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1 09/08/21, 16/08/21 e 23/08/21 Semiologia nefro urinário e genital masculino - Professor Enrique Antônio Covarrubias Loayza Interrogatório Doença atual - devem-se caracterizar com exatidão os sinais e sintomas que afetem o doente, tentando averiguar a duração, severidade, cronicidade ou periodicidade, grau de impotência funcional e repercussão na qualidade de vida. Queixa principal - sintomas urinários (conhecimento); permite a procura direta do urologista como primeira consulta; queixa principal é o início da formulação do diagnóstico, porém identifica também outros problemas; deve-se considerar a duração, severidade, cronicidade, periodicidade e grau de deficiência. Paciente, sexo masculino, com mais de 45 anos, que vai ser atendido no ambulatório de nefrologia ou urologia, precisamos fazer as seguintes perguntas: “Têm alguma dificuldade para urinar?” “Com que frequência o senhor urina?” ”Com que frequência o senhor urina à noite?” “Qual o volume de urina em cada micção?” “Sente alguma dor ou queimação?” “Têm dificuldade de chegar a tempo no banheiro?” Paciente, sexo feminino, o interrogatório deve conter os seguintes questionamentos: “Provoca alguma eliminação de urina ao tossir, espirrar ou rir?” - indicando incontinência urinária. Em pacientes, sexo masculino, idoso: “Houve mudança na força do jato urinário ou no esforço que têm que fazer para urinar?” “Qual a cor da urina?” Volume urinário em condições normais de saúde e em clima ameno, uma pessoa adulta normal elimina de 800 a 2.700 ml de urina por dia. A capacidade da bexiga normal é de 350 a 450 ml e o indivíduo tende a esvaziá-la quando a quantidade chega a 200 ml. Sinais e sintomas • Alterações na micção • Alteração no volume e ritmo urinário • Alterações na característica da urina • Dor • Edema • Febre Se têm dificuldade para urinar… Os sintomas de trato urinário inferior são conhecidos pela sigla LUTS. Os sintomas podem ser irritativos (sintomas de armazenamento, sintomas de bexiga porque a bexiga armazena a urina), podem ser obstrutivos (sintomas de esvaziamento) ou ainda podem ser pós-miccionais. O que produz LUTS? Obstrução prostática benigna - a partir de 45 anos a próstata cresce, causando obstrução do fluxo urinário. Músculo detrusor é o músculo da bexiga. Disfunção bexiga neurogênica ocorre quando há alteração do centro da micção. Paciente com Parkinson ou que sofreu acidente vascular cerebral e tem disfunção da bexiga, contraindo demais. Sintomas de esvaziamento (obstrutivos) Obstrução funcional ou anatômica para o fluxo de urina, por exemplo, hiperplasia benigna da próstata, estenose de uretra, deficiência da força de contração da bexiga (devido a uma lesão da medula espinhal ou obstrução prolongada). • Jato fraco, esforço miccional (o esforço muscular para iniciar, manter ou melhorar o jato urinário), jato interrompido (intermitência, ato involuntário de interromper e reiniciar), hesitância (hesitação, demora para urinar, retardo para o início da micção), gotejamento terminal (perda após o final da micção secundário à resíduo de urina na uretra bulbar ou prostática), jato afilado, incontinência paradoxal (perdendo urina constantemente), jato bifurcado ou espalhado, retenção urinária. Perguntas para serem feitas ao paciente: “Molha a ponta dos sapatos durante a micção?” Semiologia nefro urinário e genital masculino 2 “Molha o vaso sanitário ao urinar?” “Ocorre diminuição da força do jato urinário quando comparado com quando era mais jovem?” “Micção em jato fino ou em gotas?” “Apresenta jato bifurcado ou em chuveiro?” “Apresenta interrupções do jato urinário?” Sintomas da HPB O paciente quando urina molha a ponta dos sapatos, o que pode ser sugestivo do crescimento prostático benigno que obstrui o fluxo urinário. Sintomas irritativos São sintomas de armazenamento e bexiga. Ocorre frequentemente em homens e mulheres e são tipicamente mais incômodos para os pacientes. A bexiga deve normalmente atuar com um reservatório de baixa pressão de urina. Quais os sintomas irritativos? Aumento da frequência diurna, noctúria (acorda mais vezes para urinar), urgência, urge-incontinência, polaciúria e dor supra púbica. Noctúria é diferente de nictúria. Nictúria é a pessoa que urina mais de noite do que de dia, enquanto noctúria é quando a pessoa acorda mais vezes durante a noite pela necessidade de urinar. Normalmente um adulto normal vai urinar 2 a 8 vezes por dia (média 5 a 6 vezes), volume de 300 ml. Aumento na frequência urinária - urina > 8 vezes/dia Polaciúria: necessidade imperiosa e frequência de urinar, “tamúria” Disúria: dificuldade e dor para urinar. Urgência miccional: desejo súbito de urinar, impondo micção urgente é difícil adiar. Noctúria: micção noturna Nictúria: predominância do volume urinário noturno em relação ao diurno. Incontinência urinária: perda involuntária de urina. Ardor urinário: sensação de queimadura durante a passagem de urina pela uretra. Sintomas pós miccionais Sensação de esvaziamento vesical incompleto. Gotejamento pós-miccional. Todos os demais LUTS (sintomas obstrutivos ou de armazenamento) Distúrbios miccionais Disúria: emissão de urina com diferentes graus de desconforto. Na prática, traduz-se por micção acompanhada de dor que, via de regra, é referida no meato uretral. Habitualmente, é causada por inflamação em decorrência de inflamação em decorrência de infecção urinária, processos obstrutivos ou inflamatórios da bexiga e/ou uretra. A que ocorre no início da micção pode