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SUMÁRIO MATERIAL PARA O(A) PROFESSOR(A) ...................................................................... pág 01 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... pág 02 GEOGRAFIA ................................................................................................................... pág 03 Planejamento 1: Conflitos territoriais e os fluxos migratórios .......................... pág 03 Planejamento 2: Limite Crítico: Meio ambiente e População Global ................. pág 07 Planejamento 3: Ciclo de consumo e degradação socioambiental.................... pág 13 Planejamento 4: Multiculturalismo e Coexistência Cultural .............................. pág 17 Planejamento 5: Geopolítica e o consumo consciente..................................... pág 22 Planejamento 6: Internacionalização e o capitalismo ...................................... pág 26 Planejamento 7: Industrialização, tecnologia e sociedade. .............................. pág 31 Planejamento 8: Contextualizando os conceitos de território, fronteiras e vazio ........................................................................................................ pág 36 Planejamento 9: Segregação social e espacial ............................................... pág 44 HISTÓRIA .................................................................................................... pág 54 Planejamento 1: A Primeira República Brasileira: desdobramentos internos e externos ...................................................................................... pág 54 Planejamento 2: A Crise de 1929 e a ascensão dos Regimes Totalitários ......... pág 77 FILOSOFIA .................................................................................................. pág 95 Planejamento 1: Café filosófico: saboreando a comida enquanto cultura .......... pág 95 SOCIOLOGIA ................................................................................................. pág 124 Planejamento 1: A relação entre acesso à educação e mundo do trabalho: desafios e perspectivas ................................................................................ pág 124 Planejamento 1: Identidade de gênero e diversidade: desconstruindo estereótipos e reconhecendo a autonomia individual ...................................... pág 132 MATERIAL PARA O ESTUDANTE ................................................................................... pág 139 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... pág 140 GEOGRAFIA ................................................................................................................... pág 141 Atividade 1: Conflitos territoriais e os fluxos migratórios ................................ pág 141 Atividade 2: Limite Crítico: Meio ambiente e População Global ........................ pág 144 Atividade 3: Ciclo de consumo e degradação socioambiental .......................... pág 146 Atividade 4: Multiculturalismo e Coexistência Cultural .................................... pág 149 Atividade 5: Geopolítica e o consumo consciente ........................................... pág 152 Atividade 6: Internacionalização e o capitalismo ............................................ pág 155 Atividade 7: Industrialização, tecnologia e sociedade. .................................... pág 158 Atividade 8: Contextualizando os conceitos de território, fronteiras e vazio ........................................................................................................ pág 161 Atividade 9: Segregação social e espacial ...................................................... pág 163 HISTÓRIA .................................................................................................... pág 169 Atividade 1: A Primeira República Brasileira: desdobramentos internos e externos ...................................................................................... pág 169 Atividade 2: A Crise de 1929 e a ascensão dos Regimes Totalitários ................ pág 190 FILOSOFIA .................................................................................................. pág 203 Atividade 1: Café filosófico: saboreando a comida enquanto cultura ................ pág 203 SOCIOLOGIA ............................................................................................... pág 209 Atividade 1: A relação entre acesso à educação e mundo do trabalho: desafios e perspectivas ................................................................................ pág 209 Atividade 1: Identidade de gênero e diversidade: desconstruindo estereótipos e reconhecendo a autonomia individual ...................................... pág 212 2 Prezado(a) Professor(a), No intuito de contribuir com seu trabalho em sala de aula, preparamos este caderno com muito carinho. Por meio dele, você terá a oportunidade de ampliar o trabalho já previsto em seu planejamento. O presente caderno foi construído tendo como base os Planos de Curso 2024, que foram elaborados a partir das competências e habilidades estabelecidas na BNCC e no CRMG a serem desenvolvidas e trabalhadas por todas as unidades escolares da rede pública de Minas Gerais. Aborda os diversos componentes curriculares e para facilitar a leitura e manuseio foi organizado de forma linear. Contudo ao implementá-lo em sala de aula, você professor, poderá recorrer aos planejamentos de forma não sequencial, atendendo às necessidades pedagógicas dos estudantes. É preciso atentar-se, apenas, para os conhecimentos que são pré-requisitos, ou seja, aquele que foram trabalhados nos planejamentos anteriores e que precisam ser retomados com os estudantes para a construção do novo conhecimento em questão. Como o principal objetivo deste material é o trabalho com o desenvolvimento de habilidades, este caderno vem com o propósito de dialogar com sua prática e com o seu planejamento dentro das habilidades básicas - aquelas que devemos assegurar que todos os nossos estudantes aprendam. Por assim dizer, destacamos ainda, que o livro didático continua sendo um instrumento eficiente e necessário, principalmente por não anular o papel do professor de mediador insubstituível dentro dos processos de ensino e de aprendizagem. Coracini (1999) nos diz que “o livro didático já se encontra internalizado no professor (...) o professor continua no controle do conteúdo e da forma (...)”, reafirmando que, o que torna o livro didático e o que torna os Cadernos MAPA eficientes, é justamente a maneira como o professor utiliza-os junto aos estudantes. Desejamos a você, professor(a), um bom trabalho! Equipe da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores 3 REFERÊNCIA 2024 MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA COMPETÊNCIA ESPECÍFICA: Competência 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel geopolítico dos Estados-nações. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Fluxos migratórios (causas e consequências no Brasil e em outros continentes). Conflitos socioespaciais e organização territorial. (EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveisrelações entre eles. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Conflitos territoriais e os fluxos migratórios. A) APRESENTAÇÃO: Neste planejamento, professor (a), explora os temas de fluxos migratórios e refugiados, origens de conflitos, terrorismo, confrontos étnicos e organização territorial e analisa os impactos decorrentes. A estrutura deste estudo é dividida em dois momentos utilizando metodologia ativa por meio de painéis. Com a proposta da abordagem ativa o professor (a) envolve os estudantes de forma participativa, buscando estimular a pesquisa, a análise crítica e a expressão pessoal dos estudantes tendo como objetivo de alcançar a habilidade trabalhada através da compreensão mais aprofundada sobre o complexo cenário do conflito entre Árabes e Israelenses. O trabalho acerca da habilidade relacionada ao conteúdo desta aula possibilita o professor (a) verificar uma série de eventos políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais que têm moldado significativamente as dinâmicas das populações em todos os continentes. Neste caso, com ênfase sobre a questão da Palestina sobre o foco na mobilidade e fixação de pessoas, grupos humanos e povos, o professor (a) explora as possíveis relações entre esses processos. Diante das análises das dinâmicas populacionais, o professor (a) faz as interações e complementos necessários para abranger o deslocamento populacional e os principais aspectos das migrações forçadas, como conflitos armados, perseguições políticas e étnicas. O professor (a) deve expor através de imagens e reportagens, como esses movimentos afetam negativamente os países de origem ou de destino, devido ao grande número de refugiados. Geografia 4 B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO Organização da turma Divisão da classe em quatro grupos. Recursos e providências Texto impresso, projetor multimídia, acesso à internet. O professor (a) inicia com uma breve introdução para os estudantes através de uma aula expositiva com o auxílio de recursos áudio visual (imagens e vídeos ou reportagens) para conceituar as características dos agentes motivadores de fluxos migratórios, mobilidade populacional, conflitos socioespaciais. Imagem 01 - Refugiados sírios na região do Curdistão (2012). Fonte: (Seregni, [2012]) − Refugiados: Mais de 13 milhões de pessoas segundo ACNUR/Brasil, [2022]. − Principais destinos dos refugiados: Turquia, Líbano, Jordânia e países europeus É importante o professor (a) dar ênfase para as questões atuais, como por exemplo; refugiados provocados por conflitos ou guerras, por questões étnicas e religiosas, por questões econômicas ou por perseguição política. Imagem 02 - Campo de refugiados sírios [2017] Fonte: (UNICEF, Portugal, [2017]) − Seis milhões de pessoas fugiram para países vizinhos ou migraram. − Sete milhões de sírios desabrigados dentro de seu próprio país. 5 Imagem 03 - Mapa da Palestina e do Estado Israel Fonte: (Toda Matéria, [2023]) − Diáspora judaica a partir de 70 d.c. − Divisão da Palestina e a criação do estado de Israel em 1948 pela ONU. 2º MOMENTO Organização da turma Divisão da classe em quatro grupos. Recursos e providências Texto impresso, multimídia áudio e vídeo, acesso à internet. Neste momento o professor (a) pode desenvolver o trabalho com os estudantes utilizando a metodologia ativa por painéis, sobre a geopolítica mundial com o conflito Israelense-Árabe, compreendendo as causas históricas e atuais que estão conectadas diretamente com grandes fluxos migratórios. Diante deste aspecto o professor (a) orienta se por objetivos: ▪ Compreender a origem do conflito entre Israelenses e Árabes. ▪ Conhecer os impactos devido ao grande número de refugiados. ▪ Discutir as diferenças étnicas e culturais entre os povos envolvidos. O professor (a) deverá dividir a turma em quatro grupos e atribuir a cada grupo um tópico específico: 1. Fluxos migratórios e refugiados. 2. Origem do conflito. 3. Terrorismo e os confrontes étnicos. 4. Organização territorial. 6 Metodologia Ativa: Conflito entre Judeus-Palestinos Objetivo: Compreender o conflito entre Judeus e Árabes. Passos: 1. Divisão em Grupos: Divida os estudantes em grupos, atribuindo a cada grupo um tópico específico relacionado ao conflito Israelense-Árabe, como fluxos migratórios, conflitos sócios espaciais, organização territorial, origem do conflito, terrorismo ou diferenças étnicas e culturais. 2. Pesquisa Detalhada: Dentro de seus grupos, os estudantes realizam pesquisas detalhadas sobre seus tópicos atribuídos, coletando informações históricas, dados, estatísticas e exemplos relevantes. 3. Produção de Materiais: Com orientação do professor (a), os estudantes produzem materiais visuais, como cartolinas, flip charts ou apresentações de slides, destacando os principais pontos de seus tópicos. Podem utilizar revistas, artigos, recortes, reportagens, sites, mapas, gráficos, entre outros. 4. Preparação das Apresentações: Cada grupo prepara uma apresentação visual, utilizando o material fornecido pela escola. Devem criar uma narrativa clara e analítica para apresentar as informações aos colegas. 5. Apresentações em Sala: Os grupos apresentam seus painéis para a classe, explicando os principais aspectos de seus tópicos. Os demais estudantes fazem análises críticas fundamentadas em aspectos conhecidos e confiáveis. 6. Discussão em Sala de Aula: Após todas as apresentações, o professor (a) promove uma discussão breve em sala de aula, incentivando os estudantes a fazerem conexões entre os tópicos apresentados. A aula dialogada aborda possíveis soluções para o conflito e perspectivas para o futuro. 7. Síntese e Reflexão Individual: Os estudantes são instruídos a elaborar uma síntese com uma reflexão individual por meio de um texto argumentativo sobre o conflito Israelense-Árabe. Essa atividade promove a consolidação do aprendizado e a expressão das próprias compreensões. 7 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA: Competência 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel geopolítico dos Estados-nações. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): População mundial. (EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Limite Crítico: Meio ambiente e População Global. A) APRESENTAÇÃO: A superpopulação global, marcada pelo aumento desenfreado da população mundial, acarreta consequências devastadoras. A crescente demanda por recursos naturais, como água potável, alimentos e energia, exerce pressão nos ecossistemas, resultando em um rápido esgotamento desses recursos. Esse esgotamento leva à degradação ambiental, prejudicando a biodiversidade e intensificando a escassez de recursos vitais. Esse cenário contribui para problemas como fome, pobreza e conflitos por recursos. A proposta desta aula divide-se em três momentos, envolvendo atividades lúdicas, dinâmicas e trabalho em grupo. Após apresentar os conceitos relacionados à superpopulação, o professor (a) conduz uma atividade lúdica para promover descontração e criatividade, verificando a conexão dos estudantes com o tema abordado. Na segunda fase, o professor (a) abordará outros aspectos gerados pela superpopulação mundial por meio de atividades em grupo e recursos multimídia. Isso permite a explanação sobre mudanças na ocupação da terra, esgotamentode recursos naturais, poluição ambiental, alterações climáticas, geração de resíduos e questões de refugiados decorrentes de impactos naturais e econômicos. A interpretação de imagens relacionadas aos tópicos abordados destaca os impactos da superpopulação no presente e em um futuro próximo. Utilizando a metodologia ativa baseada em problemas, o professor trabalha com os estudantes para identificar as possíveis consequências para a humanidade. Uma breve aula expositiva, focada especialmente nas questões dos refugiados, consolida a proposta de desenvolver a habilidade de analisar a mobilidade e fixação de pessoas diante de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais influenciados pela superpopulação mundial. B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO Organização da turma Divisão de acordo com a dinâmica apresentada. Recursos e providências Texto impresso, multimídia de áudio, vídeo, imagem e internet. 8 Nesta aula a sugestão de trabalho inicial está em realizar com os estudantes uma dinâmica que permita relacionar as possibilidades de impactos do tema limite crítico do crescimento descontrolado da população global com o meio ambiente. Portanto, ao incorporar essa dinâmica educacional, os estudantes não apenas adquirem conhecimentos sobre o crescimento populacional e o meio ambiente, mas também desenvolvem habilidades e perspectivas necessárias para abordar os desafios globais contemporâneos de maneira mais informada e sustentável. Entre os principais conteúdos que são reflexos de uma superpopulação que devem ser abordados pelo professor (a) no momento da dinâmica estão: − Consciência ambiental: Ao compreenderem como o crescimento populacional descontrolado pode impactar negativamente o meio ambiente. − Pensamento crítico: Estimular o pensamento crítico dos estudantes ao incentivá-los a considerar e analisar as interações complexas entre o crescimento populacional e os ecossistemas. − Conexões interdisciplinares: Relacionar o crescimento populacional com o meio ambiente e explorar conexões interdisciplinares entre ciências sociais, ciências naturais, economia e política. − Educação para a sustentabilidade: Analisar a importância da gestão responsável dos recursos naturais e a necessidade de políticas que promovam o equilíbrio entre o crescimento populacional e a capacidade de suporte do meio ambiente. − Engajamento cívico: Argumentação e informações que contribuem para debates e iniciativas relacionados à sustentabilidade e à conservação ambiental em suas comunidades e além. Segue abaixo dois exemplos: O primeiro é uma atividade lúdica (dinâmica) e o segundo é uma atividade em grupo, ambas relacionadas à “população mundial” considerando os impactos ambientais ou sociais. 1º Exemplo: COMPLETAR FRASES Objetivo: promover a troca de ideias sobre questões ambientais através de uma brincadeira de completar frases de improviso sobre a superpopulação. Procedimento: em um grande círculo, o coordenador pede que cada um diga o número da frase que será completada, lê e completa a frase fazendo algum comentário. Em seguida, o papel é passado para o próximo que lê a frase seguinte. Abaixo seguem sugestões de frases que podem ser completadas. 1. Quando penso no futuro do meio ambiente, eu vejo... 2. Penso nos recursos naturais para a próxima geração quando... 3. Quando entro num ambiente sujo, com muito lixo no chão, eu penso que... 4. Penso nas cidades mais populosas quando falo sobre... 5. Fico preocupado com a situação da população mundial se... 6. Se a população mundial não parar de aumentar... 7. ... Fonte: (APOEMA, [2023]). Adaptado em 06 nov. 2023. 9 2º Exemplo: Atividade em grupo: "O Desafio do Crescimento Populacional e o Meio Ambiente" Objetivos: − Compreender as implicações do crescimento populacional descontrolado no meio ambiente. − Promover a discussão e a colaboração entre os estudantes. Passo 1: Comece com uma breve introdução ao tema, destacando os conceitos-chaves, como crescimento populacional, limites críticos e impactos no meio ambiente. Passo 2: Divida a turma em pequenos grupos de 4 -5 estudantes e atribua a cada grupo a tarefa de discutir uma pergunta relacionada ao tema. Algumas perguntas sugeridas incluem: − Como o crescimento populacional afeta a disponibilidade de recursos naturais? − Quais são os possíveis impactos do crescimento populacional no clima e nos ecossistemas? − As práticas que podem ajudar a mitigar os impactos do crescimento populacional no meio ambiente? Passo 3: Peça a cada grupo que compartilhe suas discussões e conclusões com toda a turma. Isso pode ser feito por meio de apresentações curtas, debates ou discussões envolvendo toda turma sobre as respostas das perguntas. Após as atividades o professor (a) conduz uma discussão interativa em sala de aula, garantindo a contextualização do tema principal por meio de comentários, imagens, reportagens, entre outros recursos que possibilitam aos estudantes analisarem o crescimento populacional global e a produção de mercadorias, como o exemplo abaixo: ● Esgotamento dos recursos naturais; ● Perda na biodiversidade; ● Aumento da poluição; ● Uso excessivo de combustíveis fósseis; O professor (a) deve realizar a explicação das consequências, com o intuito de desenvolver e associar à habilidade proposta. Nesta escolha deve ser retratado o ponto de vista do aumento da população mundial e da produção e geração de mercadorias devido às demandas existentes. Portanto, os fatores apresentados permitirão ao estudante caracterizar as dinâmicas das populações, mercadorias e do capital, associados aos eventos naturais, políticos, econômicos e sociais. 10 2º MOMENTO Organização da turma À escolha do professor(a). Recursos e providências Texto impresso, projetor multimídia, acesso à internet. Para este momento, o professor (a) utiliza recursos audiovisuais para imagens, gráficos e mapas em sala de aula e explica os eventos relacionados à dinâmica das migrações e suas consequências sociais. Imagem 01: Uso da terra Fonte: (BBC/Brasil, [2022]) Mudanças no uso da terra: À medida que a população aumenta, há uma maior demanda por espaço para moradia, agricultura e indústria. Imagem 02: Solos estéreis Fonte: (Jovens Repórteres, [2020]) Esgotamento de recursos naturais: O esgotamento de recursos naturais pode ter impactos de longo prazo na capacidade do ambiente de sustentar a vida. 11 Imagem 03: Poluição dos oceanos Fonte: (Agência Brasil, [2022]). Poluição ambiental: O crescimento populacional associado com a produção industrial contribui com a poluição do ar, da água e do solo, comprometendo a saúde humana e a biodiversidade ambiental. Imagem 04: Refugiados climáticos até 2050 Fonte: (BANCO MUNDIAL, [2021]) Alterações climáticas: O aquecimento global resulta em eventos climáticos extremos, como tempestades, secas e inundações, que têm impactos na agricultura e nos ecossistemas naturais. Imagem 05: Perda de ecossistema aquático Fonte: (EOS, [2023]) Geração de resíduos: O aumento da produção de resíduos sólidos leva à poluição do solo e da água, bem como à contaminação de ecossistemas terrestres e aquáticos. 12 3º MOMENTO Organização da turma Grupos com no máximo 07 estudantes. Recursos e providências Texto impresso, projetor multimídia, acesso à internet Na abordagem final os estudantes deverão compreender sobre o que causa o aumento da população mundial e as consequências sociais da atualidade. Com a metodologia ativa baseada em problemas o professor (a) explica o tema da população mundial, com foco em migrações forçadas, impactos na cultura e identidade, conflitos étnicos, xenofobia devido ao aumento da população mundial. Desafios Globais: PopulaçãoMundial e seus Impactos Objetivos de Aprendizagem: − Analisar as causas e consequências das migrações forçadas em diferentes partes do mundo. − Compreender como os conflitos étnicos e a xenofobia afetam as comunidades e as migrações. Introdução: − Inicia a aula com uma breve discussão sobre as consequências das migrações forçadas. − Apresente o problema central da aula: "Como as migrações forçadas, os conflitos étnicos e a xenofobia afetam as comunidades?" Exploração do Problema: − Divida a turma em grupos e forneça a cada grupo estudo de caso sobre regiões afetadas por migrações forçadas, conflitos étnicos e xenofobia. − Peça aos grupos que analisem os problemas dos impactos sociais e culturais. Sessão de Discussão: − Realize uma discussão com toda a classe, incentivando os estudantes a compartilharem as descobertas e analisarem as conexões entre os diferentes estudos de caso. − Explore como os conflitos étnicos e a xenofobia impactam as dinâmicas sociais e a coesão cultural. Discussão Final: − Conduza uma discussão final que enfatiza de forma integrada os aspectos sociais, culturais. 13 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA: Competência 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel geopolítico dos Estados-nações. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): A produção e circulação de mercadorias e suas marcas na paisagem. (EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Ciclo de consumo e degradação socioambiental. A) APRESENTAÇÃO: Nesta aula o professor (a) abordará a crescente demanda por bens de consumo que impulsiona a exploração dos recursos naturais em uma escala sem precedentes. Portanto o professor (a) introduz de maneira breve a evolução histórica do ciclo de consumo e expõem as revoluções industriais até os dias atuais como força motriz do consumo mundial. Nessa sequência o professor (a) utiliza a exibição de curtas metragens, o que possibilita o trabalho de verificação histórica do consumo e suas consequências, como por exemplo, a extração de matérias- primas. É importante fazer as observações e intervenções durante ou após as apresentações dos curtas sobre as responsabilidades individuais e coletivas da humanidade, que retratam neste momento o consumo e o consumismo, portanto o professor (a) estabelece a interdisciplinaridade entre geografia e a sociologia ao utilizar os conhecimentos do sociólogo Zygmunt Bauman, apresentados nos vídeos “sociedade líquida” e “consumismo e sociedade de consumidores”. Para isso, o professor (a) utiliza o recurso de multimídia imagem e áudio e relaciona as imagens propostas e faz perguntas pertinentes sobre o tópico apresentado. Após relacionar a produção, circulação de mercadorias e consumidores, os estudantes estarão melhores preparados para desenvolver a análise crítica coerente de maneira interdisciplinar, possibilitando ao professor (a) verificar o curso da habilidade trabalhada. Nesta etapa é realizada uma atividade com a metodologia ativa storytelling o professor (a) oferece dois exemplos: o primeiro sobre “o ciclo do plástico” e o segundo sobre “o caminho de uma camiseta”. O professor (a) incentiva os estudantes a realizarem uma explicação similar, contando a história de outros produtos para todos os colegas. Sendo possível o professor (a) observar com o diálogo dos estudantes, as análises dos processos de consumo que respectivamente estão conectadas com a proposta da habilidade. 