Buscar

Aula 1, 2 e 3 - Semiologia nefrourinário e genital masculino

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
09/08/21, 16/08/21 e 23/08/21 
 
Semiologia nefro urinário e genital masculino - Professor 
Enrique Antônio Covarrubias Loayza 
 
Interrogatório 
Doença atual - devem-se caracterizar com exatidão os sinais 
e sintomas que afetem o doente, tentando averiguar a 
duração, severidade, cronicidade ou periodicidade, grau de 
impotência funcional e repercussão na qualidade de vida. 
Queixa principal - sintomas urinários (conhecimento); 
permite a procura direta do urologista como primeira 
consulta; queixa principal é o início da formulação do 
diagnóstico, porém identifica também outros problemas; 
deve-se considerar a duração, severidade, cronicidade, 
periodicidade e grau de deficiência. 
 
Paciente, sexo masculino, com mais de 45 anos, que vai ser 
atendido no ambulatório de nefrologia ou urologia, 
precisamos fazer as seguintes perguntas: 
“Têm alguma dificuldade para urinar?” 
“Com que frequência o senhor urina?” 
”Com que frequência o senhor urina à noite?” 
“Qual o volume de urina em cada micção?” 
“Sente alguma dor ou queimação?” 
“Têm dificuldade de chegar a tempo no banheiro?” 
 
Paciente, sexo feminino, o interrogatório deve conter os 
seguintes questionamentos: 
“Provoca alguma eliminação de urina ao tossir, espirrar ou 
rir?” - indicando incontinência urinária. 
 
Em pacientes, sexo masculino, idoso: “Houve mudança na 
força do jato urinário ou no esforço que têm que fazer para 
urinar?” 
 
“Qual a cor da urina?” 
 
Volume urinário em condições normais de saúde e em clima 
ameno, uma pessoa adulta normal elimina de 800 a 2.700 ml 
de urina por dia. A capacidade da bexiga normal é de 350 a 
450 ml e o indivíduo tende a esvaziá-la quando a quantidade 
chega a 200 ml. 
 
Sinais e sintomas 
• Alterações na micção 
• Alteração no volume e ritmo urinário 
• Alterações na característica da urina 
• Dor 
• Edema 
• Febre 
 
Se têm dificuldade para urinar… 
Os sintomas de trato urinário inferior são conhecidos pela 
sigla LUTS. 
Os sintomas podem ser irritativos (sintomas de 
armazenamento, sintomas de bexiga porque a bexiga 
armazena a urina), podem ser obstrutivos (sintomas de 
esvaziamento) ou ainda podem ser pós-miccionais. 
 
O que produz LUTS? 
 
 
Obstrução prostática benigna - a partir de 45 anos a próstata 
cresce, causando obstrução do fluxo urinário. 
 
Músculo detrusor é o músculo da bexiga. 
 
Disfunção bexiga neurogênica ocorre quando há alteração 
do centro da micção. Paciente com Parkinson ou que sofreu 
acidente vascular cerebral e tem disfunção da bexiga, 
contraindo demais. 
 
Sintomas de esvaziamento (obstrutivos) 
Obstrução funcional ou anatômica para o fluxo de urina, por 
exemplo, hiperplasia benigna da próstata, estenose de 
uretra, deficiência da força de contração da bexiga (devido a 
uma lesão da medula espinhal ou obstrução prolongada). 
 
• Jato fraco, esforço miccional (o esforço muscular 
para iniciar, manter ou melhorar o jato urinário), 
jato interrompido (intermitência, ato involuntário 
de interromper e reiniciar), hesitância (hesitação, 
demora para urinar, retardo para o início da 
micção), gotejamento terminal (perda após o final 
da micção secundário à resíduo de urina na uretra 
bulbar ou prostática), jato afilado, incontinência 
paradoxal (perdendo urina constantemente), jato 
bifurcado ou espalhado, retenção urinária. 
 
Perguntas para serem feitas ao paciente: 
“Molha a ponta dos sapatos durante a micção?” 
Semiologia nefro urinário e genital masculino 
 
 
2 
“Molha o vaso sanitário ao urinar?” 
“Ocorre diminuição da força do jato urinário quando 
comparado com quando era mais jovem?” 
“Micção em jato fino ou em gotas?” 
“Apresenta jato bifurcado ou em chuveiro?” 
“Apresenta interrupções do jato urinário?” 
 
Sintomas da HPB 
O paciente quando urina molha a ponta dos sapatos, o que 
pode ser sugestivo do crescimento prostático benigno que 
obstrui o fluxo urinário. 
 
Sintomas irritativos 
São sintomas de armazenamento e bexiga. 
Ocorre frequentemente em homens e mulheres e são 
tipicamente mais incômodos para os pacientes. A bexiga 
deve normalmente atuar com um reservatório de baixa 
pressão de urina. 
Quais os sintomas irritativos? Aumento da frequência 
diurna, noctúria (acorda mais vezes para urinar), urgência, 
urge-incontinência, polaciúria e dor supra púbica. 
 
Noctúria é diferente de nictúria. Nictúria é a pessoa que 
urina mais de noite do que de dia, enquanto noctúria é 
quando a pessoa acorda mais vezes durante a noite pela 
necessidade de urinar. 
 
Normalmente um adulto normal vai urinar 2 a 8 vezes por 
dia (média 5 a 6 vezes), volume de 300 ml. 
 
Aumento na frequência urinária - urina > 8 vezes/dia 
Polaciúria: necessidade imperiosa e frequência de urinar, 
“tamúria” 
Disúria: dificuldade e dor para urinar. 
Urgência miccional: desejo súbito de urinar, impondo 
micção urgente é difícil adiar. 
Noctúria: micção noturna 
Nictúria: predominância do volume urinário noturno em 
relação ao diurno. 
Incontinência urinária: perda involuntária de urina. 
Ardor urinário: sensação de queimadura durante a 
passagem de urina pela uretra. 
 
Sintomas pós miccionais 
Sensação de esvaziamento vesical incompleto. 
Gotejamento pós-miccional. 
 
Todos os demais LUTS (sintomas obstrutivos ou de 
armazenamento) 
 
Distúrbios miccionais 
Disúria: emissão de urina com diferentes graus de 
desconforto. 
Na prática, traduz-se por micção acompanhada de dor que, 
via de regra, é referida no meato uretral. Habitualmente, é 
causada por inflamação em decorrência de inflamação em 
decorrência de infecção urinária, processos obstrutivos ou 
inflamatórios da bexiga e/ou uretra. A que ocorre no início 
da micção pode indicar acometimento uretral. É a 
nomenclatura dada à micção associada à sensação de dor, 
queimação ou desconforto. Ocorre na cistite, prostatite, 
uretrite, traumatismo geniturinário, irritantes uretrais e 
reação alérgica. 
 
