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Técnicas de Tratamento de Resíduos Material Teórico Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Marcus Vinicius Carvalho Arantes Revisão Técnica: Prof.a Dr.a Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino Revisão Textual: Prof.ª Me. Fátima Furlan • Introdução; • Resíduos Perigosos: Definições; • Pilhas e Baterias; • Pneus; • Construção Civil; • Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos; • Considerações Finais. · Abordar as principais técnicas de tratamento e gerenciamento de resíduos perigosos, estratificados nos seguintes grupos de resíduos: – Pilhas e Baterias; – Pneus; – Construção Civil; – Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE). OBJETIVO DE APRENDIZADO Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento Contextualização Para iniciarmos esta unidade indico-lhe a breve leitura da matéria, cujo link está disponível logo abaixo. Esta matéria contextualiza o surgimento das técnicas de reciclagem, reaproveitamento e tratamento de resíduos perigosos, como no caso específico dos Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) ou “E-Waste”. Esse grupo de resíduo perigoso também é denominado como “Lixo eletrônico”. Tech in Brazil: https://goo.gl/Epr1R5 Ex pl or 8 9 Introdução Na unidade didática anterior foram abordadas e descritas as técnicas de trata- mento aplicáveis aos resíduos e rejeitos não perigosos, que por sua vez consistem como uma das etapas de gerenciamento de resíduos e rejeitos. Pudemos observar que apesar de não oferecerem riscos potenciais diretos à saúde humana e ao meio ambiente, os resíduos e rejeitos não perigosos devem ser submetidos a diversos processos de tratamento, pois estes, se indevidamente gerenciados, podem gerar impactos ambientais. Na presente Unidade, serão descritas as técnicas de tratamento aplicáveis aos resíduos sólidos considerados perigosos, ou seja, serão ilustrados os mecanismos de tratamento para esses materiais preconizados pelas normas, resoluções e decretos dos órgãos ambientais brasileiros. É importante salientar que a etapa de “Tratamento” é uma das etapas que compõe um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). Ou seja, antes do tratamento há diversas etapas importantes responsáveis pelo adequado gerenciamento de resíduos e rejeitos antrópicos. Logo, para fins didáticos, os métodos de tratamento aplicáveis aos resíduos sólidos perigosos serão compostos por três etapas importantes de gerenciamento, tais como: 1. Identificação; 2. Tratamento; 3. Destinação ou Disposição Final. Em suma, essas três etapas de gerenciamento de resíduos sólidos perigosos são importantes para a instituição de um adequado sistema de tratamento, ou seja, cada etapa exerce um significativo grau de importância. A seguir, serão descritas as principais características de cada etapa, assim como o gerenciamento e regras, ambientalmente corretas, que se deve seguir nas respectivas etapas. Resíduos Perigosos: Defi nições Os resíduos sólidos perigosos, conforme estudamos na Unidade I da presente disciplina, é definido pela NBR 10.004/04 como aqueles “Resíduos de Classe I” que oferecem grande periculosidade à saúde humana e à qualidade ambiental, devido as suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas. Além dessas características, os resíduos sólidos perigosos apresentam propriedades físico- químicas que exigem grande cuidado, tais como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. 9 UNIDADE Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento Diante do exposto, os resíduos sólidos perigosos exigem, imprescindivelmente, de um sistema de tratamento e gerenciamento adequados, a fim de prevenir o desencadeamento de potenciais impactos deletérios à saúde e à qualidade ambiental. Segundo o Dicionário Aurélio a palavra Deletério é definida como aquilo que pode ocasionar destruição e que seja pernicioso à saúde humana, ou seja aquilo que pode proporcionar severos danos à saúde humana. Ex pl or Dentre os diversos resíduos sólidos considerados perigosos, a presente Unidade descreverá as técnicas de tratamento aplicáveis aos seguintes grupos de resíduos: • Pilhas e Baterias; • Pneus; • Construção Civil; • Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos. Ou seja, nos tópicos subsequentes serão abordadas as técnicas de tratamento e gerenciamento aplicáveis aos resíduos sólidos perigosos supracitados, descrevendo aquilo que as legislações específicas preconizam para o tratamento de cada tipo de resíduos. Pilhas e Baterias A norma ambiental brasileira de esfera federal que rege o gerenciamento dos resíduos perigosos tipificados como “Pilhas e Baterias” é a Resolução CONAMA nº 401, de 4 de novembro de 2008. A referida Resolução estabelece as diretrizes e padrões para o gerenciamento, ambientalmente correto, de pilhas e baterias. A Resolução CONAMA nº 401/08 emergiu da necessidade de se nortear e regulamentar o gerenciamento de pilhas e baterias, levando-se em consideração os potenciais efeitos deletérios que esses resíduos podem ocasionar à saúde humana e ao meio ambiente (fenômeno de “Bioacomulação”), pois estes são compostos por metais pesados como, chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos. Importante! A Bioacumulação de metais pesados, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América (sigla em inglês EPA), é um fenômeno que ocorre quando os organismos vivos absorvem esses compostos químicos, acumulando e retendo os em seus tecidos ou órgãos. Importante! 