14 B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO Organização da turma Nenhuma Recursos e providências Texto impresso, projetor multimídia, acesso à internet. Através de uma breve introdução o professor (a) abordará os conceitos para "ciclo de consumo e degradação socioambiental do mundo capitalista" de maneira que permita serem explorados os impactos negativos sociais, culturais, econômicos e ambientais. Ao revisitar a evolução histórica, é crucial destacar as revoluções industriais e a geopolítica do desenvolvimento tecnológico e econômico. Ao direcionar brevemente os estudantes sobre as questões ambientais e sociais, o professor(a) exibe três filmes em sala de aula que serão suportes para a próxima etapa. Os estudantes devem anotar as principais ideias exibidas e escrever uma conclusão de cada filme. A felicidade no mundo moderno. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=phhyouo3dyI. Bauman: A modernidade Líquida #1 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=J6L0xSxcOiQ. Bauman: Consumismo e sociedade de consumidores #2 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=k9-8V95__AY. Os três vídeos trazem os aspectos sobre a responsabilidade de ser consumidor, em especial o vídeo que explica sobre os novos aspectos do ser humano como mercadoria. A ideia neste primeiro momento após a exibição dos curtas é de dar suporte para uma aula dialogada com os estudantes. Neste momento a abordagem para o tema proposto é realizada de maneira interdisciplinar entre os conteúdos de geografia e sociologia. O professor deve observar as relações entre consumo e consumidor e os impactos sociais e ambientais. Considere a proposta de tópicos conforme descrito a seguir: Imagem 01: Tendências dos jovens consumidores Fonte: (Exame, [2019]) Por que você deseja comprar e adquirir mercadorias? O desejo de comprar e adquirir mercadorias são motivados por necessidades práticas, aspirações pessoais, gratificação emocional e influências culturais e sociais. https://www.youtube.com/watch?v=phhyouo3dyI https://www.youtube.com/watch?v=J6L0xSxcOiQ https://www.youtube.com/watch?v=k9-8V95__AY 15 Imagem 02: “Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar.” Zygmunt Bauman Fonte: (Alto Paulista News, [2019]) Com a sociedade sólida a humanidade consumia menos? Explique as transformações dessa sociedade para a sociedade líquida, seus aspectos sociais e mercadológicos da atualidade. Imagem 03: Consumo logo existo. Fonte: (Provocações Filosóficas, [2018]) Explique como o consumo organiza a sociedade considerando o papel das identidades individuais e das relações interpessoais, faça a análise de como o consumo molda as pessoas e influencia suas imagens. 2º MOMENTO Organização da turma Nenhuma Recursos e providências Texto impresso, projetor multimídia, acesso à internet. Nesta sequência, o professor (a) destaca os impactos do ciclo de consumo e da degradação socioambiental, resultantes da produção e circulação de mercadorias, devendo ser observadas as dinâmicas das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para os impactos ambientais e sociais. Neste 2º momento o professor (a) busca orientar os estudantes para associarem os impactos negativos ambientais e sociais, causados pela produção em massa de mercadorias. O professor (a) passa a trabalhar com os estudantes, utilizando a metodologia ativa de storytelling, para explorar as histórias de consumo sustentável e os impactos socioambientais decorrentes da produção e do consumo excessivo. Segue abaixo a sequência. 16 Metodologia Ativa: Storytelling. Objetivos: ▪ Compreender o ciclo completo de consumo de mercadorias. ▪ Analisar os impactos negativos ambientais e sociais decorrentes do ciclo. ▪ Refletir sobre práticas de consumo sustentável. História 01: "O Ciclo do Plástico" Contar uma história envolventeque narra o ciclo completo de consumo do plástico, desde a extração do petróleo até seu descarte, enfatizando os impactos ambientais e sociais ao longo do caminho. O plástico está cobrindo o nosso planeta? Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3dmZrzeg2e0&t=310s. Diálogo em sala de aula com os estudantes: Incentivar os estudantes a compartilharem suas reflexões sobre os impactos apresentados e fazerem a relação com o número crescente do consumo em razão do aumento da população mundial. História 02: "O Caminho de uma Camiseta" Contar uma segunda história que detalha o ciclo de consumo de uma camiseta, desde o cultivo do algodão até o descarte, evidenciando seus impactos negativos. O país que virou 'lixão' de roupas usadas dos países ricos. Disponível em: https://youtu.be/enektksvTqI. Impacto ambiental de camisetas de algodão. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5HJ5k4ozkiM Diálogo em sala de aula com os estudantes: Iniciar um debate com aula dialogada com os estudantes sobre as ações que podemos adotar para tornar o consumo de tecidos (roupas) mais sustentável. https://www.youtube.com/watch?v=3dmZrzeg2e0&t=310s https://www.youtube.com/watch?v=3dmZrzeg2e0&t=310s https://youtu.be/enektksvTqI https://youtu.be/enektksvTqI https://www.youtube.com/watch?v=5HJ5k4ozkiM https://www.youtube.com/watch?v=5HJ5k4ozkiM 17 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel geopolítico dos Estados-nações. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Fronteiras culturais: inte- gração e exclusão socio- cultural. (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Multiculturalismo e Coexistência Cultural. A) APRESENTAÇÃO: Em um mundo cada vez mais globalizado, as fronteiras culturais desempenham um papel crucial na dinâmica da integração e exclusão cultural. Enquanto o multiculturalismo fomenta a coexistência e celebra a diversidade cultural, há o desafio da exclusão sociocultural. As tecnologias, por sua vez, moldam os fluxos de pessoas, finanças, mercadorias, informações e valores éticos e culturais, e têm impactos nas esferas política, social, ambiental, econômica e cultural. Para o professor (a) relacionar esta estrutura, estabelece explicações inicialmente com a percepção voltada para o cotidiano referente a diversidade cultural e étnica, dando ênfase para os princípios de combate a intolerância, menos capacitismo e mais inclusão, respeito às convivências e aproximação das culturas. Com esta abordagem neste primeiro momento o professor (a) utiliza a estratégia de uma aula dialogada com os estudantes, tendo como intenção de oferecer a abertura para a reflexão individual que visa estimular a percepção crítica e o diálogo construtivo sobre as complexidades do multiculturalismo e as fronteiras culturais, e os desafios da coexistência cultural na era da globalização e das tecnologias. Ao final deste primeiro momento e dentro desta estrutura é importante o professor (a) lembrar e destacar a dinâmica cultural a nível local, regional e global fazendo as devidas relações, principalmente observações que podem servir para serem estudadas dentro da comunidade local. B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO Organização da turma Com os estudantes sentados em círculos. Recursos e providências Texto impresso, multimídia de áudio e vídeo, conexão com internet. O professor (a) dispõe os estudantes em círculo podendo ser no pátio da escola em uma área livre dentro das dependências da escola. Ao iniciar explica para os estudantes o tema proposto através de (4) imagens impressas, com intenção de incentivar os estudantes a falarem sobre os tópicos. 18 ➢ Promover o respeito e combater a intolerância pelas diferenças; Imagem 01: Combate à Intolerância Fonte: (Quero Bolsa, [2023]) Vivemos em um mundo cada vez mais integrado, no qual as profundas transformações tecnológicas e econômicas tornaram as distâncias menores e aproximaram diferentes culturas. Uma cultura é formada por um conjunto de tradições, expressões artísticas e religiosas que identificam um povo. (EXCHANGE DO BEM, 2023). ⮚ Eliminar preconceitos e estereótipos; Imagem 02: Menos capacitismo, mais inclusão Fonte: (Quero Bolsa, [2023]) Estigmas capacitistas persistem, alimentando exclusão e discriminação contra pessoas com deficiência. Tais percepções reforçam a ideia de que esses indivíduos enfrentam dificuldades extraordinárias para se encaixar na sociedade, lutando contra a falta de acessibilidade e discriminação. (MURÇA, 2020). 19 ⮚ Gerar e estabelecer uma convivência harmoniosa; Imagem 03: Diversidade cultural, respeito e convivência Fonte: (Inspira, [2022]) No Brasil, uma variedade de tradições culturais coexiste, algumas amplamente difundidas, outras menos reconhecidas. A compreensão de que nenhuma cultura é superior à outra é fundamental para cultivar o respeito e a convivência com a diversidade. (GOMES, 2019). ⮚ Criar trocas e intercâmbios entre diferentes grupos. Imagem 04: Aproximação de diferentes culturas Fonte: (Exchange do Bem, [2023]) O desenvolvimento tecnológico aproximou as distâncias. Como resultado destes processos históricos, as culturas passaram a sofrer maior interferência externa e um processo de incorporação de diferentes elementos que passaram a conviver em um espaço em comum. (EXCHANGE DO BEM, 2023). O professor (a) trabalha com as questões referentes aos valores éticos, tendo como ênfase a importância do reconhecimento da convivência entre as culturas. Neste círculo de conversa com os estudantes é fundamental trazer para este encontro características ou aspectos culturais. Uma maneira de enriquecer esta discussão está em planejar pequenas apresentações ou depoimentos como danças, vestimentas, comidas típicas, dialetos, músicas, instrumentos, símbolos, esportes. 20 Lembrando que neste momento a intenção é introduzir aspectos associados ao multiculturalismo, integração e inclusão sociocultural. Para o professor (a) orientar se neste conjunto basta relacionar objeto como local, regional ou a nível global. Observe o exemplo a seguir. ▪ Local: as crenças diferentes e religiosidade convivendo em um mesmo ambiente, ou as influências esportivas, festividades locais nas ruas ou nos bairros e nas pequenas cidades do interior do Brasil, etc. ▪ Regional: Festas tradicionais nas cidades ou nos estados que reúnem diversidade cultural, como junina, carnaval, festival de Parintins, forró do nordestino, entre outras. ▪ Global: Filmes e músicas, cultura do animes e mangás, jogos online, redes sociais, influenciadores digitais, competições esportivas, copa do mundo, Olimpíadas, Oktoberfest, Halloween, entre outras. 2º MOMENTO Organização da turma Em grupos. Recursos e providências Texto impresso, multimídia de áudio, vídeo, imagem e internet. Para o 2º momento com os estudantes o docente busca analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais. Segue abaixo alguns tópicos para serem abordados nesta análise: 1. Globalização e Fluxos Transnacionais: Discutir como as tecnologias têm facilitado o aumento dos fluxos populacionais, financeiros, mercadológicoslevando a um mundo mais interconectado. 2. Desafios Éticos e Culturais: Explorar como as tecnologias influenciam os valores éticos e culturais, destacando a importância de preservar a diversidade cultural e proteger os direitos humanos. 3. Participação Política e Social: Analisar a participação das tecnologias digitais na política, discutir o ativismo online, democracia digital, polarização política e as redes sociais como opinião pública. 4. Transformações Econômicas: Explorar os novos modelos econômicos e indústrias e as formas de trabalho, como a economia compartilhada, comércio eletrônico e inteligência artificial. 5. Mudanças nas Dinâmicas Sociais: Analisar impactos nas relações sociais e familiares, incluindo questões relacionadas ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos, isolamento social e saúde mental. Ao abordar esses tópicos, os estudantes podem desenvolver uma compreensão mais ampla dos impactos das tecnologias. Além disso, incentivar discussões críticas e reflexões sobre o uso responsável e ético das tecnologias é crucial para promover uma cidadania digital consciente e informada. 21 Para concluir esta etapa o professor (a) “em uma roda de conversa” com os estudantes, apresenta perguntas abertas para que eles respondam verbalmente em conjunto ou individualmente. De forma simples e direta com as perguntas impressas em uma ou mais folhas, peça para os estudantes lerem e responderem as perguntas de forma aleatória. No decorrer deste processo o professor faz as devidas orientações, intervenções e correções nos argumentos dos estudantes. 1. Globalização e Fluxos Transnacionais: • Como as tecnologias “internet e transportes” aumentam os fluxos populacionais no mundo? • Como as tecnologias influenciam o comércio global e as relações financeiras entre países? 2. Desafios Éticos e Culturais: • Como o mundo digital influencia os valores éticos e culturais de diferentes sociedades do mundo? • De que maneira a preservação da diversidade cultural pode ser mantida em um ambiente digital? 3. Participação Política e Social: • Como as tecnologias digitais impactam a política no contexto do ativismo online? • Quais são os efeitos das redes sociais na polarização política e na democracia digital? 4. Transformações Econômicas: • Como a economia compartilhada e o comércio eletrônico têm influenciado as empresas? • Quais são os desafios e oportunidades associados à implementação da inteligência artificial? 5. Mudanças nas Dinâmicas Sociais: • De que maneira o uso excessivo de dispositivos eletrônicos afetou as relações sociais e familiares? • Quais são os efeitos do isolamento social e do uso de mídias sociais na saúde mental? Ao programar essas estratégias, é essencial incentivar os estudantes a se envolverem ativamente, esperando nessa participação que eles expressem suas opiniões e defendam seus pontos de vista com um ambiente de aprendizagem colaborativo e estimulante. Além disso, é uma oportunidade para aprimorarem suas habilidades de argumentação e pensamento crítico que também é fundamental para o desenvolvimento acadêmico e pessoal. 22 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA: Competência 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel geopolítico dos Estados-nações. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): A geopolítica mundial e seus desdobramentos na produção, circulação e consumo responsável. (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Geopolítica e o consumo consciente. A) APRESENTAÇÃO: A interseção entre geopolítica e consumo responsável desempenha papel crucial na compreensão dos desafios contemporâneos, influenciando padrões de produção e a distribuição global de recursos. O professor (a), ao abordar essa dinâmica, promove a análise das relações entre agentes sociais e estruturas geopolíticas que moldam o consumo responsável. Nessa aula, conduzida online, os estudantes utilizam a internet para pesquisa. Inicia-se com uma dinâmica em grupo, explorando as interações entre poder, território e disputas por recursos naturais. Cada grupo pesquisa um recurso, identifica sua região de exploração e resume os impactos encontrados, munidos de um mapa-múndi, criam mapas mentais representando a exploração do recurso escolhido. O professor (a) orienta sobre características específicas de cada recurso. No segundo momento, individual realizado no laboratório de informática, os estudantes analisam cinco curtas-metragens sobre consumo e suas conexões com o desenvolvimento econômico capitalista. Essa atividade permite a reflexão sobre causas e consequências associadas ao consumo. Para concluir, os estudantes aplicam o conhecimento adquirido utilizando ferramentas digitais ou manuscritas, como Podcasts, Power Point, Youtube, ou redações argumentativas no estilo do Enem. Essa abordagem integrada proporciona uma compreensão profunda da interação entre geopolítica e consumo responsável, conectando teoria, prática e consciência crítica na formação dos estudantes B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO Organização da turma Em grupos. Recursos e providências Texto impresso e imagens e mapas. Ao iniciar a aula o professor (a) programa uma dinâmica em grupo para envolver os estudantes no tema e introduzir os conceitos de economia ambiental e desenvolvimento sustentável. Durante a atividade, os estudantes estarão divididos em grupos e serão desafiados a identificar exemplos concretos de práticas econômicas que impactam o meio ambiente de forma positiva ou negativa. 23 Através de uma aula dialogada com debates construtivos sobre os desafios e oportunidades associados à implementação de práticas econômicas ambientalmente responsáveis, incentivando os estudantes a pensarem em soluções inovadoras para o desenvolvimento sustentável. Conexão entre Geopolítica, Consumo Responsável e Sustentabilidade Global 1. Divida os estudantes em grupos e forneça a cada grupo um mapa-múndi e uma lista de recursos naturais valiosos, como petróleo, minerais, água, entre outros. 2. Peça aos estudantes que identifiquem os países que possuem esses recursos e destaquem as regiões onde ocorrem conflitos geopolíticos ou tensões relacionadas ao controle desses recursos. 3. Em seguida, discuta em sala de aula como esses conflitos influenciam a produção, circulação e consumo desses recursos, e como essas dinâmicas podem afetar a sustentabilidade global. 4. Peça aos estudantes que realizem uma pesquisa sobre práticas de consumo responsável em relação a esses recursos e discutam como as decisões podem impactar positivamente ou negativamente a distribuição equitativa e o uso sustentável desses recursos. 5. Organize debates e apresentações em sala de aula, nos quais os grupos possam discutir suas descobertas e propostas para promover o consumo responsável e a sustentabilidade global. Segue abaixo um exemplo da conclusão final da atividade apresentada pelos estudantes. Fonte: (Geografia Escolar, [2022]) América do Sul: País: Brasil. Recurso explorado: Minério de Ferro. Impactos negativos: Barragens de rejeitos; desmatamento; empobrecimento do solo; Impactos positivos: Favorecimento da balança comercial, empregos e desenvolvimento econômico. Com essa interpretação os estudantes devem criar um mapa mental no formato (A2), utilizando da criatividade com imagens, informações, reportagens ou ao desenhar a região escolhida.24 Fonte: (Medium, [2019]) 2º MOMENTO Organização da turma Nenhuma Recursos e providências Texto impresso, multimídia de imagem, vídeo e áudio e internet. Após a dinâmica em grupo e a apresentação dos mapas temáticos, o professor (a) apresenta a exibição de vídeos, tendo como tema “circulação e consumo responsável de mercadorias”. O intuito é desenvolver a argumentação crítica e investigativa dos estudantes, através de pesquisas pela internet utilizando artigos, sites confiáveis, reportagens e depoimentos com fontes confiáveis. É importante lembrar-se de observar a habilidade para ser alcançada. Neste caso perfaz análises dos impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos, sobre os fluxos do consumo de mercadorias. No laboratório de informática cada estudante deverá escolher um entre os vídeos abaixo. Ilha das Flores, [1989]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EtZOSs5s6UQ O curta-metragem destaca o sistema de produção de mercadorias e suas discrepâncias sociais. Ele focaliza a Ilha das Flores, depósito de lixo em Porto Alegre, evidenciando desigualdade e pobreza. O filme promove reflexões sobre disparidades de consumo entre classes sociais, estimulando a consciência sobre o consumo responsável e considerando as implicações sociais e ambientais das escolhas. https://www.youtube.com/watch?v=EtZOSs5s6UQ 25 A história das Coisas, [2007]. Dublado. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DfG6MFLZ-VQ "História das Coisas", documentário de 2007, produzido por Annie Leonard, analisa o ciclo de vida dos produtos de consumo e os impactos sociais e ambientais resultantes. Ele desvenda o padrão de produção, consumo e descarte, evidenciando as consequências negativas do modelo econômico linear. Com uma abordagem acessível e perspicaz, destaca a exploração de recursos, a poluição e a cultura do consumismo. ▪ A farsa do ecologicamente correto, [2022]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bv5l13BSBVk Alguns questionam se as empresas realmente se preocupam com o meio ambiente ou se essa preocupação é apenas uma estratégia de marketing. Enquanto algumas adotam práticas sustentáveis genuínas, outras usam a "eco-fachada" para aumentar vendas. O greenwashing, prática que promove uma imagem ambiental enganosa, levanta dúvidas sobre a autenticidade das intenções das empresas. ▪ O segredo do lixo, [2021] Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sfa-jnXtA84 A produção de lixo global atinge níveis alarmantes, com toneladas descartadas diariamente. Esse excesso sobrecarrega a capacidade dos aterros sanitários e polui oceanos, solos e ecossistemas. Materiais plásticos representam uma grande parcela, prejudicando a vida marinha e o equilíbrio ambiental. A incineração de resíduos contribui para a poluição do ar e para emissões de gases de efeito estufa. ▪ Sete coisas infelizes causadas por plástico nos oceanos, [2021]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pweJHMce73A O plástico descartado nos oceanos representa uma ameaça devastadora para a vida marinha e os ecossistemas aquáticos. Milhões de toneladas poluem os mares, sufocando e prejudicando animais marinhos, afetando sua reprodução e alimentação. A decomposição do plástico em microplásticos amplifica seu impacto, sendo ingeridos pelos peixes e, consequentemente, entrando na cadeia alimentar humana. Momento antes do acesso ao laboratório de informática, o professor (a) trabalha de forma breve com os estudantes a proposta de cada vídeo apresentado, ou seja, com a sinopse dos vídeos conversa com os estudantes sobre a intenção dos mesmos. Desta maneira o estudante estará preparado para escolher o vídeo e assim buscar informações relacionadas ao tema, possibilitando enriquecer seus argumentos, teorias, opiniões ou críticas apresentadas na narrativa que irá realizar. Peça aos estudantes para observarem as causas e consequências que estão associadas ao consumo exacerbado e como estão conectadas com o fluxo de desenvolvimento econômico do modelo capitalista de mercado. Na conclusão, os estudantes têm liberdade para retratar e elaborar o conhecimento adquirido, utilizando ferramentas digitais ou manuscritas, como Podcasts, Power Point, YouTube, redações argumentativas no estilo do Enem, entre outras. https://www.youtube.com/watch?v=DfG6MFLZ-VQ https://www.youtube.com/watch?v=bv5l13BSBVk https://www.youtube.com/watch?v=sfa-jnXtA84 https://www.youtube.com/watch?v=pweJHMce73A 26 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA: Competência 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel geopolítico dos Estados-nações. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Evolução do capitalismo na construção do espaço geográfico e internacio- nalização do capital. (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Internacionalização e o capitalismo. A) APRESENTAÇÃO: No século XX, a globalização e a revolução tecnológica impulsionaram a internacionalização do capitalismo, resultando em uma economia global interconectada através das empresas multinacionais que passaram a dominar setores-chave do mercado global. O professor (a) inicia a aula utilizando recursos multimídia para exibir vídeos e músicas sobre internacionalização, globalização e capitalismo. Com a metodologia ativa de análise de letras musicais, os estudantes, em grupos, escolhem composições e identificam críticas e reflexões nas letras. Posteriormente, o professor (a) promove debates estruturados, relacionando as ideias das músicas aos aspectos teóricos da evolução do capitalismo. Os estudantes pesquisam sobre as organizações atribuídas, investigando origens, objetivos, estruturas e atuação global ou regional. Esta abordagem permite ao professor (a) destacar a influência dessas organizações nas decisões políticas, sociais, econômicas e culturais. No último momento, com a metodologia ativa de estudo de caso, o professor (a) envolve os estudantes na exploração das crises econômicas mundiais. Em grupos, os estudantes analisam e discutem os efeitos globais das crises selecionadas. Essa abordagem enriquece a compreensão dos estudantes sobre as interações complexas entre globalização, capitalismo e as instituições internacionais. B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO Organização da turma Grupos Recursos e providências Texto impresso, multimídia de áudio, vídeo, imagem e internet. Antes de iniciar a aula sobre a evolução do capitalismo e internacionalização do capital, o professor (a) utiliza o recurso de mídia para exibir para os estudantes letras de músicas, com os trechos relacionados ao tema proposto. A intenção deste momento está em revisar as principais questões e conceitos encontrados na atualidade com a globalização e o capitalismo presentes no cotidiano (espaço geográfico). 