro porque, de fato, Weber comprova que as organizações burocráticas se 
tornaram mais eficientes do que os modelos organizacionais historicamente vivenciados. 
Segundo, há um erro teórico na afirmação, pois a perspectiva da análise de classe é do 
marxismo. Weber não concordava com a análise de classe feita por Marx e Engels. 
e) errado. A burocracia é meio de racionalização do Estado e, nesse sentido, não há 
contradição. Agora, repare que o final da alternativa “dá um migue” todo estiloso para não 
dizer muita coisa. Planificação da economia é uma característica dos Estados de Bem-Estar 
social e dos Estados socialistas, os quais, por sinal, também possuem suas burocracias. Já a 
ideia e coesão social está mais próxima ao que o pensamento positivista entendeu como 
organização e ordem na sociedade. Para os positivistas, o Estado deveria garantir a ordem 
funcional das esferas sociais. Para Weber, um dos papeis da burocracia, além da 
racionalização e ganho de eficiência para as organizações, é tornar a vida mais democrática. 
Como assim? Veja, em um ambiente em que predominam relações pessoais, de “jeitinho”, 
não há espaço para democracia. Já as burocracias, por serem impessoais, podem melhorar 
processos burocráticos. Um concurso público, ou mesmo o seu vestibular, é, enquanto tipo 
ideal, uma ferramenta democrática de uma organização social (a Universidade). Imagine se 
só entrassem nas universidades filhos de grandes famílias. Já foi assim, hoje em dia todos nós 
temos oportunidades para ingressar nas Universidades. Claro, isso do ponto de vista mais 
geral. Outra questão, são as desigualdades em meio a esta regra burocrática. Sabemos que 
existem muitas injustiças, afinal, a desigualdade social educativa é uma variável impactante. 
Gabarito: B 
(Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Para Max Weber, uma das consequências negativas do processo de burocratização do 
mundo moderno é 
a) aprofundamento da sociedade de classes. 
b) aumento da pessoalidade e da corrupção. 
c) a padronização da impessoalidade capaz de suprimir liberdades. 
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43 
 
 
AULA 01 - Sociologia 
d) a perda da eficiência das organizações empresariais. 
e) a reforço do monopólio legítimo da violência nas organizações privadas. 
Comentários 
a) errado, pois a perspectiva classista pertente à abordagem marxista. 
b) falso, pois a burocracia aumenta a impessoalidade e, nestes termos, à luz da expectativa 
de Weber (temos que considerar o que o autor pensava) o espaço para práticas clientelistas 
seria menor. 
c) é o nosso gabarito. Isso porque, Weber entende que a tendência à racionalização das 
estruturas levaria ao que ele chama de “desencantamento” do mundo, lugar em que, de tão 
impessoal, racional e burocrático as pessoas não teriam mais inclinações para liberdades fora 
dessa estrutura. Não por menos ele usa a metáfora da “jaula de ferro” da burocracia. 
d) errado, pois é o contrário. Com a burocracia as organizações passariam a ganhar eficiência, 
já que os processo se tornam mais racionais e científicos. 
e) falso, pois o não é nas “organizações privadas”, mas na organização estatal. Agora, uma 
coisa é a formação das características do Estado moderno, marcado pelo monopólico 
legítimo da força, outra é o desenvolvimento específico da burocracia. Há pontos de 
encontro das abordagens (Estado e burocracia), sim, há. A profissionalização dos exércitos 
que dão suporte aos Estados Nacional (processo histórico) foi possibilitada por conta do 
desenvolvimento da burocracia. Ou seja, o monopólio da violência foi reforçado com o 
desenvolvimento da burocracia. 
Gabarito: C 
 
3.4 - O PROTESTANTISMO E O “ESPÍRITO” DO CAPITALISMO 
 Ao estudar a racionalização da sociedade moderna e a mentalidade capitalista Max Weber 
percebeu que a religião é um aspecto importante para a análise sociológica. Nesse sentido, ele 
identificou o protestantismo como a gênese da cultura ocidental moderna. O autor argumenta 
que o protestantismo tem uma relação causal histórica no mundo moderno, pois é uma religião 
que se adequou ao modo cultural (“espírito”) do capitalismo. Em que sentido Alê? 
 Em a Ética protestante e o “espírito” do capitalismo (1904/1905 e revista em 1920), consta 
que, o dia a dia da vida protestante teria reforçado a conduta metódica necessária para o 
desenvolvimento do capitalismo. Nesse estudo, o pensador alemão procura compreender um 
fenômeno observado na passagem do século XIX para o XX: o maior desenvolvimento capitalista 
dos países de confissão protestante e a maior proporção de protestantes entre os proprietários 
do capital, empresários e integrantes das camadas superiores de mão-de-obra qualificada. 
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 Conforme Weber, a maioria dos habitantes das cidades ricas da Alemanha converteu-se ao 
protestantismo já no século XVI, e os efeitos disso foram as vantagens adquiridas pelos 
protestantes na luta econômica pela existência29. 
 
 Lembre-se de que a Reforma Protestante foi um movimento de orientação religiosa durante 
o século XVI e com desdobramentos nos séculos seguintes. De forma sintética, o movimento 
protestante criticava a hegemonia da Igreja Católica. A partir dos movimentos protestantes, novas 
religiões foram formadas. A atenção do sociólogo alemão recaiu sobre os calvinistas, pois eles 
concebem o sucesso econômico como indício da predestinação para a salvação. 
 Diante disso, Weber observou que, enquanto a industrialização se desenvolvia, alguns 
países contaram com o desenvolvimento de uma ética religiosa que direcionava o modo de 
organização espiritual e de vida laboral (trabalho). 
(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
Um dos clichês mais populares sobre o pensamento de Weber é dizer que ele pregava uma 
ética do trabalho. Isso é um erro. Pessoalmente, ele não via nenhuma virtude particular no 
suor – achava que suas melhores ideias apareciam quando estava relaxando no sofá com um 
charuto – e se tivesse sabido que seria mal-entendido dessa maneira, teria ressaltado que ser 
capaz de trabalhar duro era algo que não distinguia o Ocidente moderno de sociedades 
anteriores e seus sistemas de valores. Entretanto, a ideia de que as pessoas estavam sendo 
cada vez mais definidas pelo estreito foco do seu emprego era uma que ele considerava 
profundamente moderna e característica. 
(GHOSH. Peter. O que Max Weber quis dizer com o ‘espírito do capitalismo’? In: NEXO Jornal. 
Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/externo/2018/06/16/O-que-Max-Weber-quis-dizer-
com-o-%E2%80%98esp%C3%ADrito-do-capitalismo%E2%80%99. Acesso em: 05/08/2021) 
Levado em consideração o texto e seus conhecimentos sociológicos, para Max Weber 
 
29 WEBER, Max. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras. 
2007, p. 30. 
Observação sociológica sobre 
os Protestantes
inclinação para o 
racionalismo 
econômico, não 
observada 
igualmente entre 
os católicos, por 
exemplo.
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a) os calvinistas eram um exemplo de abnegação ao trabalho exaltado por Wever, pois 
sabiam separar razão e fé. 
b) o espírito do capitalismo é a disposição para a ação empreendedora quesempre existiu 
nos homens. 
c) o trabalho como delineador das características do indivíduo moderno sintetiza o processo 
de aplicação do conhecimento racional às atividades profissionais, configurando uma nova 
sociedade com múltiplos especialistas em diferentes frentes. 
d) o fato de as pessoas passarem a ter empregos nivelou as individualidades, provocando a 
estratificação social moderna. 
e) a partir de sua elaboração sobre a ética do capitalismo, Weber se aproximou da definição 
econômica sugerida por outras correntes, como os economistas e os marxistas. 
Comentários 
a) errado, pois Weber não exaltou o trabalho, antes de tudo, o pensador é analítico. Weber 
procurou colocar entendimento antes de julgamento, e de ver o mundo como um todo, 
sendo esse procedimento aplicado para constatar que nos países em que, historicamente, 
religiões protestantes dominaram determinados setores da economia, o capitalismo se 
desenvolveu mais do que em países católicos, por exemplo. 
b) errado, pois Weber destaca a particularidade do trabalho na era moderna. 
c) é o nosso gabarito, pois, por meio dos processos de racionalização do mundo, juntamente, 
ocorreu a especialização das atividade de trabalho. Do ponto de vista cultural, isso se explica 
porque a universalidade explicativa da religião é substituída pelo apego a práticas 
profissionais de inserção social do indivíduo na coletividade. Com isso, o todo, que passou a 
ser explicado racionalmente, perde espaço para as particularidades, “locus” de atuação 
prioritário dos indivíduos na modernidade, já que o trabalho assume relevância para fazer 
frente à própria dinâmica da sociedade moderna, que passou a exigir acumulo, consumo, 
desenvolvimento tecnológicos, etc. 
d) errado, pois a diversidade foi ampliada na medida em que aumentou a especialização. 
e) falso, pois Weber busca e enfatiza o campo cultural da mudança capitalista. 
Gabarito: C 
 
 
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3.2 - MAIS SOBRE WEBER: A POLÍTICA COMO VOCAÇÃO 
“ [dominação é] a probabilidade de encontrar obediência para ordens 
específicas (ou todas) dentro de determinado grupo de pessoas”30 
Para Max Weber31, de forma genérica, Estado é um agrupamento político que reúne 
esforços com vistas ao exercício do poder. O elemento específico do Estado contemporâneo, 
segundo Weber, é o uso da coação física para o exercício deste poder de forma que o Estado 
moderno detém o monopólio legítimo do uso da força física. Neste sentido, há uma relação de 
dominação fundada na violência. 
Lembra-se que, de acordo com Max Weber, que a dominação é a probabilidade de se 
encontrar obediência para ordens específicas dentro de determinado grupo de pessoas (a 
dominação conta com um quadro administrativo). Weber estabelece que dominação significa, 
num sentido geral de poder, a possibilidade de impor ao comportamento de terceiros a vontade 
própria das mais diversas formas 
No ensaio A política como vocação, Weber busca entender as condições necessárias para 
o funcionamento do Estado moderno a partir da racionalidade burocrática. Ele nota que existem, 
pelo menos, três tipos de dominação. 
 
 
 
30 WEBER, Max. Economia e sociedade. v. 1. Brasília: Editora UnB, 20002000, p. 139. 
31 WEBER, Max. A política como vocação. In: Ciência e Política: duas vocações. Ed. Cultrix. São Paulo: 2002. 
 
3 Tipos de dominação
O PODER 
TRADICIONAL 
(patriarca ou o 
senhor de terras, 
pais, clérigos)
Quem obedece: 
hierarquicamente 
“inferior”
O PODER 
CARISMÁTICO 
(exercido pelo 
profeta, pelo líder 
guerreiro, pelo 
dirigente de um 
grupo ou partido 
político)
Quem obedece: 
discípulo
O PODER LEGITIMO OU 
RACIONAL 
(exercido pelos 
“especialistas”, a crença 
na validade de um 
estatuto legal)
Quem obedece: aquele 
que acredita na 
eficácia da regra
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Apesar de predominar a dominação racional/legal, em função da estrutura administrativa 
racional sustentar o Estado moderno, Weber afirma que há mesclas dos tipos de dominação. A 
dominação carismática, por exemplo, está presente nas relações de dominação a partir da 
influência do líder político. 
Assim, se por um lado, há um aspecto institucional que conforma a estrutura administrativa 
do Estado, baseado na organização burocrática, por outro, há um elemento de gestão a partir da 
função dos líderes políticos. 
A figura dos dirigentes políticos assumiu contornos maiores a partir do surgimento dos 
regimes parlamentaristas. Com a democratização do Estado, Weber constata que a estrutura da 
organização moderna, o Estado, passou a ser condicionada pelo sufrágio universal. Desta forma, 
a disputa pelo voto baseada nas lideranças políticas impõe uma nova possibilidade da dominação 
carismática. Trata-se da ressignificação antiautoritária do carisma em democracias. Isso porque as 
eleições assegurariam o uso do carisma – o qual é autoritário na origem - para o exercício da 
democracia. 
 Desse novo papel do carisma, Weber formula o conceito de democracia plebiscitária, um tipo de 
democracia de líderes. Os líderes, em democracias, também cumpririam a função de conter a 
tendência da ameaça da burocracia em controlar o Estado. 
A violência é um dos instrumentos específicos do Estado. A particularidade do Estado 
contemporâneo é que ele é o detentor do monopólio do uso legítimo da violência física, sendo, 
portanto, o portador deste direito. Na aula sobre Estado teremos a oportunidade de aprofundar 
essa e outras noções sobre o tema. Por hora, consolide os conceitos trazidos aqui 
(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
As contribuições de Karl Marx e Max Weber formam a base da maioria das análises 
sociológicas sobre a estruturação e organização da sociedade em classes sociais. 
Assinale a opção que corresponde ao conceito de classe social na perspectiva de Max Weber. 
a) uma classe social é um grupo de pessoas que se encontra em uma determinada posição 
comum em relação aos meios de produção. 
b) a classe é um grupo de pessoas que se encontra em determinado estrato rigidamente 
definido pelos costumes e pela religião. 
c) as faixas de renda determinam a posição social dos grupos que forma as classes, como a 
classes A e B, por exemplo. 
d) a classe social corresponde a grupos de pessoas que se encontram na mesma situação de 
classe, como “proprietários” e os “não-proprietários” tem a classificação feita em função da 
posse de bens. 
Comentários 
a) errado, pois essa é a definição de Karl Marx. 
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b) falso, pois aqui temos o conceito de castas. 
c) falso, pois este é um conceito mais econômico, próprio de pesquisas de mercado. 
d) correto. O poder de disposição sobre as distintas espécies de bens de consumo, meios de 
produção, patrimônio, meios lucrativos e serviços constitui, em teoria, em cada caso, uma 
situação de classe particular. Por isso, para Weber, o fator que cria a classe e a identificação 
precisa de grupos é um interesse econômico claro. Contudo, não só isso, pois a situação de 
classe também envolve outros elementos que permitem a identidade entre os grupos de 
uma classe social, como, por exemplo, determinado padrão educacional ou o tipo de cultura 
que o grupo social consume (bens de consumo). 
Gabarito: C 
4. OUTRAS PERSPECTIVAS 
Além de Durkheim, Marx e Weber, é importante lembrar outros autores mais 
contemporâneos que abordaram a relação entre o indivíduo e a sociedade. Antes veja o “bizu”: 
 Em Durkheim: a sociedade se sobrepõe aos indivíduos de modo que a integração do 
indivíduo à sociedade é por meio de processos externos a eles; 
 Em Marx: os indivíduos fazem parte de classes sociais em meio a conflitos e contradições;Em Weber: os indivíduos e o sentido das ações desses indivíduos é que constituem a 
sociedade. 
O sociólogo alemão Norbert Elias (1897-1990) que viveu praticamente todo o século XX, 
debruçou-se sobre alguns aspectos perifericamente tratados pelos sociólogos que vimos até 
aqui, quais sejam: as emoções dos indivíduos. Medos, amor, tristeza, solidão, agressividade, 
entre outros, seriam moldados pela cultura e não pelos aspectos biológicos. Assim, ele vai 
explorar o campo da cultura que envolve os indivíduos e, portanto, existiriam padrões culturais 
para as emoções. Gostaria de ressaltar um sentimento: a empatia, aquele sentimento que faz 
um indivíduo entender o outro como um igual, sentir sua dor ou alegria. 
Além disso, no livro A sociedade de indivíduos, o autor alemão cria o conceito de 
“configuração”, segundo o qual não há uma dicotomia entre indivíduo e sociedade. Há, na 
verdade, uma teia de relações interdependentes, sendo que só faz sentido em falar nas 
características dos indivíduos se forem consideradas as formas interdependentes de relações, 
e não cada qual isoladamente. 
Assim, Elias tenta chegar o mais próximo da realidade por entender as relações como 
formas dinâmicas. Por exemplo, só faz sentido falar de futebol, se levarmos em consideração 
a “configuração” do jogo todo (11 jogadores de cada lado, árbitro, as regras, etc), e não só 
falar de um jogador. Então, o conceito chave desse autor é a noção de “configuração” em que 
o indivíduo está inserido em um todo complexo. 
Tomando esse sentido da interpretação, podemos avançar para outro sociólogo. Na 
medida em que o indivíduo inserido na sociedade adquire certos conhecimentos sociais, ele 
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cria um “habitus”, o qual reflete o sentido geral de outros membros da mesma sociedade. Esse 
conceito, desenvolvido pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, é interessante pois permite 
conectar o indivíduo às práticas sociais. 
Para Bourdieu, o “habitus” é estruturado por meio das instituições de socialização. Vamos 
conferir o que o autor nos diz: 
 
Os habitus são princípios geradores de práticas distintas e distintivas – o que o operário 
come e, sobretudo, sua maneira de comer, o esporte que pratica e sua maneira de praticá-
lo, suas opiniões política e sua maneira de expressá-las diferem sistematicamente do 
consumo ou das atividades correspondentes do empresário industrial; mas são também 
esquemas classificatórios, princípios de classificação, princípios de visão e de divisão e gostos 
diferentes. Eles estabelecem as diferenças entre o que é bom e mau, entre o bem e o mal, 
entre o que é distinto e o que é vulgar etc., mas elas não são as mesmas. Assim, por exemplo, 
o mesmo comportamento ou o mesmo bem pode parecer distinto para um, pretensioso ou 
ostentatório para outro e vulgar para um terceiro32. 
 
Veja, que o habitus é definido socialmente por meio das classes sociais às quais o indivíduo 
pertence. Esse conceito é muito utilizado para discutir, por exemplo, os gostos de classe. Pessoas 
ricas são educadas para frequentar uma ópera, entendem dela e gostam. Pessoas de classes 
menos abastadas que nunca escutaram, não conhecem, não podem expressar um gosto. É como 
se Bourdie disse que gostamos daquilo que conhecemos e podemos consumir. O fato é que as 
condições de classe dão oportunidades distintas às pessoas. Isso gera a distinção social pelo 
consumo de bens culturais. Esses bens culturais acumulados ao longo da vida são chamados por 
Bourdieu de capital cultural, ou seja, um conjunto de recursos materiais e simbólicos que se 
acumulam como verdadeiros elementos de distinção social. 
Ainda segundo o autor, o capital cultural é mais tipicamente encontrado no universo 
cultural das camadas médias e abastadas da sociedade porque estariam disponíveis na chamada 
cultura letrada ou cultura erudita. Então, por exemplo, elas teriam mais facilidade na escola, na 
universidade e nas instituições educacionais e culturais. 
Muitas dessas elaborações foram debatidas e criticadas pelos autores que compõe a escola 
de Frankfurt, mas isso é assunto da nossa próxima aula, meus caros alunos! 
Cuidado! Não confunda bens culturais com consumo de mercadorias, como um carro. 
 
Bem, queridas e queridos alunos, chegamos ao final dessa aula de Ciências Sociais que 
apresentou autores clássicos e, também, trouxe outros que estabeleceram reações entre 
sociologia e antropologia. As teorias aqui apresentadas devem ajudar vocês a interpretarem os 
 
32 BOURDIEU, Pierre. Razões práticas. Campinas: Papirus. 1996, p. 22. 
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50 
 
 
AULA 01 - Sociologia 
textos e os problemas que a prova apresenta. Uma teoria só é eficiente quando ela descreve, 
interpreta e atribui sentidos a uma realidade social. Então, jamais esqueçam que você deve ter 
uma postura e um olhar crítico! 
 
