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Doenças benignas e malignas da mama DISCENTE: HAYLA CRISTIAN DOURADO SANTOS PRECEPTOR(A): PROFª CRISTIANNE CARVALHO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SAÚDE DA MULHER II - 6º ANO MEDICINA - UESC 1 Sumário 01 03 02 04 Doenças benignas da mama Câncer de mama Lesões precursoras Questões 2 Doenças benignas da mama 01 3 ● Mastalgia ● Nódulos ● Fluxo papilar ● Processos inflamatórios Introdução 4 Mastalgia Queixa comum em cerca de 45-70% das mulheres. CÍCLICA ACÍCLICA Influência hormonal do ciclo menstrual Sem relação com ciclo menstrual Bilateral Geralmente unilateral e localizada DIfusa ou predominante em QSL Origem mamária ou extramamária Exame clínico e de imagens normais Investigação etiológica é importante Bagnoli, F. [et al.]. Mastologia: do diagnóstico ao tratamento, 2017. 5 Mastalgia FEBRASGO, 2019 6 Nódulos ● Cerca de 60% das consultas ao mastologista ● Maioria benigno ● Tumor na glândula mamária ● Conteúdo cístico ou sólido Causas mais comuns: ○ Cistos ○ Fibroadenomas Causas raras: ○ Tumor Phyllodes ○ Hamartomas ○ Papilomas FEBRASGO, 2019 7 Nódulos Tríplice diagnóstico: ● Exame físico ○ Caracterísitcas do nódulo ● Exame de imagem ○ USG é o melhor método ○ Mamografia se já recomendada pela idade ou como auxiliar ● Exame histológico e/ou citológico ○ PAAF - diferencia lesões sólidas das císticas ○ Core Byopsi - permite diagnóstico histológico 8FEBRASGO, 2019 Cistos - Processo natural de involução da mama - 35 a 45 anos - Amolecido, de bordas lisas e bem definidas, pode ser doloroso. - 3 tipos: simples, complicado ou complexo. Diagnóstico - USG: nódulo bem delimitado, conteúdo anecogênico. - Não requer avaliação histológica. Tratamento - Cisto simples: punção de alívio quando o cisto provocar incômodo. - Cisto complexo: exérese FEBRASGO, 2019 9 Fibroadenoma - Tumores benignos mais comuns da mama - 20 a 35 anos - Tamanho médio de 2 a 3cm - Firmes, bordas regulares e lisas, consistência elástica, móveis. - Não está associado a aumento do risco de câncer. Diagnóstico - USG: nódulos bem delimitados, ovalados, hipoecogênicos, paralelos à pele. - Core Biopsy ou PAAF - casos com crescimento anormal, dúvida diagnóstica. Tratamento - Seguimento clínico ou exérese. FEBRASGO, 2019 10 Tumor Phyllodes - Aumento de celularidade do estroma. - 30 - 50 anos. - Crescimento acelerado - Tamanho entre 1 a 20cm - Pode causar distorção da mama - Recorrência frequente Diagnóstico - USG. - Sempre realizar Core Biopsy Tratamento - Ressecção da lesão com margens. FEBRASGO, 2019 11 Hamartoma - Massas contendo tecido mamário desorganizado. - 40-55 anos. - Incidência rara. - Geralmente unilaterais, macios à palpação. Diagnóstico - Maioria diagnosticado pela mamografia. - Apresenta áreeas de diferentes densidades. Tratamento - Remoção cirúrgica. 12Bagnoli, F. [et al.]. Mastologia: do diagnóstico ao tratamento, 2017. Papiloma intraductal - Neoplasia epitelial benigna de ductos subareolares. - 30 a 50 anos. - Nódulos próximos à aréola. - Pode haver focos de necrose e hemorragia. - Principal síntoma descarga papilar sanguinolenta, espontânea. Tratamento - Se sintomático, cirúrgico. 13Bagnoli, F. [et al.]