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Tema 3 - Conceitos de Micro e Macroeconomia

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22
Lição 3 - Conceitos de Micro e 
Macroeconomia
Nesta lição, estudaremos as duas grandes áreas da Economia: a Microeco-
nomia, que se preocupa com o entendimento do comportamento isolado 
do consumo e da oferta, e a Macroeconomia, a qual tem como objetivo de 
análise os problemas mais conjunturais, ou seja, todo o sistema econômico.
Este tópico é de extrema importância e tem como objetivo principal des-
pertar seu interesse pela análise, tanto das reações individuais dos agentes 
econômicos quanto dos problemas econômicos nacionais.
1. Microeconomia
A Microeconomia é conhecida como o ramo da Ciência Econômica voltado 
ao estudo do comportamento das unidades de consumo representadas pelos 
indivíduos e/ou famílias (estas desde que caracterizadas por um orçamento 
único) e voltado ao estudo das empresas, suas respectivas produções, custos 
e preços dos diversos bens, serviços e fatores produtivos. A Microeconomia 
estuda isoladamente os agentes econômicos: consumidores e produtores.
Assim, o eixo de estudo da Microeconomia está na forma pela qual as famílias 
e as firmas procuram otimizar1 suas ações, dados seus objetivos e problemas 
a serem enfrentados. Naturalmente, as famílias escolhem suas compras ten-
tando maximizar2 sua utilidade, enquanto as empresas tomam decisões bus-
cando maximizar sua lucratividade.
Este é o foco de estudo microeconômico.
1.1 Noções de Microeconomia
Antes de falar sobre a área da Economia que estuda isoladamente os agentes 
produtores e consumidores, é preciso enfatizar que estudiosos muitas vezes 
divergem em suas convicções. É certo que em períodos diferentes, há a possi-
bilidade de visualizações diferenciadas. 
Jean Baptiste Say, estudioso francês de Economia, acreditava que a oferta 
criava sua própria procura. Talvez defendesse este ponto de vista porque em 
1. Otimizar
Criar condições favoráveis para fornecer o maior rendimento possível.
2. Maximizar 
Processo que determina o valor máximo que “algo” pode assumir. Ex.: lucro, produtividade, 
durabilidade etc. 
23
sua época a produção não era tão diversificada e quase tudo aquilo que era 
produzido era consumido, pois naquele tempo a produção era muito redu-
zida.
John Maynard Keynes, um notável inglês economista de renome, simultanea-
mente com o polonês Michal Kalecki, estudando as crises que se sucediam 
durante o início do século XX, principalmente nas décadas de vinte e trinta, 
entenderam que não existem formas mágicas de se combater as crises e que 
uma delas consiste em adaptar a oferta ao nível de demanda. Conceberam o 
que ficou universalmente conhecido como o Princípio da Demanda Efetiva, 
que diz: “O nível de procura é que vai determinar, ao longo do tempo, o nível 
de oferta da economia”.
A microeconomia é analisada evidenciando duas teorias: a Teoria do Con- 
sumidor, que nos traz a Lei da Procura e a Teoria da Firma ou Empresa, que 
estuda a Lei da Oferta. Conheça com mais detalhes estes estudos.
Na Teoria do Consumidor, a microeconomia enaltece a intenção dos indiví-
duos, em face das respectivas rendas, de se apropriarem de uma combinação 
de quantidades de bens tal que lhes possibilite a maximização de suas satis-
fações.
Já na Teoria da Firma, tem-se a figura do indivíduo, empresário, esforçan-
do-se para combinar os fatores de produção, em vista de sua limitação or-
çamentária, com a intenção de maximizar o nível de lucro de sua organi-
zação.
A partir da análise desses procedimentos, são obtidos os elementos necessá-
rios à derivação das ofertas individuais e de mercado.
A combinação das quantidades de fatores de produção, bens e/ou serviços 
que os consumidores estariam dispostos a adquirir impõe a determinação 
de um denominador comum, que nada mais é do que o preço. A determi-
nação deste preço é a tarefa a que se propõe a microeconomia ao estudar a 
questão tanto no âmbito dos fatores de produção como no caso dos bens e/
ou serviços.
1.2 Teoria Elementar da Demanda
Não é nosso objetivo desenvolver uma teoria completa da demanda. A inten-
ção é fazer uma introdução à teoria da demanda e, portanto, apresentar uma 
visão simplificada do problema.
Costuma-se definir a procura, ou demanda individual, como a quantidade de 
um determinado bem ou serviço que o consumidor deseja adquirir em certo 
período.
24
Nesta definição é preciso destacar dois elementos: em primeiro lugar, a de-
manda é um desejo de adquirir, é uma aspiração, um plano, e não sua realiza-
ção. Demanda é o desejo de comprar.
Não se deve confundir procura com compra, nem oferta com venda.
Em segundo lugar, a demanda é o fluxo por unidade de tempo. A procura se 
expressa por uma certa quantidade em um dado período. Assim, deve-se di-
zer que: “Dona Maria tem o desejo de adquirir cinco quilos de feijão por se-
mana...” e não, simplesmente, que “Dona Maria deseja cinco quilos e esta é a 
sua procura...”.
Então, do que depende esta procura, ou este desejo de adquirir? Quais são os 
fatores ou variáveis que influenciam a procura? A teoria da demanda é deri-
vada de hipóteses sobre a escolha do consumidor entre diversos bens que seu 
orçamento permite adquirir.
O que se procura é explicar o processo de escolha do consumidor perante 
as diversas alternativas existentes. Tendo um orçamento limitado, o consu-
midor procurará distribuir sua renda entre os diversos bens e serviços, de 
forma a alcançar a melhor combinação possível, ou seja, aquela que lhe trará 
o maior nível de satisfação. Por exemplo, supondo que um indivíduo vá al-
moçar em um restaurante. Recebendo o cardápio, a primeira coisa que ele 
olha são os preços. Assim, a escolha de um determinado prato, como um filé, 
depende não só do preço dele, mas também do preço das outras carnes, do 
preço das massas etc.
Pode-se facilmente ver que, quanto maior for o preço do filé, menos propenso 
estaria o indivíduo a pedir um. Da mesma forma, quanto menor o preço dos 
outros pratos principais (massas, carnes etc.), menor desejo ele terá de comer 
um filé. Isto acontece porque o filé, as outras carnes e a massa são substitu-
tos. Ele escolhe um ou outro. Dificilmente o consumidor pedirá um frango 
acompanhado de um peixe. Caso o preço dos acompanhamentos seja alto, ele 
reduzirá sua vontade de filé. 
