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Auditoria e Controle para a Gestão dos Recursos Públicos: histórico, definição importância e aplicabilidade. Acadêmico Leila Carla Alves Ferreira RESUMO: Este artigo tem por objetivo de fazer uma análise da auditoria no setor público. A auditoria do setor público é definida como um processo sistemático de obter e avaliar de forma objetiva evidências para determinar se as informações ou as condições reais de um objeto estão de acordo com critérios aplicáveis. A auditoria do setor público é primordial, somente ela por natureza pode dar aos órgãos legislativos e de controle informações que auxiliam na correção de eventuais equívocos na execução da política pública. A auditoria é responsável direta pela governança e ao público em geral, informações e avaliações independentes e objetivas acerca da gestão e do desempenho de políticas, programas e operações governamentais. Palavras – Chave: Auditoria; Setor; Público, Importância, Aplicabilidade. 1. Introdução: Estamos num momento histórico no Brasil de cobrança sistemática de transparência nas contas públicas além de uma aplicação eficiente e eficaz dos recursos públicos. Essas exigências populares dão maior notoriedade à auditoria como um instrumento positivo na aplicação das políticas públicas. Falando de auditoria, teoricamente, é possível retirar o caráter político dessa área de atuação, porém como vimos na história recente é pouco provável. É fato, nenhuma política pública, gestão, controle ou auditoria é desvinculado do fator político partidário. Neste trabalho de conclusão o intuito é separar essas atribuições focando apenas no caráter técnico da importância da auditoria e controle no setor público, essa análise somente é possível utilizando um conceito chamado coeterisparibus(é uma expressão em latim que significa “todo o resto constante“. É termo utilizado na ciência econômica para explicar modelos e teorias que consideram como inalterados outros fatores que possam a influenciar) . O esforço aqui é provar que mesmo com toda interferência política, trazendo interesses diversos, a auditoria e controle no setor público são viáveis, pois há legislações aprovadas, instituições estabelecidas e todo um sistema de controle criado que contribuem e possibilitam a autonomia dos órgãos responsáveis pela a auditoria e controle no setor público. Além da importância e aplicabilidade da teoria, é fundamental sabermos de onde viemos para saber como e aonde chegamos ao que hoje é conhecido como um eficaz sistema de controle e auditoria no setor público. A aplicabilidade dos sistemas envolvidos nesse controle também é um aspecto que trataremos aqui, por meio dos sistemas integrados e órgãos de controle interno e externos, o sistema de audição e controle no setor público se aplica em todos os poderes em todas as esferas governamentais. Segundo Chaves (2011) apresenta as especializações da auditoria, afirma que é um ramo de atividade imenso e por isso em muitos casos supera a ciência contábil, por isso a divisão ou segmentação foi à solução encontrada. Considerando as especializações é possível perceber que a auditoria pode ser aplicada em vários ramos de atividade, acreditamos que por princípio a auditoria deve ser aplicada em todo e qualquer ramo de especialidade. Como disse acima, o ramo de atividade e a especialização escolhida nesse trabalho é a auditoria governamental que tem como objetivo analisar os atos e fatos levados a efeito do setor público. Ainda considerando Chaves (2011, p. 16-17) toda a segmentação das especializações, aplica-se 2 ao setor público. Além das auditorias governamentais outros segmentos se aplicam ao ramo de atividade deste setor. São elas auditoria interna, externa ou independente, operacional, sistemas e médica. Observando a segmentação conclui-se que todos eles podem e deve ser aplicados ao setor público. Sobre a importância e a necessidade da auditoria aplicada ao setor público, Filgueiras, 2018, pontua que: nas democracias, instituições de accountability (responsabilidade), são estabelecidas para assegurar a legalidade e a legitimidade da ação de governos e de burocracias, devem contar com profissionais altamente especializados. O autor também descreve a rede composta dessas instituições e desses profissionais no Brasil, essa rede garante o funcionamento eficaz e eficiente dos sistemas de auditoria e controle, são eles:Tribunal de contas da União(TCU), Ministério Público(MP), a Polícia Federal(PF) e a Controladoria – Geral da União(CGU). O roteiro que estabeleci neste trabalho visa apresentar a importância da auditoria no setor público, no que diz respeito ao controle dos gastos públicos por meio de auditoria, apontando que esses instrumentos de controle, são fundamentais não só para a correção de eventuais erros na aplicação da política pública, mas também devem e conseguem inibir a utilização de recursos públicos de forma indevida. Auditar é conferir, conferir é instrumento de controle, e nós enquanto gestores públicos são afetados e afetamos diretamente a população. Portanto o monitoramento da aplicação dos recursos públicos seja de forma direta ou indireta é essencial para o desenvolvimento do Estado, fiscalizar essa aplicação é um dever de todos e essa rede de instituições é criada com esse fim, ela de vital importância para a manutenção do estado democrático de direito. 