5. QUESTÕES UNESP 
 (UNESP 2017) 
Texto 1 
O professor não se aproveitará da audiência cativa dos estudantes para promover os seus 
próprios interesses, opiniões ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e 
partidárias. Ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor 
apresentará aos alunos, de forma justa – isto é com a mesma profundidade e seriedade –, as 
principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito. O professor 
respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de 
acordo com suas próprias convicções. (www.programaescolasempartido.org. Adaptado.) 
Texto 2 
Ciências sempre incluem controvérsias, mesmo física e química. Se não ensinamos isso 
também, ensinamos errado. E o mesmo vale para história e sociologia – o professor precisa 
ensinar Karl Marx, mas também Adam Smith e Émile Durkheim. Mas o conhecimento que 
precisa ser passado é essencialmente científico – o que não inclui o criacionismo, que é uma 
teoria religiosa. Com todo respeito, mas família é família, e sociedade é sociedade: a família 
pode ter crenças de preconceito homofóbico ou contra a mulher, por exemplo, e não se 
pode deixar que um jovem nunca seja exposto a um ponto de vista diferente desses. Ele tem 
que ser exposto a outros valores. (Renato Janine Ribeiro. https://educacao.uol.com.br, 
21.07.2016. Adaptado.) 
 O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que 
a) ambos atribuem a mesma importância à fé religiosa e à ciência como fundamentos 
educativos. 
b) ambos defendem o relativismo no campo dos valores morais, valorizando a aceitação das 
diferenças. 
c) as duas abordagens valorizam a doutrinação ideológica do professor sobre o aluno no 
campo educativo. 
d) o texto 1 assume uma posição moralmente conservadora, enquanto o texto 2 defende 
uma educação pluralista. 
e) o texto 1 é contrário a preconceitos morais, enquanto o texto 2 denuncia o cientificismo 
na educação. 
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AULA 01 - Sociologia 
 (UNESP 2017) 
Texto 1 
Nunca houve no mundo tanta gente vivendo com suas necessidades básicas atendidas, 
nunca uma porcentagem tão alta da população mundial viveu fora da miséria – uma vitória 
espetacular, num planeta com 7 bilhões de habitantes. Nunca houve menos fome. Nunca 
tantos tiveram tanta educação nem tanto acesso à saúde. 
(José Roberto Guzzo. “Um mundo de angústias”. Veja, 25.01.2017.) 
Texto 2 
Mais sóbrio – e talvez mais pessimista – é olhar para quanto cada grupo se apropriou do 
crescimento total: os 10% mais ricos da população global se apropriaram de 60% de todo o 
crescimento do mundo entre 1988 e 2008. Uma grande massa de população melhorou de 
vida, é verdade, mas o que esse dado demonstra é que poderia ter melhorado muito mais 
se o resultado do crescimento não terminasse tão concentrado nas mãos dos ricos. Oque 
está em jogo é mais do que dinheiro. Em um mundo globalizado, os estados nacionais 
perdem força. Um grupo pequeno de pessoas com muita riqueza tem grande poder de 
colocar as cartas a seu favor. Em casos extremos, a desigualdade é uma ameaça à 
democracia. 
(Marcelo Medeiros. “O mundo é o lugar mais desigual do mundo”. 
http://piaui.folha.uol.com.br, junho de 2016. Adaptado.) 
O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que 
a) ambos manifestam um ponto de vista liberal em termos ideológicos, pois repercutem as 
vantagens da valorização do livre mercado e da meritocracia. 
b) o texto 1 pressupõe concordância com o liberalismo econômico, enquanto o texto 2 
integra problemas econômicos com tendências de retrocesso político. 
c) o texto 1 critica o progresso entendido como aperfeiçoamento contínuo da humanidade, 
enquanto o texto 2 valoriza a globalização econômica. 
d) ambos apresentam um enfoque crítico e negativo sobre os efeitos do neoliberalismo 
econômico e suas fortes tendências de diminuição dos gastos públicos. 
e) ambos manifestam um ponto de vista socialista em termos ideológicos, pois enfatizam a 
necessidade de diminuição da concentração de renda mundial 
 (UNESP 2016) 
 A condição essencial da existência e da supremacia da classe burguesa é a acumulação da 
riqueza nas mãos dos particulares, a formação e o crescimento do capital; a condição de 
existência do capital é o trabalho assalariado. […] O desenvolvimento da grande indústria 
socava o terreno em que a burguesia assentou o seu regime de produção e de apropriação 
dos produtos. A burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros. Sua queda e a vitória 
do proletariado são igualmente inevitáveis. 
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AULA 01 - Sociologia 
(Karl Marx e Friedrich Engels. “Manifesto Comunista”. Obras escolhidas, vol. 1, s/d.) 
Entre as características do pensamento marxista, é correto citar 
a) a caracterização da sociedade capitalista como jurídica e socialmente igualitária. 
b) o princípio de que a história é movida pela luta de classes e a defesa da revolução 
proletária. 
c) a celebração do triunfo da revolução proletária europeia e o desconsolo perante o avanço 
imperialista. 
d) o temor perante a ascensão da burguesia e o apoio à internacionalização do modelo 
soviético. 
e) o reconhecimento da importância do trabalho da burguesia na construção de uma ordem 
socialmente justa. 
 (UNESP 2016) 
A escola que se autointitula a primeira colocada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 
ocupa, ao mesmo tempo, a 1ª e a 569ª posição no ranking que a imprensa faz com os 
resultados do Enem. A escola separou numa sala diferente os alunos que acertavam mais 
questões em suas provas internas. Trouxe, inclusive, alguns alunos de suas franquias pela 
Grande São Paulo. E “criou” uma outra escola (abriu outro CNPJ), mesmo estando no mesmo 
espaço físico. E de lá pra cá esta ‘outra escola’ todo ano é a primeira colocada no Enem. A 
569ª posição é a que melhor reflete as condições da escola. O 1º lugar é uma farsa. A primeira 
colocada no Enem NÃO é uma escola, é uma artimanha jurídica que faz com que os alunos 
tenham suas notas computadas em duas listas diferentes. Todos estudam no mesmo prédio, 
com os mesmos professores, com o mesmo material, no mesmo horário, convivendo no 
mesmo pátio e no mesmo horário de intervalo. No Brasil todo temos centenas de escolas 
que trabalham com a regra na mão para tentar parecer que são a melhor e depois divulgar, 
em suas propagandas, que são a melhor escola do país, do estado, da região, da cidade e, 
em cidades grandes, como várias capitais, até mesmo que é a melhor escola de um 
determinado bairro. 
(Mateus Prado. “Escola campeã do Enem ocupa, ao mesmo tempo, o 1º e o 569º lugar do 
ranking”. O Estado de S.Paulo, 26.12.2014. Adaptado.) 
O fato relatado pode ser explicado em função da 
a) hegemonia dos critérios instrumentais da empresa capitalista em alguns setores da 
educação. 
b) falência da meritocracia como critério de acesso ao ensino superior na sociedade atual. 
c) priorização de aspectos humanísticos, em detrimento da preparação para o mercado de 
trabalho. 
d) resistência dos educadores à transformação da escola em instrumento de reprodução 
ideológica. 
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AULA 01 - Sociologia 
e) separação rigorosa entre os âmbitos da educação e da publicidade na sociedade 
capitalista. 
 (UNESP 2015) 
A crise de abastecimento de água em São Paulo se agravou significativamente a partir de 
2002, quando a empresa pública Sabesp passou a priorizar a obtenção de lucro. Com essa 
alteração, a água deixou de ser considerada bem público e recurso essencial para a 
sociedade, abandonando-se o foco na universalização dos serviços de saneamento básico. 
Nesse mesmo caminho, seguiu uma diretriz estratégica de atender à expansão econômica, 
beneficiando-se com a lucratividade do aumento do consumo, ignorando a suficiência de 
água para atender a essa crescente demanda. Do ponto de vista neoliberal, a crise hídrica 
oferece “grandes e novas oportunidades” de negócios, tanto para obras como para serviços, 
especialmente no setor de gestão das águas, uma vez que se trata de um bem essencial de 
que todos são obrigados a dispor a qualquer preço e custo” 
Delmar Matter et al. “As obras e a crise de abastecimento”. www.diplomatique.org.br, 
06.02.2015. Adaptado. 
No texto, o problema do abastecimento de água em São Paulo é abordado sob o ponto de 
vista 
a) da crise ética da sociedade e das questões relativas ao negligenciamento dos valores 
morais e espirituais. 
b) da defesa da necessidade de investimentos públicos para a construção de novos 
reservatórios de água. 
c) dos efeitos positivos da racionalidade instrumental ao converter a natureza em objeto de 
dominação. 
d) das tendências do sistema capitalista de transformar toda a realidade em mercadoria 
disponível no mercado. 
e) das consequências do aumento da demanda ocasionado pela democratização do consumo 
da água. 
 (UNESP 2013) 
O marketing religioso objetiva identificar as necessidades de espírito e de conhecimento dos 
adeptos de uma determinada religião, oferecendo uma linha de produtos e serviços 
específicos para determinado segmento religioso e linguagem inerente ao tipo de pregação 
veiculada. A pessoa que se sente vazia num mundo capitalista e individualista busca refúgio 
através de uma religião. Identificar o público que mais frequenta o templo e o bairro onde o 
mesmo está situado, o nível de escolaridade, renda, hábitos, demais dados dos perfis 
demográficos e psicográficos são considerados num planejamento de marketing de uma 
linha de produtos religiosos. 
(Fernando Rebouças. Marketing religioso. www.infoescola.com, 04.01.2010. Adaptado.) 
O fenômeno descrito pode ser explicado por tendências de 
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AULA 01 - Sociologia 
a) instrumentalização e mercantilização da fé religiosa. 
b) crítica religiosa à massificação de produtos de consumo. 
c) recuperação das práticas religiosas tradicionais. 
d) indiferença das igrejas e religiões frente às demandas de mercado. 
 e) rejeição de ferramentas administrativas no âmbito religioso. 
 (UNESP 2012) 
Leia o trecho da entrevista com um ex-presidente dos Estados Unidos. 
 Veja – Lucro rima com ONG? 
Bill Clinton – Sim. Queremos que os investidores tenham lucro. Não existe incompatibilidade. 
Sem lucro, as operações de microcrédito tendem a não ser sustentáveis. É preciso, porém, 
que a busca do lucro seja alinhada a objetivos sociais. (…) No nosso caso, recebemos 20 
milhões de dólares do milionário mexicano Carlos Slim e do não menos rico Frank Giustra, 
do Canadá, para emprestar a pequenos empreendedores do Haiti. Eles vão ter lucro nessas 
operações, masjá se comprometeram a reinvesti-lo nos mesmos moldes. 
 (Veja, 22.06.2011. Adaptado.) 
Assinale a alternativa que corresponde ao pensamento econômico expresso no texto. 
a) O pensamento do ex-presidente reflete concepções próprias de uma economia socialista, 
caracterizada por forte intervenção e planificação por parte do Estado. 
b) Para o ex-presidente, os problemas sociais devem ser resolvidos pelos próprios países, 
sem o apoio de ajudas externas. 
 c) Na concepção do ex-presidente, organizações não-governamentais devem ser entidades 
sem fins lucrativos. 
d) O ex-presidente defende princípios não liberais na área econômica. 
 e) Para Bill Clinton, os problemas sociais podem ser resolvidos no interior da lógica da 
economia capitalista. 
6. QUESTÕES PARA APROFUNDAMENTO 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
Lembra-te de que tempo é dinheiro; aquele que pode ganhar dez xelins por dia por seu 
trabalho e vai passear, ou fica vadiando metade do dia, embora não despenda mais do que 
seis pence durante seu divertimento ou vadiação, não deve computar apenas essa despesa; 
gastou, na realidade, ou melhor, jogou fora, cinco xelins a mais. 
(WEBER, M. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Pioneira; Brasília: 
UNB, 1981, p.29.) 
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AULA 01 - Sociologia 
O texto acima traduz qual ética analisada por Max Weber? 
a) A ética do desencantamento do mundo são expressões da racionalização ocidental. 
b) A ética do trabalho duro para o acúmulo financeiro 
c) A ética do controle sobre as forças da natureza, em comparação com a sujeição dos 
selvagens. 
d) A ética do protestantismo que abolia o trabalho ascético pelo prazer de ganhar dinheiro. 
e) A ética das ações sociais dotadas de sentido para a cumulação permanente por meio da 
exploração do trabalho alheio. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
. 
A análise da charge acima expressa o conceito marxista sobre trabalho de 
a) Desencantamento do mundo 
b) Fato social 
c) Grupos sociais 
d) Alienação 
e) Meios de produção 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
O capitalismo, porém, identifica-se com a busca do lucro, do lucro sempre renovado por 
meio da empresa permanente, capitalista e racional. Pois assim deve ser: numa ordem 
completamente capitalista da sociedade, uma empresa individual que não tirasse vantagem 
das oportunidades de obter lucros estaria condenada à extinção. 
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2001 
(adaptado). 
A passagem nos lembra que a análise sociologia de Max Weber infere que 
a) a crescente burocratização das empresas trava o desenvolvimento da eficiência capitalista. 
b) o impulso para o do capitalismo dependeu da racionalização das organizações produtivas 
em torno da finalidade lucrativa. 
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AULA 01 - Sociologia 
c) diferentemente das religiões, o capitalismo não possui ética. 
d) a luta de classes é inevitável. 
e) a ação social com relação ao lucro foi determinante para o sucesso da empresa capitalista. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
A ética ou código que dominavam a vida pública no mundo moderno era muito diferente. 
Acima de tudo, era impessoal em vez de pessoal: na época de Weber, o consenso sobre o 
que era certo e errado para o indivíduo estava entrando em colapso. As verdades da religião 
– a base da ética – eram agora contestadas, e outras normas tradicionais – tais como aquelas 
pertinentes à sexualidade, casamento e beleza – também estavam entrando em colapso. 
Na perspectiva teórica de Max Weber (1864 – 1920), o conceito que o pensador elaborou 
para sintetizar esse processo é o de 
a) individualismo metodológico. 
b) ação social 
c) desencantamento do mundo. 
d) alienação 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
A Sociologia por ele [Max Weber] desenvolvida considerava o indivíduo e a sua ação como 
ponto chave de investigação. Com isso, ele queria salientar que o verdadeiro ponto de 
partida da sociologia era a compreensão da ação dos indivíduos e não a análise das 
“instituições sociais” ou do “grupo social”, tão enfatizadas pelo pensamento conservador. 
Com essa posição, não tinha a intenção de negar a existência ou a importância dos 
fenômenos sociais, como o Estado, a empresa capitalista, a sociedade anônima, mas tão 
somente a de ressaltar a necessidade de compreender as intenções e motivações dos 
indivíduos que vivenciam estas situações sociais. 
(MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia? São Paulo: Brasiliense. 2011. P 69) 
Segundo a sociologia weberinana 
a) a noção de capitalismo injusto e irracional tem origem nas ações individuais. 
b) os fatos sociais são determinados pelas ações individuais. 
c) ao objetivar compreender as motivações das ações individuais, Weber rejeitou os métodos 
positivistas transferidos das ciências naturais para a análise social. 
d) tal como para os cientistas em geral, o sociólogo trabalha sobre um objeto estático, 
semelhante aos procedimentos em laboratórios. 
 e) compreende-se a ação individual em determinado contexto histórico a partir dos 
interesses de classe. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/profe. Alê Lopes) 
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AULA 01 - Sociologia 
Para Karl Marx, o processo de alienação 
a) está diretamente relacionado à dominação ideológica da imprensa. 
b) é fruto da falta de consciência das pessoas. 
c) nasceu quando o instituto da propriedade privada passou a vigorar nos países do 
Ocidente. 
d) é resultado do processo histórico da expropriação do trabalho e da relação de 
estranhamento do trabalhador com aquilo que produz. 
e) não afetas camponeses, tão somente os proletários das fábricas. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
Faz parte da metodologia cientifica do sociólogo francês Émile Durkheim, 
a) criar um modelo ideal anterior para contrastá-lo com a realidade. 
b) construir pensamentos dedutivos. 
c) descartar sistematicamente todas as pré-noções. 
d) analisar as motivações individuais que despertaram determinada ação social. 
e) empregar uma perspectiva histórica para compreender causalidades. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
A ética ou código que dominavam a vida pública no mundo moderno era muito diferente. 
Acima de tudo, era impessoal em vez de pessoal: na época de Weber, o consenso sobre o 
que era certo e errado para o indivíduo estava entrando em colapso. As verdades da religião 
– a base da ética – eram agora contestadas, e outras normas tradicionais – tais como aquelas 
pertinentes à sexualidade, casamento e beleza – também estavam entrando em colapso. 
Na perspectiva teórica de Max Weber (1864 – 1920), o conceito que o pensador elaborou 
para sintetizar esse processo é o de 
a) individualismo metodológico. 
b) ação social 
c) desencantamento do mundo. 
d) alienação 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
Para Max Weber, o Estado moderno, baseado na dominação racional-legal, possui quais 
características? 
a) uma instituição política legitimada por um sistema legal e impessoal, com monopólio do 
uso legítimo da violência física, dotada de soberania em determinado território. 
b) uma organização burocrática de formada por um sistema de dominação de uma classe 
social sobre a outra. 
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c) uma instituição pensada por intelectuais que definem as formas de dominação em 
Conselhos. 
d) uma organização com o legítimo uso do monopólio da violência física em forma de uma 
ditadura militar racional. 
e) uma empresa capitalista dotada de interesseseconômicos baseados nos impostos 
cobrados dos cidadãos. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
Uma vez que Weber entende que o social constrói-se a partir das ações individuais, cria-se 
um problema teórico: como é possível a continuidade da vida social? A resposta para tais 
questões encontra-se no fundamento da organização social, chave do verdadeiro problema 
sociológico: a dominação ou a produção da legitimidade, da submissão de um grupo a um 
mandato. 
(QUINTANEIRO, Tânia. BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira. OLIVEIRA, Márcia Gardênia. Um toque 
de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2ª ed. Belo Horizonte EdUFMG, 2003, p. 119. 
O trecho acima reforça um aspecto comum aos três tipos de dominação idealizados por Max 
Weber, qual seja: 
a) a presença da legitimidade social das relações entre os indivíduos. 
b) a força física como condição do poder. 
c) a consciência de grupo como um elemento exterior aos indivíduos. 
d) a escolha de lideranças por meio de mandatos eletivos, formais ou informais. 
e) a presença da submissão irracional diante da racionalidade do poder. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
A menos que seja um físico, quem anda num bonde não tem ideia de como o carro se 
movimenta. E não precisa saber. Basta-lhe poder contar com o comportamento do bonde a 
orientar sua conduta de acordo com sua expectativa; mas nada sabe sobre o que é 
necessário para produzir o bonde ou movimentá-lo. O selvagem tem um conhecimento 
incomparavelmente maior sobre suas ferramentas. 
Weber, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H; MILLS, W. Max Weber. Ensaios de 
Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979, p. 165. 
A comparação de Max Weber entre dois tipos diferentes de compreensão sobre recursos 
tecnológicos evidencia 
a) que, na modernidade, o processo de racionalização foi acompanhado de uma 
especialização e divisão social do trabalho que tornou a sociedade mais complexa. 
b) que a diferença entre o selvagem e o físico são as ferramentas empregadas. 
c) que, na modernidade, o processo de alienação é mais intenso. 
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AULA 01 - Sociologia 
d) o avanço da técnica na modernidade favoreceu ao encantamento do mundo, de modo 
que ao consumidor de serviços pouco importam os procedimentos explicativos da ciência. 
e) as ações sociais na modernidade não são dotadas de sentido. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
Texto 1 
Com o desenvolvimento industrial, o proletariado não cresce unicamente em número; 
concentra-se em massas cada vez maiores, fortalece-se e toma consciência disso. A partir daí 
os trabalhadores começam a formar sindicatos contra os burgueses, atuando em conjunto 
na defesa dos salários. De todas as classes que hoje se defrontam com a burguesia, apenas 
o proletariado é uma classe verdadeiramente revolucionária. Todos os movimentos históricos 
precedentes foram movimentos minoritários, ou em proveito de minorias. O movimento 
proletário é o movimento consciente e independente, da imensa maioria, em proveito da 
imensa maioria. Proletários de todos os países, uni-vos! 
(Marx e Engels. Manifesto comunista, 2005. Adaptado) 
Texto 2 
A identificação das classes oprimidas com a classe que as domina e explora é parte de um 
todo maior. Isso porque as classes oprimidas podem estar emocionalmente ligadas a seus 
senhores; apesar de sua hostilidade para com eles, podem ver neles os seus ideais. A menos 
que tais relações existam, é impossível compreender como uma série de civilizações 
sobreviveu por tão longo tempo, apesar da justificável hostilidade de grandes massas 
humanas. 
(Sigmund Freud. O futuro de uma ilusão, 1974. Adaptado.) 
Considerando os dois textos, pode-se dizer que eles se diferenciam porque 
a) o Texto 1 utiliza critérios materiais das relações sociais para opor duas classes sociais e o 
Texto 2 faz uso de critérios psicológicos para demonstrar uma relação de identidade entre 
duas classes. 
b) o Texto 1 defende uma perspectiva revolucionária e o Texto 2 uma reformista. 
c) o Texto 1 apresenta o potencial de mudança apenas em um dos sujeitos enquanto o Texto 
2 incida que o potencial está na união entre dois sujeitos sociais. 
d) o Texto 1 faz uso do materialismo histórico dialético e o Texto 2 apenas do materialismo 
histórico. 
e) o Texto 1 destaca a consciência coletiva como motor da história e o Texto 2 enfatiza a 
consciência individual. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
“Não sois máquinas! Homens é que sois!” 
(Trecho do último discurso de Charlie Chaplin no final do filme O grande ditador, 1940) 
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AULA 01 - Sociologia 
Ao contrapor máquinas e homens, Chaplin realça a capacidade de os processos produtivos 
na sociedade capitalista 
a) melhorar a vida das pessoas e proporcionar facilidades para o dia a dia. 
b) absorver plenamente o intelecto humano. 
c) transferir a lógica produtiva para o ritmo da vida das pessoas e para as relações socais. 
d) extrair mais valia. 
e) afetar as habilidade manuais dos indivíduos. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
Weber conduziu uma investigação sobre o “desenvolvimento do capitalismo no ocidente e 
a racionalização da conduta promovida por um sistema ético, tendo como resultado sua obra 
mais conhecida “A ética protestante e o espírito do capitalismo”. 
Uma relação possível entre valores do calvinismo e as práticas capitalista está expressa em 
a) interação entre empregados e patrões. 
b) conflito entre religião e ciências administrativas. 
c) valorização da fé em detrimento da obtenção de lucro. 
d) a relação entre poupança e trabalho árduo. 
e) a relação entre poder político e esperança. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
Antes de tudo, o trabalho é um processo de que participa o homem e a natureza, processo 
em que o ser humano, com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio 
material com a natureza (...) põe em movimento as forças naturais de seu corpo – braços e 
pernas, cabeça e mãos -, a fim de apropriar-se dos recursos da natureza, imprimindo-lhes 
forma útil à vida humana. Atuando assim sobre a natureza externa e modificando-a, ao 
mesmo tempo modifica sua própria natureza. 
(MARX, Karl. O capital, Livro I, 2001, p. 211) 
As ideias do sociólogo, filósofo e economista permitem confluir que 
a) a essência do trabalho indica que as classes sociais estão presentes em todas as formas de 
organização social. 
b) a concepção de trabalho de Marx se aproxima do positivismo do século XIX. 
c) para o autor, a complexidade das sociedades se nota por meio da especialização da divisão 
social do trabalho. 
d) o trabalho e a divisão social do trabalho estão presentes em todas as sociedades. 
e) o meio determina o homem. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
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“Que é uma jornada de trabalho?” De quanto é o tempo durante o qual o capital pode 
consumir a força de trabalho, cujo valor diário ele paga? Pro quanto tempo pode ser 
prolongada a jornada de trabalho além do tempo de trabalho necessário à reprodução dessa 
mesma força de trabalho? A essas perguntas, viu0se que ao capital responde: a jornada de 
trabalho compreende diariamente as 24 horas completas, depois de descontar as poucas 
horas de descanso, sem as quais a força de trabalho fica totalmente impossibilitada de 
realizar novamente a tarefa. (...) Em vez da conservação normal da força de trabalho 
determinar aqui o limite da jornada de trabalho é, ao contrário, o maior dispêndio possível 
diário da força de trabalho que determina, por mais penoso e doentiamente violento, o limite 
do tempo de descanso do trabalhador. O capital nãose importa com a duração de vida da 
força de trabalho. O que interessa a ele, pura e simplesmente, é um maximum força de 
trabalho que em uma jornada de trabalho poderá ser feito fluir. 
(MARX, Karl. O Capital. São Paulo: Abril Cultural, 1983, v. 1, p. 211-212.) 
A ampliação da jornada de trabalho está diretamente relacionada 
a) ao aumento da mais valia relativa. 
b) à diminuição da mais valia relativa e manutenção da mais valia absoluta. 
c) ao aumento da mais valia absoluta. 
d) à diminuição da mais valia absoluta. 
e) ao aumento da mais valia relativa e à diminuição da mais valia absoluta. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
Texto I 
O governo espanhol vai implementar um programa de redução da jornada de trabalho, sem 
diminuição dos salários, para testar o impacto na produtividade e na economia. O 
experimento, que deve iniciar em meados de setembro, vai reduzir o expediente de cinco 
dias para quatro, ou 32 horas semanais. A proposta foi feita pelo partido de esquerda Más 
País e aceita pelo primeiro-ministro Pedro Sanchéz, em janeiro de 2021. Os objetivos 
envolvem aumentar a produtividade, mudar o cenário de desemprego e trabalho 
precarizado por contratos temporários, com geração de novas vagas. Na Alemanha, a 
proposta de redução é estudada pelo governo, embora já tenha sido aplicada por uma 
empresa de tecnologia, a Awin. Em janeiro, os funcionários foram orientados a encerrar o 
expediente a partir do horário de almoço nas sextas-feiras, o que gerou maior produtividade, 
segundo relatou à Bloomberg o CEO Adam Ross. 
Texto II 
Um estudo com dados de mais de 150 países, feito pela OMS (Organização Mundial da 
Saúde) e pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) e divulgado na segunda-feira (17), 
alertou para os riscos de saúde das jornadas excessivas de trabalho. Segundo pesquisadores, 
trabalhar mais de 55 horas por semana torna pessoas mais propensas a terem doenças 
cardíacas e acidentes vasculares cerebrais. As organizações estimam que 745 mil mortes em 
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AULA 01 - Sociologia 
2016 foram causadas pelo problema em todo o mundo, e alertam que a pandemia deve 
agravar a situação. 
(NEXO Jornal. Os riscos para a saúde de jornadas de trabalho excessivas. Mai/2021. Disponível em: 
https://www.nexojornal.com.br/podcast/2021/05/17/Os-riscos-para-a-sa%C3%BAde-de-jornadas-
de-trabalho-excessivas. Acesso em: 22/09/2021) 
Considerando as perspectivas históricas e atuais sobre a problemática da jornada de 
trabalho, pode-se dizer que 
a) a reivindicação da redução da jornada de trabalho é própria do movimento operário. 
b) as justificativas para a redução da jornada de trabalho são as mesmas que a dos operários 
do século XIX. 
c) houve uma mudança na perspectiva das justificativas para se reduzir as horas de trabalho, 
como atesta do Texto I. 
d) o número maior de horas de trabalho é de interesse dos empregadores. 
e) o Texto II adota uma perspectiva condizente com o empreendedorismo do século XXI. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
Há duas consequências dessa avaliação: por um lado o processo de cientifização no século 
XIX e até hoje precisa ser compreendido também como dogmatização, como o ensaio para a 
“profissão de fé” da ciência pretendendo inadvertidamente à validade. (...) Nesse sentido, na 
continuidade de seus êxitos, o avanço científico compromete seus próprios fundamentos e 
fronteiras 
BECK, Ulrich. Sociedade de risco. São Paulo. Ed. 34, 2011, p. 247. 
O texto descreve importante fenômeno tratado por Max Weber, como 
a) Ação social 
b) Materialismo histórico-dialético 
c) Anomia Social 
d) Biopoder 
e) Desencantamento do mundo 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
O período de modernidade seguiu-se ao feudalismo europeu e é como um guarda-chuva de 
todos os aspectos particulares das sociedades pós-feudais. Isso inclui industrialização, 
capitalismo, urbanização e urbanismo como modo de vida, secularização, estabelecimento e 
extensão da democracia, aplicação da ciência aos métodos de produção e amplo movimento 
rumo à igualdade em todas as esferas da vida. A modernidade também instituiu um aumento 
da ação e do pensamento racional caracterizado por uma postura “factual” livre de emoção, 
em nítido contraste com as inclinações emocionadas e religiosas anteriores em relação ao 
mundo. 
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AULA 01 - Sociologia 
GIDDENS, Anthony. SUTTON, Philip W. Conceitos essenciais da Sociologia. São Paulo: Ed. 
Unesp. 2015 p. 23. 
A respeito desse processo, Max Weber descreveu-o como 
a) consciência de classe. 
b) o gradual desencantamento do mundo. 
c) dominação racional legal. 
d) espírito do capitalismo. 
e) ciência como vocação. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
A indústria em grande escala reúne em determinado lugar uma multidão de pessoas 
desconhecidas umas das outras. (...) Em primeiro lugar, as condições econômicas 
transformaram a massa do povo em trabalhadores. A dominação do capital criou a situação 
comum e os interesses comuns de classe; com isso, a massa já é uma classe em relação ao 
capital, mas ainda não é uma classe para si mesma. (...) Na burguesia podem-se distinguir 
dois estágios: aquele em que ela passou a constituir uma classe, sob o regime feudal e a 
monarquia absoluta, e aquele em que, já formada como classe, ela derrubou o feudalismo e 
a monarquia, a fim de transformar a sociedade em sociedade burguesa. 
(MARX, Karl. Miséria da filosofia) 
Ao comparar as duas classes sociais em questão, a diferença que Marx constata entre elas é 
de natureza 
a) estrutural, já que a burguesia existe desde o final do feudalismo. 
b) subjetiva, porque os trabalhadores possuem a consciência de “classe para si”. 
c) objetiva, porque uma classe é detentora dos meios de produção e a outra não. 
d) subjetiva, pois a burguesia conseguiu tomar o poder, ao passo que os trabalhadores ainda 
não teriam esta consciência. 
e) filosófica, pois há diferença do nível de instrução educacional. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
No que diz respeito à sociologia de Max Weber, pode-se dizer que a diferença entre a ação 
racional com relação a fins e a ação racional com relação a valores é que esta 
a) é baseada nas tradições e aquela no valor da burocracia. 
b) pondera racionalmente tanto os meios quanto as consequências e aquela é orientada por 
uma “causa” seja qual for a natureza desta “causa”. 
c) não considera as consequências previsíveis ao passo que aquela orienta sua ação pelos 
fins, meios e consequências. 
d) tem maior poder de dominação e capacidade de influência. 
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AULA 01 - Sociologia 
e) impõe coercitivamente sobre os indivíduos os fatos sociais e aquela faz uso da força da 
legitimidade. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
Qual das alternativas abaixo corresponde à definição de Max Weber sobre o dominação? 
a) A ação política dos indivíduos nas sociedades hierarquizadas, na qual o formalismo impõe 
as relações de dominação. 
b) A posição que os indivíduos ocupam nas relações de produção. 
c) O intercâmbio entre homem, sociedade e natureza. 
d) A probabilidade de encontrar obediência para ordens específicas (ou todas) dentro de 
determinado grupo de pessoas. 
e) a capacidade de impor seus interesses de classes sobre as classes dominadas. 
 (Estratégia Vestibulares/Prova de Nivelamento/2021/Profe. Alê Lopes) 
Qual das correntes de pensamento abaixo está diretamente relacionada ao surgimento da 
Sociologia enquanto uma disciplina científica e foi responsável por conceituar essa disciplina? 
a) Marxismo. 
b) Darwinismo Social. 
c) Positivismo. 
d) Evolucionismo. 
e) Negacionismo.(Estratégia Vestibulares/Prova de Nivelamento/2021/Profe. Alê Lopes) 
Em relação à sociedade capitalista, Karl Marx (1818-1883) ficou conhecido por: 
a) propor uma reforma social no sistema capitalista. 
b) defender um mundo em que capital e trabalho convivam em harmonia. 
c) defender uma sociedade comunista com divisão de classes sociais. 
d) propor que o socialismo fosse aplicado em metade do mundo, tal como na Guerra Fria. 
e) defender uma revolução social para superar o modelo capitalista de sociedade. 
 (Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes) 
Texto I 
Desde suas origens, passou a França por formas de civilização muito diferentes: começou 
por ser agrícola, passou em seguida pelo artesanato e pelo pequeno comércio, depois pela 
manufatura e, finalmente, chegou à grande indústria. 
(DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Ed. Nacional. 1963, p. 82.) 
Texto II 
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AULA 01 - Sociologia 
Em obras como o Manifesto Comunista (1847) e A ideologia Alemã (1845-46), Marx esboça 
a teoria de que o desenvolvimento das forças produtivas se dá dentro um sistema 
determinado de relações de produção (escravismo, feudalismo, capitalismo). A questão 
é que essas mesmas relações de produção se tornam, em um determinado momento, 
entrave para o contínuo desenvolvimento das forças produtivas. É quando se abriria um 
momento revolucionário no qual a disputa entre as classes antagônicas da sociedade 
faz emergir uma nova forma de estrutura socioeconômica. 
(JUNIOR, R. N. Griot: Revista de Filosofia, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 277-290, 2017) 
O confronto entre os dois textos permite concluir uma divergência em torno 
a) do conceito de ação social. 
b) das frações de classe. 
c) do papel da burguesia na escala social. 
d) da concepção sobre pensamento filosófico. 
e) da concepção de história. 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Deduz-se do marxismo que todas as instituições sociais e políticas formam uma superestrutura, 
tendo por base de sustentação uma infra-estrutura econômica. Essa infra-estrutura é 
determinante, em última análise, de tudo quanto se passa em cima, sendo a função econômica 
decisiva, bem que não seja exclusiva, no influxo exercido sobre as instituições integrantes da 
chamada superestrutura social. (BONAVIDES, p 55) 
Esse trecho do professor Paulo Bonavides, apreende um ponto essencial do pensamento histórico 
materialista dialético de Karl Marx. Dentre as alternativas abaixo, identifique a que expressa a 
melhor interpretação. 
a) Segundo o marxismo, a relações sociais materiais da vida em sociedade determinam o que as 
pessoas pensam, de modo que as instituições são mero reflexo do mundo econômico. 
b) A visão marxista da história, embora perceba que a ideologia é um elemento importante na 
composição das instituições sociais, renega-as para o segundo plano da análise já que é a luta de 
classes o motor da história. 
c) Karl Marx, bem como seu parceiro intelectual F. Engels, sugerem que as instituições exercem 
uma coerção social sobre a vida em sociedade, de modo que a relação estrutural entre 
superestrutura e infraestrutura econômica é dominada por uma força exterior à essa dinâmica 
propriamente estrutural. 
d) ao usar a metáfora entre a superestrutura, ou seja, as forças produtivas, e a infraestrutura, ou 
seja, o campo das ideologia, o marxismo aponta para o vínculo identitário entre economia e 
política, ou seja, o núcleo da disputa de interesses na sociedade capitalista. 
e) Marx e Engels, ao categorizarem as noções de infraestrutura e de superestrutura, sistematizam 
uma forma de entender a reprodução da vida em sociedade, sendo que, embora as bases 
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AULA 01 - Sociologia 
econômicas, em geral, determinam as relações sociais e, portanto, muitas das ideias que circulam 
na sociedade, não há um determinismo como um fim, pois as ideias também geram mudanças 
materiais. 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
De acordo com Max Weber, existem três tipos puros de dominação. Sobre eles, analise o 
trecho abaixo e, em seguida, marque a alternativa que indica os tipos de dominação que são 
inferidos do texto: 
O desenvolvimento do racionalismo econômico é parcialmente dependente da técnica e do 
direito racionais, mas é ao mesmo tempo determinado pela habilidade e disposição do 
homem em adotar certos tipos de conduta racional prática […]. As forças mágicas e religiosas 
e as ideias éticas de dever nelas baseadas têm estado sempre, no passado, entre as mais 
importantes influências formativas de conduta. 
 (WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1981. p. 09.) 
a) dominação racional-legal, apenas. 
b) dominação carismática, apenas. 
c) dominação racional-legal e carismática, apenas. 
d) dominação tradicional e racional-legal, apenas. 
e) dominação tradicional, apenas. 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Tese 11: “Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, 
porém, é transformá-lo.” 
 MARX, Karl. As 11 Teses sobre Feurbach [1845]. In: Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia 
Alemã Clássica. 
Para a análise da sociedade capitalista, Karl Marx delineou alguns conceitos, dentre os quais: 
a) ação social, infraestrutura, solidariedade orgânica. 
b) divisão do trabalho, mais valia, solidariedade mecânica. 
c) relações de produção, evolucionismo, forças produtivas. 
d) classe social, forças produtivas, relações de produção. 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Para Max Weber “toda ação humana é realizada visando a determinadas metas – concepção 
afetivas do desejável – ou valores”. Conforme o pensamento do autor, a ação é 
potencializada quando: 
a) é racional e é resultado de uma conjugação entre meios e fins. 
b) é irracional e independe da coerção social. 
c) é voltada para interesses de classe. 
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d) é direcionada para os meios racionais, independentemente dos fins. 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Tudo em uma burocracia ocorre por meio de protocolos. Papeis, processos e departamentos 
com funções especializadas são mais numerosos conforme o Estado se expande e necessita 
do controle e da funcionalidade desta própria expansão. Esse controle deve garantir que a 
cobrança de impostos, aplicações de sentenças na esfera do judiciário, ou a atuação policial 
e militar tenham um centro de coordenação. Assim, funcionários, profissionais 
especializados, representantes do Estado, mas não membros do governo, levam a burocracia 
por toda a extensão do domínio Estatal. Em determinado momento, tão grande ficou essa 
estrutura burocrática, ela se torna independente do poder que a criou, ganha uma autonomia 
que pode até mesmo boicotar as decisões da autoridade. 
 (SOUSA, Alexandre Ricardo Lobo, Revista Eletrônica de Estudos Literários, Vitória, s. 2, ano 9, n. 12, 2013) 
O trecho acima pode ser pensado à luz de Max Weber. Nesse sentido, uma conclusão 
possível da sociologia weberiana é que 
a) as formalidades e os conteúdos são igualmente importantes. 
b) a liberdade depende do grau de profissionalismo do aparato burocrático. 
c) a burocracia é parte essencial para relações pessoais. 
d) o excesso de racionalismo tende a se tornar disfuncional. 
e) o zelo pelo racionalismo reforça a liberdade dos indivíduos. 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Recentemente, entrou em circulação no Brasil uma nova forma de fazer compras e negócios, 
uma moeda virtual chamada Pix. No que diz respeito à sociologia de Karl Marx, em particular 
às elaborações que o pensador faz sobremercadoria e dinheiro, é possível encarar essa 
moeda como: 
a) um equivalente de valor de uso. 
b) a forma do capital. 
c) um equivalente de valor de troca, apenas. 
d) parte processo de formação do valor. 
e) mais-valia fictícia. 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Lei o quadrinho abaixo para responder ao que se pede no enunciado. 
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AULA 01 - Sociologia 
 