indicar acometimento uretral. É a nomenclatura dada à micção associada à sensação de dor, queimação ou desconforto. Ocorre na cistite, prostatite, uretrite, traumatismo geniturinário, irritantes uretrais e reação alérgica. Estrangúria: forma extrema de disúria, dificuldade e dor à micção, acompanhada de espasmos em intensa cistite. Polaciúria: aumento de frequência das micções, ou seja, micções com intervalos menores que o habitual, inferior a 2 horas sem que haja concomitantemente aumento do volume urinário; traduz-se irritação vesical. Frequentemente, associa-se à eliminação de volumes urinários menores que os habituais. Esses sintomas são provocados por redução da capacidade da bexiga, dor à distensão vesical ou por comprometimento da uretra posterior. Decorrem de várias causas, tais como infecção, cálculo, obstrução, alterações neurológicas e em várias condições psicológicas e fisiológicas, principalmente o frio e a ansiedade. Poliúria: (diurese superior a 2.000 ml - 2.500 ml em 24 horas). Aumento do volume urinário, ou seja, da diurese. Pode decorrer por mobilização de edemas, diminuição do hormônio antidiurético, diabetes mellitus e até por desobstrução aguda das vias urinárias excretoras. Existem 2 mecanismos básicos de poliúria: • Por diurese osmótica, decorrente da excreção de um volume aumentado de solutos, determinando maior excreção de água (por exemplo, diabetes melito descompensado), insuficiência renal crônica (em razão de uremia) ou por incapacidade de concentração urinária. • Por incapacidade de concentração urinária (por exemplo, diabetes insípido, hipopotassemia). Oligúria: diminuição da diurese para volume entre 700ml e 300ml em 24 horas (clinicamente, convencionou-se chamar de oligúria uma diurese inferior a 400ml/dia ou menos de 20 ml/h). Anúria: caracteriza-se por volume urinário inferior a 100 ml/24 h. Ausência total de urina. A verdadeira decorrente de sofrimento renal ou pré-renal. Quando aplicado para caracterizar casos nos quais há impossibilidade de a urina atingir a bexiga, deve-se utilizar o termo anúria obstrutiva. Nesses casos, é necessário empregar remoção de causa ou de estabelecimento de derivação do fluxo urinário, a montante do obstáculo. Urgência: desejo forte, súbito e irrefreável de urinar ou imperiosidade. Pode ser confundida comincontinência urinária, especialmente em crianças; nelas, diferencia-se pela presença de intervalo seco entre as micções. Esforço: condição em que se usam recursos auxiliares para urinar. Como a micção é ato realizado de forma confortável e sem esforço, seu aparecimento sempre reflete dificuldade no esvaziamento vesical de natureza inflamatória, neurogênica, infecciosa ou, mais comumente, obstrutiva. Clinicamente, acompanha-se de apneia expiratória, estase jugular, contratura de parede abdominal e eliminação de flatos. 3 Alteração do jato: Força e/ou calibre. Geralmente, há esforço miccional; têm significado clínico semelhante. Retenção urinária: Incapacidade de eliminar a urina acumulada na bexiga. Na infância, deve-se suspeitar de problemas neurológicos, ureterocele em meninas e válvula de uretra posterior em meninos. Em adultos do sexo masculino, a maior suspeita recai sobre problemas uretroprostáticos. No feminino, doenças neurológicas ou inflamatórias/infecciosas. Nunca deixe de questionar sobre uso de medicamentos (descongestionantes nasais, antigripais ou dilatadores de pupila). Noctúria: pode ocorrer devido a uma redução da capacidade funcional da bexiga devido causas, como a hiperatividade do detrusor ou um elevado resíduo de pós miccional. Alternativamente, pode ocorrer como uma consequência da superprodução de urina ao longo do dia denominado poliúria (produção de > 40 ml de urina/ kg/ hora durante um período de 24 horas) ou durante a noite, noturno poliúria (mais de um terço do volume total de urina produzida). Nictúria: quando o volume de urina ejetado à noite está aumentado (predominância do volume urinário noturno em relação ao diurno). Se existir nictúria sem polaciúria diurna deve-se suspeitar de insuficiência cardíaca congestiva com edema periférico, que será mobilizado quando o paciente se deitar. Hesitação: ocorre quando há um intervalo maior para que apareça o jato urinário. Indica geralmente obstrução do trato de saída da bexiga. Normalmente, quando a pessoa acorda a primeira urina demora um pouco mais para sair porque a bexiga está muito cheia. Para conseguir urinar, o paciente faz um esforço maior que em condições normais. Pneumatúria: emissão de gases pelo trato urinário, não necessariamente, mas principalmente ao urinar. Pode aparecer em quadro infecciosos, mais frequentemente em diabéticos e/ou em comunicações anormais entre os tratos digestivo e urinário (fístulas neoplásicas, inflamatórias ou actínicas). Paraurese: incapacidade de urinar diante de pessoas ou em ambientes estranhos. Enurese: micção involuntária inconsciente que não deve ser confundida com incontinência (que por definição é perda, não micção). Fisiológica até os 3 a 4 anos de idade, passa a ser considerada anormal a partir dessa faixa etária. Pode ser classificada em diurna ou noturna, dependendo do período no qual se apresenta com mais frequências. Pressupõe ausência de doença do trato urinário, relacionando-se a fatores neuropsicológicos. Têm caráter hereditário e é atribuída a atraso no processo de mielinização das fibras nervosas envolvidas no arco reflexo da micção. Incontinência urinária: perda involuntária da urina. Contínua ou intermitente, com ou sem micções