10 11 Os organismos vivos contaminados por metais pesados estão suscetíveis a severos danos à saúde. No caso dos seres humanos, uma vez contaminados por esses compostos químicos, podem desencadear os seguintes sintomas e patologias: bronquite, edema pulmonar, lesões renais, convulsões, alucinações, irritabilidade, perda de memória, confusão mental, coma e morte. Identifi cação/Simbologia para o Gerenciamento de Pilhas e Baterias O Anexo I Resolução CONAMA nº 401/08 apresenta as formas de identifi-cação (simbologia) que podem ser aplicadas no processo de gerenciamento de pilhas e baterias. Essas simbologias empregadas para as pilhas e baterias podem ser visualizadas por meio das ilustrações abaixo: Figura 1 – Simbologias adotadas para o gerenciamento de pilhas e baterias usadas Fonte: Resolução CONAMA nº 401/08 Os geradores de pilhas e baterias usadas como, pessoas física e jurídica (fabricantes ou importadores), poderão utilizar as ilustrações acima para identifcar esse tipo de resíduo sólido perigoso. A identificação de pilhas e baterias é uma etapa importante de gerenciamento, pois permite a segregação adequada desse resíduo sólido dos demais, evitando, portanto, a contaminação de diversos resíduos com metais pesados. Você poderá assistir o processo de reciclagem de pilhas por meio dos seguintes links: https://youtu.be/tYgyqU3yKL4 https://youtu.be/CHVaMLzR0ag Ex pl or 11 UNIDADE Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento Técnicas de Tratamento de Pilhas e Baterias Logo após a devida identificação e segregação, as pilhas e baterias devem ser submetidas aos devidos processos de reciclagem. Essas técnicas de reciclagem de pilhas e baterias começaram a ser desenvolvidas no início da década de 80, sendo que atualmente existem três processos convencionais de reciclagem de pilhas e baterias, tais como: Mineralúrgica É um processo de reciclagem adotado para baterias industriais de grande porte, envolvendo, sobretudo, processos físicos de separação ou concentração dos materiais que constituem as baterias, tais como: eletrólito, invólucro, plásticos, isolantes, eletrodos e placas. Esse processo de reciclagem pode gerar grande economia financeira para as indústrias que as utilizam, pois ocorre uma significativa recuperação de diversos materiais e a posterior reutilização na cadeia produtiva. Pirometalúrgica O processo de reciclagem classificado como “Pirometalúrgica” busca recuperar os metais pesados presentes nas pilhas e baterias por meio da submissão desses materiais a altas temperaturas. Isto é, após a separação dos componentes metálicos e não metálicos desses resíduos (pilhas e baterias), os componentes metálicos são aquecidos a temperaturas superiores a 1000 º C. O aquecimento dos componentes metálicos das pilhas e baterias promove a des- tilação de seus componentes como o mercúrio, zinco e cádmio, que posteriormen- te são condensados e podem ser reutilizados nos diversos processos produtivos. Esse processo, embora demande um elevado consumo de energia elétrica, possui a vantagem de não gerar resíduos sólidos perigosos. Hidrometalúrgica Já o processo denominado como “Hidrometalúrgica” busca promover a recicla- gem de metais pesados (mercúrio) constituintes de pilhas e baterias por meio da dissolução ácida ou básica desses metais. Ou seja, o mercúrio presente em pilhas e baterias é extraído por meio de um processo de aquecimento, sendo que esse metal pesado é recuperado, posteriormente, por meio de eletrólise ou precipitação. Esse processo de reciclagem, apesar de gerar certa quantidade de resíduos perigosos passíveis de tratamento, detém a vantagem de utilizar uma menor quantidade de energia quando comparado ao processo Pirometalúrgico. 12 13 Outro processo de reciclagem de pilhas, que envolve a separação de seus componentes, pode ser visualizado por meio da ilustração abaixo: Como é feita a reciclagem de pilhas e baterias? https://goo.gl/rD2B5HEx pl or Destinação/Disposição Final de Pilhas e Baterias A Resolução CONAMA nº 401/08 preconiza que não é permitida a implemen- tação de formas inadequadas de destinação ou disposição final de pilhas e baterias usadas de chumbo-ácido, níquel-cádmio e de óxido de mercúrio em qualquer tipo de aterro sanitário, bem como a sua incineração. Ou seja, de acordo com a referida Resolução, as pilhas e baterias usadas não podem ser destinadas ou dispostas em: • Em céu aberto, tanto em áreas urbanas como rurais, ou em aterro não licenciado; • Queima à céu aberto ou incineração em instalações e equipamentos não licenciados; • Lançamento em corpos d’água, praias, manguezais, pântanos, terrenos baldios, poços ou cacimbas, cavidades subterrâneas, redes de drenagem de águas pluviais, esgotos, ou redes de eletricidade ou telefone, mesmo que abandonadas, ou em áreas sujeitas à inundação. Logo, as pilhas e baterias usadas devem ser encaminhas às cooperativas ou indústrias de reciclagem por meio da coleta seletiva ou logística reversa, conforme exigido na Política Nacional de Resíduos Sólidos. A Logística Reversa é denominada pela Lei nº 12.305/10 como: “Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação fi nal ambientalmente adequada”. Ex pl or É importante ressaltar que o adequado gerenciamento de pilhas e baterias no Brasil configura-se ainda como um grande desafio para os gestores públicos e privados, pois apesar do grande potencial de periculosidade que esses resíduos conferem ao ambiente e à saúde humana, esse material ainda é pouco reciclado e ou destinado e disposto de forma ambientalmente correta. 