Buscar

Prática 7 - Ratos virtuais e Casos clínicos GH e HT

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

F i s i o l o g i a M é d i c a I I I | P r á t i c a 7 - P á g i n a | 1 
 
Nathalia Crosewski – 2013.2 
PRÁTICA 7 – Ratos virtuais e Casos clínicos – GH e HT 
 
RATOS VIRTUAIS 
 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: os dados apresentados neste estudo foram obtidos a partir de 7 
diferentes grupos experimentais, sendo um grupo de animais controle (sem tratamento) e 6 
grupos que receberam tratamento hormonal. Utilizaram-se ratos machos para simplificar o estudo 
da relação entre os sistemas reprodutor e endócrino, uma vez que em fêmeas ocorrem oscilações 
de acordo com a fase do ciclo estral. Todos os grupos eram constituídos por um rato macho 
intacto e outro castrado (a castração envolve a remoção dos testículos para eliminar a produção 
da testosterona). Com exceção do controle, ambos os animais (normal e castrado) de cada grupo 
experimental foram injetados com um determinado hormônio, diariamente, durante 2 semanas. 
Ao final desse período os animais foram sacrificados e foram pesados os seguintes órgãos: 
hipófise, glândula tireóide, glândulas adrenais, timo (órgão envolvido com a resposta imune do 
organismo), testículos, próstata e vesícula seminal. O peso corporal também foi avaliado. Os 
hormônios usados no tratamento foram os seguintes: ACTH, Cortisol, LH, TSH, TRH e Testosterona. 
PROPOSTAS: determinar a identidade dos hormônios com base nas alterações no peso corporal e 
no peso de órgãos alvo específicos. Para auxiliar na determinação da identidade do hormônio 
desconhecido, é importante comparar os valores obtidos nos animais do grupo controle com os 
valores obtidos nos animais tratados com hormônios (sempre comparando intactos e castrados 
separadamente). As alterações deverão ser consideradas significativas quando a variação entre os 
ratos controle e os ratos que foram tratados com o hormônio desconhecido for superior a 20%. 
Alterações inferiores a 20% deverão ser ignoradas e atribuídas a erros experimentais ou biológicos. 
Erros experimentais incluem calibração inadequada da balança, erros na aplicação do hormônio 
ou na remoção dos órgãos. “Erros biológicos” ocorrem devido às diferenças individuais existentes 
entre os animais. Justifique as respostas dadas para cada um dos hormônios identificados, 
explicando os dados encontrados. 
 
 HORMÔNIO 1 HORMÔNIO 2 HORMÔNIO 3 
Intac. % Cast. % Intac. % Cast. % Intac. % Cast. % 
Hipófise (mg) 9,8 ↓ 24 12,7 ↓ 24 8 ↓ 38 10,8 ↓ 36 9,8 ↓ 24 12,5 ↓ 25 
Tireóide (mg) 245 - - 247 - - 500 ↑ 100 505 ↑ 102 250 - - 250 - - 
Timo (mg) 250 ↓ 47 240 ↓ 50 455 - - 461 - - 480 - - 480 - - 
Adrenais (mg) 30 ↓ 25 29 ↓ 28 37 - - 37 - - 40 - - 42 - - 
V. seminal (mg) 475 - - 220 - - 480 - - 195 - - 900 ↑ 80 210 - - 
Próstata (mg) 410 - - 80 - - 405 - - 95 - - 800 ↑ 88 90 - - 
Testículo (mg) 3200 - - - - - 2790 - - - - - 5700 ↑ 78 - - - 
Peso corporal (g) 150 ↓ 50 135 ↓ 50 152 ↓ 49 136 ↓ 50 385 ↑ 28 310 - - 
Hormônio CORTISOL TSH LH 
F i s i o l o g i a M é d i c a I I I | P r á t i c a 7 - P á g i n a | 2 
 