preservadas, relacionada ou não ao esforço abdominal. Em grande parte dos casos, reflete incompetência esfincteriana, mas também pode ser observada, na retenção urinária, por transbordamento (ou incontinência paradoxal). No sexo feminino, pode ser decorrente de fístulas ou ectopias uretrais extra vesicais. A incontinência é classificada como: - Incontinência de urgência (IUU): perda involuntária de urina acompanhada ou imediatamente precedida por sensação de urgência - Incontinência urinária de esforço (SUI): perda involuntária de urina causada por esforço, ou espirrar ou tossir. - Incontinência urinária mista (IUM) - Incontinência urinária contínua: relacionado com o aumento da próstata levando a incontinência por transbordamento. - Incontinência urinária circunstancial: relacionado com momentos de estresse ou notícias inesperadas. A incontinência pode ainda ser classificada em de urgência (corrida ao banheiro) e de esforço (tosse). A incontinência urinária de esforço é aquela que ocorre devido ao aumento da pressão abdominal, durante a tosse, o espirro e os movimentos vigorosos. Alterações das características da urina Normal: transparente, tonalidade do amarelo claro ao amarelo escuro Alterações da cor na: hematúria, hemoglobinúria, mioglobinúria ou porfirinúria. Hemoglobinúria - hemoglobina livre na urina. Causada por hemólise intravascular. Mioglobinúria - destruição muscular A ureterocele é uma dilatação cística do ureter terminal e está associada à duplicidade ureteropiélica em 80% dos casos. A duplicidade é a anomalia congênita de vias urinárias mais comum e está presente em um a cada 150 recém- nascidos. Entretanto, na maioria dos casos, a duplicidade representa apenas um achado radiológico. Sua importância clínica surge quando associada à ectopia ureteral e ureterocele. Em meninas, a ureterocele é 4 vezes mais comum e está associada a duplicidade ureteral em 95% dos casos. Nos meninos, esta associação é menos comum (34%) (Caldamone, 1984). Observa-se ureterocele bilateral em 15% dos casos. 4 Porfirinúria - eliminação de porfinas, as quais produzem cor vermelho-vinhos da urina. Bilirrubinúria - paciente com hepatite. Hematúria - é definida como a eliminação de um número anormal de hemácias na urina. Um pequeno número de hemácias é continuamente eliminado na urina de indivíduos normais. É aceito como limite de normalidade até duas hemácias por campo de grande aumento. Têm como definição mais exata a presença de cinco ou mais eritrócitos (hemácias) por campo na análise microscópica do sedimento urinário, que deve ser confirmada em pelo menos duas amostras de urina. Presença de sangue na urina, proveniente de vias urinárias acima da uretra anterior Hemouretrorragia (uretrorragia) - perda de sangue através do meato uretral externo fora da micção. Hematúria - classificação Macroscópica: quando a presença de sangue é detectada ao olho nu. O aspecto da hematúria macroscópica pode aparecer quando apenas 2 a 5 ml de sangue estão misturados com um litro de urina. Inicial: início da micção, uretro-cervico-prostática Final: geralmente de origem vesical Total: toda a micção, renal ou ureteral Associada à dor: inflamação ou obstrução do trato urinário Quando o paciente tem hematúria e não têm dor deve-se investigar câncer de bexiga ou renal. Ou seja, a hematúria não dolorosa está tipicamente associada com malignidade urotelial (sangramento do tumor friável). Quando o paciente tem hematúria com dor e febre essa hematúria é benigna, é inflamação local. Ou seja, hematúria dolorosa é geralmente associada com condições benignas como infecção do trato urinário (ITU) ou litíase. Microscópica: quando as hemácias somente são visualizadas ao microscópio. > 5 hemácias/ campo grande de aumento. Quanto ao local da hematúria Glomerular: pode ser sugerida pela presença de proteinúria, cilindrúria (especialmente cilindros hemáticos) e dismorfismo das hemácias. Não glomerular Causas de hematúria Renal: tumor, infecção/inflamação, cálculos renais, trauma, fístula arteriovenosa, nefrológica. Ureter: Tumor ou cálculos renais Bexiga: tumor, infecção/inflamação e cálculos renais Próstata: tumor (carcinoma), BPH Uretra: infecção/inflamação Causas de hematúria quanto ao local Glomerular Glomerulonefrite difusa aguda pós-infecciosa Glomerulonefrite proliferativa mesangial Glomerulonefrite membranosa Glomerulonefrite mesângio capilar Glomerulonefrite do lúpus eritematoso sistêmico (LES) Nefropatia por IgA (Doença de Berger) Nefrite d púrpura de Henoch-Schonlein (PHS) Nefrite familiar ou síndrome de Alport Doençada membrana fina Hematúria recorrente ou familiar benigna Síndrome hemolítico-urêmica (SHU) Não glomerular Infecção do trato urinário Nefrolitíase Distúrbios metabólicos - Hipercalciúria - Hiéruricosúria Anomalias do trato urinário Cistos Tumores Hemangiomas Traumatismos Exercícios/esforço físico Medicamentos Causas hematológicas Causas vasculares Queimaduras Corpo estranho Febre Desidratação Menstruação Hábitos diversos Hematúria falsa é quando a urina está com coloração: Rojo/marrom: beterrabas, morangos Laranja: alimentos que têm caroteno Verde: aspargos Negra: metildopa Alterações das características da urina Urina turva - causas diversas Solução supersaturada, pode apresentar precipitações do tipo cristais. Forma um depósito esbranquiçado. É quase sempre de odor desagradável associada a infecção urinária como cistite, pielonefrite, abscesso renal, ureteral ou prostático. Causa rara: obstrução dos ductos linfáticos. Urina com mau cheiro Odor característico de amônia Aumento dos concentrados causa cheiro desagradável Fetidez: processos inflamatórios, infecção e alguns medicamentos (vitaminas, antibióticos). Fecalúria: situação rara que indica fístula colo vesical. Urina com aumento de espuma - proteinúria Eliminação de proteínas de forma aumentada (ex.: glomerulonefrites, nefropatia diabética, nefrites intersticiais. Normalmente quando se urina faz espuma, mas essa espuma tende a sumir em 15 minutos, caso esta persista indica proteinúria, significando lesão glomerular/alteração glomerular. O primeiro sinal de problemas renais é a proteinúria. 