Estrangúria: forma extrema de disúria, dificuldade e dor à 
micção, acompanhada de espasmos em intensa cistite. 
 
Polaciúria: aumento de frequência das micções, ou seja, 
micções com intervalos menores que o habitual, inferior a 2 
horas sem que haja concomitantemente aumento do 
volume urinário; traduz-se irritação vesical. 
Frequentemente, associa-se à eliminação de volumes 
urinários menores que os habituais. Esses sintomas são 
provocados por redução da capacidade da bexiga, dor à 
distensão vesical ou por comprometimento da uretra 
posterior. Decorrem de várias causas, tais como infecção, 
cálculo, obstrução, alterações neurológicas e em várias 
condições psicológicas e fisiológicas, principalmente o frio e 
a ansiedade. 
 
Poliúria: (diurese superior a 2.000 ml - 2.500 ml em 24 
horas). Aumento do volume urinário, ou seja, da diurese. 
Pode decorrer por mobilização de edemas, diminuição do 
hormônio antidiurético, diabetes mellitus e até por 
desobstrução aguda das vias urinárias excretoras. 
Existem 2 mecanismos básicos de poliúria: 
• Por diurese osmótica, decorrente da excreção de 
um volume aumentado de solutos, determinando 
maior excreção de água (por exemplo, diabetes 
melito descompensado), insuficiência renal crônica 
(em razão de uremia) ou por incapacidade de 
concentração urinária. 
• Por incapacidade de concentração urinária (por 
exemplo, diabetes insípido, hipopotassemia). 
 
Oligúria: diminuição da diurese para volume entre 700ml e 
300ml em 24 horas (clinicamente, convencionou-se chamar 
de oligúria uma diurese inferior a 400ml/dia ou menos de 20 
ml/h). 
 
Anúria: caracteriza-se por volume urinário inferior a 100 
ml/24 h. Ausência total de urina. A verdadeira decorrente de 
sofrimento renal ou pré-renal. Quando aplicado para 
caracterizar casos nos quais há impossibilidade de a urina 
atingir a bexiga, deve-se utilizar o termo anúria obstrutiva. 
Nesses casos, é necessário empregar remoção de causa ou 
de estabelecimento de derivação do fluxo urinário, a 
montante do obstáculo. 
 
Urgência: desejo forte, súbito e irrefreável de urinar ou 
imperiosidade. Pode ser confundida comincontinência 
urinária, especialmente em crianças; nelas, diferencia-se 
pela presença de intervalo seco entre as micções. 
 
Esforço: condição em que se usam recursos auxiliares para 
urinar. Como a micção é ato realizado de forma confortável 
e sem esforço, seu aparecimento sempre reflete dificuldade 
no esvaziamento vesical de natureza inflamatória, 
neurogênica, infecciosa ou, mais comumente, obstrutiva. 
Clinicamente, acompanha-se de apneia expiratória, estase 
jugular, contratura de parede abdominal e eliminação de 
flatos. 
 
3 
 
Alteração do jato: Força e/ou calibre. Geralmente, há 
esforço miccional; têm significado clínico semelhante. 
 
Retenção urinária: Incapacidade de eliminar a urina 
acumulada na bexiga. Na infância, deve-se suspeitar de 
problemas neurológicos, ureterocele em meninas e válvula 
de uretra posterior em meninos. Em adultos do sexo 
masculino, a maior suspeita recai sobre problemas 
uretroprostáticos. No feminino, doenças neurológicas ou 
inflamatórias/infecciosas. Nunca deixe de questionar sobre 
uso de medicamentos (descongestionantes nasais, 
antigripais ou dilatadores de pupila). 
 
Noctúria: pode ocorrer devido a uma redução da capacidade 
funcional da bexiga devido causas, como a hiperatividade do 
detrusor ou um elevado resíduo de pós miccional. 
Alternativamente, pode ocorrer como uma consequência da 
superprodução de urina ao longo do dia denominado 
poliúria (produção de > 40 ml de urina/ kg/ hora durante um 
período de 24 horas) ou durante a noite, noturno poliúria 
(mais de um terço do volume total de urina produzida). 
 
Nictúria: quando o volume de urina ejetado à noite está 
aumentado (predominância do volume urinário noturno em 
relação ao diurno). 
Se existir nictúria sem polaciúria diurna deve-se suspeitar de 
insuficiência cardíaca congestiva com edema periférico, que 
será mobilizado quando o paciente se deitar. 
 
Hesitação: ocorre quando há um intervalo maior para que 
apareça o jato urinário. Indica geralmente obstrução do 
trato de saída da bexiga. Normalmente, quando a pessoa 
acorda a primeira urina demora um pouco mais para sair 
porque a bexiga está muito cheia. Para conseguir urinar, o 
paciente faz um esforço maior que em condições normais. 
 
Pneumatúria: emissão de gases pelo trato urinário, não 
necessariamente, mas principalmente ao urinar. Pode 
aparecer em quadro infecciosos, mais frequentemente em 
diabéticos e/ou em comunicações anormais entre os tratos 
digestivo e urinário (fístulas neoplásicas, inflamatórias ou 
actínicas). 
 
Paraurese: incapacidade de urinar diante de pessoas ou em 
ambientes estranhos. 
 
Enurese: micção involuntária inconsciente que não deve ser 
confundida com incontinência (que por definição é perda, 
não micção). 
Fisiológica até os 3 a 4 anos de idade, passa a ser considerada 
anormal a partir dessa faixa etária. Pode ser classificada em 
diurna ou noturna, dependendo do período no qual se 
apresenta com mais frequências. Pressupõe ausência de 
doença do trato urinário, relacionando-se a fatores 
neuropsicológicos. Têm caráter hereditário e é atribuída a 
atraso no processo de mielinização das fibras nervosas 
envolvidas no arco reflexo da micção. 
 
Incontinência urinária: perda involuntária da urina. Contínua 
ou intermitente, com ou sem micções preservadas, 
relacionada ou não ao esforço abdominal. 
Em grande parte dos casos, reflete incompetência 
esfincteriana, mas também pode ser observada, na retenção 
urinária, por transbordamento (ou incontinência paradoxal). 
No sexo feminino, pode ser decorrente de fístulas ou 
ectopias uretrais extra vesicais. 
 