13 UNIDADE Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento Pneus A norma ambiental brasileira de esfera federal que rege atualmente o gerencia- mento dos resíduos perigosos tipificados como “Pneus” é a Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009. A referida Resolução revoga as Resoluções anteriores nº 258/1999 e nº 301/2002, e estabelece as diretrizes e padrões para o gerenciamento, ambientalmente correto, de pneus inservíveis. A Resolução CONAMA nº 416/09 emergiu da necessidade de se nortear e regulamentar o gerenciamento de pneus inservíveis, levando-se em consideração os potenciais impactos ambientais (passivo ambiental) que esse resíduo pode ocasionar à saúde humana e ao meio ambiente, devido à sua inadequada disposição final. Passível Ambiental é definido pela NBR 15.515-2/2011 como: “Danos infligidos ao meio natural por uma determinada atividade ou pelo conjunto das ações humanas que podem ou não ser avaliados economicamente”. Ex pl or E ainda sobre a Resolução CONAMA nº 416/09 é oportuno salientar que depois de inúmeros incidentes envolvendo a indevida importação de pneus usados, fica terminantemente proibida a importação de pneumáticos usados. É importante relembrar também que os pneus são compostos, predominante- mente, pela matéria prima borracha, ou seja, conforme vimos na Unidade I, esse material possui um tempo indeterminado para a sua decomposição. Logo, esse fa- tor corrobora com a necessidade de se efetuar um gerenciamento adequado desse tipo de resíduo sólido perigoso. Nos tópicos serão abordados os mecanismos de tratamento e reciclagem aplicá- veis aos pneus inservíveis. Identificação/Simbologia para o Gerenciamento de Pneus A Resolução CONAMA nº 416/09 não possui uma ilustração ou simbologia que pode ser utilizada para na etapa de identificação de pneus. Entretanto, para fins acadêmicos, a presente Unidade sugere a utilização da ilustração abaixo no processo de identificação desse tipo de resíduo sólido perigoso: Figura 2 – Sugestão de Simbologia para o gerenciamento de pneus inservíveis 14 15 Técnicas de Tratamento de Pneus Segundo a RECICLANIP, entidade criada, em 2007, pelos principais fabricantes de pneus e vinculada à Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), o Brasil destinou mais de 183 mil toneladas de pneus inservíveis para o processo reciclagem. Entretanto, embora esse número seja significativo, o Brasil ainda possui um grande desafio no que tange ao gerenciamento desse tipo de resíduo, ou seja, muitos pneus inservíveis ainda são dispostos, indevidamente, no meio ambiente. A Resolução CONAMA nº 416/09 enfatiza a importância de ospneus inser- víveis serem destinados aos processos de reciclagem, reutilização e reformas. E segundo as entidades RECICLANIP e CEMPRE os pneus inservíveis podem ser reaproveitados para os seguintes fins: • Combustível alternativo para as indústrias de cimento; • Matéria prima para concreto: A borracha fragmentada em pequenos pedaços pode ser utilizada no concreto, em substituição a brita, proporcionando a fabricação de blocos pré-moldados, pisos, guias etc.; • Construção civil: Isolamento para telhados, pisos e revestimentos; • Fabricação de solados de sapatos, borrachas de vedação, dutos pluviais, tapetes para automóveis; • Laminação: Confecção de tiras para sofá, tubos, solados etc.; • Asfaltos de borracha: Fabricação de manta asfáltica, denominados também como asfalto-borracha. O processo de reciclagem dos pneus inservíveis consiste, basicamente, na separação de seus compartimentos básicos, tais como: banda de rodagem, cintas de aço, talão, carcaça de lona e parede lateral ou flanco. Você poderá assistir o processo de reciclagem de pneus por meio dos seguintes links: Reciclagem de Pneus no Recife: https://youtu.be/zebKMchcEzY Borracha de Pneu Velho vira Piso Ecológico: https://youtu.be/BxwveQ5u12U Ex pl or Banda de rolagem Malha de nylon Malha de aço Talão Ombro Faixa lateral Carcaça de poliéster (“bolha”) Reforço do talão“Bolha” Figura 3 – Compartimentos básicos dos pneus Fonte: portalresiduossolidos.com.br 15 UNIDADE Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento Logo após a separação dos compartimentos básicos dos pneus, ilustrado aci- ma, efetua-se a trituração de cada compartimento, transformando os em grãos. A granulação desses compartimentos permite que cada grupo de grãos seja utilizado para diferentes finalidades, isto é, cada substância é aproveitada como uma matéria prima específica. Os grãos de aço são destinados às indústrias siderúrgicas, enquanto os grãos de borracha são utilizados para diversas finalidades supracitadas como na fabricação de novos pneus, pisos, asfaltos, solas de sapatos etc. Destinação/Disposição Final de Pneus Segundo a Resolução CONAMA nº 416/09, os pneus inservíveis devem ser preferencialmente reutilizados, reformados e reciclados antes de sua