5 Dores características Dor lombar: inflamação da cápsula renal, Dor em flanco: cápsula renal peripélvica Cólica renal: pélvis renal e cálices Dor vesical Estrangúria Dor perineal Dor testicular Dor renal Quanto à localização, aquela proveniente do rim normalmente localiza-se no ângulo costovertebral ipsilateral - lateral ao músculo sacro espinhal e abaixo da 12ª costela. Essa dor é atribuída à distensão súbita da cápsula renal, podendo irradiar-se ao trajeto do ureter, à região umbilical e até aos genitais. Por estímulo reflexo ao plexo celíaco, pode haver náuseas, vômitos e diarreia. Essa dor sugere devido ao alongamento da cápsula renal: - Pielonefrite aguda patológica devido ao edema inflamatório - Obstrução da junção pelve-ureteral pela distensão do sistema pielocalicial. Dor pielo-ureteral Dor originada no ureter aparece subitamente, geralmente secundária à obstrução, por distensão aguda e aumento de sua peristalse Suspeita do nível de obstrução pode se dar pela localização da dor: Quando de terço superior, pode mimetizar dor renal; no terço médio, pode ser referida no quadrante inferior do abdome, à direita no ponto de McBurney (e sugerir apendicite) e à esquerda lembrando diverticulite. Obstrução do terço distal produz sintomas de irritabilidade vesical; nos homens, pode irradiar pela uretra até a glande e nas mulheres, para os grandes lábios. Acompanha-se de fenômenos vagal: hipotensão postural, náuseas e vômitos. Cólica renal Dor vesical Na dor de origem vesical há desconforto supra púbico, intermitente nos quadros inflamatórios, que varia de acordo com o grau de depleção vesical. - Retenção urinária aguda (RUA): representa um quadro repentino de incapacidade da bexiga de eliminar seu conteúdo, desencadeando um quadro doloroso. Dor de grande intensidade na região supra púbica com irradiação para uretra, períneo, região interna das coxas e dorso. → Bexigoma Dor prostática (dor perineal) Se origina na próstata habitualmente decorre de inflamação, de edema e de distensão de sua cápsula, localizando-se normalmente no períneo, embora possa ser referida na área sacral, inguinal ou genital. Frequentemente, associa-se a sintomas miccionais, predominantemente de armazenamento, podendo provocar retenção urinária. Dor escrotal: na puberdade, dor testicular costuma ter aparecimento súbito, acompanhada ou não de aumento no volume do escroto, podendo ser causada por processos infecciosos, traumatismo ou por torção do funículo espermático. Impõe-se diagnóstico diferencial, com frequência difícil: na dúvida, é menos grave operar uma orquiepididimite do que não intervir numa torção. A varicocele ou hidrocele podem causar uma dor crônica constante e de baixa intensidade. - Epididimites: bactérias do colo/reto entram pela uretra até o epidídimo. 6 Orquialgia aguda: causas Torção cordão Tumor Orquiepididimite Traumatismo Abscesso testicular ou escrotal Trauma → ruptura testicular Hérnia encarcerada Hematocele aguda Dor peniana Em geral, dor no pênis flácido é secundária à inflamação da bexiga e/ou da uretra e que pode ser referida com maior intensidade no meato uretral Parafimose, anel prepucial que ocorre após exteriorização da glande, provoca ingurgitamento e edema, dificultando ou impossibilitando a redução da bolsa prepucial. Dor no pênis em ereção geralmente relaciona-se a processos inflamatórios dos corpos cavernosos, como na doença de Peyronie ou priapismo (fica ereto por mais de 4 horas). Traumatismo peniano - Fechado: relação sexual ou práticas sexuais (anéis) - Aberto: arma de fogo ou objetos contusos Fratura de corpo cavernoso: reparo imediato. Hemospermia: presença de sangue no esperma Causas de hemospermia: - Infecção: tuberculose, esquistossomose, carcinoma das vesículas seminais e próstata, discrasias sanguíneas, litíase prostática, hiperplasia benigna da próstata (HBP). Interrogatório Residência: climas quente e ambientes que favoreçam a transpiração, promovem a desidratação e a formação de cálculos bem como áreas com águas muito mineralizadas. Profissão: é clássico o caso dos carcinomas escrotais dos limpadores de chaminés. A exposição ocupacional é responsável por cerva de 10% dos tumores de bexiga (indústrias de tintas, borrachas, couros entre outras). Idade: o câncer da próstata e hiperplasia benigna da próstata costumam aparecer de forma diferente no decorrer do envelhecimento masculino. Como pode se observar no gráfico a seguir: A idade é mais importante nos tumores de Wilms ou nefrobastoma e no tumor de células germinativas do testículo. O tumor de Wilms ou nefrobastoma é mais frequente na infância, atingindo o seu pico de incidência durante o terceiro ano de vida. O tumor de células germinativas do testículo é o tumor mais frequente no homem entre 18 a 35 anos. A torção aguda do cordão espermático é mais comum na adolescência e altamente improvável em idades acima de 40 anos. Tempo crítico: 6 horas para