2. Fundamentação Teórica: A definição de Auditoria é o ponto de partida ideal e exemplifica o que fundamenta esse trabalho, as ISSAI (Normas internacionais das entidades fiscalizadoras superiores) abrangem os requisitos da auditoria do setor público no nível organizacional junto com outras entidades regulam o setor e orientam na ação de seus profissionais, ela define auditoria como: “Em geral, a auditoria do setor público pode ser descrita como um processo sistemático de obter e avaliar objetivamente evidência para determinar se a informação ou as condições reais de um objeto estão de acordo com critérios estabelecidos. A auditoria do setor público é essencial, pois, fornece aos órgãos legislativos e de controle, bem como aos responsáveis pela governança e ao público em geral, informações e avaliações independentes e objetivas acerca da gestão e do desempenho de políticas, programas e operações governamentais.” (ISSAI 100 – Princípios Fundamentais de Auditoria do Setor Público, 2013, 3- 4) 2.1 Auditorias do setor público no Mundo e no Brasil (breve histórico) A necessidade de auditoria surge com o desenvolvimento e crescimento econômico, a mudança de modelo, para uma sociedade mercantil é um primeiro elemento, a mudança do modo de produção do mercantilismo, para o capitalismo, somado a outros fatores que se fizeram necessários como: o crescimento populacional, a criação do mercado financeiro, e a revolução industrial. É visível que a mudança e percepção de mundo para uma sociedade organizada através de grandes corporações, geram necessidades específicas. A exigência de maior credibilidade nos registros contábeis vem junto com essas transformações, pois esses avanços tecnológicos exigiram do Estado a cobrança de tributos, a organização de trabalhadores e, portanto a necessidade de organização das contas públicas de maneira transparente. Lunkes e Müller (2001, p. 17) nos apresentam o que eles chamam de ocorrências históricas para entendermos a necessidade de auditoria e controle no setor público é em sintaxe soma da revolução industrial e o movimento do capital, gerando a necessidade inicial de controle do 3 capital financeiro e por conseqüência em toda a cadeia de produção e serviço. Essas ocorrências acontecem primeiramente na Inglaterra, por conta da primeira revolução industrial, Estados Unidos onde surgem as primeiras associações de contadores americanos e na Holanda onde se estabelece o primeiro Instituto de Contadores Públicos. Magalhães,Lunkes e Müller (2001), relatam que o primeiro parecer de auditoria foi publicado em 1903 e 1909, ambas as empresas estabelecidas em são Paulo, com sede em outros países são livros contábeis de uma fábrica em São Paulo, mas a matriz ficava no Canadá. A consolidação da auditoria no Brasil surgiu em virtude da Lei das Sociedades por Ações, Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e pela Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, que criou a Comissão de Valores Mobiliários – CVM. De acordo com Attie (2011, p. 8), o desenvolvimento econômico das empresas resultou aumento de volume de instrumentos estabelecidos para acompanhar as organizações quanto a sua vida contábil e financeira, assim podemos entender que: “A evolução da auditoria no Brasil está primariamente relacionada com a instalação de empresas internacionais de auditoria independente, uma vez que investimentos também internacionais foram aqui implantados e compulsoriamente tiveram de ter suas demonstrações contábeis auditadas”. Ainda segundo o autor há uma série de influências e acontecimentos que possibilitam o desenvolvimento da auditoria no Brasil, para este trabalho é possível identificar as influências no setor público são elas: Financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais; Crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralização e diversificação de suas atividades econômicas; Criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil em1972; Criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das Sociedades por Ações em 1976. Com esse breve histórico podemos perceber que a evolução econômica mundial, com a mudança para um processo de fortalecimento da industrialização desenvolve a ciência contábil, adequando e formulando outras e novas práticas bem como enxergando a auditoria como um ramo pertencente à contabilidade, porém um segmento especializado. A evolução do sistema de auditoria e controle das contas ocorreu em paralelo com o desenvolvimento econômico como foi expresso acima, o surgimento de grandes empresas que por sua vez são formadas por capitais de muitas pessoas que vê na confirmação dos registros contábeis uma garantia de proteção ao seu patrimônio. Assim hoje, a auditoria contábil ainda é a vertente mais conhecida da atividade contábil, mesmo assim no setor público brasileiro não é um ramo que prevalece, talvez por causa da interferência de outros setores, mas estamos avançando nessa perspectiva. 