Além dos preços, outra variável afeta esta escolha: a renda. Se o indivíduo 
não tiver dinheiro para pagar a conta, não irá pedir o filé com fritas. Também 
o gosto do consumidor determina a escolha. Mesmo que o preço do bife de 
fígado e seus acompanhamentos sejam baixos, o indivíduo não o pedirá caso 
não goste.
Percebe-se que a escolha do consumidor foi influenciada por algumas variá-
veis, as quais, em geral, serão as mesmas que influenciarão sua escolha em 
outras ocasiões. Dessa forma, apresentamos quatro determinantes da procu-
ra individual:
25
• preço do bem; 
• preço dos outros bens ou serviços;
• renda e gosto ou preferência do indivíduo.
Em linguagem matemática, expressaremos estas relações da seguinte forma:
Dx = f (Px, P1, P2 ... Pn, R, G)
Em que:
Dx = quantidade demandada do bem x;
Px = preço do bem x;
P1, P2... Pn = preço dos outros bens ou serviços consumidos pela pessoa;
R = renda do consumidor;
G = gosto ou preferência do consumidor pelo bem.
Reforçando o enunciado da fórmula, dizemos que a quantidade demandada 
do bem “x” vai depender de uma função que agrega: o preço desse bem em 
questão, os preços de todos os outros bens ou serviços que o indivíduo pre-
tende adquirir, sua renda disponível e, por fim, a influência que seu gosto ou 
preferência exerce sobre sua decisão de consumo.
Para estudar a influência de cada fator sobre a procura, é preciso fazer uma 
simplificação, pois estudar tudo em conjunto é bastante complexo e exigiria 
um instrumento matemático mais elaborado. A simplificação consiste em 
considerar cada efeito, cada variável, separadamente, fazendo a hipótese de 
que tudo o mais permaneça constante.
Nessa hipótese, também conhecida como a condição ceteris paribus3, a de- 
manda é função do preço, e sãoselecionadas variáveis relevantes de um de-
terminado problema, supondo fixo tudo o mais, porque se estima que não é 
essencial para a questão que está se estudando.
Podemos representar a relação entre quantidade demandada e preço do bem 
da seguinte maneira: Dx = f (Px) (a quantidade demandada do bem “x” em 
função exclusivamente de seu preço), tudo o mais permanecendo constante.
1.3 Lei da Procura
Normalmente, teremos uma relação inversa entre o preço do bem e a quanti- 
dade demandada. Os economistas traduziram este fenômeno através da Lei 
da Procura Decrescente, que diz: “Quando o preço de um bem é aumentado 
(ao mesmo tempo em que todos os demais fatores são mantidos constantes), 
será menor a quantidade desse bem a ser procurado”. 
3. Ceteris paribus 
Técnica utilizada pelos economistas, em que se estuda um fenômeno, analisando-se os 
fatores que influenciam no mesmo de forma isolada, como se não houvesse interferência dos 
outros fatores. A rigor, no Latim, esta expressão significa “todo o mais é constante”.
26
Figura 1 – Exemplo de curva da procura
Observa-se, da mesma forma que, se uma quantidade maior de um bem for 
lançada no mercado, esse bem só poderá ser vendido a preço mais baixo, caso 
não se altere nenhuma das outras condições que influenciam a demanda.
Quando o preço do bem cai, ele fica mais barato em relação aos seus con-
correntes e, dessa forma, os consumidores deverão aumentar seu desejo de 
comprá-lo.
Essa é uma hipótese plausível e já testada várias vezes para diversos produ-
tos. Mas há uma limitação: tudo o mais permanecendo constante, é um efeito 
isolado. Na realidade, muitos efeitos aparecem conjuntamente e é difícil fazer 
a separação de cada um.
 ► 1.3.1 Relação entre a Procura de um Bem
 e o Preço dos Outros Bens
Quando Dx = f (P1, P2... Pn), tudo o mais permanecendo constante, temos uma 
relação geral: o aumento do preço dos outros bens P1, P2... Pn poderá aumen-
tar ou reduzir a demanda do bem “x”. A reação do tipo de relação existente 
entre os dois bens poderá ser exemplificada conforme segue:
1) Caso o aumento no preço de um bem, que também faça parte da cesta 
de mercadorias do consumidor (P1, P2... Pn), aumentar a demanda do 
bem “x”, os bens “x” e o outro bem (P1, P2... Pn) são chamados substitutos 
ou concorrentes. No exemplo dado do restaurante, o filé e as massas 
são bens substitutos, pois o consumidor pode optar por um ou outro, de 
acordo com o conjunto de influências que determinam sua decisão. Mas 
lembre-se que estamos analisando apenas o fator preço dos outros bens. 
Também são substitutos a manteiga, a margarina, o transporte por trem e 
por avião, o café e o chá, o sapato e o tênis, a impressão a laser e a jato de 
tinta etc.
27
4. Mouse 
Perceba que o grau de complementariedade nem sempre é mútuo. O computador pode 
funcionar sem o mouse, apenas com o teclado; no entanto, o mouse não tem nenhuma 
função sem o computador.
Bens concorrentes ou substitutos são aqueles que guardam uma relação de 
substituição, ou se consome um ou outro. O consumo de um pode substituir o 
consumo do outro. 
Nesta conceituação, o importante é que, ao decidir por qualquer dos bens 
concorrentes, o resultado em termos do atendimento da necessidade do con-
sumidor será pleno ou, no mínimo, semelhante.
2) Caso o aumento do preço de um bem da variável (P1, P2... Pn) 
ocasione uma queda na demanda do bem “x”, os bens são chamados 
complementares. É o caso dos pneumáticos e câmaras de ar, pão 
e manteiga, caneta e tinta, impressoras e computadores, areia e 
cimento etc.
Bens complementares são aqueles que, em geral, são consumidos conjunta-
mente com outros bens. Sua complementaridade pode ser técnica, caso do 
computador e do mouse4, ou psicológica, como trabalhar com música.