27 Música: Admirável Chip Novo / Pitty Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aXJ_Ub1xbhw “Admirável Chip Novo", de Pity, é uma crítica contundente à influência da tecnologia e da cultura de consumo na sociedade contemporânea. A letra reflete a sensação de alienação e desconexão provocada pela virtualidade, abordando a perda de autenticidade nas relações humanas e a padronização de identidades. Pity questiona a influência da mídia e da indústria cultural na formação de padrões artificiais e ilusórios, enfatizando a necessidade depreservar a individualidade e resistir à uniformização imposta pela sociedade moderna. Música: Parabolicamará / Gilberto Gil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TlKoKiZxx7I A música "Parabolicamará", de Gilberto Gil, apresenta uma reflexão poética e metafórica sobre a interconexão global e a influência da tecnologia na sociedade contemporânea. O termo "Parabolicamará" é uma junção de "parabólica" e "Amará", sugerindo uma fusão entre a tecnologia e a natureza. A letra evoca a ideia de uma aldeia global conectada por antenas parabólicas, simbolizando a disseminação da informação e o encurtamento das distâncias proporcionado pela tecnologia. Música: Pela Internet / Gilberto Gil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YAK5LWDRLUI A música "Pela Internet", de Gilberto Gil, lançada em 1996, aborda de maneira lúdica e irônica as transformações sociais e culturais trazidas pela internet e pela tecnologia digital. A letra retrata a interação virtual entre pessoas distantes, destacando os aspectos positivos da comunicação instantânea proporcionada pela rede. Gil explora a ideia de uma realidade virtual que transcende fronteiras geográficas, permitindo conexões e trocas de informações em uma escala global. Música: 3ª Do Plural /Engenheiros Do Hawaii. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Q92oNvwJE9Q "3ª do Plural" dos Engenheiros do Hawaii é uma canção satírica que critica o consumismo desenfreado e a manipulação das massas pela indústria, destacando a corrida incessante para vender produtos, muitas vezes prejudiciais à saúde, como cigarros e remédios. A letra questiona a mentalidade capitalista que coloca o lucro acima de tudo, incluindo a saúde e o bem-estar das pessoas. A canção aborda a obsolescência programada, onde produtos são projetados para se tornarem obsoletos, forçando as pessoas a comprar constantemente. Após a apresentação dos vídeos musicais, o professor (a) divide a turma em quatro grupos e propõem o seguinte trabalho em sala de aula, utilizando a metodologia ativa de análise de letras musicais. https://www.youtube.com/watch?v=aXJ_Ub1xbhw https://www.youtube.com/watch?v=TlKoKiZxx7I https://www.youtube.com/watch?v=YAK5LWDRLUI https://www.youtube.com/watch?v=Q92oNvwJE9Q 28 Metodologia Ativa: Análise de Letras de Músicas Tema: A Evolução do Capitalismo e a Economia de Mercado na Cultura Popular. Objetivos: ▪ Analisar a evolução do capitalismo e a economia de mercado por meio de letras de músicas. ▪ Compreender como a cultura popular reflete questões socioeconômicas e políticas. Atividade 1: ▪ Introduza o tema da evolução do capitalismo e da economia de mercado, explicando a importância de analisar a cultura popular para compreender as dinâmicas sociais e econômicas. Atividade 2: Análise de Letras de Músicas ▪ Divida a turma em grupos e atribua a cada grupo uma das quatro músicas. ▪ Peça aos grupos que analisem as letras das músicas em relação aos temas relacionados ao capitalismo, à economia de mercado e à influência da tecnologia na sociedade. Atividade 3: Discussão em Grupo ▪ Cada grupo compartilha suas análises com a turma, destacando os pontos mais relevantes e as conexões com os conceitos discutidos em sala de aula. Atividade 4: Debate Guiado ▪ Promova um debate estruturado com questões orientadoras, incentivando os estudantes a relacionar as ideias das músicas com os aspectos teóricos da evolução do capitalismo e da economia de mercado. Atividade 5: Conclusão ▪ Encerre a aula ressaltando a importância da cultura popular na reflexão crítica sobre a sociedade. 2º MOMENTO Organização da turma Grupos Recursos e providências Texto impresso, multimídia de imagem, áudio, vídeo e internet. Para este 2º momento o professor (a) inicia a explicação sobre os aspectos das crises econômicas globais, estudados em cinco casos específicos. 1929, queda da Bolsa de New York A crise de 1929, conhecida como a Grande Depressão, teve origem na prosperidade econômica dos EUA nos anos 20, seguida por superprodução e declínio nas exportações. Isso levou ao colapso das ações na Bolsa de Nova York. O PIB global encolheu 15%, com o desemprego nos EUA atingindo 25%. Medidas protecionistas por países ampliaram a redução do comércio internacional. 1980, crise econômica da dívida dos países da América Latina A crise da dívida dos países da América Latina na década de 1980 foi resultado do rápido endividamento impulsionado pelo crédito abundante nas décadas anteriores. A crise do petróleo gerou um aumento na inflação nos EUA, levando a um aumento das taxas de juros que afetou negativamente os países devedores. Além disso, a regulamentação do sistema financeiro nos EUA dificultou a obtenção de novos empréstimos. 29 1985 - A bolha imobiliária e das ações no Japão O Japão seguiu um período de crescimento econômico exuberante com o PIB aumentando em 66,2% entre 1980 e 1991, o país mantinha o iene valorizado, impulsionando investimentos e consumo. O mercado imobiliário viu preços recordes de propriedades, graças ao crédito abundante. Em 1989, o Banco Central japonês limitou o crescimento de empréstimos, provocando dificuldades financeiras para muitos devedores dependentes de aluguel para pagar financiamentos. Os preços despencaram pela metade em 1990-1991, afetando tanto o mercado imobiliário quanto o de ações. 1994 - A crise dos mercados emergentes Teve início em 1994, foi marcada por uma série de eventos que afetaram economias ao redor do mundo. O México foi o primeiro a enfrentar problemas, com uma política fiscal e monetária expansiva levando a uma crise de confiança. A moeda foi desvalorizada, e o país enfrentou uma violenta recessão em 1995. A segunda fase da crise atingiu os países do Sudeste Asiático em 1997, apesar do crescimento econômico anterior. Uma série de fatores, incluindo a desvalorização do iene japonês e do renminbi chinês, bem como o aumento nas taxas de juros nos EUA, levou à desvalorização de moedas locais e ataques especulativos. 2008 - A crise mundial do subprime A crise mundial de 2007-2008 foi um dos eventos econômicos mais impactantes desde o crash de 1929. O mercado imobiliário americano enfrentou uma crescente inadimplência devido às altas taxas de juros, levando instituições financeiras importantes, como Lehman Brothers, Bear Stearns e Merrill Lynch, à falência. Isso desencadeou uma crise global de confiança. Os Estados Unidos e o Reino Unido tiveram que intervir no sistema financeiro, injetando bilhões de dólares para salvar suas instituições. A Islândia nacionalizou seus maiores bancos, enquanto a economia global experimentou uma desaceleração significativa, com crescimento de 3% em 2008 e uma contração de 0,15% em 2009. Com a análise das crises econômicas globais o professor (a) prepara a turma para atividade em grupo por meio de uma aula com a metodologia ativa de estudo de caso e aula dialogada. Tendo por intuito de capacitar os estudantes a compreenderem os efeitos das crises econômicas globais, identificando suas consequências, o efeito dominó, a origem (local e ano), os motivos e os principais países atingidos, por meio da análise dos casos. ▪ Estudo de Caso 1: A Grande Depressão de 1929. ▪ Estudo de Caso 2: Crise da Dívida dos Países da América Latina em 1980. ▪ Estudo de Caso 3: Bolha Imobiliária e de Ações no Japão em 1985. ▪ Estudo de Caso 4: Crise dos Mercados Emergentes em 1994. ▪ Estudo de Caso 5: A Crise Mundial do Subprime nos EUA em 2008. 30 Compreendendo as Crises Econômicas Globais: 1929, 1980, 1985, 1994 e 2008 Objetivos: ▪ Capacitar os estudantes a compreenderem as causas e os efeitos das crises econômicas mundiais. ▪ Identificar as consequências, o efeito dominó, a origem (local e ano) e os países atingidos.Metodologia Ativa: Estudo de Caso Materiais: ▪ Recurso de áudio e vídeo. ▪ Acesso à internet Etapas da Aula: 1. Introdução: ▪ Contextualize o tema das crises econômicas globais, destacando sua relevância histórica. ▪ Explique a importância de analisar essas crises e seus impactos no cenário mundial. 2. Apresentação das Crises: ▪ Apresenta as cinco principais crises econômicas: 1929, 1980, 1985, 1994 e 2008. ▪ Destaque os principais eventos e características de cada crise. ▪ Explique sucintamente os motivos que levaram a cada uma delas. 3. Estudo de Caso: ▪ Divida a turma em grupos e atribua um estudo de caso a cada grupo. ▪ Forneça documentos ou recursos que descrevem detalhes de cada crise, incluindo dados econômicos, políticos e sociais. ▪ Peça que cada grupo analise o estudo de caso e responda a perguntas específicas, como: Quais foram as origens da crise? Quais países foram mais afetados? Quais foram as principais consequências? ▪ Cada grupo deve apresentar suas descobertas à turma. 4. Análise das Causas e Consequências: ▪ Retome a discussão com toda a turma para identificar causas comuns ou divergentes entre as crises e suas consequências em nível global. 31 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA: Competência 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel geopolítico dos Estados-nações. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): O processo de industria- lização e o desenvolvi- mento econômico das sociedades contemporâ- neas (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Industrialização, tecnologia e sociedade. A) APRESENTAÇÃO: A industrialização desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento econômico das sociedades contemporâneas, transformando radicalmente a estrutura e a dinâmica econômica global. No século XVIII, a Revolução Industrial desencadeou uma mudança paradigmática, impulsionando a transição de economias agrárias para economias baseadas na produção em larga escala. A mecanização e a utilização de tecnologias avançadas permitiram aumentos significativos na produtividade e na economia. Ao iniciar o professor (a) destaca os aspectos fundamentais da história da industrialização com o recurso de multimídia de imagem, áudio e vídeo, utilizando materiais como textos, imagens, gráficos e mapas para relembrar os pontos cruciais e marcos históricos da industrialização. Nesse primeiro momento o professor (a) realiza perguntas diretas para os estudantes dialogarem sobre o conteúdo exposto e explora ao dar ênfase nas disparidades que existem entre países desenvolvidos, subdesenvolvidos e emergentes, considerando as características sociais, econômicas e tecnológicas. O professor (a) promove uma abordagem de aprendizado mais dinâmica, colaborativa e incentiva a pesquisa independente, promovendo a reflexão e a crítica com a metodologia ativa por rotação. B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO Organização da turma Grupos Recursos e providências Texto impresso, multimídia de áudio, vídeo, imagem e internet. O professor (a) com uma breve introdução sobre os aspectos fundamentais da história da industrialização. Utilizando recursos audiovisuais, serão empregados materiais como textos e imagens. Como segue os exemplos abaixo: 32 A primeira Revolução Industrial, no século XVIII, entre 1760 e 1780, marcou o surgimento da indústria têxtil na Inglaterra, com máquinas a vapor e hidráulicas. Imagem 01: Utilização de máquina a vapor Fonte: (Toda Matéria, [2023]) A terceira revolução industrial, iniciada na segunda metade do século XX, foi marcada por avanços tecnológicos e científicos significativos, especialmente no campo da comunicação, transporte, que, por sua vez, reduziram drasticamente as distâncias. Imagem 03: Revolução Técnico-Científica-Informacional Fonte: (Brasil Escola, [2023]) Para explorar o tópico do processo de industrialização, é importante analisar as disparidades que existem entre países desenvolvidos, subdesenvolvidos e emergentes, considerando os fatores políticos, sociais e econômicos que moldam esse processo. Após estas interpretações o professor (a) utiliza o método de aprendizagem por rotação. 33 "Explorando as Revoluções Industriais" Objetivo: Compreender as principais características e impactos das três revoluções industriais. Materiais Necessários: ▪ Recursos multimídia de áudio e vídeo, imagens e apresentações de slides, cartolinas, marcadores e outros materiais de artes para recortes de imagens, gráficos e mapas. ▪ Fichas com perguntas orientadoras para cada rotação Etapas: 1. Divisão em Grupos e Explicação das Rotações: ▪ Divida a turma em grupos de acordo com o número de estações de rotação que você criou. ▪ Explique o conceito de rotações e forneça uma visão geral de como a atividade irá funcionar. 2. Rotação 1: Primeira Revolução Industrial: ▪ Nesta estação, os estudantes exploram a Primeira Revolução Industrial, examinando suas principais características, como a introdução da máquina a vapor, mudanças nas práticas agrícolas e seus impactos na sociedade. 3. Rotação 2: Segunda Revolução Industrial: ▪ Nesta estação, os estudantes exploram a Segunda Revolução Industrial, focando em avanços tecnológicos como eletricidade, linhas de montagem e a produção em massa. Devem discutir o surgimento da indústria pesada e os impactos nas condições de vida do trabalhador. 4. Rotação 3: Terceira Revolução Industrial: ▪ Nesta estação, os estudantes exploram a Terceira Revolução Industrial, concentrando-se em avanços na tecnologia da informação, automação e digitalização. Eles devem discutir como essas mudanças moldaram a economia global e o surgimento da sociedade da informação. 5. Discussão em Grupo: ▪ Após as rotações, reúna a turma para uma discussão abrangente sobre os temas explorados. ▪ Encoraje os estudantes a compararem e contrastar os diferentes aspectos das revoluções industriais. 6. Síntese e Conclusão: ▪ Conclua a aula resumindo os principais pontos abordados em relação às três revoluções industriais. 2º MOMENTO Organização da turma Estudantes dispostos em círculos dentro da sala de aula. Recursos e providências Texto impresso, multimídia de áudio, vídeo, imagem e internet. Neste 2º momento o professor (a) faz a conexão entre a quarta revolução industrial e o desenvolvimento econômico das sociedades modernas, destacando a importância da globalização com os avanços nos meios de transporte e comunicação, da inteligência artificial e das mudanças no modo de produção do trabalho. Utilizando recursos audiovisuais para apresentar imagens contemporâneas, o professor (a) adota uma 34 abordagem metodológica baseada em discussões e diálogos em sala de aula, estimulando os estudantes a participarem ativamente ao discutir avanços tecnológicos atuais, como as novas profissões do século, novas modalidades de trabalho, a influência das redes sociais, o avanço da inteligência artificial, desenvolvimentos no setor de transporte e as nações líderes na produção tecnológica. Para iniciar este procedimento o professor (a) busca desenvolver com os estudantes uma única pergunta. O que é a quarta revolução industrial? Em seguida é entregue para cada estudante o seguinte texto para que eles possam realizar a leitura. Texto: Transformações Tecnológicas e Econômicas da atualidade A quartarevolução industrial representa a convergência de avanços tecnológicos disruptivos que estão redefinindo fundamentalmente a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Esse termo refere-se a uma era de mudanças exponenciais impulsionadas pela interseção de tecnologias digitais, físicas e biológicas. O cerne da quarta revolução industrial reside na fusão de tecnologias entre os mundos físico, digital e biológico. Entre os principais catalisadores dessa revolução estão a Internet das Coisas (IoT), a inteligência artificial (IA), a robótica avançada, a impressão 3D, a nanotecnologia, a computação quântica, a biotecnologia, a armazenagem de dados em nuvem, entre outros. A conectividade global e a interdependência entre diferentes tecnologias estão criando novas oportunidades, desafios e complexidades, exigindo uma reavaliação constante das habilidades necessárias para prosperar nesse novo ambiente. Além de seu impacto econômico, a quarta revolução industrial está moldando questões éticas e sociais complexas relacionadas à privacidade de dados, segurança cibernética, desigualdade econômica e desafios ambientais. Portanto é uma era de mudança radical e inovação sem precedentes, que está alterando as bases fundamentais da sociedade e da economia. Com sua amplitude e profundidade, está impulsionando a humanidade em direção a um futuro cada vez mais interconectado e digitalmente centrado, exigindo uma adaptação contínua e uma compreensão aprofundada de seu potencial transformado. O texto traz complementos sobre a quarta revolução industrial, com isso os estudantes ampliam e aprofundam com novas pesquisas sobre os diferentes aspectos relacionados ao trabalho, educação, saúde, comunicação, meio ambiente e economia. Peça para os estudantes discutirem em conjunto sobre o que eles acham que poderia ser o impacto mais significativo dessas tecnologias. Para encerrar, o professor (a) cria uma tabela no quadro branco, na qual os estudantes coletivamente e em comum acordo anotam suas respostas, justificando verbalmente os impactos positivos ou negativos. 35 36 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA: Competência 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel geopolítico dos Estados-nações. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Fronteira, território e territorialidade: conceito político e jurídico e a noção social de ocupação do espaço. (EM13CHS203) Comparar os significados de território, fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas (civilização/barbárie, nomadismo/ sedentarismo, esclarecimento/obscurantismo, cidade/campo, entre outras). PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Contextualizando os conceitos de território, fronteiras e vazio. A) APRESENTAÇÃO: Nesta aula a proposta para ser trabalhada pelo professor (a) inicia com a utilização de imagens, mapas, textos e vídeos com acesso à internet e equipamento de vídeo e áudio. O professor (a) inicia este planejamento destacando os conceitos chaves (Estado, País, Nação, Governo, Território e Povo), neste momento o professor (a) trabalha com os estudantes a metodologia ativa Brainstorming (Debate e tempestade de ideias). Busca incentivar os estudantes a expressarem livremente suas percepções iniciais sobre esses conceitos e contextualizar sobre exemplos de comunidade, grupos étnicos, nação, países, povoados, povos remanescentes, minorias étnicas. Nessa abordagem o professor (a) pede aos estudantes para elaborarem um mapa conceitual para concluírem os argumentos e ideias desenvolvidas. Para o segundo momento o professor (a) apresenta o estudo através de mapas que possibilita visualizar as mudanças de territórios e fronteiras ao longo do tempo, permitindo discutir as implicações destas mudanças. Na sequência do desenvolvimento da habilidade o professor (a) completa no terceiro momento o ensino sobre o que venha ser o vazio espacial, temporal e cultural e a visão dualista entre cidade e campo, para isto utiliza imagens, vídeos e textos. B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO Organização da turma Grupos Recursos e providências Texto impresso, multimídia de áudio, vídeo imagem e internet. Como introdução inicial o professor (a) exibe o vídeo abaixo para explicar alguns conceitos chaves que serão importantes e complementares para as próximas etapas. Vídeo 01: Estado, país, nação, governo, território e povo/animação. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XKAOb5Xkphc Para contextualizar estes aspectos, o professor (a) desenvolve com os estudantes metodologias ativas para que compreendam os significados de território, fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural). https://www.youtube.com/watch?v=XKAOb5Xkphc 37 Após o vídeo realize uma sessão de brainstorming, onde os estudantes podem listar livremente suas percepções iniciais sobre os conceitos de território, fronteiras, em seguida, solicite que eles criem mapas conceituais para visualizar as conexões entre os conceitos e as visões associadas. Brainstorming (Debate e tempestade de ideias) Inicie a aula com uma breve introdução sobre território e fronteiras. Em seguida, conduza uma sessão de brainstorming, incentivando os estudantes a expressarem livremente suas percepções sobre os conceitos. Encoraje-os a compartilhar ideias, palavras-chave, como comunidade, grupos étnicos, nação, países, povoados, povos remanescentes, minorias étnicas, entre outros. Fomentar a Participação Ativa: Garanta um ambiente para que todos os estudantes se sintam à vontade para contribuir com suas ideias, faça perguntas abertas demonstrando interesse nas respostas. Registro das Ideias: Durante o processo de brainstorming, registre as ideias dos estudantes em um quadro, de modo que todos possam ver e refletir sobre as contribuições uns dos outros. Criação de Mapas Conceituais: Após o brainstorming, peça aos estudantes que criem mapas conceituais para visualizar as conexões entre os conceitos discutidos de território, fronteiras e o vazio conectando-os a ideias relacionadas e exemplos específicos discutidos durante o brainstorming. Síntese e Reflexão Final: Conclua a atividade de Brainstorming e Mapeamento Conceitual com uma síntese das ideias principais discutidas em sala de aula. Incentive os estudantes a refletirem sobre o processo de brainstorming e a criação de mapas conceituais. 38 2º MOMENTO Organização da turma Grupos Recursos e providências Texto impresso, multimídia de áudio, vídeo, imagem e internet. Após as considerações da tempestade de ideias os estudantes passam a desenvolver o estudo através da análise de mapas históricos que representam mudanças nos territórios e fronteiras ao longo do tempo, identificando como essas mudanças refletiram as relações de poder e as percepções culturais nas diferentes sociedades. Relações de Poder na Europa Central após a Queda do Muro de Berlim: Os estudantes podem explorar as mudanças nas relações de poder na Europa Central após a queda do Muro de Berlim. Analisar a dinâmica geopolítica entre os estados e discutir as implicações culturais e econômicas dessas. Imagem 02: Divisão da Alemanha (1945) Fonte: (Wikipedia, [2023]) "Explorando Território e Fronteiras: Passado e Presente" Objetivos de Aprendizagem: ➢ Compreender os conceitos de território e fronteiras nos contextos político, legislativo e cultural. ➢ Discutir as implicações dessas transformações para a compreensão do vazio cultural e territorial. Materiais Necessários: ➢ Mapas históricos representando os tópicos mencionados. ➢ Computador, projetor para exibir os mapas e acesso ainternet. Atividade 1: ➢ Comece a aula introduzindo os conceitos de território e fronteiras nos contexto político e legislativo. 39 Atividade 2: Análise de Mapas. ➢ Divida os estudantes em grupos, atribuindo a cada grupo um dos tópicos de mapas históricos. ➢ Entregue um mapa a cada grupo e peça que analisem as mudanças nas fronteiras. ➢ Solicite que os estudantes identifiquem como essas mudanças refletiram relações de poder. Atividade 3: Discussão em Grupo. ➢ Reúna os grupos e promova uma discussão e devem compartilhar suas descobertas e insights. ➢ Incentive os estudantes a discutirem a compreensão de fronteiras e território e territorialidade Atividade 4: Reflexão Individual e Debate: ➢ Resuma os principais pontos da aula e destaque as dinâmicas de território e fronteiras. 3º MOMENTO Organização da turma Grupos Recursos e providências Texto impresso, multimídia de áudio, vídeo, imagem e internet. Para finalizar o trabalho com a habilidade proposta, o professor (a) desenvolve os conceitos do vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades e as visões dualistas entre a cidade e o campo. A partir da explicação dos conceitos o professor (a) contextualiza através de exemplos do passado aos atuais. A sugestão está em completar esta explicação através da exibição de vídeos sobre os tópicos que a habilidade propõe. O que é o vazio urbano? Os vazios urbanos são espaços dentro do perímetro urbano de uma cidade que não foram construídos e não são consideradas áreas livres. Além das terras vazias, os vazios urbanos incluem edifícios subutilizados, como casas, galpões e edifícios antigos ou deteriorados. Imagem 07: Fábrica abandonada, (EUA) Imagem 08: Bairro Califórnia, BH/MG Fonte: (Archdaily, [2023]) Fonte: (Researchgate, [2021]) Vídeo 02: Vazios Urbanos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5oxrD70MyDM. https://www.youtube.com/watch?v=5oxrD70MyDM 40 O que é o vazio demográfico? O vazio demográfico refere-se a áreas com baixa densidade populacional ou desocupadas, incluindo regiões metropolitanas pouco habitadas e espaços inóspitos, como desertos e geleiras. Imagem 09: Deserto Imagem 10 Cidade Pripyat/Ucrânia Fonte: (Planeta Gaia, [2013]) Fonte: (Wikipédia, [2023]) Vídeo 03: População mundial: concentrações e vazios demográficos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RScF8vqt5jg O que é o vazio temporal? Na geografia, o termo "vazio temporal" refere-se a um conceito relacionado à ocupação humana em determinadas áreas ao longo do tempo. Especificamente, o vazio temporal descreve períodos em que uma área teve uma redução significativa ou ausência de atividade humana. Berlim, Alemanha: A divisão da cidade, Berlim experimentou áreas subutilizadas e abandonadas, especialmente ao longo do Muro de Berlim. Após a queda do Muro em 1989, muitas áreas anteriormente negligenciadas passaram por um renascimento. Imagem 11: Berlim, portão de Brandemburgo Fonte: (DW, [2023]) Vídeo 04: Por que o muro de Berlim foi construído e por que caiu? Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AGQw01AL0Bo https://www.youtube.com/watch?v=RScF8vqt5jg https://www.youtube.com/watch?v=AGQw01AL0Bo 41 O que é o vazio cultural? O conceito de "vazio cultural" na geografia refere-se a regiões ou áreas com pouca ou nenhuma expressão cultural distintiva ou identidade cultural clara. Geralmente, essas áreas apresentam uma falta de patrimônio cultural significativo, instituições culturais e atividades artísticas ou eventos culturais. O vazio cultural pode resultar em uma sensação de perda de identidade e coesão social. Alguns exemplos notáveis de ocorrências de vazio cultural incluem: 1. Regiões rurais ou remotas que experimentam um declínio nas tradições culturais e na atividade artística devido à migração de jovens para áreas urbanas. 2. Comunidades afetadas por conflitos armados ou desastres naturais, onde a destruição do patrimônio cultural e a interrupção das práticas culturais locais levam a um vazio cultural. 3. Momentos de transição política e social, onde a repressão cultural e a censura limitam a liberdade de expressão e levam à supressão da diversidade cultural. Artigo: O vazio da cultura. Joaquim Onésimo F. Barbosa Disponível em: https://www.jesocarneiro.com.br/arte/o-vazio-da-cultura.html Vídeo 05: Escravos da Tecnologia Animação Steve Cutts Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Qx8JIoNOz0Y 4º MOMENTO Organização da turma Grupos Recursos e providências Textos impressos, multimídia, áudio, vídeo, imagem e internet. Ao final, o professor (a) busca explicar e levar a discussão sobre a visão dualista, cidade/campo que normalmente é um tema central nos estudos sociológicos e geográficos para representar contrastantes sobre o desenvolvimento e a organização social. Para esta explicação o professor (a) envolve os estudantes através da metodologia ativa por rotação. No complemento dos textos a sugestão é disponibilizar acesso à internet para que os estudantes possam realizar as pesquisas necessárias sobre o texto e o autor escolhido (a) para o aprendizado. Metodologia Ativa por Rotação: Explorando visões dualistas entre Campo e Cidade. Recursos: Quadro ou flipchart, cópia dos textos, questionários para discussão em grupo, internet. Objetivo: Compreensão abrangente das relações entre a cidade e o campo. Leitura e Análise de Texto: Disponibiliza textos selecionados que apresentam diferentes perspectivas entre cidade e campo. Os estudantes devem fazer anotações sobre as visões apresentadas nos textos, destacando os pontos- chave e as críticas à visão dualista convencional. https://www.jesocarneiro.com.br/arte/o-vazio-da-cultura.html https://www.youtube.com/watch?v=Qx8JIoNOz0Y 42 Estação 1 - Discussão em Grupo: Divida a turma em grupos pequenos e atribua a cada grupo uma pergunta provocativa relacionada à interdependência entre cidade e campo, como: • Como a globalização afetou a interação entre cidade e campo? • Quais os desafios socioeconômicos enfrentados pelas comunidades rurais devido à urbanização? • Quais estereótipos são comumente associados à cidade e ao campo? Estação 2 - Estudo de Caso: Os estudantes deverão analisar os impactos econômicos, sociais e ambientais resultantes da interação entre cidade e campo, identificando tantos desafios quanto às oportunidades. Conclusão: Faça uma recapitulação dos pontos-chaves e enfatize as interações entre cidade e campo. Segue abaixo textos generalizados sobre trabalhos de autores que abordam em seus escritos o desenvolvimento urbano, as transformações espaciais e a importância de ações integradas para a sustentabilidade, considerando as interações entre o campo e a cidade. "O espaço urbano é tanto o produto quanto o motor do desenvolvimento capitalista, criando dinâmicas complexas de desigualdade socioeconômica e segregação espacial. A concentração de capital nas cidades muitas vezes resulta na marginalização das comunidades rurais, exacerbando as disparidades econômicas e sociais dentro e entre os espaços urbanos e rurais." David Harvey. "As comunidades rurais desempenham um papel fundamental na gestão e preservação dos ecossistemas. Sua interação com o meio ambiente é crucial para a resiliência e a sustentabilidade ambiental. Ao considerar o conhecimento e as práticas tradicionais das comunidades rurais, podemos promover abordagens mais eficazes para a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais." Eduardo S. Brondizio. "A relação entre o campo e a cidade é uma parte essencial da resiliência socioecológica.As áreas rurais fornecem alimentos, recursos naturais e serviços ecossistêmicos às áreas urbanas, e as cidades desempenham um papel importante na distribuição e consumo desses recursos. Uma compreensão mais holística da interdependência entre esses espaços é essencial para garantir a sustentabilidade ambiental." Eduardo S. Brondizio. "A análise do desenvolvimento urbano requer uma compreensão aprofundada das interações entre a cidade e o campo. As estratégias de planejamento e políticas públicas devem ser formuladas com base na interdependência desses espaços, promovendo a sustentabilidade ambiental e a justiça social. Uma abordagem integrada é essencial para garantir um futuro equitativo e próspero para as comunidades urbanas e rurais." Maria Kaika. 43 Segue abaixo sugestão de “Estudo de Casos” para as pesquisas dos estudantes através da internet. Vale do Ribeira, São Paulo: é conhecido por sua forte presença de agricultura familiar, com cultivo diversificado e práticas tradicionais de manejo. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1119168/agricultura- familiar-e-mercado-institucional-no-vale-do-ribeira. Região Nordeste, especialmente no interior de estados como Pernambuco e Bahia: Em várias áreas do interior do Nordeste brasileiro, a agricultura familiar desempenha um papel significativo na produção de alimentos e na preservação de práticas culturais locais. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/196557/1/Camponeses-do- Sertao-pag-29-45.pdf. Recife e Zona da Mata de Pernambuco: a região metropolitana de Recife, em Pernambuco, depende significativamente do fornecimento de alimentos e recursos naturais provenientes da Zona da Mata do estado. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2016/04/15/agricultura-familiar-cresce-em- pernambuco. A cidade de Salvador, na Bahia, depende do fornecimento contínuo de produtos agrícolas e recursos naturais provenientes do Recôncavo Baiano. Disponível em: https://revistacultivar.com.br/noticias/salvador-ba-tambem-tem-agricultura- familiar-. https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1119168/agricultura-familiar-e-mercado-institucional-no-vale-do-ribeira https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1119168/agricultura-familiar-e-mercado-institucional-no-vale-do-ribeira https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1119168/agricultura-familiar-e-mercado-institucional-no-vale-do-ribeira https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/196557/1/Camponeses-do-Sertao-pag-29-45.pdf https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/196557/1/Camponeses-do-Sertao-pag-29-45.pdf https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/196557/1/Camponeses-do-Sertao-pag-29-45.pdf https://www.brasildefato.com.br/2016/04/15/agricultura-familiar-cresce-em-pernambuco https://www.brasildefato.com.br/2016/04/15/agricultura-familiar-cresce-em-pernambuco https://www.brasildefato.com.br/2016/04/15/agricultura-familiar-cresce-em-pernambuco https://d.docs.live.net/391ea0e20eea9d8c/Documentos/MAPA%201%20BIMESTRE/MAPA%202024/3%20ANO%20EM/ https://revistacultivar.com.br/noticias/salvador-ba-tambem-tem-agricultura-familiar- https://revistacultivar.com.br/noticias/salvador-ba-tambem-tem-agricultura-familiar- 44 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA: Competência 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel geopolítico dos Estados-nações. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Segregação espacial e cultural no campo e na cidade. (EM13CHS203) Comparar os significados de território, fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas (civilização/barbárie, nomadismo/ sedentarismo, esclarecimento/obscurantismo, cidade/campo, entre outras). PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Segregação social e espacial. A) APRESENTAÇÃO: A segregação espacial e cultural, tanto no campo quanto na cidade, reflete as desigualdades profundamente enraizadas em nossas sociedades. No contexto urbano, a segregação muitas vezes se manifesta através da distribuição desigual de recursos e oportunidades, resultando em bairros ricos e pobres claramente demarcados. Essa divisão, muitas vezes, está enraizada em fatores históricos, como políticas discriminatórias e estruturas econômicas desiguais. No campo, a segregação espacial pode se manifestar através da distribuição desigual de terras e recursos, com grandes latifúndios coexistindo ao lado de pequenas propriedades familiares. Esse fenômeno muitas vezes está relacionado à concentração de poder econômico nas mãos de poucos, contribuindo para a marginalização de comunidades rurais menos favorecidas. Nesta aula o professor (a) inicia com uma aula expositiva relacionada com os tipos de segregação que existem na sociedade contemporânea, citando exemplos e fazendo uso de imagens e vídeos como o recurso de multimídia e internet. O professor (a) promove uma atividade lúdica com os estudantes com o intuito de aprofundar na proposta da habilidade referente ao objeto de conhecimento proposto, incentivando a criatividade e a colaboração e a interatividade social e cultural. B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO Organização da turma Grupos Recursos e providências Texto impresso, multimídia de áudio, vídeo, imagem e internet. Neste primeiro momento, o professor (a) aborda o conceito de segregação cultural e social, destacando exemplos, utilizando imagens com recursos audiovisuais para ilustrar e contextualizar esses aspectos. Segregação social é o procedimento em que grupos são isolados na sociedade devido a características específicas, como raça, classe, religião e gênero. Isolamento pode ser físico, econômico, educacional, resultando geralmente de preconceitos, discriminações e desigualdades sistêmicas. A segregação cultural envolve isolar grupos com base em características étnicas, religiosas ou linguísticas. Pode ocorrer em áreas residenciais, escolas, ambientes de trabalho e até em comunidades 45 inteiras. Originando-se de discriminação e estereótipos, refletindo em desigualdades estruturais. Exemplos: ▪ Segregação Residencial: A formação de bairros predominantemente habitados por grupos étnicos específicos, ou de classe econômica específica. ▪ Segregação de Gênero nas Profissões: Concentração desigual de homens e mulheres em diferentes setores profissionais. ▪ Segregação Educacional: Disparidades na qualidade do ensino e recursos entre escolas frequentadas por diferentes grupos socioeconômicos, perpetuando desigualdades educacionais. Segregação Racial em Mianmar atingiu proporções alarmantes, especialmente a partir de 2017, quando a violência militar resultou em uma fuga massiva da população rohingya para países vizinhos, como Bangladesh. Imagem 01: Família de Rohingyas Fonte: (Veja, 2020) A segregação espacial em grandes centros urbanos com clara divisão entre áreas ricas e periféricas evidencia essa segregação. Bairros que desfrutam de infraestrutura, enquanto áreas periféricas enfrentam carências em serviços básicos. Imagem 02: Rocinha/São Conrado, RJ Imagem 03: Vila Andrade/Morumbi, SP Fonte: (Wikilivros, [2019]) Fonte: (Desigualdades Sociais, [2015]) 46 A segregação de gênero nas profissões refere-se à distribuição desigual de pessoas de identidades de gênero diversas em diferentes campos de trabalho. Estereótipos culturais e discriminação impactam as escolhas profissionais, contribuindo para disparidades salariais e de oportunidades.Imagem 05: Bandeira cores LGBTQIPA+ Imagem 06: Símbolo da Igualdade e gênero Fonte: (Diversity, [2021]) Fonte: (CCISUA, [2022]) Para concluir este primeiro momento o professor (a) apresenta uma atividade lúdica com os estudantes. Estratégia de Aprendizado: "Caminhos da Inclusão" Objetivo: Facilitar a compreensão das complexidades da exclusão cultural e social. Materiais: Papel e canetas coloridas e fitas adesivas, cartões ou etiquetas com características culturais variadas, pequenos objetos simbolizando recursos e oportunidades. Passos: 1. Jogo dos Caminhos: ▪ Desenho de Caminhos: Em grupos, os estudantes desenham caminhos no chão representando a jornada da vida. Cada grupo terá um ponto de partida e um objetivo final. ▪ Características Culturais: Distribua cartões ou etiquetas com diferentes características culturais. ▪ Os estudantes devem escolher uma característica que representa seu personagem no jogo. 2. Simulação de Exclusão: ▪ Barreiras no Caminho: Ao longo dos caminhos desenhados, coloque fitas adesivas representando barreiras físicas e sociais. Alguns grupos podem ter mais obstáculos do que outros, simbolizando a exclusão cultural. 3. Recursos e Oportunidades: ▪ Distribuição de Recursos: Distribua pequenos objetos (representando recursos e oportunidades) de maneira desigual entre os grupos. Isso destaca as disparidades de acesso a oportunidades. 4. Discussão em Grupo: ▪ Reflexão: Após a simulação, os grupos discutem como as barreiras afetaram sua jornada. 5. Construção de Pontes: ▪ Atividade Colaborativa: Cada grupo recebe fitas adesivas adicionais para construir pontes sobre as barreiras. Essas pontes representam a colaboração e a busca por soluções inclusivas. 6. Apresentação e Discussão Final: ▪ Apresentação dos caminhos, destacando as estratégias de superação e inclusão. 47 2º MOMENTO Organização da turma Grupos Recursos e providências Texto impresso, multimídia de áudio, vídeo, imagem e internet. Neste segundo momento o professor (a) explica sobre a segregação espacial no campo que se refere à distribuição desigual de recursos, oportunidades e infraestrutura em áreas rurais, como consequência ocorre a expropriação de terras, mudanças nos padrões de cultivo, deterioração de hábitos tradicionais, avanços tecnológicos desiguais e impactos ambientais desproporcionais. O professor (a) através da exibição de vídeos contextualiza os aspectos abordados. Expropriação dos pequenos produtores e nativos de suas Terras: A expansão da fronteira agrícola, especialmente nas regiões de cerrado e floresta amazônica, frequentemente resulta na expropriação de terras de comunidades tradicionais e indígenas. Expansão agrícola é a principal responsável pelo desmatamento no Cerrado. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=iqEkN6UQofM Mudanças nos Padrões de Cultivo: A monocultura intensiva tem sido associada a mudanças nos padrões de cultivo levando a perda de práticas agrícolas tradicionais, resultando em impactos na diversidade e sustentabilidade ambiental. O papel do pequeno produtor rural na conservação da natureza Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0DW-Tk8cksY Violência e Expulsão do Homem do Campo: Conflitos relacionados à posse de terra podem levar à violência e expulsão de trabalhadores rurais. Disputas territoriais que podem resultar em confrontos violentos e no deslocamento forçado. O Brasil Rural. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VEptKV4CGfY Após fornecer explicações e exemplificar os conceitos relacionados à segregação espacial e cultural do homem do campo, o professor (a) utiliza uma metodologia ativa. https://www.youtube.com/watch?v=iqEkN6UQofM https://www.youtube.com/watch?v=0DW-Tk8cksY https://www.youtube.com/watch?v=VEptKV4CGfY 48 Metodologia Ativa: "Explorando a Cultura Rural por Imagens" Objetivo: Reforçar o entendimento sobre a segregação espacial e cultural do homem do campo. Passos: 1. Contextualização Visual: Introdução através de imagens representando tradições e atividades do homem do campo, tais como colheita, artesanato rural, celebrações locais, entre outros. 2. Discussão em Grupo: Divida os estudantes em grupos pequenos. Cada grupo escolhe uma imagem para análise para identificar elementos culturais sobre como contribuem para a identidade e coesão da comunidade. 3. Elaboração de Textos: Com base na imagem escolhida, cada grupo elabora um texto explicativo destacando a importância do trabalho ou da cultura representada. 4. Apresentações: Cada grupo apresenta sua imagem e o texto elaborado, compartilhando as percepções sobre a relevância da tradição do homem do campo. Durante as apresentações, os estudantes destacam como essas práticas contribuem para a coesão social e a preservação cultural. Exemplos de Imagens para Análise: 1. Colheita Coletiva: − Descrição: Uma imagem que retrata a comunidade participando de uma colheita coletiva. Destaque para a cooperação e tradições associadas a essa prática. − Texto Explicativo: Os estudantes podem elaborar um texto sobre como a colheita coletiva fortalece os laços comunitários, preserva métodos agrícolas tradicionais e representa um evento cultural significativo na vida do homem do campo. 2. Artesanato Regional: − Descrição: Uma imagem que destaca a produção de artesanato típico da região rural. Enfatize os detalhes do artesanato e a conexão com a identidade local. − Texto Explicativo: Os estudantes podem criar um texto que explique como o artesanato regional reflete a riqueza cultural, preserva técnicas artísticas tradicionais e contribui para a sustentabilidade econômica das comunidades rurais. 49 REFERÊNCIAS 3ª DO PLURAL. Humberto Gessinger /Engenheiros Do Hawaii. Álbum: Surfando Karmas & DNA. [2002]. [s.l:.]. Gravadora: Universal Music. Clip. MTV Acústico 01 vídeo 03 min. 05 seg. Publicado pelo canal: Musicalidade. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Q92oNvwJE9Q Acesso em: 03 nov. 2023. A FARÇA do ecologicamente correto, [s.l:.]. [2022]. 01 vídeo (14 min.). Publicado pelo canal: Elementar. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bv5l13BSBVk Acesso em: 01 nov. 2023 A HISTÓRIA das coisas. [s.l:.]. [2007]. 01 vídeo (22 min). Publicado pelo canal: Samira Ettore Cabral. 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Competência 3: Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam a consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): A Proclamação da República no Brasil. A Primeira República no Brasil. A Primeira Guerra Mundial. A Revolução Mexicana. A Revolução Russa. (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros). (EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros). (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: A Primeira República Brasileira: desdobramentos internos e externos. A) APRESENTAÇÃO: Prezado professor (a)! Começamos mais um ano letivo. Esperamos que o presente planejamento para o 1º bimestre lhe auxilie no desenvolvimento do seu trabalho na sala de aula, utilizando as competências e habilidades propostas 55 no CRMG e no Plano de Curso elaborado para o ano de 2024. Você tem autonomia para reorganizar os conteúdos/atividades no seu planejamento conforme a realidade e especificidade da sua turma tendo como objetivo a aprendizagem dos seus estudantes. Este planejamento de História será dividido em 4 momentos. Nele desenvolvemos as habilidades (EM13CHS103), (EM13CHS306) e (EM13CHS202), trazendo o tema: A Primeira República Brasileira e seus desdobramentos internos e externos. O tema será desdobrado nos seguintes objetos de conhecimento/conteúdos: A Proclamação e a Primeira República no Brasil; A Primeira Guerra Mundial; A Revolução Mexicana e a Revolução Russa. Ressalto que o trabalho com os conteúdos propostos poderá ser feito com a parceria dos professores dos quatro componentes curriculares da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, em conjunto ou individualmente, de forma que os estudantes alcancem as aprendizagens esperadas e desejadas para consolidá-las de forma prazerosa e que tenham sentido lógico com a sua vivência na atualidade. O trabalho poderá ser feito também interdisciplinarmente com as outras áreas do conhecimento numa busca de maiores informações e perspectivas de conhecer o novo. Ao trabalhar a habilidade (EM13CHS103), espera-se que os estudantes consigam selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos políticos, com base na sistematização de dados e informações como descrever as principais características do regime republicano implantado no Brasil em 1889, analisando as permanências e rupturas do período. O desenvolvimento da habilidade (EM13CHS306), permite que os estudantes contextualizem, comparem e avaliem os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do mundo e do Brasil em diferentes tempos e espaços. Sendo assim, é preciso que eles compreendam a importância do setor cafeeiro para a economia do Brasil durante a Primeira República e que eles identifiquem os mecanismos de sustentação das oligarquias rurais no comando do país e seus impactos econômicos, sociais e ambientais. É importante que se caracterize o processo de modernização das grandes cidades no período e também os movimentos messiânicos, sociais e políticos ocorridos no período, refletindo sobre o sentido do indivíduo na sociedade, a importância da coletividade e a solidariedade como prática da vida humana. Para desenvolver e consolidar os conteúdos relacionados à Primeira Guerra Mundial, a Revolução Mexicana e Russa, trabalharemos com as habilidades (EM13CHS103) e a (EM13CHS202). Para a consolidação destas habilidades os estudantes deverão ser capazes de compreender o contexto político europeu que levou à eclosão da Primeira Guerra Mundial, contextualizando a relação entre o desenvolvimento tecnológico e a guerra, as mudanças que ela promoveu no cenário europeu, além de serem capazes de refletirsobre o significado dessa guerra e as suas consequências para a Europa e para o mundo. Os estudantes deverão reconhecer que o campesinato foi a base social da Revolução Mexicana e quais foram as principais lideranças das Revoluções Mexicana e Russa e quais propostas eram defendidas por cada uma delas. Deverão também descrever as razões que levaram à queda do czarismo na Rússia, caracterizando as revoluções de Fevereiro e de Outubro. É importante que eles façam a comparação entre a Revolução Mexicana e a Revolução Russa, estabelecendo suas semelhanças e diferenças. Para a consolidação das habilidades propostas neste planejamento e os objetivos de aprendizagens sejam alcançados, os estudantes deverão ser capazes de selecionar, comparar, contextualizar, elaborar hipóteses e analisar de forma crítica e criativa os conteúdos/objetos de conhecimento e atividades desenvolvidas ao longo deste planejamento de forma que as aprendizagens com essas habilidades sejam aprendidas e consolidadas. 56 Os objetos de conhecimento, ”Primeira Guerra Mundial”, “Revolução Mexicana” e “Revolução Russa”, serão abordados no 2º, 3º e 4º momentos deste planejamento. Destaco também que, este planejamento pode ser desmembrado em quantas aulas forem necessárias, de acordo com as especificidades, expectativas e objetivos de aprendizagem das turmas atendidas, conforme o seu planejamento de ensino ou outras conveniências pedagógicas. B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO: A PRIMEIRA REPÚBLICA BRASILEIRA EM SEUS ASPECTOS INTERNOS Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Lousa, dicionários, livros didáticos de história ou outros, textos impressos, imagens, computadores, celular, projetor Multimídia, acesso à internet. Após a acolhida dos estudantes, apresente o tema geral, os objetos de conhecimento a serem trabalhados neste planejamento e os seus objetivos de aprendizagens. Em seguida faça um momento de sensibilização para diagnosticar sobre o conhecimento prévio do tema proposto. Sugiro que faça uma tempestade de ideias com a frase: “Quais os principais fatos internos e externos que marcaram a República Velha?” Espera-se que os estudantes respondam alguns dos fatos sugeridos abaixo e você deverá complementar para enriquecer o momento. Fatos internos Fatos externos ▪ 1ª Constituição do Brasil. ▪ Coronelismo. ▪ Política do Café com Leite. ▪ Voto de Cabresto. ▪ Guerra de Canudos (1893). ▪ Movimento do Cangaço. ▪ Revolta da Vacina (1904). ▪ Revolta da Chibata (1910). ▪ Guerra do Contestado. ▪ Revolta do Forte de Copacabana. ▪ Movimento operário (1917). ▪ Semana de Arte Moderna ▪ Revolta Paulista de 1924. ▪ Coluna Prestes, entre outros. ▪ Primeira Guerra Mundial. ▪ Revolução Mexicana. ▪ Revolução Russa. Retome as causas que levaram ao fim da Monarquia no Brasil, citando os fatores e fragilidades da crise do Império, como a Questão Militar, Questão Republicana, Questão Religiosa e Questão Escravocrata. Fale sobre a propaganda republicana citando a fundação do Partido Republicano e o Manifesto Republicano e suas influências para o fim da Monarquia, o golpe militar de 1889 e a instauração da República. 