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SEMIOLOGIA – aula 5 Luísa Lavall Dill – ATM 23 1 SEMIOLOGIA UROLÓGICA AVALIAÇÃO GERAL ® Alterações cutâneas (síndrome de rins policísticos) ® Estado nutricional (hematúria à tumor de bexiga) ® Ginecomastia ® Edema bipalpebral (glomerulopatia) ® Edema universal (hipoproteinemia) ® Adenomegalias ® Distúrbios miccionais DISTÚRBIOS MICCIONAIS ® DISÚRIA * Desconforto (meato uretral) * Inflamatório-infeccioso (bexiga/uretra) * Inicial: patologia uretral * Tempo todo: patologia de bexiga ® ESTRANGÚRIA: desconforto no final da micção (sugere cálculo renal) ® POLACIÚRIA: aumento da frequência das micções com volume menor ® POLIÚRIA: aumento do volume urinário >3L/24 horas ® OLIGÚRIA: diminuição da diurese ® ANÚRIA: ausência total de urina ® RETENÇÃO URINÁRIA: * Globo vesical à bexigoma (causas obstrutivas, HPB, estenose de uretra, cálculo impactado na uretra) * Bexiga neurogênica (lesão por DM ou AVC, ou em pacientes traumatizados entre L2 – S1 * Obstrução infravesical ® URGÊNCIA: desejo forte, súbito e irrefreável de urinar * Imperiosidade (extrema vontade) * Bexiga hiperativa: “bexiga com vontade própria” ® ESFORÇO: apneia inspiratória, estase jugular, contratura da parede muscular abdominal e eliminação de flatos à homens com aumento prostático ® INCONTINÊNCIA: perda involuntária de urina, contínua ou intermitente, com ou sem micções preservadas e relacionadas ou não ao esforço ® NOCTÚRIA/NICTÚRIA: micção noturna (>2 vezes) à HPB ® PNEUMATÚRIA: fístulas êntero-urinárias (doença de crohn, câncer de bexiga, diverticulite...) ® PARAURESE: incapacidade de urinar diante das pessoas ® ENURESE: micção involuntária, inconsciente e fisiológica até os 3 - 4 anos * Enurese noturna à pode ocorrer em adultos CARACTERÍSTICAS DA URINA ® Hematúria: microscópica ou macroscópica * Inicial / final: ureterotrigonais * Total: supratrigonais ® Colúria: pigmentos biliares na urina (hepatite, associado a icterícia e acolia) ® Espuma: proteínas na urina (proteinúria) SINTOMAS ASSOCIADOS FEBRE ® Geralmente associado a: * Orquiepididimite (envolvendo testículo e epidídimo) * Prostatite * Infecção de trato urinário alto (pielonefrite) ® Em geral, cistite não cursa com febre SEMPRE PEDIR UROCULTURA!!! DOR (ODINÚRIA) ® Obstrução ou inflamação: * Rim: hidronefrose (obstrução ureteral que “incha” o rim) ou pielonfrite * Ureter: distensão da cápsula renal (dor da lombar até o testículo/grandes lábios), peristalse para eliminar pedra * Bexiga: bexigoma * Próstata: períneo, podendo ser referida na área sacral, inguinal ou genital * Testicular: torção SEMIOLOGIA – aula 5 Luísa Lavall Dill – ATM 23 2 * Pênis flácido: inflamação da bexiga ou uretra ® Odinúria é dor, e disúria é ardência ou desconforto RIM PALPAÇÃO ® Adultos ® Polo inferior do rim direito ® Lactente: facilmente palpáveis ® Palpável em agenesia renal (compensação do rim que não se formou) PERCUSSÃO ® Punho-percussão do ângulo costovertebral (manobra de Giordano) AUSCULTA ® Estenose da artéria renal ou aneurisma URETERES ® Não são palpáveis * Exceto: disgenesia da musculatura abdominal à sindrome de prune belly (abdome da ameixa seca, doença rara e grave que o recém-nascido nasce sem os músculos da parede abdominal) BEXIGA ® Adulto: não pode ser avaliada por palpação ou percussão * Exceto: bexigoma ou tumores vesicais PÊNIS ® Lesões de pele: * HPV * Sífilis ® Corrimento