 ► 1.3.2 Relação Entre a Procura de um Bem 
 e a Renda do Consumidor
Em geral existe uma relação crescente e direta entre a renda e a demanda de 
um bem ou serviço Dx = f(R). Quando a renda cresce, a demanda do bem deve 
aumentar. O indivíduo, ficando mais rico, vai desejar aumentar seu padrão 
de consumo e, portanto, demandar maiores quantidades de bens e serviços.
Esta é a regra, mas ela admite exceções. Em primeiro lugar, é possível que 
o indivíduo esteja totalmente satisfeito com o consumo de um determinado 
bem e, portanto, não altere a quantidade procurada por unidade de tempo 
quando sua renda aumentar. É o caso do consumo saciado.
Outra exceção encontra-se nos chamados bens inferiores. Estes são bens 
cuja demanda se reduz quando a renda aumenta. Por exemplo, a demanda de 
carne de segunda se reduz quando a renda do indivíduo aumenta, pois aí ele 
passará a demandar carne de primeira e não mais de segunda.
 ► 1.3.3 Relação entre a Procura de um Bem 
 e o Gosto do Consumidor
Por fim, resta examinar a função Dx = f(G), ou seja, a influência do gosto ou da 
preferência do consumidor sobre sua demanda.
Exemplificaremos esta situação: suponha-se que seja feita uma grande cam-
panha publicitária incentivando a população a beber mais leite. Nesta cam-
panha se mostra o valor nutritivo do leite e os benefícios que ele traz à saúde. 
28
A parcela da população que já consome leite será despertada por esta propa-
ganda, resolverá tomar mais leite e incentivar o consumo por parte daqueles 
que ainda não tomam leite. O que ocorrerá com a demanda do leite? Ela au-
mentará.
1.4 Teoria Elementar da Oferta (Teoria da Produção/Empresa)
A Teoria da Oferta ou Produção analisa o ponto de vista da oferta existente 
no mercado, ou seja, preocupa-se com o setor produtivo. Nesta visão, empre-
sa é qualquer unidade produtora que combina fatores produtivos para gerar 
um bem ou serviço.
 ► 1.4.1 Função da Produção
É a relação técnica aferida entre o total de recursos empregados na produção 
e o total da quantidade produzida.
Um empreendedor sempre estará interessado em que a produção aconteça 
da melhor forma possível, evitando perdas. Para identificar a relação entre 
os investimentos empregados (trabalho, capital e recursos naturais) e a pro-
dução efetiva (aquilo que foi produzido), temos o conceito de função da pro-
dução.
A função da produção é extremamente importante, não só para que o em-
presário saiba como está seu nível de produtividade, mas também para o país 
como um todo, que necessita de altos índices de produtividade para que pos-
sa competir em mercados cada vez mais disputados.
Simbolicamente, podemos representar a função da produção pela equação:
Q = f (K, L)
Em que:
Q: quantidade produzida do bem;
K: quantidade empregada do fator capital;
L: quantidade empregada do fator trabalho.
Esta fórmula indica que a quantidade produzida de um bem é “função” das 
quantidades empregadas dos fatores: capital e trabalho. Veja o exemplo:
Função da Produção do Produto “X”
Q K L
6 3 8
7 4 9
8 5 10
9 6 11
29
A primeira coluna indica Q, como quantidade produzida do bem. Na segunda 
e terceira, temos K e L (quantidades utilizadas de capital e trabalho, respecti-
vamente). Isso significa que seis unidades do produto “X” são produzidas com 
três unidades de capital e oito unidades de trabalho, e assim por diante.
 ► 1.4.2 Custos de Produção
Para produzir, uma empresa precisa comprar, adquirir, ter a posse de fatores 
produtivos, pagando para cada qual um determinado preço. O custo de pro-
dução é formado pela totalização desses gastos com os fatores de produção.
Se, por exemplo, uma organização adquire recursos do fator capital (máqui-
nas, instalações, etc.) no valor de R$ 3,00 a unidade, e o fator trabalho é con-
tratado a R$ 2,00 a unidade, completando o quadro anteriormente apresen-
tado, calculamos o custo de produção (CT), como segue:
Função da Produção
Q K L CT P/ unidade de R$
6 3 x 3 = 9 8 x 2 = 16 25
7 4 x 3 = 12 9 x 2 = 16 30
8 5 x 3 = 15 10 x 2 = 16 35
9 6 x 3 = 18 11 x 2 = 16 40
Interpretamos este quadro da seguinte forma: para uma produção de 6 uni-
dades, o empresário utiliza 3 unidades de capital,que custarão R$ 9,00, mais 
8 unidades de trabalho, que têm o custo de R$ 16,00. Totalizando, chegamos a 
R$ 25,00 para a produção de 6 unidades. Este é o custo total para esta quan-
tidade de produção.
Para suportar os custos empresariais, o empresário vende seus produtos den-
tro de uma margem de lucro considerada a partir de vários fatores: margem 
mínima necessária, preço da concorrência, valor que a clientela atribui ao 
produto etc.
Sob a ótica puramente econômica, receita é a quantidade produzida dos bens 
ou serviços, multiplicada pelo preço de mercado do bem ofertado. Comple-
tando esta linha de raciocínio, o lucro é a diferença entre os custos de produ-
ção e a receita do empresário. É lógico que, quando partimos para a análise 
contábil (que não é o caso aqui), o lucro empresarial tem como formatação 
muitos outros descontos da receita, como impostos, por exemplo. Apenas 
simplificamos sob o ponto de vista da Economia como um todo.
 ► 1.4.3 Lei da Oferta
Define-se oferta como a quantidade de um bem ou serviço que os produto-
res desejam vender por unidade de tempo. Novamente é preciso destacar os 
30
dois elementos: a oferta é um desejo, um plano, uma aspiração; é um fluxo 
por unidade de tempo. Do mesmo modo que a demanda, a oferta de um bem 
depende de inúmeros fatores.
A oferta de um bem depende de seu próprio preço. Admitindo a hipótese ce-
teris paribus, onde nenhum outro fator interfira, identifica-se a Lei da Oferta 
que diz: “quanto maior for o preço de um bem, mais interessante se torna 
produzi-lo, portanto, a oferta é maior”. Como o preço dos bens tem em sua 
composição os gastos empresariais, a oferta do bem “x” depende dos preços 
dos fatores de produção. De fato, o preço dos fatores – juntamente com a 
tecnologia empregada – determinam o custo de produção.