Nathalia Crosewski – 2013.2 
HORMÔNIO 1: é o cortisol, pois há diminuição da hipósfise e da adrenal. A hipófise esta menor 
porque o cortisol faz feedback negativo, inibindo a secreção de ACTH na hipófise. Sem ACTH, a 
adrenal também não é estimulada e diminui de tamanho. O timo diminui, pois o cortisol é um 
imunossupressor. O peso corporal diminui devido ao efeito lipolítico e proteolítico do hormônio. 
HORMÔNIO 2: é o TSH, pois há um aumento da tireoide, que libera hormônios tireoideanos (HT). 
Esses hormônios fazem feedback negativo (alça longa e curta), diminuindo a hipófise. O peso 
diminui devido ao papel dos HT na taxa metabólica basal, lipólise e um pouco na proteólise. 
HORMÔNIO 3: é o LH, PIS há um aumento do testículo, que produz testosterona. A testosterona 
estimula vesícula e próstata. No animal castrado, como não há testículo para ser estimulado, 
vesícula e próstata não crescem. A hipófise diminui por feedback negativo (alça curta quanto 
longa). O peso aumenta pois a testosterona é anabolizante. 
 HORMÔNIO 4 HORMÔNIO 5 HORMÔNIO 6 
Intac. % Cast. % Intac. % Cast. % Intac. % Cast. % 
Hipófise (mg) 15,7 ↑ 21 21 ↑ 25 10,2 ↓ 21 10,1 ↓ 40 10,1 ↓ 22 12,9 ↓ 23 
Tireóide (mg) 490 ↑ 96 495 ↑ 98 252 - - 250 - - 245 - - 250 - - 
Timo (mg) 462 - - 460 - - 470 - - 470 - - 150 ↓ 68 150 ↓ 69 
Adrenais (mg) 39 - - 38 - - 38 - - 41 - - 100 ↑ 150 95 ↑ 137 
V. seminal (mg) 480 - - 190 - - 1400 ↑ 180 1200 ↑ 500 490 - - 195 - - 
Próstata (mg) 400 - - 100 - - 900 ↑ 112 800 ↑ 841 430 - - 90 - - 
Testículo (mg) 3150 - - - - - 2400 ↓ 25 - - - 3000 - - - - - 
Peso corp. (g) 160 ↓ 47 144 ↓ 47 400 ↑ 33 485 ↑ 80 200 ↓ 33 195 ↓ 28 
Hormônio TRH TESTOSTERONA ACTH 
HORMÔNIO 4: é o TRH, pois há aumento da hipófise e da tireoide. O TRH estimula a liberação de 
TSH pela hipófise, que estimula a tireoide a liberar HT. Os HT diminuem o peso corporal. 
HORMÔNIO 5: é a testosterona, pois há aumento de vesícula seminal e próstata tanto no animal 
intacto quanto no castrado. A hipófise e o testículo diminuem pelo feedback negativo da 
testosterona. O peso aumenta, pois a testosterona é anabolizante. 
HORMÔNIO 6: é o ACTH pelo aumento da adrenal que produz cortisol. O cortisol faz feedback 
negativo na hipófise (diminuindo-a), tem efeito imunossupressor (diminui timo), efeito 
proteolítico e lipolítico (diminui peso corporal). 
 
CASO CLÍNICO – GH (ACROMEGALIA) 
 
Um homem de 48 anos procura atendimento médico com queixa de redução da libido. O paciente 
também tem notado um menor crescimento de pelos faciais. Outro fato curioso relatado pelo 
paciente foi o aumento na numeração dos seus sapatos nos últimos 6 anos. Além disso, o paciente 
se queixou de sensação de “formigamento” nos dedos e dores articulares. No exame físico, o 
médico notou que o paciente apresentava feições grosseiras, espessamento da pele e nariz 
protuberante. A língua estava aumentada (macroglossia) e os dentes apresentavam um grande 
espaçamento. Ao testar os campos visuais, o médico detectou perda dos campos visuais laterais - 
hemianopsia bitemporal. O alargamento das mãos, pés e dedos também eram evidentes. Além 
disso, o fígado e o baço também estavam aumentados. Nos exames laboratoriais, a glicemia em 
jejum foi de 140 mg/dL (ref.: 65-99 mg/dL). A concentração basal de GH foi de 10 ng/mL (Ref.: <5 
ng/mL) e não diminuiu após a administração de uma carga oral de glicose. Imagens de ressonância 
magnética solicitadas pelo médico revelaram uma grande massa hipofisária expandida. 
1. Por que o médico solicitou a mensuração dos níveis de GH? 
As evidências físicas – nariz protuberante, alargamento de mãos e pés, espessamento da pele, 
língua aumentada, espaçamento entre os dentes, hepatoesplenomegalia, feições grosseira 
(zigomático, frontal e mandíbula). 
F i s i o l o g i a M é d i c a I I I | P r á t i c a 7 - P á g i n a | 3 
 