De forma mais evidente, a “tirinha” acima reproduz o conceito de “mais-valia”, sendo que a 
preocupação do patrão no último quadrante é com a revelação da verdade sobre as relações 
sociais por trás desse conceito. No que diz respeito à revelação dessa verdade, o processo 
que explica o porquê os trabalhadores não podem ouvir a conversa é o de 
a) alienação 
b) ideologia 
c) ação social 
d) gaiola de ferro 
e) racionalização 
7. QUESTÕES PARA CONSOLIDAÇÃO 
 (UFU 2019) 
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Para Weber (1991, p. 130), “é decisivo que o trabalho rotineiro esteja entregue, de maneira 
predominante e progressiva, ao elemento burocrático. Toda a história do desenvolvimento 
do Estado moderno, particularmente, identifica-se com a da moderna burocracia e a da 
empresa burocrática, da mesma forma que toda a evolução do grande capitalismo moderno 
se identifica com a burocratização crescente das empresas econômicas. As formas de 
dominação burocrática estão em ascensão em todas as partes.” 
COHN, Gabriel (Org.) Weber: Sociologia. 5.ed. São Paulo: Ática, 1991. 
A partir da teorização sobre a burocracia e sobre o Estado em Weber, assinale a alternativa 
correta. 
a) A ideia de burocracia é negativa e caracteriza a morosidade do capitalismo moderno. 
b) A burocracia baseia-se tanto em costumes tradicionais quanto nos descritos na legislação 
vigente. 
c) A ideia de burocracia está ligada à regulação da conduta dos indivíduos nas instituições 
em geral. 
d) A burocracia permite adaptação do sistema legislativo às flutuações da bolsa de valores 
do capitalismo moderno. 
 (UFU 2018) 
Para Weber, um tipo de dominação é estabelecido, pois “obedece-se não à pessoa em 
virtude de seu direito próprio, mas à regra estatuída, que estabelece ao mesmo tempo a 
quem e em que medida se deve obedecer.” 
COHN, Gabriel (Org.). Weber: Sociologia. 5.ed. São Paulo: Ática, 1991. p. 129. Coleção 
Grandes Cientistas Sociais. 
Com base na análise weberiana, assinale a alternativa que indica o tipo de dominação a que 
essa descrição está relacionada. 
a) Dominação Legal. 
b) Dominação Carismática. 
c) Dominação Tradicional. 
d) Dominação Altruísta. 
 (UFU 2018) 
“[....] Nós colocávamos – e erámos obrigados a colocar – a ênfase principal, antes de mais 
nada, em derivar de fatos econômicos fundamentais as ideias políticas, jurídicas e as demais 
noções ideológicas e as ações por elas desencadeadas. [...] A base dessa ideia é uma 
concepção vulgar da causa e do efeito como polos opostos de forma rígida”. 
ENGELS, F. Carta a Franz Mehring, Londres, 14 de julho de 1893. In: Cartas filosóficas e 
outros escritos. São Paulo: Grijalbo, 1977. p. 42-44. 
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A justificativa da posição teórica de Engels na citação acima, teve por objetivo advertir sobre 
os riscos do materialismo histórico 
a) se distanciar do materialismo de Feuerbach. 
b) deixar de ser determinista. 
c) se aproximar do idealismo hegeliano. 
d) deixar de ser dialético. 
 (UNIOESTE 2021) 
A respeito dos autores clássicos das ciências sociais é INCORRETO afirmar. 
a) Max Weber produziu estudos significativos sobre o poder e sobre o Estado moderno. 
b) Karl Marx contribuiu para a compreensão das relações entre capital e trabalho. 
c) Émile Durkheim é o antropólogo que estudou as estruturas elementares do parentesco. 
d) Rousseau, Locke e Hobbes são importantes por suas teorias contratualista. 
e) Margaret Mead é conhecida como uma importante antropóloga cultural. 
 (UNIOESTE 2016) 
Max Weber (1864-1920) afirma que “devemos conceber o Estado contemporâneo como uma 
comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território […], reivindica o 
monopólio do uso legítimo da violência física” 
 (Weber, Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Cultrix, 2006, p. 56). 
Assinale a alternativa CORRETA, a respeito do significado da afirmação de Weber. 
a) Para Weber, no caso do Estado contemporâneo, apenas seus agentes podem utilizar a 
violência de modo legítimo dentro dos limites do seu território. 
b) O Estado foi sempre o único agente que pode utilizar legalmente a violência com o 
consentimento dos cidadãos – a violência dos pais contra os filhos, por exemplo, sempre foi 
ilegal. 
c) Atualmente, o Estado é o único agente que utiliza a violência (ameaças, armas de fogo, 
coação física) como meio de atingir seus fins – assim a segurança de todos os cidadãos está 
garantida. 
d) Outros grupos também podem utilizar a violência como recurso – por exemplo, as 
empresas privadas de vigilância – independente da autorização legal do Estado. 
e) Todos os cidadãos reconhecem como legítima qualquer violência praticada pelos agentes 
do Estado contemporâneo – por exemplo, quando a polícia usa balas de borracha contra 
grevistas. 
 (Unicentro 2012) 
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De acordo com as análises de Karl Marx, a divisão social do trabalho revela duas classes que 
se contrapõem. Na produção capitalista, as duas classes antagônicas são as indicadas em 
a) senhor e escravo. 
b) clero e burguesia. 
c) servos e senhores. 
d) nobreza e burguesia. 
e) burguesia e proletariado. 
 (Unicentro 2012) 
 Um dos temas mais comuns da Sociologia, discutido na vida do trabalho, refere-se ao 
acúmulo desigual do capital e à luta existentes entre as diferentes classes sociais. Um dos 
autores clássicos da Sociologia acompanhou as mudanças causadas pela produção industrial, 
as desigualdades que dela resultaram e escreveu sobre o desenvolvimento do capitalismo. 
Trata-se, nesse caso, de 
a) Karl Marx. 
b) Max Weber. 
c) Émile Durkheim. 
d) Augusto Comte. 
e) Herbert Spencer. 
 (Unicentro 2011) 
Teria orgulho, sim, e estava seguro de que um dia teria mesmo esse orgulho, se a luta e o 
sofrimento fossem não para preservar um Brasil onde muitos trabalhavam e poucos 
ganhavam, onde o verdadeiro povo brasileiro, o povo que produzia, o povo que construía, 
o povo que vivia e criava, não tinha voz e nem respeito, onde os poderosos encaravam sua 
terra apenas como algo a ser pilhado e aproveitado sem nada darem em troca, piratas de 
seu próprio país; [...] teria orgulho se essa luta tivesse sido, como poderia ser, para defender 
um Brasil onde o povo governasse, um grande país, uma grande Pátria, em que houvesse 
dignidade, justiça e liberdade! 
RIBEIRO, J. U. Viva o povo brasileiro. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1984. 
Os escritos de Karl Marx refletem o seu interesse pelas mudanças do tempo moderno, 
principalmente as ligadas ao desenvolvimento do capitalismo e a seus principais elementos: 
o capital e a mão de obra assalariada. Nesse sentido, pode-se utilizar esse recorte de texto 
do clássico de João Ubaldo Ribeiro para exemplificar o conceito de 
a) mais-valia, que, ao desvalorizar o trabalho, aumenta o valor do produto e gera diferenças 
sociais. 
b) luta de classes, as quais, no capitalismo, estabelecem desigualdades e relações de 
antagonismo e exploração. 
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c) dominação, em que a economia mecanicamente determina todas as demais esferas da 
sociedade. 
d) trabalho vistocomo a única força capaz de fazer um grupo se sobrepor ao outro, impondo 
a sua vontade como verdade. 
e) alienação, em que os operários não percebem o produto final como resultado do seu 
trabalho por causa das desigualdades sociais. 
 (Unicentro 2010) 
 Para Karl Marx o conceito de Classes Sociais se desenvolve com a formação da sociedade 
capitalista. Dessa forma, é correto afirmar que 
a) as classes sociais formadas no capitalismo estabelecem intransponíveis desigualdades 
entre os homens, relações de exploração e antagonismo. 
b) para Marx, a história humana é a história passiva da luta de classes e da aceitação do 
antagonismo entre burgueses e proletários. 
c) as classes sociais são independentes entre si de tal forma que a diferenças entre elas não 
são sentidas pelos indivíduos de uma sociedade. 
d) o capitalista divide com a classe de trabalhadores a mais-valia produzida por seu trabalho 
sem que haja a exploração de mão de obra. 
e) as classes sociais não são opostas entre si, mais sim complementares e interdependentes. 
 (UEM 2017) 
 Max Weber é um dos autores centrais para a constituição da Sociologia. Um de seus 
principais temas de investigação foi o da dominação. Para ele, os sistemas de dominação se 
vinculariam a processos de legitimação. No intuito de compreender tal situação, o autor 
desenvolveu um modelo de análise com base naquilo que denominou de três tipos ideais de 
dominação: o racional, o tradicional e o carismático. 
Assinale o que for correto a respeito desses três tipos weberianos de dominação. 
01) Os tipos de dominação propostos por Max Weber não são encontrados de forma pura 
na realidade. 
02) Para que exista dominação, é necessário que os dominados obedeçam à autoridade dos 
que detêm o poder. 
04) Para Max Weber, a dominação carismática é baseada na veneração do poder heroico, na 
santidade e no caráter exemplar de uma pessoa. 
08) A dominação tradicional, segundo Max Weber, consiste no desenvolvimento do aparato 
burocrático. 
16) Max Weber define a dominação racional como aquela que não necessita dos aparatos 
legislativo e burocrático. 
 (UFPR 2019) 
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Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram o Manifesto Comunista. Segundo seus 
autores, “a burguesia desempenhou na História um papel iminentemente revolucionário. 
Onde quer que tenha conquistado o poder, a burguesia destruiu as relações feudais, 
patriarcais e idílicas. Rasgou todos os complexos e variados laços que prendiam ao homem 
feudal e seus superiores naturais, para só deixar subsistir, de homem para homem, o laço do 
frio interesse. [...] Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as 
numerosas liberdades, conquistadas duramente, por uma única liberdade sem escrúpulos: a 
do comércio. Em uma palavra, em lugar da exploração dissimulada por ilusões religiosas e 
políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta, direta, despudorada e brutal. [...] Tudo 
o que era sólido e estável se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado e os 
homens são obrigados finalmente a encarar sem ilusões a sua posição social e as suas 
relações com outros homens”. 
(MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. O manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 2001, p. 42-43.) 
Com base nessa passagem de O Manifesto Comunista, assinale a alternativa correta. 
a) Marx e Engels demonstram uma grande empatia pela classe burguesa, na medida em 
que ambos possuíam origem social nessa classe. Entendem também que o proletariado 
cumpriu um papel importante na construção das sociedades capitalistas, mas que não o 
fariam de modo pleno sem a existência da burguesia e seus intelectuais, que forneciam as 
diretrizes necessárias para o desenvolvimento do capitalismo. 
b) Para os autores, não haveria outra possibilidade de a burguesia revolucionar os meios de 
produção, por conseguinte, as relações de produção, que não fosse pelo modelo instituído 
pela Revolução Francesa, ocorrida em 1848. Daí a importância do Manifesto Comunista, 
escrito no mesmo ano, o que demonstra que Marx e Engels concordavam com os ideais 
comunistas da Revolução Francesa. Excluir alternativa 
c) Quando Marx e Engels escrevem que “tudo o que era sólido e estável se desmancha no 
ar, tudo o que era sagrado é profanado e os homens são obrigados finalmente a encarar sem 
ilusões a sua posição social”, atestam quanto a revolução burguesa, com auxílio dos 
comunistas soviéticos, estava travando uma luta contra a igreja cristã ocidental. Excluir 
alternativa 
d) Há muito, frações da burguesia e partidos de orientação comunista no continente 
europeu estavam associados numa campanha contra os valores modernos, cristãos e 
ocidentais. A revolução da burguesia descrita por Marx e Engels em O Manifesto Comunista 
já defendia o Estado totalitário e o fim das liberdades individuais, que, mais tarde, iriam 
resultar na formação de partidos políticos de extrema-esquerda, como o Partido Nacional 
Socialista dos Trabalhadores Alemães, também conhecido como Partido Nazista. 
e) De acordo com Marx e Engels, a burguesia, enquanto nova classe social que emerge no 
mundo moderno, trouxe consigo uma série de elementos que não apenas denunciaram os 
aspectos arcaicos das sociedade antigas, suas formas arquetípicas de dominação, seu 
primitivismo religioso e sua ineficácia política, como também apresentaram a modernidade 
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AULA 01 - Sociologia 
como novo projeto de sociedade, retirando os indivíduos de sua passividade social e 
lançando-os no processo histórico de desenvolvimento de suas relações de produção. 
8. GABARITO 
1. D 
2. B 
3. B 
4. A 
5. D 
6. A 
7. E 
8. B 
9. D 
10. B 
11. C 
12. C 
13. D 
14. C 
15. C 
16. A 
17. A 
18. A 
19. A 
20. C 
21. D 
22. C 
23. C 
24. C 
25. E 
26. B 
27. D 
28. C 
29. D 
30. C 
31. E 
32. E 
33. E 
34. D 
35. D 
36. A 
37. D 
38. D 
39. A 
40. C 
41. A 
42. D 
43. C 
44. A 
45. E 
46. A 
47. B 
48. A 
49. 07 
50. E 
 
 
 