Exemplo: aumentando o preço da terra, teremos um grande aumento no 
custo de produção de soja, enquanto que em outros setores, que utilizam em 
menor intensidade o fator terra, haverá menor aumento de custos. Assim, a 
mudança no preço de um fator acarretará alterações na lucratividade relati-
va das produções.
O mesmo raciocínio se pode fazer em relação à mudança na tecnologia de 
produção. Os bens que mais se beneficiaram da mudança tecnológica terão 
uma lucratividade aumentada e, assim, surgirão deslocamentos nas curvas 
de oferta de diversos bens e serviços.
Figura 2 – Exemplo de curva da oferta
1.5 O Equilíbrio de Mercado/ A Formação do Preço
O preço, em uma economia de mercado, é determinado tanto pela oferta, 
quanto pela procura.
31
Figura 3 – Equilíbrio de mercado
Chamemos a intersecção das curvas de E, à qual correspondem o preço P0 e 
a quantidade Q0. Por estas siglas identificam-se Preço de Equilíbrio e Quan- 
tidade de Equilíbrio. Este ponto, se existir, será único, pois a curva de procura 
é decrescente, e a curva da oferta crescente. Nesse ponto, a quantidade que os 
consumidores desejam comprar é exatamente igual à quantidade que os pro-
dutores desejam vender. Existe uma coincidência de desejos, caracterizando 
um ponto de equilíbrio de mercado. 
Para qualquer preço superior a P0, a quantidade que os ofertantes desejam 
vender é maior que aquela que os consumidores desejam comprar. Em lin-
guagem técnica, dizemos que existe um excesso de oferta. Quanto maior o 
preço, maior será o excesso de oferta. De outra parte, para qualquer preço 
inferior a P0, surgirá um excesso de demanda. Quanto menor o preço, maior 
o excesso de demanda. Em qualquer dessas situações, não existe compatibili-
dade de desejos. Podemos visualizar duas situações:
Situação 1
Quando existir excesso de procura, surgirão pressões no sentido 
de os preços subirem, pois:
a) Os compradores, incapazes de comprar tudo o que desejam 
com o preço existente, passam a pagar mais.
b) Os vendedores veem a escassez e percebem que podem 
elevar os preços, sem quedas nas vendas. 
Situação 2
Quando existir excesso de oferta, surgirão pressões para os pre-
ços caírem, pois:
a) Os vendedores percebem que não podem vender tudo o 
que desejam, seus estoques aumentam e, assim, passam a 
oferecer a preços menores.
b) Os compradores notam a fartura e passam a regatear o preço.
32
 ► 1.5.1 Oscilações no Preço de Equilíbrio/Deslocamentos 
 da Demanda e da Oferta
Como vimos, o preço de equilíbrio – também chamado de preço de mercado 
– é estabelecido quando a quantidade ofertada se iguala à quantidade deman-
dada. Este é o momento exato em que encontramos o mercado em equilíbrio.
Entretanto, nas economias modernas, independentemente de serem vigo-
rosos ou não, os mercados não são estáticos, ou seja, as funções de oferta e 
demanda costumam sofrer deslocamentos, gerando alterações nos preços de 
equilíbrio e respectivas quantidades de equilíbrio.
Estudaremos inicialmente o deslocamento da demanda. Numa determinada 
faixa de preço, os consumidores tendem a comprar quantidades maiores ou 
menores de um bem. Veja a representação no gráfico a seguir:
Preço
R$ 10,00
A
2 3
Quantidade
B
D1
D2
Figura 4 – Deslocamento da demanda para a direita
A demanda original D1 demonstra que, ao preço de R$ 10,00, os consumidores 
estavam dispostos a adquirir duas unidades de um determinado bem. Imagi-
ne que, por um motivo qualquer, aconteceu um deslocamento da demanda 
para a direita, D2, indicando que, ao mesmo preço, os consumidores estão dis-
postos a comprar três unidades desse bem.
Um deslocamento da demanda para a esquerda pode e deve ser considera-
do. Nesse caso, o gráfico indicaria que os consumidores tenderiam a comprar 
quantidades menores do bem, mesmo sem alteração do preço.
Com a oferta pode acontecer o mesmo. No exemplo a seguir, a oferta original 
(O1) representa que, ao preço de R$ 15,00, os empresários produziriam 50 uni-
dades de um bem.
33
Preço
R$ 15,00
A
50 80
Quantidade
B
O1
O2
Figura 5 – Deslocamento da oferta para a esquerda
Na ocorrência de um deslocamento da oferta para a direita (O2), os empre- 
sários passaram a ofertar 80 unidades, mesmo sem modificação no preço. 
Um deslocamento da oferta para a esquerda indicaria que, mantido o preço, a 
quantidade produzida e, consequentemente, ofertada, iria diminuir.
Exemplos Práticos de Excesso de Demanda e de Oferta
Como você pôde observar, os deslocamentos da procura e da oferta são os 
agentes que alteram o equilíbrio do mercado. Esses deslocamentos aconte-
cem simultaneamente ou apenas em uma das funções, oferta ou demanda, 
dependendo do fenômeno ocorrido.
Para facilitar o seu entendimento, vamos analisar um caso típico de desloca-
mento da oferta para a esquerda e suas consequências no mercado.
Tomando como exemplo o mercado de milho, imagine que em um determi-
nado momento, com o equilíbrio de mercado na sua plenitude, a oferta e a 
demanda por milho estivessem em equilíbrio.
Digamos que o preço seria de R$ 0,80 o quilo, e a quantidade de equilíbrio 
teria estacionado na casa de mil toneladas.
Atenção!
A quantidade de mil toneladas é o total que o mercado inteiro tende a demandar, não 
apenas um único consumidor.
Partimos agora para a hipótese de um fenômeno – uma estiagem, por exem-
plo, – vir a alterar o equilíbrio, causando uma queda na quantidade produzida 
34
de milho. Assim, a quantidade de oferta de milho ao mercado cai e, conse-
quentemente, a função oferta se desloca para O2. A que conclusão chegamos?
Preço (R$)
1,05
Quantidade
(toneladas)
0,80
800
A
B
1.000
O1
O2
C
Figura 6 – Deslocamento da oferta para a esquerda, provocando um aumento 
no preço do milho.