uretral: gonorreia / clamídia ® Pênis flácido: inflamação da bexiga, próstata ou uretra à maior intensidade no meato uretral ® Pênis em ereção: peyronie (dificuldade de ereção) ou priapismo (ereção muito prolongada) ® Parafimose: anel que dificulta ou impossibilita a relocação da glande na bolsa prepucial Peyronie Priapismo Fimose Parafimose ® Hipospadia: implantação errônea do meato uretral (desenvolvimento incompleto da uretra anterior, do corpo cavernoso e do prepúcio) Hipospadia Epispadia: meato da uretra ventralmente Peyronie HIPOSPADIA SEMIOLOGIA – aula 5 Luísa Lavall Dill – ATM 23 3 ® DST TESTÍCULO ® Tamanho ® Consistência ® Superfície ® Sensibilidade ® Temperatura ® massas DOR ® Puberdade, geralmente súbita * Infecção ou torção do funículo espermático * DD difícil: falta de colaboração dos pacientes * Se restar dúvida após exame clínico: ecodoppler ou exploração cirúrgica É MENOS GRAVE OPERAR UMA ORQUIEPIDIDIMITE A NÃO INTERVIR EM UMA TORÇÃO: EPIDIDIMITE X TORÇÃO ® Orquiepididimite * Sinal de Prehn à alívio da dor com a elevação mecânica do órgão ® Torção testicular * Sinal de Brunzel à fica mais elevado * Sinal de Angell à fica horizontalizado (Epididimite) Varicocele = varizes na bolsa escrotal, mais comum no lado esquerdo pois a veia gonadal esquerda drena para a veia renal. Pode ser dolorido ou não, e pode gerar infertilidade Hidrocele = água na bolsa escrotal, tratamento com abertura da bolsa escrotal BOLSA ESCROTAL EPIDIDIMITE SEMIOLOGIA – aula 5 Luísa Lavall Dill – ATM 23 4 Tumor testicular: geralmente não dói Criptorquidia = testículo fora do lugar ® Importante retirar o testículo da cavidade abdominal pois a temperatura gera infertilidade e favorece a formação de tumores Toque retal ® Deve ser feito em todo paciente com queixa urinária ® 45 anos para pacientes com história familiar de HPB ou negros ® 50 anos para os demais ® Inspeção anal ® Contração esfincteriana ® Trauma * Fratura de pelve com deslocamento da próstata à contraindicação de sondagem vesical ® O que avaliar? * Nódulos endurecidos * Sulco mediano (diminuído na hiperplasia do lobo mediano) * Simetria * Consistência: fibroelástica e fibroadenomatosa * Aumento da sensibilidade * Mobilidade (fixa deve-se pensar em neoplasia) * Limites laterais Hiperplasia prostática benigna (HPB) HBP PROSTATA SEMIOLOGIA – aula 5 Luísa Lavall Dill – ATM 23 5 Escore internacional de sintomas prostáticos Prostatite = inflamação da próstata GENITAIS FEMININOS GENITÁLIA EXTERNA ® Introito vaginal (avaliar lesões) ® Sangramento ® Secreções à mulher também tem uretrite ® Cistocele (fragilidade do assoalho pélvico, alterando a anatomia uretral, dificultando o esvaziamento da bexiga ® Trofismo e incontinência urinária * Publico mais jovem que procura urologista à infecções urinarias recorrentes * Publico mais velho que procura urologista à incontinência urinária (bexiga hiperativa ou incontinência de esforço, como ao tossir) Canal vaginal fica atrófico na idade avançada, podendo ser corrigido com progesterona tópica para ser usada dentro da vagina, tendo melhora global da incontinência urinária ® Palpação da uretra deve ser feita, com o toque vaginal ® Palpação vesical deve ser realizada com a. palpação bimanual, para pesquisas de tumores ® Inspecionar o genital feminino ® Uretra feminina é pequena, motivo pela qual tem mais infecções urinárias do que os homens * Uretra feminina 4 cm * Uretra