2.2Funcionamentos do sistema de auditoria do setor público Como percebemos no histórico as auditorias ou comumente conhecidas como controladorias de contas públicas ou não, surgiram na Europa com o advento da revolução industrial. De lá até aqui forma estabelecidos uma série de avanços nesse controle interno e externo. O controle interno se dá através dessas controladorias ou auditorias-gerais e as cortes de contas. Já o controle externo é mais complexo justamente por isso foi estabelecido à internacionalização das normas de controle para as contas públicas trataremos do seu funcionamento a partir do que existe hoje no Brasil. O Conselho Nacional do Ministério Público mostra as atribuições e a legislação que orienta, indicando os órgãos necessários em seu manual de ordenador de despesas, para a auditoria interna, ele afirma que: 4 As atividades de auditoria interna do órgão são regidas pela Constituição Federa l(arts. 70 e 74), Lei nº 4.320/67 (arts. 75 a 80 e 84) e Lei Complementar nº 101/2000 (art.49 e 56). Cabe à auditoria interna, por meio de análises amostrais e por critérios de relevância, verificar toda a realidade administrativa do órgão, desde seu planejamento orçamentário até a folha de pagamento e a economicidade nas aquisições. Assim para maior compreensão dos conceitos inerentes a auditoria interna o manual divide o sistema de controle interno em: Unidade de Controle Interno, Controles Administrativos Inerentes e Auditoria Interna. Meirelles (1989, p.602) vai afirmar que o controle externo é político, pois ela é “por excelência, um controle político de legalidade contábil e financeira”. Assim o Brasil constituiu uma série de órgãos de controle externo são 33 Tribunais de Contas, subdivididos em níveis são eles: União (TCU), Estados (nas 26 capitais e Distrito Federal), dos Municípios do Estado (Bahia, Goiás e Pará) e Tribunais de Contas do Município (São Paulo e Rio de Janeiro). Segue abaixo o fluxograma do funcionamento do sistema de controle externo das contas públicas: O fluxograma indica que toda auditoria do setor público deve ser conduzida para gerar resultados que transformem à gestão pública. A conseqüência dessa transformação é a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros, já que a auditoria foca em melhoria da aplicação dos recursos públicos. No setor público há três tipos de auditoria: a financeira, a operacional e a de conformidade todas elas tem como objetivo geral assegurar a boa e regular gestão e aplicação dos recursos públicos visando sempre o benefício da população em geral e o bem – estar social. Cada um desses órgãos do sistema de controle tem funções e objetivos específicos diferenciados, na promoção dos resultados que transformem e melhorem o bem – estar social a auditoria cria valor público em cada uma dos organismos criados para o funcionamento do sistema de controle. Para o TCU(Tribunal de Contas da União), criar valor público é oferecer respostas efetivas a necessidades ou demandas coletivas que sejam politicamente desejadas (legitimidade), cujos 5 resultados modifiquem aspectos da sociedade (Gestão estratégica no TCU, 2012). Já a definição do Instituto dos Auditores Internos (IIA), descreve que o valor público é criado quando os benefícios obtidos com os recursos utilizados excedem seus custos (International Professional Practices Framework - IPPF). Agregar valor pode ocorrer também por meio de redução de custos, simplificação de processos de trabalho, melhoria da qualidade dos serviços prestados ou aprimorando sua eficácia e os benefícios gerados para a sociedade. Auditoria do setor público é um mecanismo de suma importância para a governança e instituições públicas, essa governança é feita dentro do sistema de auditoria e controle do setor público através da governança corporativa. O que é governança corporativa? “A origem do termo “governança corporativa” remonta à necessidade de superação do chamado “conflito de agência”, o qual surge das divergências de interesses entre os proprietários de uma empresa e os agentes delegados para administrá-la. As boas práticas de governança atuam para reduzir esse conflito e, conseqüentemente, melhorando desempenho da organização e proporcionar segurança para os proprietários” (Acórdão TCU nº 1.273/2015 – Plenário). 