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FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NAS NEUROPATIAS Juliana Crucinsky O Cérebro Pesa cerca de 1,4 Kg •1,1 trilhão de células •100 bilhões de neurônios •Cada neurônio realiza cerca de 5000 sinapses •Cada neurônio dispara de 5 a 50 vezes por minuto •O SN interage com todo o corpo e permite a nossa interação com o mundo É responsável pelo consumo de 25% do oxigênio e da glicose, mesmo durante o sono! •Maior risco de estresse oxidativo Sinapses As sinapses fazem as informações circularem pelo corpo e estão por trás de todas as reações, voluntárias ou não, do nosso corpo. Cérebro e sistema nervoso Sistema Nervoso Central (SNC) Encéfalo Cerebelo Medula espinhal Periférico (SNP) SNP somático SNP autônomo (ou vegetativo) Simpático Parassimpático Sistema nervoso periférico (SNP): • Nervos (prolongamento dos neurônios) • Gânglios periféricos Anatomicamente o sistema nervoso divide-se em: Sistema nervoso central (SNC): • Cérebro • Cerebelo • Medula espinhal Cerebelo Substância branca: Formada pelo prolongamento dos neurônios, e células da glia. Possui essa cor por causa da mielina. Substância cinzenta: Formada pelos neurônios, axônios não mielinizados e células da glia. É na substância cinzenta que ocorrem as sinapses do SNC O encéfalo é protegido pela caixa craniana (crânio) e pelas meninges: o dura-máter (a externa) o aracnóide (a do meio) o pia-máter (a interna). Entre as meninges aracnóide e pia-máter há um espaço preenchido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou líquor. Medula espinhal • É uma extensão do cérebro – prolonga- se desde a base do crânio até abaixo das costelas • Fica protegida pela coluna vertebral e pelas meninges Localizado na parte inferior do encéfalo, Conduz os impulsos nervosos do cérebro para a medula espinhal e vice-versa. Produz os estímulos nervosos que controlam as atividades vitais (movimentos respiratórios, os batimentos cardíacos) e os reflexos, como a tosse, o espirro e a deglutição. Tronco encefálico Barreira hematoencefálica Formada por capilares que possuem menor permeabilidade entre as tight junctions entre as células endoteliais Barreira funcional e protetora, que dificulta a passagem de determinadas substâncias (antibióticos, agentes químicos e toxinas) do sangue para o tecido nervoso. Tight junctions Células endoteliais Microveias cerebrais Células sanguíneas Células do sistema nervoso Cérebro e sistema nervoso Sistema Nervoso Central (SNC) Encéfalo Cerebelo Medula espinhal Periférico (SNP) SNP somático SNP autônomo (ou vegetativo) Simpático Parassimpático Sistema Nervoso Periférico Constituído: • Nervos: feixes de fibras nervosas envoltas por tecido conjuntivo • Gânglios: aglomerados de corpos de neurônios fora do SNC Função: • Conectar o SNC as diversas partes corpo do animal. Sistema Nervoso Parassimpático Sistema Nervoso Simpático Luta e fuga Descanso e digestão • Neurônios possuem grande quantidade de mitocôndrias e de lipídios: • Grande risco de estresse oxidativo e peroxidação lipídica!!! Bainha de mielina – camada lipídica que reveste os axônios. Atua como isolante elétrico, otimizando o impulso nervoso (potenciais de ação) Células do Sistema Nervoso Junqueira e Carneiro. Histologia Básica. 12ed. Células da Glia (neuroglia) Oligodendrócitos – se “enrolam” em volta dos axônios, no SNC, onde produzem a bainha de mielina. Ependimócitos – células epiteliais que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal. Podem ser ciliadas, para facilitar a movimentação do líquido cefalorraquidiano Células de Schwann – mesma função dos Oligodendrócitos, porém se localizam no SN periférico. Astrócitos - possuem forma de estrela. Tem função de sustentação e controle da composição de íons e moléculas do ambiente extracelular. Micróglia – células fagocitárias. Atuam na inflamação e reparação do SNC. Secretam citocinas e removem restos celulares decorrentes de lesões neuronais. Micróglia Células do Sistema imune • Sistema mononuclear fagocitário do SNC São células fagocitárias • Derivam de precursores trazidos da medula óssea pelo sangue. • Quando ativadas, transformam-se em macrófagos e em células apresentadoras de antígenos Ativada na presença de eventos patológicos no SNC • Atua na inflamação e reparo do SNC Na presença de inflamação, secretam: • Citocinas reguladoras da imunidade, • Mediadores inflamatórios • EROs, ERNs • Removem restos celulares decorrentes de lesões no SNC Junqueira e Carneiro. Histologia Básica. 12ed. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Neurônios e Sinapses Sinapses são as responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos. São os locais de contato entre 2 neurônios ou entre um neurônio e outra célula muscular ou glandular. Transmissão do Impulso Nervoso (Potenciais de Ação) Quando o potencial de ação (descarga elétrica) chega na terminação do axônio, promove a liberação dos neurotransmissores armazenados, que vão estimular ou inibir outros neurônios ou células não neurais, como as musculares e glândulas. Na nova sinapse – há uma descarga elétrica (potencial de ação) e liberação de outro neurotransmissor e assim em diante. Sinapses elétricas Sinapses Elétricas • Transmitem informação instantaneamente de uma célula para outra, com transferência direta de corrente elétrica entre a célula pré-sináptica e a pós-sináptica. • São particularmente úteis quando a velocidade e a precisão na transmissão do impulso são fundamentais, como, por exemplo, no músculo cardíaco e no músculo liso. Sinapses químicas Sinapses Junqueira e Carneiro. Histologia Básica. 12ed. A maioria dos neurotransmissores são aminas, aminoácidos ou pequenos peptídeos (neuropeptídios). Ex: acetilcolina, noradrenalina, serotonina, etc Terminal pré-sináptico Região pós-sináptica 1) A despolarização da membrana pré- sináptica induz... 2) Breve abertura dos canais de cálcio... 3) O influxo de cálcio promove a exocitose das vesículas sinápticas com...... 4) A liberação do neurotransmissor. 7) Recuperação de membrana pelas vesículas 5) O neurotransmissor reage com os receptores e... 6) Promove a despolarização da membrana pós-sináptica Sinapse química Plasticidade Sináptica Capacidade dos neurônios de modificar suas sinapses: • Fundamental para as funções cognitivas (memória e aprendizado). Sinapses se modificam a partir da interação com o meio ambiente: • Pode ocorrer reforço da sinapse (ao estudar novamente o mesmo conteúdo) • Enfraquecimento ou desaparecimento da sinapse (quando nunca mais se estuda determinado conteúdo) • Formação de novas sinapses (quando se adiciona novas informações sobre um conteúdo conhecido). Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Neurotransmissores Substâncias químicas sintetizadas e estocadas em neurônios pré-sinápticos. São liberados sob estímulo e exercem seus efeitos após ligação com receptor específico no neurônio pós-sináptico Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Neurotransmissores primários Glutamato • Principal neurotransmissor excitatório GABA (ácido gama amino butírico) • Principal neurotransmissor inibitório Neuromoduladores Serotonina • Regula o humor, o sono e a digestão. Dopamina • Relação com recompensa e atenção. Norepinefrina e epinefrina • Alertam e excitam Acetilcolina • Estimula a vigília e o aprendizado Neuropeptídeos Opióides • Reduzem o estresse, aliviam a dor, geram sensação de bem estar – ex: endorfinas Oxictocina • Promove o comportamentode cuidado e carinho com crianças e o estreitamento de laços entre os casais • Associada com relacionamentos felizes e amor Estrogênio • O cérebro de homens e mulheres contém receptores de estrogênio • Afeta a libido, o humor e a memória Outros neuroquímicos Vasopressina • Mantém o vínculo com o companheiro • Em homens, pode gerar agressividade contra rivais sexuais Cortisol • Liberado pelas adrenais durante a reação de estresse • Estimula a amígdala cerebelar e inibe o hipocampo Ações dos principais neurotransmissores Glutamato Neurotransmissor excitatório, capaz de atuar sobre todos os neurônios. Quando usado como neurotransmissor, é sintetizado a partir da glutamina e do alfa- cetoglutarato na glia Ao ser liberado durante uma sinapse, é captado pelas células gliais vizinhas por uma bomba de recepção (transportador de aminoácidos excitatórios – EAAT). Após ser recaptado, é convertido em glutamina pela enzima glutamina sintetase, nas células da glia, para ser armazenado e não ser desviado para fora da neuróglia para síntese protéica. A glutamina pode ser transportada e pode retornar, onde é convertida em glutamato, pela enzima glutaminase, para atuar como neurotransmissor. Quando o glutamato é liberado, suas ações não são interrompidas por decomposição enzimática, maas sim por remoção das EAAT em neurônios ou células gliais. Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Glutamato - ações Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 É produzido no córtex cerebral e está envolvido em: • Plasticidade sináptica • Aprendizado • Memória Necessita de uma transmissão bem regulada pois se estiver em excesso, torna-se neurotóxico e causa morte neuronal. Concentrações alteradas de glutamato estão presentes nas seguintes patologias: • Depressão • Epilepsia • Esquizofrenia • ELA (esclerose lateral amiotrófica) GABA (ác γ-aminobutírico) Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Principal neurotransmissor inibitório. Entretanto, em algumas situações (inicio e durante a fase crônica da epilepsia, por exemplo) atua como excitatório. Sintetizado a partir do glutamato, pela enzima glutamato descarboxilase, dependente de B6 Auxilia na regulação de diversas funções fisiológicas, incluindo funções do TGI. Alterações na neurotransmissão gabaérgica podem estar associadas a algumas patologias: •Autismo •Epilepsia •Transtorno bipolar •Esquizofrenia Aminas vasoativas: Adrenalina, noradrenalina, dopamina Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. São produzidas a partir do aminoácido tirosina. São degradadas pela enzima monoamino oxidase (MAO). Muitos medicamentos para tratamento de distúrbios psiquiátricos agem inibindo a MAO, para evitar a destruição das monoaminas. Dopamina Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Neurotransmissor monoaminérgico, derivado da tirosina, importante para o controle do sistema de recompensa Produzida pelas células da substância nigra Disfunções nas vias dopaminérgicas causam: • Anedonia • Melancolia • Alterações cognitivas • Esquizofrenia • Transtorno bipolar • TDAH Diminuição da dopamina causa: • Doença de Huntington • Parkinson Contém as células produtoras de dopamina Células possuem neuromelanina – são mais pigmentadas. A degeneração destes neurônios é a principal causa da doença de Parkinson. Dopamina L-tirosina L- dopa Tirosina hidroxilase (tetra-hidrobiopterina, O2) DOPA descarboxilase B6 B9, B12 Sinapse Após a sinapse: 1) Dopa é recaptada pelo neurônio pré-sináptico; 2) Dopa é degradada (na fenda sináptica ou no citoplasma do neurônio) pela MAOB e aldeído desidrogenase (formando ácido de-hidrofenilacético, que será metilado pela enzima catecol-O- metiltransferase (COMT), formando ácido homovanílico. Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Noradrenalina (ou norepinefrina) Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Neurotransmissor monoaminérgico, também derivado da tirosina, importante para: • Controle de funções autonômicas e endócrinas • Aprendizado • Memória • Regulação do estado afetivo É produzida no córtex da glândula adrenal Principal neurotransmissor liberado por neurônios simpáticos pós-ganglionares em tecidos periféricos. Principais efeitos da nora fora do SNC: • Aumenta a frequência e contratilidade cardíaca • Aumento do tônus vascular • Aumento da atividade do sistema renina-angiotensina e reabsorção renal de cálcio Dopamina L-tirosina L- dopa Tirosina hidroxilase DOPA descarboxilase B6 B9, B12, O2 Ascorbato, O2 Noradrenalina Dopamina β-hidroxilase Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Adrenalina (ou Epinefrina) Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Neurotransmissor monoaminérgico produzido a partir da noradrenalina, importante para: • Controle de funções autonômicas e endócrinas Produzida no SNC e na medula adrenal, em situações de estresse Dopamina L-tirosina L- dopa Tirosina hidroxilase DOPA descarboxilase B6 B9, B12, O2 Feniletanolamina N- metil transferase Ascorbato, O2 Noradrenalina Adrenalina Dopamina β- hidroxilase SAMe SNC ou medula adrenal (em situações de estresse – ativação do eixo hipotálamo-hipófise- adrenal) Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Serotonina (5- hidroxitriptamina ou 5-HT) Neurotransmissor monoaminérgico, sintetizada a partir do triptofano • Triptofano circula ligado à albumina e precisa competir com outros aminoácidos para atravessa a barreira hematoencefálica – leucina, isoleucina, valina, tirosina, fenilalanina e metionina. • Obs: suplementar triptofano no mesmo momento que estes aa, não funciona! Função no controle: • Da ingestão alimentar, • Termorregulação, • Ciclo de sono e vigília, • Memória • Regulação do humor • Motilidade intestinal Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 5-Hidroxitriptofano 5-Hidroxitriptamina (serotonina) N-Acetil-5- Hidroxitriptamina N-Acetil-5- Metoxitriptamina (melatonina) Descarboxilase 5-Hidroxitriptamina N-acetiltransferase Hidroxi-indole Metiltransferase B6 NAC Mg2+ Radogna F, Diederich M, Ghibelli L. Biochem Pharmacol. 2010 Dec 15;80(12):1844-52. TNF-α IFN-γ Triptofano IDO Via das Quinureninas: Ác. Quinolínico Ác. Quinurênico Nicotinamida Glândula Pineal B9, B12, NADPH, O2 Fe ou Cu Vesículas sinápticas Sinapse 5-Hidroxitriptofano 5-Hidroxitriptamina (serotonina) N-Acetil-5- Hidroxitriptamina N-Acetil-5- Metoxitriptamina (melatonina) Descarboxilase 5-Hidroxitriptamina N-acetiltransferase Hidroxi-indole Metiltransferase B6 NAC Mg2+ Radogna F, Diederich M, Ghibelli L. Biochem Pharmacol. 2010 Dec 15;80(12):1844-52. Triptofano Glândula Pineal B9, B12, NADPH, O2 Fe ou Cu Vesículas sinápticas Sinapse Após a sinapse a [serotonina] ↓: 1) Recaptação pelos transportadores de serotonina (SERT); 2) Degradação pela MAO na fenda sináptica e pela áldeidodesidrogenase – formando ácido 5- hidroxi-indolacético (eliminado na urina) Serotonina Também produzida fora do SNC: • Nas plaquetas – armazenam a serotonina para evitar concentrações elevadas no plasma. Captação ocorre rapidamente, por um mecanismo saturável que envolve os receptadores de serotonina (SERT) – pode ser apenas armazenada ou degradada pela MAO (monoamina-oxidase). • No intestino (células enterocromafins) - 95% de toda a serotonina produzida Produção regulada por estímulos neurais vindos do SN entérico • Principal função: auxiliar no controle dos reflexos peristálticos e secretórios do intestino. Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Glândula Pineal Melatonina (N-Acetil-5- Metoxitriptamina) Escuridão Melatonina Regulação do ritmo circadiano (sono-vigília) • Correção dos distúrbios relacionados ao jet-lag Ação antioxidante e anti-amiloidogênica • Prevenção do estresse oxidativo • Prevenção da dç de Alzheimer Regulação da produção de insulina, glucagon e cortisol • Aumenta o gasto energético, principalmente do tecido adiposo marrom • Possível ação antiobesogênica Baixa produção está associada a: • Resistencia insulínica, DM2, síndrome metabólica • Dislipidemia • Obesidade Melatonina - Possíveis aplicações clínicas: Tratamento da enxaqueca Depressão Doenças metabólicos e SOP Ação antitumoral e antimetastático DM2 / síndrome metabólica / obesidade Ações da melatonina: Controla a produção de mediadores inflamatórios Melhora a cicatrização Potente ação antioxidante – neutralização dos RL em tecidos inflamados Modula atividade das enzimas catalase, glutationa peroxidase e SOD ↓ Risco de HAS, aterosclerose, câncer e efeitos do envelhecimento Eixo hipotálamo-hipófise (ou pituitária) – adrenal (eixo HPA) Vasopressina e hormônio liberador de corticotropina (HLC) (produzidas no hipotálamo) controlam o eixo HPA: Estimulam a secreção de ACTH (hormônio adrenocorticotrópico) pela hipófise. ACTH estimula a adrenal a produzir glicocorticoides (no córtex adrenal) Os glicocorticoides se ligam a seus receptores em múltiplos tecidos-alvo, incluindo o eixo HPA, onde inibem (feedback negativo) a produção de ACTH (na hipófise) e do HLC (no hipotálamo). Os glicocorticoides regulam a função de quase todos os tecidos corporais, porém seus efeitos fisiológicos mais conhecidos são sobre a regulação do metabolismo energético . Os efeitos antiinflamatórios e imunossupressores dos glicocorticóides são evidentes em doses farmacológicas, ao passo que, fisiologicamente, esses hormônios possuem um importante papel regulatório no sistema imunológico. Cortisol Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Algumas horas do despertar, há um pico de ACTH, que estimula a liberação de cortisol Cortisol se opõe à ação da melatonina Também é secretado em presença de estressores (estresse físico, emocional, hídrico, alimentar, jejum, etc) • Há liberação de hormônio liberador de corticotrofina (CRH) e de vasopressina em neurônios do núcleo paraventricular do hipotálamo, em resposta ao estresse, estimulando a síntese de cortisol na adrenal Cortisol Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Cortisol Formação de osso / reabsorção óssea Tecido conjuntivo Resposta inflamatória Filtração glomerular Mantém debito cardíaco / tônus arteriolar Facilita maturação do feto Modula o estado de vigília Massa muscular Fatores que aumentam a produção de Cortisol . Naves. Nutrição Clínica Funcional: Modulação hormonal. 1ed., 2010 Cortisol Dieta PTN e CHO Jejum Estresse físico Exercício intenso Privação do sono Álcool Cafeína Sódio Fatores que modulam a produção de Cortisol . Naves. Nutrição Clínica Funcional: Modulação hormonal. 1ed., 2010 Cortisol CHO Ômega-3 (1,8g DHA) Chocolate (40g teor cacau) Teanina (chá verde Beta- sitosterol (abacate e oleaginosas) Triptofano A evolução do cérebro e do SN • O cérebro e o SN evoluíram de acordo com a evolução das espécies no planeta – ambiente estressor Raciocínio, reflexão e planejamento. Inibe o sistema límbico Emoções, percepções não conscientes, comportamento social Primitivo: Instinto e sobrevivência Níveis de desenvolvimento do cérebro Cérebro primitivo ou reptiliano • Surge no embrião por volta da terceira semana de gestação – formado pelo tronco cerebral (bulbo, cerebelo, ponte e mesencéfalo) • Responsável pelas emoções mais primárias (fome e sede)e Instinto de sobrevivência. • É reativo • Primeiro nível de organização cerebral – reflexos simples, como nos répteis. Sistema Límbico Gânglios da base • Ligados à recompensa, busca por estímulos e movimentos Hipocampo • Forma novas memórias e reconhece ameaças Amígdala cerebelar • É um “alarme”, que responde a estímulos negativos ou dotados de alta carga emocional Hipotálamo • Regula impulsos primários, como desejo e sexo, luta ou fuga, produz oxitocina e ativa a glândula pituitária (ou hipófise) Hipófise (glândula pituitária) • Produz endorfinas, ativa os hormônios do estresse, armazena e libera oxitocina Crucial para a emoção e a motivação. Seus principais componentes são: Amígdala • Inicia a resposta ao estresse Cortisol • Estimula e sensibiliza a amígdala – reação, estímulo do modo “luta ou fuga”. • Inibe a ativação do hipocampo • Produção desregulada está associada ao aumento de peso Forma e recupera as memórias contextuais Inibe a amígdala Inibe a produção do cortisol Estimulado com meditação • A camada mais externa do cérebro e cheia de reentrâncias,( sulcos e giros) chama-se córtex cerebral, o responsável pelo pensamento, visão, audição, tato, paladar, fala, escrita, etc. • CÓRTEX: é a maior região do cérebro sendo responsável pela integração das informações motoras, sensitivas e associativas. Além de ser responsável por respostas somáticas e vegetativas !!! Córtex cerebral • Divide-se em dois hemisférios, que trabalham em conjunto, ligados pelo corpo caloso: Hemisfério esquerdo evoluiu focado nos processos sequenciais e linguísticos. Hemisfério direito assumiu os processos holísticos e visuais- espaciais Estruturas cerebrais Córtex cingulado anterior ou giro cingulado • Fixa a atenção, monitora planos e ajuda a integrar pensamento e sentimento Ínsula • Percebe o estado interno do corpo, incluindo sensações instintivas; • Ajuda a ter empatia • Situada no interior dos lobos temporais de cada lado da cabeça Tálamo • Principal estação transmissora de informações sensoriais Tronco cerebral • Envia neuromoduladores como serotonina e dopamina para o restante do cérebro Corpo caloso • Passa informações entre os dois hemisférios cerebrais. Cerebelo Corresponde a 10% do volume total do cérebro: • Contém cerca de metade dos neurônios do cérebro Responsável pela manutenção de: • Equilíbrio, • Movimentos voluntários, • Aprendizagem motora, • Tônus muscular, • Visão, olfato e audição. Lesões (causadas por hipóxia, alcoolismo, etc) – são dificilmente tratadas e revertidas causando: • Comprometimento dos movimentos e sua precisão • Diminuição do tônus muscular, • Mudanças posturais, • Alteração da marcha e do equilíbrio, etc. Desenvolvimento do sistema nervoso • Na terceira semana da gestação, o sistema nervoso do embrião começa a se formar. • Déficits nutricionais maternos afetam negativamente sua formação e contribuem para má formações e para problemas no período pós natal!Desenvolvimento do SN Nutrientes que têm maior importância na fase do neurodesenvolvimento: • proteínas • glicose • lipídios • ferro • cobre • iodo • selênio • vitamina A • colina • folato os efeitos de qualquer distúrbio (carência ou excesso) nutricional dependerão de vários fatores!! Déficits nutricionais precoces - prejuízos na proliferação celular Déficits mais tardios - prejuízos na diferenciação celular: tamanho e complexidade dos neurônios sinaptogênese arborização dendrítica • Evidências de que déficits nutricionais em períodos críticos podem ser responsáveis por prejuízos na anatomia, fisiologia e habilidades cognitivas que dependem da integridade anátomo-funcional do SNC • Alguns destes prejuízos podem persistir, ainda que atenuados, mesmo após a correção dos déficits nutricionais não podemos deixar de levar em conta fatores de proteção tais como resiliência e estimulação ambiental/parental