A incontinência é classificada como: 
- Incontinência de urgência (IUU): perda involuntária de 
urina acompanhada ou imediatamente precedida por 
sensação de urgência 
- Incontinência urinária de esforço (SUI): perda involuntária 
de urina causada por esforço, ou espirrar ou tossir. 
- Incontinência urinária mista (IUM) 
- Incontinência urinária contínua: relacionado com o 
aumento da próstata levando a incontinência por 
transbordamento. 
- Incontinência urinária circunstancial: relacionado com 
momentos de estresse ou notícias inesperadas. 
 
A incontinência pode ainda ser classificada em de urgência 
(corrida ao banheiro) e de esforço (tosse). 
A incontinência urinária de esforço é aquela que ocorre 
devido ao aumento da pressão abdominal, durante a tosse, 
o espirro e os movimentos vigorosos. 
 
Alterações das características da urina 
Normal: transparente, tonalidade do amarelo claro ao 
amarelo escuro 
Alterações da cor na: hematúria, hemoglobinúria, 
mioglobinúria ou porfirinúria. 
 
 
 
Hemoglobinúria - hemoglobina livre na urina. Causada por 
hemólise intravascular. 
 
Mioglobinúria - destruição muscular 
A ureterocele é uma dilatação cística do ureter terminal 
e está associada à duplicidade ureteropiélica em 80% dos 
casos. 
A duplicidade é a anomalia congênita de vias urinárias 
mais comum e está presente em um a cada 150 recém-
nascidos. Entretanto, na maioria dos casos, a duplicidade 
representa apenas um achado radiológico. Sua 
importância clínica surge quando associada à ectopia 
ureteral e ureterocele. 
Em meninas, a ureterocele é 4 vezes mais comum e está 
associada a duplicidade ureteral em 95% dos casos. Nos 
meninos, esta associação é menos comum (34%) 
(Caldamone, 1984). 
Observa-se ureterocele bilateral em 15% dos casos. 
 
4 
 
Porfirinúria - eliminação de porfinas, as quais produzem cor 
vermelho-vinhos da urina. 
 
Bilirrubinúria - paciente com hepatite. 
 
Hematúria - é definida como a eliminação de um número 
anormal de hemácias na urina. Um pequeno número de 
hemácias é continuamente eliminado na urina de indivíduos 
normais. É aceito como limite de normalidade até duas 
hemácias por campo de grande aumento. 
Têm como definição mais exata a presença de cinco ou mais 
eritrócitos (hemácias) por campo na análise microscópica do 
sedimento urinário, que deve ser confirmada em pelo menos 
duas amostras de urina. Presença de sangue na urina, 
proveniente de vias urinárias acima da uretra anterior 
 
Hemouretrorragia (uretrorragia) - perda de sangue através 
do meato uretral externo fora da micção. 
 
Hematúria - classificação 
Macroscópica: quando a presença de sangue é detectada ao 
olho nu. O aspecto da hematúria macroscópica pode 
aparecer quando apenas 2 a 5 ml de sangue estão 
misturados com um litro de urina. 
Inicial: início da micção, uretro-cervico-prostática 
Final: geralmente de origem vesical 
Total: toda a micção, renal ou ureteral 
Associada à dor: inflamação ou obstrução do trato 
urinário 
Quando o paciente tem hematúria e não têm dor 
deve-se investigar câncer de bexiga ou renal. Ou seja, a 
hematúria não dolorosa está tipicamente associada com 
malignidade urotelial (sangramento do tumor friável). 
Quando o paciente tem hematúria com dor e febre 
essa hematúria é benigna, é inflamação local. Ou seja, 
hematúria dolorosa é geralmente associada com condições 
benignas como infecção do trato urinário (ITU) ou litíase. 
Microscópica: quando as hemácias somente são visualizadas 
ao microscópio. 
> 5 hemácias/ campo grande de aumento. 
 
Quanto ao local da hematúria 
Glomerular: pode ser sugerida pela presença de proteinúria, 
cilindrúria (especialmente cilindros hemáticos) e 
dismorfismo das hemácias. 
Não glomerular 
 
Causas de hematúria 
Renal: tumor, infecção/inflamação, cálculos renais, trauma, 
fístula arteriovenosa, nefrológica. 
Ureter: Tumor ou cálculos renais 
Bexiga: tumor, infecção/inflamação e cálculos renais 
Próstata: tumor (carcinoma), BPH 
Uretra: infecção/inflamação 
 
 
 
 
 
 
 
Causas de hematúria quanto ao local 
 
Glomerular 
Glomerulonefrite difusa aguda pós-infecciosa 
Glomerulonefrite proliferativa mesangial 
Glomerulonefrite membranosa 
Glomerulonefrite mesângio capilar 
Glomerulonefrite do lúpus eritematoso sistêmico (LES) 
Nefropatia por IgA (Doença de Berger) 
Nefrite d púrpura de Henoch-Schonlein (PHS) 
Nefrite familiar ou síndrome de Alport 
Doençada membrana fina 
Hematúria recorrente ou familiar benigna 
Síndrome hemolítico-urêmica (SHU) 
 
Não glomerular 
Infecção do trato urinário 
Nefrolitíase 
Distúrbios metabólicos 
- Hipercalciúria 
- Hiéruricosúria 
Anomalias do trato 
urinário 
Cistos 
Tumores 
Hemangiomas 
 
Traumatismos 
Exercícios/esforço físico 
Medicamentos 
Causas hematológicas 
Causas vasculares 
Queimaduras 
Corpo estranho 
Febre 
Desidratação 
Menstruação 
Hábitos diversos 
 
Hematúria falsa é quando a urina está com coloração: 
Rojo/marrom: beterrabas, morangos 
Laranja: alimentos que têm caroteno 
Verde: aspargos 
Negra: metildopa 
 
Alterações das características da urina 
Urina turva - causas diversas 
Solução supersaturada, pode apresentar precipitações do 
tipo cristais. Forma um depósito esbranquiçado. 
É quase sempre de odor desagradável associada a infecção 
urinária como cistite, pielonefrite, abscesso renal, ureteral 
ou prostático. 
Causa rara: obstrução dos ductos linfáticos. 
 
Urina com mau cheiro 
Odor característico de amônia 
Aumento dos concentrados causa cheiro desagradável 
Fetidez: processos inflamatórios, infecção e alguns 
medicamentos (vitaminas, antibióticos). 
Fecalúria: situação rara que indica fístula colo vesical. 
 
Urina com aumento de espuma - proteinúria 
Eliminação de proteínas de forma aumentada (ex.: 
glomerulonefrites, nefropatia diabética, nefrites 
intersticiais. 
Normalmente quando se urina faz espuma, mas 
essa espuma tende a sumir em 15 minutos, caso 
esta persista indica proteinúria, significando lesão 
glomerular/alteração glomerular. O primeiro sinal 
de problemas renais é a proteinúria. 
 