Nathalia Crosewski – 2013.2 
2. Por que os níveis séricos de glicose estão elevados e quais alterações você esperaria encontrar 
nos níveis séricos de insulina? 
Porque o GH aumenta a glicemia ao aumenta a gliconeogênese no fígado e diminuir captação de 
glicose em tecido adiposo e músculo. A insulina estaria aumentada, estimulada pela glicemia 
elevada. 
3. Qual o efeito normalmente observado nos níveis séricos de GH após a administração de uma 
carga oral de glicose? Por que não houve alteração neste paciente? 
Diminuição nos níveis séricos de GH. Isso não ocorreu no paciente porque ele possui um tumor na 
hipófise, ou seja, o somatotrofo não responde mais ao aumento de glicose. 
4. A concentração de qual outro 
hormônio peptídico indutor de 
crescimento está possivelmente 
elevada neste paciente? Qual a 
origem deste peptídeo e quais os 
seus efeitos? 
IGF-1 (somatomedina), produzido 
no fígado em resposta a GH e 
insulina. Os efeitos incluem 
aumento da síntese proteica, 
aumento da glicemia sanguínea, 
aumento da produção de colágeno, 
aumento no número e tamanho de 
células. 
- Existe IGF-2 que é produzida emfeto, mas não é regida pelo GH. 
5. Como você explicaria a origem das dores articulares? 
Com o crescimento da cartilagem e espessamento ósseo há compressão de nervos. 
6. O que causou as alterações nos campos visuais? Explique. 
O tumor na hipófise comprimiu o quiasma óptico. 
7. Qual anormalidade hormonal poderia explicar a redução da libido e menor crescimento de 
pêlos faciais? Qual(is) a(s) possível(is) causa(s) dessa alteração nesse paciente? Qual o possível 
tratamento para essa condição? 
Uma menor secreção de LH, diminuindo o estimulo para produção de testosterona. Isso 
possivelmente esta ocorrendo no paciente porque – 1. O tumor nos somatotrofos esta 
“esmagando” os gonadotrofos, inibindo a secreção de LH. 2. As células tumorais estão secretando 
fatores paracrinos que alteram o metabolismo de células vizinhas. 
O tratamento envolveria reposição de LH (de forma pulsátil), testosterona ou GNRH (mas não se 
sabe se o gonadotrofo conseguiria responder). 
8. Quais outras alterações endócrinas poderiam ocorrer como resultado do crescimento dessa 
massa tumoral hipofisária? 
Diminuição de TSH, prolactina e ACTH. 
- Muitos tumores hipofisários não originados em lactotrofos cosecretam prolactina. 
9. Qual molécula produzida pelo hipotálamo poderia ser terapeuticamente útil nesse paciente? 
A somatostatina. 
10. Quais alterações físicas você esperaria observar no paciente após a remoção da massa 
tumoral? 
A gonodas voltariam a funcionar; o fígado voltaria ao tamanho normal; espessamento ósseo 
dificilmente regrediria (taxa de remodelamento ósseo é baixa). 
 
F i s i o l o g i a M é d i c a I I I | P r á t i c a 7 - P á g i n a | 4 
 
Nathalia Crosewski – 2013.2 
ACROMEGALIA: excesso de GH na vida adulta. Pode ocorrer por adenoma pituitário, tumor 
hipotalâmico ou tumor extrapituitário secretor de GH ou GHRH. 
GH x INSULINA: 
Ingestão de proteínas: o excesso de aminoácido no plasma estimula a secreção de GH e insulina. 
Ambas estimulam a produção de IGF-1, que aumenta a síntese de proteínas, promovendo o 
crescimento. O armazenamento calórico não é muito estimulado. 
Ingestão de carboidratos: há inibição da secreção de GH e estimulo de secreção de insulina. A 
concentração de IGF-1 não é alterada. Portanto, a síntese de proteínas e crescimento não é a 
prioridade, mas sim o armazenamento calórico. 
Jejum: com a hipoglicemia, o GH é liberado, mas a insulina esta baixa. O IGF-1 também é baixo. 
Portanto, não há síntese de proteínas e crescimento, a prioridade é para a mobilização calórica 
(ex. lipídios). 
 