masculina 20 cm EXAMES COMPLEMENTARES EQU ® Densidade ® Ph ® Glicosúria ® Eritrócitos ® Leucócitos ® Bacteriúria * Bacteriúria assintomática não se trata, exceto: gestantes, deficientes e diabéticos ® Cilindros ® Cristais ® Muco à normal UROCULTURA ® Importante fazer IPSS SEMIOLOGIA – aula 5 Luísa Lavall Dill – ATM 23 6 TESTE DE STAMEY ® Pacientes com suspeita de prostatite 1. Urinar primeiro jato em um pote 2. Urinar segundo jato em um segundo pote 3. Toque retal com massagem prostática 4. Coletar secreção prostática e colocar em um terceiro pote 5. Urinar em um quarto pote EXAME DE SANGUE ® Função renal * Creatinina * Ureia ® Eletrólitos ® HcG e alfafetoproteína à detectar tumores testiculares ® Hormôniosdevem ser pedidos em pacientes com distúrbio hormonal claro, ou em pacientes com disfunção erétil associado a astenia ® Não adianta pedir hormônios para um menino (20 a 30 anos) que tem barba. 90% dos casos de disfunção erétil associado a ejaculação precoce é psicogênico ESPERMOCULTURA ® 3 a 5 dias de abstinência sexual ® Analisar em no máximo 1 hora ® Coletado por masturbação EXAMES DE IMAGEM RX DE ABDOME ® Hoje em dia não está em uso ® Antigamente associado a cálculo renal, associado a ultrassom (que apenas pode ser visualizado a pelve renal, juvi e bexiga) ULTRASSOM ® Indicado para indicar presença de resíduo urinário, volume prostático (especialmente no US transretal) e cistos renais ® Não é indicado em suspeita de calculo renal, pois não mostra uma parte do ureter ® Mostra apenas a pelve renal, juvi e bexiga ® Locais de maior impactação de cálculos renais nos ureteres: ® Junção da pelve renal com o ureter (juvi) ® Passagem das ilíaca comuns ® Junção do ureter com a bexiga TOMOGRAFIA ® Ótima para pacientes com cálculo ou neoplasias ® Não mensura próstata e nem detecta tumor ® Não é indicada para avaliar próstata e pelve, pois há muito osso na volta e causa interferência UROGRAFIA EXCRETORA ® Injeta-se contraste, que o rim eliminará. No local com cálculo impactado irá aparecer SEMIOLOGIA – aula 5 Luísa Lavall Dill – ATM 23 7 URETROCISTOGRAFIA ® Detecta falhas na bexiga ® Raio x com contraste URETEROPIELOGRAFIA RETROGRADA ® Contrasta toda a área, desde ureter até rim ANGIOGRAFIA ® Utilizada na avaliação de estenose de artéria renal com tratamento CINTILOGRFIA RENAL ® Avaliação de cicatriz renal ou até mesmo função renal BIÓPSIA DE PRÓSTATA ® Feita com US transretal como guia (US transretal não encontra o tumor! Apenas serve para direcionar a coleta da biópsia) ® Colher 12 fragmentos da próstata, 6 de cada lado ® 2 na base ® 2 no terço médio ® 2 no ápice ® Por exemplo, se o exame do PSA for de 3 até 4,25 em 1 mês, pode ser tumor de próstata. Se for, por exemplo, de 3 a 72, não é tumor de próstata, e sim prostatite ® Tentar tomar antibiótico para não realizar biopsia de próstata mais atrasa o tratamento do que traz benefícios ® PSA sobe em 3 situações: 1. Aumento de próstata 2. Inflamação de próstata 3. Neoplasia de próstata PI-RADS ® Semelhante ao BI-RADS (mamografia), porém para a próstata à ressonância magnética ® Vai de 1 a 5, sendo do 1 ao 3 inflamação (baixa suspeita de malignidade) e do 4 ao 5 já ocorre uma alta suspeita de malignidade ® Indica o local onde está o tumor, sendo desnecessário tantas biopsias na abrangência total da próstata, apenas focalizar biopsias no lobo acometido
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