2.3 Fundamentos de Auditoria do Setor Público 1 – Teoria da Agência Segundo Jensen e Mecling (2008, p. 89), que, em 1976, expuseram as bases conceituais do referido modelo: “Definimos uma relação de agência como um contrato sob o qual uma ou mais pessoas, o(s) principal (si), emprega outra pessoa (agente) para executar em seu nome um serviço que implique a delegação de algum poder de decisão ao agente”. Se ambas as partes da relação forem maximizadoras de utilidade, há boas razões para acreditar que o agente nem sempre agirá de acordo com os interesses do principal. O principal pode limitar as divergências referentes aos seus interesses por meio da aplicação de incentivos adequados para o agente e incorrendo e custos de monitoramento visando limitar as atividades irregulares do agente. Nesse modelo o agente-principal, é a auditoria, ela é um dos custos de agência, monitorando e sendo um dos agentes, com a função atribuída de mitigar o conflitos de agência aumentando a probabilidade de que a atuação do agente seja alinhadaaos interesses do principal. Viana (2011, p. 20), afirma que no setor público “o principal pode ser entendido como o cidadão, ou o contribuinte ou mesmo o eleitor que, através de seu voto, nomeia um agente (governante) para gerir o serviço público que é financiado pelo principal por meio do pagamento de impostos”. Assim o agente público seja ele eleito, concursado ou nomeado deve tomar decisões em benefício do bem – estar e melhoria da qualidade de vida da população, isso seria o principal, existem situações em que os interesses entram em conflito, nesse contexto vemos o comportamento nomeado como corrupto ou oportunista por parte de um agente. Pode ser usada como exemplo uma cadeia de notícias recentes amplamente divulgadas nos meios de comunicação: o atual Ministro das Comunicações Juscelino Filho, cargo de confiança, ou seja nomeado, voando em avião da FAB(Força Área Brasileira), para leilão de cavalos; ainda esse mesmo ministro, na antiga legislatura Deputado Federal, cago atribuído por meio de votos, ou seja, eleito, usando orçamento público para melhorar as estradas da sua fazenda, e usando parentes como conselheiros informais que atendem em seu gabinete. No contexto exemplificado acima podemos perceber a origem conceitual da auditoria como instrumento de governança para reduzir o conflito de agência. Esses fatos somente se tornaram públicos, pois os organismos de controle conseguiram identificar o conflito e agir para a punição deles. As seqüências de fatos que levam a publicização desses eventos são: A mudança de entendimento da aplicação dos gastos públicos, tornando ele transparente, assim como a 6 utilização da aplicação orçamento público tornando ele também transparente. Como as informações são pública se de interesse público, o mau uso vira notícia e assim a população é informada, gerando conseqüências jurídicas e políticas para os agentes que se desviam das suas funções. 2 –Accountability (Responsabilidade) A accountability,é um dos princípios fundamentais da governança corporativa, descrita no tópico anterior, o entendimento geral é que a prestação de contas deve ser associada com a formas de responsabilização. Assim, ela também se une a teoria da agência pois se trata de uma relação estabelecida entre o agente e o principal. O principal, nesse caso o povo delega responsabilidade ao agente que por sua vez tem a responsabilidade de prestar contas ao principal, por meio dos organismos estabelecidos cumprindo a legislação vigente. Assim a relação institucional entre governança corporativa, teoria da agência e accountability, encontra-se regulada pelas Normas de Auditoria do Tribunal de contas da União – TCU (22010,p3-12): A auditoria governamental realizada pelo TCU é um elemento primordial para assegurar e promover o cumprimento do dever de accountability que os administradores públicos têm para com a sociedade e o Parlamento [...] O termo accountability, que não possui tradução precisa para o nosso idioma, representa, segundo definição extraída do Manual de Auditoria Integrada do Escritório do Auditor-Geral do Canadá (OAG), a obrigação de responder por uma responsabilidade outorgada. Pressupõe a existência de pelo menos duas partes: uma que delega a responsabilidade e outra que a aceita, mediante o compromisso de prestar contas sobre como essa responsabilidade foi cumprida. O termo sintetiza a preservação dos interesses dos cidadãos por meio da transparência, responsabilização e prestação de contas pela administração pública.