Desenvolvimento do SN Proteínas Principal componente estrutural do cérebro Fundamental para a formação de: Órgãos, Músculos, Células do sistema imunológico, Hemácias e Hormônios protéicos. Glicose Principal fonte de energia para o cérebro A hipoglicemia (reativa ou não) causa: • Aumento da liberação de glucagon, adrenalina e cortisol – sintomas adrenérgicos • Liberação de IL-6 - inflamação • no feto e no recém nascido prejudica o funcionamento e o desenvolvimento cerebral Sintomas de hipoglicemia: • Sonolência / letargia / dificuldade de concentração • Alterações de humor / irritabilidade / ansiedade • Taquicardia / sudorese / tremores • Sensação de desmaio / tonturas • Queda do nível de consciência / convulsões Hiperglicemia • Inflamação (inclusive no cérebro) • Morte neuronal – estímulo à excitotoxicidade glutamatérgica e estresse oxidativo e nitrosativo Ácidos Graxos Lipídios na dieta materna e na alimentação do bebê são fundamentais para o desenvolvimento do SNC e mielinização. Ácidos graxos poliinsaturados pertencentes às famílias ômega-3 e ômega 6, são importantes na estrutura da membrana neuronal, sinaptogênese e mielinização DHA: •Ácido graxo estrutural na matéria cinzenta do cérebro que promove comunicação entre as células nervosas por permitir sinapses para mantê-las leves e funcionais. Por ajudar a construir as bainhas de mielina ao redor das fibras nervosas, o DHA facilita a neurotransmissão química. Ele ajuda o cérebro a monitorar o humor bem como a memória. •Como um componente do leite humano, o DHA promove inteligência aumentada nas crianças. Ferro Deficiência no período fetal e neonatal: • redução no metabolismo oxidativo no hipocampo e córtex frontal • aumento no conteúdo intracelular (neuronal) de glutamato • redução concentração de dopamina no corpo estriado • alteração no perfil dos ácidos graxos e da mielina • alterações na neurogênese • anormalidades na diferenciação celular, principalmente de oligodendrócitos Estas alterações parecem ser duradouras e resistentes à oferta posterior do ferro Ferro Ferro incorporado pelo feto durante o último trimestre necessário para processos básicos: •mielinização •produção de neurotransmissores •metabolismo energético Ocorrem alterações nas vias dopaminérgicas anormalidades na síntese e catabolismo das monoaminas e redução na atividade da citocromo-oxidase com alterações metabólicas no hipocampo •esses processos biológicos afetados pela carência em ferro não são excludentes e podem ser cumulativos Deficiência de ferro se relaciona com alterações do desenvolvimento mental mesmo na ausência de anemia alterações de conduta diminuição das medidas de inteligência Zinco Nutriente essencial e abundante no cérebro 10% a 15% do total presente se localizam no interior das vesículas pré- sinápticas de certos terminais glutaminérgicos No sistema límbico a privação em zinco afeta a homeostase desse metal no cérebro e, por consequência as regiões ricas em vesículas contendo zinco, como o hipocampo, podendo levar à disfunções na aprendizagem e olfativas Cobre Elemento essencial para: • proteínas envolvidas no metabolismo energético • metabolismo da dopamina • atividade antioxidante • aproveitamento do ferro pelo cérebro no período fetal e neonatal Obs: em roedores o cerebelo parece ser particularmente sensível ao déficit pré-natal em cobre levando a efeitos duradouros sobre a função motora, equilíbrio e coordenação Iodo Importante para a função tireoidiana Produção baixa ou mesmo nula de hormônios tireoidianos. • Mais raramente pode ocorrer produção normal, porém resistência à sua ação. Pode haver deficiência de selênio associada à de iodo. Deficiência materna – hipotireoidismo congênito. Obs: a tireoidite de Hashimoto, correlacionada à toxicidade por iodo, se não tratada, também pode causar HC Hipotireoidismo Congênito Nas crianças com HC a tireoide é reduzida, localizada em outra região, principalmente abaixo da língua, ou pode ser inexistente. • Em menor frequência, apesar de a glândula ter se desenvolvido normalmente, ela não funciona de maneira adequada. Em qualquer dessas situações, o crescimento e o desenvolvimento intelectual podem ficar comprometidos se o diagnóstico da doença e o tratamento forem feitos tardiamente. As crianças não tratadas precocemente têm o crescimento e desenvolvimento mentais seriamente comprometidos, ficando com: • Hipotonia muscular • Dificuldades respiratórias, • Cianose, • Icterícia prolongada, • Constipação, • Bradicardia, sopro cardíaco • Anemia, • Sonolência excessiva, • Choro rouco, • Hérnia umbilical, • Alargamento de fontanelas, • Mixedema, • Dificuldade na alimentação com deficiente crescimento de peso e estatura, • Atraso na dentição, retardo na maturação óssea, • Pele seca e sem elasticidade, • Atraso de desenvolvimento neuromotor e retardo mental. Colina É uma amina, precursora de diversos metabólitos Fosfatidilcolina, que é um fosfolipídio, é a principal forma encontrada nos alimentos e no corpo humano e nos animais (carne é uma boa fonte). Metabólitos da colina são fundamentais para a divisão celular da glia, crescimento dos axônios e dendritos, formação de sinapses e mielinização Parte da colina ingerida é convertida em acetil colina, um neurotransmissor A disponibilidade de colina no útero e no período pós natal produz as ultimas mudanças no sistema nervoso relacionadas à memória e a função cognitiva ao longo da vida. • Em ratos, a suplementação materna com colina na gestação (e durante a amamentação) de filhotes com síndrome de Down, é capaz de melhorar os níveis de atenção e as respostas emocionais Colina Principais funções fisiológicas: • Formação da bile • Estabilidade e estrutura das membranas • Biossíntese e secreção de VLDL • Doadora de grupo metil (fígado e nos rins) • Desenvolvimento cerebral e cognição • Sinalização celular - acetilcolina A deficiência de colina causa: • Aumento das transaminases, • Disfunção mitocondrial, • Estresse oxidativo no DNA Acetilcolina Modula o processo cognitivo, atenção e memória Controla o funcionamento de diversos órgãos como coração, pulmões, glândulas endócrinas e exócrinas, intestino e bexiga. Na doença de Alzheimer há deficiência na produção de acetilcolina e na função colinérgica Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Acetilcolina (Ach) A acetilcolina (Ach) é sintetizada a partir da colina e do acetil-CoA, pela ação da enzima colina acetiltransferase. Neurônios colinérgicos são os que utilizam a Ach Após a liberação das vesículas sinápticas contendo Ach, a enzima colinesterase degrada a Ach não utilizada na sinapse • Agentes inibidores da colinesterase causam paralisia – ex: gases parasilsantes, medicamentos para tratamento de glaucoma e miastenia grave Funções:termorregulação, ingestão de alimentos, memória e atenção • Na Doença de Alzheimer, há morte de neurônios colinérgicos e por isso, ocorre perda da memória Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Folato Os defeitos do fechamento do tubo neural (DFTN) são malformações congênitas freqüentes que ocorrem devido a uma falha no fechamento adequado do tubo neural embrionário, durante a quarta semana de embriogênese. Apresentam um espectro clínico variável, sendo os mais comuns a anencefalia e a espinha bífida. • A anencefalia é a ausência completa ou parcial do cérebro e do crânio. • A espinha bífida, prejudica ou mesmo impossibilita que a criança fique de pé ou ande. Os defeitos mais graves são incompatíveis com a vida enquanto a espinha bífida ou mielomeningocele pode acarretar graus variáveis de paralisia e ausência da sensibilidade abaixo da lesão medular, como em pernas e na bexiga. Clinicamente, a deficiência em vitamina B6 é manifestada frequentemente por alterações no SNC relacionadas com seu papel como uma coenzima na biossíntese de neurotransmissores. Assim, ocorre alteração na produção de neurotransmissores como: • Dopamina, • Serotonina e • GABA Os sintomas de deficiência também estão relacionados ao acúmulo de metabólitos anormais de triptofano no cérebro, o que ocorre na deficiência de B6 A deficiência de B6 também está relacionada à hiperhomocistéinemia Principais sintomas: • Hiperirritabilidade • Convulsões epiléticas • Depressão • Confusão PIRIDOXINA Paediatric and Perinatal Epidemiology, 2012, 26 (Suppl. 