57 Final do século XIX O governo de D. Pedro II passava por uma grande crise, com muitos desgastes nas relações entre o Estado e suas bases de apoio: ▪ Oposição ao governo imperial por conta do trabalho escravo; ▪ Conflitos entre o Imperador e a Igreja Católica; ▪ Alguns militares não concordavam com o governo de D. Pedro II; ▪ Em 1888, a abolição da escravatura desagradou aos grandes fazendeiros e proprietários de escravos. FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil, 2 ed – São Paulo, 2009 A oposição dos vários setores da sociedade à Monarquia, tornou possível fazer o golpe militar que instaurou a República no Brasil. Os anos de consolidação da República República da Espada ▪ Os militares tiveram bastante influência nos primeiros anos de República. ▪ Marechal Deodoro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto representaram o governo militar na primeira fase da República. República das Oligarquias ▪ A política do país era dirigida por oligarquias agrárias e por representantes civis na presidência. Peça aos estudantes que pesquisem sobre os conceitos de República e Oligarquia. República: é um regime de governo onde o Chefe de Estado e o Chefe de Governo são escolhidos através de eleições diretas ou indiretas. A República surgiu na Grécia Antiga como uma forma de governo para administrar a polis grega. Oligarquia: Governo em que o poder é exercido por um grupo restrito de pessoas, geralmente do mesmo partido, família, classe etc. É importante ressaltar que a Constituição de 1891 instituiu o federalismo, dando autonomia política e econômica aos estados. Dessa forma, eles poderiam, por exemplo, arrecadar impostos de exportação e contrair empréstimos para atender aos seus interesses próprios. Esse fator, reforçou um desequilíbrio político no Brasil nas esferas estaduais, já que o poder se concentrou nas mãos dos grandes proprietários rurais, que eram minoria e também na esfera federal, já que as diretrizes políticas nacionais eram determinadas pelos interesses dos grandes estados brasileiros, que naquele momento era Minas Gerais e São Paulo. 58 Esse desequilíbrio determinou as principais características políticas do Brasil, no período de 1891 a 1930, dentre as quais podemos citar: ● Domínio político nacional dos estados de São Paulo e Minas Gerais (“Política do Café com leite”) que perdurou até 1930. ● Domínio político das oligarquias agrárias, na esfera estadual. ● Domínio político dos coronéis na esfera municipal. ● Ausência de justiça eleitoral, o que facilitava as fraudes nas eleições. ● A população rural, os grupos urbanos, assim como os estados periféricos do Norte, Nordeste e Centro Oeste, não tinham representatividade política. Texto adaptado: Silva, 2023. Explique para os estudantes que a questão social pela qual o Brasil passava naquela época favoreceu o estabelecimento da política Oligárquica. Cite a questão do interior nordestino como a superexploração da mão de obra, a miséria e a fome que eram a realidade do sertanejo. Havia absoluta obediência ao chefe local, materializado na política pela figura do coronel. Trabalhe os conceitos de coronelismo, clientelismo e voto de cabresto. Imagem 1: Voto de cabresto Com a capacidade de exercer grande comando sobre os trabalhadores de suas terras, os coronéis formavam regimes e tributos em suas regiões, estabelecendo impostos cobrados sobre a população. Era também a partir de tal meio de controle que se formavam os traços pelos quais se desenhava toda a realidade da política nacional. Os coronéis, em acordo com os governadores, determinavam em quem seus comandados iriam votar. Como naquela época o voto não era secreto, os trabalhadores tinham medo de desobedecer às ordens dos coronéis com receio de sofrerem punições físicas ou perderem suas fontes de sobrevivência, era o chamado Voto de Cabresto. Desta forma, se dava a exclusão política e o controle dos espaços de representação da sociedade, período marcado por práticas autoritárias e violentas. Fonte: Silva, 2023. Peça aos estudantes que façam uma pesquisa sobre os aspectos econômicos, sociais e políticos da Primeira República no Brasil. Depois de concluída a pesquisa faça uma roda de conversa em sala de aula sobre os temas pesquisados. Coordene a discussão de forma que os estudantes façam uma comparação com os aspectos na Primeira República e com os momentos atuais. 59 Faça perguntas como: • Quais as mudanças e permanências nos três aspectos pesquisados? • Houve avanços ou retrocessos em alguns dos aspectos? • O que os governos atuais precisam fazer para melhorara qualidade de vida das pessoas? • Quais políticas públicas vocês atuais que vocês conhecem? • Quais deram certo? Quais deram errado? • O que vocês sugerem de políticas públicas para melhorar a saúde e a educação no Brasil, em Minas Gerais e na sua localidade? Depois de encerrado o diálogo na roda de conversa, projete ou dê cópias para a turma da síntese sugerida abaixo. Faça uma leitura compartilhada e se necessário explique as dúvidas que surgirem ao longo da leitura. Se você achar pertinente, peça aos estudantes que pesquisem sobre os movimentos sociais ocorridos na Primeira República para um maior aprofundamento e consolidação dos conteúdos. Aspectos econômicos ▪ Um país majoritariamente rural; ▪ Latifúndio; ▪ Café como principal produto da pauta de exportação; ▪ Outros produtos: açúcar, algodão, cacau, borracha; ▪ Incremento da industrialização (Capitais oriundos do café - 1ª Guerra Mundial – 1914 a 1918); ▪ Indústria têxtil e alimentícia; ▪ Principais polos urbanos – Rio de Janeiro e São Paulo. Aspectos sociais ▪ Uma pequena elite formada, majoritariamente, de grandes proprietários; ▪ População majoritariamente rural; ▪ A população negra, seja no campo, seja na cidade, excluída dos princípios básicos da cidadania (trabalho, educação, voto, etc); ▪ Uma população indígena extremamente marginalizada. Ausência da ideia da diversidade. Política de absorção à cultura dominante – Criação do Serviço de Proteção ao Índio - SPI 1910; ▪ Imigração em massa, principalmente, italianos. Crise europeia. Teorias racistas. Tentativa de branqueamento; ▪ Incipiente classe média – profissionais liberais. População urbana; ▪ Ausência de direitos – tanto de trabalhadores urbanos quanto rurais. “A questão social é uma questão de polícia” – Frase símbolo da Primeira República, atribuída ao Presidente Washington Luís. 60 Aspectos políticos ▪ Baixa participação política – não há o voto feminino, analfabetos não votavam. ▪ Prevalência dos mandatários locais – Coronéis; ▪ Clientelismo, voto aberto e fraudes. ▪ Política dos Governadores; ▪ Política do café com leite; ▪ Autonomia estadual – federalismo; ▪ Semana de Arte Moderna: a busca por uma estética nacional; Antropofagia. Imagem 2: Abaporu (Obra de Tarsila do Amaral – 1928) Fonte: (Wikipedia, [2023]) Movimentos sociais: reação a uma sociedade excludente Movimentos Rurais ▪ Canudos. ▪ Contestado. Movimentos Tenentistas ▪ 1922: 18 do Forte de Copacabana. ▪ 1924: Revolta Paulista. ▪ Coluna Prestes. Movimentos Urbanos ▪ Revolta da Vacina. ▪ Revolta da Chibata. ▪ Movimento sindical: Anarcosindicalismo. ▪ Greve Geral de 1917. ▪ Fundação do Partido Comunista em 1922. 61 O fim da Primeira República - 1930 ▪ Mudanças estruturais: crescimento urbano e industrialização. ▪ Contestações sociais: greves e movimentos sociais. ▪ Novos atores na sociedade brasileira– surgimento da classe média e imigrantes. ▪ Crise de 1929. ▪ Ruptura da política do Café com Leite: formação da Aliança Liberal (Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba (Getúlio Vargas e João Pessoa) X São Paulo (Júlio Prestes). Para finalizar e consolidar o tema deste 1º momento, construa junto com a turma um mapa mental. Deixo como exemplo o mapa abaixo. Imagem 3: Mapa Mental Fonte: (Brasil Escola Uol, [2023]) 62 2º MOMENTO: A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918) Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Texto impresso. Imagens. Computador, projetor e internet. Prezado professor (a)! Comece a aula falando dos objetivos propostos para desenvolver o tema, como: analisar a 1ª Guerra Mundial e sua importância para a História contemporânea, além de conhecer os principais fatos e características desse acontecimento histórico. Analisar suas consequências para o mundo, especialmente para o Brasil e refletir sobre o novo papel da mulher no pós-guerra. Questione os estudantes sobre como as populações são afetadas pelas guerras. Fale sobre as guerras atuais como a da Rússia contra a Ucrânia e a de Israel contra o Hamas. Para que os estudantes entendam melhor o conflito entre Israel e o Hamas e suas consequências para o Brasil, leia a reportagem abaixo: O conflito entre Israel e Palestina pode ter impacto nas exportações brasileiras? Disponível em: https://www.prismajr.org/rela%C3%A7%C3%A3o-israel-e-palestina-e-as- exporta%C3%A7%C3%B5es-brasileiras?gclid=CjwKCAiApuCrBhAuEiwA8VJ6JtYkM- EkKUP_GghyGptZw2Tt6idjLCKmKWo_wW4rKjj6vhgnhHkQ2hoCPLsQAvD_BwE. Apresente também o podcast do professor Reginaldo Nasser “O conflito Israel- Palestina até aqui”, sobre origens e desdobramentos do conflito na Faixa de Gaza. Ressalte para a turma o quanto esses conflitos são desgastantes para os povos envolvidos devido a fatores como os racionamentos de comida, água, mortes de milhares de pessoas e destruição de campos e cidades. Mostre para os estudantes que a Primeira Guerra Mundial foi o primeiro combate no qual não bastou apenas a luta dos soldados, assim como acontece nos conflitos atuais, onde pessoas civis são convocadas e mortas nos confrontos. Fale que a tecnologia bélica disponível no início do século XX apresentava um enorme potencial de destruição. Os armamentos eram produzidos em uma escala industrial sem precedentes. Um conflito de proporções globais, como foi a Primeira Guerra, não poderia ter um resultado diferente e trágico, a não ser a devastação, a morte e ferimentos em milhões de pessoas. Apesar do seu fim, o sentimento de paz continuou distante. Para compreender toda a problemática da Primeira Guerra Mundial, vamos começar a estudar os antecedentes que levaram ao conflito. Dê cópias ou projete para os estudantes o texto abaixo. Depois faça a leitura e explique os antecedentes da guerra. Sugiro que busque imagens para ilustrar o período. TEXTO: PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: ANTECEDENTES ( ícone clicável) https://www.prismajr.org/rela%C3%A7%C3%A3o-israel-e-palestina-e-as-exporta%C3%A7%C3%B5es-brasileiras?gclid=CjwKCAiApuCrBhAuEiwA8VJ6JtYkM-EkKUP_GghyGptZw2Tt6idjLCKmKWo_wW4rKjj6vhgnhHkQ2hoCPLsQAvD_BwE https://www.prismajr.org/rela%C3%A7%C3%A3o-israel-e-palestina-e-as-exporta%C3%A7%C3%B5es-brasileiras?gclid=CjwKCAiApuCrBhAuEiwA8VJ6JtYkM-EkKUP_GghyGptZw2Tt6idjLCKmKWo_wW4rKjj6vhgnhHkQ2hoCPLsQAvD_BwE https://www.prismajr.org/rela%C3%A7%C3%A3o-israel-e-palestina-e-as-exporta%C3%A7%C3%B5es-brasileiras?gclid=CjwKCAiApuCrBhAuEiwA8VJ6JtYkM-EkKUP_GghyGptZw2Tt6idjLCKmKWo_wW4rKjj6vhgnhHkQ2hoCPLsQAvD_BwE 63 3º MOMENTO: A REVOLUÇÃO MEXICANA – 1910 Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Textos impressos, caderno, livros didáticos, imagens. Computador, projetor, internet, celular, entre outros. Professor (a), explique para os estudantes os objetivos deste 3º momento, que consiste na compreensão do contexto histórico, político, cultural e social da Revolução Mexicana de 1910. É importante que eles compreendam o caráter indígena e rural envolvidos na revolução, tendo como líderes Emiliano Zapata e Pancho Villa. Ressalte para a turma as diferentes estratégias empreendidas no movimento e o lema da revolução: Terra e Liberdade. Peça aos estudantes que leiam individualmente o texto: A Revolução Mexicana de 1910. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/revolucao-mexicana- 1910.htm. Entregue cópias para os estudantes do texto e peça que façam a leitura. Durante a leitura, é importante que os estudantes anotem no caderno as informações relevantes e os conceitos básicos encontrados no texto. TEXTO: REVOLUÇÃO MEXICANA DE 1910 ( ícone clicável) Depois da leitura e anotações, divida a turma em grupos, e oriente-os a fazer uma segunda leitura do texto, compartilhando entre eles as anotações feitas e osconceitos levantados por cada um, para que elejam coletivamente as informações mais importantes, assim como os conceitos estruturantes para se compreender a Revolução Mexicana. Em seguida, solicite aos estudantes que montem um quadro com os tópicos abaixo e que pesquisem as informações e conteúdos sugeridos: QUADRO: A REVOLUÇÃO MEXICANA ( ícone clicável) Depois da pesquisa e do quadro preenchido, faça uma roda de conversa e proponha uma discussão com a turma sobre o tema da Revolução Mexicana, levantando possíveis curiosidades ou dúvidas dos estudantes. Aproveite o momento para proporcionar um espaço coletivo de ensino e de aprendizagem e consolidar o conteúdo. Para encerrar este 3º momento, proponha uma atividade para casa. Os estudantes deverão fazer a produção de um texto, do gênero Carta, intitulada “carta de um revolucionário”. Oriente a turma que o autor deverá se colocar no papel de um combatente que escreve uma carta em que relata pensamentos, projetos e o cotidiano de luta. Na aula seguinte, peça que cada estudante leia a sua carta para os colegas. Faça as ponderações que achar pertinentes. PARA SABER MAIS... Filme “Que viva o México!” – Sergei Eisenstein – (1931). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0s0nTY9xrvs. Vídeo “O Zapatismo em 15 questões” Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RvfPdIHoYYc. https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/revolucao-mexicana-1910.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/revolucao-mexicana-1910.htm https://www.youtube.com/watch?v=0s0nTY9xrvs https://www.youtube.com/watch?v=RvfPdIHoYYc 64 4º MOMENTO: A REVOLUÇÃO RUSSA - 1917 Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Lousa, livros didáticos, textos impressos, caderno, projetor, imagens de mapas, computador, tablet ou celular com acesso à internet, entre outros. Professor(a), trataremos neste 4º momento da Revolução Russa. O desenvolvimento deste objeto de conhecimento poderá ser feito interdisciplinarmente com a Filosofia e a Sociologia. Vamos desenvolver o tema, dividindo-o em etapas para melhor aproveitamento das aulas. Você poderá desenvolver da forma que melhor lhe convier e que melhor atenda as especificidades das suas turmas. ETAPA 1 Comece retomando com a turma o contexto da eclosão da Primeira Guerra Mundial. Peça aos estudantes que apresentem as características daquele período. Se necessário, consulte em livros ou na internet. Em seguida, inicie a discussão deste momento, estabelecendo o contexto político e social da Rússia czarista. Pergunte aos estudantes qual foi o papel da Rússia na Primeira Guerra Mundial. Lembre-os das razões pelas quais a Rússia saiu da guerra antes de seu término. Espera-se que os estudantes respondam que a saída da Rússia da Guerra se deu por causa do início da Revolução. Se necessário retome o conteúdo com a turma. Faça uma pequena introdução falando para os estudantes sobre a teoria político econômica criada por Karl Marx, no século XIX, o comunismo. Essa teoria prometia uma melhor divisão das riquezas entre as pessoas e que nesse novo modelo de sociedade, todos deveriam ser tratados como iguais. Ressalte que, se o comunismo embalava o sonho de intelectuais e de pessoas desfavorecidas, ele era considerado meramente utópico pelos seus críticos e pelos grandes capitalistas, que temiam perder os seus privilégios. Os sonhos dos comunistas de todo o mundo pareciam estar próximos de se tornar realidade na Rússia do início do século XX, onde os russos deixaram o comodismo de lado e tomaram as ruas do país para questionar a forma de governo autoritária (Czarismo) marcada pelo atraso tecnológico e pela presença de resquícios do feudalismo. Entregue cópias para os estudantes do texto adaptado “Revolução Russa” e peça que façam a leitura em casa e marquem os tópicos que acharem mais importantes do texto. TEXTO: REVOLUÇÃO RUSSA ( ícone clicável) ETAPA 2 Comece essa etapa pedindo aos estudantes que apresentem os pontos de destaque da leitura que fizeram em casa. Partindo das argumentações deles, apresente as razões da queda do regime czarista e a formação do governo provisório baseado em ideais democrático-liberais. Destaca-se o fato de que a manutenção da Rússia na guerra enfraqueceu o novo governo. Comente com a turma que a resposta bolchevique, presente em grande parte nas Teses de Abril, de Lênin, denunciava principalmente a manutenção da Rússia na guerra e a desigualdade fundiária, e propunha a entrega do poder aos sovietes. Essas demandas aproximaram o povo dos bolcheviques. 65 Pergunte aos estudantes qual foi o resultado desse processo. De acordo com as considerações deles, confirme que ocorreu um aumento do poder político dos bolcheviques, enquanto o governo provisório se enfraquecia, apoiado pelos mencheviques. Essa circunstância possibilitou a chamada Revolução de Outubro de 1917, liderada pelos bolcheviques com apoio de grupos sovietes. Apresente as medidas políticas adotadas pelo novo governo, como o confisco de terras da nobreza e da Igreja, a estatização de vários bancos e instituições industriais e o fim dos títulos e privilégios da nobreza. Em seguida, explique que a revolução bolchevique se consolidou, de fato, com a vitória na Guerra Civil Russa, entre 1918 e 1921. Fale da importância da vitória do chamado Exército Vermelho para a instalação do governo socialista na Rússia, nesses primeiros tempos sob liderança de Lênin. Para concluir essa etapa, apresente a conjuntura política da Rússia após a revolução e a formação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1922. Explique o que foi a Nova Política Econômica (NEP) e a estratégia leninista de reorganizar a economia do país, enquanto o Partido Comunista atuava como única liderança política. Peça aos estudantes que façam uma rápida pesquisa na internet, utilizando computadores da escola ou aparelhos celulares com acesso à rede, sobre a noção de “centralismo democrático” e a ideia de “unipartidarismo político”. Se possível, dependendo do tempo, cite exemplos de países que, no contexto contemporâneo, são governados por partido único, como a China, Coreia, Cuba e República Popular Democrática do Laos Para finalizar, projete ou forneça aos estudantes um mapa da Rússia pré-revolucionária e outro da União Soviética para que eles os comparem e possam verificar as mudanças territoriais provocadas pela revolução. Imagem 8: Mapa da Rússia pré-revolucionária Fonte: (A história presente, 2010) Imagem 9: Mapa da União Soviética Fonte: (Toda Matéria, 2023) 66 Monte com os estudantes as etapas do processo revolucionário na lousa, como no exemplo. ▪ Revolução de Fevereiro de 1917: − pobreza e fome por conta da participação do país na Primeira Guerra Mundial; − protestos da população; − alianças dos grupos opositores ao czar; − instalação de um governo provisório; − manutenção da Rússia na guerra; − aliança entre bolcheviques e sovietes a partir das Teses de Abril, de Lênin. ▪ Revolução de Outubro de 1917: − derrubada do governo soviético pelos bolcheviques, com apoio dos sovietes, e instalação de um regime socialista; − estatização dos meios de produção; − afastamento da Igreja do poder; − fim dos privilégios da nobreza. ▪ Guerra Civil (1918-1921): − vitória do Exército Vermelho e consolidação da Revolução Bolchevique. ▪ Formação da URSS (1922): − reorganização econômica do país (NEP) e liderança política única (Partido Comunista); − configuração territorial da URSS. ETAPA 3 Para finalizar o 4º momento, apresente rapidamente o cenário político na União Soviética imediatamente após a morte de Lênin, especialmente tratando da disputa entre o projeto internacionalista trotskista e o projeto localista stalinista, com vitóriapolítica deste. Destaque para os estudantes o fato de que, apesar da vitória do projeto localista, grande parte da mobilização internacional de trabalhadores e dos comunistas passou a ter como objetivo instaurar uma revolução seguindo o modelo russo e implantar um sistema de governo com base no soviético. Esse ideário também afetou governos contrários à ideologia socialista a radicalizar suas políticas para “evitar” que ocorresse em seus países o que tinha se passado na Rússia. Em seguida, organize os estudantes em três grupos. Cada grupo deverá produzir um relatório em tópicos, de acordo com o modelo apresentado na lousa nas aulas anteriores, sobre um dos temas a seguir, associados ao governo de Stálin: ▪ crise geral da NEP na virada para a década de 1930; ▪ coletivização de terras e planos quinquenais; ▪ grande expurgo aos opositores de Stalin. Oriente os estudantes na realização do trabalho. Fale que eles poderão utilizar o material didático disponível na escola e realizar pesquisas na internet. Se achar necessário, apresente a eles os referenciais para a realização de pesquisa na internet. Cada grupo terá 5 minutos para ler os tópicos de seu relatório. Anote na lousa cada um deles e, ao final, 67 debata com os estudantes questões relativas à ideia de “culto de personalidade” e à utilização pelo governo stalinista da propaganda como instrumento de dominação política, uma vez que Stálin tentou reconstruir a história da Revolução Russa para atender a seus interesses políticos e conseguiu controlar a narrativa oficial sobre os acontecimentos pesquisados pelos estudantes e apresentados em seus relatórios. Peça para a turma que, no debate/socialização, discutam a utilização da história como ferramenta de interesse político e a necessidade de conhecer diversas versões sobre os fatos para não ser manipulado. Ao produzir os relatórios sobre o período stalinista e debater aspectos como relações de poder, mudanças e manutenções de estruturas políticas e sociais, questionando e argumentando sobre documentos, interpretações e contextos históricos específicos, a atividade final contribui para que os alunos desenvolvam as Competências Específicas de História no 1 e no 3. PARA SABER MAIS... Teste-quiz: O que você sabe sobre a Primeira República do Brasil? Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues. Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/teste-quiz-republica-velha/. Dicas de filmes: “Sobreviventes: filhos da Guerra de Canudos” Direção: Paulo Fontenelle. País: Brasil. Ano: 2004. Duração: 78 minutos. O documentário reconstrói, por meio de depoimentos dos filhos de alguns sobreviventes da Guerra, a história do Arraial de Canudos. Entre os muitos relatos recolhidos, há uma interessante entrevista com Antônio de Isabel, único homem vivo que conheceu Antônio Conselheiro. Além da narrativa envolvente, o documentário conta ainda com uma excelente pesquisa histórica. Sugestão de 23 filmes sobre a Primeira República. Disponível em:https://ensinarhistoria.com.br/23-filmes-sobre-a-republica-velha-1889-a-1930/. https://ensinarhistoria.com.br/23-filmes-sobre-a-republica-velha-1889-a-1930/ 68 ANEXO TEXTO: PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: ANTECEDENTES Primeira Guerra Mundial: antecedentes ▪ Belle Époque: período marcado, na Europa e EUA, pelo otimismo, pela intensificação da vida urbana, por inovações nas artes e nas ciências, no transporte e nas comunicações. ▪ Imperialismo: busca por mercados e matérias primas; discurso sobre superioridade branca/ocidental; disputas por territórios. Mapa Domínios europeus no continente africano entre os séculos XIX e XX ▪ Política de Alianças: as disputas e tensões no continente europeu fizeram com que buscasse alianças para se protegerem frente aos seus possíveis adversários. No decorrer da Guerra vão ocorrer alterações nessas alianças ▪ Paz Armada: À medida que as tensões cresciam, as nações investiram mais na produção e no aperfeiçoamento de armas cada vez mais letais. Países que compuseram a Tríplice Aliança e Tríplice Entente na primeira Guerra As tensões nos Balcãs e o estopim da I Guerra ▪ A região dos Balcãs combinava uma série de tensões nacionalistas, associada a interesses do Império Austro-Húngaro, Russo e Turco-Otomano. ▪ O assassinato do herdeiro do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, foi o estopim para a I Guerra Mundial. F o n te : (C u rs o E n e m G ra tu it o , 2 0 2 3 ) F o n te : (I n fo e n e m , 2 0 1 7 ) 69 1ª Guerra Mundial: o conflito ▪ A Política de Alianças transformou um conflito local em uma Guerra Continental (Julho e Agosto/1914); ▪ Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia; ▪ Rússia declara guerra ao Império Austro-Húngaro; ▪ A Alemanha declara guerra à Rússia e à França; ▪ Para atacar a França, a Alemanha invade a Bélgica; ▪ A Inglaterra declara guerra à Alemanha. ▪ 1ª Fase da Guerra: chamada de Guerra de Movimento – Invasão da França e batalhas na frente oriental; ▪ Patriotismo e otimismo: a crença em um conflito rápido. Guerra de trincheiras (1915-1917) ▪ Equilíbrio de forças na frente ocidental; ▪ Guerra de trincheiras: poucos avanços e muitas mortes; ▪ Derrotas russas na frente oriental; ▪ Uma guerra disputada nos campos de batalha e na economia; ▪ O otimismo dá lugar à tragédia. Primeira Guerra Mundial De cima para baixo, da esquerda para a direita: trincheiras na Frente Ocidental, avião bi-planador Albatros D.III, Tanque britânico Mark I cruza uma trincheira, metralhadora comandada por um soldado usando máscara contra gases e o fundamento do navio de guerra HMS Irresistible após bater em mina. F o n te : (W ik ip e d ia , 2 0 2 3 ) 70 O conflito em 1917 e 1918 ▪ 1917 – Entrada dos EUA na Guerra – rompimento do equilíbrio; ▪ 1917 – Revolução Russa; ▪ 1918 - Rússia sai da Guerra; ▪ 1918 – Rendição Alemã. Algumas consequências do conflito ▪ Perdas humanas em uma escala inédita (+ de 20 milhões de perdas); ▪ Alemanha é declarada culpada pela Guerra (Tratado de Versalhes); ▪ Reconfiguração do mapa europeu: Fim dos Impérios Centrais; ▪ A Revolução Russa; ▪ O fortalecimento dos EUA; ▪ Crise econômica na Europa, especialmente na Alemanha; ▪ Nova inserção das mulheres no mercado de trabalho e a reivindicação por direitos (O movimento sufragista). Os tratados do pós-Primeira Guerra "A rendição alemã e a assinatura do Tratado dos “Catorze Pontos para a Paz” ou os 14 pontos de Wilson não selaram definitivamente as questões abertas com o conflito da Primeira Guerra. Algumas potências ainda buscavam um tratamento mais rigoroso às nações derrotadas na guerra, principalmente a Alemanha. Por isso, em 28 de junho de 1919, as principais nações vencedoras do conflito reuniram-se no Palácio de Versalhes, em Paris, para novas negociações de paz. Preocupados com a possibilidade de outra desgastante guerra, os Estados Unidos pleitearam a criação da Sociedade das Nações. Esse órgão teria caráter internacional e deveria julgar as tensões militares na esfera internacional. Por outro lado, França e Inglaterra queriam proteger seus interesses econômicos à custa dos povos vencidos. Os ingleses exigiam o controle sobre as colônias e rotas marítimas alemãs. Já a França pleiteava a reconquista da região da Alsácia-Lorena e o pagamento de indenização pela Alemanha." "Depois das negociações, o Tratado de Versalhes previa os benefícios e punições a cada um dos lados envolvidos na guerra. A Polônia foi colocada como um Estado independente e livre do anterior domínio russo. A França conseguiu reaver a região da Alsácia-Lorena. As colônias alemãs na África foram divididas entre ingleses, belgas e franceses. As colônias alemãs no Pacífico foramentregues ao domínio do Japão e da Inglaterra." (Veja mais sobre "Os tratados do pós-Primeira Guerra" em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/os-tratados-do-pos- primeira-guerra.htm). Os reflexos da Guerra A Primeira Guerra Mundial provocou alterações significativas no panorama político-social mundial, e seus reflexos extrapolaram os prejuízos e mortes causados pelas batalhas. Os países europeus perderam o domínio sobre a economia mundial, dando espaço para os Estados Unidos, surgindo, portanto, uma nova potência. A influência cultural europeia sobre o resto do mundo também foi reduzida e os valores do eurocentrismo passaram a ser questionados. Razão, progresso e valorização da ciência foram colocados em dúvida depois de terem colaborado para uma Guerra tão destrutiva. 