9. QUESTÕES UNESP – COMENTADAS 
 (UNESP 2017) 
Texto 1 
O professor não se aproveitará da audiência cativa dos estudantes para promover os seus 
próprios interesses, opiniões ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e 
partidárias. Ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor 
apresentará aos alunos, de forma justa – isto é com a mesma profundidade e seriedade –, as 
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AULA 01 - Sociologia 
principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito. O professor 
respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de 
acordo com suas próprias convicções. (www.programaescolasempartido.org. Adaptado.) 
Texto 2 
Ciências sempre incluem controvérsias, mesmo física e química. Se não ensinamos isso 
também, ensinamos errado. E o mesmo vale para história e sociologia – o professor precisa 
ensinar Karl Marx, mas também Adam Smith e Émile Durkheim. Mas o conhecimento que 
precisa ser passado é essencialmente científico – o que não inclui o criacionismo, que é uma 
teoria religiosa. Com todo respeito, mas família é família, e sociedade é sociedade: a família 
pode ter crenças de preconceito homofóbico ou contra a mulher, por exemplo, e não se 
pode deixar que um jovem nunca seja exposto a um ponto de vista diferente desses. Ele tem 
que ser exposto a outros valores. (Renato Janine Ribeiro. https://educacao.uol.com.br, 
21.07.2016. Adaptado.) 
 O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que 
a) ambos atribuem a mesma importância à fé religiosa e à ciência como fundamentos 
educativos. 
b) ambos defendem o relativismo no campo dos valores morais, valorizando a aceitação das 
diferenças.c) as duas abordagens valorizam a doutrinação ideológica do professor sobre o aluno no 
campo educativo. 
d) o texto 1 assume uma posição moralmente conservadora, enquanto o texto 2 defende 
uma educação pluralista. 
e) o texto 1 é contrário a preconceitos morais, enquanto o texto 2 denuncia o cientificismo 
na educação. 
Comentários 
Repare que o Texto 1 aborda a discussão sobre o Projeto Escola sem Partido, um movimento 
criado há pouco tempo para combater professores que, segundo esse movimento, 
doutrinam crianças e jovens em salas de aula. Em oposição a uma hipotética doutrinação, os 
partidários desse Projeto defendem um modelo de ensino em que não haja posições 
manifestadas pelos professores. O problema, no fundo, é que não há como transmitir ciência 
sem que, de alguma forma, essa ciência tenha uma posição, por mais neutra que ela possa 
aparentar. Quem diz isso, querido e querida aluna, não sou eu, mas sim nosso sociólogo Max 
Weber. 
Em A Ciência como Vocação, a possibilidade de uma ciência livre de pressupostos (posições) 
aparece como segue: “todo trabalho científico pressupõe sempre a validade das regras da 
lógica e da metodologia, que constituem os fundamentos gerais de nossa orientação no 
mundo.” Assim, afirma Weber, deve-se proceder nas ciências da natureza e médicas, na 
ciência da arte, na ciência jurídica e nas ciências históricas. Em particular, com relação à 
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ciência do Direito (campo das Ciências Humanas), Weber alega que ela postula o que é válido 
segundo regras da doutrina jurídica e em que momento determinadas regras e métodos de 
interpretação são obrigatórios. Ou seja, existem pressupostos anteriores que impedem a 
neutralidade em absoluto. Tanto é que Weber deixa isso bem claro: “já dissemos que não 
existe ciência inteiramente isenta de pressupostos e dissemos também que ciência alguma 
tem condição de provar seu valor a quem lhe rejeite os pressupostos"33. 
Especificamente sobre política/doutrinação em sala de aula, assunto tratado por Max Weber 
nesta seção sobre a ciência e seus pressupostos, em A Ciência como Vocação, o sociólogo 
alemão ainda nos brinda: “uma coisa é tomar uma posição política prática, e outra coisa é 
analisar cientificamente as estruturas políticas e as doutrinas de partidos” 34. Evidentemente, 
o pensador alemão é contrário à pregação panfletária em aulas e contrário a se tomar 
posturas em salas semelhantes às de uma reunião pública. Num curso universitário que 
aborde a democracia, por exemplo, deve o professor explicar os sistemas democráticos, os 
antidemocráticos e “tentar levar esta análise até a medida em que o próprio ouvinte se ache 
em condição de encontrar o ponto a partir do qual poderá tomar posição, em função de seus 
ideais básicos”35. Com efeito, crê-se o mesmo procedimento para todos os assuntos 
relacionados ao ensino, é preciso levar ao esclarecimento. 
Por fim, ainda sobre o papel do professor, Weber explica: 
“Primeiro ponto a assinalar: a tarefa primordial de um professor capaz é a de levar seus 
discípulos a reconhecerem que há fatos que produzem desconforto, assim entendidos os 
que são desagradáveis à opinião pessoal de um indivíduo; com efeito, existem fatos 
extremamente desagradáveis para a cada opinião, inclusive a minha.36 
Diante da análise de Weber, podemos concluir que a preocupação do Texto 1, na verdade, 
é uma preocupação moral, pois ela expressa um pensamento alinhado ao conservadorismo: 
“O professor respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que 
esteja de acordo com suas próprias convicções”. Ao pé da letra, essa frase combate toda e 
qualquer forma de ciência, pois aquilo que se chocar com os costumes familiares já estaria 
errado, do ponto de vista do Texto 1. 
Já no Texto 2, o autor defende a pluralidade no processo de socialização ao contrapor 
valores que podem se desenvolver em ambientes sociais distintos: “Com todo respeito, mas 
família é família, e sociedade é sociedade: a família pode ter crenças de preconceito 
homofóbico ou contra a mulher, por exemplo, e não se pode deixar que um jovem nunca 
seja exposto a um ponto de vista diferente desses. Ele tem que ser exposto a outros valores.” 
 
33 WEBER, Max. A Ciência como Vocação. In: Ciência e Política: duas vocações. Ed. Cultrix. São Paulo: 
2002, p. 49. 
34 Idem, p. 38. 
35 Idem, p. 39. 
36 Idem, p. 41. 
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AULA 01 - Sociologia 
Ou seja, o Texto 2 expressa uma posição pluralista, de confronto de ideias, sem vigilâncias. 
Algo mais próximo ao que Weber entendia como papel dos professores. 
Gabarito: D 
 (UNESP 2017) 
Texto 1 
Nunca houve no mundo tanta gente vivendo com suas necessidades básicas atendidas, 
nunca uma porcentagem tão alta da população mundial viveu fora da miséria – uma vitória 
espetacular, num planeta com 7 bilhões de habitantes. Nunca houve menos fome. Nunca 
tantos tiveram tanta educação nem tanto acesso à saúde. 
(José Roberto Guzzo. “Um mundo de angústias”. Veja, 25.01.2017.) 
Texto 2 
Mais sóbrio – e talvez mais pessimista – é olhar para quanto cada grupo se apropriou do 
crescimento total: os 10% mais ricos da população global se apropriaram de 60% de todo o 
crescimento do mundo entre 1988 e 2008. Uma grande massa de população melhorou de 
vida, é verdade, mas o que esse dado demonstra é que poderia ter melhorado muito mais 
se o resultado do crescimento não terminasse tão concentrado nas mãos dos ricos. O que 
está em jogo é mais do que dinheiro. Em um mundo globalizado, os estados nacionais 
perdem força. Um grupo pequeno de pessoas com muita riqueza tem grande poder de 
colocar as cartas a seu favor. Em casos extremos, a desigualdade é uma ameaça à 
democracia. 
(Marcelo Medeiros. “O mundo é o lugar mais desigual do mundo”. 
http://piaui.folha.uol.com.br, junho de 2016. Adaptado.) 
O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que 
a) ambos manifestam um ponto de vista liberal em termos ideológicos, pois repercutem as 
vantagens da valorização do livre mercado e da meritocracia. 
b) o texto 1 pressupõe concordância com o liberalismo econômico, enquanto o texto 2 
integra problemas econômicos com tendências de retrocesso político. 
c) o texto 1 critica o progresso entendido como aperfeiçoamento contínuo da humanidade, 
enquanto o texto 2 valoriza a globalização econômica. 
d) ambos apresentam um enfoque crítico e negativo sobre os efeitos do neoliberalismo 
econômico e suas fortes tendências de diminuição dos gastos públicos. 
e) ambos manifestam um ponto de vista socialista em termos ideológicos, pois enfatizam a 
necessidade de diminuição da concentração de renda mundial 
Comentários 
Os dois textos debatem a disponibilidade de recursos (riqueza) na sociedade e condição da 
sociedade moderna a partir de uma perspectiva histórica. O Texto 1 estabelece um contraste 
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AULA 01 - Sociologia 
entre um passado em que havia muita escassez e um presente no qual se verifica uma maior 
abundância de recursos. Tal valorização é mais condizente com um pensamento liberal 
econômico, pois esse entende que o advento do mercado capitalista moderno possibilitou 
uma melhor disposição dos recursos fruto da competividade. Essa posição, por sinal, é alvo 
de críticas de Marx. 
Nesse sentido, a partir da crítica marxista à desigualdade social, podemos inferir que Texto 
2, em uma outra ótica, destaca o fenômeno da concentração regional, setorial e social da 
renda, que acentua as desigualdades, com repercussões sobre formas de controle social e 
político. 
Diante dessa consideração, a alternativa mais adequada para nosso gabarito é a B. 
Gabarito: B 
 (UNESP 2016) 
 A condição essencial da existência e da supremacia daclasse burguesa é a acumulação da 
riqueza nas mãos dos particulares, a formação e o crescimento do capital; a condição de 
existência do capital é o trabalho assalariado. […] O desenvolvimento da grande indústria 
socava o terreno em que a burguesia assentou o seu regime de produção e de apropriação 
dos produtos. A burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros. Sua queda e a vitória 
do proletariado são igualmente inevitáveis. 
(Karl Marx e Friedrich Engels. “Manifesto Comunista”. Obras escolhidas, vol. 1, s/d.) 
Entre as características do pensamento marxista, é correto citar 
a) a caracterização da sociedade capitalista como jurídica e socialmente igualitária. 
b) o princípio de que a história é movida pela luta de classes e a defesa da revolução 
proletária. 
c) a celebração do triunfo da revolução proletária europeia e o desconsolo perante o avanço 
imperialista. 
d) o temor perante a ascensão da burguesia e o apoio à internacionalização do modelo 
soviético. 
e) o reconhecimento da importância do trabalho da burguesia na construção de uma ordem 
socialmente justa. 
Comentários 
a) errado, pois Marx critica a falsa igualdade social defendida pela burguesia. Apesar de os 
burgueses terem defendido a luta contra o fim dos privilégios, desde a Revolução Francesa 
de 1789, quando os burgueses conseguiram dominar a sociedade industrial e assegurar seus 
interesses, estes pararam de lutar por igualdades. 
b) Correto. Em função de cada classe social manifestar um determinado interesse político, 
econômico e social, a história é marcada pelas disputas de interesse entre as classes. Como 
desdobramento dessa luta, Marx defende a revolução proletária rumo à uma sociedade sem 
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AULA 01 - Sociologia 
classes, condição para, de fato, a igualdade entre as pessoas existir. Até aqui, não há muita 
polêmica entre os partidários do marxismo. 
c) o fenômeno do Imperialismo não foi alvo das análises de Marx, por uma questão de tempo 
histórico, já que a disputa imperialista se tornou evidente na virado do século XIX para o XX. 
Os autores marxistas que melhor desenvolveram essa temática foram V. Lenin e Leon Trotsky, 
ambos russos. Lenin, em particular, elaborou que o Imperialismo seria a fase superior, mais 
avançada, do desenvolvimento do capitalismo, pelo menos até aquele momento (início do 
século XX). De toda forma, não dá para subjetivarmos a análise como um “desconsolo 
perante o avanço imperialista”. Por sinal, é justamente por conta do avanço imperialista que 
a URSS buscou expandir a revolução socialista para outros países. 
d) o pensamento marxista não teme a ascensão da burguesia, pois a enfrenta. Já a 
internacionalização do modelo soviético não era um consenso entre os marxistas: Joseph 
Stalin, por exemplo, não defendia uma revolução mundial para suplantar o capitalismo; já, 
Leon Trotsky, sim. Este entendia que, se o capitalismo é um sistema mundial, a ordem social 
contrária a ele também deveria se expandir mundialmente. 
e) aqui é exagerou, pois os marxistas entendem que a burguesia é cínica e hipócrita, pois, 
historicamente, lutou por liberdades e por igualdade até quando seu interesse econômico 
foi atendido, depois, ficou contra os movimentos que queriam mais direitos. 
Gabarito: B 
 (UNESP 2016) 
A escola que se autointitula a primeira colocada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 
ocupa, ao mesmo tempo, a 1ª e a 569ª posição no ranking que a imprensa faz com os 
resultados do Enem. A escola separou numa sala diferente os alunos que acertavam mais 
questões em suas provas internas. Trouxe, inclusive, alguns alunos de suas franquias pela 
Grande São Paulo. E “criou” uma outra escola (abriu outro CNPJ), mesmo estando no mesmo 
espaço físico. E de lá pra cá esta ‘outra escola’ todo ano é a primeira colocada no Enem. A 
569ª posição é a que melhor reflete as condições da escola. O 1º lugar é uma farsa. A primeira 
colocada no Enem NÃO é uma escola, é uma artimanha jurídica que faz com que os alunos 
tenham suas notas computadas em duas listas diferentes. Todos estudam no mesmo prédio, 
com os mesmos professores, com o mesmo material, no mesmo horário, convivendo no 
mesmo pátio e no mesmo horário de intervalo. No Brasil todo temos centenas de escolas 
que trabalham com a regra na mão para tentar parecer que são a melhor e depois divulgar, 
em suas propagandas, que são a melhor escola do país, do estado, da região, da cidade e, 
em cidades grandes, como várias capitais, até mesmo que é a melhor escola de um 
determinado bairro. 
(Mateus Prado. “Escola campeã do Enem ocupa, ao mesmo tempo, o 1º e o 569º lugar do 
ranking”. O Estado de S.Paulo, 26.12.2014. Adaptado.) 
O fato relatado pode ser explicado em função da 
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a) hegemonia dos critérios instrumentais da empresa capitalista em alguns setores da 
educação. 
b) falência da meritocracia como critério de acesso ao ensino superior na sociedade atual. 
c) priorização de aspectos humanísticos, em detrimento da preparação para o mercado de 
trabalho. 
d) resistência dos educadores à transformação da escola em instrumento de reprodução 
ideológica. 
e) separação rigorosa entre os âmbitos da educação e da publicidade na sociedade 
capitalista. 
Comentários 
A crítica marxista à sociedade capitalista, ou melhor, à transformação de todos os cantos da 
vida em mercadoria nos ajuda a responder essa questão. Segundo o marxismo, há uma 
tendência de a lógica da produção da mercadoria penetrar nas mais diferentes relações 
sociais. Nesse sentido, as relações sociais se adaptariam à lógica do mercado. Com o ensino 
não seria diferente. Veja que o texto do enunciado critica o fato de uma escola “vender” a 
imagem de primeira colocada em uma competição. Essa competição faz parte da 
atratividade de um produto, no caso a mercadoria educação. Com efeito, o texto sugere que 
houve uma apropriação capitalista da educação, visando o lucro e ganhar a disputa sobre as 
demais instituições de ensino. 
A alternativa que faz mais sentido com essa visão crítica é a A. As demais alternativas, por 
sinal, deslocam a temática do próprio texto do enunciado. 
Gabarito: A 
 (UNESP 2015) 
A crise de abastecimento de água em São Paulo se agravou significativamente a partir de 
2002, quando a empresa pública Sabesp passou a priorizar a obtenção de lucro. Com essa 
alteração, a água deixou de ser considerada bem público e recurso essencial para a 
sociedade, abandonando-se o foco na universalização dos serviços de saneamento básico. 
Nesse mesmo caminho, seguiu uma diretriz estratégica de atender à expansão econômica, 
beneficiando-se com a lucratividade do aumento do consumo, ignorando a suficiência de 
água para atender a essa crescente demanda. Do ponto de vista neoliberal, a crise hídrica 
oferece “grandes e novas oportunidades” de negócios, tanto para obras como para serviços, 
especialmente no setor de gestão das águas, uma vez que se trata de um bem essencial de 
que todos são obrigados a dispor a qualquer preço e custo” 
Delmar Matter et al. “As obras e a crise de abastecimento”. www.diplomatique.org.br, 
06.02.2015. Adaptado. 
No texto, o problema do abastecimento de água em São Paulo é abordado sob o ponto de 
vista 
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AULA 01 - Sociologia 
a) da crise ética da sociedade e das questões relativas ao negligenciamento dos valores 
morais e espirituais. 
b) da defesa da necessidade de investimentos públicos para a construção de novos 
reservatórios de água. 
c) dos efeitos positivos da racionalidade instrumental ao converter a natureza em objeto de 
dominação. 
d) das tendências do sistema capitalista de transformar toda a realidade em mercadoria 
disponível no mercado. 
e) das consequências do aumentoda demanda ocasionado pela democratização do consumo 
da água. 
Comentários 
Tal como a questão anterior, o texto faz uma crítica à lógica do lucro imposta pelo mercado. 
Por isso, vale o que escrevi anteriormente. 
A crítica marxista à sociedade capitalista, ou melhor, à transformação de todos os cantos da 
vida em mercadoria nos ajuda a responder essa questão. Segundo o marxismo, há uma 
tendência de a lógica da produção da mercadoria penetrar nas mais diferentes relações 
sociais. Nesse sentido, as relações sociais se adaptariam à lógica do mercado. 
Diante disso, nosso gabarito é a alternativa D. 
Gabarito: D 
 (UNESP 2013) 
O marketing religioso objetiva identificar as necessidades de espírito e de conhecimento dos 
adeptos de uma determinada religião, oferecendo uma linha de produtos e serviços 
específicos para determinado segmento religioso e linguagem inerente ao tipo de pregação 
veiculada. A pessoa que se sente vazia num mundo capitalista e individualista busca refúgio 
através de uma religião. Identificar o público que mais frequenta o templo e o bairro onde o 
mesmo está situado, o nível de escolaridade, renda, hábitos, demais dados dos perfis 
demográficos e psicográficos são considerados num planejamento de marketing de uma 
linha de produtos religiosos. 
(Fernando Rebouças. Marketing religioso. www.infoescola.com, 04.01.2010. Adaptado.) 
O fenômeno descrito pode ser explicado por tendências de 
a) instrumentalização e mercantilização da fé religiosa. 
b) crítica religiosa à massificação de produtos de consumo. 
c) recuperação das práticas religiosas tradicionais. 
d) indiferença das igrejas e religiões frente às demandas de mercado. 
 e) rejeição de ferramentas administrativas no âmbito religioso. 
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Comentários 
A expressão “marketing religioso” já nos dá uma pista de que a lógica emprega nas relações 
de fé não são as próprias do mundo religioso. Em seguida, descreve-se que o conceito está 
vinculado à venda de produto e serviços, ou seja, uma lógica de comércio. Ao incluir na 
análise o elemento da contextualização do “mundo capitalista”, é possível notar que há um 
viés crítico ao “marketing religioso”, no sentido da alternativa a), nosso gabarito. 
b) falso, pois é o contrário, já que o fenômeno estimula o consumo de produtos religiosos. 
c) errado, pois a religião está inserida em um novo contexto, o da mercantilização da fé. 
d) errado, pois as instituições não estão indiferentes, pelo contrário, elas demonstram 
interesse na medida em que o marketing religioso as favorece, seja para arrecadar fundos, 
seja para a própria divulgação da fé. 
e) falso, o texto não fala em recursos operacionais para otimizar a fé. 
Gabarito: A 
 (UNESP 2012) 
Leia o trecho da entrevista com um ex-presidente dos Estados Unidos. 
 Veja – Lucro rima com ONG? 
Bill Clinton – Sim. Queremos que os investidores tenham lucro. Não existe incompatibilidade. 
Sem lucro, as operações de microcrédito tendem a não ser sustentáveis. É preciso, porém, 
que a busca do lucro seja alinhada a objetivos sociais. (…) No nosso caso, recebemos 20 
milhões de dólares do milionário mexicano Carlos Slim e do não menos rico Frank Giustra, 
do Canadá, para emprestar a pequenos empreendedores do Haiti. Eles vão ter lucro nessas 
operações, mas já se comprometeram a reinvesti-lo nos mesmos moldes. 
 (Veja, 22.06.2011. Adaptado.) 
Assinale a alternativa que corresponde ao pensamento econômico expresso no texto. 
a) O pensamento do ex-presidente reflete concepções próprias de uma economia socialista, 
caracterizada por forte intervenção e planificação por parte do Estado. 
b) Para o ex-presidente, os problemas sociais devem ser resolvidos pelos próprios países, 
sem o apoio de ajudas externas. 
 c) Na concepção do ex-presidente, organizações não-governamentais devem ser entidades 
sem fins lucrativos. 
d) O ex-presidente defende princípios não liberais na área econômica. 
 e) Para Bill Clinton, os problemas sociais podem ser resolvidos no interior da lógica da 
economia capitalista. 
Comentários 
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a) errado, pois os empresários que ele sita são da iniciativa privada, sendo que a ênfase de 
Bill Clinton é no empreendedorismo estimulado pela iniciativa privada e pelo terceiro setor 
(Ongs), não pelo Estado. 
b) errado, pois ele está defendo a ajuda externa para o Haiti. 
c) falso, pois ele defende a compatibilidade entre lucro e atuação das Ongs, pois, do 
contrário, a ação se tornaria inviável. 
d) errado, ele defende um liberalismo social, ou seja, dentro do pensamento liberal. 
e) correto, pois ao indicar o lucro como uma possibilidade para pequenos empreendedores 
e Ongs, Clinton indica uma perspectiva reformadora do capitalismo. 
Gabarito: E 
10. QUESTÕES PARA APROFUNDAMENTO - COMENTADAS 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
Lembra-te de que tempo é dinheiro; aquele que pode ganhar dez xelins por dia por seu 
trabalho e vai passear, ou fica vadiando metade do dia, embora não despenda mais do que 
seis pence durante seu divertimento ou vadiação, não deve computar apenas essa despesa; 
gastou, na realidade, ou melhor, jogou fora, cinco xelins a mais. 
(WEBER, M. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Pioneira; Brasília: 
UNB, 1981, p.29.) 
O texto acima traduz qual ética analisada por Max Weber? 
a) A ética do desencantamento do mundo são expressões da racionalização ocidental. 
b) A ética do trabalho duro para o acúmulo financeiro 
c) A ética do controle sobre as forças da natureza, em comparação com a sujeição dos 
selvagens. 
d) A ética do protestantismo que abolia o trabalho ascético pelo prazer de ganhar dinheiro. 
e) A ética das ações sociais dotadas de sentido para a cumulação permanente por meio da 
exploração do trabalho alheio. 
Comentários 
a) Errado. O desencantamento não é uma ética, mas diz respeito ao processo de 
burocratização do Estado e das relações das empresas. 
b) Correto. É a ética de que o trabalho duro gera riquezas, racionalidade primeiramente 
protestante e, depois, capitalista. 
c) Erradíssimo. Trabalhar não significa necessariamente o controle da natureza. 
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d) Errado. É verdade que a ética protestante era ascética e, por isso mesmo, não eliminava 
a noção de trabalho duro. 
e) Errado, a ação social era mesmo dotada de sentido com fim de acumular, mas não 
necessariamente a partir da exploração. No texto fala-se de quanto uma pessoa que deixa 
de trabalhar deixa, também de ganhar dinheiro. 
Gabarito: B 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
. 
A análise da charge acima expressa o conceito marxista sobre trabalho de 
a) Desencantamento do mundo 
b) Fato social 
c) Grupos sociais 
d) Alienação 
e) Meios de produção 
Comentários 
A charge retrata dois operários em uma linha de montagem de uma fábrica. No texto vemos 
que um deles trabalhava ali a vida toda, mas não sabia o que ele produzia. Devemos lembrar 
do trabalho fabril e da especialização criada pela divisão do trabalho, na qual cada 
funcionário conhece apenas a estrita atividade da sua função. Isso nos lembra o conceito de 
alienação. Assim o gabarito é alternativa D. Veja o esquema abaixo: 
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Vejamos os erros das demais alternativas: 
a) Errado. Desencantamento do mundo é um conceito desenvolvido por Max Weber e diz 
respeito à diminuição da influência do pensamento místico, mágico sobre as relações 
sociais no mundo capitalista, sendo substituídas pelo pensamento racional. 
b) Errado. Diz respeito ao conceito de Durkheimque desenvolve esse conceito para falar 
dos fenômenos sociais que poderiam ser estudados pela sociologia. 
c) Errado. Apesar de ter dois operários e uma representação de linha de montagem de uma 
fábrica, o centro da tirinha não é o grupo social – e veja que o conceito marxista correto 
é classe social e não grupo social. 
d) Gabarito, conforme comentário acima. 
e) Errado. Realmente a tirinha traz uma esteira, uma máquina que é um meio de produção. 
Mas a análise global, total da charge nos permite afirmar que o mais central é o fato de 
o trabalho especializado na qual o operário não sabe nem o que ele produz é fenômeno 
de alienação. 
Gabarito: D 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
O capitalismo, porém, identifica-se com a busca do lucro, do lucro sempre renovado por 
meio da empresa permanente, capitalista e racional. Pois assim deve ser: numa ordem 
completamente capitalista da sociedade, uma empresa individual que não tirasse vantagem 
das oportunidades de obter lucros estaria condenada à extinção. 
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2001 
(adaptado). 
A passagem nos lembra que a análise sociologia de Max Weber infere que 
a) a crescente burocratização das empresas trava o desenvolvimento da eficiência capitalista. 
b) o impulso para o do capitalismo dependeu da racionalização das organizações produtivas 
em torno da finalidade lucrativa. 
c) diferentemente das religiões, o capitalismo não possui ética. 
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AULA 01 - Sociologia 
d) a luta de classes é inevitável. 
e) a ação social com relação ao lucro foi determinante para o sucesso da empresa capitalista. 
Comentários 
a) errado, pois a análise histórica de Weber conclui que a administração burocrática superou 
os vícios que o patrimonialismo (confusão de bens, por exemplo) trazia para os negócios. 
Assim, a empresa burocrática proporcionou ganhos de eficiência na medida em que 
racionalizou o processo produtivo. Um bom exemplo dessa perspectiva é o taylorismo ou a 
administração cientifica do trabalho. 
b) correto, pois a ação com relação ao fim “lucro” permitiu visualizar aquilo que deveria ser 
perseguido. Nesses termos, diferentemente dos católicos, que na Idade Média chegaram a 
condenar empréstimos e negócios comerciais, os protestantes praticavam todo tipo de 
comércio e aprimoravam técnicas bancárias de financiamento, além de enxergarem o 
trabalho como algo “bom” e não penoso. Essa diferença original (na origem) teria 
determinado o sucesso da empresa capitalista. Weber percebe essa relação entre religião e 
capitalismo após constatar, em um levantamento estatístico, que a maioria dos ricos de 
determinado período histórico era protestante. 
c) errado, não é possível chegar nessa afirmação. Não distante, o trecho do enunciado sugere 
que a busca pelo “lucro” pode ser encarada como uma ética. 
d) falso, luta de classes não é uma categoria de análise de Weber, mas sim de Karl Marx. 
e) falso, não é ação com relação ao lucro. Weber classifica duas ações: ação com relação ao 
fim; ação com relação a valores. 
Gabarito: B 
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A ética ou código que dominavam a vida pública no mundo moderno era muito diferente. 
Acima de tudo, era impessoal em vez de pessoal: na época de Weber, o consenso sobre o 
que era certo e errado para o indivíduo estava entrando em colapso. As verdades da religião 
– a base da ética – eram agora contestadas, e outras normas tradicionais – tais como aquelas 
pertinentes à sexualidade, casamento e beleza – também estavam entrando em colapso. 
Na perspectiva teórica de Max Weber (1864 – 1920), o conceito que o pensador elaborou 
para sintetizar esse processo é o de 
a) individualismo metodológico. 
b) ação social 
c) desencantamento do mundo. 
d) alienação 
Comentários 
a) errado, pois “individualismo metodológico” é um método. 
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87 
 