operar e evitar necrose. Raça: a litíase urinária é rara nos esquimós e negros. O carcinoma de células renais e prostático são mais comuns na raça negra. O risco de desenvolver câncer de próstata para brancos é de 16% e para negros é de 20%. O risco de morrer por CA de próstata é de 2,8% para brancos e de 4,7% para negros. A sobrevida de 5 anos é de 94% para brancos de 87% para negros. ZEQUI 2007. Sexo: tumores renais e uroteliais são mais comuns no homem e a cistite intersticial, refluxo vesico-utérico e nefroptose na mulher. Fatores culturais: a influencia da circuncisão precoce e sistemática reflete-se numa menor incidência de infecções 7 urinárias (fimose, HIV, herpes) e carcinoma do pênis nos grupos que a praticam. Hábitos alimentares: é conhecida influência da dieta na patogenia da hiperuricemia e litíase úrica. Estão em investigação fatores dietéticos na prevenção de algumas neoplasias como o câncer de próstata. Hábitos: - Tabaco - Os fumantes apresentam um risco de desenvolverem câncer de rim e bexiga. 4 X mais chance de desenvolver câncer de bexiga. - Álcool, fármacos e anabolizantes – Sabe-se que o consumo de álcool em dose modera aumenta a libido, mas o seu consumo crônico excessivoafeta negativamente a função erétil. Antecedentes pessoais: diabetes mellitus, obesidade, esclerose múltipla (disfunção miccional), cirurgias anteriores, hipertensão arterial e doenças neurológicas. Gravidez e história ginecológica: a incidência de incontinência urinária de esforço aumenta com o número de gravidezes, partos vaginais e trabalhos de parto. Traumatismo obstétrico é fato mais importante no aparecimento de fístulas vesico-vaginais. Durante a gravidez aumenta a incidência de cistites. Antecedentes familiares: é conhecida a incidência familiar da litíase urinária e a de carcinoma da próstata. Dor: dor proveniente do trato genitourinário costuma ser bastante intensa e normalmente associa-se a inflamação ou a obstrução. Deve ser caracterizada quanto ao tipo (contínua ou intermitente), à localização, à irradiação, à intensidade e a fatores desencadeantes de melhora ou de piora. De maneira geral, dor decorrente de inflamação é contínua, ao passo que aquela oriunda de processo obstrutivo tem caráter em cólicas. Disfunções sexuais: classificação comparada Homem Mulher Disfunções do desejo Desejo sexual hipoativo Aversão sexual Desejo sexual hipoativo Aversão sexual Disfunções da excitação sexual Disfunção erétil Disfunção da excitação sexual feminina Disfunções do orgasmo Ejaculação prematura Disfunção do orgasmo masculino Disfunção do orgasmo feminino Disfunções sexuais dolorosos Dispareunia Dispareunia Vaginismo Dor sexual não coital Exame físico geral Nutricional: caquexia – doenças malignas – obesidade – doenças endocrinológicas Edema de extremidades: cardiopatias ou nefropatias. Linfadenomegalias: - Supraclavicular (neoplasia de próstata e testículo) - Inguinal (câncer de pênis ou uretra) 8 1. Inspeção do abdome, flancos e das costas 2. Ausculta do ângulo costovertebral 3. Palpação dos rins 4. Palpação dos pontos uretrais 5. Exame da bexiga 6. Exame da próstata Exame físico – Rins Devido a sua localização (retroperitoneal) os rins normais praticamente são inacessíveis à palpação. Quando eles estão aumentados torna-se possível a palpação e percebe-se até mesmo à inspeção. Retroperitoneal bilateral, difícil palpação (diafragma e costelas. O rim direito é rebaixado pelo fígado! É possível a palpação da borda inferior do rim em criança e em adultos magros durante a inspiração profunda. Técnicas de palpação profunda renal Palpação: investigar tamanho, forma, consistência, superfície da pele, contorno da estrutura e dor. Método de Guyon: o examinador deve se posicionar no lado direito do paciente. O paciente deve estar em decúbito dorsal. O examinador deve posicionar a mão direita no ângulo lombocostal direito do paciente, elevando o flanco direito. Enquanto, a mão esquerda do examinador deve estar espalmada na vertical, em relação ao eixo longitudinal, abaixo do rebordo costal. Comprimir ambas as mãos ao mesmo tempo, procurando sentir e pinçar o polo inferior do rim na sua descida inspiratória. Método de Israel: decúbito lateral oposto ao lado do rim a ser palpado; a perna superior deve permanecer fletida e a inferior em extensão. Método de Goelet: com o paciente em ortostase, flete-se o joelho do lado que se deseja palpar, apoiando-o sobre uma cadeira. A seguir, faz-se uma tração anterior com uma das mãos enquanto a outra é usada na tentativa de palpar o polo inferior do rim. Método de Glenard Método de Covarrubias: paciente em decúbito lateral para o lado oposto do rim que será palpado, deverá estar empinado. Com o braço do lado do rim que deverá ser palpado deve estar fletido sobre a cabeça. Manobra de Montenegro: paciente em decúbito ventral. Peloteou renal Massas palpáveis: criança com tumor de Wilms enorme. O tumor de Wilms é um dos tumores mais frequentes em crianças. Estágio 1: menor que 7 cm Estágio 2: maior que 7 cm Estágio3: rompeu a cápsula renal e pode estar crescendo em direção a veia cava inferior. Estágio 4: metastiza, ganha linfonodos e/ou corrente sanguínea. O mais importante são os pontos... Pontos renouretrais São oitos os pontos renouretrais, sendo cinco renais e três ureterais descritos abaixo: - Ponto costovertebral (de Guyon): localiza-se na interseção do bordo externo da coluna vertebral com a costela que corresponde à saída pelo forame de conjugação do XII nervo 9 intercostal (ou nervo subcostal). - Ponto