. Mastologia: do diagnóstico ao tratamento, 2017. Nódulos FEBRASGO, 2019 14 Fluxo papilar - Secreção láctea não relacionada à amamentação. - BIlateral, envolvendo múltiplos ductos. - Principal causa: hiperprolactinemia. - Uso de medicamentos supressores da dopamina. - Descarga sanguinolenta. - Pode ser unilateral. - Geralmente é uniductal. - Diagnóstico diferencial com câncer. - CA - descarga serosa, em “água de rocha”. - Acúmulo de líquido nos ductos dilatados. - Descarga multiductal, bilateral. - Líquido pode ser citrino, amarelado, azulado ou esverdeado. - Espontâneo ou não. Galactorreia Ectasial ductalPapiloma 15 1 2 3 FEBRASGO, 2019 Fluxo papilar 16 FEBRASGO, 2019 Fluxo papilar 17 Diagnóstico: - Anamnese e exame físico. - Características da descarga: lateralidade, número de orifícios, espontâneo ou não, aspecto macroscópico. - Dosagem de prolactina. - Mamografia e ultrassom. Tratamento: - Fluxo fisiológico: orientação. - Fluxo purulento: antibioticoterapia. - Fluxo suspeito: tratamento cirúrgico Caracteristicas suspeitas Unilateral Espontâneo Uniductual Hemorrágico, seroso ou sero-hemorrágico FEBRASGO, 2019 Fluxo papilar 18 FEBRASGO, 2019 Processos inflamatórios (mastite) 19 - .Infecções que se instalam no tecido mamário - Dependentes de fatores higiênicos, de saneamento e dietéticos. - Mais comuns na faixa etária entre 18 e 50 anos. - São classificadas em: aguda e crônica. FEBRASGO, 2019 - Mastite lactacional / puerperal. - Infecção da mama durante amamentação. - Duração < 30 dias. - Trauma da sucção do RN com formação de fissuras. - Estase láctea - Ingurgitamento mamário - proliferação bacteriana. - Staphylococcus aureus / Staphylococcus epidermidis / espécies de Streptococcus. Quadro Clínico: - Sinais flogísticos (dor, edema, hiperemia) - Sintomas sistêmicos: febre, mialgia, cefaleia. - Pode formar abscesso mamário Mastite aguda 20FEBRASGO, 2019 Mastologia: do diagnóstico ao tratamento. Tratamento: - Manter amamentação. - Ordenha manual delicada. - Sustentação das mamas. - Analgésicos e antitérmicos. - Antibióticos. - Se abscesso mamário: drenagem cirúrgica, com encaminhamento para cultura e antibiograma Mastite aguda 21 FEBRASGO, 2019 Mastite crônica 22 - Tempo de evolução > 30 dias ou recorrência após tratamento. - Acomente mulheres entre 30 e 40 anos. - Podem ser infecciosas ou não. - Infecciosas: - Abscesso subareolar crônico recidivante. - Mastite tuberculosa - Por micobactérias ou virais. - Não infecciosas: - Mastite periductal - Granulomatosa idiopática - sarcoidose mamária FEBRASGO, 2019 Lesões precursoras 02 23 Lesões precursoras - Lesões proliferativas com atipia, associadas com a transformação para o câncer. - Entidades heterogêneas, morfologia e comportamento clínico variável. - Lesões que se encontram entre benignas e malignas. As principais são: ● hiperplasia ductal atípica (HDA) ● hiperplasia lobular atípica (HLA) ● carcinoma lobular in situ (CLIS). 24 Hiperplasia ductal atípica - Proliferação epitelial uniforme, preenchendo parte do ducto. - Menos que 2 mm de extensão. - Microcalcificações agrupadas presentes em 2% a 14% das biópsias. - Indica-se exérese total com margem. - Quimioprevenção (SERMs) ou inibidores da aromatase. 25 FEBRASGO, 2019 EstrategiaMed. Hiperplasia lobular atípica - Proliferação de células monomórficas, preenchendo parte do lóbulo envolvido. - Exérese total da lesão. - Quimioprevenção. 26 FEBRASGO, 2019 EstrategiaMed. Carcinoma lobular in situ - Proliferação neoplásica não invasiva de células pequenas, não coesas, originárias na UDLT, com ou sem envolvimento dos ductos terminais. Ocupa mais de 50% do ácino na UDLT. - Manifestação imaginológica: microcalcificações. - Exérese e quimioprevenção. 