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FR EN TE 2 AULA 1 Preceitos básicos dos estudos literários 47 Língua Portuguesa • Livro 1 • Frente 2 • Capítulo 1 I. Leia as páginas 188 e 189. II. Faça os exercícios propostos 1, 2, 4 e 5. III. Faça os exercícios complementares 1, 3, 4 e 5. Guia de estudos 1 EPCar 2018 Jana Lauxen, ao utilizar a expressão metafórica “genro que a mamãe pediu a Deus”, comparando-a à lite- ratura de nosso tempo, esclareceu que essa literatura é para ela: a provocativa e reflexiva. b desconcertante e relevante. c inofensiva e obediente. d reflexiva e desconstrutora. 2 EPCar 2018 Segundo o texto, pode-se afirmar que a(o): a literatura só desempenha o seu papel no momento em que agrada à sociedade. b poder da literatura consiste em tirar o cidadão do lugar físico em que se encontra. c literatura é relevante à medida que desnuda problemas sociais e situações essenciais de vida. d poder da literatura está em deslocar o olhar do leitor para obras politicamente corretas. 3 Unicamp 2019 Na opinião de Klaus R. Mecke, professor no Instituto de Física Teórica da Universidade de Stuttgart, Alemanha, o uso da linguagem da física na literatura obedeceria ao seguinte propósito: Uma função literária central da fórmula seria simbolizar a violência. A fórmula torna-se metáfora para a violência, para o calculismo desumano, para a morte e para a fria mecânica - para o golpe de força. Recorde-se também O Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco, em que a fórmula do pêndulo caracteriza o estrangulamento de um ser humano. Passo a citar: “O período de oscilação, T, é independente da massa do corpo suspenso (igualdade de todos os homens perante Deus)...”. Também aqui a fórmula constitui uma referência irônica à marginalização do sujeito, reduzido à “massa inerte” suspensa. (Adaptado de Klaus R. Mecke, A imagem da Física na Literatura. Gazeta de Física, 2004, p. 6-7.) Segundo Mecke, a função literária de algumas noções da Física, presentes em determinados romances, expressa a a falta de liberdade do sujeito nas relações sociais, mas o uso da independência do período do pêndulo simples com a massa do corpo suspenso, feito por Umberto Eco, está incorreto. b a revogação parcial das leis da natureza, e o uso da independência do período do pêndulo simples com a massa do corpo suspenso, feito por Umberto Eco, está correto. c a concordância quanto ao modo como representamos a natureza, mas o uso da independência do período do pêndulo simples com a massa do corpo suspenso, feito por Umberto Eco, está incorreto. d a privação da liberdade do ser humano, e o uso da independência do período do pêndulo simples com a massa do corpo suspenso, feito por Umberto Eco, está correto. MED_2021_L1_POR_F2.INDD / 25-09-2020 (11:53) / VALMIR.SILVA3 / PROVA FINAL LíNGUA PoRTUGUEsA AULA 2 A linguagem literária48 A linguagem literária AULA 2 FRENTE 2 y Na busca pelos efeitos artísticos que procura suscitar no leitor, o texto literário utiliza-se de uma diversidade de recursos e de procedimentos, dentre os quais se destacam as figuras de linguagem. Por meio delas, podemos criar desvios para os sentidos usuais tanto das palavras em si mesmas como das regras combi- natórias entre elas, acrescentando-lhes significados não previstos em seu uso denotativo. y Entre as figuras de linguagem, as figuras de pala- vras são as que propõem alterações no significado original das palavras, criando novos sentidos a partir da descoberta de nexos inesperados entre duas de- las (as metáforas, que propõem comparações sem que seja preciso explicitar o que está sendo compa- rado), substituindo algumas palavras por outras que com aquelas mantenham alguma relação mais clara- mente perceptível (as metonímias) ou combinando palavras que, juntas, alterem as relações entre os sentidos corporais a que se remetem originalmente (as sinestesias). y As figuras de construção são as que propõem, na bus- ca de maior expressividade às frases, desvios quanto às regras gramaticais que estruturam as combinações entre as palavras: alterando a ordem mais comum en- tre os termos da oração (o hipérbato), omitindo algum termo da oração que facilmente possa ser subenten- dido (a elipse), somando palavras redundantes para enfatizar a expressão (o pleonasmo) ou introduzindo a concordância baseada no significado contextual das palavras, e não em seu gênero, número ou pessoa gramatical (a silepse). As onomatopeias introduzem, nas construções frasais, palavras inventadas a partir da imitação do som produzido originalmente pelos se- res ou objetos do mundo. y As figuras de pensamento introduzem novas rela- ções quanto ao significado mais geral das frases, aproximando palavras de sentidos opostos (as an- títeses), unindo ideias contrárias para gerar um significado mais complexo (o paradoxo), amenizando o sentido negativo de certos termos pela substitui- ção por outros menos agressivos (o eufemismo), exagerando expressivamente o sentido de cer- tas afirmações (a hipérbole), marcando objetos e animais por atributos humanos (a prosopopeia ou personificação) etc. y As marcas intencionais, mais ou menos explícitas, do diálogo entre textos distintos e pertencentes a mo- mentos diferentes da tradição literária compõem o que chamamos de intertextualidade. A releitura que emerge desse diálogo consiste em mais um recurso para aumentar a expressividade artística das obras. Na paráfrase, as ideias e os achados estéticos do texto-fonte são referidos e retomados sem grandes modificações, mas, na paródia, o texto resultante apre- senta rupturas de sentido em relação ao texto-fonte, deslocando-o, corrigindo-o ou ridicularizando-o, con- forme a intenção de seu autor. y O que identificamos como estilo literário, através do qual um texto é produzido, consiste na soma e na interferência mútua entre os recursos artísticos formais disponíveis na cultura de uma determinada época (estilo de época) e aqueles que o escritor cria a partir do trato sensível e expressivo com as coor- denadas do mundo cultural no qual se insere (estilo individual). C ar av ag gi o/ W eb G al le ry o f A rt (D om ín io p úb lic o) Fig. 2 Caravaggio, A inspiração de São Mateus, 1602, óleo sobre tela, Contarelli Chapel, Roma, Itália. Com características barrocas, a obra representa contrastes que caracterizam uma figura de linguagem. MED_2021_L1_POR_F2.INDD / 24-09-2020 (16:17) / GISELE.BAPTISTA / PROVA FINAL MED_2021_L1_POR_F2.INDD / 24-09-2020 (16:17) / GISELE.BAPTISTA / PROVA FINAL Frente 2 - Língua Portuguesa Aula 2 - A linguagem literária
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