[...] A auditoria, no contexto da accountability, conforme o conceito desenvolvido pelo Escritório do Auditor-Geral do Canadá (OAG) é a ação independente de um terceiro sobre uma relação de accountability, objetivando expressar uma opinião ou emitir comentários e sugestões sobre como essa relação está sendo obedecida. 2.4 Controles de Gastos Públicos segundo a Constituição de 1988 A Constituição Federal de 1988 define em seus artigos definem a auditoria e controle das contas públicas, essa legislação vem sendo atualizada constantemente, assim como os conceitos de controle público e o entendimento dos tribunais também. Os artigos que definem o que, como e onde são: 7 Com base na Constituição de 1988 associados aos conceitos estabelecidos acima é possível visualizar uma pirâmide de aplicabilidade do controle e auditoria da gestão dos recursos públicos. Nessa pirâmide conseguimos enxergar todo o organismo de controle e auditoria. Segue abaixo: Assim é possível enxergar que os instrumentos de responsabilização são colocados de forma horizontal, estão definidos do artigo 70 aos 75 da Constituição Federal de 1988. O sistema se articula através órgãos públicos de controles externos e internos como visto na pirâmide acima, e são instâncias constituintes de um sistema dotado de um conjunto de regras, normas, condutas e legislações que dão conta de todo o sistema que garantem a manutenção do sistema democrático de direito. 3. Materiais e Métodos: O formulação deste trabalho é fundamentada nos procedimentos metodológicos estabelecidos por Lakatos (1991) sendo citados a seguir: Quanto aos objetivos à metodologia escolhida é a exploratória, o procedimento técnico dentro desta metodologia foram levantamentos bibliográficos. Nos procedimentos de coleta de dados foi utilizada a pesquisa bibliográfica como principal fonte. Nessa pesquisa foram utilizados materiais escritos que foram elaborados e publicados ao longo da história, tomando como base o livro da disciplina disponibilizado pela universidade. 8 Quanto às fontes: as principais fontes utilizadas foram às bibliográficas, as informações colhidas e apresentadas nesse texto fora elaboradas e publicadas em varias fontes de informações sendo elas: livros, periódicos, jornais, revistas, blogs, sites, etc. Todas descritas na bibliografia referenciada na última parte do trabalho. 4. Aplicabilidade: A auditoria apresenta-se historicamente como uma ferramenta de auxilio da administração publica em seu caráter interno e de controle social no seu caráter externo, pois é peça fundamental na administração e execução dos recursos públicos, ela mede e avalia a eficiência, a eficácia e a economicidade, esses elementos garantem a transparência dos atos praticados pelo agente público a sociedade, ela deve, portanto ser aplicada em todos os setores da administração a fim de garantir o objetivo da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos brasileiros e o bem- estar social. Para que o objetivo geral seja cumprido é necessário delegar e controlar as atividades, garantindo que tudo esteja funcionando de acordo com o planejamento e se caso não, o problema seja corrigido de forma mais célere. O sistema de controle e auditoria de contas públicas é dividido em organismos de controles internos e externos, dentro dessa divisão há uma série de órgãos e instituições, todos sobre a égide da constituição federal de 1988 que garante a verificação da execução do processo controle dos recursos públicos. Dessa distinção de organismos e controles percebemos que os organismos de controle internos são órgãos de apoio e assessoria, atuando como uma espécie de corretores na execução dos gastos públicos, enquanto os organismos de caráter externo são órgãos de investigação, tendo um caráter punitivo e impositivo, uma parte desses órgãos precisa ser provocada para cumprirem seu papel, isso também está presente na legislação vigente. É possível verificar também que a legislação que regulamentos esses instrumentos de controle são atualizadas constantemente, assim como o entendimento dos tribunais. Estas atualizações só são possíveis graças às evoluções da tecnologia, que garantem uma maior transparência e publicização da atividade pública. A transparência nas contas públicas, a regulação e a correção de desvios, devem ser encaradoscomo aprimoramento do sistema de gestão, muitas vezes não é, é público e notório a interferência política para diminuir a relevância desses sistemas, porém até agora sem sucesso efetivo. Podemos citar como recente desse fato, a decisão de inconstitucionalidade, dada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) ao chamado orçamento secreto (emendas de relator), que a principio foi formulado, desobrigando o relator do orçamento a tornar público destinação da aplicação de recursos utilizados por deputados em cidades ou áreas. Após ser provocado o Ministério Publico entrou com uma ação e o STF julgou inconstitucional. Esse fato