Com a mudança do nível de oferta para a esquerda vemos que, ao preço de 
R$ 0,80, os produtores agora só podem oferecer 800 toneladas, enquanto os 
consumidores continuam querendo comprar 1.000 toneladas. Perdeu-se, 
portanto, o equilíbrio do mercado.
Quando acontece um fenômeno como este, dizemos que há um excesso de de-
manda – representado no gráfico pelo segmento AC – equivalente a 200 tonela-
das (1.000 - 800). A reação para volta do equilíbrioé certa: o excesso de demanda 
provoca um aumento no preço que, no exemplo, passou de R$ 0,80 para R$ 1,05 
o quilo.
O novo cenário criado com esse aumento fica claro: a quantidade ofertada au-
menta, e a demandada diminui, tornando a ficar iguais, alcançando o equilíbrio 
com 800 toneladas.
Nesse mesmo mercado, poderíamos ter observado um deslocamento da oferta 
para a direita, como consequência de uma supersafra ou da importação de mi-
lho.
Os fatores que deslocam a oferta estão ligados à produção (supersafra, aumento 
da produtividade etc.) ou ao nível de abastecimento (importação, direcionamen-
to à exportação etc.).
Vejamos também um exemplo em que haja deslocamento da demanda. Em ge-
ral, deslocamentos na demanda de um certo bem acontecem influenciados por 
alterações na renda, no número de consumidores, em suas preferências ou com 
o surgimento de um bem substituto. Já estudamos estas variáveis como fatores 
determinantes do nível de demanda dos bens ou serviços.
35
No gráfico a seguir, vemos um exemplo de diminuição da demanda. Ainda 
analisando o exemplo do mercado de milho (que influencia até no preço final 
do frango), vamos continuar com nossas simulações.
Preço (R$)
Quantidade
(toneladas)
0,80
500
A
B
D1
D2
C
0,60
700 1.000
O
Figura 7 – Deslocamento da demanda para a esquerda, provocando uma 
queda no preço do milho.
Pense na hipótese de que um fenômeno qualquer provocou queda na ren-
da dos consumidores (queda na receita dos fazendeiros devido ao aumento 
abusivo nos adubos, por exemplo), o que os levaria a comprar menos milho. 
Esse fenômeno causaria um deslocamento da demanda para a esquerda, 
de D1 para D2. Então, outra vez o mercado se desequilibraria. Ao preço de 
R$ 0,80, os produtores continuariam oferecendo 1.000 toneladas, mas ago-
ra os consumidores querem comprar apenas 500 toneladas.
Temos aqui um caso típico de excesso de oferta, medida no gráfico pelo seg-
mento AC, ou equivalente a 500 toneladas (1.000 - 500). O excesso de ofer-
ta vai ser corrigido com a redução do preço, porque ao preço de R$ 0,80 os 
consumidores só comprarão 500 toneladas. Caindo o preço, a quantidade 
demandada aumenta e a ofertada diminui, até que o excesso de oferta seja 
eliminado, ou seja, haja coincidência entre as quantidades demandada e ofer-
tada.
O novo equilíbrio do mercado ocorre ao preço de R$ 0,60, que corresponde à 
quantidade de equilíbrio de 700 toneladas.
1.6 Elasticidade da Demanda e da Oferta
Sabemos que mudanças nos preços dos bens, ceteris paribus, provocam mu-
danças nas quantidades procuradas. Vamos analisar o grau em que a quanti-
dade demandada responde a uma variação nos preços.
36
A forma correta usada em Economia para analisar a sensibilidade da deman-
da e variações nos preços é a elasticidade-preço da demanda. É a variação 
do percentual da quantidade procurada do bem “x”, dividida pela variação 
percentual no preço do bem “x”. Com relação à demanda, mede as reações do 
consumidor quando existe uma mudança no preço do bem em questão. As 
elasticidades mostram as inclinações das curvas de oferta e procura e, por-
tanto, nos dizem muito sobre os efeitos que uma dada mudança na oferta ou 
procura terá sobre os preços.
Fórmula Genérica de Elasticidade
e = 
D % quantidade procurada / ofertada
 D % no preço ($) do bem ou serviço
A elasticidade-preço da oferta é obtida pela variação percentual na quanti-
dade ofertada de um bem, dividida pela variação percentual no preço desse 
bem. Nessa análise, obtém-se o comportamento dos empresários ante as va-
riações dos preços dos bens que produzem. Muitas organizações, ao elabora-
rem estratégias de preços, simulam várias alternativas e trabalham na iden-
tificação tanto de possibilidades de produção, quanto nas prováveis respostas 
de seus clientes, quanto à modificação na estrutura de preços.
 ► 1.6.1 Categorias de Elasticidade
Em valor absoluto, a elasticidade varia entre zero e infinito. Desse modo, a 
análise das elasticidades, tanto da procura quanto da oferta, pode evidenciar 
três categorias no que se refere à elasticidade-preço:
• Procura ou Oferta Inelástica: a quantidade ofertada ou procurada 
varia proporcionalmente menos do que a variação do preço. Exemplo: 
provavelmente não dobraremos nossa compra de sal de cozinha se 
seu preço diminuir pela metade. Ou ainda, se o preço do pão subir 20%, 
dificilmente haverá queda de 20% no consumo do mesmo. A inelasticidade 
(reação em termos percentuais da quantidade inferior ao aumento no 
preço) é muito comum quando o produto é essencial.
 Imagine se o aumento for verificado no preço do gás de cozinha. A 
demanda vai diminuir, mas pouco. Isto ocorre porque o gás é essencial e 
há uma falta de substitutos para ele. Da mesma forma, a diminuição do seu 
preço não vai provocar estocagem e muito menos desperdício.
• Procura ou Oferta de Elasticidade Unitária: é o caso especial em que as 
quantidades procuradas ou ofertadas respondem na proporção exata das 
variações de preços.
• Procura e Oferta Elástica: variações nos preços provocam variações 
proporcionalmente maiores nas quantidades. Muitos bens de luxo sofrem 
uma diminuição dramática no volume de vendas quando seus preços 
aumentam. Do lado da oferta, a procura elástica normalmente afeta bens 
de fácil produção, de modo que uma pequena elevação de preços leva a 
uma produção muito maior.