 
AULA 01 - Sociologia 
b) falso, pois ação social é tipo de conduta do indivíduo que reflete sentido tanto para ele 
quanto para aqueles que são afetados. 
c) correto, pois “desencantamento do mundo” é a aplicação da racionalidade para as 
explicações dos fenômenos da vida social e para a organização da sociedade. 
d) falso, pois é um conceito não trabalhado por Weber, além de ele não refletir o processo 
de “desencantamento do mundo”. 
Gabarito: C 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
A Sociologia por ele [Max Weber] desenvolvida considerava o indivíduo e a sua ação como 
ponto chave de investigação. Com isso, ele queria salientar que o verdadeiro ponto de 
partida da sociologia era a compreensão da ação dos indivíduos e não a análise das 
“instituições sociais” ou do “grupo social”, tão enfatizadas pelo pensamento conservador. 
Com essa posição, não tinha a intenção de negar a existência ou a importância dos 
fenômenos sociais, como o Estado, a empresa capitalista, a sociedade anônima, mas tão 
somente a de ressaltar a necessidade de compreender as intenções e motivações dos 
indivíduos que vivenciam estas situações sociais. 
(MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia? São Paulo: Brasiliense. 2011. P 69) 
Segundo a sociologia weberinana 
a) a noção de capitalismo injusto e irracional tem origem nas ações individuais. 
b) os fatos sociais são determinados pelas ações individuais. 
c) ao objetivar compreender as motivações das ações individuais, Weber rejeitou os métodos 
positivistas transferidos das ciências naturais para a análise social. 
d) tal como para os cientistas em geral, o sociólogo trabalha sobre um objeto estático, 
semelhante aos procedimentos em laboratórios. 
 e) compreende-se a ação individual em determinado contexto histórico a partir dos 
interesses de classe. 
Comentários 
a) errado, pois para Weber as instituições produzidas no capitalismo, com a grande empresa, 
constituiriam uma demonstração de organização racional voltadas para padrões de eficiência 
e precisão. 
b) errado, pois Weber não considere o conceito de fatos sociais, este é próprio da análise 
desenvolvida por Émile Durkheim. 
c) correto, pois, do ponto de vista do método, o empirismo em si não permite concluir os 
sentidos particulares dos indivíduos, muito menos se colocar as pessoas dentro de um 
sistema que, necessariamente, precisa ser harmônico, como um organismo. Ademais, se 
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AULA 01 - Sociologia 
partirmos de Comte e Durkheim, a sociedade acaba se sobrepondo ao indivíduo, uma 
decorrência do método utilizado. 
d) falso, pois Weber faz uso de análises históricas. 
e) errado, Weber não utiliza a analise classista, a qual é própria do marxismo. 
Gabarito: C 
 (Estratégia Vestibulares/2021/profe. Alê Lopes) 
Para Karl Marx, o processo de alienação 
a) está diretamente relacionado à dominação ideológica da imprensa. 
b) é fruto da falta de consciência das pessoas. 
c) nasceu quando o instituto da propriedade privada passou a vigorar nos países do 
Ocidente. 
d) é resultado do processo histórico da expropriação do trabalho e da relação de 
estranhamento do trabalhador com aquilo que produz. 
e) não afetas camponeses, tão somente os proletários das fábricas. 
Comentários 
Esta é uma questão de conteúdo, tem que saber o conceito. Olha lá: 
Para Marx, a discussão filosófica do trabalho humano é fundamental para a compreensão 
da existência social. Segundo o autor, 
Como criador de valores de uso, como trabalho útil, é o trabalho, por isso, uma condição 
de existência do homem, independentemente de todas as formas de sociedade, eterna 
necessidade natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza, portanto, vida 
humana37. 
Nesse sentido, ao mesmo tempo em que os indivíduos transformamo mundo exterior a 
ele, via trabalho, a própria natureza humana do ser também é modificada, num processo de 
transformação recíproca em que a atividade do trabalho é central para a sociabilidade (para as 
relações sociais entre as pessoas). Por isso, podemos afirmar que há uma centralidade do trabalho 
para análise marxista. 
Neste contexto, Marx identifica que o processo de exploração do trabalho, em que os 
trabalhadores se desconectam do resultado do que produziram, pois são alienados daquilo que 
criam, gera um processo de alienação. Assim, o conceito de alienação em Marx é relacionado ao 
trabalho. De forma esquemática, veja só: 
 
37 MARX, Karl. O Capital, Vol I, p. 50. 
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AULA 01 - Sociologia 
 
Diante disso, a alternativa correta é a D. 
As alternativas a), b) e c) flertam com as percepções do senso comum. Sabe quando você 
fala que alguém é alienado querendo dizer que a pessoa vive no “mundo da Lua”? Pois é, esse 
não é o sentido de alienação desenvolvido pelo marxismo. Nos vestibulares mais pesados, como 
UEL, UFU, UFPR, UNIOESTE, UECE, UEMA, dentre outros, é comum aparecerem questões 
conceituais. Muita atenção. 
e) errado, pois os processos de exploração do trabalho recaem sobre trabalhadores ruais e 
urbanos, já que a lógica do sistema capitalista tende a se expandir. Já no século XIX era possível 
perceber que camponeses também estavam, do ponto de vista da análise de Marx, submetidos 
ao processo de mais-valia e da formação da mercadoria (teoria do valor em Marx). 
Gabarito: D 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
Faz parte da metodologia cientifica do sociólogo francês Émile Durkheim, 
a) criar um modelo ideal anterior para contrastá-lo com a realidade. 
b) construir pensamentos dedutivos. 
c) descartar sistematicamente todas as pré-noções. 
d) analisar as motivações individuais que despertaram determinada ação social. 
e) empregar uma perspectiva histórica para compreender causalidades. 
Comentários 
Opa! Coloquei, trouxe Durkheim novamente, só para você relacionar com Marx e Weber. 
a) falso, pois Durkheim sustenta que os fatos socais deve ser tratados como “coisas”, ou 
seja, sem que previamente se estabeleçam modelos ou noções a respeito do que se vai encontrar 
na análise do fenômeno. É uma ponderação do empirismo, pois este método é baseado no 
aprendizado a partir da vivência prática e da experimentação. 
b) falso, pois o pensamento empírico constrói argumentos por indução, pois a ideia 
depende da experiência ou do experimento em movimento e em observação. O pensamento 
dedutivo é próprio de correntes mais abstratas. 
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c) correto, é uma ponderação metodológica que Durkheim herda das elaborações dos 
autores positivistas, como August Comte. 
d) falso, pois essa preocupação é de Max Weber. 
e) errado, pois o positivismo se preocupa menos com a história e mais como o que, de fato, 
ocorre de modo que as relações e nexos são estabelecidos a partir do que está em curso e é 
observável em determinado experimento ou pesquisa. É como se o método de Durkheim batesse 
um foto e, no momento seguinte batesse outra foto para comparar as situações. Já a perspectiva 
histórica (Max Weber e Karl Marx) procuram compreender os fenômenos sociais como um “filme”, 
pois o importante é desvendar como um acontecimento chegou a determinado ponto. 
Gabarito: C 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
A ética ou código que dominavam a vida pública no mundo moderno era muito diferente. 
Acima de tudo, era impessoal em vez de pessoal: na época de Weber, o consenso sobre o 
que era certo e errado para o indivíduo estava entrando em colapso. As verdades da religião 
– a base da ética – eram agora contestadas, e outras normas tradicionais – tais como aquelas 
pertinentes à sexualidade, casamento e beleza – também estavam entrando em colapso. 
Na perspectiva teórica de Max Weber (1864 – 1920), o conceito que o pensador elaborou 
para sintetizar esse processo é o de 
a) individualismo metodológico. 
b) ação social 
c) desencantamento do mundo. 
d) alienação 
Comentários 
a) errado, pois “individualismo metodológico” é um método. 
b) falso, pois ação social é tipo de conduta do indivíduo que reflete sentido tanto para ele 
quanto para aqueles que são afetados. 
c) correto, pois “desencantamento do mundo” é a aplicação da racionalidade para as 
explicações dos fenômenos da vida social e para a organização da sociedade. 
d) falso, pois é um conceito não trabalhado por Weber, além de ele não refletir o processo 
de “desencantamento do mundo”. 
Gabarito: C 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
Para Max Weber, o Estado moderno, baseado na dominação racional-legal, possui quais 
características? 
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a) uma instituição política legitimada por um sistema legal e impessoal, com monopólio do 
uso legítimo da violência física, dotada de soberania em determinado território. 
b) uma organização burocrática de formada por um sistema de dominação de uma classe 
social sobre a outra. 
c) uma instituição pensada por intelectuais que definem as formas de dominação em 
Conselhos. 
d) uma organização com o legítimo uso do monopólio da violência física em forma de uma 
ditadura militar racional. 
e) uma empresa capitalista dotada de interesses econômicos baseados nos impostos 
cobrados dos cidadãos. 
Comentários 
a) correta, pois a alternativa reúne as principais características para Max Weber. Lembro de 
que além da dominação racional-legal, também há a carismática e a tradicional. Adiciono 
que o aspecto da impessoalidade e da burocracia “andam juntos”, já que, pelo menos na 
teoria, o corpo de funcionários burocráticos do Estado deve atuar sem interesses 
particulares, em prol do coletivo. Por isso, a condição é a atuação impessoal, ou seja, 
independentemente de quem é atendido pelos agentes públicos, estes precisam desferir o 
mesmo tratamento. 
b) errado, pois a compreensão de que o Estado Moderno, o Estado capitalista, é um 
instrumento de dominação de uma classe sobre a outra é própria do marxismo. 
c) falso, Weber possui uma abordagem histórica, que considera diferentes variáveis que 
contribuem para a formação do Estado. Dessa forma, não seria razoável que o autor 
atribuísse a complexidade do Estado Moderno à capacidade intelectual de poucas pessoas. 
d) falso, pois, uma coisa é o “monopólio legitimo do uso da violência física” outra é uma 
ditadura militar. Em geral, as ditaduras não possuem a legitimação para exercer a violência 
física, já que, em geral, usurpam o poder democrático. A legitimação só é possível quando 
há um consenso social construído em torno de determinada instituição e das ações que essa 
instituição pode realizar. 
e) falso, pois Weber distingui empresas com objetivos econômicos da instituição Estado. 
Gabarito: A 
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Uma vez que Weber entende que o social constrói-se a partir das ações individuais, cria-se 
um problema teórico: como é possível a continuidade da vida social? A resposta para tais 
questões encontra-se no fundamento da organização social, chave do verdadeiro problema 
sociológico: a dominação ou a produção da legitimidade, da submissão de um grupo a um 
mandato. 
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(QUINTANEIRO, Tânia. BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira. OLIVEIRA, Márcia Gardênia. Um toque 
de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2ª ed. Belo Horizonte EdUFMG, 2003, p. 119. 
O trecho acima reforça um aspecto comum aos três tipos de dominação idealizados por Max 
Weber, qual seja: 
a)a presença da legitimidade social das relações entre os indivíduos. 
b) a força física como condição do poder. 
c) a consciência de grupo como um elemento exterior aos indivíduos. 
d) a escolha de lideranças por meio de mandatos eletivos, formais ou informais. 
e) a presença da submissão irracional diante da racionalidade do poder. 
Comentários 
Seja a dominação carismática, seja a dominação legal-burucrática ou mesmo a tradicional, o 
fato de indivíduos se submeterem a elas – cada qual em seu contexto histórico- indica que 
houve a legitimação da relação entre dominantes e dominados. Dessa forma, quando um 
grupo de indivíduos reconhece que determinada pessoa é o líder do grupo, houve um 
processo de legitimação, elemento sem o qual a relação não se sustenta. Por isso, a produção 
da legitimidade é algo fundamental para se compreender as relações sociais a partir da 
perspectiva de Weber. Gabarito alternativa a). 
b) errado, pois a força física atual, em geral, quando em determinado tipo de organização 
social, a legitimação falha e aqueles que querem se manter no poder lançam mão do recurso 
repressivo. Ou seja, não é um elemento fundante das relações sociais. Pode ser fundamental 
para o Estado, para o monopólio do uso da força física, monopólio que é reconhecido pelos 
indivíduos da sociedade que assim o fazem legitimando o poder estatal instituído. 
c) errado, pois a perspectiva de consciência coletiva exterior ao indivíduo é de Durkheim. 
d) falso, pois isso não é um elemento fundante. A eleição é típica de sistemas políticos mais 
organizados e complexos. Claro, uma eleição fornece legitimidade ao sistema, mas, veja, 
ainda assim o elemento principal é o processo de legitimação. 
e) errado, pois aqui podemos ter manifestação de um tipo de dominação, uma possibilidade 
de dominação, em seitas, por exemplo. Neste caso a irracionalidade dos seguidores pode 
conferir legitimidade aos líderes, mas não significa que esses líderes são racionais ou 
irracionais, podem ser um ou outra coisa ou uma combinação, já que o grupo social, neste 
caso, estaria pautado por ações irracionais. 
Gabarito: A 
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A menos que seja um físico, quem anda num bonde não tem ideia de como o carro se 
movimenta. E não precisa saber. Basta-lhe poder contar com o comportamento do bonde a 
orientar sua conduta de acordo com sua expectativa; mas nada sabe sobre o que é 
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AULA 01 - Sociologia 
necessário para produzir o bonde ou movimentá-lo. O selvagem tem um conhecimento 
incomparavelmente maior sobre suas ferramentas. 
Weber, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H; MILLS, W. Max Weber. Ensaios de 
Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979, p. 165. 
A comparação de Max Weber entre dois tipos diferentes de compreensão sobre recursos 
tecnológicos evidencia 
a) que, na modernidade, o processo de racionalização foi acompanhado de uma 
especialização e divisão social do trabalho que tornou a sociedade mais complexa. 
b) que a diferença entre o selvagem e o físico são as ferramentas empregadas. 
c) que, na modernidade, o processo de alienação é mais intenso. 
d) o avanço da técnica na modernidade favoreceu ao encantamento do mundo, de modo 
que ao consumidor de serviços pouco importam os procedimentos explicativos da ciência. 
e) as ações sociais na modernidade não são dotadas de sentido. 
Comentários 
a) correto, pois, veja que o físico faz uma atividade e o consumidor dos serviços desempenha 
outra atividade social. Houve uma especialização da sociedade, que também podemos 
entender como o processo de racionalização e burocratização, diferente do que havia em 
sociedade menos complexas (selvagens, conforme Weber), quando todas as atividades da 
vida social estavam concentradas nos próprios indivíduos, pois as “ações” junto à 
comunidade e ao meio eram menores e menos complexas. Nesse sentido, apesar de o 
desenvolvimento da racionalidade ampliar o controle do homem moderno sobre a natureza 
e a técnica, não necessariamente, todos as pessoas têm o conhecimento do funcionamento 
das “coisas”. 
b) falso, não é essa a diferença. Na verdade, pelo tom que Weber emprega nesta passagem, 
o selvagem – por deter um conhecimento mais pleno do que faz – se aproxima muito mais 
do físico (que também tem uma visão mais plena de determinados fenômenos com que 
trabalha) do que do cidadão comum que pega o bonde e não sabe das razões e nexos 
explicativos que levam o mundo a ser mundo. 
c) falso, pois o conceito de alienação é próprio da sociologia de Marx. Mas, olha que 
interessante, nesta passagem de Weber até podemos perceber um “Q” de divisão social do 
trabalho em que ter plena consciência das ferramentas de produção diz mais sobre o 
conhecimento do que não conhecer o processo produtivo (do bonde, no caso). 
d) falso, pois é o certo seria “desencantamento do mundo”. 
e) falso, pois, segundo a sociologia compreensiva de Weber, toda ação social tem sentido. 
No caso do indivíduo do bonde, ele tem a expectativa de que o bonde irá leva-lo no local 
pretendido, ou seja, há um sentido na ação. 
Gabarito: A 
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Texto 1 
Com o desenvolvimento industrial, o proletariado não cresce unicamente em número; 
concentra-se em massas cada vez maiores, fortalece-se e toma consciência disso. A partir daí 
os trabalhadores começam a formar sindicatos contra os burgueses, atuando em conjunto 
na defesa dos salários. De todas as classes que hoje se defrontam com a burguesia, apenas 
o proletariado é uma classe verdadeiramente revolucionária. Todos os movimentos históricos 
precedentes foram movimentos minoritários, ou em proveito de minorias. O movimento 
proletário é o movimento consciente e independente, da imensa maioria, em proveito da 
imensa maioria. Proletários de todos os países, uni-vos! 
(Marx e Engels. Manifesto comunista, 2005. Adaptado) 
Texto 2 
A identificação das classes oprimidas com a classe que as domina e explora é parte de um 
todo maior. Isso porque as classes oprimidas podem estar emocionalmente ligadas a seus 
senhores; apesar de sua hostilidade para com eles, podem ver neles os seus ideais. A menos 
que tais relações existam, é impossível compreender como uma série de civilizações 
sobreviveu por tão longo tempo, apesar da justificável hostilidade de grandes massas 
humanas. 
(Sigmund Freud. O futuro de uma ilusão, 1974. Adaptado.) 
Considerando os dois textos, pode-se dizer que eles se diferenciam porque 
a) o Texto 1 utiliza critérios materiais das relações sociais para opor duas classes sociais e o 
Texto 2 faz uso de critérios psicológicos para demonstrar uma relação de identidade entre 
duas classes. 
b) o Texto 1 defende uma perspectiva revolucionária e o Texto 2 uma reformista. 
c) o Texto 1 apresenta o potencial de mudança apenas em um dos sujeitos enquanto o Texto 
2 incida que o potencial está na união entre dois sujeitos sociais. 
d) o Texto 1 faz uso do materialismo histórico dialético e o Texto 2 apenas do materialismo 
histórico. 
e) o Texto 1 destaca a consciência coletiva como motor da história e o Texto 2 enfatiza a 
consciência individual. 
Comentários 
Um dos motivos que fiz esta questão diz respeito ao Texto I. O vestibular da Unesp já utilizou 
trechos do tópico em que consta esta passagem do Manifesto Comunista, pelo menos, umas 4 
vezes. Em 2014 e em 2018 foi exatamente este trecho. Claro, não para cobrar o mesmo assunto, 
mas fica a dica sobre a importância de lembrarmos do marxismo como corrente de pensamento 
que influencia as análises sociológicas. No meu curso, trago essa discussão nas Aula 01 e 03. 
Vamos às alternativas: 
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95AULA 01 - Sociologia 
a) correto, pois a análise de Marx e Engels faz uso da noção de classes sociais para 
caracterizar a relação entre elas, sendo que a posição que cada classe ocupa em relação aos meios 
de produção e à produção de riqueza é que as diferencia; por sua vez, Freud lança mão de aspecto 
emocionais para relacionar a identidade dos oprimidos em relação a seus senhores, ao que nos 
lembra da dialética do senhor e do escravo de Hegel. 
b) falso, pois o texto 2 não entra no mérito da defesa de um tipo de transformação social, 
trata-se de um texto analítico. 
c) falso, pois o Texto 1 não descarta a burguesia como uma classe que age com potencial. 
Na verdade, Marx e Engels considera que a burguesia cumprir um papel de agente revolucionário 
entre os séculos XVII e XVIII. Quando a burguesia assume o papel político de contrarrevolução, 
ela não deixa de ter um papel social potencial. Sobre o Texto 2, até podemos compreender que 
existe um certo potencial de permanência e de mudança na relação conflitiva e de identidade 
entre oprimidos e opressores. 
d) falso, pois o Texto 2 não é da vertente do materialismo dialético. Esta vertente considere 
que o mundo material e apenas ele é que muda, de modo que as pessoas refletem o que está em 
mudança no mundo material. Essa perspectiva foi adotada em oposição a Hegel, segundo o qual, 
de forma sintética e simples, a ideia criada pelos homens antecede o próprio mundo real. 
e) falso, pois para o marxismo é a luta de classe que seria o motor da história. 
Gabarito: A 
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“Não sois máquinas! Homens é que sois!” 
(Trecho do último discurso de Charlie Chaplin no final do filme O grande ditador, 1940) 
Ao contrapor máquinas e homens, Chaplin realça a capacidade de os processos produtivos 
na sociedade capitalista 
a) melhorar a vida das pessoas e proporcionar facilidades para o dia a dia. 
b) absorver plenamente o intelecto humano. 
c) transferir a lógica produtiva para o ritmo da vida das pessoas e para as relações socais. 
d) extrair mais valia. 
e) afetar as habilidade manuais dos indivíduos. 
Comentários 
Se você já assistiu a filmes de Chaplin, sabe que ele possui uma perspectiva crítica: críticas sociais, 
críticas ao moralismo, ao autoritarismo e à exploração do trabalho. O Grande Ditador é de 1940, 
e em algum pontos, ele retoma o filme Tempos Modernos , de1936, no que diz respeito à 
condição do trabalho. Por isso, a comparação entre máquinas e homens está no campo dessa 
crítica. 
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a) falso, pois seria o contrário, o desenvolvimento das máquinas não teria melhorado a vida das 
pessoas, mas aprofundado a exploração do trabalho e o processo de perda de identidade dos 
seres, já que, conforme em Tempos Modernos, o trabalhador seria uma espécie de peça das 
máquinas. 
b) isso até ocorre, se considerarmos o processo de alienação do trabalho. Contudo, essa seria 
uma perspectiva marxista a qual, apesar de pontos em comum com o cinema crítico de Chaplin, 
não retira a capacidade de agência e de pensar do trabalhador. 
c) correto, pois a sociedade se automatiza tal como as máquinas, criando um padrão de 
indivíduos que passam a agir como se fossem máquinas. Dessa forma, Chaplin alerta para o fato 
de que as pessoas, no fundo, não são máquinas. Ele apela e chama a atenção: “ei, você, lembre-
se de que não é uma máquina, dê um tempo”. 
d) falso, pois, apesar de a mais valia ser, de fato, resultado do processo produtivos em que há 
máquinas, segundo a perspectiva marxista, não podemos inferir que Chaplin avança até essa 
compreensão, até porque seria extrapolar muito a interpretação da frase do enunciado. Lembre-
se, nas provas do ENEM fuja das questões que, por ventura, estejam certas e conferem com 
aquilo que você acha que é. “Não é o que você acha que é, é o que o examinador quer se seja”. 
e) falso, pois a afirmação não sugere essa modificação motora. 
Gabarito: C 
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Weber conduziu uma investigação sobre o “desenvolvimento do capitalismo no ocidente e 
a racionalização da conduta promovida por um sistema ético, tendo como resultado sua obra 
mais conhecida “A ética protestante e o espírito do capitalismo”. 
Uma relação possível entre valores do calvinismo e as práticas capitalista está expressa em 
a) interação entre empregados e patrões. 
b) conflito entre religião e ciências administrativas. 
c) valorização da fé em detrimento da obtenção de lucro. 
d) a relação entre poupança e trabalho árduo. 
e) a relação entre poder político e esperança. 
Comentários 
a) errado, pois essa abordagem expressa o conflito entre capital e trabalho abordado pelo 
marxismo. 
b) falso, pois, conforme Weber a ética protestante é condizente com a racionalidade das 
relações de trabalho e, portanto, com o aprimoramento da das ciências administrativas. 
c) falso, pois faz parte do “ethos” (espirito) do capitalismo a obtenção de lucro. 
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AULA 01 - Sociologia 
d) é o nosso gabarito, pois para os calvinistas há um dever no trabalho, baseado na ideia de 
salvação. Além disso, o ato de poupar, além de contribuir para a obtenção e acumulo de 
capital, também compõe os valores do protestantismo. 
e) falso, pois a prática religiosa calvinista não estava direcionada pelo poder, mas sim pelas 
ações no plano econômico. 
Gabarito: D 
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Antes de tudo, o trabalho é um processo de que participa o homem e a natureza, processo 
em que o ser humano, com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio 
material com a natureza (...) põe em movimento as forças naturais de seu corpo – braços e 
pernas, cabeça e mãos -, a fim de apropriar-se dos recursos da natureza, imprimindo-lhes 
forma útil à vida humana. Atuando assim sobre a natureza externa e modificando-a, ao 
mesmo tempo modifica sua própria natureza. 
(MARX, Karl. O capital, Livro I, 2001, p. 211) 
As ideias do sociólogo, filósofo e economista permitem confluir que 
a) a essência do trabalho indica que as classes sociais estão presentes em todas as formas de 
organização social. 
b) a concepção de trabalho de Marx se aproxima do positivismo do século XIX. 
c) para o autor, a complexidade das sociedades se nota por meio da especialização da divisão 
social do trabalho. 
d) o trabalho e a divisão social do trabalho estão presentes em todas as sociedades. 
e) o meio determina o homem. 
Comentários 
a) errado, pois a relação de trabalho que está na análise do texto também existe em sociedades 
e castas e estamentais. A organização da sociedade em classes é uma determinada 
configuração das relações sociais em determinadas estruturas sociais. 
b) errado, pois Marx apresenta uma concepção que prima pela análise das contradições e 
conflitos nas relações sociais, não enxergando processos “desordenados” nisso, mas parte do 
sistema que analisa. A análise positivista prima pela ordem e harmonia entre os elementos que 
compõem uma sociedade. 
c) errado, pois essa é a concepção de Émile Durkheim. 
d) correto, pois é uma formação genérica que abarca a universalidade e centralidade da relação 
homem e natureza. 
e) falso, pois essa é uma visão determinista equivocada, já que Marx também considera a 
possibilidade de o homem mudar o meio, gerando um processo de modificação recíproco. 
Gabarito: C 
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AULA 01 - Sociologia 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
“Que é uma jornada de trabalho?” De quanto é o tempo durante o qual o capital pode 
consumir a força de trabalho, cujo valor diário ele paga? Pro quanto tempo pode ser 
prolongada a jornada de trabalhoalém do tempo de trabalho necessário à reprodução dessa 
mesma força de trabalho? A essas perguntas, viu0se que ao capital responde: a jornada de 
trabalho compreende diariamente as 24 horas completas, depois de descontar as poucas 
horas de descanso, sem as quais a força de trabalho fica totalmente impossibilitada de 
realizar novamente a tarefa. (...) Em vez da conservação normal da força de trabalho 
determinar aqui o limite da jornada de trabalho é, ao contrário, o maior dispêndio possível 
diário da força de trabalho que determina, por mais penoso e doentiamente violento, o limite 
do tempo de descanso do trabalhador. O capital não se importa com a duração de vida da 
força de trabalho. O que interessa a ele, pura e simplesmente, é um maximum força de 
trabalho que em uma jornada de trabalho poderá ser feito fluir. 
(MARX, Karl. O Capital. São Paulo: Abril Cultural, 1983, v. 1, p. 211-212.) 
A ampliação da jornada de trabalho está diretamente relacionada 
a) ao aumento da mais valia relativa. 
b) à diminuição da mais valia relativa e manutenção da mais valia absoluta. 
c) ao aumento da mais valia absoluta. 
d) à diminuição da mais valia absoluta. 
e) ao aumento da mais valia relativa e à diminuição da mais valia absoluta. 
Comentários 
Olha só, gente, parece complexo, só que não! Veja o que Marx diz sobre a diferença entre 
mais-valia absoluta e a relativa: 
“A produção de mais valia absoluta gira exclusivamente em torno da duração da jornada de 
trabalho; a produção da mais valia relativa revoluciona totalmente os processos técnicos de 
trabalho e as combinações sociais.'' (MARX, Karl. O Capital. grifos meus) 
Repare, então, que, ao aumentar a jornada de trabalho o objetivo do capitalista é ampliar 
a mais valia absoluta. Dado que há uma disparidade representada pela disparidade entre o salário 
pago e o valor produzido pelo trabalho do trabalhador, quanto maior o trabalho não pago, maior 
os ganhos do capitalista e mais capital ele consegue dispor para reinvestir no próprio processo 
produtivo. Em geral, aumenta-se a jornada de trabalho, sem que se aumente o salário do 
trabalhador na mesma proporção. Não por menos, há um jargão utilizado no movimento sindical, 
com ocorreu no Brasil na década de 1980, que é o “arrocho salarial”. 
Já a mais valia absoluta é o ampliação do capital por meio do aprimoramento das técnicas 
produtivas: uma máquina nova; uma tecnologia mais eficiente empregada; etc. Veja, então, que 
há um objetivo para se aumentar a produtividade com o emprego de técnicas. Nesses termos, 
nosso gabarito é a alternativa C. 
a) errado, pois aumenta a mais valia absoluta. 
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AULA 01 - Sociologia 
b) errado, pois aumenta a mais valia absoluta e não a mantém constante. 
c) é o gabarito, como explicado acima. 
d) errado, pois ocorre o aumento dela. 
e) errado, pois ocorre o aumento da mais valia absoluta. 
Gabarito: C 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
Texto I 
O governo espanhol vai implementar um programa de redução da jornada de trabalho, sem 
diminuição dos salários, para testar o impacto na produtividade e na economia. O 
experimento, que deve iniciar em meados de setembro, vai reduzir o expediente de cinco 
dias para quatro, ou 32 horas semanais. A proposta foi feita pelo partido de esquerda Más 
País e aceita pelo primeiro-ministro Pedro Sanchéz, em janeiro de 2021. Os objetivos 
envolvem aumentar a produtividade, mudar o cenário de desemprego e trabalho 
precarizado por contratos temporários, com geração de novas vagas. Na Alemanha, a 
proposta de redução é estudada pelo governo, embora já tenha sido aplicada por uma 
empresa de tecnologia, a Awin. Em janeiro, os funcionários foram orientados a encerrar o 
expediente a partir do horário de almoço nas sextas-feiras, o que gerou maior produtividade, 
segundo relatou à Bloomberg o CEO Adam Ross. 
Texto II 
Um estudo com dados de mais de 150 países, feito pela OMS (Organização Mundial da 
Saúde) e pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) e divulgado na segunda-feira (17), 
alertou para os riscos de saúde das jornadas excessivas de trabalho. Segundo pesquisadores, 
trabalhar mais de 55 horas por semana torna pessoas mais propensas a terem doenças 
cardíacas e acidentes vasculares cerebrais. As organizações estimam que 745 mil mortes em 
2016 foram causadas pelo problema em todo o mundo, e alertam que a pandemia deve 
agravar a situação. 
(NEXO Jornal. Os riscos para a saúde de jornadas de trabalho excessivas. Mai/2021. Disponível em: 
https://www.nexojornal.com.br/podcast/2021/05/17/Os-riscos-para-a-sa%C3%BAde-de-jornadas-
de-trabalho-excessivas. Acesso em: 22/09/2021) 
Considerando as perspectivas históricas e atuais sobre a problemática da jornada de 
trabalho, pode-se dizer que 
a) a reivindicação da redução da jornada de trabalho é própria do movimento operário. 
b) as justificativas para a redução da jornada de trabalho são as mesmas que a dos operários 
do século XIX. 
c) houve uma mudança na perspectiva das justificativas para se reduzir as horas de trabalho, 
como atesta do Texto I. 
d) o número maior de horas de trabalho é de interesse dos empregadores. 
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AULA 01 - Sociologia 
e) o Texto II adota uma perspectiva condizente com o empreendedorismo do século XXI. 
Comentários 
a) errado, pois o Texto I indica que os gestores das empresas, os “patrões”, também podem 
ser favoráveis, desde que haja maior produtividade. 
b) errado, pois hoje há justificativas em torno do aumento da produtividade. 
c) correto, pois a construção do argumento em torno do aumento da produtividade, bem 
como os dados de pesquisas que atestam um processo crônico doentio a partir do excesso de 
horas de trabalho indicam a reformulação das motivações que pressionam para a redução da 
jornada de trabalho. 
d) errado, não necessariamente, como indica o Texto I. 
e) falso, pois ao denunciar o problema de saúde, o Texto II contraria as teses do “individuo 
empreendedor” do século XXI, aquele que não para de trabalhar, está sempre inovando e 
pensando em melhorias para os negócios. 
Gabarito: C 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
Há duas consequências dessa avaliação: por um lado o processo de cientifização no século 
XIX e até hoje precisa ser compreendido também como dogmatização, como o ensaio para a 
“profissão de fé” da ciência pretendendo inadvertidamente à validade. (...) Nesse sentido, na 
continuidade de seus êxitos, o avanço científico compromete seus próprios fundamentos e 
fronteiras 
BECK, Ulrich. Sociedade de risco. São Paulo. Ed. 34, 2011, p. 247. 
O texto descreve importante fenômeno tratado por Max Weber, como 
a) Ação social 
b) Materialismo histórico-dialético 
c) Anomia Social 
d) Biopoder 
e) Desencantamento do mundo 
Comentários 
a) errado, pois a ação social é um ato do indivíduo a partir da sua própria interação com o 
outro ou outros. A ação pode ou não estar baseada na ciência. 
b) falso, pois este é um método marxista, não relacionado com a abordagem de Weber. 
c) falso, pois esta é uma compreensão desenvolvida por Durkheim para tratar de fenômenos 
sociais que saem do padrão social. 
d) errado, pois aqui temos um conceito de poder desenvolvido por M. Foucault. 
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AULA 01 - Sociologia 
e) correto, pois, conforme o texto do enunciado, quanto maior o desenvolvimento da 
ciência e das explicações do mundo, maior a desilusão com explicações anteriormente místicas, 
costumeiras ou religiosas. 
Gabarito: E 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
O período de modernidade seguiu-se ao feudalismo europeu e é como um guarda-chuva de 
todos os aspectos particulares das sociedades pós-feudais. Issoinclui industrialização, 
capitalismo, urbanização e urbanismo como modo de vida, secularização, estabelecimento e 
extensão da democracia, aplicação da ciência aos métodos de produção e amplo movimento 
rumo à igualdade em todas as esferas da vida. A modernidade também instituiu um aumento 
da ação e do pensamento racional caracterizado por uma postura “factual” livre de emoção, 
em nítido contraste com as inclinações emocionadas e religiosas anteriores em relação ao 
mundo. 
GIDDENS, Anthony. SUTTON, Philip W. Conceitos essenciais da Sociologia. São Paulo: Ed. 
Unesp. 2015 p. 23. 
A respeito desse processo, Max Weber descreveu-o como 
a) consciência de classe. 
b) o gradual desencantamento do mundo. 
c) dominação racional legal. 
d) espírito do capitalismo. 
e) ciência como vocação. 
Comentários 
a) errado, pois consciência de classe é uma conceito marxista para expressar a tomada de 
consciência de uma determinada classe social. Em geral, o marxismo associa a consciência 
de classe ao proletariado de modo que este estrato social, assim que passar de uma 
compreensão de classe em si para classe para si (ou seja a consciência), desenvolvera um 
processo revolucionário contra a sociedade de classes. 
b) correto, pois, por meio da racionalização do mundo, do conhecimento, das explicações 
promovidas pela ciência, Weber nos mostra que as explicações “místicas” (religiosas, 
subjetivas, tradicionais) perdem espaço, já que as novas explicações para os fenômenos do 
mundo, as explicações da modernidade, lançam mão de métodos que comprovam relações 
causais, comprovam a origem e as consequências dos fenômenos até então explicados por 
crendices. 
c) falso, pois a dominação racional legal é um dos aspectos da especialização das formas de 
relações e interações sociais guiadas pela racionalidade e pelo desenvolvimento da 
burocracia das normas. Esta dominação é reconhecida socialmente, ou seja, legitimada em 
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AULA 01 - Sociologia 
bases racionais, já que é fruto de uma construção planejada e pensada da organização da 
vida em sociedade. 
d) errado, pois Weber, ao analisar a correspondência entre ética religião e ética mais 
adequada para as práticas capitalistas, conclui que o modo de vida e a forma de encarar o 
mundo dos protestantes são mais condizentes com o que o capitalismo exige para seu 
aperfeiçoamento. 
e) falso, pois aqui temos o título de uma conferência proferida a estudantes por Weber a 
respeito da compreensão do homem moderno que deseja ganhar clareza sobre si e seu 
tempo. Weber questiona o surgimento da profissão e da especialização no mundo da cultura 
e de uma ciência livre de valores. De acordo com Gláucia Villas Bôas, professora de sociologia 
da UFRJ e autora do livro A recepção da sociologia alemã no Brasil, ao se referir a Wolfgang 
Schluchter: “Ciência como vocação” tem três expressões-chave: dever vocacional, auto-
limitação e personalidade. Max Weber quer mostrar aos estudantes que o trabalho 
intelectual enquanto profissão significa uma vida cheia de renúncia e não de reconciliação38. 
Gabarito: B 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
A indústria em grande escala reúne em determinado lugar uma multidão de pessoas 
desconhecidas umas das outras. (...) Em primeiro lugar, as condições econômicas 
transformaram a massa do povo em trabalhadores. A dominação do capital criou a situação 
comum e os interesses comuns de classe; com isso, a massa já é uma classe em relação ao 
capital, mas ainda não é uma classe para si mesma. (...) Na burguesia podem-se distinguir 
dois estágios: aquele em que ela passou a constituir uma classe, sob o regime feudal e a 
monarquia absoluta, e aquele em que, já formada como classe, ela derrubou o feudalismo e 
a monarquia, a fim de transformar a sociedade em sociedade burguesa. 
(MARX, Karl. Miséria da filosofia) 
Ao comparar as duas classes sociais em questão, a diferença que Marx constata entre elas é 
de natureza 
a) estrutural, já que a burguesia existe desde o final do feudalismo. 
b) subjetiva, porque os trabalhadores possuem a consciência de “classe para si”. 
c) objetiva, porque uma classe é detentora dos meios de produção e a outra não. 
d) subjetiva, pois a burguesia conseguiu tomar o poder, ao passo que os trabalhadores ainda 
não teriam esta consciência. 
e) filosófica, pois há diferença do nível de instrução educacional. 
Comentários 
 