desencadeou uma série de descobertas de mau uso dos recursos públicos, gerando outras investigações incluídas criminais. Os instrumentos de controle e auditoria oficialmente não impedem a corrupção, porém somente com eles é possível descobri-la e então julgar a intencionalidade do ato, esses instrumentos também orienta quanto as eventuais punições do mau comportamento do agente público envolvido. Tendo em vista tudo que estudamos e vemos nos noticiários, não há dúvidas da importância dos instrumentos de controle e auditoria do setor público, para a transparência dos gastos públicos. Também não há dúvidas da à contribuição da tecnologia nesse processo, bem como o estabelecimento de normas, práticas, legislação para salvaguardar o patrimônio público no cumprimento dos objetivos de melhoria de qualidade de vida e bem-estar da população brasileira. 9 5. Conclusão Concluímos que todo o aparato criado e regulamentos por diversos órgãos, sistemas e instituições são imprescindíveis para o controle das contas públicas. A auditoria no setor público regula, fiscaliza, orienta e assessora a atuação das forças políticas para a melhor utilização dos recursos públicos, fazendo com que esses agentes atuem corretamente no cumprimento do seu objetivo a melhoria da qualidade de vida e bem-estar da população. Percebemos também que a aplicação de normas internacionalizadas nos processos de controle dos gastos públicos trouxe avanço para as metodologias já estabelecidas aqui. Considerando que a necessidade de auditoria vem justamente desse caráter de uma economia global, nada melhor instituir ou se adequar a regras que caibam em qualquer lugar do mundo. Percebemos também que o caráter punitivo das instâncias de controle é só praticado em último caso. Os sistemas de auditoria interna corrigem possíveis erros e enganos na administração pública, fazendo com que a auditoria externa regule sobre possíveis maus feitos para a administração pública. O viés punitivo é também educativo. Esse trabalho nos trouxe uma visão nova sobre a importância dos órgãos de controle, o nosso entendimento anterior é baseado no senso comum e ao nos debruçarmos sobre a pesquisa percebemos as nuances da importância da auditoria. Entendemos que mesmo havendo tentativas de interferências políticas, a aplicação dos recursos de auditoria e controle até a sua última instância que é o STF, atua para corrigir as distorções, punir os infratores no melhor interesse público. Sem um sistema bem constituído de auditoria e controle do setor público, seria impossível para o gestor público atuar sem interferência política, não que isso não aconteça, porém a ânsia do descumprimento da legislação vigente é freada pela fiscalização. 6. Referências Bibliográficas: FERREIRINHA, Isabella Maria Nunes. Auditoria e controle no setor público. Indaial: Uniasselvi, 2016. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia científica. –3. ed.ver.eampl. – São Paulo, Atlas, 1991. LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica. -2. ed. – São Paulo: Atlas, 1991. BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituição/Constitui%E7ao_Compilado.htm. Acesso em: 10 de junho 2023. BRASIL. Tribunal de Contas da União. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/inicio/. Acesso em: 10 de junho de 2023. Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público (NBASP): https://irbcontas.org.br/nbasp/.Acesso 10 de junho de 2023 PÚBLICO, Conselho Nacional do Ministériohttps://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/comissoes/comissao-de-controle- administrativo-e-financeiro/atuacao/manual-do-ordenador-de-despesas/auditoria-interna. Acesso 10 de junho de 2023. https://irbcontas.org.br/nbasp/ https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/comissoes/comissao-de-controle-administrativo-e-financeiro/atuacao/manual-do-ordenador-de-despesas/auditoria-interna https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/comissoes/comissao-de-controle-administrativo-e-financeiro/atuacao/manual-do-ordenador-de-despesas/auditoria-interna 10 BRASIL, TCU: GOVERNANÇA PÚBLICA: Referencial Básico de Governança aplicável a Órgãos e Entidades da Administração Pública e Ações Indutoras de Melhoria. Brasília, 2014. Esta publicação trata de diretrizes nacionais e internacionais de governança na Administração Pública, incluindo gestão de riscos, estratégia organizacional, mecanismos de controle, transparência, governança de pessoal e de Tecnologia da Informação. INTOSAI, ISSAI 100, Princípios Fundamentaisde Auditoria do SetorPúblico. www.issai.org. Acessado 08 de junho de 2023 BIJOS, Paulo Roberto Simão.O Controle da Gestão dos Recursos Públicos: Bases Conceituais e o Falso Dilema “Regularidade Versus Resultados”.Dezembro 2011, Revista Controle - Doutrina e Artigos 9(2):113-138 http://www.issai.org/