71 No campo social, uma mudança importante também ocorreu. A Guerra matou aproximadamente 10 milhões de pessoas, a maioria homens entre 19 e 40 anos de idade. Esse fato fez com que se tornasse necessária ainda durante o conflito, a substituição da mão de obra masculina nas frentes de trabalho. As mulheres entraram de vez no mundo das fábricas, e, com o fim da Guerra, essa situação não se alterou. O papel feminino deixou de ser o de dona de casa e, com isso, novas necessidades surgiram. O movimento feminista também ganhou força na busca por direitos. Nos Estados Unidos, na Inglaterra e em outros países, surgiram as sufragistas, que lutavam, pelo direito ao voto da mulher. (Texto adaptado do Sistema de Ensino Bernoulli-Livro 2-Volume 1- História-9º ano-pág.22) E o Brasil? Como ficou durante e depois da 1ª Guerra? ▪ O Brasil declara guerra à Alemanha, mas não chega a participar diretamente do conflito; ▪ A Guerra incentiva a substituição de importações (industrialização); ▪ Fortalecimento das lutas sindicais (greve de 1917 e fundação do Partido Comunista em 1922); ▪ As mulheres lutam nas fábricas por melhores condições de trabalho e na política pelo direito de voto 1932/1934 – A conquista do direito ao voto. Mulheres: exclusão, lutas e conquistas ▪ As condições das mulheres no Brasil das primeiras décadas do Século XX: negação da cidadania; ▪ Lutas por direitos sociais e políticos: redução da jornada; igualdade na remuneração e direito ao voto; ▪ Década de 30: a conquista do voto e a longa batalha pelo reconhecimento. Carlota Pereira de Queiroz, a única mulher da Assembleia Constituinte de 1934 Fo n te : (W ik ip e d ia , 2 0 2 3 ) 72 TEXTO: REVOLUÇÃO MEXICANA DE 1910 Revolução Mexicana de 1910 No ano de 1910, o México se encontrava sob a liderança política de Porfírio Díaz, que havia implantado a ditadura no México no ano de 1876 a 1880 e de 1884 a 1911, permanecendo mais de trinta anos no poder. Durante a ditadura porfirista, prevaleceram as grandes propriedades de terra e a ausência de liberdades democráticas. Porfírio Díaz conduziu a classe latifundiária a assumir as ideias da burguesia norte-americana e europeia, negando todas as tradições indígenas mexicanas. A política de José Porfírio visou valorizar a entrada de capital estrangeiro para explorar os recursos minerais e vegetais e para fabricar produtos de exportação. A Revolução Mexicana teve como luta emblemática a busca pela revalorização da cultura indígena e a reforma agrária, ou seja, a distribuição de terras entre os camponeses. Essa necessidade de terras gerou o início da revolução que tinha como lema “Tierra y Libertad”. A desapropriação das terras camponesas se iniciou no período colonial (pelos colonos espanhóis) e continuou no século XIX (com os latifundiários). A situação se agravou na ditadura de Porfírio, culminando no ódio dos camponeses que viviam explorados. As pressões da população, da igreja e de uma elite que fazia oposição aumentaram. Não tendo mais saída, Porfírio Díaz renunciou. Após a renúncia de Porfírio, Francisco Madero, que era integrante de uma elite que fazia oposição ao governo anterior, assumiu o poder no México. Madero conquistou a população mexicana com promessas de reformas sociais que iriam diminuir a exclusão social – cerca de aproximadamente 70% da população mexicana era analfabeta. Com o passar do tempo, o novo governo não cumpriu com suas promessas, o que foi gerando insatisfação entre os camponeses que reivindicavam a posse da terra por meio da reforma agrária. Dois camponeses se destacaram na oposição ao governo de Madero: Emiliano Zapata e Francisco ‘Pancho Villa’ (líderes revolucionários camponeses). Emiliano Zapata se opôs a vários governos sucessivos no México: primeiro, o governo de Madero; depois, o governo de Victoriano Huerta; e, por último, o governo de Venustiano Carranza. Zapata acusou Carranza de não cumprimento da reforma agrária, tão reivindicada pelos camponeses. No ano de 1911, lançou o Plano de Ayala, que reivindicava a reforma agrária mexicana. O documento se tornou um referencial para a luta pela terra na América Latina. Villa e principalmente Zapata, além da reforma agrária, tinham como meta o retorno às origens (uma revalorização da identidade indígena mexicana). Eles contestavam a transformação dos latifúndios em fazendas modernas (agroindústrias) e queriam a volta do antigo sistema indígena de comunidades coletivas (ejidos). No ano de 1913, Francisco Madero foi assassinado a mando de Victoriano Huerta, que instalou novamente a ditadura no México. O retorno à ditadura levou Villa ao norte, e Zapata ao sul, visando a organização de novos movimentos revolucionários contra as tropas federais. Com o aumento das pressões populares, Huerta renunciou em 1914, assumindo o poder em seu lugar, por indicação, Venustiano Carranza, apoiado pelos Estados Unidos. Uma nova Constituição foi promulgada no México no ano de 1917, o que levou Carranza às eleições presidenciais, sendo eleito presidente. Esse fato desagradou bastante as camadas populares e os camponeses, que continuaram os conflitos contra o governo central. Entretanto, depois da morte de Zapata, em 1919, e de Villa, em 1923, o movimento revolucionário perdeu força, abrindo as portas para a entrada do liberalismo com o apoio da elite proprietária de terras. Fonte: Carvalho, 2023. Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/revolucao- mexicana-1910.htm. 73 QUADRO: A REVOLUÇÃO MEXICANA A REVOLUÇÃO MEXICANA 1. Contexto político, econômico e social do México e do mundo entre finais do século XIX e início do XX. 2. Descrição da ditadura porfirista (Porfírio Díaz). 3. Descrição da dicotomia: prospe- ridade econômica X miséria; cres- cimento econômico e insatisfação social. 4. Descrição das diferentes estra- tégias revolucionárias: no norte e no sul. 5. Descrição dos princípios da revo- lução: terra e liberdade. 6. Descrição e síntese da Revolu- ção Mexicana. 7. Curiosidades e imagens das per- sonalidades erevolução. 74 TEXTO: REVOLUÇÃO RUSSA Revolução Russa No século XIX, a Rússia juntamente com a Inglaterra, França, Alemanha e a Áustria, era uma das maiores potências europeias. Porém, enquanto os outros países cresciam, faziam reformas e se industrializavam, a Rússia não se modernizava. A Rússia era considerada um país atrasado em relação aos demais. Sua economia baseava-se na agricultura. Os servos trabalhavam, mas os senhores feudais não tinham o menor interesse de modernizar as plantações. O país era governado pelo Czar (Imperador), que tinha poder absoluto, ou seja, todos estavam submetidos a ele, inclusive a Igreja Católica Ortodoxa. Entre os anos de 1854 e 1856, a Rússia entrou em guerra com a Inglaterra, França e Turquia (Guerra da Criméia), mas foi derrotada justamente por causa do atraso em que se encontrava o país. Então, o czar Alexandre II tomou algumas providências: - Aboliua servidão, vendeu terras aos camponeses e mandou ocupar novas áreas agrícolas. Tudo isso trouxe benefícios para o país que cresceu e se tornou exportador de grãos, além de ter favorecido o aumento da população. Esse aumento trouxe algumas consequências graves, como por exemplo, a dificuldade de encontrar emprego e a baixa produtividade agrícola gerando fome e revolta. A saída encontrada pelo governo foi estimular um programa de industrialização. O programa permitiu que muitos estrangeiros fossem para a Rússia e várias fábricas foram implantadas entre os anos de 1880/1900 e com isso a Rússia apresentou as maiores taxas de crescimento industrial. Enquanto o país se modernizava o absolutismo continuava intacto e isso causava descontentamento entre a população que se unia cada vez mais. Em 1904 a Rússia se envolveu em uma guerra contra o Japão. Este conflito desorganizou a economia piorando a situação dos operários e camponeses. A humilhação da derrota acirrou os ânimos contra o czar. No ano seguinte, os habitantes saíram em uma passeata a fim de entregar um abaixo-assinado ao Imperador pedindo melhorias nas condições de vida e a instalação de um parlamento. O czar respondeu com um massacre promovido por suas tropas, aumentando ainda mais a revolta do povo. Apesar de tudo, ele fez algumas concessões e dentre elas estava a instalação do parlamento (Duma). Entre os anos de 1907 e 1914, a Rússia voltou a ter uma aparente tranquilidade, pois houve uma alta no crescimento industrial e os camponeses ganharam terras. Grande parte da oposição era socialista e se baseava nas ideias de Karl Marx. Eles acreditavam que todos os problemas do país só acabariam se o capitalismo fosse abolido e o comunismo fosse implantado. Os comunistas se dividiam em dois grupos: Bolcheviques e Mencheviques. - Bolcheviques: queriam derrubar o czarismo pela força e eram liderados por Lênin. - Mencheviques: propunham a implantação do socialismo através de reformas moderadas. Com o advento da Primeira Grande Guerra (1914) o povo russo se sentiu na obrigação de lutar, porém o combate trouxe algumas consequências como: desorganização da economia; fome, pobreza 75 e racionamento; saques, passeatas e protestos contra o czar e enfim, a renúncia do czar em 1917 diante da pressão popular. A deposição do Imperador não trouxe tranquilidade aos russos, pelo contrário, o conflito passou a se dar entre os elementos da oposição. Com a derrubada do czar, o governo provisório (cujos membros se identificavam com os interesses da burguesia russa) assumiu o poder. Esse governo adotou algumas medidas, como: anistia para presos políticos; liberdade de imprensa e a redução da jornada de trabalho para 8h. Estas medidas agradaram à burguesia, mas os camponeses (queriam terras) e operários (queriam melhores salários) não gostaram. Os bolcheviques, aos poucos, se tornaram os porta-vozes de todas essas reivindicações. Os sovietes eram organizações políticas que nasceram no seio das camadas populares e representavam os interesses dos trabalhadores. Assim, havia os sovietes de operários, de camponeses e de soldados. Expressavam uma forma de poder popular em oposição ao governo provisório e se tornaram decisivos nos rumos políticos do país. Alguns grupos viam nos bolcheviques a solução pra diversos problemas. Lênin apoiado pelos sovietes e por uma milícia popular conquista a capital obrigando o governo provisório a renunciar e assumindo o governo em 1917. Eles acreditavam que só o comunismo poderia trazer felicidade para os russos. No poder, eles tentaram realizar e criar uma sociedade onde todos fossem iguais e livres. Para realizar esse sonho, foram tomadas várias medidas: - As terras da Igreja, nobreza e burguesia foram desapropriadas e distribuídas aos camponeses; - Quase tudo se tornou propriedade do estado (fábricas, lojas, diversões, bancos, entre outros). A ideia dessas medidas era criar igualdade entre os homens, pois, segundo o Marxismo, sem propriedade não haveria exploradores e explorados. Várias foram as dificuldades que surgiram durante o governo e o novo regime se tornava mais autoritário, distanciando cada vez mais o sonho de criar uma sociedade onde todos fossem livres e iguais. Em 1921, foi permitido ao povo a abertura de pequenos negócios, pois a sociedade precisava ser estimulada. Os camponeses voltaram a produzir para vender no mercado e as grandes empresas estatais passaram a considerar as necessidades de consumo do povo. Esta série de medidas ficou conhecida como Nova Política Econômica (NEP) e teve resultados satisfatórios no campo econômico, porém no campo social não foi tão bom assim. No campo, surgiram camponeses ricos que pagavam um salário para outros camponeses. Para os comunistas essa atitude representava a volta da exploração capitalista. Nas cidades, os grandes empresários lucravam com essa nova economia e isso fortaleceu o aumento das desigualdades sociais. Em termos políticos, o poder ficou nas mãos do Partido Comunista. Outros partidos (inclusive os demais partidos comunistas) e os sindicatos foram proibidos de funcionar. Após a morte de Lênin, Trotsky (chefe do exército) e Stálin foram os dois líderes que disputaram o poder. Stálin saiu vencedor. 76 Decidido a industrializar o país, ele só podia contar com dinheiro que vinha da agricultura, já que não podia fazer empréstimos internacionais por causa da pobreza em que o país se encontrava. Para aumentar a produtividade, foram criadas as fazendas coletivas e muitos camponeses foram obrigados a entregar o gado e as terras ao estado para trabalharem (contra a vontade) nestas fazendas. Nas fábricas, os operários foram proibidos, sob ameaça de morte, de fazer greve ou mudar de emprego. Apesar disso, as metas de Stálin foram alcançadas e a União Soviética passou por um processo de modernização e industrialização. Porém, o totalitarismo implantado por Stalin na URSS mantinha um rígido controle sobre a imprensa e a cultura em geral. Texto adaptado: Gomes. 2023. Info Escola. Disponível em: https://www.infoescola.com/historia/revolucao-russa/. https://www.infoescola.com/historia/revolucao-russa/ 77 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA: Competência 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica. Competência 6: Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Crise de 1929 e a ascensão do totalitarismo. (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros). (EM13CHS602) Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na sociedade atual.PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: A Crise de 1929 e a ascensão dos Regimes Totalitários. A) APRESENTAÇÃO: Professor (a), este planejamento tem o objetivo de auxiliar o estudante a compreender e analisar o impacto da crise econômica de 1929 sobre a economia e o agravamento dos problemas sociais, como o aumento da pobreza entre os norte-americanos. O estudante conhecerá os motivos para o surgimento da crise, as soluções encontradas pelo governo estadunidense para recuperar a economia do país e a importância desse evento para o fortalecimento dos regimes totalitários na Itália e na Alemanha. Ao final eles deverão compreender as causas e consequências da crise econômica de 1929, além de relacionar as dinâmicas e crises do capitalismo com as duas grandes guerras mundiais. A consolidação da habilidade (EM13CHS103) prevê que o estudante seja capaz de selecionar evidências para elaborar hipóteses e compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas. No que se refere especificamente ao contexto da crise de 1929, eles precisam ser capazes de relacionar o contexto econômico e político do início do século XX com a eclosão da crise, além de caracterizar o cenário sociopolítico que deu origem aos Estados totalitários na Itália e na Alemanha no início do século XX. Eles deverão compreender criticamente a transformação do capitalismo a partir das transformações da sociedade urbano-industrial selecionando evidências para elaborar hipóteses e argumentos relativos aos problemas sociais como desigualdade de renda e outras questões sociais da contemporaneidade. É necessário também que eles saibam diferenciar opinião e senso comum para reconhecer o que é e o 78 que não é uma fake News. A proposta do trabalho com a habilidade (EM13CHS602) é que o estudante identifique e caracterize o paternalismo, o autoritarismo e o populismo na política, na sociedade e na cultura brasileira em períodos ditatoriais e democráticos. O objetivo é que os estudantes possam compreender os efeitos (consequências) políticos, econômicos e sociais sofridos pelo Brasil a partir do desencadeamento da crise econômica de 1929, especialmente no que concerne aos problemas enfrentados pelo setor cafeeiro, principal base da economia brasileira até aquele momento. Neste sentido, você professor (a), deve se colocar como um intermediário do processo de aprendizagem, mediando a construção do conhecimento histórico em sala de aula, fornecendo os subsídios necessários, para que os estudantes consigam refletir criticamente com base nas fontes históricas e seu conhecimento prévio sobre o assunto (consciência histórica), de modo que consigam compreender de que modo a economia brasileira foi afetada nas esferas política e social, especialmente porque a base econômica da sociedade era movida pelo processo produtivo e comercial do café. Ressalto que as habilidades aqui trabalhadas deverão ser desenvolvidas ao longo de todo o ano, pois nestes planejamentos elas não serão contempladas em sua totalidade. Este planejamento será dividido em dois momentos. Bom trabalho! B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO: A CRISE DE 1929 E A ASCENSÃO DO TOTALITARISMO Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Texto impresso, livro(s), caderno, projetor, computador, tablet ou celular com acesso à internet, imagens. Professor(a), para um melhor desenvolvimento e compreensão dos objetos de conhecimento, este 1º momento deste planejamento será dividido em quatro etapas. Ressalto que as etapas poderão ser aplicadas na totalidade ou modificadas/ajustadas conforme o seu planejamento ou conveniência pedagógica das suas turmas, utilizando o número de aulas necessárias para o desenvolvimento do objeto de conhecimento. O objetivo deste 1º momento é abordar o funcionamento geral dos Estados totalitários do século passado, assim como os mecanismos de abuso de poder que seus líderes utilizavam para suprimir dissidentes e se manter no poder. Durante o seu desenvolvimento vamos estabelecer diálogo com a realidade contemporânea, em vista da crescente emergência de movimentos que se associam com a ideologia fascista. ETAPA 1 Inicie esta etapa pedindo aos estudantes que procurem no dicionário ou na internet o significado da palavra “intolerância”. Em seguida, faça uma discussão com a turma sobre o conceito de intolerância, relacionando-o aos chamados Estados totalitários. Organize os estudantes em grupos de até quatro integrantes e solicite a eles que pesquisem notícias e relatos sobre casos de preconceito e violência dirigidos a grupos historicamente marginalizados, como os 79 negros, indígenas, mulheres, pessoas LGBTQIAP+ e imigrantes. Cada grupo deve debater as notícias e relatos encontrados, pensando em ações importantes para diminuir ou impedir essas ações violentas e/ou preconceituosas. É provável que a maioria dos estudantes traga casos ocorridos no Brasil para a discussão. Se for o caso, apresente reportagens que exemplifiquem a xenofobia e a islamofobia na Europa e no Ocidente como um todo. Ressalte que na última década, três crises migratórias foram sobressalentes: a dos haitianos a partir de 2010; a dos sírios a partir de 2015; a dos venezuelanos a partir de 2018. Após o debate, os grupos devem apresentar suas conclusões para os demais colegas, ouvindo e discutindo o que os outros grupos produziram. Faça a mediação do debate, servindo como ponto de apoio para as discussões. Paralelamente, procure resgatar os conhecimentos prévios dos estudantes, especialmente sobre o contexto da virada do século XIX para o XX e o panorama político e econômico do Ocidente: a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa e os problemas políticos, econômicos e sociais nesse período. É importante que os estudantes estejam cientes do intenso impacto causado pela Primeira Guerra Mundial, que deixou a maior parte da economia europeia fragilizada, mas alçou os Estados Unidos como grande potência industrial. Feche a discussão mostrando que esse contexto criou um cenário no qual grupos políticos que defendiam um nacionalismo radical e a eliminação de grupos rivais ganharam força, especialmente nos países derrotados na Primeira Guerra Mundial ou fragilizados após o conflito, iniciando-se uma onda de intolerância e perseguição nos anos seguintes. Depois da sua explanação, pergunte para a turma: • Como evitar acontecimentos como esses no contexto atual, onde presenciamos duas guerras que afetam milhares de pessoas na Europa e no Oriente Médio? • Podemos lutar contra a intolerância e o desrespeito às diferenças? Cite exemplos de ações que podemos tomar para combater a intolerância e o desrespeito entre as pessoas, nações e cidades. • De que forma, nós cidadãos podemos atuar neste momento de tensões e guerras para ajudarmos o próximo, mesmo estando distante? Não há respostas prontas para essas perguntas. O objetivo é promover nos estudantes a reflexão e exercitar, como sugerido no CRMG e na BNCC, a empatia, o diálogo e o respeito às diferenças, com a intenção de torná-los sujeitos autônomos, críticos e capazes de dialogar sobre os temas presentes na contemporaneidade à luz dos acontecimentos passados. Como tarefa de casa, solicite a leitura dos textos abaixo que serão utilizados nas atividades propostas para os estudantes. TEXTO: AMERICAN WAY OF LIFE ( ícone clicável) CRISE DE 1929 ( ícone clicável) TEXTO: O QUE FOI O NEW DEAL ( ícone clicável) 80 ETAPA 2 Comece essa etapa fazendo uma contextualização dos anos 1920. Ressalte para a turma a questão do crescimento econômico acelerado nos Estados Unidos e a impressão generalizada de prosperidade financeira para o povo americano. (o período ficou conhecidocomo “loucos anos 20”). Explique que o resultado da rápida industrialização foi um boom de superprodução e a consequente desvalorização dos manufaturados, causando uma crise deflacionária. Esse fator, associado à especulação no mercado de ações, que supervalorizava papéis de indústrias que não tinham lucro ou estavam à beira da falência, causou a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929. Para a consolidação do tema, peça para a turma que cite os tópicos que mais chamaram a atenção deles na leitura dos textos que fizeram em casa. Se achar necessário, anote na lousa os tópicos citados e vá fazendo a contextualização dos mesmos. Segue alguns exemplos: − otimismo econômico após a Primeira Guerra Mundial nos Estados Unidos (“loucos anos 20”); − superprodução industrial; − desvalorização generalizada de produtos; − crise deflacionária; − quebra da Bolsa de Valores de Nova York. − salários estagnados; − desemprego; − New Deal, entre outros. Explique que a depressão generalizada não afetou somente os Estados Unidos, mas também a América Latina e grande parte da Europa Ocidental, que tinham o país da América do Norte como principal credor e parceiro comercial. Com isso, a década de 1930 se iniciou com uma recessão econômica generalizada. Em seguida, ressalte o fato de que após esses acontecimentos houve uma importante mudança de paradigma na interpretação econômica do capitalismo, e a intervenção estatal passou a ser considerada uma resposta válida para cenários de crise. Nesse sentido, explique aos estudantes o advento do chamado keynesianismo e da aplicação das ideias do economista britânico John Maynard Keynes na política do New Deal durante o governo de Franklin Roosevelt, nos Estados Unidos. Ressalte também o fato de que a participação do Estado na economia possibilitou a correção necessária para a recuperação econômica após a crise de 1929. ETAPA 3 Comece essa etapa pedindo aos estudantes que pesquisem em dicionário ou na internet o significado de “totalitarismo e de autoritarismo”. Anote na lousa os seus significados. ▪ Totalitarismo – condicionamento e controle dos indivíduos por parte do Estado, destituindo-os de direitos. Exemplos: stalinismo soviético, fascismo italiano, nazismo alemão. ▪ Autoritarismo – Estado forte e ditatorial, mas que não impõe uma ideologia nem o controle total sobre o indivíduo. Exemplos: salazarismo português, franquismo espanhol. 