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Origem do Estado, o Contrato Social e os Poderes Qual é a natureza do ser humano? Qual é o seu estado natural? Os homens são, por natureza, livres e iguais. Criação do Estado Partindo da ideia de que todos os homens são naturalmente livres e iguais chegaram a conclusão que deveriam abrir mão da sua liberdade em função de estabelecer um contrato social. O estado surgiu quando os homens abriram mão de sua liberdade e confiaram ao estado poder de determinar os limites dessa liberdade. Surge as teorias contratualistas O primeiro grande contratualista foi o filósofo Inglês Thomas Hobbes (1588 – 1679) “Cada homem sempre encara seu semelhante como um concorrente que precisa ser dominado”. “O homem é o lobo do próprio homem” “Homo homini lupus” A solução para dar fim a tamanha brutalidade • A criação artificial da sociedade política, administrada pelo Estado. • Sendo assim os homens teriam que firmar um contrato entre si, onde cada um transferia seu poder de administrar a si próprio a um terceiro – o Estado. O Estado teria o poder de governar a todos, impondo ordem, segurança e direção à conturbada vida social. Hobbes o Leviatã e o Estado O Estado (Leviatã) é comparado a uma criação monstruosa do homem, destinada a por fim à anarquia e ao caos da comunidade primitiva Hobbes e o estado natural do homem Para Hobbes, o estado natural do homem é o de “guerra de todos contra todos”. Isso se explicaria, primeiramente, pelo fato dos homens serem naturalmente iguais, tanto do ponto de vista corporal como espiritual. Locke e o Estado liberal Locke refere-se ao estado de natureza como uma condição na qual, pela falta de regras, cada homem seria juiz de sua própria causa, o que incentivaria o surgimento de problemas nas relações entre os homens O Estado teria sido criado com a função de garantir a segurança dos indivíduos e de seus direitos naturais, como a liberdade e a propriedade. Assim nasce a ideia de Estado liberal Ao contrário de Hobbes, Locke concebe a sociedade política como um meio de assegurar os direitos naturais e não como o resultado de uma transferência dos direitos dos indivíduos para o governante. Os deveres do Estado liberal • Estado tem como dever regular as relações entre os homens e atuar como juiz nos conflitos sociais. • Garantir as liberdades e direitos individuais de pensamentos, de expressão, da propriedade privada e da atividade econômica. Montesquieu e a divisão de poderes O francês Charles de Secondat conhecido como barão de Montesquieu (1689 a 1755) propôs a teoria a respeito de uma das características mais interessantes do Estado moderno: a divisão funcional dos três poderes. Montesquieu e a divisão de poderes Vendo a possibilidade de abuso do poder nas Monarquias, Montesquieu propôs que se estabelecesse a divisão do poder político em três instâncias: poder executivo, poder legislativo e o poder judiciário. Montesquieu e a divisão de poderes "Só o poder limita o poder” É preciso que o governo do Estado esteja separado em poderes distintos Montesquieu e a divisão de poderes “Quando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de Magistratura, o Poder Legislativo é reunido ao Executivo, não há liberdade. Porque pode temer-se que o mesmo Monarca ou mesmo o Senado faça leis tirânicas para executá-las tiranicamente.” Montesquieu e a divisão de poderes “Também não haverá liberdade se o Poder de Julgar não estiver separado do Legislativo e do Executivo. Se estivesse junto com o Legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário: pois o Juiz seria o Legislador. Se estivesse junto com o Executivo, o Juiz poderia ter a força de um opressor.” Montesquieu e a divisão de poderes “Estaria tudo perdido se um mesmo homem, ou um mesmo corpo de principais ou nobres, ou do Povo, exercesse estes três poderes: o de fazer as leis; o de executar as resoluções Públicas; e o de julgar os crimes ou as demandas dos particulares.” Tripartição de Poderes • Executivo • Legislativo • Judiciário Funções típicas e atípicas dos três poderes Função Típica do Executivo • Prática de atos de chefia de estado, chefia de governo e atos de administração. Função Atípica do Executivo • Natureza legislativa: o Presidente da República, por exemplo, adota medida provisória, com força de lei (Art. 62, CF); • Natureza jurisdicional: o Executivo julga, apreciando defesas e recursos administrativos. Função Típica do Legislativo • Legislação • Fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do executivo. Função Atípica do Legislativo • Natureza executiva: dispõe sobre sua organização, provendo cargos, concedendo férias, licenças a servidores etc. • Natureza jurisdicional: o Senado julga o presidente da república nos crimes de responsabilidade (art. 51, 1, CF). Função Típica do Judiciário • Julgar (função jurisdicional), dizendo o direito no caso concreto e dirimindo os conflitos quando da aplicação da lei. Função Atípica do Judiciário • Natureza legislativa: edita regimento interno de seus tribunais (Art. 96, I, “a”, CF); • Natureza executiva: administra, por exemplo, ao conceder licenças e férias aos magistrados e serventuários (Art. 96, I, “f”, CF). Jean Jacques Rousseau e o contrato social (1712-1778 O contrato social ou Princípios do direito político: procura descrever as condições necessárias para a existência de um pacto legítimo, através do qual os homens, depois de terem perdido a liberdade natural, ganhem, em troca, a liberdade civil ou cidadania. Objetivo da teoria política de Rousseau Legitimar a formação do Estado moderno baseado na vontade geral ou comum e, por conseguinte, legitimar a propriedade privada. “O homem é o bom selvagem inocente” Neste estado o homem nasce livre, pois ainda não houve corrupção. Como o homem perde a sua liberdade natural? As ciências e as artes primárias causam o progresso, fazendo surgir à propriedade privada e com ela o acúmulo de capital e, logo em seguida, a consolidação do poder criador da desigualdade política e econômica. Como existe o medo ou o temor comum entre os proprietários de perderem os seus bens, é instituído à força o Estado . Pacto ou contrato social “A história hipotética da humanidade culmina com a desigualdade”. Como garantir o direito a propriedade privada em um estado onde as pessoas possuem poderes distintos? Como legitimar o ilegítimo? Pacto ou contrato social “Cada um de nós põe sua pessoa e poder sob uma suprema direção da vontade geral, e recebe ainda cada membro como parte indivisível do todo” Cada cidadão passa a assumir obrigações em relação a comunidade política, sem estar submetido a vontade particular de uma única pessoa. Cada cidadão deve obedecer as leis Respeitar as leis é o mesmo que obedecer à vontade geral e, ao mesmo tempo, é respeitar a si mesmo, sua própria vontade como cidadão, cujo o interesse deve ser o bem comum Características essenciais do pacto É feito dentro de um Estado vigente, porém ilegítimo. Este pacto e, por conseguinte, o Estado, tornam-se legítimos quando feito por todos os indivíduos - não proprietários e proprietário de terras e outros bens não perecíveis. Características essenciais do pacto Com o contrato o indivíduo que antes perdera sua liberdade natural ganha a liberdade civil ou cidadania. Características essenciais do pacto A essência do contrato consiste na distribuição igualitária das tarefas e participações na vida política. Características essenciais do pacto O contrato só é possível devido a garantia de preservação dos bens materiais dos proprietários.
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