27 FEBRASGO, 2019 EstrategiaMed. Lesões precursoras 28 FEBRASGO, 2019 Câncer de Mama 03 29 Epidemiologia ● Câncer mais incidente nas mulheres (excluindo o câncer de pele não melanoma). ● Câncer com maior taxa de mortalidade feminina no mundo. ● Primeira causa de morte por câncer na população feminina do Brasil. 30 INCA, 2022 Fatores de risco Fatores pessoais, ambientais e comportamentais Fatores da história reprodutiva e hormonal Fatores genéticos e hereditários Sexo feminino Menarca < 12 anos História familiar de CA de ovário Idade > 50 anos Menopausa > 55 anos História familiar de CA de mama Obesidade Nuliparidade História familiar de CA de mama em homens Sedentarismo Primeira gestação após 30 anos Alteração genes BRCA1 e BRCA2 Consumo de bebidas alcoólicas Ausência de lactação Exposição a radiações ionizantes Uso de ACH Densidade mamária > 75% TRH + 5 anos 31FEBRASGO, 2021 Genes supressores tumorais 32 Síndrome de predisposição hereditária ao câncer de mama e ovário. Síndrome de Li-Fraumeni Síndrome de Cowden BRCA 1 e BRCA 2 PTENp53 FEBRASGO, 2021 Prevenção 33 Quimioprevenção - Mulheres consideradas de alto risco - Antiestrogênicos (Tamoxifeno 20mg/d). - Maior eficácia em pacientes que apresentam lesões precursoras Cirurgia redutora de risco - Pacientes com risco elevado - Portadoras de mutação do BRCA 1 e 2 - Adenomastectomia. - Redução de até 90% do câncer de mama e de 80% na mortalidade FEBRASGO, 2021 - Mamografia anual > 40 anos. - Auto exame mensal e exame clínico anual >25 anos. - Ultrassonografia anual > 30 anos. - Para mulheres de alto risco familiar: rastreamento se inicia 10 anos antes da idade do diagnóstico familiar (incluindo RNM). - Mamografia bienal 50-69 anos Rastreamento Febrasgo (2021) Ministério da Saúde (2021) 34 Rastreamento 35 FEBRASGO, 2021 Quadro clínico e diagnóstico Principais manifestações Nódulo endurecido Geralmente indolor Achados mamográficos suspeitos Descarga papilar em “água de rocha” Retração mamária 36 Exames complementares Mamografia Ultrassonografia Ressonância magnética Anatomopatologia (Core Biopsy ou mamotomia) FEBRASGO, 2021 Tipos histológicos ● Carcinoma ductal invasivo (70-80%) ● Carcinoma lobular invasivo (5-15%) ● Carcinomas tubular, cribiforme, mucinoso e medular. ● Carcinoma inflamatório. ● Doença de Paget. 37 Imuno-histoquímica 38 ● Receptores de estrogênio (RE). ● Receptores de progesterona (RP). ● HER 2. ● Ki 67. Subtipos moleculares 39 Estadiamento 40 Tratamento Estádio inicial (até estádio IIB - T2N1) - tratamento cirúrgico Localmente avançados (IIB - T3N0) - quimioterapia ou hormonioterapia antes da cirurgia Tratamento cirúrgico: - Mastectomia - Quadrantectomia 41FEBRASGO, 2021 Abordagem axilar 42 Axila clinicamente negativa ; • Tumor T1 ou T2 (≤5 cm); • Até 2 linfonodos sentinela comprometidos; • Pacientes submetidas à cirurgia conservadora seguida de radioterapia. A dissecção axilar é indicada nos casos: • Três ou mais linfonodos sentinela comprometidos; • Paciente não deseja (ou tem contraindicação) para a radioterapia. FEBRASGO, 2021 Tratamento complementar 43 ● Radioterapia - após cirurgia conservadora; após mastectomia; ● Quimioterapia - >2 cm e/ou 1 liinfonodo acometido - Triplo negativo e HER2 + ● Trastuzumabe e Pertuzumabe - AC monoclonais anti HER 2 ● Hormonioterapia - Pré-menopausa usa-se tamoxifeno, na pós-menopausa inibidor da aromatase. FEBRASGO, 2021 