38 BÔAS, Gláucia Villas. Max Weber entre duas vocações. Revista CULT. Disponível em 
https://revistacult.uol.com.br/home/max-weber-entre-duas-vocacoes/. Acesso em: 21/09/2021. 
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AULA 01 - Sociologia 
A chave para entender esta questão é a ideia de “classe em si” (elemento objetivo, que 
existem na realidade, independentemente das vontades) e “classe para si” (elemento 
subjetivo, que depende da consciência de quais são os interesses reais de classe). No trecho 
do enunciado, Marx aborda a diferença entre as classes a partir da noção de “classe para si”, 
pois objetivamente, isto é, do ponto de vista estrutural as duas classes sociais se constituíram 
enquanto tal fruto do processo histórico. Agora, a burguesia tomou o poder, ou seja, 
derrubou as estruturas antigas e o poder da nobreza para construir uma sociedade baseada 
em seus interesses, a sociedade burguesa. Veja que esse elemento subjetivo, interesses de 
uma classe social, não estão formados para os trabalhadores. Falta-lhes essa consciência, ou 
seja, falta-lhes a noção de “classe para si”. Logo, nosso gabarito é a letra D. 
a) errado, pois a diferença, segundo o texto do enunciado, é subjetiva. 
b) falso, os trabalhadores não possuiriam esta consciência. 
c) errado, pois a diferença é de natureza subjetiva. Apesar de esta afirmação corresponder 
ao pensamento marxista, ela não responde ao que o enunciado pede. Atenção, é muito 
comum em questões de prova 
d) é o nosso gabarito, conforme dito acima. 
e) falso, porque não é este o ponto da diferença subjetiva. A formação dos interesses de 
classe não depende do grau de educação. Até porque, na visão marxista, a educação oficial 
e estabelecida é aquela que reafirma a própria sociedade burguesa. 
Gabarito: D 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
No que diz respeito à sociologia de Max Weber, pode-se dizer que a diferença entre a ação 
racional com relação a fins e a ação racional com relação a valores é que esta 
a) é baseada nas tradições e aquela no valor da burocracia. 
b) pondera racionalmente tanto os meios quanto as consequências e aquela é orientada por 
uma “causa” seja qual for a natureza desta “causa”. 
c) não considera as consequências previsíveis ao passo que aquela orienta sua ação pelos 
fins, meios e consequências. 
d) tem maior poder de dominação e capacidade de influência. 
e) impõe coercitivamente sobre os indivíduos os fatos sociais e aquela faz uso da força da 
legitimidade. 
Comentários 
a) falso, pois as duas ações contam com burocracias, pois são racionais. O diferencial da ação 
com relação a valores é que há uma espécie de “princípio fundamental” nos valores que não 
são negociáveis, ocorra o que ocorrer. 
b) errado, pois aqui os conceitos estão invertidos. 
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AULA 01 - Sociologia 
c) perfeito, pois os valores impediriam de se visualizar as consequências previsíveis, já que o 
grau de certeza dos valores é que manda. 
d) errado, pois uma coisa é o conceito de “ação social” outra é o de “dominação”. 
e) errado, pois a noção de “fatos socais” não é própria de Weber, mas de Durkheim. 
Gabarito: C 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) 
Qual das alternativas abaixo corresponde à definição de Max Weber sobre o dominação? 
a) A ação política dos indivíduosnas sociedades hierarquizadas, na qual o formalismo impõe 
as relações de dominação. 
b) A posição que os indivíduos ocupam nas relações de produção. 
c) O intercâmbio entre homem, sociedade e natureza. 
d) A probabilidade de encontrar obediência para ordens específicas (ou todas) dentro de 
determinado grupo de pessoas. 
e) a capacidade de impor seus interesses de classes sobre as classes dominadas. 
Comentários 
Max Weber é um autor representante do que se convencionou chamar de Sociologia 
compreensiva, por meio da qual o autor busca entender as ações dos indivíduos no contexto social 
e a partir das interações sociais em curso, com destaque para a ação social. Por isso, a noção de 
dominação está relacionada com o outro, isto é, se um indivíduo ou grupo irá conseguir influenciar 
outros por meio de ordens aceitas e reconhecidas por estes. A noção de dominação envolve 
elementos não somente formais, mas de legitimidade e convencimento., de modo que a 
probabilidade incorre no elemento subjetivo da vontade de obediência por parte daquele que 
obedece à ordem direcionada a ele. Se somente o formalismo fosse suficiente para as relações de 
dominação, não teríamos a dominação carismática e a tradicional, nas quais há um 
reconhecimento por parte do dominado de que ele deve obedecer. Nesses termos, nosso 
gabarito é a alternativa d). 
a) falso, pois o determinante não é o formalismo, este é um elemento a ser considerado. 
b) falso, pois aqui temos a posição que, segundo o marxismo, uma pessoa ocupa nas 
relações de classe. 
c) falso, pois aqui temos a noção da dinâmica social do ponto de vista mais geral, que 
considera a interação com o meio ambiente. 
e) errado, pois esta e uma compreensão marxista de dominação. 
Gabarito: D 
 (Estratégia Vestibulares/Prova de Nivelamento/2021/Profe. Alê Lopes) 
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AULA 01 - Sociologia 
Qual das correntes de pensamento abaixo está diretamente relacionada ao surgimento da 
Sociologia enquanto uma disciplina científica e foi responsável por conceituar essa disciplina? 
a) Marxismo. 
b) Darwinismo Social. 
c) Positivismo. 
d) Evolucionismo. 
e) Negacionismo. 
Comentários 
a) errado, pois Marxismo, embora seja uma corrente de pensamento surgida no contexto de 
meados do século XIX, não contribuiu diretamente para a sistematização de um método que 
fundamentou o conceito inicial de Sociologia, desenvolvido na segunda metade do século XX. 
Marx e Engels refletiram, analisar, elaboraram sobre a sociedade capitalista, porém, sem o 
objetivo de fundar a Ciência Social conhecida como Sociologia. É claro que, o pensamento 
marxista, assim como muitas outras correntes, passou a compor o escopo dos estudos 
sociológicos, pois a forma de pensar do marxismo pode ser aplicada a diferentes campos do saber 
(Economia, Ciência Política, Filosofia, Sociologia, etc.) 
b) errado, pois o Darwinismo Social é uma transposição das ideais de C. Darwin para os estudos 
da sociedade, com destaque para o autor o inglês Hebert Spencer (1820-1903). Para os 
evolucionistas, as sociedades se desenvolvem em escalas previsíveis, do estágio mais “primitivo 
ao mais “sofisticado”. O evolucionismo social, ou darwinismo social, defende que as diferenças 
fundamentais entre as pessoas ou grupos humanos estão baseada em raças distintas. No século 
XIX, os estudos científicos (naturais e sociais) dividiam a humanidade em raça caucasiana (branca), 
raça etíope (negra) e raça mongólica (amarela). Esta corrente de pensamento se aproximou muito 
mais da justificativa ideológica de um pensamento dominante do que propriamente de um 
método científico preocupado em estudar os problemas sociais, algo que a Sociologia em si está 
preocupada. 
c) é o nosso gabarito. Os positivistas, com destaque para August Comte (1798-1857), se 
preocuparam em observar a dinâmica social e compreender os problemas e distúrbios sociais. 
Para tanto, lançaram mão de métodos inicialmente utilizados por outros campos do saber (ciências 
naturais, por exemplo) e aplicaram-nos nos estudos sobre a sociedade. Auguste Comte antes de 
pensar na palavra Sociologia, chegou a usar a expressão “física social”. Em seguida a esse autor 
e a partir de seus estudos, Émile Durkheim foi o principal autor a elaborar um método sociológico 
propriamente dito, como ficou delineado no livro As regras do Método Sociológico. 
d) falso, pois a expressão se aproxima do Darwinismo Social, praticamente sinônimo. 
e) errado, pois o negacionismo é uma correte que nega a importância da ciência. O termo é usado 
indiscriminadamente para se referir a ideologias que desconsideram a importância dos campos da 
ciência. Por exemplo, após o 2ª Guerra Mundial os casos de negacionistas que diziam não ter 
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existido o holocausto ficaram famosos, mais recentemente, temos visto diversos pensamentos 
negacionistas questionando o papel da ciência, principalmente as ciências médicas. 
Gabarito: C 
 (Estratégia Vestibulares/Prova de Nivelamento/2021/Profe. Alê Lopes) 
Em relação à sociedade capitalista, Karl Marx (1818-1883) ficou conhecido por: 
a) propor uma reforma social no sistema capitalista. 
b) defender um mundo em que capital e trabalho convivam em harmonia. 
c) defender uma sociedade comunista com divisão de classes sociais. 
d) propor que o socialismo fosse aplicado em metade do mundo, tal como na Guerra Fria. 
e) defender uma revolução social para superar o modelo capitalista de sociedade. 
Comentários 
a) errado, pois Marx, assim como boa parte dos pensadores marxistas, defendem uma revolução 
socialista para superar as relações sociais capitalista e criar novas baseadas no comunismo. 
b) falso, pois a abordagem marxista entende que capital e trabalho são elementos que se 
conflitam, isto e, são contraditórios. Isso porque a relação entre capital e trabalho estaria fundada 
na exploração social (empresários x trabalhadores) em que o trabalho produzido (e a riqueza) seria 
expropriada pelos donos dos meios de produção. 
c) errado, pois para Marx no comunismo não haveria classes sociais, já que a relação de exploração 
do trabalho seria eliminada. 
d) falso, pois para Marx a revolução comunista deveria ser em escala global, pois o sistema 
comunista só funcionária plenamente em nível global, tal como globalmente o capitalismo 
funcional. 
e) é o nosso gabarito. 
Gabarito: E 
 (Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes) 
Texto I 
Desde suas origens, passou a França por formas de civilização muito diferentes: começou 
por ser agrícola, passou em seguida pelo artesanato e pelo pequeno comércio, depois pela 
manufatura e, finalmente, chegou à grande indústria. 
(DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Ed. Nacional. 1963, p. 82.) 
Texto II 
Em obras como o Manifesto Comunista (1847) e A ideologia Alemã (1845-46), Marx esboça 
a teoria de que o desenvolvimento das forças produtivas se dá dentro um sistema 
determinado de relações de produção (escravismo, feudalismo, capitalismo). A questão 
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AULA 01 - Sociologia 
é que essas mesmas relações de produção se tornam, em um determinado momento, 
entrave para o contínuo desenvolvimento das forças produtivas. É quando se abriria um 
momento revolucionário no qual a disputa entre as classes antagônicas da sociedade 
faz emergir uma nova forma de estrutura socioeconômica. 
(JUNIOR, R. N. Griot: Revista de Filosofia, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 277-290, 2017) 
O confronto entre os dois textos permite concluir uma divergência em torno 
a) do conceito de ação social. 
b) das frações de classe. 
c) do papel da burguesia na escala social. 
d) da concepção sobre pensamento filosófico.e) da concepção de história. 
Comentários: 
a) errado, pois o conceito de ação social é próprio da análise de Max Weber. 
b) falso, pois, embora os marxistas trabalhem com esse conceito para discorrer sobre diferentes grupos 
de interesses dentro das classes sociais, Durkheim não lança mão de artifício semelhante. 
c) errado, pois o enfoque na está exclusivamente na burguesia, mas nos modelos de organização da 
sociedade. 
d) falso, pois as passagens não permitem concluir que há dois modelos filosóficos em confronto, no 
máximo, as passagens acima indicam formas diferentes de se compreender a história por meio da 
organização do desenvolvimento da sociedade. 
e) correto, pois Durkheim expressa uma concepção evolucionista da história, enquanto o marxismo 
sugere uma percepção contraditória baseada no materialismo histórico dialético. Dessa forma, 
diferentemente do evolucionismo, constante progresso, os choques e contradições podem gerar 
retrocessos históricos. 
Gabarito: E 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Deduz-se do marxismo que todas as instituições sociais e políticas formam uma superestrutura, 
tendo por base de sustentação uma infra-estrutura econômica. Essa infra-estrutura é 
determinante, em última análise, de tudo quanto se passa em cima, sendo a função econômica 
decisiva, bem que não seja exclusiva, no influxo exercido sobre as instituições integrantes da 
chamada superestrutura social. (BONAVIDES, p 55) 
Esse trecho do professor Paulo Bonavides, apreende um ponto essencial do pensamento histórico 
materialista dialético de Karl Marx. Dentre as alternativas abaixo, identifique a que expressa a 
melhor interpretação. 
a) Segundo o marxismo, a relações sociais materiais da vida em sociedade determinam o que as 
pessoas pensam, de modo que as instituições são mero reflexo do mundo econômico. 
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b) A visão marxista da história, embora perceba que a ideologia é um elemento importante na 
composição das instituições sociais, renega-as para o segundo plano da análise já que é a luta de 
classes o motor da história. 
c) Karl Marx, bem como seu parceiro intelectual F. Engels, sugerem que as instituições exercem 
uma coerção social sobre a vida em sociedade, de modo que a relação estrutural entre 
superestrutura e infraestrutura econômica é dominada por uma força exterior à essa dinâmica 
propriamente estrutural. 
d) ao usar a metáfora entre a superestrutura, ou seja, as forças produtivas, e a infraestrutura, ou 
seja, o campo das ideologia, o marxismo aponta para o vínculo identitário entre economia e 
política, ou seja, o núcleo da disputa de interesses na sociedade capitalista. 
e) Marx e Engels, ao categorizarem as noções de infraestrutura e de superestrutura, sistematizam 
uma forma de entender a reprodução da vida em sociedade, sendo que, embora as bases 
econômicas, em geral, determinam as relações sociais e, portanto, muitas das ideias que circulam 
na sociedade, não há um determinismo como um fim, pois as ideias também geram mudanças 
materiais. 
Comentários 
Para responder é esta questão, é preciso atentar para a compreensão corriqueira do pensamento 
marxista. Muito se atribui a esse pensamento uma transposição mecânica das relações econômicas 
ao mundo das ideias. Repare que o professor Bonavides sugere que não há uma sobre-
determinação de uma coisa em relação a outra, mas uma interferência mútua. Isso é assim, porque, 
a rigor, Marx e Engels nunca afirmaram que a infraestrutura econômica determina mecanicamente 
a superestrutura da sociedade, ou seja, o mundo das ideias e das instituições. Para aprimorar esse 
conhecimento, selecionei uma passagem esclarecedora escrita por Engels. Confere comigo: 
De acordo com a concepção materialista da história, o elemento determinante 
final na história é a produção e reprodução da vida real. Mais do que isso, nem eu 
e nem Marx jamais afirmamos. Assim, se alguém distorce isto afirmando que o 
fator econômico é o único determinante, ele transforma esta proposição em algo 
abstrato, sem sentido e em uma frase vazia. As condições econômicas são a infra-
estrutura, a base, mas vários outros vetores da superestrutura (formas políticas da 
luta de classes e seus resultados, a saber, constituições estabelecidas pela classe 
vitoriosa após a batalha, etc., formas jurídicas e mesmo os reflexos destas lutas 
nas cabeças dos participantes, como teorias políticas, jurídicas ou filosóficas, 
concepções religiosas e seus posteriores desenvolvimentos em sistemas de 
dogmas) também exercitam sua influência no curso das lutas históricas e, em 
muitos casos, preponderam na determinação de sua forma. Há uma interação 
entre todos estes vetores entre os quais há um sem número de acidentes (isto é, 
coisas e eventos de conexão tão remota, ou mesmo impossível, de provar que 
podemos tomá-los como não-existentes ou negligenciá-los em nossa análise), mas 
que o movimento econômico se assenta finalmente como necessário. Do 
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AULA 01 - Sociologia 
contrário, a aplicação da teoria a qualquer período da história que seja 
selecionado seria mais fácil do que uma simples equação de primeiro grau39. 
Diante disso, vamos às alternativas: 
a) Falso, pois a afirmação expressa a compreensão mais vulgar do marxismo, isto é, de que não 
existe a possibilidade de o mundo das ideais interferirem na vida em sociedade. 
b) falso também, pois a ideologia é importante para a análise marxista, como a passagem acima 
de Engels reforça e como o próprio texto do enunciado indica. 
c) errado, veja que aqui há uma mistura a partir de conceitos de Émile Durkheim, já que coerção 
social não é uma categoria conceitual marxista e sim de Durkheim. Além disso, a afirmativa faz 
uma inovação que não tem base na sociologia: ela diz que por fora da infra e da superestrutura 
haveria uma outra força social, abarcando as duas categorias estruturais, e agindo sobre elas. Essa 
perspectiva não tem base na sociologia. 
d) aqui o erro é na inversão dos conceitos, pois infraestrutura são as relações econômicas, as forças 
produtivas, e superestrutura as instituições, as ideologias, etc. 
e) é o Gabarito. 
Gabarito: E 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
De acordo com Max Weber, existem três tipos puros de dominação. Sobre eles, analise o 
trecho abaixo e, em seguida, marque a alternativa que indica os tipos de dominação que são 
inferidos do texto: 
O desenvolvimento do racionalismo econômico é parcialmente dependente da técnica e do 
direito racionais, mas é ao mesmo tempo determinado pela habilidade e disposição do 
homem em adotar certos tipos de conduta racional prática […]. As forças mágicas e religiosas 
e as ideias éticas de dever nelas baseadas têm estado sempre, no passado, entre as mais 
importantes influências formativas de conduta. 
 (WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1981. p. 09.) 
a) dominação racional-legal, apenas. 
b) dominação carismática, apenas. 
c) dominação racional-legal e carismática, apenas. 
d) dominação tradicional e racional-legal, apenas. 
e) dominação tradicional, apenas. 
Comentários 
 