CASO CLÍNICO - HT 
 
Nos últimos 3 meses, uma mulher de 34 anos tem apresentado palpitações, sudorese intensa, 
nervosismo, tremores e intolerância ao calor. A paciente também relata perda de peso (~6,5 Kg), 
apesar do aumento da ingestão alimentar. Ela também tem percebido fraqueza muscular e fadiga 
mesmo para executar tarefas com as quais está acostumada. Ela ficou 2 meses consecutivos sem 
menstruar. O exame físico revelou pulso de 110 batimentos/min em repouso e subiu para 150 
batimentos/min, com 30 segundos de rápida escalada de escada. Pressão arterial foi de 150/60 e 
apresentou 20 ciclos respiratórios/min. Sua pele estava quente e úmida, sua fala rápida, com 
tremores, com reflexos anormalmente rápidos, e apresentou dificuldade para levantar-se sozinha 
da posição de cócoras. A glândula tireóide estava aumentada. Os resultados laboratoriais 
mostraram níveis de T4 total de 26 μg/dL (V.R.: 5 a 12) e TSH sérico de 0,01 mIU/mL (VR.: 0,5 a 5). 
A paciente passou a ser tratada com propiltiouracil (PTU). Quatro semanas depois, os sintomas 
regrediram e os níveis de T4 total eram de 11 μg/dL. Doze semanas após o início do tratamento, os 
níveis de T4 total declinaram para 3,5 μg/dL e a paciente passou a relatar fraqueza, letargia e 
intolerância ao frio. Peso corporal 3 Kg acima do seu peso normal. Pulso em repouso de 54 
batimentos/min. A glândula tireóide, que havia diminuído parcialmente no início do tratamento, 
estava novamente aumentada. 
1. Os vários sintomas e achados clínicos foram causados por quais mecanismos? 
Hipertireoidismo – Doença de Graves. 
2. Na paciente em questão, como estariam os níveis de T3 antes do início do tratamento com 
PTU? Estes níveis contribuíram para o estado clínica da paciente? 
Elevado. Sim, causam todos os sintomas relatados. 
3. Por que os níveis de TSH estão tão baixos? Como você explicaria o aumento da glândula 
tireóide antes do início do tratamento? 
Porque na Doenças de Graves há auto-anticorpos contra a tireoide, que se ligam aos receptores de 
TSH, simulando a ligação do hormônio. Com isso o anticorpo estimula a célula folicular a liberar HT 
e estimula o crescimento da glândula. Os HT fazem feedback negativo na hipófise, diminuindo a 
secreção de TSH. 
4. Como você interpreta a pressão arterial de 150/60? 
+ Os HT aumentam o débito cardíaco de forma direta (aumenta cadeia pesada de miosina α [maior 
atividade ATPásica]) e indireta (aumenta expressão de receptores β-adrenérgicos [mais 
sensibilidade as catecolaminas]). 
+ Os HT diminuem a resistência vascular periférica por efeitos direto (efeitos vasodilatadores) e 
indireto (aumento do metabolismo nos tecidos; aumento de calor, CO2, H+ e outros agentes 
vasodilatadores). 
F i s i o l o g i a M é d i c a I I I | P r á t i c a 7 - P á g i n a | 5 
 
Nathalia Crosewski – 2013.2 
5. Qual o mecanismo de ação do PTU? 
Inibe a enzima tireoperoxidase, que transforma I- em I2, faz organificação e acoplamento. Com isso 
diminui a produção de T3 e T4. 
6. Qual o resultado do tratamento com PTU após 12 semanas? Como estariam os níveis de TSH? 
O PTu diminuiu demais a produção de T3 e T4 (hipotireoidismo). O TSH estaria alto. 
7. O nível de T4 total corresponde à soma das frações ligada e livre. Qual a fração 
biologicamente ativa? Como a elevação na concentração de proteínas transportadoras, como 
ocorre na gestação, poderia influenciar a interpretação de resultados de T4 total? 
A fração livre é a biologicamente ativa. Com mais proteínas transportadoras o T4 total seria maior, 
uma vez que a hipófise detecta somente o hormônio livre. Portanto quando o número de 
transportadores aumenta, ligando-se ao T4 livre, a hipófise entende que há uma diminuição do 
hormônio, aumentando TSH e consequentemente os HT, até atingir-se os níveis normais de T4 
livre. Entretanto, apesar no T4 total estar aumentado, o individuo não pode ser diagnosticado com 
hipertireoidismo, pois apenas a fração biologicamente ativa deve ser considerada. 
8. Por que a tireóide da paciente voltou a crescer? 
Porque com pouco HT a hipófise aumenta a secreção de TSH, que tem efeito trófico na tireoide.

Continue navegando