Questão 1 44 (PUC-RS 2016) Em relação ao câncer de mama, considere as seguintes características tumorais: I. Diâmetro tumoral maior que 2,0 cm. II. Impossibilidade de radioterapia complementar. III. Linfonodos axilares positivos. Qual(is) é(são) contraindicação(ões) absoluta(s) para cirurgia conservadora? A) I, apenas. B) II, apenas. C) I e II, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. Questão 1 45 (PUC-RS 2016) Em relação ao câncer de mama, considere as seguintes características tumorais: I. Diâmetro tumoral maior que 2,0 cm. II. Impossibilidade de radioterapia complementar. III. Linfonodos axilares positivos. Qual(is) é(são) contraindicação(ões) absoluta(s) para cirurgia conservadora? A) I, apenas. B) II, apenas. C) I e II, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. Questão 2 46 (SCMRP SP 2019) Mulher de 28 anos de idade refere que, há dois meses, notou aparecimento de nódulo endurecido de cerca de 4 cm em mama esquerda. Como não sentia dor, esperou que o nódulo fosse regredir espontaneamente. No entanto, houve crescimento progressivo, e ela procurou atendimento médico após dois meses. Ao exame, o médico identificou volumosa massa com cerca de 15 cm, deformando a mama esquerda, que se encontrava muito maior que a direita. A hipótese diagnóstica é de: A) Fibroadenomas múltiplos coalescentes. B) Carcinoma ductal invasivo pouco diferenciado. C) Carcinoma inflamatório. D) Tumor filoide. Questão 2 47 (SCMRP SP 2019) Mulher de 28 anos de idade refere que, há dois meses, notou aparecimento de nódulo endurecido de cerca de 4 cm em mama esquerda. Como não sentia dor, esperou que o nódulo fosse regredir espontaneamente. No entanto, houve crescimento progressivo, e ela procurou atendimento médico após dois meses. Ao exame, o médico identificou volumosa massa com cerca de 15 cm, deformando a mama esquerda, que se encontrava muito maior que a direita. A hipótese diagnóstica é de: A) Fibroadenomas múltiplos coalescentes. B) Carcinoma ductal invasivo pouco diferenciado. C) Carcinoma inflamatório. D) Tumor filoide. Questão 3 48 (UFRGS 2022) São fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama: A) idade tardia da menarca e obesidade. B) mutação BRCA1 e menopausa precoce (≤ 45 anos). C) presença de fibroadenoma na mama e multiparidade. D) nuliparidade e consumo regular de álcool Questão 3 49 (UFRGS 2022) São fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama: A) idade tardia da menarca e obesidade. B) mutação BRCA1 e menopausa precoce (≤ 45 anos). C) presença de fibroadenoma na mama e multiparidade. D) nuliparidade e consumo regular de álcool Referências bibliográficas 50 Febrasgo. Tratado de ginecologia / Cesar Eduardo Fernandes, Marcos Felipe Silva de Sá [et al.]. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2019. Bagnoli, F. [et al.]. Mastologia: do diagnóstico ao tratamento [livro eletrônico] – Goiânia: Conexão Propaganda e Editora, 2017. Budel, V. M. (et al). ABC da Mastologia - Rio de Janeiro : Thieme Revinter Publicações Ltda, 2021. FEBRASGO. Lesões precursoras do câncer de mama. São Paulo: FEBRASGO; 2021. (Protocolo FEBRASGO- Ginecologia, n. 54/Comissão Nacional Especializada em Mastologia). Febrasgo. Ginecologia e obstetrícia Febrasgo para o médico residente / Adolfo Liao ... [et al.]; coordenação Almir Antonio Urbanetz. - 2. ed., rev. e ampl. - Barueri [SP] : Manole, 2021
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