destinação, ambientalmente correta. Segundo a referida Resolução, a destinação ambientalmente adequada e pneus inservíveis consiste em: “Procedimentos técnicos em que os pneus são descaracterizados de sua forma inicial, e que seus elementos constituintes são reaproveitados, reciclados ou processados por outra(s) técnica(s) admitida(s) pelos órgãos ambientais competentes, observando a legislação vigente e normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, e a minimizar os impactos ambientais adversos”. A Resolução CONAMA nº 416/09 exige dos fabricantes e importadores de pneus novos, a instalação, nos municípios acima de 100.000 habitantes, de pelo menos um ponto de coleta. Esse ponto de coleta visaria implementar e operacionalizar a logística reversa de pneus inservíveis, ou seja, o recolhimento desse material para o emprego de sua adequada destinação. Com o intuito de estar em consonância com a Resolução CONAMA nº 416/09 e com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a RECICLANIP investiu na criação de 1008 pontos de coleta de pneus usados em todo o Brasil, implementando, portanto, o processo de logística reversa desse resíduo sólido. O Estado de São Paulo possui 241 pontos de coletas, podendo ser consultados no site institucional da RECICLANIP. Em suma, o Programa de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis, criado pela RECICLANIP configura-se como uma das principais iniciativas promovidas pelos fabricantes e importadores de pneus, cuja principal finalidade consiste na implementação da destinação ambientalmente correta desse tipo de resíduo sólido classificado como perigoso. 16 17 Construção Civil A norma ambiental brasileira de esfera federal que rege atualmente o gerenciamento dos resíduos perigosos oriundos da construção civil é a Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002. A referida Resolução estabelece as diretrizes e critérios para o gerenciamento, ambientalmente correto, de resíduos provenientes da construção civil. A Resolução CONAMA nº 307/02 emergiu da necessidade de se nortear e regulamentar o gerenciamento de resíduos de construção civil (RCC), buscando reduzir e mitigar os potenciais impactos ambientais desencadeados pela inadequada destinação e disposição final desses resíduos. Identifi cação/Simbologia para o Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil Segundo (PINTO, 1999), os resíduos oriundos da construção civil (RCC) representam cerca de 50% do volume total de resíduos sólidos gerados em ambientes urbanos. E ainda segundo os autores (PINTO & GONZALES, 2005) os resíduos de construção civil geralmente são provenientes de diversas práticas construtivas, tais como: edificações, reformas e demolições. O Gráfico 1 ilustra as fontes de geração de tipo específico de resíduo: Gráfi co I – Fontes de Resíduos de Construção Civil Fonte: Adaptado de (PINTO e GONZALES, 2005) Os RCCs são definidos pela Resolução CONAMA nº 307/02, de forma abran- gente, como resíduos: 17 UNIDADE Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento “Provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubula- ções, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha”. A definição dos RCCs ilustrada acima descreve, abrangentemente, os tipos de resíduos sólidos que compõem esse grupo/tipo de resíduo. No entanto, a Resolução CONAMA nº 307/02 divide e classifica os resíduos de construção civil em quatro classes, tais como: • Classe A; • Classe B; • Classe C; • Classe D. As características gerais de cada classe de resíduos de construção civil estão presentes na tabela abaixo: Tabela I - Classes/Tipos de resíduos sólidos oriundos da construção civil Classe Características gerais A Os resíduos de Classe A são os resíduos sólidos passíveis de reciclagem e reutilização, tais como: – Solos provenientes de terraplanagem; – Componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, etc.), argamassa e concreto. B* Os resíduos de Classe B são os resíduos sólidos também passíveis de reciclagem e reutilização, tais como: Plástico; Papel e papelão; Metais; Vidros; Madeiras; Embalagens vazias de tintas imobiliárias; Gesso. C** Os resíduos de Classe C são aqueles para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação. Ou seja, esses materiais podem ser classificados como rejeitos sólidos não recicláveis. D*** Os resíduos de Classe D são todos os resíduos perigosos oriundos da construção civil, tais como: Tintas; Solventes; Óleos; Telhas e objetos que contenham amianto; E os demais resíduos perigosos que podem oferecer riscos à saúde e à qualidade ambiental. OBS* A redação da descrição dos resíduos de construção civil pertencentes à Classe B foi alterada e atualizada por meio da Resolução CONAMA nº 469, de 29 de julho de 2015. OBS** A redação da descrição dos resíduos de construção civil pertencentes à Classe C foi alterada e atualizada por meio da Resolução CONAMA nº 431, de 24 de maio de 2011. OBS*** A redação da descrição dos resíduos de construção civil pertencentes à Classe D foi alterada e atualizada por meio da Resolução CONAMA nº 348, de 16 de agosto de 2004. Técnicas de Tratamento de Resíduos da Construção Civil Neste tópico, serão abordadas as técnicas de tratamento aplicáveis aos resíduos oriundos da construção civil. Ou seja, cadaclasse dos resíduos de construção civil deve receber um tipo de tratamento específico. 