 
 
5 
Dores características 
Dor lombar: inflamação da cápsula renal, 
Dor em flanco: cápsula renal peripélvica 
Cólica renal: pélvis renal e cálices 
Dor vesical 
Estrangúria 
Dor perineal 
Dor testicular 
 
Dor renal 
Quanto à localização, aquela proveniente do rim 
normalmente localiza-se no ângulo costovertebral ipsilateral 
- lateral ao músculo sacro espinhal e abaixo da 12ª costela. 
Essa dor é atribuída à distensão súbita da cápsula renal, 
podendo irradiar-se ao trajeto do ureter, à região umbilical 
e até aos genitais. 
Por estímulo reflexo ao plexo celíaco, pode haver náuseas, 
vômitos e diarreia. 
Essa dor sugere devido ao alongamento da cápsula renal: 
- Pielonefrite aguda patológica devido ao edema 
inflamatório 
- Obstrução da junção pelve-ureteral pela distensão do 
sistema pielocalicial. 
 
Dor pielo-ureteral 
Dor originada no ureter aparece subitamente, geralmente 
secundária à obstrução, por distensão aguda e aumento de 
sua peristalse 
Suspeita do nível de obstrução pode se dar pela localização 
da dor: 
Quando de terço superior, pode mimetizar dor renal; no 
terço médio, pode ser referida no quadrante inferior do 
abdome, à direita no ponto de McBurney (e sugerir 
apendicite) e à esquerda lembrando diverticulite. 
Obstrução do terço distal produz sintomas de irritabilidade 
vesical; nos homens, pode irradiar pela uretra até a glande e 
nas mulheres, para os grandes lábios. 
 
 
Acompanha-se de fenômenos vagal: hipotensão postural, 
náuseas e vômitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cólica renal 
 
 
 
Dor vesical 
Na dor de origem vesical há desconforto supra púbico, 
intermitente nos quadros inflamatórios, que varia de acordo 
com o grau de depleção vesical. 
- Retenção urinária aguda (RUA): representa um quadro 
repentino de incapacidade da bexiga de eliminar seu 
conteúdo, desencadeando um quadro doloroso. Dor de 
grande intensidade na região supra púbica com irradiação 
para uretra, períneo, região interna das coxas e dorso. → 
Bexigoma 
 
Dor prostática (dor perineal) 
Se origina na próstata habitualmente decorre de inflamação, 
de edema e de distensão de sua cápsula, localizando-se 
normalmente no períneo, embora possa ser referida na área 
sacral, inguinal ou genital. Frequentemente, associa-se a 
sintomas miccionais, predominantemente de 
armazenamento, podendo provocar retenção urinária. 
Dor escrotal: na puberdade, dor testicular costuma ter 
aparecimento súbito, acompanhada ou não de aumento no 
volume do escroto, podendo ser causada por processos 
infecciosos, traumatismo ou por torção do funículo 
espermático. 
Impõe-se diagnóstico diferencial, com frequência difícil: na 
dúvida, é menos grave operar uma orquiepididimite do que 
não intervir numa torção. 
A varicocele ou hidrocele podem causar uma dor crônica 
constante e de baixa intensidade. 
- Epididimites: bactérias do colo/reto entram pela uretra até 
o epidídimo. 
 
 
 
 
6 
Orquialgia aguda: causas 
Torção cordão 
Tumor 
Orquiepididimite 
Traumatismo 
Abscesso testicular ou escrotal 
Trauma → ruptura testicular 
Hérnia encarcerada 
Hematocele aguda 
 
 
 
Dor peniana 
Em geral, dor no pênis flácido é secundária à inflamação da 
bexiga e/ou da uretra e que pode ser referida com maior 
intensidade no meato uretral 
Parafimose, anel prepucial que ocorre após exteriorização 
da glande, provoca ingurgitamento e edema, dificultando ou 
impossibilitando a redução da bolsa prepucial. 
Dor no pênis em ereção geralmente relaciona-se a processos 
inflamatórios dos corpos cavernosos, como na doença de 
Peyronie ou priapismo (fica ereto por mais de 4 horas). 
 
 
 
 
Traumatismo peniano 
- Fechado: relação sexual ou práticas sexuais (anéis) 
- Aberto: arma de fogo ou objetos contusos 
Fratura de corpo cavernoso: reparo imediato. 
 
Hemospermia: presença de sangue no esperma 
Causas de hemospermia: 
- Infecção: tuberculose, esquistossomose, carcinoma das 
vesículas seminais e próstata, discrasias sanguíneas, litíase 
prostática, hiperplasia benigna da próstata (HBP). 
 
Interrogatório 
Residência: climas quente e ambientes que favoreçam a 
transpiração, promovem a desidratação e a formação de 
cálculos bem como áreas com águas muito mineralizadas. 
 
Profissão: é clássico o caso dos carcinomas escrotais dos 
limpadores de chaminés. A exposição ocupacional é 
responsável por cerva de 10% dos tumores de bexiga 
(indústrias de tintas, borrachas, couros entre outras). 
 
Idade: o câncer da próstata e hiperplasia benigna da próstata 
costumam aparecer de forma diferente no decorrer do 
envelhecimento masculino. Como pode se observar no 
gráfico a seguir: 
 
 
A idade é mais importante nos tumores de Wilms ou 
nefrobastoma e no tumor de células germinativas do 
testículo. 
O tumor de Wilms ou nefrobastoma é mais frequente na 
infância, atingindo o seu pico de incidência durante o 
terceiro ano de vida. 
O tumor de células germinativas do testículo é o tumor mais 
frequente no homem entre 18 a 35 anos. 
A torção aguda do cordão espermático é mais comum na 
adolescência e altamente improvável em idades acima de 40 
anos. Tempo crítico: 6 horas para operar e evitar necrose. 
 
Raça: a litíase urinária é rara nos esquimós e negros. O 
carcinoma de células renais e prostático são mais comuns na 
raça negra. 
O risco de desenvolver câncer de próstata para brancos é de 
16% e para negros é de 20%. O risco de morrer por CA de 
próstata é de 2,8% para brancos e de 4,7% para negros. A 
sobrevida de 5 anos é de 94% para brancos de 87% para 
negros. ZEQUI 2007. 
 
Sexo: tumores renais e uroteliais são mais comuns no 
homem e a cistite intersticial, refluxo vesico-utérico e 
nefroptose na mulher. 
 