37
 ► 1.6.2 Relação entre Elasticidade, Gastos e Receita
A elasticidade não apenas afeta a determinação de preços de mercado, como 
também tem um grande efeito na situação financeira de compradores e ven-
dedores.
Faz muita diferença para um comprador o fato da curva de oferta de uma 
determinada mercadoria ser elástica ou não, pois isso afetará a quantidade a 
ser gasta na mercadoria, caso seu preço mude.
O mesmo acontece com um vendedor, caso a curva de procura por seu pro-
duto seja elástica ou não, pois isso determinará o que acontece com seus ren-
dimentos totais, se os preços mudarem.
 ► 1.6.3 Relações Entre Receita Total e Elasticidade
A receita total, que as empresas produtoras de um dado bem recebem, é ob-
viamente igual à quantidade vendida multiplicada pelo preço da mercadoria. 
Da mesma forma, a despesa total dos consumidores deste bem é igual à quan-
tidade comprada multiplicada pelo seu preço.
Como, a cada vez que alguém vende, alguém está comprando, a despesa dos 
consumidores na compra de um determinado bem é igual à receita total de 
seus produtores. Assim, tudo o que dissermos a respeito da receita das em-
presas vale, com as devidas adaptações, para as despesas dos consumidores.
Lembre-se:
1. Se a Receita Total aumenta quando o preço sobe, significa que o 
 produto é inelástico (um produto essencial); e
2. Se a Receita Total diminui quando o preço sobe, significa que o
 produto é elástico (um produto não essencial).
1.7 Estruturas de Mercado
Em microeconomia, analisa-se o mercado a partir do estudo da demanda de 
um consumidor individual, e a oferta de um empreendedor também ana-
lisando individualmente. Mas precisamos salientar que o mercado de um 
determinado bem é constituído pela oferta que todos os agentes produtores 
desse bem realizam e por todos os consumidores potenciais, que estão dis-
postos a adquirir esse bem.
Desta forma, o preço de mercado (ou de equilíbrio) é estabelecido pelo equi-
líbrio entre a oferta dos empresários e a demanda dos consumidores, como 
já foi visto. Para o empresariado, é importante saber quais as características 
principais do mercado em que se opera, facilitando as tomadas de decisão 
para melhor desempenhar seus objetivos mercadológicos.
38
Sob a ótica da importância da empresa no mercado em que opera e a caracte-
rística do produto vendido ser homogênea ou heterogênea, causando maior 
ou menor interferência no sistema de preços, os mercados têm a seguinte 
classificação:
 ► 1.7.1 Concorrência Pura ou Perfeita
Antes de tudo, é bom salientar que a concorrência perfeita é o tipo de estru-
tra de mercado ideal, ou seja, elanão existe na prática! Não há nenhum tipo 
de mercado que se enquadre perfeitamente às hipóteses de um mercado de 
concorrência perfeita. 
Este mercado exige um número elevado de empresas vendendo o mesmo 
produto. Nenhum vendedor ou consumidor, isoladamente, tem influência 
pessoal sobre o preço (chamado de mercado atomizado). O produto é idêntico 
em todas as empresas, sendo impossível o consumidor identificar a origem 
dos mesmos. Aqui, o produto é homogêneo e cada empresa produtora parti-
cipa com parcela muito pequena no total da oferta, dessa forma, sua saída do 
mercado não interfere no sistema de preços. Neste tipo de mercado, a entra-
da de novas empresas é livre, não havendo nenhum tipo de barreira à entra-
da da concorrência. Finalmente, também se verifica na concorrência perfei-
ta a presença da transparência, ou seja, todos os produtores informam – de 
maneira clara e tansparente – os seus concorrentes e os seus consumidores.
Um bom exemplo que podemos dar é o de produtos agrícolas. Em uma feira 
livre, um determinado tipo de hortaliça não tem identificação de seu produ- 
tor e pouco importa ao consumidor esta informação. Neste caso, há o perfeito 
equilíbrio entre oferta e procura.
 ► 1.7.2 Concorrência Imperfeita
Nome genérico de estruturas de mercado onde produtores têm o poder de 
influenciar na determinação de preços, seja totalmente (monopólio) ou par-
cialmente (concorrência monopolística e oligopólio). Veja de forma detalha-
da:
• Monopólio: tipo extremo de mercado, em que apenas uma empresa 
vende um produto para o qual não existem bons substitutos. É o oposto da 
concorrência perfeita. A importância desta empresa é absoluta, pois se a 
mesma encerrar suas operações, o mercado entra em colapso, pois deixa 
de existir. O produto ofertado é diferenciado, não existe homogeneidade, 
não havendo possibilidade de substituição por outro similar. Nos países de 
economia desenvolvida, dificilmente encontramos monopólio, pois as leis 
de mercado impedem que uma empresa impossibilite a entrada de outras 
empresas para competição.
 Alguns casos de monopólio visíveis estão atualmente no setor 
público, como o tratamento da água e do esgoto, onde uma única 
empresa vinculada às prefeituras ou ao governo estadual assume esta 
responsabilidade. A título de exemplos ainda temos a Petrobrás, a Empresa 
39
Brasileira de Correios e Telégrafos e as concessionárias de energia elétrica.
 A tendência é que cada vez mais os mercados trabalhem com o aumento 
da competitividade, eliminando monopólios.
• Oligopólio: mercado com poucos produtores, mas com empresas fortes. 
Devido à grande importância de cada uma, qualquer ação individual afeta 
as operações das demais empresas e os preços praticados neste mercado. 
No oligopólio os produtos são heterogêneos, podendo ser facilmente 
substituídos, e o consumidor identifica facilmente a empresa produtora.
 É um mercado típico em nossa economia, onde empresas automobilísticas, 
de alimentos, produtos de limpeza, eletroeletrônicos, companhias aéreas, 
indústria de bebidas, de cosméticos, provedores de internet e muitas 
outras competem acirradamente, para que suas marcas fiquem fixas na 
memória dos seus clientes. 
 A concorrência enfrenta grandes barreiras: sofisticação tecnológica, alto 
investimento, orçamentos altíssimos de marketing e fixação das marcas, 
etc.