39 ENGELS, F. Carta para Joseph Bloch. [1890]. Disponível em: 
https://www.marxists.org/portugues/marx/1890/09/22.htm. Acesso em: 15/04/2020. 
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https://www.marxists.org/portugues/marx/1890/09/22.htm
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AULA 01 - Sociologia 
Vamos começar pela definição de cada uma das dominações, segundo Weber. 
Dominação Racional-Legal: a lei como garantidora da dominação. 
• Obediência às leis. 
• Autoridade do cargo, e não do indivíduo. 
• Impessoalidade. 
• Burocracia. 
• Racionalização. 
Dominação Tradicional: baseada na tradição e na culturade uma sociedade. 
• Poder delegado pela tradição. 
• Manutenção das tradições. 
• Ordens são limitadas pela própria tradição. 
• Patrimonialismo. 
Carismática: tem como base o carisma pessoal do dominador. 
• Poder pessoal. 
• Reconhecimento da “missão” no dominador. 
• Dominador acima da lei e tradição. 
• Característica em revoluções 
Para chegarmos ao gabarito, temos que identificar os trechos em que aparecem as referências 
aos tipos de dominação. São os seguintes: 
 no trecho “disposição do homem em adotar certos tipos de conduta racional prática (...)” 
está a dominação racional-legal, pois esta depende de uma atitude/comportamento 
racional e isto, conforme a abordagem histórica de Weber, só é possível em sociedade 
capitalistas em que um conjunto complexo de processos organizacionais e institucionais foi 
racionalmente estabelecido. De um lado, há o estabelecimento de normas e organizações 
gerais para os indivíduos, do outro, há o reconhecimento prático dos indivíduos, ou seja, a 
legitimação baseada na aceitação racional. 
 Já o trecho “As forças mágicas... , no passado, entre as mais importantes influências 
formativas de conduta” destaca a dominação tradicional, “manutenção das tradições”, pois 
o peso histórico das ideias éticas do passado é importante. 
 Repare que a dominação carismática não aprece no trecho do texto do enunciado. 
Gabarito: D 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Tese 11: “Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, 
porém, é transformá-lo.” 
 MARX, Karl. As 11 Teses sobre Feurbach [1845]. In: Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia 
Alemã Clássica. 
Para a análise da sociedade capitalista, Karl Marx delineou alguns conceitos, dentre os quais: 
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AULA 01 - Sociologia 
a) ação social, infraestrutura, solidariedade orgânica. 
b) divisão do trabalho, mais valia, solidariedade mecânica. 
c) relações de produção, evolucionismo, forças produtivas. 
d) classe social, forças produtivas, relações de produção. 
Comentários 
a) falso, pois ação social é um conceito de Max Weber e solidariedade orgânica de Émile 
Durkheim. Já o conceito de infraestrutura esse sim é trabalhador por Marx. Conforme o 
professor de Sociologia da Universidade Federal do Alagos, Cristiano Bodart, a infraestrutura 
são forças de produção, compostas pelo conjunto formado pela matéria-prima, pelos meios 
de produção e pelos próprios trabalhadores. Trata-se da base econômica da sociedade, 
onde se dão, segundo Marx, as relações de trabalho; estas marcadas pela exploração da 
força de trabalho no interior do processo de acumulação capitalista. 
b) falso, pois solidariedade mecânica é um conceito de Émile Durkheim. 
c) falso, pois evolucionismo não é um conceito marxista, mas uma corrente de pensamento 
do século XIX caracterizada por perceber as sociedades como um processo contínuo de 
evolução. A rigor, a análise marxista é anti-evolucionista, pois a percepção dialética do 
marxismo entende a história como um processo em contradição em que pode haver avanços 
e retrocessos. 
d) correto, todos as três expressões refletem o pensamento marxista e são utilizas por Marx, 
Engels e marxistas em geral para traçar análises. De forma sintética: 
• Classe social: a posição que os indivíduos ocupam em relação aos meios de produção. 
• Forças produtivas: sãos os elementos que caracterizam a produção em determinado 
sistema econômico ou modo de produção. A matéria prima, a força de trabalho dos 
trabalhadores, a tecnologia das máquinas são forças produtivas. 
• Relações de produção: é a forma como está organizada as forças produtivas e como 
as classes sociais se relacionam em determinado sistema econômico (modo de 
produção). Por exemplo, no modo de produção feudal, as relações de produção 
contavam com a relação entre servos e senhores. 
Gabarito: D 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Para Max Weber “toda ação humana é realizada visando a determinadas metas – concepção 
afetivas do desejável – ou valores”. Conforme o pensamento do autor, a ação é 
potencializada quando: 
a) é racional e é resultado de uma conjugação entre meios e fins. 
b) é irracional e independe da coerção social. 
c) é voltada para interesses de classe. 
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AULA 01 - Sociologia 
d) é direcionada para os meios racionais, independentemente dos fins. 
Comentários 
Weber irá identificar na esfera econômica (expansão econômica, formas de organização das 
economias, etc.) a exigência para a racionalização da sociedade. Isso porque, é próprio da 
atividade econômica a racionalidade dos processos. Do contrário, em meio à competição, 
perde-se eficiência e a economia entra em colapso ou se torna ineficiente. Em A ética 
protestante e o “espírito” do capitalismo, Weber argumenta que o empresário não é 
obrigado a levar as novidades para seu negócio, porém, se não o faz, tenderá à falência. 
Nesse sentido, para organizações racionais, é preciso que meios e fins estejam alinhados para 
o fornecimento de maior eficiência. Gabarito, a). 
b) falso, pois a ação deve ser racional. 
c) errado, pois o elemento “classe” faz parte da análise marxista. Para Weber as motivas 
individuais ganham maior relevância na análise das relações sociais. 
d) falso, pois meios e fins devem estar relacionados. 
Gabarito: A 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Tudo em uma burocracia ocorre por meio de protocolos. Papeis, processos e departamentos 
com funções especializadas são mais numerosos conforme o Estado se expande e necessita 
do controle e da funcionalidade desta própria expansão. Esse controle deve garantir que a 
cobrança de impostos, aplicações de sentenças na esfera do judiciário, ou a atuação policial 
e militar tenham um centro de coordenação. Assim, funcionários, profissionais 
especializados, representantes do Estado, mas não membros do governo, levam a burocracia 
por toda a extensão do domínio Estatal. Em determinado momento, tão grande ficou essa 
estrutura burocrática, ela se torna independente do poder que a criou, ganha uma autonomia 
que pode até mesmo boicotar as decisões da autoridade. 
 (SOUSA, Alexandre Ricardo Lobo, Revista Eletrônica de Estudos Literários, Vitória, s. 2, ano 9, n. 12, 2013) 
O trecho acima pode ser pensado à luz de Max Weber. Nesse sentido, uma conclusão 
possível da sociologia weberiana é que 
a) as formalidades e os conteúdos são igualmente importantes. 
b) a liberdade depende do grau de profissionalismo do aparato burocrático. 
c) a burocracia é parte essencial para relações pessoais. 
d) o excesso de racionalismo tende a se tornar disfuncional. 
e) o zelo pelo racionalismo reforça a liberdade dos indivíduos. 
Comentários 
Bem, sabemos que Max Weber, dentre os sociólogos mais cobrados nas provas (Durkheim, Weber 
e Marx), é o principal que discorrer sobre burocracia. Para Weber a burocracia expressa o processo 
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AULA 01 - Sociologia 
de racionalização da organização social e das relações sociais, pois permite otimizar recursos na 
vida social. Porém, a burocracia também possui seus problemas. Por exemplo, Weber afirma que 
a racionalização burocrática pode afetar a liberdade. Da mesma forma, a racionalização, quando 
em excesso, pode afetar a eficiência da própria máquina burocrática. Com efeito, o “pulo do 
gato” nesta questão é perceber que, no final do trecho do enunciado, a estrutura burocrática, 
justamente pelo tamanho e pelo excesso de racionalismo, de funcional torna-se disfuncional. 
a) errado, pois o trecho não deixa expresso que forma e conteúdo são importantes. Na verdade, 
pela reflexão trazidano enunciado, a forma dos processos aparenta ser mais importantes. 
b) falso, pois o trecho não remete à temática da liberdade. Além disso, a liberdade é possui muito 
mais garantia em função das leis protetoras contra a arbitrariedade estatal do que em razão da 
burocracia em si. 
c) o erro da afirmação é “relações pessoais”, pois a burocracia para Weber constrói relações 
impessoais. 
d) correto, conforme comentário inicial da questão. 
e) falso. O racionalismo, conforme Weber, pode fazer com que a máquina burocrática aprisione 
os indivíduos, a “jaula de ferro”. 
Por fim, sobre a burocracia em Weber, lembre-se de que para este autor o processo de 
burocratização era resultado de a necessidade de um Estado manter e garantir o controle sobre 
um território 
Gabarito: D 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Recentemente, entrou em circulação no Brasil uma nova forma de fazer compras e negócios, 
uma moeda virtual chamada Pix. No que diz respeito à sociologia de Karl Marx, em particular 
às elaborações que o pensador faz sobre mercadoria e dinheiro, é possível encarar essa 
moeda como: 
a) um equivalente de valor de uso. 
b) a forma do capital. 
c) um equivalente de valor de troca, apenas. 
d) parte processo de formação do valor. 
e) mais-valia fictícia. 
Comentários 
Considerando que mercadoria é todo objeto que se produz para a venda, para Marx, a 
mercadoria possui, em um primeiro momento, valor de uso em função da utilidade que essa 
mercadoria apresenta. Contudo, nas relações capitalistas, par além do valor de uso, também há o 
valor de troca, já que existem proporções quantitativas em que as mercadorias se trocam e são 
vendidas. Em sociedades que usam a barganha, as mercadorias se trocam por equivalência (10 
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sacos de arroz, por uma espada, por exemplo). A mediação dessa relação passou a ser feita por 
dinheiro, moedas. 
Agora, você não compra um tênis pela utilidade que ele tem para a função de conduzir 
seus pés e corpo de um lugar para o outro, isto é, apenas pelo uso do tênis. Se assim o fosse, 
existiria um ou dois tipos de tênis que cumpririam esse papel e pronto. Assim, outras variáveis 
entram na equação: lucro; marca; moda; tecnologia do produto, preferências, gostos, etc. Ou seja, 
o tênis acaba se distanciando do elemento apenas do uso e acaba se aproximando muito mais 
das relações de mercado, da lógica de compra e venda do mercado, sem a qual a competitividade 
de produtos não se realiza. Por isso, para que as trocas sejam feitas no capitalismo é preciso a 
geração de valor. Este, o valor, é uma particularidade da produção de mercadoria e de trocas de 
mercadoria no capitalismo. Este valor é criado ao longo do processo produtivo e das relações de 
produção capitalistas, algo que pode ser resumido como a reprodução do capital, a qual depende 
da extração da mais-valia. Só há reprodução do capital por que existe a criação de valor, sendo 
este valor a combinação do valor de uso, do valor de troca e de todos os elementos que compõem 
o processo de exploração do trabalho. Por isso, nas relações capitalista, predomina o “valor”, para 
além do valor de uso e para além do valor de troca, simplesmente. O dinheiro é um instrumento 
que viabiliza e faz parte da geração desse valor, pois, sem as moedas equivalentes não seria 
possível o estabelecimento de relações de troca. Se fosse um tipo de relação direta, aí 
predominaria o valor de troca. Do tipo: “você quer trocar este chinelo de praia por um lap top de 
última geração?”. É claro que o dono do lap top vai dizer: junte milhares de valor de chinelo em 
forma de moeda e com essa medida fazemos a troca. 
Gabarito: D 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Lei o quadrinho abaixo para responder ao que se pede no enunciado. 
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De forma mais evidente, a “tirinha” acima reproduz o conceito de “mais-valia”, sendo que a 
preocupação do patrão no último quadrante é com a revelação da verdade sobre as relações 
sociais por trás desse conceito. No que diz respeito à revelação dessa verdade, o processo 
que explica o porquê os trabalhadores não podem ouvir a conversa é o de 
a) alienação 
b) ideologia 
c) ação social 
d) gaiola de ferro 
e) racionalização 
Comentários 
A questão é da Sociologia de Marx 
a) é o nosso gabarito. Isso porque, conforme o pensamento marxista, é no processo de 
alienação do trabalho que os trabalhadores perdem a noção do que produzem e deixam de 
reconhecer o resultado como parte do trabalho que eles mesmos empregaram. As 
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consequências desse processo é o distanciamento da “consciência de classe”, isto é, 
possibilidade de os trabalhadores se perceberem enquanto sujeitos sociais transformadores. 
Há, de certa forma, a aceitação da condição de explorados, sendo que a relação de 
exploração fica encoberta tanto pelos elementos que compõe as relações de produção, 
quanto pela roupagem jurídica que estabelece a relação de empregos: os homens são iguais 
e livres para pactuarem contratos, como o contrato de trabalho. Então, o trabalhador se 
submete livremente a receber determinada quantia de salário em função da quantia de 
trabalho que despendeu. 
b) errado, pois a ideologia é parte das disputas das ideais diante da interpretação do mundo 
que os agentes das classes sociais fazem. Em geral, as classes que dominam conseguem 
manter suas ideias como ideologia dominante. Por exemplo, a burguesia que ascendeu a 
partir do capitalismo industrial conseguiu difundir o modo de vida burguês como um tipo 
ideal a ser atingido: uma propriedade (casa), bom salário, consumo de bens materiais, dentre 
outros. A ideologia reflete, segundo o pensamento marxista, a organização da sociedade (o 
mundo material), mas não de forma mecânica, pois a subjetividade dos agentes pertencentes 
às classes influencia na formação da ideologia em si. A alienação do trabalho, em um primeiro 
momento, é um processo objetivo, pois há a separação do trabalhador com os meios de 
produção, e, em um segundo momento, um processo subjetivo de estranhamento do 
trabalhador com aquilo que produziu. Aqui, neste momento subjetivo, há uma ideologia, a 
de que os bens pertencem aos patrões, quando, na verdade é possível questionar 
historicamente essa apropriação. A título de exemplo, pense nas famílias tradicionais de 
grandes proprietários de terra que desde o Brasil colônia possuem terras doadas. Hoje em 
dia, após processo e mais processos de construção jurídica da verdade que assegurou a 
propriedade os membros dessas famílias, não há o que se questionar. A ideologia burguesa 
liberal segundo a qual a direito de propriedade deve ser respeitado sai vitoriosa dessa 
construção histórica. Mas aqui não há, especificamente, alienação do trabalho, apenas 
ideologia. 
c) errado, pois este é um conceito de Max Weber sobre a importância da subjetividade 
(escolhas) dos indivíduos. 
d) falso, aqui também é uma elaboração de Weber a respeito do processo de racionalização 
das organizações e do Estado. 
e) falso, pois a racionalização não condiz com o processo de alienação. 
Gabarito: A 
11. QUESTÕES PARA CONSOLIDAÇÃO – COMENTADAS 
 (UFU 2019) 
Para Weber (1991, p. 130), “é decisivo que o trabalho rotineiro esteja entregue, de maneira 
predominante e progressiva, ao elemento burocrático. Toda a história do desenvolvimento 
do Estado moderno, particularmente, identifica-se com a da moderna burocracia e a da 
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AULA 01 - Sociologia 
empresa burocrática, da mesma forma que toda a evolução do grande capitalismo moderno 
se identifica coma burocratização crescente das empresas econômicas. As formas de 
dominação burocrática estão em ascensão em todas as partes.” 
COHN, Gabriel (Org.) Weber: Sociologia. 5.ed. São Paulo: Ática, 1991. 
A partir da teorização sobre a burocracia e sobre o Estado em Weber, assinale a alternativa 
correta. 
a) A ideia de burocracia é negativa e caracteriza a morosidade do capitalismo moderno. 
b) A burocracia baseia-se tanto em costumes tradicionais quanto nos descritos na legislação 
vigente. 
c) A ideia de burocracia está ligada à regulação da conduta dos indivíduos nas instituições 
em geral. 
d) A burocracia permite adaptação do sistema legislativo às flutuações da bolsa de valores 
do capitalismo moderno. 
Comentários 
a) falso, pois, para Weber o desenvolvimento do capitalismo exigiu formas positivas de 
organização burocrática para que os processos produtivos-econômicos passassem a ser mais 
eficientes. Assim, a burocracia assumiu papel de destaque na vida em sociedade, papel 
positivo. 
b) nos costumes, não. Isso porque a burocracia pressupõe, conforme o modelo ideal de Weber, 
a impessoalidade. Nesta não há espaços para que os costumes permaneçam, pois as relações 
costumeiras e tradicionais contrariam a necessária impessoalidade de uma organização 
burocrática. Dessa forma, a burocracia está mais relacionada à razão e à legalidade. Por esse 
motivo, quando falamos em burocracia falamos em dominação “racional-legal”. 
c) correto, porque as instituições estão acima dos indivíduos. 
d) incorreto, porque o texto do enunciado não aborda a questão da bolsa de valores. 
Por fim, sobre o tema geral trazido por esta questão, gostaria de deixar um reforço. O sociólogo 
alemão identifica que o comportamento racional está presente, além da economia, na Ciência 
e Tecnologia. As descobertas cientificas foram possíveis fruto do estímulo que as sociedades 
ocidentais modernas deram à criação racional. Isso se tornou perceptível porque a explicação 
religiosa para os fenômenos da vida deu lugar às explicações científicas. Em particular, afirma 
Weber, esse processo de conhecimento ocorreu no Ocidente porque foi aqui que o 
pensamento científico se desvinculou do pensamento religioso. 
Gabarito: C 
 (UFU 2018) 
Para Weber, um tipo de dominação é estabelecido, pois “obedece-se não à pessoa em 
virtude de seu direito próprio, mas à regra estatuída, que estabelece ao mesmo tempo a 
quem e em que medida se deve obedecer.” 
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AULA 01 - Sociologia 
COHN, Gabriel (Org.). Weber: Sociologia. 5.ed. São Paulo: Ática, 1991. p. 129. Coleção 
Grandes Cientistas Sociais. 
Com base na análise weberiana, assinale a alternativa que indica o tipo de dominação a que 
essa descrição está relacionada. 
a) Dominação Legal. 
b) Dominação Carismática. 
c) Dominação Tradicional. 
d) Dominação Altruísta. 
Comentários 
Lembre-se de que, segundo Max Weber, a dominação é a probabilidade de se encontrar 
obediência para ordens específicas dentro de determinado grupo de pessoas (a dominação 
conta com um quadro administrativo). Weber estabelece que dominação significa, num 
sentido geral de poder, a possibilidade de impor ao comportamento de terceiros a vontade 
própria das mais diversas formas. Apesar de predominar a dominação racional/legal, em 
função da estrutura administrativa racional sustentar o Estado moderno, Weber afirma que 
há mesclas dos tipos de dominação. 
 