Fatores culturais: a influencia da circuncisão precoce e 
sistemática reflete-se numa menor incidência de infecções 
 
7 
urinárias (fimose, HIV, herpes) e carcinoma do pênis nos 
grupos que a praticam. 
 
Hábitos alimentares: é conhecida influência da dieta na 
patogenia da hiperuricemia e litíase úrica. 
 
 
Estão em investigação fatores dietéticos na prevenção de 
algumas neoplasias como o câncer de próstata. 
 
 
 
Hábitos: 
- Tabaco - Os fumantes apresentam um risco de 
desenvolverem câncer de rim e bexiga. 4 X mais chance de 
desenvolver câncer de bexiga. 
- Álcool, fármacos e anabolizantes – Sabe-se que o consumo 
de álcool em dose modera aumenta a libido, mas o seu 
consumo crônico excessivoafeta negativamente a função 
erétil. 
 
Antecedentes pessoais: diabetes mellitus, obesidade, 
esclerose múltipla (disfunção miccional), cirurgias 
anteriores, hipertensão arterial e doenças neurológicas. 
 
Gravidez e história ginecológica: a incidência de 
incontinência urinária de esforço aumenta com o número de 
gravidezes, partos vaginais e trabalhos de parto. 
Traumatismo obstétrico é fato mais importante no 
aparecimento de fístulas vesico-vaginais. Durante a gravidez 
aumenta a incidência de cistites. 
 
Antecedentes familiares: é conhecida a incidência familiar da 
litíase urinária e a de carcinoma da próstata. 
 
 
Dor: dor proveniente do trato genitourinário costuma ser 
bastante intensa e normalmente associa-se a inflamação ou 
a obstrução. Deve ser caracterizada quanto ao tipo (contínua 
ou intermitente), à localização, à irradiação, à intensidade e 
a fatores desencadeantes de melhora ou de piora. De 
maneira geral, dor decorrente de inflamação é contínua, ao 
passo que aquela oriunda de processo obstrutivo tem 
caráter em cólicas. 
 
Disfunções sexuais: classificação comparada 
Homem Mulher 
Disfunções do desejo 
Desejo sexual hipoativo 
Aversão sexual 
Desejo sexual hipoativo 
Aversão sexual 
Disfunções da excitação sexual 
Disfunção erétil 
Disfunção da excitação 
sexual feminina 
Disfunções do orgasmo 
Ejaculação prematura 
Disfunção do orgasmo 
masculino 
Disfunção do orgasmo 
feminino 
Disfunções sexuais dolorosos 
Dispareunia 
Dispareunia 
Vaginismo 
Dor sexual não coital 
 
Exame físico geral 
 
Nutricional: caquexia – doenças malignas – obesidade – 
doenças endocrinológicas 
 
Edema de extremidades: cardiopatias ou nefropatias. 
 
Linfadenomegalias: 
- Supraclavicular (neoplasia de próstata e testículo) 
- Inguinal (câncer de pênis ou uretra) 
 
 
 
8 
 
1. Inspeção do abdome, flancos e das costas 
2. Ausculta do ângulo costovertebral 
3. Palpação dos rins 
4. Palpação dos pontos uretrais 
5. Exame da bexiga 
6. Exame da próstata 
 
Exame físico – Rins 
Devido a sua localização (retroperitoneal) os rins normais 
praticamente são inacessíveis à palpação. 
Quando eles estão aumentados torna-se possível a palpação 
e percebe-se até mesmo à inspeção. 
 
Retroperitoneal bilateral, difícil palpação (diafragma e 
costelas. 
O rim direito é rebaixado pelo fígado! 
É possível a palpação da borda inferior do rim em criança e 
em adultos magros durante a inspiração profunda. 
 
Técnicas de palpação profunda renal 
Palpação: investigar tamanho, forma, consistência, 
superfície da pele, contorno da estrutura e dor. 
 
Método de Guyon: o examinador deve se posicionar no lado 
direito do paciente. O paciente deve estar em decúbito 
dorsal. O examinador deve posicionar a mão direita no 
ângulo lombocostal direito do paciente, elevando o flanco 
direito. Enquanto, a mão esquerda do examinador deve 
estar espalmada na vertical, em relação ao eixo longitudinal, 
abaixo do rebordo costal. Comprimir ambas as mãos ao 
mesmo tempo, procurando sentir e pinçar o polo inferior do 
rim na sua descida inspiratória. 
 
 
Método de Israel: decúbito lateral oposto ao lado do rim a 
ser palpado; a perna superior deve permanecer fletida e a 
inferior em extensão. 
 
 
Método de Goelet: com o paciente em ortostase, flete-se o 
joelho do lado que se deseja palpar, apoiando-o sobre uma 
cadeira. A seguir, faz-se uma tração anterior com uma das 
mãos enquanto a outra é usada na tentativa de palpar o polo 
inferior do rim. 
 
 
Método de Glenard 
Método de Covarrubias: paciente em decúbito lateral para o 
lado oposto do rim que será palpado, deverá estar 
empinado. Com o braço do lado do rim que deverá ser 
palpado deve estar fletido sobre a cabeça. 
Manobra de Montenegro: paciente em decúbito ventral. 
Peloteou renal 
 
Massas palpáveis: criança com tumor de Wilms enorme. O 
tumor de Wilms é um dos tumores mais frequentes em 
crianças. 
 
 
Estágio 1: menor que 7 cm 
Estágio 2: maior que 7 cm 
Estágio3: rompeu a cápsula renal e pode estar crescendo em 
direção a veia cava inferior. 
Estágio 4: metastiza, ganha linfonodos e/ou corrente 
sanguínea. 
 
O mais importante são os pontos... 
 
Pontos renouretrais 
São oitos os pontos renouretrais, sendo cinco renais e três 
ureterais descritos abaixo: 
 
- Ponto costovertebral (de Guyon): localiza-se na interseção 
do bordo externo da coluna vertebral com a costela que 
corresponde à saída pelo forame de conjugação do XII nervo 
 
9 
intercostal (ou nervo subcostal). 
 
- Ponto costomuscular: no ângulo formado pelo bordo 
inferior da última costela e o bordo externo dos músculos da 
massa lombar corresponde à emergência do ramo 
perfurante posterior do XII nervo intercostal. 
 
- Ponto supra ilíaco lateral (de Pasteau): a um centímetro 
acima da crista ilíaca sobre a linha medioaxilar; corresponde 
ao ramo perfurante lateral do XII nervo intercostal. 
 
- Ponto supraintraespinhoso: na saída do nervo cutâneo 
lateral da coxa, através da aponeurose, em frente à espinha 
ilíaca anterossuperior. É pesquisado contornando-se a 
espinha ilíaca anterossuperior com a ponta do indicador, 
como se quisesse enganchar. 
 