costomuscular: no ângulo formado pelo bordo inferior da última costela e o bordo externo dos músculos da massa lombar corresponde à emergência do ramo perfurante posterior do XII nervo intercostal. - Ponto supra ilíaco lateral (de Pasteau): a um centímetro acima da crista ilíaca sobre a linha medioaxilar; corresponde ao ramo perfurante lateral do XII nervo intercostal. - Ponto supraintraespinhoso: na saída do nervo cutâneo lateral da coxa, através da aponeurose, em frente à espinha ilíaca anterossuperior. É pesquisado contornando-se a espinha ilíaca anterossuperior com a ponta do indicador, como se quisesse enganchar. - Ponto inguinal: ao nível do orifício externo do conduto inguinal há evidência de hiperestesia dos ramos genitais dos nervos genitofemoral e ilioinguinal. Já os pontos uretrais são: - Ponto paraumbilical (ou uretral superior): na interseção do plano umbilical com o bordo externo do reto anterior abdominal corresponde à origem do ureter – 1ª contrição fisiológica. - Ponto ureteral média: no bordo externo do reto anterior, na altura da crista ilíaca, é o ponto em que o ureter cruza os vasos ilíacos antes de penetra na pelve – 2ª constrição fisiológica. - Ponto uretral inferior: coincide com a desembocadura do ureter na bexiga, sedo examinado pelo toque retal ou vaginal. Pontos dolorosos Manobra de Giordano -Pasternatzki Em caso de dor, o sinal é positivo, o que indica pielonefrite, cálculo uretral ou mesmo compressão de raiz nervosa por hérnia discal. Bexiga Inspeção: aspecto da região supra-púbica quanto a abaulamentos, lesões e estomas. Palpação: mãos em garra, aprofundando-as na expiração e deslizando em todos os sentidos, de fora para dentro, procurando delimitar a bexiga. Iniciar 2cm da sínfise púbica, bexiga vazia. (firme, lisa e indolor). Normal: no adulto não é palpável. Bexiga distendida (500 ml): visível em magros, percussão é melhor do que palpação para o diagnóstico. Percussão: timpanismo (bexiga vazia) macicez (bexiga cheia). Exame bimanual em pacientes anestesiados: avalia a mobilidade da bexiga e a invasão regional de tumor de bexiga ou massa pélvica. A retenção urinária aguda (RUA) representa um quadro repentino de incapacidade da bexiga de eliminar seu conteúdo, desencadeando um quadro doloroso. Dor de grande intensidade na região supra púbica com irradiação para a uretra, períneo, região interna das coxas e dorso. Alterações que podem ser observadas no exame físico Hipogonadismo primário: anorquia bilateral congênita Anorquia congênita (também conhecido como castração pré púbere funcional ou síndrome dos testículos de fuga). É uma condição rara em que um ou ambos dos testículos estão ausentes. Ginecomastia: hipertrofia das mamas no homem = proliferação do tecido fibroglandular. Lipomastia (pseudo- ginecomastia): acúmulo de tecido adiposo. Classificação etiológica da ginecomastia Fisiológica: neonatal, puberal, senil. Induzida por drogas (iatrogênica) Associada a doença orgânica Idiopática Hereditária Pênis Genital masculino: (paciente em pé com o examinador sentado à sua frente; posição supina) Inspeção e palpação: pele - implantação pelos, lesões, alterações de cor; tamanho e forma do pênis; óstio uretral centralizado. Procurar edema localizado, nódulos ou lesões. 10 Retrair prepúcio expondo a glande (secreções, esmegma, lesões ou inflamações). Comprimir levemente o meato urinário: visualização daporção terminal da uretra – secreções, coloração. A borda deve ser rosada e lisa. (Vermelhas, evertidas, edematosas, secreção – sugere uretrite). Palpar toda a extensão do pênis entre o polegar e os dois primeiros dedos: normalmente liso, semi-firme e indolor; pesquisar massas tumorais, áreas de endurecimento, dor. Itens a serem avaliados no exame do pênis 1. Tamanho 2. Curvatura peniana 3. Ausência congênita de pênis 4. Priapismo 5. Doença de Peyronnie 6. Balanites simples 7. Gangrena do pênis 8. Fratura do pênis 9. DST: condiloma 10. Câncer do pênis: lesão vegetante ou ulcerativa 11. Fimose/Parafimose (crianças) 12. Hipospadias/Epispadias 13. Meato uretral: estenose e fenda 14. Micoses: paciente diabético Hipogonadismo ou Micropênis Micropênis pode ser causada por um defeito em qualquer lugar ao longo do eixo hipotalâmico-pituitário-gonodal, um defeito na ação androgênica periférica, deficiência isolada de hormônio do crescimento, uma anomalia estrutural primária, ou pode ser parte de uma síndrome genética. Gangrena de Fournier: é uma grave infecção polimicrobiana que evolui com fascite necrotizante, comprometendo principalmente as regiões genital, perineal e perianal. Caracteriza-se por rápida evolução e pode complicar com sepse, falência de múltiplos órgãos e óbito. Acomete principalmente pacientes diabéticos. Uretrites não gonocócica: Doxiciclina 100mg a cada 12 horas, durante 10 dias. Azitromicina 1g, via oral, dose única. Uretrite gonocócica Herpes Cancro mole Sífilis Câncer de pênis Escroto e testículos Inspecionar a face anterior do escroto (afastar pênis com dorso da mão ou solicitar ao paciente que o afaste). Levante o escroto para inspecionar face posterior. Normalmente a pele é enrugada. Observar simetria ou assimetria (normal). Observar condições da pele, presença de massas, edema, tumefação (aumento – hidrocele, varicocele, por ex.) e cistos. Pele: infecção, cisto sebáceo. Hidrocele: transiluminação. Pesquisa de hérnia inguinal Cordão espermático: cistos, varicocele, canal deferente. Palpação dos testículos: separadamente, movimentar os testículos entre os dedos, sentir consistência (elástica, superfície lisa, nodulação, área endurecida) e contorno, forma oval, indolor com palpação delicada, utilizando polegar e indicador. (pesquisar massas, dor, tumefação; se presente – transiluminação). Deve-se investigar durante a palpação o tamanho, características da pele e os aspectos vasculares. Tamanho dos testículos no homem adulto 4,1 a 5,2 cm de comprimento 2,5 a 3,3 cm de largura Palpação do epidídimo: forma de vírgula de cima a baixo do testículo, indolor, macio. (presença de dor, endurecimento e tumefação – pode indicar epididimite). Posição, consistência, cistos, dor local. Palpação do cordão espermático: Em geral, tem 3 mm de diâmetro, é fino, redondo e não doloroso à palpação. (edemaciado e tortuoso – pode indicar varicocele) Hipogonadismo primário: síndrome de Klinefelter Tamanho dos testículos em um homem com 47 anos, com síndrome de Klinefelter XXY clássico é testículo muito pequeno (por exemplo, 2 ml). 11 Varicocele Corresponde à dilatação das veias que drenam o sangue testicular devido à incompetência das válvulas venosas, associada ao refluxo venoso. Carcinoma de células renais podem comprometer o retorno venoso da veia testicular, causando refluxo de sangue e, consequentemente, varicocele. Mais frequente a ocorrência no lado esquerdo. Dor testicular: torção de testículo, epidermites, orquites, torção de apêndice testicular, massa testicular, hidrocele, espermatocele, varicocele e trauma testicular. Criptorquidia Trajeto normal de descida (abdominal, inguinal, pré-púbica), quanto mais alta, mais alterações histológicas. 12 Virilha: posição supina (após exame da bexiga) inspecionar a região, a sua pele, observar linfonodos aumentados; em pé, em busca de hérnias visíveis como uma protuberância ao esforço ou em repouso. Palpar área do canal inguinal. Palpar artéria femoral. Anel ou canal femoral: Pode-se utilizar o pulso femoral como marco e palpar cerca de 3 cm medial ao pulso, com o uso de três dedos. Normalmente, o canal femoral não é palpável, exceto na ocorrência de hérnia. Palpar linfonodos: cadeia horizontal junto ao ligamento inguinal e a cadeia vertical ao longo da parte superior interna da coxa. Pesquisar tamanho, consistência, mobilidade, sensibilidade. Palpação de linfonodos nas regiões inguinais. Hérnia inguinal Hérnia femoral Direita Direita Mais comuns, todas as idades, ambos os sexos. Predomina em crianças. Menos comum. Normalmente em homens, mais de 40 anos. Menos comum. Mais comum em mulheres do que em homens. Exame digital retal (toque retal) Orientação verbal prévia: não contrair o esfíncter retal. Posições: decúbito dorsal com pernas fletidas e bem elevadas; genopeitoral; decúbito lateral; ortostática com tronco fletido para diante. Uso de luva e lubrificante (dedo indicador) Introduzir o dedo percebendo o tônus do esfíncter anal. Introduzir o dedo mais profundo possível e avaliar a ampola retal. Próstata 3 a 4 cm do ânus, semelhante à uma castanha, triangular com o vértice dirigido para baixo e base superior. Consistência elástica semelhante à eminência tenar. Bordas arredondadas divididas simetricamente por sulco mediano longitudinal. Indolor à palpação (3cm de altura e 4 cm de largura). Características semiológicas do exame de próstata retal digital 1. Tônus do esfíncter anal 2. Tamanho 3. Consistência 4. Superfície 5. Simetria 6. Contornos 7. Sulco mediano 8. Mobilidade 9. Limites anatômicos 10. Dor 11. Palpação bimanual 12. Fissura anal 13. Estenose retal Hemorroidas: são vasos dilatados e tortuosos situados na parede da parte inferior do reto e ânus. Os vasos incham devido ao aumento da pressão. Nódulos se formam dentro ou fora do ânus, o que causa dor ou hemorragia. Fístula anal: se forma desde a última porção do intestino até à pele do ânus, criando um estreito túnel que provoca sintomas como dor, vermelhidão e sangramento pelo ânus. Fissura anal: é uma laceração ou úlcera no revestimento do ânus. Fissuras anais podem surgir após a evacuação de fezes duras ou volumosas. Os sintomas incluem dor ou sangramento durante ou após a defecação. Abcesso anal, perianal ou anorretal, é a formação de uma cavidade repleta de pus na pele da região ao redor do ânus, que pode provocar sintomas como dor, principalmente ao evacuar ou sentar, aparecimento de um caroço doloroso na região anal, sangramento ou eliminação de secreção amarelada. 13 Próstata exame retal digital Características semiológicas Grau Peso (gr) Protrusão à luz do reto Equivalências I 20-40 25% Limão pequeno II 41-60 26-50% Limão mediano III 61-80 51-75% Limão grande IV >80 76-100% Laranja Exame físico – pelve feminina Antes de realizar a inspeção perguntar a paciente se a mesma tem desejo de urinar. Posicionar a paciente em decúbito dorsal, posicionar cabeça e ombro para relaxar a musculatura do abdome. Manter os braços cruzados sobre o tórax ou ao lado do corpo. Braços elevados fazem com que a musculatura abdominal se enrijeça. Peça que a paciente se possível mantenha as pernas fletidas e semi-abertas. Com luvas e com auxílio de lanterna observar a quantidade e distribuição dos pelos. Observar presença de parasitas na base dos pelos. Observar presença de edemas e eritemas. Com uso de luvas realizar a abertura dos grandes lábios para observação do introito vaginal, neste momento, observar presença de lesões e aspecto de higiene. Posição litotomia ou ginecológica. Genitália externa e introito vaginal: atrofia, ulcerações, prolapso de mucosa. Manobra de Valsalva: cistocele e retocele. Palpação da uretra: inflamação crônica ou malignidade, divertículouretral. Causas mais comuns de retenção urinária Homens 1. Parafimose 2. Hematúria com coágulos 3. Litíase uretral 4. Tumor de uretra 5. Trauma medular 6. Bexiga neurogênica 7. Medicamentos 8. Pós-operatório Caso clínico 1 Problemas do paciente: 1. Incontinência urinária 2. Há 2 meses aumento da frequência urinária, Noctúria e no último mês episódios de incontinência urinária e dor supra púbica. 