• Concorrência Monopolística: há um número grande de produtores que 
individualmente não são importantes. Todos produzem o mesmo produto, 
mas com intensa diversificação (embalagens, atendimento personalizado, 
política de descontos, horários diferenciados etc.), são heterogêneos, neste 
sentido, de acordo com a empresa produtora. É combinação de elementos 
da concorrência pura (muitos produtores) em que a saída de uma empresa 
não tem efeito sobre o sistema de preços, e do oligopólio (produto 
heterogêneo – pelo menos na mente do usuário), apesar de altamente 
substituíveis entre si.
 Podemos exemplificar concorrência monopolística com fábricas de 
confecções de roupas da moda, mercados de palhas de aço, shampoo, 
desodorantes, refrigerantes, creme dental, prestadores de serviços 
(seguradoras, financeiras, planos de saúde, etc).
 ► 1.7.3 Cartel
Existem práticas de mercado que, embora não sejam lícitas sob o ponto de 
vista legal e de economia de mercado, apresentam-se em várias atividades 
produtivas. O cartel é a associação de produtores de determinado produto 
ou serviço, restringindo a concorrência através de acordos para fixar preços, 
repartindo o mercado entre si. É uma prática condenável, mas, infelizmente, 
vez ou outra são realizadas pelos empresários de postos de gasolina, produ-
tores de papel, materiais de construção etc.
2. Macroeconomia
A Macroeconomia se interessa pelo estudo dos agregados, como a produção, 
o consumo e a renda da população como um todo. Analisa o desempenho 
global do sistema econômico. A importância do estudo e análise do desem-
40
penho global de uma economia alicerça-se em vários pilares: perspectivas 
de emprego, rendimentos e preços que as pessoas pagam pelos bens, fatores 
que determinam níveis de produto e renda da economia.
Os maiores problemas macroeconômicos, muitas vezes alvo de estudos para 
planejamento governamental, são:
• o que determina o nível de produto agregado (total) da economia e a 
respectiva renda agregada (total) da economia;
• como determinar a taxa de juros;
• o que determina níveis de preços e suas consequências: inflação e 
deflação;
• o que determina a taxa de emprego;
• estudo para obtenção do equilíbrio na Balança de Pagamentos e taxa de 
câmbio.
Não esqueça: 
A vida econômica de um país é cercada de inúmeras ações praticadas por 
consumidores, empresas, agentes do governo e trabalhadores, no entanto, a 
macroeconomia se preocupa com a análise das consequências coletivas daquelas 
ações praticadas sob o prisma individual. Portanto, microeconomia e macroeconomia 
não são áreas totalmente isoladas no ambiente econômico.
A bifurcação da Ciência Econômica nesses dois ramos – macroeconomia e 
microeconomia – data dos primórdios da década de 1930. Ambas giram em 
torno do problema da limitação e do caráter finito dos recursos produtivos 
em face das necessidades vitais da civilização, infinitas e ilimitadas, inerentes 
ao ser humano. Essa problemática fundamenta e justifica a razão da existên-
cia da economia como ciência.
Efetivamente, a microeconomia, ao estabelecer princípios gerais, revela-se 
muito mais abstrata do que a macroeconomia, a qual se encontra voltada ao 
exame de questões e de medidas peculiares a um dado lugar e instante de 
tempo.
Exemplificando, os grandes agregados estudados pela macroeconomia, 
como a renda, o emprego, o desemprego, o consumo, o investimento, a pou-
pança são todos de natureza heterogênea na forma como considerada. Já a 
microeconomia está voltada à apreciação das unidades individuais da eco-
nomia.
Outro modo de distinção entre a microeconomia e a macroeconomia repou-
sa no aspecto preço. Efetivamente, a microeconomia é igualmente conheci-
da por Teoria de Preços, pois procura evidenciar a formação dos preços dos 
bens e serviços, assim como dos recursos produtivos.
41
2.1 Demanda Agregada
Estudiosos de macroeconomia separaram a demanda em dois grupos: o de 
bens de consumo e o de bens de investimento. Essa divisão foi feita porque 
esses estudiosos acreditavam que fatores diferentes influenciam os diferen-
tes tipos de bens.
Portanto, a demanda agregada pode ser dividida em consumo e em investi-
mento agregados. O consumo agregado é formado pelos gastos de todas as 
famílias com bens de consumo, já o investimento agregado é formado pelos 
gastos de todas as firmas com bens de investimentos. 
Deve-se incluir no cálculo da demanda agregada os gastos do Governo e as 
exportações, e deduzir as importações.
As exportações entram no cálculo porque constituem a demanda externa pe-
los bens da economia. As importações são planos de compra dos residentesda economia. Desta forma, a demanda agregada externa líquida é composta 
pelas exportações menos as importações.
A função da Demanda Agregada é definida como:
DEMANDA AGREGADA = CONSUMO + 
INVESTIMENTO + GASTOS DO GOVERNO + EXPORTAÇÃO – IMPORTAÇÃO
Existe outra forma de analisar a demanda agregada. É a análise da oferta de 
moeda. Quando alguém (família, empresa, Governo, setor externo) compra 
qualquer bem, oferece dinheiro em troca. Existe uma identidade entre os flu-
xos contrários de bens e de moeda..
Se o Governo desejar aumentar a demanda agregada, poderá reduzir impos-
tos ou aumentar seus gastos. Trata-se de uma política fiscal expansionista.
Também há a emissão de dinheiro elevando a oferta de moeda. Neste caso, 
trata-se de uma política monetária expansionista.
Resumindo: 
A demanda agregada é dividida entre consumo e investimentos agregados. O consumo 
é representado pela quantidade total de bens consumidos pelos agentes, onde uma 
parte é consumida pelas famílias (bens de consumo) e outra parte é utilizada pelas 
empresas sob o contorno de bens de produção e de estoques. Também consomem a 
produção o Governo e os povos de outros países, na hipótese de exportações.
2.2 Oferta Agregada
Como pudemos ver, a demanda agregada envolve fatores mais complexos 
daqueles que determinam a Demanda Individual (função de Dx).
42
Oferta agregada, quando traçada sua curva, mostra todos os níveis de preços 
para os quais as empresas em seu conjunto estão dispostas a oferecer uma 
correspondente quantidade do produto agregado.
A oferta agregada (ou produto agregado) é dada pelo valor total das transa-
ções realizadas no mercado de produtos, durante certo período. Apenas os 
bens finais são transacionados nesse mercado.
Bens finais são aqueles produzidos para utilização final e não para reven-
da ou para transformações adicionais. Portanto, produto agregado é o valor 
monetário de todos os bens finais produzidos na economia em determinado 
período.