18 19 Embora se observe um interessante aumento no percentual de reciclagem desse tipo de resíduo, nos últimos anos, estimam-se que mais que a metade do volume desse resíduo ainda é destinada a aterros clandestinos (lixões e céu aberto). Essa indevida disposição clandestina acarreta uma série de impactos ambientais, tais como: enchentes, entupimento de galerias de esgoto, assoreamento de corpos hídricos superficiais e diversas formas de poluições difusas. (PINTO, 1999 e MIRANDA, 2009) Logo, os processos de reciclagem e reaproveitamento de resíduos sólidos provenientes da construção civil configuram-se como importantes etapas de gerenciamento e gestão ambiental, cujas finalidades principais consistem na promoção da preservação ambiental e na geração de renda e inclusão social. No Brasil, as primeiras pesquisas relativas à reciclagem de resíduos oriundos da construção civil são datadas do ano de 1986, buscando, nessa época, o desenvolvimento de métodos de reciclagem para os resíduos compostos por argamassa e concreto. Logo após essa época, a Prefeitura de São Paulo, em 1991, construiu as primeiras usinas de reciclagem desses resíduos, influenciando, posteriormente, as prefeituras de Londrina e Belo Horizonte a também construírem suas usinas, em 1993 e 1994, respectivamente. (MIRANDA, 2009). Embora já houvesse usinas de reciclagem RCCs, fora a Resolução CONAMA nº 307/02 que veio a catalisar e estimular o surgimento de diversas usinas no Brasil. Na ilustração abaixo podemos ver a evolução no que tange ao surgimento e à distribuição de usinas de reciclagem desse tipo de resíduo nos Estados brasileiros: Tabela 2 – Porcentual de usinas de reciclagem de RCCs no Brasil São Paulo 54% Goiás 2% Pernambuco 4% Bahia 1% Mato Grosso 1% Rio de Janeiro 7% Ceará 2% Minas Gerais 3% Rio Grande do Norte 3% Distrito Federal 1% Paraíba 4% Rio Grande do Sul 7% Espírito Santo 1% Paraná 7% Santa Catarina 3% Observa-se na “Tabela 2” uma grande concentração de usinas de reciclagem de RCCs no Estado de São Paulo. É oportuno mencionar que, além dessas usinas de reciclagem denominadas como fixas (construídas), existem também usinas de reciclagem de RCCs móveis compostas por três componentes principais: I. Caminhão do tipo “Roll On Roll Off”; II. Britadeira Móvel; III. Peneira Rotatória Móvel fixa no caminhão como se fosse um reboque. 19 UNIDADE Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento As usinas móveis de reciclagem de RCCs configuram-se como uma grande alternativa técnica para o tratamento desse tipo de resíduo, gerando uma série de vantagens como a redução de gastos (dispêndios financeiros) com a logística de transporte desses resíduos, alta capacidade de tratamento e processamento de resíduos e a facilidade de ser transportada (grande mobilidade) até o local e empreendimento civil. A Tabela 3, presente logo abaixo, elencará as principais técnicas de reciclagem dos RCCs adotadas no Brasil para cada grupo desses resíduos: Tabela 3 – Técnicas de tratamento dos RCCs Classe Principais técnicas de tratamento A Os resíduos de Classe A como solos de terraplanagem, componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, etc.), argamassa e concreto devem ser separados/segregados dos resíduos de outros grupos. Logo após essa segregação (coleta seletiva) ocorre aplicação da técnica de tratamento denominada como “Trituração”, que consiste em fragmentar esses resíduos em pequenos grãos. Depois que os resíduos são transformados em grãos efetua-se a sua “Granulagem”. A “Granulagem” busca separar (peneirar) as frações de cada tipo de grãos de acordo com seu tamanho e diâmetro, dividindo os em área, brita, pedrisco, base e sub-base, bica corrida e outros. Esses grãos separados tornam-se, novamente, matéria prima, podendo ser utilizada na fabricação de tijolos ecológicos, argamassa, blocos pré-moldados de cimento e concretos, britas, solos, cimento, etc. promovendo a reciclagem dessa classe dos RCCs. B Os resíduos de Classe B como plástico, papel/papelão, metais e vidros devem ser submetidos aos processos de reutilização e reciclagem (coleta seletiva), ou seja, métodos abordados na Unidade III desta disciplina. - As embalagens vazias de tintas imobiliárias devem ser submetidas ao processo de logística reversa, isto é, encaminhadas aos fabricantes ou empresas especializadas na reciclagem desses materiais. Essa medida busca atender aos ditames normativos da Política Nacional de Resíduos sólidos. - As madeiras utilizadas na construção civil podem ser encaminhadas para o processo de compostagem, conforme abordado na Unidade III. - E por fim, o gesso deve ser submetido ao mesmo tratamento de Trituração e Granulagem descrito acima. C Os resíduos de Classe C são aqueles que podem ser classificados como rejeitos sólidos não recicláveis. Logo, conforme estudamos na Unidade III, esses rejeitos devem ser encaminhados aos aterros sanitários ou à incineração, em conformidade com as normas técnicas específicas. D - Os resíduos de Classe D como são tintas, solventes e óleos também devem ser submetidos ao processo de logística reversa, em conformidade com as normas técnicas específicas. - Já as telhas e objetos que contenham amianto (resíduo perigoso carcinogênico), devem ser separados dos demais resíduos e encaminhados aos aterros sanitários de classe I. Fontes: Ecycle, Portal de Resíduos Sólidos, ABRECON, PINTO & GONZALES (2005), MIRANDA (2009). Algumas de técnicas de tratamento dos RCCs podem ser conferidas no link a seguir: https://youtu.be/Kn7OrCmUrG4 https://youtu.be/cgGGSrh3Vqg https://youtu.be/DgvhfuKLrUw Ex pl or Observamos que cada classe de RCCs deve ser submetida a uma técnica de tratamento específica, sendo fundamental a segregação e separação de cada tipo desses resíduos em sua fonte geradora, também conhecida como canteiro de obra. Esse aspecto, corrobora com a necessidade de se implementar um sistema de gerenciamento dos RCCs composto, basicamente, pelas etapas de por identificação, segregação e tratamento. 