Repare que o texto do enunciado ressalta o papel da “regra estatuída”, ou seja, uma 
referência direta à dominação legal. 
Sobre a alternativa D, saiba que não há esse conceito nos estudos de Weber. 
Gabarito: A 
 (UFU 2018) 
“[....] Nós colocávamos – e erámos obrigados a colocar – a ênfase principal, antes de mais 
nada, em derivar de fatos econômicos fundamentais as ideias políticas, jurídicas e as demais 
noções ideológicas e as ações por elas desencadeadas. [...] A base dessa ideia é uma 
concepção vulgar da causa e do efeito como polos opostos de forma rígida”. 
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ENGELS, F. Carta a Franz Mehring, Londres, 14 de julho de 1893. In: Cartas filosóficas e 
outros escritos. São Paulo: Grijalbo, 1977. p. 42-44. 
A justificativa da posição teórica de Engels na citação acima, teve por objetivo advertir sobre 
os riscos do materialismo histórico 
a) se distanciar do materialismo de Feuerbach. 
b) deixar de ser determinista. 
c) se aproximar do idealismo hegeliano. 
d) deixar de ser dialético. 
Comentários 
Essa passagem é interessante. Veja que, pela data do texto, 1893, ele foi escrito no final da 
vida de Engels, ou seja, em um momento em que Engels e Marx já tinham publicado as 
principais obras que caracterizam o marxismo. O texto do enunciado faz alusão ao debate 
sobre a abordagem teórica do marxismo, em particular, uma resposta à critica que os 
marxistas recebem de que fazem uso do “determinismo econômico”. Esse determinismo, 
segundo os críticos do marxismo, significa que Marx e Engels reduziam o mundo (as 
instituições, as subjetividades) a um reflexo da situação econômica da sociedade. Contudo, 
Engels refuta esses críticos, pois ele diz que essa abordagem seria uma “concepção vulgar 
da causa e do efeito”. E por que seria esse fracasso? Porque, no fundo, uma concepção 
determinista negaria a dialética, negaria o fato de as condições econômicas da sociedade 
influenciarem as subjetividades (estrutura influenciam a superestrutura) e o contrário (a 
superestrutura influenciar a estrutura). Dessa forma, Engels faz uma defesa do materialismo 
histórico dialético: a sociedade, do ponto de vista histórico, caminha em choques e 
contradições, de modo que há mútua influência dos aspectos econômicos (materiais) e 
subjetivos (política, cultura, instituições, etc). 
a) esse materialismo influenciou os estudos iniciais de Marx, quando ele era jovem. 
Feuerbach entendia que o mundo material determinava o mundo subjetivo, contudo de 
forma um tanto quanto estática, ou seja, sem grandes transformações. Marx acaba criticando 
essa perspectiva porque ela apenas considera a vida material. 
b) o determinismo é uma forma de análise que atribui uma ou poucas variáveis de mesma 
natureza. Por exemplo, o determinismo econômico sugere que todas as outras questões da 
sociedade são derivadas dos acontecimentos econômicos. 
c) de fato, Hegel foi fonte de inspiração filosófica para Marx, pois ele desenvolveu o 
pensamento dialético. Contudo, a dialética hegeliana residia no campo das ideias, ou seja, 
as interferências do pensamento no mundo é que seriam o condutor da história. Marx acaba 
criticando essa perspectiva porque ela desconsidera a vida material da sociedade. 
Gabarito: D 
 (UNIOESTE 2021) 
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A respeito dos autores clássicos das ciências sociais é INCORRETO afirmar. 
a) Max Weber produziu estudos significativos sobre o poder e sobre o Estado moderno. 
b) Karl Marx contribuiu para a compreensão das relações entre capital e trabalho. 
c) Émile Durkheim é o antropólogo que estudou as estruturas elementares do parentesco. 
d) Rousseau, Locke e Hobbes são importantes por suas teorias contratualista. 
e) Margaret Mead é conhecida como uma importante antropóloga cultural. 
Comentários 
A primeira observação é quanto ao comando, pois o examinador quer a alternativa errada, ou seja, 
a informação que não corresponde ao pensamento do autor. 
a) correta a afirmação e por isso não é o gabarito. Uma das elaborações clássicas de Max Weber é 
sobre a legitimidade do Estado enquanto detentor do monopólio legítimo da violência física, 
contribuindo para os estudos do Estado moderno. Nos estudos que ele realizou e que foram 
compilados na obra Economia e Sociedade, também encontramos importantesanálises deste 
sociólogo. 
b) correta a afirmação e por isso não é o gabarito, pois, diante do surgimento do capitalismo 
industrial, as contradições geradas pelo no sistema produtivo em crescimento e em expansão 
passaram a ser objeto de análise de Marx. Vale lembrar que uma importante formulação do 
pensamento no que diz respeito às relações entre capital e trabalho é o choque entre os interesses 
de classes, constituindo a luta de classes. 
c) falso e, por isso é o nosso gabarito, pois Durkheim, sociólogo, estudou os fatos sociais e a dinâmica 
funcional da sociedade a partir de fenômenos coletivos que ocorrem com maior ou menor 
frequência na vida coletiva. Além disso, a afirmação pode se referir ao antropólogo Lévi-Strauss. 
d) correta a afirmação e por isso não é o gabarito. Os autores contratualistas passaram a se 
preocupar com a organização dos homens em sociedade, em particular, em como um governo dos 
homens se formou. Para eles, o acordo estabelecido entre as pessoas teria sido o ato fundante de 
uma organização maior que o indivíduo, demonstrando a força de um definição coletiva. No caso de 
Hobbes, o contrato levou ao Estado soberano, ao Leviatã. No caso de Rousseau, o contrato social 
conduziu às regras em sociedade, inclusive àquelas que definiram a propriedade privada, geradora, 
segundo o autor, de desigualdades. 
e) correta a afirmação e por isso não é o gabarito, pois, para Mead, observar as práticas culturais e 
todo o sistema de valores de uma sociedade que estruturalmente diferencia-se dos padrões 
referenciais de quem observa permite não só compreender as dinâmicas sociais dos grupos 
observados como também refletir sobre as categorias de análise que possibilitam a mesma 
observação. 
Gabarito: C 
 
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AULA 01 - Sociologia 
 (UNIOESTE 2016) 
Max Weber (1864-1920) afirma que “devemos conceber o Estado contemporâneo como uma 
comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território […], reivindica o 
monopólio do uso legítimo da violência física” 
 (Weber, Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Cultrix, 2006, p. 56). 
Assinale a alternativa CORRETA, a respeito do significado da afirmação de Weber. 
a) Para Weber, no caso do Estado contemporâneo, apenas seus agentes podem utilizar a 
violência de modo legítimo dentro dos limites do seu território. 
b) O Estado foi sempre o único agente que pode utilizar legalmente a violência com o 
consentimento dos cidadãos – a violência dos pais contra os filhos, por exemplo, sempre foi 
ilegal. 
c) Atualmente, o Estado é o único agente que utiliza a violência (ameaças, armas de fogo, 
coação física) como meio de atingir seus fins – assim a segurança de todos os cidadãos está 
garantida. 
d) Outros grupos também podem utilizar a violência como recurso – por exemplo, as 
empresas privadas de vigilância – independente da autorização legal do Estado. 
e) Todos os cidadãos reconhecem como legítima qualquer violência praticada pelos agentes 
do Estado contemporâneo – por exemplo, quando a polícia usa balas de borracha contra 
grevistas. 
Comentários 
Para Max Weber, de forma genérica, Estado é um agrupamento político que reúne esforços 
com vistas ao exercício do poder. O elemento específico do Estado contemporâneo, 
segundo Weber, é o uso da coação física para o exercício deste poder de forma que o Estado 
moderno detém o monopólio legítimo do uso da força física. Neste sentido, há uma relação 
de dominação fundada na violência. Dessa forma, o aspecto da “legitimidade” é central no 
pensamento weberiano. Qual das alternativas nos remete a ele? 
a) correta, pois associa a legitimidade aos agentes do Estado. 
b) falso, primeiro porque a análise histórica de Weber não indica que somente o Estado 
deteve o uso legal da violência, segundo que há uma mistura de “alhos com bugalhos”, pois 
a esfera da educação familiar não está no mesmo plano da análise histórico política da 
coerção estatal. 
c) falso, pois não só o Estado faz uso da violência. Há outros grupos ou organizações 
existentes na sociedade que usam da violência, como as milícias. 
d) falso, conforme a lógica do pensamento de Weber é necessária a autorização legal para 
legitimar as empresas de vigilância, do contrário, elas não detêm legitimidade para atuarem 
no mercado. 
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AULA 01 - Sociologia 
e) falso, os abusos de autoridades não são vistos como formas legitimas na sociedade, por 
mais que existam pessoas que defendam abertamente o abuso da repressão contra questões 
sociais. 
Gabarito: A 
 (Unicentro 2012) 
De acordo com as análises de Karl Marx, a divisão social do trabalho revela duas classes que 
se contrapõem. Na produção capitalista, as duas classes antagônicas são as indicadas em 
a) senhor e escravo. 
b) clero e burguesia. 
c) servos e senhores. 
d) nobreza e burguesia. 
e) burguesia e proletariado. 
Comentários 
a) errado, pois senhor é o agente da classe dominante no feudalismo e escravos é uma categoria que existiu 
em diferentes momentos da história. 
b) falso, o clero foi um estamento – parte da classe dominante – no período medieval. 
c) falso, são categorias do modo de produção feudal. 
d) errado, pois a nobreza existiu no medievo e no Estado moderno, de modo que, ela integrava a classe 
dominante, não é própria da contradição principal do capitalismo. 
e) correto, aqui temos as duas classes que, sem elas, não existiria capilismo: de um lado, os donos dos 
meios de produção, do outro, os trabalhadores, peças essenciais para a formação/extração da mais-valia. 
Friedrich Engels, em uma nota do Manifesto Comunista, explicou: “Por burguesia entende-se a classe dos 
capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção social que empregam o trabalho assalariado. 
Por proletariado, a classe de assalariados modernos que, não tendo meios próprios de produção, são 
obrigados a vender sua força de trabalho para sobreviverem.” (Fonte: MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto 
Comunista) 
Gabarito: E 
 (Unicentro 2012) 
 Um dos temas mais comuns da Sociologia, discutido na vida do trabalho, refere-se ao 
acúmulo desigual do capital e à luta existentes entre as diferentes classes sociais. Um dos 
autores clássicos da Sociologia acompanhou as mudanças causadas pela produção industrial, 
as desigualdades que dela resultaram e escreveu sobre o desenvolvimento do capitalismo. 
Trata-se, nesse caso, de 
a) Karl Marx. 
b) Max Weber. 
c) Émile Durkheim. 
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AULA 01 - Sociologia 
d) Augusto Comte. 
e) Herbert Spencer. 
Comentários 
Comte, Durkheim, Marx e Weber são autores que foram motivados pelo processo de 
industrialização capitalista. Os problemas trazidos pela sociedade capitalista industrial 
despertaram diferentes objetos de estudos para cada qual. Porém, o texto do enunciado da 
questão direciona para um dos autores, aquele que olhou para desigualdades, contradições, a 
partir de uma perspectiva histórica. Com efeito, foi Karl Marx quem afirmou que “a história das 
sociedades até os nossos dias não foi, senão, a história da luta de classes”. Toda a sua obra tem 
como objetivo revelar como se dá tal relação de luta de classes na sociedade capitalista moderna, 
como se transforma essa relação e como a sociedade burguesa pode ser superada por uma outra 
ordem social, o comunismo. 
Gabarito: A 
 (Unicentro 2011) 
Teria orgulho, sim, e estava seguro de que um dia teria mesmo esse orgulho, se a luta e o 
sofrimento fossem não para preservar um Brasil onde muitos trabalhavam e poucos 
ganhavam, onde o verdadeiro povo brasileiro, o povo que produzia, o povo que construía, 
o povo que vivia e criava, não tinha voz e nem respeito, onde os poderosos encaravam sua 
terra apenas como algoa ser pilhado e aproveitado sem nada darem em troca, piratas de 
seu próprio país; [...] teria orgulho se essa luta tivesse sido, como poderia ser, para defender 
um Brasil onde o povo governasse, um grande país, uma grande Pátria, em que houvesse 
dignidade, justiça e liberdade! 
RIBEIRO, J. U. Viva o povo brasileiro. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1984. 
Os escritos de Karl Marx refletem o seu interesse pelas mudanças do tempo moderno, 
principalmente as ligadas ao desenvolvimento do capitalismo e a seus principais elementos: 
o capital e a mão de obra assalariada. Nesse sentido, pode-se utilizar esse recorte de texto 
do clássico de João Ubaldo Ribeiro para exemplificar o conceito de 
a) mais-valia, que, ao desvalorizar o trabalho, aumenta o valor do produto e gera diferenças 
sociais. 
b) luta de classes, as quais, no capitalismo, estabelecem desigualdades e relações de 
antagonismo e exploração. 
c) dominação, em que a economia mecanicamente determina todas as demais esferas da 
sociedade. 
d) trabalho visto como a única força capaz de fazer um grupo se sobrepor ao outro, impondo 
a sua vontade como verdade. 
e) alienação, em que os operários não percebem o produto final como resultado do seu 
trabalho por causa das desigualdades sociais. 
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 Comentários 
O trecho do texto de João Ubaldo destaca uma realidade em que “muitos trabalhavam e poucos 
ganhavam”, ou seja, patrões X empregados, ricos X pobres, burgueses X operários. Dessa forma, 
na medida em que a sociedade brasileira é vista como dividida entre os poderosos e o povo 
trabalhador, tal concepção se associa à divisão no sistema capitalista entre proletários e 
burgueses. Gabarito, b). 
a) a definição até reflete o conceito de mais-valia, mas não combina com o que se pede no 
enunciado. 
c) errado, a economia não é mecanicamente determinada, mas sim, há diversos fatores que, de 
forma dialética, resultam em maior ou menor desenvolvimento econômico. 
d) errado, até porque Marx não afirma que o trabalho abre essa possibilidade, embora ele 
direcione o trabalho como categoria central para explicar as relações humanas. 
e) alienação é parte do processo da luta de classes, em particular, uma parte que ocorreu no 
interior do processo produtivo. 
Gabarito: B 
 (Unicentro 2010) 
 Para Karl Marx o conceito de Classes Sociais se desenvolve com a formação da sociedade 
capitalista. Dessa forma, é correto afirmar que 
a) as classes sociais formadas no capitalismo estabelecem intransponíveis desigualdades 
entre os homens, relações de exploração e antagonismo. 
b) para Marx, a história humana é a história passiva da luta de classes e da aceitação do 
antagonismo entre burgueses e proletários. 
c) as classes sociais são independentes entre si de tal forma que a diferenças entre elas não 
são sentidas pelos indivíduos de uma sociedade. 
d) o capitalista divide com a classe de trabalhadores a mais-valia produzida por seu trabalho 
sem que haja a exploração de mão de obra. 
e) as classes sociais não são opostas entre si, mais sim complementares e interdependentes. 
Comentários 
Segundo Marx, a história humana é marcada pela luta de classes. No sistema capitalista, essas 
classes são o proletariado e a burguesia, sendo que a segunda oprime e explora o primeiro. Tal 
relação de oposição e exploração é inerente a esse sistema, podendo acabar somente mediante 
a transformação, por meio da luta implementada pelo proletariado, visando à criação de uma 
sociedade socialista e, posteriormente, comunista, sem classes e sem exploração do homem pelo 
homem. 
b) falso, pois não há aceitação passiva. Se fosse assim, não existiriam processos revolucionários, 
insurreições, etc. 
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AULA 01 - Sociologia 
c) falso, pois há uma relação de dependência de uma classe em relação à outra. 
d) não, não há divisão de mais-valia. Primeiro porque o correto seria divisão de lucro, segundo, 
porque os capitalistas se assim procedessem deixariam de sê-lo. 
e) falso, pois, para abordagem marxista, há uma contradição, a qual pode ser vista no dinâmica 
salarial: enquanto os trabalhadores querem salários mais altos, os burgueses querem diminuir o 
“custo trabalho” ou “encargos trabalhistas”. Dessa forma, há uma realidade conflitiva. 
Gabarito: A 
 (UEM 2017) 
 Max Weber é um dos autores centrais para a constituição da Sociologia. Um de seus 
principais temas de investigação foi o da dominação. Para ele, os sistemas de dominação se 
vinculariam a processos de legitimação. No intuito de compreender tal situação, o autor 
desenvolveu um modelo de análise com base naquilo que denominou de três tipos ideais de 
dominação: o racional, o tradicional e o carismático. 
Assinale o que for correto a respeito desses três tipos weberianos de dominação. 
01) Os tipos de dominação propostos por Max Weber não são encontrados de forma pura 
na realidade. 
02) Para que exista dominação, é necessário que os dominados obedeçam à autoridade dos 
que detêm o poder. 
04) Para Max Weber, a dominação carismática é baseada na veneração do poder heroico, na 
santidade e no caráter exemplar de uma pessoa. 
08) A dominação tradicional, segundo Max Weber, consiste no desenvolvimento do aparato 
burocrático. 
16) Max Weber define a dominação racional como aquela que não necessita dos aparatos 
legislativo e burocrático. 
Comentários 
A dominação, segundo Weber, depende da livre submissão do indivíduo a quem tem o poder. A 
dominação tradicional ocorre por uma questão histórica e de tradição intergeracional. A 
dominação carismática ocorre pela identificação com as características pessoais de uma pessoa. 
Por fim, a racional-legal é aquele que ocorre por conta das relações civis, legais e burocráticas. 
Gabarito: 01 + 02 + 04 = 07 
 (UFPR 2019) 
Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram o Manifesto Comunista. Segundo seus 
autores, “a burguesia desempenhou na História um papel iminentemente revolucionário. 
Onde quer que tenha conquistado o poder, a burguesia destruiu as relações feudais, 
patriarcais e idílicas. Rasgou todos os complexos e variados laços que prendiam ao homem 
feudal e seus superiores naturais, para só deixar subsistir, de homem para homem, o laço do 
frio interesse. [...] Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as 
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AULA 01 - Sociologia 
numerosas liberdades, conquistadas duramente, por uma única liberdade sem escrúpulos: a 
do comércio. Em uma palavra, em lugar da exploração dissimulada por ilusões religiosas e 
políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta, direta, despudorada e brutal. [...] Tudo 
o que era sólido e estável se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado e os 
homens são obrigados finalmente a encarar sem ilusões a sua posição social e as suas 
relações com outros homens”. 
(MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. O manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 2001, p. 42-
43.) 
Com base nessa passagem de O Manifesto Comunista, assinale a alternativa correta. 
a) Marx e Engels demonstram uma grande empatia pela classe burguesa, na medida em 
que ambos possuíam origem social nessa classe. Entendem também que o proletariado 
cumpriu um papel importante na construção das sociedades capitalistas, mas que não o 
fariam de modo pleno sem a existência da burguesia e seus intelectuais, que forneciam as 
diretrizes necessárias para o desenvolvimento do capitalismo. 
b) Para os autores, não haveria outra possibilidade de a burguesia revolucionar os meios de 
produção, por conseguinte, as relações de produção, que não fosse pelo modelo instituído 
pela Revolução Francesa, ocorrida em 1848. Daí a importância do Manifesto Comunista,escrito no mesmo ano, o que demonstra que Marx e Engels concordavam com os ideais 
comunistas da Revolução Francesa. Excluir alternativa 
c) Quando Marx e Engels escrevem que “tudo o que era sólido e estável se desmancha no 
ar, tudo o que era sagrado é profanado e os homens são obrigados finalmente a encarar sem 
ilusões a sua posição social”, atestam quanto a revolução burguesa, com auxílio dos 
comunistas soviéticos, estava travando uma luta contra a igreja cristã ocidental. Excluir 
alternativa 
d) Há muito, frações da burguesia e partidos de orientação comunista no continente 
europeu estavam associados numa campanha contra os valores modernos, cristãos e 
ocidentais. A revolução da burguesia descrita por Marx e Engels em O Manifesto Comunista 
já defendia o Estado totalitário e o fim das liberdades individuais, que, mais tarde, iriam 
resultar na formação de partidos políticos de extrema-esquerda, como o Partido Nacional 
Socialista dos Trabalhadores Alemães, também conhecido como Partido Nazista. 
e) De acordo com Marx e Engels, a burguesia, enquanto nova classe social que emerge no 
mundo moderno, trouxe consigo uma série de elementos que não apenas denunciaram os 
aspectos arcaicos das sociedade antigas, suas formas arquetípicas de dominação, seu 
primitivismo religioso e sua ineficácia política, como também apresentaram a modernidade 
como novo projeto de sociedade, retirando os indivíduos de sua passividade social e 
lançando-os no processo histórico de desenvolvimento de suas relações de produção. 
Comentários 
a) falso, logo de cara. Empatia pela burguesia? Não né gente, o marxismo defende a supressão 
das classes sociais, em particular porque, na visão dessa abordagem, há uma relação de 
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AULA 01 - Sociologia 
exploração econômica historicamente construída sob a qual os burgueses se apropriam da riqueza 
produzida pela sociedade. 
b) Olha só gente, a alternativa coloca uma “casca de banana” para pegar os mais desavisados. 
Quando foi a Revolução Francesa? 1789, exatamente. 
c) Falso, fora de contexto as informações dessa alternativa, pois os comunistas soviéticos vieram 
depois – no começo do século XX -, após as chamadas Revoluções Burguesas que desarticularam 
o Antigo Regime. 
d) Falso, as Revoluções Burguesas, como a francesa de 1789, defendia a liberdade, inclusive as 
liberdades políticas e civis. Outra coisa, nazismo não é sinônimo de comunismo ou extrema-
esquerda. Quer uma prova fácil dessa diferença? O programa econômico dos nazistas não 
defende a supressão do capitalismo e medidas como a expropriação dos meios de produção da 
burguesia, já os comunistas sim. 
e) é o nosso Gabarito. 
Gabarito: E 
CONSIDERAÇÕES FINAIS DAS AULA 
Queridos, minha mãe me falava umas coisas que eu carrego para minha vida. Às vezes 
compartilho. Uma delas era: Ninguém pode atrasar o que veio para vencer!!! Nem sei de onde ela 
tirou isso, mas eu carreguei comigo como amuleto. 
Nos dizeres do sociólogo Anthony Giddens, isso seria uma “sociologia prática”, isto é, um 
conhecimento que quaisquer pessoas utilizam diariamente e não pressupõe regras formas de 
entendimento. Compartilho com vocês, pois tenho certeza de que nesse momento vocês estão 
dando o seu melhor! 
E não esquece: cada dia, cada hora, cada minuto que você se envolve com a tarefa de 
adquirir mais conhecimento, gravar mais uma informação, colar mais um post it é uma riqueza 
infinita. Ninguém tira de você aquilo que está acumulado: o seu capital cultural. S2 
Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei suas perguntas rapidamente. E não se esqueça 
de que não existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta, mais conversamos e mais você 
sintetiza o conteúdo, certo! 
Também me procure nas redes sociais. Lá tem dicas preciosas para te ajudar na sua 
preparação. Um grande abraço estratégico, Alê 
 
 
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