A importância deste conceito nos remete ao conhecimento dos principais 
agregados macroeconômicos.
 ► 2.2.1 Agregados Macroeconômicos
Todo país realiza uma contabilidade de sua economia chamada de Contabi-
lidade Nacional, registrando suas atividades econômicas, a partir do aponta-
mento de tudo que diz respeito ao resultado em termos de produto, durante 
o período de um ano.
Em seguida, analisa os chamados agregados macroeconômicos, assim cha-
mados por serem constituídos por uma série de somas pertinentes a unida-
des de medidas diferenciadas: bens e serviços, os quais são calculados em 
termos monetários para se medir a riqueza da nação.
Os principais agregados macroeconô micos são:
PIB – Produto Interno Bruto: é a soma dos valores monetários dos bens e 
serviços finais. É o produto da economia de um país, produzido a partir dos 
fatores de produção disponíveis dentro de suas fronteiras geográficas.
PIB a preços de mercado: é a soma dos valores monetários dos bens e ser-
viços finais, computando-se os impostos indiretos (imposto transferido do 
produtor para o consumidor no preço final) e subtraindo-se os subsídios 
(estímulo concedido pelo governo, para diminuir o custo da produção). 
Portanto, é o preço do produto negocido no mercado, ou seja, é o preço 
final que o consumidor paga, com os impostos já embutidos.
PIB a custo de fatores: é a soma dos valores monetários dos bens e serviços 
finais, subtraindo-se os impostos indiretos e somando-se os subsídios. Para 
exemplificar, é o valor que foi utilizado para se produzir um bem ou um ser-
viço. Aqui não se consideram nem os impostos indiretos e nem os subsídios.
PIL – Produto Interno Líquido: é o Produto Interno Bruto a custo de fatores, 
menos a parcela correspondente à depreciação (parcela do produto destina-
da à reposição ou reparo de equipamentos).
43
PNL – Produto Nacional Líquido: é o Produto Interno Líquido a custo de fa-
tores, menos a renda enviada ao exterior, mais a renda recebida do exterior. 
Também denominado Renda Nacional Líquida a custo de fatores ou simples-
mente Renda Nacional. 
Renda Pessoal: é a Renda Nacional menos os lucros retidos pelas empresas, 
os impostos diretos das empresas (Imposto de Renda) e as contribuições fei-
tas à Previdência Social, mais as transferências do governo (despesas com 
inativos, pensionistas, salário-família e outros benefícios) pagos pela Previ-
dência Social, mais os juros pagos. A Renda Pessoal corresponde ao agregado 
macroeconômico destinado aos consumidores residentes no país.
Renda Pessoal Disponível: é o total da Renda Pessoal disponível ao cidadão, 
excluindo impostos diretos que foram pagos. Portanto, a Renda Pessoal Dis-
ponível refere-se à quantia que permanece em poder das pessoas para ser 
consumida ou poupada. O Imposto de Renda não é o único imposto direto 
que temos no Brasil, no entanto, ele é o único que incide diretamente sobre 
a renda pessoal do trabalhador. Também incidem outros tributos, como as 
Contribuições Sociais que são descontadas do salário – como, por exemplo, o 
valor da Contribuição Previdenciária (I.N.S.S.).
3. Contas Nacionais 
Desde os tempos feudais os reinos preocupavam-se em contabilizar suas ri-
quezas, seu patrimônio. Da mesma forma, com a evolução da sociedade, to-
dos os países, sejam eles constituídos de economias mais evoluídas ou não, 
passaram a controlar sua produção e respectiva renda.
Para tanto, existe o que chamamos de Contabilidade Nacional. Trata-se de 
uma metodologia de medição e interpretação da atividade econômica de 
uma nação realizada durante um determinado período (janeiro a dezembro 
de cada ano). Isto significa que a Contabilidade Nacional mede a produção 
que se obtém de um sistema econômico, transformando esta produção em 
números, através de uma base monetária, isto é, em moeda corrente (reais).
Nessa contabilização, a preocupação possui dois focos: o primeiro é sobre o 
total de produto da Economia; o segundo é pertinente ao total de renda da 
Economia. O produto é a soma dos valores monetários da totalidade de bens 
e serviços finais produzidos por um país num determinado período (concei-
to de PIB). Renda é a soma das remunerações (pagamentos) realizadas aos 
fatores de produção utilizados no processo produtivo, durante determinado 
período.
A composição da renda é formada pelos salários dos trabalhadores, aluguéis, 
juros e lucros existentes na Economia.
É importante salientar que, nos sistemas econômicos complexos, como a 
maioria das nações, além da análise do produto e da renda, a Contabilidade 
44
Nacional vai registrar e utilizar dados sobre receitas, gastos (investimentos e 
despesas) do setor público, bem como todas as transações externas (importa-
ção e exportação).
Podemos concluir que a Contabilidade Nacional tem como base de dados a 
demanda e a oferta agregada de um país.
Exercícios Propostos
1. É a área de estudo da Economia que analisa isoladamente os consumido-
res e produtores:
( ) a) Macroeconomia
( ) b) Microeconomia
( ) c) Teoria da Utilidade
( ) d) Lei da Oferta
( ) e) Teoria da Empresa e da Oferta
2. A Microeconomia estuda duas teorias que são, respectivamente: 
( ) a) Teoria da Empresa e da Oferta
( ) b) Teoria do Consumidor e da Firma
( ) c) Teoria da Utilidade e do Crédito
( ) d) Teoria da Oferta e da Procura
( ) e) Teoria da Micro e Macro
3. Define-se__________como a quantidade de um bem ou serviço que os
 __________ desejam vender por unidade de tempo. Assinale a alternativa 
que preenche adequadamente as lacunas:
( ) a) produção - produtores 
( ) b) oferta - agricultores
( ) c) oferta - produtores 
( ) d) venda - vendedores
( ) e) produção - vendedores
4. A Macroeconomia possibilita a análise de fatores que determinam os ní-
veis de:
( ) a) Renda e Consumo da Economia
( ) b) Bens e Serviços Intermediários
( ) c) Produto e Despesa do país
( ) d) Renda e Produto da Economia
( ) e) Renda e Serviços Intermediários
Respostas dos Exercícios Propostos
1.B 2. B 3. C 4. D

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