20 21 Em suma, o tratamento e reciclagem dos RCCs são processos de gerenciamento que buscam atentar aos princípios ambientais como: Educação Ambiental, “3Rs” (reduzir, reciclar e reutilizar), Prevenção, Responsabilidade Compartilhada (defini- ção Unidade II), Gestão Integrada, etc. Educação Ambiental: De acordo com a Lei federal nº 9.795/99 a Educação Ambiental confi gurara como um mecanismo educacional que busca suscitar a preocupação individual e coletiva para as questões ambientais e sociais, por meio da construção de valores e princípios sociais, consciência socioambiental, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a identifi cação e a proposição de soluções para os problemas ambientais, preservando, contudo, a saúde humana e ambiental. Gestão Integrada: De acordo com a Resolução CONAMA nº 307/02 a “Gestão Integrada” dos resíduos oriundos da construção civil consiste no conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desen- volvimento sustentável Ex pl or Destinação/Disposição Final de Resíduos da Construção Civil De acordo com a Resolução CONAMA nº 307/02, os resíduos provenientes da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas de “bota fora”, em encostas, corpos d’água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei. E segundo a Resolução CONAMA nº 448/12, os geradores deverão, inicial- mente, ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a dis- posição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Já o artigo 10º da Resolução CONAMA nº 307/02 preconiza que esses resíduosdeverão ser destinas e dispos- tos da seguinte forma (Tabela 4): Tabela 4 – Destinação e Disposição fi nal dos RCCs Classe Descrição geral A Reciclagem, reutilização e logística reversa. B Reciclagem, reutilização e logística reversa. C Incineração e aterros sanitários em conformidade com as normas técnicas específicas. D Logística reversa, incineração e aterros sanitários em conformidade com as normas técnicas específicas. 21 UNIDADE Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos Estudamos na Unidade I que os “Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE)”, também denominados como “Electronic Waste ou E-Waste” (Resíduos Eletrônicos), são resíduos constituídos por uma grande diversidade de materiais, sobretudo por metais pesados (mercúrio, berílio, chumbo e cádmio), plástico e demais metais. Essas propriedades físico-químicas caracterizam os resíduos eletroeletrônicos como um tipo de resíduo perigoso, que por sua vez pode gerar severos impactos ao meio ambiente, sobretudo quando estes não são corretamente gerenciados. O Brasil, até o presente momento, não detém uma norma ou legislação ambiental federal padrão que venha a reger as diretrizes operacionais para o gerenciamento, ambientalmente correto, dos REEEs. Embora seja notório que a taxa de geração desse tipo de resíduo apresente constante elevação a cada ano, em virtude do acelerado processo de crescimento tecnológico da sociedade moderna. Segundo as estimativas dos estudos capitaneados pela United Nations Environment Programme (UNEP), em 2009, o mundo gera cerca de 40 milhões de toneladas de REEEs ao ano, onde grande parte desse total é disposta, incor- retamente, em países subdesenvolvidos. O Gráfico II abaixo ilustra a quantidade de REEEs gerados nos países subdesenvolvidos economicamente, como no caso do Brasil. Gráfico II – Produção aproximada de REEEs por ano (Kg/hab.) Fonte: (CETEM 2010) adaptado de (UNEP, 2009) 22 23 Observa-se que a cada ano ocorre o aumento da geração de REEEs, que por sua vez configuram-se como um tipo, que apesar de perigosos, são compostos por divesos materiais preciosos que podem ser reciclados e recuperados. Como por exemplo as ‘Placas-Mães” que integram os computadores modernos possuem diversos metais preciosos, conforme podem ser visualizados na Tabela 5 abaixo: Tabela 5 – Metais preciosos presentes nas placas-mãe dos computadores Metal Massa (%) Ferro 7 Alumínio 5 Cobre 20 Chumbo 1,5 Níquel 1 Estanho 3 Compostos Orgãnicos 25 Fonte: (UNEP, 2009) Logo, para fins didáticos, o tópico a seguir ilustrará, sucintamente, os meca- nismos gerais que podem ser adotados para o gerenciamento, ambientalmente correto, dos REEEs. Principais Etapas para o Gerenciamento e Tratamento dos REEEs Embora não haja, até o presente momento, uma legislação específica no Brasil que norteie o gerenciamento dos REES, a Tabela 6 reuni as principais diretrizes e ações que podem ser adotadas para o gerenciamento, ambientalmente correto, desse tipo de resíduo: Tabela 6 – Principais etapas para o gerenciamento dos