- Ponto inguinal: ao nível do orifício externo do conduto 
inguinal há evidência de hiperestesia dos ramos genitais dos 
nervos genitofemoral e ilioinguinal. 
 
Já os pontos uretrais são: 
- Ponto paraumbilical (ou uretral superior): na interseção do 
plano umbilical com o bordo externo do reto anterior 
abdominal corresponde à origem do ureter – 1ª contrição 
fisiológica. 
 
- Ponto ureteral média: no bordo externo do reto anterior, 
na altura da crista ilíaca, é o ponto em que o ureter cruza os 
vasos ilíacos antes de penetra na pelve – 2ª constrição 
fisiológica. 
 
- Ponto uretral inferior: coincide com a desembocadura do 
ureter na bexiga, sedo examinado pelo toque retal ou 
vaginal. 
 
Pontos dolorosos 
 
 
Manobra de Giordano -Pasternatzki 
Em caso de dor, o sinal é positivo, o que indica pielonefrite, 
cálculo uretral ou mesmo compressão de raiz nervosa por 
hérnia discal. 
 
Bexiga 
Inspeção: aspecto da região supra-púbica quanto a 
abaulamentos, lesões e estomas. 
Palpação: mãos em garra, aprofundando-as na expiração e 
deslizando em todos os sentidos, de fora para dentro, 
procurando delimitar a bexiga. Iniciar 2cm da sínfise púbica, 
bexiga vazia. (firme, lisa e indolor). 
Normal: no adulto não é palpável. 
Bexiga distendida (500 ml): visível em magros, 
percussão é melhor do que palpação para o diagnóstico. 
Percussão: timpanismo (bexiga vazia) macicez (bexiga cheia). 
Exame bimanual em pacientes anestesiados: avalia a 
mobilidade da bexiga e a invasão regional de tumor de 
bexiga ou massa pélvica. 
 
 
A retenção urinária aguda (RUA) representa um quadro 
repentino de incapacidade da bexiga de eliminar seu 
conteúdo, desencadeando um quadro doloroso. 
Dor de grande intensidade na região supra púbica com 
irradiação para a uretra, períneo, região interna das coxas e 
dorso. 
 
Alterações que podem ser observadas no exame físico 
Hipogonadismo primário: anorquia bilateral congênita 
Anorquia congênita (também conhecido como castração pré 
púbere funcional ou síndrome dos testículos de fuga). É uma 
condição rara em que um ou ambos dos testículos estão 
ausentes. 
Ginecomastia: hipertrofia das mamas no homem = 
proliferação do tecido fibroglandular. 
Lipomastia (pseudo- ginecomastia): acúmulo de tecido 
adiposo. 
 
Classificação etiológica da ginecomastia 
 
 
Fisiológica: neonatal, puberal, senil. 
Induzida por drogas (iatrogênica) 
Associada a doença orgânica 
Idiopática 
Hereditária 
 
Pênis 
Genital masculino: (paciente em pé com o examinador 
sentado à sua frente; posição supina) 
Inspeção e palpação: pele - implantação pelos, lesões, 
alterações de cor; tamanho e forma do pênis; óstio uretral 
centralizado. 
Procurar edema localizado, nódulos ou lesões. 
 
10 
Retrair prepúcio expondo a glande (secreções, esmegma, 
lesões ou inflamações). 
Comprimir levemente o meato urinário: visualização daporção terminal da uretra – secreções, coloração. A borda 
deve ser rosada e lisa. (Vermelhas, evertidas, edematosas, 
secreção – sugere 
uretrite). 
Palpar toda a extensão do pênis entre o polegar e os dois 
primeiros dedos: normalmente liso, semi-firme e indolor; 
pesquisar massas tumorais, áreas de endurecimento, dor. 
 
Itens a serem avaliados no exame do pênis 
1. Tamanho 
2. Curvatura peniana 
3. Ausência congênita de pênis 
4. Priapismo 
5. Doença de Peyronnie 
6. Balanites simples 
7. Gangrena do pênis 
8. Fratura do pênis 
9. DST: condiloma 
10. Câncer do pênis: lesão vegetante ou ulcerativa 
11. Fimose/Parafimose (crianças) 
12. Hipospadias/Epispadias 
13. Meato uretral: estenose e fenda 
14. Micoses: paciente diabético 
 
Hipogonadismo ou Micropênis 
Micropênis pode ser causada por um defeito em qualquer 
lugar ao longo do eixo hipotalâmico-pituitário-gonodal, um 
defeito na ação androgênica periférica, deficiência isolada 
de hormônio do crescimento, uma anomalia estrutural 
primária, ou pode ser parte de uma síndrome genética. 
 
 
 
Gangrena de Fournier: é uma grave infecção polimicrobiana 
que evolui com fascite necrotizante, comprometendo 
principalmente as regiões genital, perineal e perianal. 
Caracteriza-se por rápida evolução e pode complicar com 
sepse, falência de múltiplos órgãos e óbito. Acomete 
principalmente pacientes diabéticos. 
Uretrites não gonocócica: Doxiciclina 100mg a cada 12 horas, 
durante 10 dias. Azitromicina 1g, via oral, dose única. 
Uretrite gonocócica 
Herpes 
Cancro mole 
Sífilis 
Câncer de pênis 
 
Escroto e testículos 
Inspecionar a face anterior do escroto (afastar pênis com 
dorso da mão ou solicitar ao paciente que o afaste). Levante 
o escroto para inspecionar face posterior. Normalmente a 
pele é enrugada. Observar simetria ou assimetria (normal). 
Observar condições da pele, presença 
de massas, edema, tumefação (aumento – hidrocele, 
varicocele, por ex.) e cistos. 
 
Pele: infecção, cisto sebáceo. 
 
Hidrocele: transiluminação. 
 
Pesquisa de hérnia inguinal 
 
Cordão espermático: cistos, varicocele, canal deferente. 
 
Palpação dos testículos: separadamente, movimentar os 
testículos entre os dedos, sentir consistência (elástica, 
superfície lisa, nodulação, área endurecida) e contorno, 
forma oval, indolor com palpação delicada, utilizando 
polegar e indicador. (pesquisar massas, dor, tumefação; se 
presente – transiluminação). Deve-se investigar durante a 
palpação o tamanho, características da pele e os aspectos 
vasculares. 
 