1), 55–74 Interventions with Vitamins B6, B12 and C in Pregnancy. CIANOCOBALAMINA (B12) Deficiência de vitamina B12 durante a gravidez tem sido associada a resultados fetais e neonatais adversos, defeitos mais notavelmente do tubo neural (DTN) e atraso na mielinização Sintomas de deficiência: • Anemia megaloblástica • Défict cognitivo • Formigamento e dormência das extremidades, • Anormalidades da marcha, • Distúrbios visuais, • Perda de memória • Demência. Valor de referência : 211-911 pg/ml. Baixa ingestão / má absorção de nutrientes B12 - Anemia perniciosa • Causas: baixa ingestão (ex: dietas vegetarianas) e má absorção (ex: doença celíaca, cirurgia bariátrica) B1 (Tiamina) - Síndrome de Wernicke-Korsakoff • Causa: consumo excessivo de CHO / baixo de B1, alcoolismo, anorexia nervoso, doenças disabsortivas (ex: DC) e HIV+. B3 (Niacina) - Pelagra • Sindrome dos 3 Ds: dermatite, diarreia e demência Folato – anemia megaloblástica • Risco de doenças cardiovasculares (homocisteína), depressão, polineuropatia Anemia perniciosa (deficiência de B12) Causas: • Deficiência de fator intrínseco (gastrite autoimune) • Má absorção • Baixa ingestão. Quadro clínico clássico: • Anemia macrocítica • Déficit neurológico e • Atrofia epitelial da língua. Deficiência de B12 - Tratamento Inicial: B12 intramuscular (prescrição médica). Manutenção: B12 sublingual (em caso de má absorção) ou cápsulas + alimentação com fontes de B12 Dieta rica em B12 Deficiência de B12 - Sintomas Fadiga / Respiração curta Hipotensão ortostática Sensação de formigamento/ parestesias / “agulhadas” nas mãos e pés / Dificuldade de caminhar: • Espasmos e contraturas musculares • Sinal de Lhermitte (sensação de choques que percorrem a coluna cervical e dorsal, com irradiação para os MMSS e MMII quando o paciente realiza a flexão da coluna cervical); • Marcha sem firmeza - fraqueza e perda da propriocepção e do senso postural. • Com a progressão, surge rigidez e fraqueza das pernas, reflexos rápidos dos joelhos e sinal de Babinski (extensão dos pododáctilos em forma de leque, quando um estímulo táctil não doloroso é aplicado à sola lateral do pé. Junto com a extensão do hálux, os outros dedos do pé afastam-se entre si). Diarreia, incontinência urinária e fecal Irritabilidade Deficiência de B12 - Sintomas Apatia / sonolência / confusão mental / instabilidade emocional / depressão Sintomas neuropsiquiátricos: Comportamento maníaco-depressivo Declínio progressivo da memória cognitiva, da orientação, Demência Neuropatia ótica / deficiência visual Neuropatias cranianas: Rouquidão por paralisia das cordas vocais, Distúrbios do paladar (disgeusia) e do olfato, tinido, Dores noturnas, limitação do olhar fixo lateral ou ascendente, Disfunção cerebelar e distúrbios do movimento. Sintomas em estágio mais avançado: •Lesões no SNC (na bainha de mielina dos nervos ópticos, substância branca do cérebro e nos nervos periféricos), •Paraplegia atáxica, com espasticidade e contraturas - rigidez progressiva e contração dos MMI •Paraplegia flácida (perda de tônus muscular, anestesia cutânea e abolição dos reflexos tendinosos), com comprometimento grave do nervo periférico Mecanismos patogenéticos da homoscisteína no cérebro Risco de doença e lesão cerebrovascular Prejuízo à vasodilatação endotélio-dependente Diminui a síntese de DNA endotelial Aumenta expressão de mediadores inflamatórios Altera expressão de genes reguladores do crescimento e diferenciação celulares Inibe a NO sintetase Prejudica o potencial antioxidante Aumenta a síntese de tromboxano e a agregação plaquetária Neurotoxicidade direta Estresse oxidativo aumentado, e potencial antioxidante prejudicado Depleção de NAD Ativação da caspase e apoptose neuronal Excitotoxicidade mediada por NMDA (N-metil D-Aspartato). Homocisteína (Hcy) e doenças neuropsiquiátricas AVC Demência vascular Alzheimer • Níveis elevados determinam o índice de progressão da doença, em função da neurotoxicidade da Hcy Déficit cognitivo • Hcy parece correlacionar-se com déficit cognitivo na ausência de quadros demenciais. Depressão Epilepsia • Hcy risco de convulsões. Parkinson Deficiência de B1 - Beribéri Principais manifestações: • Neuropatia periférica axonal sensoriomotora (beribéri seco) e • Lesão cardíaca (beribéri Shoshin ou beribéri úmido) que causa edema. População afetada: • Etilistas crônicos, • Idosos desnutridos e • Gestantes em função da hiperêmese gravídica. Causas: • Dietas ricas em carboidratos e deficientes em tiamina. • Os sintomas de deficiência começam a se manifestar após 18 dias de baixa ingestão. Deficiência de B1 - Beribéri Ações da tiamina • Produção de energia em todos os tecidos metabolicamente ativos, principalmente musculo esquelético, coração, fígado, rins e cérebro. • É uma coenzima do complexo da enzima piruvato desidrogenase mitocondrial (piruvato desidrogenase e α-cetoglutarato desidrogenase) e para a transcetolase. • A perda da atividade da enzima α-cetoglutarato desidrogenase, por deficiência de tiamina, gera alterações na produção de neurotransmissores como GABA, glutamato e aspartato. • Além disso, a tiamina está ativa nos neurônios, nas membranas dos axônios e no transporte de sódio nas membranas neuronais. Neuropatia do beribéri: • Começa devagar, com formigamento dos dedos dos pés, sensação dolorosa de pés em queimação ou sensação de frio, e incapacidade de manter os pés aquecidos. • Também surge pode ocorrer sensibilidade da panturrilha e dores agudas com sensação de agulhadas nos pés ao andar. • Em crianças pode surgir afonia, em função do comprometimento dos nervos laringeais. • O beribéri segue um padrão progressivo, com comprometimento de sensações superficial e profunda, além de fraqueza motora. Tratamento: • 100 mg de tiamina via intramuscular, por 10 dias seguidos e manutenção permanente por via oral. SWK – Síndrome de Wernicke-Korsakoff Encefalopatia de Wernicke: • Tríade de distúrbios da consciência (encefalopatia), visual (nistagmo) e da marcha (ataxia ou movimento debilitado) Psicose de Korsakoff: • Amnésia, diminuição da memória, prejuízo na função cognitivaTratamento: • Suplementação com tiamina (parenteral, 50 a 100mg, principalmente se houver má absorção), • Suspensão / tratamento da causa de deficiência Pelagra – 3 D – deficiência de Niacina Causas: • Baixa ingestão de niacina e triptofano, alimentação baseada no milho (que é pobre em B3), alcoolismo, tratamento da tuberculose com Isoniazida, quimioterapia Sintomas: • Fotossensibilidade, lesões na pele semelhantes a queimaduras solares, que tendem a escurecer • Náuseas, perda do apetite e diarreia. Inflamação da mucosa de todo o TGI e genitais, começando pela