3. Dor a palpação superficial e profunda em região supra púbica 4. Presença de bexigoma Sintomas LUTS → sintomas do trato urinário inferior Irritativos: sintomas de armazenamento Obstrutivos: sintomas de esvaziamento Pós- miccionais 14 ➢ Esvaziamento (obstrutivo) Jato fraco Esforço miccional Jato interrompido (intermitência) Hesitância Gotejamento terminal Jato afilado ✓ Incontinência paradoxal – é o que o paciente tem. Idoso não tem força para urinar. Criança tem muita força para urinar, urina longe! ➢ Irritativos (armazenamento) Aumento na frequência diurna ✓ Noctúria Urgência ✓ Urge-incontinência ✓ Polaciúria ✓ Dor supra púbica ➢ Pós miccional Sensação de esvaziamento vesical incompleto Gotejamento pós miccional Causas de LUTS 1. Obstrução prostática benigna 2. Prostatite 3. Hiperatividade do detrusor 4. Hipoatividde do detrusor 5. Bexiga neurogênica 6. Tumor de bexiga 7. Corpo estranho 8. Infecção do trato urinário 9. Estenose da uretra 10. Calculo no ureter distal 11. Poliuria noturna European Urology, 2015 O que devemos fazer primeiro? Qual o tratamento inicial? Colocar cateter vesical no paciente para aliviar o bexigoma. PSA normal. Paciente está com insuficiência renal aguda. Não está havendo a secreção adequada de eritropoetina. Uréia e creatinina estão altíssimos! Diagnóstico: ITU é consequência do acúmulo de urina. Avaliação da função renal: creatinina, uréia, pH urinário, densidade/osmolaridade, proteinúria, glicosúria, sedimento urinário. Qual o diagnóstico mais provável? Obstrução do trato urinário, insuficiência renal e infecção urinária. Qual o diagnóstico diferencial? Causas de LUTS. Qual é o melhor próximo exame diagnóstico? Ultrassom da próstata. Qual o melhor tratamento inicial? Cateter. Causas de retenção urinária aguda 1. HPB 2. Constipação 3. Carcinoma de próstata 4. Estenoses uretrais: gonorreia. 5. Retenção de coágulos intravesicais 6. Neuropatias 7. Litíase 8. Medicações 9. Pós operatórios 10. Não definidas O rim está dilatado porque está havendo refluxo de sangue, uma vez que há obstrução na uretra prostática pelo aumento do volume prostático. O que está causando a obstrução urinária? HPB. A obstrução causa hidronefrose e infecção, que podem causar a insuficiência renal. Qual tratamento de insuficiência renal? Operar a próstata. Insuficiência renal aguda – IRA “Redução aguda da função renal em horas ou dias. Refere- se principalmente a diminuição do ritmo de filtração glomerular e/ou do volume urinário, porém, ocorrem também distúrbios no controle do equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico.” - SBN, 2007. “Diminuição ou queda súbita na taxa de filtração glomerular” - Shills et al, 2003. A IRA pode ocorrer: Em situações não hiper catabólicas: picada de cobra ou insetos. Obstrução do trato urinário – Caso clínico 1 Uso de contrate radiológico Uso de medicamentos ou drogas nefrotóxicos (aminoglicosídeos, cefalosporinas) Doença de base muito grave: grandes queimados, operações complicadas, septicemias e choque cardiogênico. Corona vírus: destrói o túbulo proximal. Quando a taxa de filtração glomerular diminui e a concentração plasmática de creatinina aumenta. IRA – Objetivo inicial Localizar o sítio da lesão: pré-renal, pós renal, intrínseca. A eritropoietina (EPO) é um hormônio glicoproteico que regula a eritropoiese, atuando sobre as células progenitoras eritroides na medula óssea. É produzido nos adultos principalmente no córtex renal. 15 Pré-renal (azotemia pré-renal) 55% - Diminuição do fluxo plasmático renal – Ex: vômitos, diarreia, queimaduras, corona vírus. IRA renal (IRA renal intrínseca) 40% - Insulto abrupto e grave ao parênquima renal. – Ex: aminoglicosídeos e radio contrastes, corona vírus. ➢ Desordem vascular ➢ Glomerulonefrite ➢ Nefrite intersticial ➢ Necrose tubular por isquemia, toxina ou pigmentos. Pós-renal (azotemia pós renal) 3% - Caso clínico 1: obstrução causada pela próstata. Obstrução do fluxo da urina – Ex: Obstrução uretral causada por cálculo, hipertrofia de próstata, coágulos, papila descamada, compressão extrínseca; ou, Obstrução de saída causada por bexiga neurogênica, carcinoma ou HPB, cálculo, coágulo e estenose uretral. A insuficiência renal aguda pós renal só acontece em 5% dos casos. Devido a obstrução do fluxo de urina. As causas mais comuns em homens é a hipertrofia prostática, especialmente se o paciente está tomando agente anticolinérgicos. A causa mais comum em meninos é devido a válvula da uretra posterior. Enquanto em mulheres é o câncer de útero, mais rara. Definir a existência de insultos concomitantes: história, exame físico, exames laboratoriais e estudos radiológicos. Sintomas de IRA Devido à azotemia náuseas, vômitos, mal estar e alterações da consciência Hipertensão é rara Devido à hipervolemia: edema periférico, pulmões com estertores e derrame pleural, ausculta cardíaca com atrito pericárdico por derrame pericárdico, podendo chegar ao tamponamento cardíaco. O câncer de próstata é totalmente diferente. Não vai ter sintoma. Quando descobre é por metástase.
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