Tamanho dos testículos no homem adulto 
4,1 a 5,2 cm de comprimento 
2,5 a 3,3 cm de largura 
 
Palpação do epidídimo: forma de vírgula de cima a baixo do 
testículo, indolor, macio. (presença de dor, endurecimento e 
tumefação – pode indicar epididimite). Posição, 
consistência, cistos, dor local. 
 
Palpação do cordão espermático: Em geral, tem 3 mm de 
diâmetro, é fino, redondo e não doloroso à palpação. 
(edemaciado e tortuoso – pode indicar varicocele) 
 
Hipogonadismo primário: síndrome de Klinefelter 
Tamanho dos testículos em um homem com 47 anos, com 
síndrome de Klinefelter XXY clássico é testículo muito 
pequeno (por exemplo, 2 ml). 
 
11 
 
Varicocele 
Corresponde à dilatação das veias que drenam o sangue 
testicular devido à incompetência das válvulas venosas, 
associada ao refluxo venoso. 
 
 
 
Carcinoma de células renais podem comprometer o retorno 
venoso da veia testicular, causando refluxo de sangue e, 
consequentemente, varicocele. Mais frequente a ocorrência 
no lado esquerdo. 
 
 
Dor testicular: torção de testículo, epidermites, orquites, 
torção de apêndice testicular, massa testicular, hidrocele, 
espermatocele, varicocele e trauma testicular. 
 
Criptorquidia 
Trajeto normal de descida (abdominal, inguinal, pré-púbica), 
quanto mais alta, mais alterações histológicas. 
 
 
12 
 
Virilha: posição supina (após exame da bexiga) inspecionar a 
região, a sua pele, observar linfonodos aumentados; em pé, 
em busca de hérnias visíveis como uma protuberância ao 
esforço ou em repouso. 
 
Palpar área do canal inguinal. 
 
Palpar artéria femoral. 
 
Anel ou canal femoral: Pode-se utilizar o pulso femoral 
como marco e palpar cerca de 3 cm medial ao pulso, com o 
uso de três dedos. Normalmente, o canal femoral não é 
palpável, exceto na ocorrência de hérnia. 
 
Palpar linfonodos: cadeia horizontal junto ao ligamento 
inguinal e a cadeia vertical ao longo da parte superior interna 
da coxa. Pesquisar tamanho, consistência, mobilidade, 
sensibilidade. Palpação de linfonodos nas regiões inguinais. 
 
Hérnia inguinal 
Hérnia femoral 
Direita Direita 
Mais comuns, 
todas as idades, 
ambos os sexos. 
Predomina em 
crianças. 
Menos comum. 
Normalmente 
em homens, 
mais de 40 anos. 
Menos comum. 
Mais comum em 
mulheres do que 
em homens. 
 
 
 
 
Exame digital retal (toque retal) 
Orientação verbal prévia: não contrair o esfíncter retal. 
Posições: decúbito dorsal com pernas fletidas e bem 
elevadas; genopeitoral; decúbito lateral; ortostática com 
tronco fletido para diante. 
Uso de luva e lubrificante (dedo indicador) 
 
Introduzir o dedo percebendo o tônus do esfíncter anal. 
Introduzir o dedo mais profundo possível e avaliar a ampola 
retal. 
 
Próstata 
3 a 4 cm do ânus, semelhante à uma castanha, triangular 
com o vértice dirigido para baixo e base superior. 
Consistência elástica semelhante à eminência tenar. Bordas 
arredondadas divididas simetricamente por sulco mediano 
longitudinal. Indolor à palpação (3cm de altura e 4 cm de 
largura). 
 
 
 
Características semiológicas do exame de próstata retal 
digital 
1. Tônus do esfíncter anal 
2. Tamanho 
3. Consistência 
4. Superfície 
5. Simetria 
6. Contornos 
7. Sulco mediano 
8. Mobilidade 
9. Limites anatômicos 
10. Dor 
11. Palpação bimanual 
12. Fissura anal 
13. Estenose retal 
 
Hemorroidas: são vasos dilatados e tortuosos situados na 
parede da parte inferior do reto e ânus. Os vasos incham 
devido ao aumento da pressão. Nódulos se formam dentro 
ou fora do ânus, o que causa dor ou hemorragia. 
 
Fístula anal: se forma desde a última porção do intestino até 
à pele do ânus, criando um estreito túnel que provoca 
sintomas como dor, vermelhidão e sangramento pelo ânus. 
 
Fissura anal: é uma laceração ou úlcera no revestimento do 
ânus. Fissuras anais podem surgir após a evacuação de fezes 
duras ou volumosas. Os sintomas incluem dor ou 
sangramento durante ou após a defecação. 
 
Abcesso anal, perianal ou anorretal, é a formação de uma 
cavidade repleta de pus na pele da região ao redor do ânus, 
que pode provocar sintomas como dor, principalmente ao 
evacuar ou sentar, aparecimento de um caroço doloroso na 
região anal, sangramento ou eliminação de secreção 
amarelada. 
 
 
13 
 
 
Próstata exame retal digital 
Características semiológicas 
Grau Peso (gr) 
Protrusão à 
luz do reto 
Equivalências 
I 20-40 25% 
Limão 
pequeno 
II 41-60 26-50% 
Limão 
mediano 
III 61-80 51-75% Limão grande 
IV >80 76-100% Laranja 
 
Exame físico – pelve feminina 
 
Antes de realizar a inspeção perguntar a paciente se a 
mesma tem desejo de urinar. 
Posicionar a paciente em decúbito dorsal, posicionar cabeça 
e ombro para relaxar a musculatura do abdome. 
Manter os braços cruzados sobre o tórax ou ao lado do 
corpo. Braços elevados fazem com que a musculatura 
abdominal se enrijeça. Peça que a paciente se possível 
mantenha as pernas fletidas e semi-abertas. 
Com luvas e com auxílio de lanterna observar a quantidade 
e distribuição dos pelos. 
Observar presença de parasitas na base dos pelos. 
Observar presença de edemas e eritemas. 
Com uso de luvas realizar a abertura dos grandes lábios para 
observação do introito vaginal, neste momento, observar 
presença de lesões e aspecto de higiene. 
 
Posição litotomia ou ginecológica. 
 
Genitália externa e introito vaginal: atrofia, ulcerações, 
prolapso de mucosa. 
 
Manobra de Valsalva: cistocele e retocele. 
 
Palpação da uretra: inflamação crônica ou malignidade, 
divertículouretral. 
 