língua; acloridria; • Alterações mentais – cansaço, insônia e apatia precedem a encefalopatia (confusão, desorientação, alucinações, amnésia e inclusive psicose maníaco- depressiva). Tratamento: • Suplementação de niacina (doses 25 x a dose diária recomendada. • Suplementar B1, B2 e B6 e ácido pantotênico porque as deficiências destas vitaminas produzem alguns sintomas semelhantes aos da pelagra. Niacina (vitamina B3) Niacina é o precursor do NAD (nicotinamida adenina dinucleotídeo) NAD – cofator em inúmeras reações de oxidação-redução, reparo do DNA, transcrição gênica e funções regulatórias Altas doses (3 a 5g): • HDL, LDL , VLDL, triglicerídios Sintomas de deficiência: • Fraqueza, anorexia, indigestão, lesões no SNC, produção de HCl, absorção de B12, gordura, glicose; • Lesões bilaterais na pele Metais pesados / tóxicos Mercúrio Depleta glutationa: • Prejudica a capacidade antioxidante endógena Impede apoptose de neurônios defeituosos Diminui imunidade mediada por célula – diminui combate a fungos e infecções virais Induz processos alérgicos e doenças autoimunes Thiomersal ou Timerosal (50% é etil-mercúrio): • Usado como conservante em vacinas para prolongar validade e prevenir contaminação microbiana Toxicidade maior para crianças, principalmente do sexo masculino / suspeita-se que possa estar relacionado com o aumento nos casos de autismo Fontes: peixes (metil-mercúrio), amálgamas dentários, vacinas Mercúrio – sintomas de toxicidade Diminuição da coordenação motora Vista embaçada e campo visual restrito Insônia, irritabilidade, excitabilidade, ansiedade, dificuldade de verbalização, diminuição da memoria recente, tempo de reação lentificado, dificuldade de concentração, Alteração do paladar, dificuldade de relacionamento Suplementos que ajudam na eliminação do mercúrio ou redução dos seus efeitos tóxicos: • NAC, selênio, ácido alfa-lipóico, vitamina E, vitamina C, glicina, taurina, MSM, alho (explicar mecanismos de ação de cada um) Chumbo Frequentemente associado a problemas neuro-comportamentais em crianças: • TDAH, déficit de aprendizagem Fontes de exposição (inclusive pré- natal): • Tintas a base de chumbo, contaminações no solo, poeira, alimentos e água. Alumínio Relação com Alzheimer – alumínio aumenta o acúmulo e a fosforilação da proteína tau (proteína que estabiliza os microtúbulos dos neurônios) – neurodegeneração Acúmulo de alumínio pode causar: • Ansiedade • Fadiga • Cefaléia • Encefalopatia pós-diálise Fontes de alumínio: • Panelas, latas de refrigerante e sucos, cápsulas de café, antiácidos (hidróxido de alumínio) Enxaqueca Enxaqueca Resulta de um desequilíbrio entre hormônios, neurotransmissores, hormônios. Causas dos desequilíbrios: • Predisposição genética • Estilo de vida e hábitos do portador da doença enxaqueca. A intensidade da dor é variável, porém frequentemente é moderada a severa. A duração de uma crise de enxaqueca é, tipicamente, de 4 horas a 3 dias, seguida de um período variável sem nenhuma dor de cabeça. Enxaqueca - sintomas Enxaqueca - sintomas Náuseas e vômitos Fotofobia e/ou visão embaçada Hipersensibilidade ao barulho e a cheiros (que podem desencadear as crises) Tonturas Alterações de humor Edema na face e ao redor dos olhos Coriza e obstrução nasal Distúrbios de memória e concentração “Cabeça pesada” ou “leve” Medo, pânico, sensação de estar enlouquecendo Alterações na PA Diurese / diarreia Aura visual, sensorial ou motora – sintomas como perda parcial da visão, formigamentos, “luzes piscando”, etc. Enxaqueca - tratamento Tratamento Fazer exercícios (com orientação e moderação) – exercícios intensos podem desencadear crises Beber água – desidratação piora enxaqueca Alimentação anti-inflamatória, rica em magnésio Evitar episódios de hipoglicemia Dormir bem Gerenciar o estresse. Enxaqueca – Tratamento Dietético Estimular a hidratação Alimentação anti-inflamatória •Aumentar w3 (suplementar, se necessário) •Diminuir w-6 e ácido araquidônico •Evitar industrializados Aumentar fontes de magnésio Evitar episódios de hipoglicemia – modular índice e carga glicêmica Não fazer jejum / não ficar muitas horas sem se alimentar •Muito cuidado com jejum intermitente! Gengibre – ação anti-inflamatória. Pode ser utilizado na forma de infusão para tratamento/prevenção das crises. Restringir fontes de tiramina •Ver tabela Identificar possíveis hipersensibilidades alimentares e trata-las •Glúten, lácteos, etc Dieta - alimentos ricos em tiramina: 1. Queijos, exceto queijo cremoso, queijo cottage e iogurte fresco. 2. Carnes fermentadas ou envelhecidas, como salsicha e salame. 3. Vagem larga, como a vagem chinesa. 4. Qualquer tipo de fígado. 5. Extratos de carne e levedura. 6. Vinho tinto, sherry, vermute, conhaque, cerveja, cerveja tipo ale. 7. Molho de soja, pasta de camarão, chucrute Demência Demência Frank, A.A. e Soares, E. A. Nutrição no Envelhecer, 2004. Diminuição global das funções cognitivas – não necessariamente de modo uniforme Porém, há um estado preservado de consciência Características - Disfunção em vários domínios da função intelectual: •Memória •Linguagem •Capacidade visual e espacial •Cognição (matemática, abstração, julgamento e solução de problemas) Distúrbios de humor e alterações de personalidade e comportamento Demência Frank, A.A. e Soares, E. A. Nutrição no Envelhecer, 2004. Possíveis causas Distúrbios degenerativos Distúrbios vasculares Distúrbios metabólicos Distúrbios psiquiátricos Distúrbios tóxicos Distúrbios inflamatórios Alzheimer Principal forma de demência, incurável Doença progressiva, neurodegenerativa Caracteriza-se por depósitos anormais da substância beta-amiloide e nós neurofibrilares Principal fator de risco - Idade (>65 anos) Afeta os neurônios corticais: • Prejuízo em diversas funções neurológicas, • Perda olfativa (por destruição dos neurônios responsáveis por este sentido) • Prejudica a ingestão alimentar. Sintomas iniciais: • Esquecimento e perda da concentração. Sintomas mais avançados: Perda da memória recente, deterioração da fala, julgamento precário, confusão, inquietação, alterações de humor, perda da capacidade cognitiva. Perda da habilidade de realizar tarefas básicas, como comer, se vestir, etc. Alzheimer x Estado Nutricional Há ↓ dos níveis de atenção, razão e julgamento ↓ a habilidade de perceber fome, sede e saciedade Atenção ↓ a medida que a doença progride: • Refeições podem ser esquecidas, • paciente pode tentar comer coisas não comestíveis! (risco de intoxicação e envenenamento) • Risco de consumir alimentos impróprios para o consumo Minimizar distrações durante as refeições • Evitar rádio, televisão, ambientes muito tumultuados Servir os alimentos em pequenos pratos ou tigelas de cor contrastante com a dos alimentos (mesma cor, o paciente não consegue identificar o alimento ali presente) Alzheimer Tratamento farmacológico - não há tratamento definitivo – o objetivo é melhorar a função neuropsicológica: • Vasodilatadores cerebrais • Estimulantes • Levodopa • Megadoses de vitaminas B, C, E • AINEs + w3 + antioxidantes(tratamento experimental) Terapia nutricional: • Ajustar dieta às necessidades individuais – alguns pacientes ficam mais hiperativos e tem suas necessidades energéticas aumentadas – lanches frequentes, suplementos e alimentos com maior densidade calórica e nutricional podem ser necessários. • Avaliar dependência, perda de peso, e dificuldades para se alimentar • Fornecer antioxidantes – Vitaminas C, E, • B6, B9 e B12 – metabolismo da metionina ( ↓ homocisteína) • W3 – ação anti-inflamatória (consumo de peixe pelo menos 1 vez na semana) • Curcuma longa (como tempero) – ação anti-inflamatória. Combinar com Piper nigrum Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Doença de Parkinson Doença de Parkinson Maior incidência em países industrializados e áreas agrárias: • Maior exposição à poluição e agrotóxicos Doença neurodegenerativa, multifatorial, com interação entre os mesmos: • Lesão neuronal alterando metabolismo da dopamina • Exposição a neurotoxinas ambientais e endógenas • Predisposição genética • Hiperhomocisteínemia (?) Patogênese: • Geração de EROs e peroxidação lipídica – disfunção mitocondrial → inflamação → morte neuronal • Há perda de neurônios dopaminérgicos e da enzima tirosina hidroxilase • Há acúmulo de emaranhados protéicos, contendo α-sinucleína, conhecidos como “corpos de Levy” Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Podem evoluir para para disfagia, e pode haver risco de broncoaspiração silenciosa! Dopamina L-tirosina L- dopa Tirosina hidroxilase (tetra-hidrobiopterina, O2) DOPA descarboxilase B6 B9, B12 Stahl, S.M. Psicofarmacologia. RJ: Guanabara Koogan, 2016. Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Via normal – B6 é cofator! Doença de Parkinson Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Tratamento medicamentoso • Levodopa (precursor da dopamina) • Levodopa + carbidopa (inibe a descarboxilação extracerebral da levodopa, liberando mais para o cérebro, onde será convertida em dopamina) Levodopa pode ser convertida em dopamina em outros órgãos • Carbidopa impede Efeitos adversos da medicação: • Hipotensão postural: efeito de vasodilatação nos vasos. • Taquicardia reativa à hipotensão. • Náuseas e vômitos • Mais raramente – arritmias cardíacas No SNC: • Causa reação on-off, em que os movimentos com tremores são seguidos por movimentos demasiado bruscos (discinesias) • Depressão • Ansiedade / agitação / euforia • Insônia • Confusão • Alucinações Terapia Nutricional na DP Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 Doença de Parkinson - Terapia Nutricional Complementar Cafeína (café, chá preto, mate, chocolate, chá verde) • Parece ser benéfica e prevenir o aparecimento da DP – 20mg/kg/dia (em ratos) aumenta proteção dos neurônios contra toxinas. • Em humanos – 1 a 3xíc/dia (ou 300 mg de cafeína) pode prevenir a DP. • Cafeína assemelha-se à adenosina, se liga a seus receptores, bloqueando-os. Assim, também bloqueia a dopamina e aumenta as concentrações deste neurotransmissor, que estão diminuídas na DP. Sulforafano • É um isotiocianato presente no brócolis, couve-flor, couve-de Bruxelas e outras crucíferas. • Aumenta a transcrição de enzimas antioxidantes e previne a morte neuronal. Ômega-3 • Efeito modulatório sobre os neurônios dopaminérgicos remanescentes – concentração de dopamina • Ação ant-inflamatória Moritz e Manosso. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. 1ed., 2013 EM (Esclerose Multipla) http://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/entenda-a-esclerose-multipla.aspx Doença inflamatória, autoimune, desmielinizante e crônica do sistema nervoso central • As bainhas de mielina são destruídas por mecanismos autoimunes. • Os restos de mielina são removidos pela micróglia, e hidrolizados por enzimas lizossomais produzidos por células (microgliais) semelhante a macrófagos Afeta o cérebro e a medula espinhal • Interferência na transmissão dos impulsos nervosos e capacidade do cérebro e da medula espinhal para controlar funções, como caminhar, enxergar, falar, urinar e outras. A ABEM estima que, atualmente 35 mil brasileiros são portadores de esclerose múltipla. Incide geralmente entre 20 e 50 anos de idade, predominando entre as mulheres. Maior incidência em locais frios (hemisfério Norte) • Possível associação com deficiência de vitamina D? http://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/entenda-a-esclerose-multipla.aspx Esclerose Múltipla (EM) http://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/entenda-a-esclerose-multipla.aspx Sintomas Dificuldades na fala – fala lenta e arrastada Disfagia Fadiga desproporcional ao esforço realizado Transtornos cognitivos e ↓ memória Transtornos urinários e intestinais Visão dupla e embaçada; perda da visão Perda de equilíbrio e coordenação motora Vertigens e náuseas; É comum alternar “surtos” com períodos de remissão dos sintomas Brum, D.G. et al. Suplementação e uso terapêutico de vitamina D nos pacientes com esclerose múltipla: Consenso do Departamento Científico de Neuroimunologia da Academia Brasileira de NeurologiaArq Neuropsiquiatr 2014;72(2):III-VII Tratamento Convencional Corticóides e imunomoduladores Manutenção dos níveis de Vitamina D entre 40 e 100 ng/mL Fisioterapia Dietoterapia Brum, D.G. et al. Suplementação e uso terapêutico de vitamina D nos pacientes com esclerose múltipla: Consenso do Departamento Científico de Neuroimunologia da Academia Brasileira de NeurologiaArq Neuropsiquiatr 2014;72(2):III-VII Dietoterapia Dieta anti-inflamatória/antioxidantes • Alternativa - avaliar protocolo Paleo Autoimune Reduzir permeabilidade intestinal • Avaliar suplementação com glutamina, probióticos, ect Ômega-3 – DHA Creatina – 3 a 5g/dia 12 meses de estudo. Pacientes em tratamento multidisciplinar Dieta proposta – semelhante a Dieta Paleolítica*: Exclusão de glúten, farinhas, laticínios, ovos Consumo moderado de grãos isentos de glúten e de tubérculos Conclusão: melhora da fadiga. Protocolo Vitamina D (Dr. Cicero Galli) • Ainda sem validação científica, porém pacientes relatam grande melhora dos sintomas e aumento da qualidade de vida! • Doses farmacológicas de Vit D - 10.000 a 15.000 UI/dia • Dieta com baixo teor de cálcio – excluir principalmente os laticínios e alimentos fortificados • Hidratação – 2,5 litros de água/dia Brum, D.G. et al. Suplementação e uso terapêutico de vitamina D nos pacientes com esclerose múltipla: Consenso do Departamento Científico de Neuroimunologia da Academia Brasileira de NeurologiaArq Neuropsiquiatr 2014;72(2):III-VII Tratamento Alternativo Náuseas, vômitos, anorexia, polidipsia Constipação, poliúria, desidratação Nefrolitíase, calcificação renal, nefrite intersticial crônica, insuficiência renal aguda e crônica Hipotonia, parestesias, confusão mental, crises convulsivas, coma Arritmia, bradicardia, hipertensão, cardiomiopatia; Fraqueza muscular, calcificação de tecidos moles, hipercalcemia. Brum, D.G. et al. Suplementação e uso terapêutico de vitamina D nos pacientes com esclerose múltipla: Consenso do Departamento Científico de Neuroimunologia da Academia Brasileira de NeurologiaArq Neuropsiquiatr 2014;72(2):III-VII Toxicidade da vitamina D em doses farmacológicas: • Esclerose significa endurecimento e cicatrização. • Esclerose lateral - endurecimento da por ação lateral da medula espinhal decorrente de morte dos neurônios motores superiores (neurônios da região cortical, mais precisamente no giro pré-central – área motora). • Amiotrófica - fraqueza dos músculos. Atrofia decorrente da morte dos dos neurôniosmotores inferiores (originados da porção anterior ou ventral da medula espinhal). Esclerose Lateral Amiotrófica significa fraqueza muscular secundária a comprometimento dos neurônios motores. ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) Doença degenerativa do SNC, relacionada ao acúmulo de glutamato - excitotoxicidade Ocorre atrofia progressiva por denervação e fraqueza dos músculos. Há perda dos neurônios motores superiores e inferiores na medula espinhal, tronco encefálico e córtex motor •Essa perda contribui para manifestações clínicas como fraqueza generalizada dos músculos esqueléticos, atrofia e hiperreflexia. O prognóstico é ruim •Há declínio progressivo do estado do paciente •Não há remissões do quadro ou períodos estáveis •A doença progride para a morte em dois a seis anos, geralmente por falência respiratória. Valli, L.G. Mecanismo de ação do glutamato no sistema nervoso central e A relação com doenças neurodegenerativas Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. 2014 Jan/Abr;18(1):58-67. Brasil, Protocolo ELA. Disponivel em: https://www.tudosobreela.com.br/pdf/protocolo_ela_2009.pdf Neurônio motor superior Neurônio motor inferior Encéfalo Tronco cerebral Medula espinhal A – região anterior B – região posterior Fibra muscular ELA – Etiologia Fatores genéticos Mutações na codificação da SOD1 e no gene ApoE. Excitotoxicidade Alterações no metabolismo da atividade dos receptores de aa excitatórios, com presença de fatores citotóxicos endógenos e exógenos. Provável defeito na recaptação do glutamato pela célula da glia ou pelo da sua liberação nos terminais nervosos - comprometimento irreversível dos neurônios pré-sinápticos. Fatores tróficos - têm um papel importante no desenvolvimento e sobrevivência dos neurônios Deficiência de fatores tróficos causa alterações na densidade de elementos do citoesqueleto axonal -- atrofia axonal. Estresse oxidativo: Possível conexão entre SOD e cálcio anormal [íon cálcio] nas células nervosas morte celular. Valli, L.G. Mecanismo de ação do glutamato no sistema nervoso central e A relação com doenças neurodegenerativas Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. 2014 Jan/Abr;18(1):58-67. Brasil, Protocolo ELA. Disponivel em: https://www.tudosobreela.com.br/pdf/protocolo_ela_2009.pdf Ainda é desconhecida, porém diversas hipóteses têm sido levantadas. ELA – Etiologia (cont.) Lesão mitocondrial: de cálcio intracelular abertura de poros na membrana mitocondrial e perda da enzima citocromo-c-oxidase e de radicais livres. Ativação da apoptose. Infecções virais – ex poliomielite. Similaridades neuropatológicas das duas doenças - mesma população de células nervosas é afetada. Autoimunidade: Macrófagos e linfócitos infiltrados na medula Ativação da microglia e expressão de antígenos de histocompatibilidade em indivíduos com ELA. Vários autoanticorpos contra estruturas neuronais são encontrados na ELA. Alguns são citotóxicos para motoneurônios “in vitro” - não se sabe se a alteração imune na ELA é um fator causal, um fator de propagação ou apenas resultante da morte de motoneurônios. Valli, L.G. Mecanismo de ação do glutamato no sistema nervoso central e A relação com doenças neurodegenerativas Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. 2014 Jan/Abr;18(1):58-67. Brasil, Protocolo ELA. Disponivel em: https://www.tudosobreela.com.br/pdf/protocolo_ela_2009.pdf Quadro clínico reflete a perda dos neurônios motores: Disartria Disfagia Paralisia facial Sialorréia Labilidade emocional – choro ou riso patológicos Dor lombar Dor crônica Cãibras Distúrbios do sono Paralisia progressiva – pode começar nos MMII ou MMSS Fraqueza e atrofia muscular Constipação intestinal Dispnéia ↑ Risco de broncoaspiração ↑ Risco de infecções do trato respiratório Parada respiratória https://www.tudosobreela.com.br/pdf/protocolo_ela_2009.pdf Características da ELA. As capacidades mentais e psíquicas, em geral, permanecem inalteradas. A ELA não afeta as funções corticais superiores como a inteligência, juízo, memória e os órgãos dos sentidos, nem as funções autonômicas (função cardíaca, digestão, micção, defecação, manutenção de pressão sanguínea e temperatura). Os sentidos (tato, audição, visão e olfato) permanecem intactos, assim como a percepção à dor e a função sexual. Controle fecal e urinário, frequentemente, permanecem intactos, mesmo em estados avançados da doença, entretanto, a constipação pode ocorrer devido a fraqueza da musculatura da parede abdominal e imobilidade nos estágios mais tardios da doença. Os músculos que movem os olhos, frequentemente, permanecem não afetados. ELA Incidência - varia de 0.6 a 2.6 por 100.000 hab, em geral na faixa dos 55 a 75 anos de idade. Tempo médio do início dos sintomas até a confirmação diagnóstica é de aproximadamente 10-13 meses. Tratamento medicamentoso – Riluzol • Objetivo: inibir as respostas glutamatérgicas • Dose: 50 mg de 12-12 horas, com água, longe das refeições • Fármaco metabolizado no citocromo P450 - avaliar função hepática, renal e neutropenia Medicação complementar – Clembuterol: Dose: 2 a 4 cp de 40 mg ao dia (conforme tolerância aos efeitos adrenérgicos associados), melhora temporária da força da musculatura respiratória. Medicação complementar – Oxandrolona • Dose: 0,1 mg/kg/dia observou-se uma melhora temporária da força dos membros • Adequar ingestão protéica para evitar catabolismo Valli, L.G. Mecanismo de ação do glutamato no sistema nervoso central e A relação com doenças neurodegenerativas Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. 2014 Jan/Abr;18(1):58-67. Brasil, Protocolo ELA. Disponivel em: https://www.tudosobreela.com.br/pdf/protocolo_ela_2009.pdf ELA –Tratamento sintomático: Ansiedade: buspirona; alprazolan; clonazepan. Cãibras: baclofeno (10 a 30 mg 3x ao dia); diazepan (2 a 5 mg 3x ao dia); fenitoína (100 mg 3x ao dia); quinidina (300 mg à noite). Depressão: citalopram; fluoxetina; sertralina; venlafaxina. Espasticidade: A espasticidade pode ser aliviada com uso diário de baclofen (2 a 4 cp ao dia), benzodiazepínico (10 a 30 mg/dia), dantrolene de sódio (25 a 400 mg), ou de tizanidina (2 mg a 10 mg/dia). Fasciculações: carbamazepina; gabapentina. Insônia: antidepressivo tricíclico; buspirona; mirtazapina; zolpiden. Riso e Choro imotivados: amitriptilina; destrometorfan e quinidina. Salivação: amitriptilina, brometo de propantelina, escopolamina patch, toxina botulínica em glândula submandibular. Valli, L.G. Mecanismo de ação do glutamato no sistema nervoso central e A relação com doenças neurodegenerativas Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. 2014 Jan/Abr;18(1):58-67. Brasil, Protocolo ELA. Disponivel em: https://www.tudosobreela.com.br/pdf/protocolo_ela_2009.pdf Valli, L.G. Mecanismo de ação do glutamato no sistema nervoso central e A relação com doenças neurodegenerativas Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. 2014 Jan/Abr;18(1):58-67. Brasil, Protocolo ELA. Disponivel em: https://www.tudosobreela.com.br/pdf/protocolo_ela_2009.pdf Stanich, P. Suplementação nutricional em pacientes com doença do neurônio motor. Revista Neurociências V14 N2 (supl-versão eletrônica) –abr/jun, 2006 Avaliar e tratar dislipidemia e resistência insulínica Em caso de neutropenia, evitar alimentos crus Excluir fontes de glutamato: Cuidados com suplementos a base de L-glutamina!!! Dieta laxativa, se necessário + fibras + aumento da hidratação VO Adequar consistência e via de administração • Dieta espessada, se houver disfagia para líquidos e risco de broncoaspiração • Dieta enteral, à medida que a doença progride Suplementação com creatina - 3g/dia Observou-se uma melhora temporária da força dos membros. L-Carnitina: suplementação com 2g/dia Promove melhora da fadiga.Dietoterapia https://www.tudosobreela.com.br/pdf/protocolo_ela_2009.pdf
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