REEES Etapa de gerenciamento Descrição geral Identificação/Simbologia Tipos de REEEs (Diretiva 2012/19 - UE) - Grandes eletrodomésticos: Congeladores, frigoríficos, máquina de lavar; - Pequenos eletrodomésticos: Aspiradores, torradeiras etc.; - Equipamentos de informática e de telecomunicações: PCs, Notes etc.; - Equipamentos de iluminação: Reatores, lâmpadas fluorescentes, sódio etc. 23 UNIDADE Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento Etapa de gerenciamento Descrição geral Técnicas de Tratamento A reciclagem dos REEEs é realizada, basicamente, por meio das seguintes etapas: 1) Coleta: Coleta seletiva dos REEEs, separando esses materiais dos demais resíduos sólidos; 2) Pré-processamento: Preparação e separação dos REEEs de acordo com suas características físico químicas; 3) Fragmentação: Tratamento mecânico dos componentes separados, visando à redução de volume desses resíduos; 4) Separação: Efetua-se o desmanche, ou seja, a remoção de componente e/ou parte dos componentes eletroeletrônicos presentes nesses resíduos, tais como: placas-Mães, monitores, baterias, motores, fontes e componentes passíveis de reciclagem e reaproveitamento (metais preciosos [ex*: ouro e prata], vidro, alumínio, plástico etc.). Há três métodos convencionais de separação desses componentes: I – Separação eletromagnética: As partículas metálicas são separadas por meio do mecanismo de indução magnética eletrostática; II – Flotação: É um processo físico eficiente que busca separar os polímeros presentes nos computadores por meio da emersão desses materiais em uma solução aquosa; III- Separação por vibração: Por meio da técnica de granulometria, onde as diversas partículas dos REEEs são separadas por meio de um processo físico de vibração. Isto é, por meio desse processo as partículas maiores se depositam na parte superior do volume total desses resíduos acumulados em um recipiente, enquanto as menores se depositam na parte inferior. 5) Aproveitamento da matéria prima reciclada: Logo após a separação desses componentes (metálicos e não metálicos), promovem-se a reciclagem e recuperação por meio de processos específicos de reciclagem. Já os resíduos não aproveitáveis (rejeitos) são encaminhados aos aterros específicos. OBS*: Reciclagem de componentes preciosos, como ouro e prata, presentes nas placas-mães” e “processadores” de PCs. A reciclagem é efetuada por meio de processos físico-químicos complexos, como por exemplo, a “Flotação”, através dos quais implementam a imersão desses REEEs em soluções químicas, promovendo a separação desses componentes preciosos. Formas de destinação e ou disposição final - Reciclagem, reutilização e logística reversa dos resíduos passíveis de reciclagem; - Disposição final dos rejeitos em aterros específicos. Vantagens - Destinação e Disposição final, ambientalmente correta, desse tipo de resíduo perigoso; - Conservação de recursos naturais; - Redução do consumo de energia elétrica e água; - Redução da poluição ambiental (solo, água e ar); - Redução de resíduos perigos no meio ambiente, mitigando os riscos à saúde humana e à qualidade ambiental; - Aproveitamento de materiais nobres e preciosos como: ouro, prata, paládio, cobre e alumínio; - Inclusão social por meio da formação da indústria de reciclagem dos REEES de grande valor agregado e em mercados de reutilização e recuperação (remanufaturamento) desses componentes; Fontes: (Diretiva 2012/19 – União Eupeia, 2012), (CETEM,2010) e (EPA, 2000) Considerações Finais Nessa unidade foi possível estudar as formas de tratamento, ambientalmente corretas, dos resíduos sólidos considerados perigoso. Na próxima unidade, estudaremos os mecanismos de tratamento e gerenciamento de resíduos sólidos denominados como “Resíduos de Serviços de Saúde”. 24 25 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (ABRELPE). Dados institucionais. http://www.abrelpe.org.br/ Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (ABRECON). Dados institucionais. http://www.abrecon.org.br/ Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP). Dados institucionais http://www.anip.com.br/ RECICLANIP. Dados institucionais http://www.reciclanip.org.br/ Livros Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América Environmental Protection Agency (EPA). WasteWise Update: Electronics reuse and recycling. EPA, 2000. Relatório de Pesquisa Setorial 2015/2015 Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (ABRECON). Relatório de Pesquisa Setorial 2015/2015: A reciclagem de resíduos de construção e demolição no Brasil. São Paulo, 2015. Série Tecnologia Ambiental – Resíduos de Origem Eletrônica Centro de Tecnologia Mineral (CETEM). Série Tecnologia Ambiental- Resíduos de origem eletrônica. Organizadores Fábio Henrique Silva dos Santos e Carlos Eduardo Gomes de Souza Ministério de Ciência e Tecnologia, 2010 A Reciclagem de Resíduos da Construção e Demolição no Brasil MIRANDA, L. F. R. A reciclagem de resíduos da construção e demolição no Brasil: 1986 – 2008. Revista Ambiente Construído v.9, n.1, jan/mar. Porto alegre, 2009. p. 57-71. Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da Construção Urbana PINTO, T. P. P. Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da Construção Urbana. São Paulo, 1999. 