 
 
 
 
 
 
Causas mais comuns de retenção urinária 
Homens 
1. Parafimose 
2. Hematúria com coágulos 
3. Litíase uretral 
4. Tumor de uretra 
5. Trauma medular 
6. Bexiga neurogênica 
7. Medicamentos 
8. Pós-operatório 
 
Caso clínico 1 
 
 
 
Problemas do paciente: 
1. Incontinência urinária 
2. Há 2 meses aumento da frequência urinária, 
Noctúria e no último mês episódios de 
incontinência urinária e dor supra púbica. 
3. Dor a palpação superficial e profunda em região 
supra púbica 
4. Presença de bexigoma 
 
Sintomas 
LUTS → sintomas do trato urinário inferior 
Irritativos: sintomas de armazenamento 
Obstrutivos: sintomas de esvaziamento 
Pós- miccionais 
 
14 
 
➢ Esvaziamento (obstrutivo) 
Jato fraco 
Esforço miccional 
Jato interrompido (intermitência) 
Hesitância 
Gotejamento terminal 
Jato afilado 
✓ Incontinência paradoxal – é o que o paciente tem. 
 
Idoso não tem força para urinar. 
Criança tem muita força para urinar, urina longe! 
 
➢ Irritativos (armazenamento) 
Aumento na frequência diurna 
✓ Noctúria 
Urgência 
✓ Urge-incontinência 
✓ Polaciúria 
✓ Dor supra púbica 
 
➢ Pós miccional 
Sensação de esvaziamento vesical incompleto 
Gotejamento pós miccional 
 
Causas de LUTS 
1. Obstrução prostática benigna 
2. Prostatite 
3. Hiperatividade do detrusor 
4. Hipoatividde do detrusor 
5. Bexiga neurogênica 
6. Tumor de bexiga 
7. Corpo estranho 
8. Infecção do trato urinário 
9. Estenose da uretra 
10. Calculo no ureter distal 
11. Poliuria noturna 
European Urology, 2015 
 
O que devemos fazer primeiro? Qual o tratamento inicial? 
Colocar cateter vesical no paciente para aliviar o bexigoma. 
 
PSA normal. Paciente está com insuficiência renal aguda. 
Não está havendo a secreção adequada de eritropoetina. 
Uréia e creatinina estão altíssimos! 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico: ITU é consequência do acúmulo de urina. 
 
Avaliação da função renal: creatinina, uréia, pH urinário, 
densidade/osmolaridade, proteinúria, glicosúria, sedimento 
urinário. 
 
Qual o diagnóstico mais provável? Obstrução do trato 
urinário, insuficiência renal e infecção urinária. 
Qual o diagnóstico diferencial? Causas de LUTS. 
Qual é o melhor próximo exame diagnóstico? Ultrassom da 
próstata. 
Qual o melhor tratamento inicial? Cateter. 
 
Causas de retenção urinária aguda 
1. HPB 
2. Constipação 
3. Carcinoma de próstata 
4. Estenoses uretrais: gonorreia. 
5. Retenção de coágulos intravesicais 
6. Neuropatias 
7. Litíase 
8. Medicações 
9. Pós operatórios 
10. Não definidas 
 
 
 
O rim está dilatado porque está havendo refluxo de sangue, 
uma vez que há obstrução na uretra prostática pelo aumento 
do volume prostático. 
 
O que está causando a obstrução urinária? HPB. 
A obstrução causa hidronefrose e infecção, que podem 
causar a insuficiência renal. 
 
Qual tratamento de insuficiência renal? Operar a próstata. 
 
Insuficiência renal aguda – IRA 
“Redução aguda da função renal em horas ou dias. Refere-
se principalmente a diminuição do ritmo de filtração 
glomerular e/ou do volume urinário, porém, ocorrem 
também distúrbios no controle do equilíbrio 
hidroeletrolítico e acidobásico.” - SBN, 2007. 
 
“Diminuição ou queda súbita na taxa de filtração 
glomerular” - Shills et al, 2003. 
 
A IRA pode ocorrer: 
Em situações não hiper catabólicas: picada de cobra ou 
insetos. 
Obstrução do trato urinário – Caso clínico 1 
Uso de contrate radiológico 
Uso de medicamentos ou drogas nefrotóxicos 
(aminoglicosídeos, cefalosporinas) 
Doença de base muito grave: grandes queimados, operações 
complicadas, septicemias e choque cardiogênico. 
Corona vírus: destrói o túbulo proximal. 
 
Quando a taxa de filtração glomerular diminui e a 
concentração plasmática de creatinina aumenta. 
 
IRA – Objetivo inicial 
Localizar o sítio da lesão: pré-renal, pós renal, intrínseca. 
A eritropoietina (EPO) é um hormônio glicoproteico que regula 
a eritropoiese, atuando sobre as células progenitoras eritroides 
na medula óssea. É produzido nos adultos principalmente no 
córtex renal. 
 
15 
Pré-renal (azotemia pré-renal) 55% - Diminuição do fluxo 
plasmático renal – Ex: vômitos, diarreia, queimaduras, 
corona vírus. 
 
IRA renal (IRA renal intrínseca) 40% - Insulto abrupto e grave 
ao parênquima renal. – Ex: aminoglicosídeos e radio 
contrastes, corona vírus. 
➢ Desordem vascular 
➢ Glomerulonefrite 
➢ Nefrite intersticial 
➢ Necrose tubular por isquemia, toxina ou pigmentos. 
 
Pós-renal (azotemia pós renal) 3% - Caso clínico 1: obstrução 
causada pela próstata. Obstrução do fluxo da urina – Ex: 
Obstrução uretral causada por cálculo, hipertrofia de 
próstata, coágulos, papila descamada, compressão 
extrínseca; ou, Obstrução de saída causada por bexiga 
neurogênica, carcinoma ou HPB, cálculo, coágulo e estenose 
uretral. 
A insuficiência renal aguda pós renal só acontece em 5% dos 
casos. Devido a obstrução do fluxo de urina. As causas mais 
comuns em homens é a hipertrofia prostática, 
especialmente se o paciente está tomando agente 
anticolinérgicos. A causa mais comum em meninos é devido 
a válvula da uretra posterior. Enquanto em mulheres é o 
câncer de útero, mais rara. 
 
Definir a existência de insultos concomitantes: história, 
exame físico, exames laboratoriais e estudos radiológicos. 
 
 
 
Sintomas de IRA 
Devido à azotemia náuseas, vômitos, mal estar e alterações 
da consciência 
Hipertensão é rara 
 
Devido à hipervolemia: edema periférico, pulmões com 
estertores e derrame pleural, ausculta cardíaca com atrito 
pericárdico por derrame pericárdico, podendo chegar ao 
tamponamento cardíaco. 
 
 
 
O câncer de próstata é totalmente diferente. Não vai ter 
sintoma. Quando descobre é por metástase.

Outros materiais