189 f. Tese (Doutorado em Engenharia) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. Manejo e Gestão de Resíduos da Construção Civil PINTO, T. P.; GONZALES, J. Manejo e Gestão de Resíduos da Construção Civil: manual de orientação: como implantar um sistema de manejo e gestão nos municípios. Brasília: Caixa, 2005. v.1, 196 p United Nations Environment Programme & United Nations University UNEP, United Nations Environment Programme & United Nations University. Sustainable Innovation and Technology Transfer Industrial Sector Studies. “Recycling from E-Waste to resources. July, 2009. 25 UNIDADE Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento Vídeos Biosfera - Reciclagem de Pilhas (1 parte) https://youtu.be/tYgyqU3yKL4 Biosfera - Reciclagem de Pilhas (2 parte) https://youtu.be/CHVaMLzR0ag Reciclagem de Pneus no Recife https://youtu.be/zebKMchcEzY Borracha de Pneu Velho Vira Piso Ecológico https://youtu.be/BxwveQ5u12U Ecosólidos - Gerenciamento e Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil https://youtu.be/Kn7OrCmUrG4 Alternativas para o Entulho https://youtu.be/cgGGSrh3Vqg Restos de Materiais de Construção são Reaproveitados em Minas Gerais https://youtu.be/DgvhfuKLrUw 26 27 Referências Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dados Institucionais. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/ Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América - Environmental Protection Agency (EPA). Solid waste and emergency response glossary— Bioaccumulation. Disponível em: https://www.epa.gov/ ________. WasteWise Update: Electronics reuse and recycling. EPA, 2000. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (ABRELPE). Dados institucionais. Disponível em: http://www.abrelpe.org.br/ Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. História da normatização brasileira. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. ________. NBR 10.004. Resíduos sólidos. Classificação: Rio de Janeiro, 2004. ________. NBR 15.515-2. Passivo ambiental em solo e água subterrânea – Parte 2: Investigação confirmatória. Rio de Janeiro, 2011. Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (ABRECON). Dados institucionais. Disponível em: http://www.abrecon.org.br/ ________. Relatório de Pesquisa Setorial 2015/2015: A reciclagem de resíduos de construção e demolição no Brasil. São Paulo, 2015. Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP). Dados institucionais. Disponível em: http://www.anip.com.br/ Centro de Tecnologia Mineral (CETEM). Série Tecnologia Ambiental - Resíduos de origem eletrônica. Organizadores Fábio Henrique Silva dos Santos e Carlos Eduardo Gomes de Souza Ministério de Ciência e Tecnologia, 2010 Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE). Vidro o mercado para a reciclagem. Dados institucionais. Disponível em: http://cempre.org.br/artigo- publicacao/ficha-tecnica/id/6/vidro Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Dados institucionais. Disponível em: http://www.mma.gov.br/ ________. Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002: Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. http://www.mma.gov.br ________. Resolução CONAMA nº 348, de 16 de agosto de 2004: Altera a Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos. http://www.mma.gov.br 27 UNIDADE Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento ________. Resolução CONAMA nº 401, de 4 de novembro de 2008: Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de pilhas e baterias comercializadas em território nacional. Disponível em: http://www.mma.gov.br ________. Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009: Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências. Disponível em: http://www.mma.gov.br ________. Resolução CONAMA nº 431, de 24 de maio de 2011: Altera o art. 3o da Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA, estabelecendo nova classificação para o gesso. Disponível em: http://www.mma.gov.br ________. Resolução CONAMA nº 448, de 18 de janeiro de 2012. Altera os arts. 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10 e 11 da Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente- CONAMA. Disponível em: http:// www.mma.gov.br ________. Resolução CONAMA nº 469, de 29 de julho de 2015: Altera a Resolução CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Disponível em: http://www.mma.gov.br Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/ l12305.htm Ministério do Meio Ambiente. Dados Institucionais – Temática: Resíduos Sólidos. Disponível em: http://www.mma.gov.br/ MIRANDA, L. F. R. A reciclagem de resíduos da construção e demolição no Brasil: 1986 – 2008. Revista Ambiente Construído v.9, n.1, jan/mar. Porto alegre, 2009. p. 57-71. PINTO, T. P. P. Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da Construção Urbana. São Paulo, 1999. 189 f. Tese (Doutorado em Engenharia) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. PINTO, T. P.; GONZALES, J. Manejo e Gestão de Resíduos da Construção Civil: manual de orientação: como implantar um sistema de manejo e gestão nos municípios. Brasília: Caixa, 2005. v.1, 196 p. RECICLANIP. Dados institucionais. Disponível em: http://www.reciclanip.org.br/ UNEP, United Nations Environment Programme & United Nations University. Sustainable Innovation and Technology Transfer Industrial Sector Studies. “Recycling from E-Waste to resources. July, 2009. 28