81 Em seguida, peça a turma para caracterizar um Estado totalitário. Explique que o Estado totalitário “condiciona e coisifica” o indivíduo, destituindo-o de autonomia e direitos, e subordinando-o aos ditames do governo. Em seguida, discuta com os estudantes o contexto geral do pós-guerra, marcado pelo sacrifício de muitas vidas e pela destruição da economia europeia, que favoreceu a formação de movimentos políticos de caráter autoritário e antidemocrático. Exemplifique, então, o cenário do desenvolvimento do fascismo italiano. Explique para os estudantes que o ingresso tardio da Itália na Entente impediu a compensação territorial desejada pelo país. Comente, ainda, a crescente crise econômica que assolou a península no contexto do pós-guerra (vale lembrar aos estudantes a natureza tardia da unificação do Estado italiano e como isso afetou o desenvolvimento econômico do país). Relacione esse cenário com a organização do Partido Nacional Fascista e sua eventual consolidação na Marcha sobre Roma, assim como a deposição do rei Vítor Emanuel III e a ascensão de Benito Mussolini ao poder, conhecido pelo epíteto de Il Duce. Descreva a natureza conservadora e nacionalista da gestão de Mussolini, que se associava à burguesia tradicional italiana e à Igreja para tentar assegurar o poder do partido. É importante também ressaltar o corporativismo do Estado fascista italiano, que favorecia membros do partido em questões executivas e/ou sindicais. ETAPA 4 Nesta etapa falaremos sobre a emergência do nazismo na Alemanha. Faça uma tempestade de ideias para que a turma possa expor seus conhecimentos prévios acerca do tema. Encoraje a utilização de exemplos de manifestações contemporâneas do nacional-socialismo, como as dos grupos xenófobos de extrema direita no Leste Europeu e as manifestações de Charlottesville, no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, ocorridas em 2017. Se achar viável, projete os textos abaixo: Xenofobia na Europa Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/xenofobia-na-europa.htm. Manifestação em Charlottesville e a questão racial nos Estados Unidos. Disponível em:https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/atualidades/manifestacao-charlottesville- questao-racial-nos-estados-unidos.htm. Discuta com a turma o impacto do paradigma do nazismo na contemporaneidade e o fato de que o entendimento histórico acerca de sua natureza é importante para combatê-lo. Retome com os estudantes o tema da Alemanha nas etapas finais da Primeira Guerra Mundial. Fale que a França e a Grã-Bretanha responsabilizaram o Estado alemão quase integralmente pelo conflito, segundo as cláusulas do Tratado de Versalhes, em 1919. Dessa forma, o recém-estabelecido governo da República de Weimar encontrava muita dificuldade para reconstruir o país no cenário do pós-guerra, e o sentimento de revanchismo entre a população se tornava cada vez mais intenso, incentivado pela crise política e econômica do início do século, conjuntura que contribuiu para a ascensão do Partido Nazista na Alemanha. https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/xenofobia-na-europa.htm https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/atualidades/manifestacao-charlottesville-questao-racial-nos-estados-unidos.htm https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/atualidades/manifestacao-charlottesville-questao-racial-nos-estados-unidos.htm 82 Diferenças entre fascismo e nazismo Fascismo como sistema de governo O fascismo foi um movimento político que nasceu na Itália, após a crise deixada na Europa pela Primeira Guerra Mundial. Em 1922, Benito Mussolini fundou o Partido Nacional Fascista, cujos princípios eram fundamentalmente autoritários, imperialistas, antiliberal e antidemocrático. Com raízes totalitárias, o movimento fascista acreditava no poder centralizado, em que apenas uma pessoa poderia tomar decisões, sendo colocada em uma posição de idolatria por toda a população sem sofrer julgamentos ou críticas. Neste regime, os líderes poderiam controlar e fiscalizar toda a comunicação de massa, disseminando ideologias e impedindo que fossem divulgadas críticas ao seu governo. A oposição e os inimigos do regime eram brutalmente ameaçados e perseguidos por meio de violência, prisão, tortura e até a morte. Além dessas características, o governo fascista visava a expansão de seu poder por meio de conflitos internacionais. Entre seus objetivos estavam conquistar novos territórios, ampliar sua força e investir em força bélica, armas e equipamentos de guerra. O que é nazismo? Regime nazista surgiu na Alemanha com a ascensão de Adolf Hitler e o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães ao poder, de 1933 a 1945. Sua corrente de pensamento baseava-se no totalitarismo e antissemitismo, o que daria início a Segunda Guerra Mundial e geraria o maior extermínio étnico da história, o Holocausto. Diferente do fascismo, as principais raízes do nazismo era sua corrente de pensamento que acreditava no racismo científico: crença que defendia a existência de raças de seres humanos superiores a outras, levando em consideração fatores étnicos, raciais e socioculturais. Durante o regime nazista, Hitler e seus seguidores pregavam que a “raça ariana” e alemã, era superior as outras, e portanto, todas as outras nações deveriam se curvar. Crendo nisso, o regime alemão procurava se expandir por outros territórios da Europa e combatero que eles acreditavam ser o seu maior inimigo: os judeus. Mesmo com o termo “Socialista” utilizado no nome do partido nazista, o conceito empregado por Hitler se diferenciava do de Karl Marx, que era judeu. O “socialismo” de Hitler tratava-se da exaltação do nacionalismo e do Estado alemão. A luta de classes defendida pelo socialismo de Marx, era uma corrente de pensamento contrária ao que os nazistas acreditavam. Os nazistas defendiam força e controle do Estado, acima de tudo e todos, mas ainda assim defendendo unidades privadas. Fonte: Gonçalves, 2021. Fundação 1º de Maio. Disponível em: https://www.fundacao1demaio.org.br/diferencas-entre- fascismo-e-nazismo/. Em seguida, fale da nomeação de Hitler ao cargo de chanceler, após a vitória dos nazistas na eleição para o Reichstag em 1932. Explique a ideologia hitlerista sobre superioridade racial ariana e a lebensraum, a necessidade de um “espaço vital” para o desenvolvimento do Reich alemão. Caracterize o Estado nazista como o exemplo mais típico do totalitarismo, conforme discutido anteriormente, com intensa perseguição política, controle da polícia e da burocracia e funcionamento de um aparato de propaganda preparado para ser o sustentáculo ideológico do regime. Por fim, num exercício de história comparada, trate com a turma as questões relativas ao autoritarismo na Península Ibérica: o salazarismo português e o franquismo espanhol. 83 Salazarismo português Franquismo espanhol Fale sobre as questões relativas à emergência do movimento republicano em Portugal, a participação dos grupos nacionalistas católicos e a questão da manutenção dos domínios coloniais africanos, que levaram à ascensão de Antônio de Oliveira Salazar ao poder. Para aprofundar sobre o tema, acesse o endereço disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/salazaris mo.htm. Ressalte o contexto espanhol, abordando principalmente a Guerra Civil Espanhola, que militarmente serviu como uma espécie de “campo de treinamento” para a Luftwaffe. Comente que a participação nazifascista foi instrumental para a ascensão dos grupos nacionalistas ao poder, representados pelo general Francisco Franco. Caracterize o regime franquista como nacionalista e conservador, atrelado a grupos religiosos e tradicionais, marcado pelo anticomunismo e pela intensa perseguição a opositores do regime. Para aprofundar sobre o tema, acesse o endereço disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/franquismo.htm#:~:text=Fran quismo%20foi%20um%20regime%20totalit%C3%A1rio%20de%20car %C3%A1ter%20nazifascista%20fundado%20pelo,anos%20de%20193 4%20e%201935. Por fim, retome com a turma os mecanismos gerais utilizados pelos Estados totalitários e a importância de conhecer seu funcionamento para identificá-los e impedir seu desenvolvimento. Proponha, então, aos estudantes a realização de atividades de aprofundamento desse conteúdo, com análise de imagens (como cartazes de propaganda que ressaltavam a figura do líder) e de textos, que podem ser fontes primárias (como um trecho do livro Minha luta, de Hitler) ou de especialistas sobre o assunto. De acordo com o tempo disponível, essa atividade pode ser realizada em sala de aula, com correção coletiva, ou em casa, com posterior correção individual. Peça, ainda, aos estudantes que produzam individualmente uma dissertação utilizando os referenciais propostos nas “atividades recorrentes” do “Plano de Desenvolvimento” sobre a relação entre as crises econômicas e políticas e o aumento da intolerância e da xenofobia em uma sociedade. Espera-se que, além de basear suas opiniões e comentários em dados de fonte confiável, eles concluam que não se justificam ações violentas como resposta a qualquer tipo de crise, propondo ações que levem ao entendimento comum e à tolerância. 2º MOMENTO: A CRISE DE 1929 E SEUS EFEITOS NO BRASIL Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Texto impresso, Projetor, computador, internet, celular, imagens, entre outros. Professor (a)! Neste 2º momento, trataremos da Crise de 1929 e seus efeitos políticos, econômicos e sociais no Brasil. A sugestão é que você estimule os estudantes a serem protagonistas durante o desenvolvimento do conteúdo e das atividades, levando-os à reflexão crítica e autônoma, de forma que estejam sempre no centro do processo de aprendizagem, exercendo assim o seu protagonismo e sua atitude pesquisadora e historiadora. https://brasilescola.uol.com.br/historiag/salazarismo.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/salazarismo.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/franquismo.htm#:~:text=Franquismo%20foi%20um%20regime%20totalit%C3%A1rio%20de%20car%C3%A1ter%20nazifascista%20fundado%20pelo,anos%20de%201934%20e%201935 https://brasilescola.uol.com.br/historiag/franquismo.htm#:~:text=Franquismo%20foi%20um%20regime%20totalit%C3%A1rio%20de%20car%C3%A1ter%20nazifascista%20fundado%20pelo,anos%20de%201934%20e%201935 https://brasilescola.uol.com.br/historiag/franquismo.htm#:~:text=Franquismo%20foi%20um%20regime%20totalit%C3%A1rio%20de%20car%C3%A1ter%20nazifascista%20fundado%20pelo,anos%20de%201934%20e%201935 https://brasilescola.uol.com.br/historiag/franquismo.htm#:~:text=Franquismo%20foi%20um%20regime%20totalit%C3%A1rio%20de%20car%C3%A1ter%20nazifascista%20fundado%20pelo,anos%20de%201934%20e%201935 84 O objetivo central da(s) aula(s) é que os estudantes possam compreender os efeitos (consequências) políticos, econômicos e sociais sofridos pelo Brasil a partir do desencadeamento da crise econômica de 1929, especialmente no que concerne aos problemas enfrentados pelo setor cafeeiro, principal base da economia brasileira até aquele momento. E, para tanto, será utilizada a imprensa como fonte de análise privilegiada da representação destes efeitos. ETAPA 1 Dê uma cópia do texto “Crise de 1929: impactos no Brasil”, para os estudantes. Peça que façam individualmente a leitura e marquem os pontos que acharem mais importantes. Em seguida, faça uma discussão sobre o tema do texto. Incentive a participação de toda a turma. TEXTO: CRISE DE 1929: IMPACTOS NO BRASIL ( ícone clicável) ETAPA 2 Nesta etapa, vamos trabalhar com charges e imagens. Apresente ou projete imagens de charges sobre os impactos da Crise de 1929 no Brasil para a turma. Peça que analisem as mesmas. Durante a análise dos estudantes, faça as interferências que se fizerem necessárias para melhor consolidação do conteúdo estudado. Procure abordar os aspectos políticos, econômicos e sociais. CHARGES ( ícone clicável) ETAPA 3 Nesta etapa vamos trabalhar uma notícia de jornal retratando a Crise de 1929, para aprofundar e consolidar o conteúdo. Separe a turma em grupos de quatro alunos, de forma que possam se ajudar mutuamente. Oriente-os a fazer a leitura da notícia e em seguida a discutirem sobre o tema buscando o diálogo, o compartilhamento de conhecimento e, claro, respeitando as ideias e opiniões dos colegas, mesmo que elas sejam divergentes. Entregue cópias ao grupo ou projete em data show, trechos da notícia “Crise de 1929 atingiu economia e mudou a ordem política no Brasil”, disponível no endereço eletrônico https://m.folha.uol.com.br/mercado/2009/10/642391-crise-de-1929-atingiu-economia-e-mudou-a- ordem-politica-no-brasil.shtml?loggedpaywall#_. TEXTO: CRISE DE 1929 ATINGIU ECONOMIA E MUDOU A ORDEM POLÍTICA NO BRASIL ( ícone clicável) Quando os grupos terminarem a análise e discussão da notícia, projete ou escreva na lousa a pergunta abaixo e peça que respondam no caderno. Ressalte para a turma que eles podem e devem responder utilizando o conhecimento adquirido anteriormente na análise das charges. Se achar necessário, determine um tempo para essa atividade. https://m.folha.uol.com.br/mercado/2009/10/642391-crise-de-1929-atingiu-economia-e-mudou-a-ordem-politica-no-brasil.shtml?loggedpaywall#_https://m.folha.uol.com.br/mercado/2009/10/642391-crise-de-1929-atingiu-economia-e-mudou-a-ordem-politica-no-brasil.shtml?loggedpaywall#_ 85 Quais as consequências que o Brasil sofreu após a Crise de 1929? Espera-se que os estudantes consigam relacionar as consequências (efeitos) políticos, econômicos e sociais que o Brasil sofreu com a crise econômica de 1929 que abalou o mundo todo. Eles devem perceber que um dos principais efeitos sofridos pelo país naquele momento foi em relação ao mercado do café, que era o principal produto da pauta de exportação do país, e que, em virtude da queda de seu preço no mercado internacional, bem como na demanda pelo produto, o Brasil foi fortemente afetado. Esta seria uma das principais consequências na esfera econômica. Já no campo político, os estudantes devem apontar para o fato de que, com a crise, haverá o enfraquecimento da oligarquia cafeeira de São Paulo, que dentre outros fatores irá perder o poder com a Revolução de 1930, sofrendo grande perda de sua hegemonia política, tendo em vista a diminuição de seu poder econômico. Neste sentido, é preciso que os estudantes consigam enxergar as consequências econômicas, políticas e sociais geradas pela grande Depressão de 1929 que afetou o Brasil, mas, sobretudo, estabelecer a relação entre o que o problema econômico conseguiu interferir na esfera política. Para finalizar a etapa, peça aos grupos que escrevam uma breve notícia retratando os efeitos políticos, econômicos e sociais sofridos pelo Brasil com a Crise de 1929, dando destaque especial para as consequências que atingiram a economia cafeeira e ao fim da República Velha. Em seguida faça a socialização das notícias entre os grupos. Faça interferências sempre que achar necessário, inclusive fazendo rememoração das etapas anteriores. ETAPA 4 Professor (a), se for conveniente pedagogicamente e você achar pertinente, faça um trabalho interdisciplinar com a área de Linguagens, no que tange às regras da escrita de manchetes/reportagens sobre a Crise de 1929 e seus impactos no Brasil. Numa parceria com os professores de Língua portuguesa peçam que façam a correção e que os orientem sobre as normas específicas desse tipo textual. Depois de corrigidas, a sugestão é que as notícias possam ser fixadas em um mural no pátio da escola para que todas as turmas tenham acesso à exposição e possam compartilhar da criação dos grupos. PARA VOCÊ SABER MAIS... Sobre a Crise de 1929, consulte: HOBSBAWM, Eric. Rumo ao abismo econômico. In:___. A era dos extremos - o breve século XX (1914-1991). 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.p. 90-112. SANT’ANNA, Ivan. 1929 Quebra da Bolsa de Nova York: a história real dos que viveram um dos eventos mais impactantes do mundo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014. SILVA, Daniel Neves. Crise de 1929. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm. Sobre os efeitos da Crise de 1929 no Brasil, consulte: FURTADO, Celso. Os mecanismos de defesa e a crise de 1929. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 263-273. 86 ANEXO TEXTO: AMERICAN WAY OF LIFE American Way of Life ● O American Way of Life surgiu no período entre guerras (1918-1939), com base no vertiginoso aumento da produção industrial estadunidense, no grande sentimento de euforia pelo término da Primeira Guerra mundial (1914-1918) e na promoção do incentivo ao consumismo no país. ● Com base nas ideias de trabalho, liberdade, consumo, privacidade e nas promessas de progresso e felicidade, o modelo estabeleceu os valores e ideais do cidadão norte-americano, tentando homogeneizar a população e criando um sentimento de pertencimento. ● É importante lembrar que a população afro-americana não usufruiu do American Way of Life, na medida em que ainda lutava pelos direitos civis. ● Apesar do estilo de vida ter surgido no período entre guerras, ele foi retomado durante a Guerra Fria e amplamente divulgado pelo rádio, TV e cinema, a fim de exportar o ideal capitalista, fazendo dos EUA uma vitrine de sucesso. ● Entre as suas características, encontram-se o liberalismo, o nacionalismo, o capitalismo, a busca pela felicidade e o consumismo midiático. ● Teve forte influência no Brasil durante o governo populista de Getúlio Vargas, que estabeleceu acordos comerciais para a importação de produtos estadunidenses, entre eles, eletrodomésticos e carros. ● Gerou o endividamento de grande parcela da população estadunidense, o que, associado à euforia e à especulação da Bolsa de Valores, desencadeou a Crise de 1929, culminando na Grande Depressão. ● O cenário de industrialização e a ampliação do acesso aos meios de comunicação, tais como TV, rádio e cinema, possibilitaram a difusão do American Way of Life para o mundo. Texto adaptado: Cardoso, 2023. Mundo Educação. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia- america/american-way-of-life.htm. https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/primeira-guerra-mundial.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/primeira-guerra-mundial.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/american-way-of-life.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/american-way-of-life.htm 87 TEXTO: CRISE DE 1929 Crise de 1929 A Crise de 1929, ou Grande Depressão, foi o colapso do capitalismo e também do liberalismo econômico. Ficou conhecida como uma crise de superprodução. ▪ "A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do liberalismo econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação financeira. ▪ Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto de maior economia do mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia americana já possuía índices que comprovavam essa supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de potência econômica internacional dos Estados Unidos. ▪ Em virtude do rápido crescimento da economia americana após a guerra, a década de 1920 foi um período de grande euforia econômica, o qual ficou conhecido como Roaring Twenties (traduzido para o português como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana ficou marcado principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias, consolidando o American way of life, o estilo de vida americano. ▪ O avanço da economia americana tornou o país responsável pela produção de 42% de todas as mercadorias feitas no mundo. A nação também era a maior credora do mundo e emprestava vultuosas somas de dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a Primeira Guerra). No quesito importação, os Estados Unidos eram responsáveis por comprar 40% das matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo. ▪ Essa euforia econômica refletia-se na população a partir de um consumismo acelerado, levando as pessoas a comprarem carros e artigos eletrodomésticos de maneira desenfreada. Esse consumismo ancorava-se, em parte, na expansão do crédito que acontecia no país sem nenhum tipo de regulação ou intervenção estatal. A expansão do crédito também cumpria importante papel no financiamento de diferentes atividades econômicas. ▪ Com esse quadro, os Estados Unidos viviam um momento de pleno emprego e rápido crescimento industrial. Entre 1923 e 1929, os Estados Unidos possuíam uma taxa média de desemprego de 4%, a produção de automóveis no país aumentou 33%, o número de indústrias instaladas no país aumentou por volta de 10% e o faturamento do comércio quintuplicou. ▪ Por causa do boom econômico e da onda de euforia, as pessoas passaram a investir de maneira intensa no mercado financeiro, disparando a especulação monetária. Durantea década de 1920, os investimentos nas ações das empresas na bolsa de valores de Nova Iorque tiveram saltos consideráveis. ▪ O sentido de especulação financeira aqui está relacionado com pessoas que compravam ações na bolsa, esperando que elas se valorizassem, para logo em seguida revendê-las. Esse processo fazia com que os valores das ações aumentassem — pois havia muitos compradores — e criava uma falsa sensação de prosperidade. A continuidade desse falso cenário de prosperidade financeira e a superprodução resultaram na quebra da economia americana." ▪ Toda essa prosperidade estava amparada em bases extremamente frágeis. O crédito desregulado e o crescimento da especulação financeira criaram uma bolha de falsa prosperidade que estava à beira do precipício. A sociedade tornou-se incapaz de perceber o que estava prestes a acontecer. Esse processo foi explicado pelo historiador Hobsbawm da seguinte maneira: o que acontecia, como 88 muitas vezes acontece nos booms de mercados livres, era que, com os salários ficando para trás, os lucros cresceram desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo nacional. Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido crescimento do sistema industrial nos grandes dias de Henry Ford, o resultado foi superprodução e especulação. Isso, por sua vez, provocou o colapso. ▪ A questão salarial que foi mencionada no trecho acima é muito importante para entendermos uma das facetas da crise: a superprodução. Na década de 1920, a indústria dos Estados Unidos expandiu-se e a produtividade do trabalhador aumentou. Esse aumento na produção, no entanto, não foi acompanhado de aumentos salariais, pois os salários permaneceram estagnados. Assim, o mercado não teve condições de absorver a quantidade de mercadorias que eram produzidas (nem o mercado americano nem outros países conseguiam absorver essas mercadorias). Isso abalou a esperança de rápida prosperidade de muitos que tinham ações de empresas americanas. ▪ Milhares de pessoas resolveram vender as suas ações no dia 24 de outubro de 1929, no que ficou conhecido como Quinta-feira Negra. Nesse dia, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à venda, o que deixou o mercado em pânico. Essa situação se estendeu por dias e na segunda, dia 28, mais 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Imediatamente o valor das ações despencou, e bilhões de dólares desapareceram. A economia americana quebrou. Consequências da Crise de 1929 ▪ Os efeitos da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam-se pelo país como um efeito dominó. O período mais crítico foi de 1929 a 1933; logo após, os efeitos da crise foram enfraquecendo-se, principalmente por causa da intervenção do Estado na economia com o New Deal (Novo Acordo). ▪ Separamos abaixo alguns dados que evidenciam o impacto da crise na economia dos Estados Unidos: ▪ PIB nominal dos Estados Unidos caiu aproximadamente 50%; O desemprego disparou e alcançou 27% (era 4% antes da crise); Importações caíram 70%; Exportações caíram 50%; Diminuíram em 90% os empréstimos internacionais; Produção industrial caiu, no mínimo, 1/3; Produção de automóveis foi reduzida em 50%; Salário médio na indústria caiu 50%; Falência de milhares de empresas e bancos; Milhares de pessoas perderam instantaneamente todo seu patrimônio, uma vez que ele estava investido em valores da especulação que haviam desaparecido com a quebra da bolsa. ▪ Os efeitos da crise espalharam-se pelo mundo, por isso, a economia de diversos países entrou em recessão, e o desemprego disparou mundo afora. ▪ A situação era tão crítica que o desemprego alcançou níveis altíssimos nos seguintes países: (Grã- Bretanha: 23%), (Bélgica: 23%), (Suécia: 24%), (Áustria: 29%), (Noruega: 31%), (Dinamarca: 32%), (Alemanha: 44%). ▪ A maioria desses países teve dificuldade em reduzir esses índices mesmo após 1933. Vale dizer também que esses dados nos dão uma pista do motivo pelo qual o fascismo e os ideais de extrema- direita tiveram tanta repercussão nos quadros políticos da Europa durante a década de 1930. ▪ Ao todo, o comércio internacional foi reduzido em aproximadamente 1/3." Fonte: Adaptado. Silva, 2023. Brasil Escola. Disponível em: em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm. https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm 89 TEXTO: O QUE FOI O NEW DEAL O que foi o New Deal ▪ Após longos períodos de prosperidade, a economia norte-americana foi impactada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929. A crise faliu empresas e desempregou milhões de pessoas, causando vários problemas sociais. Os republicanos perderam as eleições presidenciais de 1932, e o democrata Franklin Delano Roosevelt foi eleito para a Casa Branca, propondo um programa econômico que recuperaria as finanças dos Estados Unidos e retomaria o seu pleno desenvolvimento. ▪ O New Deal, como foi intitulado o programa do governo Roosevelt, aplicou as ideias econômicas de John Keynes de maior intervenção estatal na economia. Até 1929, o liberalismo econômico fez com que os órgãos governamentais não fiscalizassem as transações econômicas e as movimentações financeiras feitas pela Bolsa de Valores de Nova Iorque, a principal do mundo capitalista. ▪ A proposta de Roosevelt para recuperar a economia norte-americana era: aumentar a presença do Estado na economia ao fiscalizar as movimentações financeiras, controlar a produção para que as mercadorias estocadas pudessem ser comercializadas, e executar obras públicas para acelerar a criação de empregos. ▪ A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, afundou a economia norte-americana em uma grave crise, gerando desemprego e pobreza. Outros países também foram afetados pela quebra da bolsa, e suas economias também colapsaram. Enquanto o mundo capitalista estava em crise, a União Soviética não sentiu diretamente os efeitos e pôde se posicionar como uma alternativa ao modelo econômico predominante no Ocidente. Texto adaptado: Higa, 2023. Mundo Educação. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/new- deal.htm. https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/new-deal.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/new-deal.htm 90 TEXTO: CRISE DE 1929: IMPACTOS NO BRASIL Crise de 1929: Impactos no Brasil Nessa época, o Brasil tinha o café como principal e maior produto de agroexportação. Os Estados Unidos da América era o maior comprador do nosso grão. Com a Grande Depressão, os EUA e diversos importadores diminuíram o consumo do café brasileiro – o que diminuiu drasticamente o preço do produto. Então, o governo brasileiro optou por fazer a compra e queima dos excedentes das colheitas, com isso, o estoque era diminuído e o grão valorizado. Internacionalmente, os países que estavam atrelados ao sistema de crédito norte-americano também foram atingidos e sofreram uma grande recessão. No caso do Brasil, a redução da exportação de café foi um dos principais efeitos, a qual resultou na limitação da entrada de dividendos e reduziu a capacidade de importações do país. Os cafeicultores tiveram prejuízos gigantescos. No auge dessa crise, o país enfrentou transformações políticas profundas com o acontecimento da Revolução de 1930. O novo governo teve Getúlio Vargas como presidente provisório. Para superar esse cenário negativo, o governo brasileiro, com Getúlio Vargas na presidência (1930- 1945) – além de realizar a famosa compra e queima do café excedente para ajudar os produtores, adotou medidas protecionistas com o intuito de incentivar a indústria nacional e alinhar a produção agrária a esses interesses. Além da compra e queima de café, Vargas criou em 1931 o Conselho Nacional do Café (CNC) para proteger o principal produtodo país. Assim, foi necessário diversificar a indústria nacional para abastecer o mercado interno, causando assim uma inflexão no modelo importador até então vigente para uma nova matriz nacional de produção e consumo, além de aumentar a entrada de capital nas indústrias do país. Tais ações fizeram a indústria brasileira crescer 11,2% entre 1933-1939 dissipando, assim, os efeitos da crise no país. Textos compilados e modificados. Silva, 2023. Brasil Escola. Disponíveis em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm. Elias, 31 out. 2022. Estratégia Vestibulares. Disponível em: https://vestibulares.estrategia.com/portal/materias/historia/crise-de-1929/. Info Enem, 23 abr. 2021. Disponível em: https://infoenem.com.br/como-a-crise-de-1929-afetou-o-brasil/. https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm https://vestibulares.estrategia.com/portal/materias/historia/crise-de-1929/ https://infoenem.com.br/como-a-crise-de-1929-afetou-o-brasil/ 91 CHARGES Política do Café com Leite Revolução de 1930 Crise de superprodução Queima de café. F o n te : (P in te re st [ 2 0 2 3 ]) F o n te : (H is tó ri a l iv re - ilu st ra d o r M o lli ca - [s /d ]) F o n te : (J u n to s p e la H is tó ri a , 2 0 1 3 ) F o n te : (V a lo r ca fé , 2 0 1 9 ) 92 TEXTO: CRISE DE 1929 ATINGIU ECONOMIA E MUDOU A ORDEM POLÍTICA NO BRASIL Crise de 1929 atingiu economia e mudou a ordem política no Brasil A Crise de 1929 atingiu em cheio a economia do Brasil, muito dependente das exportações de um único produto, o café. Mas, mais do que gerar dificuldades econômicas, o crash que completa 80 anos em 2009 provocou uma mudança no foco de poder no país, acabando com um pacto político interno que já durava mais de trinta anos. Entre os anos de 1894 e 1930, o presidente da República foi eleito pelos paulistas barões do café num mandato, e no outro pelos pecuaristas mineiros. Era a chamada política do café com leite, viabilizada pela hegemonia da oligarquia cafeeira paulista na época e que garantiu a formação de uma economia agrícola praticamente monoexportadora no país. Em 1929, a quebra nos mercados acionários do mundo provocou uma forte queda nos preços internacionais das commodities. "O Brasil era fortemente dependente das exportações de café, e tinha uma enorme dívida externa, que precisava ser financiada com essas vendas", afirma o professor de História Econômica da FEA-USP, Renato Colistete. Além da queda nos preços, a crise provocou uma diminuição na renda e no consumo no mundo todo, prejudicando ainda mais as vendas de café. As exportações do produto, que chegaram a US$ 445 milhões em 1929, caíram para US$ 180 milhões em 1930. A cotação da saca no mercado internacional, caiu quase 90% em um ano. Fogueira Na tentativa de conter a queda, o governo federal comprou grande parte dos estoques dos produtores, e queimou 80 milhões de sacas do produto. "A ideia era queimar para diminuir a oferta e aumentar o preço internacional, porque o Brasil era o maior país exportador", segundo Marcos Fernandes, coordenador do Centro de Estudos dos Processos de Decisão da FGV-SP. "A crise arruinou a oligarquia cafeeira, que já sofria pressões e contestações dos diferentes grupos urbanos e das oligarquias dissidentes de outros Estados, que almejavam o controle político do Brasil", explica Wagner Pinheiro Pereira, doutor em História pela USP e autor do livro "24 de Outubro de 1929: A Quebra da Bolsa de Nova York e a Grande Depressão". Poder O que aconteceu, então, foi que o foco do poder no país foi deslocado para o gaúcho Getúlio Vargas, que se tornou presidente da República após a Revolução de 1930. "Do ponto de vista político, a crise foi importante porque desviou o foco do poder para Getúlio Vargas e para um projeto de industrialização", diz Fernandes. O novo presidente, porém, sabia que, mesmo com o fim da oligarquia paulista, o café não podia ser deixado de lado. Assumiu, então, uma nova política de defesa da cafeicultura, na tentativa de equilibrar os preços e evitar a superprodução. "Não podemos esquecer que Getúlio era o pai dos pobres e a mãe dos ricos", diz Fernandes. "Ele tratou de não romper tão radicalmente com a oligarquia agrícola, e o café continuou sendo importante no Brasil. Isso começa a mudar mesmo a partir de Juscelino Kubitschek e, principalmente, a partir do Golpe de 1964." A Grande Depressão, porém, dificultou os esforços do governo para ajudar o café e "somente no final da década de 1930 o café começou a recuperar os bons preços nos mercados internacionais", segundo Pereira. Texto. Disponível em: Fonte: Vallone, 24 out. 2009. Folha de São Paulo. Disponível em: https://m.folha.uol.com.br/mercado/2009/10/642391-crise-de-1929-atingiu-economia-e-mudou-a-ordem-politica-no- brasil.shtml?loggedpaywall#_. https://m.folha.uol.com.br/mercado/2009/10/642391-crise-de-1929-atingiu-economia-e-mudou-a-ordem-politica-no-brasil.shtml?loggedpaywall#_ https://m.folha.uol.com.br/mercado/2009/10/642391-crise-de-1929-atingiu-economia-e-mudou-a-ordem-politica-no-brasil.shtml?loggedpaywall#_ 93 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica - documentos de referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira; Diretoria de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referencia _versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023. CARVALHO, José Murilo, Cidadania no Brasil: o longo caminho. Civilização Brasileira, 22ª Ed.. SP, 2016. COMO a crise de 1929 afetou o brasil. 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OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): A reflexão ética: o problema da ação moral e dos valores. Estética: uma reflexão sobre a arte e a cultura. Filosofia da ciência: o dilema das tecnologias e suas impli- cações éticas. A busca pelo sentido da exis- tência e as diversas respostas ao longo do tempo/espaço. A reflexão sobre a multiplici- dade: as diferenças conceitu- ais e as visões de mundo dos filósofos em diferentes con- textos no tempo/espaço. Os modelos de regimes políti- cos, a tecnociência e o capi- talismo na pós-modernidade. (EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no tempoe no espaço. (EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Café filosófico: saboreando a comida enquanto cultura. Entreter um convidado é encarregar‑se de sua felicidade durante o tempo todo em que estiver sob nosso teto. (SAVARIN, p. 22) 96 A) APRESENTAÇÃO: Saudações! Neste planejamento de filosofia exploraremos questões de ética e estética a partir da análise da comida enquanto elemento distintivo da cultura humana. Para tanto, além dos momentos pedagógicos fundamentados em aulas expositivas, propomos abaixo métodos complementares para auxiliá-lo(a) no desenvolvimento de relações de ensino e aprendizagem mais significativas junto aos seus estudantes: ● A sala de aula invertida: para conhecer mais sobre esse método ativo de aprendizagem confira o vídeo “Conheça a sala de aula invertida” (Disponível em: https://youtu.be/pADyAN15cZ0) e o texto “Sala de aula invertida: por onde começar?” (Disponível em: https://www.ifg.edu.br/attachments/article/19169/Sala%20de%20aula%20invertida_%20por%2 0onde%20começar%20(21-12-2020).pdf). ● O círculo / roda: para conhecer mais sobre esse método ativo de aprendizagem confira os textos “Pensando sobre relacionamentos saudáveis nas escolas” (Disponível em: https://f92604e1- 77d0-434d-a988- 4ecc9b6ff7fe.filesusr.com/ugd/e7dad6_94e18c1acf724326830b514bcb52eac8.pdf) e “O poder e o desafio dos círculos nas escolas” (Disponível em: https://www.circulosemmovimento.org.br/_files/ugd/e7dad6_cb215a179c0e40a39f1ba694baf982 fa.pdf). ● O café filosófico: para conhecer mais sobre esse método ativo de aprendizagem confira os artigos: “O café filosófico como possibilidade de refletir a sociedade” (Disponível em: https://ufsj.edu.br/portal-repositorio/File/revistametanoia/5_ELCIONE.pdf) e “Café filosófico: uma metodologia do ensino de filosofia do PIBID - PUC Goiás” (Disponível em: https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/criaredu/article/view/2891/2676). Adiante, ao longo do presente planejamento, iremos retomar as propostas acima de modo contextualizado, favorecendo a implementação das mesmas em suas aulas. No que se refere à dinâmica em sala de aula sugerimos uma intervenção pedagógica organizada em quatro etapas. São elas: 1) sensibilização: estabelecer conexões entre o tema da aula e a experiência prévia dos estudantes. 2) problematização: transformar o tema da aula em um problema a ser explorado pela turma. 3) investigação: buscar na história da filosofia soluções conceituais ao problema identificado. 4) conceituação: recriar e aplicar conceitos para a resolução do problema em questão. O presente planejamento busca desenvolver habilidades fundamentais para a formação crítica dos nossos estudantes - além de promover a acolhida dos mesmos no início do ano letivo de 2024. Nesse sentido, propomos uma reflexão acerca das dimensões ética e estética do ser humano, destacando a comida como o elemento cultural central a partir do qual iremos tecer as nossas problematizações e análises pedagógicas. De um modo geral, comer é uma atividade vital que nos iguala às muitas espécies de animais que conhecemos. No entanto, o modo como selecionamos, preparamos e consumimos os alimentos denota a singularidade do ser humano em comparação com os outros seres sencientes que também necessitam se alimentar para permanecerem vivos. No transcorrer do tempo e do espaço, seja a nível regional ou global, a comida definiu identidades e evidenciou distintas culturas - além de promover trocas riquíssimas de afetos, sabores e desgostos entre os mais diversos povos. 97 Hoje lidamos incessantemente com uma profusão de informações advindas das mais variadas áreas que estruturam a nossa sociedade: economia, religião, política, arte, ciência etc. E é notório que, muitas vezes, mesmo contra a nossa própria vontade e discernimento, todos esses segmentos originam saberes que condicionam visceralmente as relações que estabelecemos com a comida. Para compreendermos melhor como os elementos mencionados acima se fazem presentes no nosso dia a dia é importante analisarmos, em parceria com os estudantes, os objetos que compõem as nossas culturas material e imaterial, na tentativa de identificar valores e crenças que se manifestam em nossas práticas cotidianas. Ainda nessa perspectiva, é crucial levarmos em consideração as referidas análises (realizadas a partir de diferentes linguagens que evidenciam a comida enquanto fator distintivo da cultura humana) de modo a promovermos o nosso protagonismo e a nossa autoria tanto a nível pessoal quanto a nível coletivo. Recomendamos que toda a proposta aqui presente seja desenvolvida em consonância com a vida concreta dos estudantes: anseios, frustrações, curiosidades, aspirações… Assim será possível promover uma atitude filosófica de forma pragmática no cotidiano dos jovens e adultos de sua escola, subsidiando reflexões significativas para a composição de seus projetos de vida e para a realização de ações relevantes para a transformação de seus contextos sociais. Vale ressaltar que os elementos integrantes deste planejamento (procedimentos metodológicos, contextualizações, desenvolvimento, recursos, encaminhamentos e avaliações) podem ser modificados e adaptados de acordo com a realidade da escola e com os recursos pedagógicos e tecnológicos disponíveis para você e seus estudantes. Ademais, é importante que a interdisciplinaridade entre as perspectivas filosóficas, históricas, geográficas e sociológicas desempenhe um papel significativo na preparação e no desenvolvimento deste planejamento (adiante, nesta sequência didática, você encontrará algumas sugestões para trabalhar a interdisciplinaridade dentro da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas - doravante, CHSA). Desse modo, a ordenação, a estruturação e a articulação dos objetos de conhecimento e das ações pedagógicas aqui presentes poderão ser efetivadas de modo mais eficiente e eficaz. Por fim, o presente planejamento pode ser utilizado para estruturar uma ou mais aulas de acordo com as especificidades das turmas atendidas, a flexibilidade de seu planejamento de ensino ou outras conveniências pedagógicas. Além disso, vale a pena refletir sobre a pertinência do uso de sistemas de gerenciamento de conteúdos, como o Google Classroom, para um melhor aproveitamento do tempo destinado ao desenvolvimento das atividades a serem realizadas tanto em casa quanto em sala de aula. B) DESENVOLVIMENTO: 1° MOMENTO Organização da turma Formato circular / roda. Recursos e providências Quadro e pincel. Projetor multimídia. Acesso à internet. Textos impressos. Observações preliminares: De modo a favorecer a dinâmica das atividades que serão desenvolvidas na escola, sugerimos a seguir alguns textos e vídeos para serem explorados pelos estudantes em casa, antes da aula. Com relação a este primeiro momento do planejamento, contemplando as etapas de sensibilização e problematização, indicamos o artigo de opinião “O círculo em sala de aula impede que os alunos fiquem invisíveis” (Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/o-circulo-em-sala- 98 de-aula-impede-que-os-alunos-fiquem-invisiveis/) e o capítulo “O prazer de comer” do livro Comida: prazeres, gozos e transgressões (Disponível em: https://static.scielo.org/scielobooks/35m/pdf/nascimento-9788523209070.pdf - para consultar apenas o capítulo em questão, acesse: https://books.scielo.org/id/35m/pdf/nascimento-9788523209070-14.pdf). Deacordo com a organização das intervenções pedagógicas adotada por você (quantidade de aulas estruturadas a partir do presente planejamento), defina o modo como as referências acima serão disponibilizadas para os estudantes (textos impressos? Arquivos digitais?). É importante solicitar aos estudantes que façam anotações sobre os conteúdos abordados nos textos e vídeos disponibilizados por você, de modo que esses registros possam ser utilizados em sala de aula para subsidiar os debates que serão propostos. No início e/ou fim de alguns momentos previstos neste planejamento você encontrará indicações de materiais complementares para serem examinados pelos estudantes em casa, de modo a favorecer a apreensão de objetos de conhecimento e o desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais durante as atividades a serem realizadas na escola. Etapa de sensibilização: Após a acolhida dos estudantes, convide-os para organizar as mesas e as cadeiras da sala em um formato circular e, na sequência, apresente para eles as habilidades e as propostas didáticas que serão trabalhadas ao longo das próximas aulas. Depois de ajudar os estudantes a organizarem o espaço no qual a aula ocorrerá, explicite para eles o tema da presente aula e comece perguntando sobre quais as vantagens de se acomodarem de forma circular para conversar e compartilhar ideias. Você pode sondar junto aos estudantes, por exemplo, em quais situações eles comumente se reúnem em círculos - dentro e fora da escola - e com quais objetivos. Após conferir algumas de suas respostas, apresente para eles a legitimidade do Círculo como um método ativo de aprendizagem, evidenciando as suas vantagens para uma formação integral do sujeito e para a implementação permanente de uma cultura de acolhimento e de paz na escola. Para tanto, você pode explorar as potencialidades dos Círculos tal como apresentadas nos dois textos sugeridos na apresentação deste planejamento. De modo a facilitar esse processo - e contextualizar melhor o tema em questão - comece evidenciando trechos significativos do texto analisado pelos estudantes em casa. Por exemplo: Sim. Sentamo-nos em círculo hoje. Partindo do Iluminismo, discutimos sobre intolerância religiosa, o que me deixou muito feliz. Trabalho em um território no qual 80% das crianças e dos adolescentes frequentam igrejas denominadas evangélicas. Infelizmente, pastores neopentecostais têm sido responsáveis pela disseminação do ódio contra as religiões de matriz africana. Penso que esse debate só foi possível porque estabelecemos uma relação de confiança. Eles sabem que ao organizar um círculo não estou ali para impor minha opinião, mas para orientar, ouvir, refletir. Eles sabem que o meu maior interesse é colaborar para a construção de um mundo em que nenhum tipo de preconceito ou discriminação seja tolerado. Eles sabem que estou ali para dividir o que sei e o que vivi. Ao adotar diferentes formas de organização da sala de aula, tenho percebido um maior interesse por parte dos alunos em relação às atividades ministradas. Atividades realizadas em dupla e em grupo na maioria das vezes são feitas com mais entusiasmo. O círculo impede que “os alunos fiquem invisíveis”. Todos têm o direito de falar e de ser ouvido. O círculo tem contribuído para o processo de inclusão dos alunos excluídos em função de suas deficiências. Durante o debate, Miguel, que tem deficiência intelectual, pediu para conduzir a leitura. 99 Foi uma surpresa para todos nós. Em três anos, ele jamais havia participado da aula. Miguel leu no tempo dele. Sem qualquer interrupção dos colegas. Fiquei olhando. Tentando me conter. Ao ler, ele estava me dizendo que se sentia incluído através da nova organização da sala. Ele estava dizendo que tinha vontade de participar, mas recalcava esse desejo ao se esconder atrás dos colegas no formato tradicional da sala. Quando propus as aulas em círculo, jamais imaginei isso. Daí a minha emoção. (TOLENTINO, 2018). Quais sentimentos são suscitados nos estudantes a partir do resgate do relato acima, apresentado pela professora de história Luana Tolentino? Eles conseguem identificar, a partir de suas próprias experiências escolares, as vantagens de se organizar em círculo? Provavelmente algum estudante ainda tenha lembranças de quando frequentava o ensino infantil e se sentava em círculo junto à sua turma, em diversas ocasiões - como, por exemplo, na hora da merenda. O círculo sempre favoreceu a integração das pessoas, as relações democráticas, a tolerância a partir do exercício da escuta, a partilha dos saberes. Estranhamente, perdemos esse hábito no âmbito educacional ao longo das etapas dos ensinos fundamental e médio… No decorrer desse debate, caso algum estudante apresente um exemplo da organização circular envolvendo o âmbito da alimentação (sentar-se à mesa em casa para comer na companhia da família, na praça de alimentação do shopping para lanchar com os amigos, ao redor de uma fogueira para celebrar um reencontro enquanto degusta algum petisco, o próprio ato de merendar na escola etc.), aproveite a ocasião para fazer uma transição/complementação entre esses dois assuntos. Se não houver nenhum exemplo nesse sentido, você pode criar o vínculo entre essas duas temáticas a partir, por exemplo, de uma representação artística. Abaixo, sugerimos a pintura “O jantar” (1868-1869) do artista francês Claude Monet: Imagem 1: O jantar, de Claude Monet Fonte: (Wikipedia, 2023) 100 A partir desse momento, sugerimos que você explore junto aos estudantes qual a relação deles com a alimentação: ● Quais valores podem ser apreendidos a partir da pintura de Monet? ● Como o consumismo impacta a nossa relação com a comida? ● Qual a comida preferida dos estudantes: aquela produzida de forma caseira pelos pais e avós ou aquela que comumente lembramos pelo nome de uma marca - como é o caso de McDonald’s, Pizza Hut, Subway, Burger King, KFC, dentre outras? ● Quais as possíveis razões que nos levam a escolher uma comida em detrimento de outra? ● Quais estratégias são empregadas pela mídia e pelas redes sociais (youtubers, tiktokers, musas fitness, apresentadores de TV etc.) para moldar os nossos regimes alimentares - e, consequentemente, a nossa saúde e a nossa felicidade? ● Por que muitas vezes continuamos comendo mesmo depois de saciarmos a nossa fome? ● Ainda faz sentido nos sentarmos ao redor de uma mesa circular para comermos juntos e compartilharmos valores? Ou todo esse esforço não passa de uma perda de tempo - uma vez que podemos nos alimentar diante da TV ou computador, consumindo informações ao mesmo tempo em que consumimos a nossa comida? ● As empresas que lidam com a produção industrial dos alimentos visam apenas o lucro? Ou é possível se dedicar a esse ramo de atividades tendo como objetivo levar o bem-estar à população? ● Por que uma pessoa com excesso de peso e deficiência de nutrientes representa um paradoxo em nossa sociedade? ● Enfim, o que comer significa para nós? As indagações elencadas acima podem servir como um ótimo pretexto para o desenvolvimento de reflexões mais complexas originadas a partir do diálogo entre a filosofia e outros componentes curriculares. Abaixo, destacamos um trecho do texto “O prazer de comer”, lido em casa pelos estudantes, que pode ensejar o início de um bom debate interdisciplinar no âmbito das CHSA: Ele [o jurista gastrônomo do século XVIII-XIX, Brillat-Savarin] foi o primeiro a apontar o caráter hedonista da alimentação, enfatizando o desejo de comer para além do instinto de nutrição. Concluiu que o medo do sofrimento motiva os homens a perseguirem situações que lhes proporcionem um prazer imediato e concreto. Apostou na influência dos alimentos sobre a moral dos homens, sua imaginação e percepções. Considerou que o “hedonismo gastronômico” é ético, uma vez queimplica sociabilidade. Julgando impossível um júbilo solitário, argumentou que a satisfação pessoal só tem sentido pela e para a satisfação do outro semelhante. Afirmou que o prazer da mesa nos consola ou compensa perdas, permite reconciliar o corpo consigo mesmo. Onfray ressaltou a dimensão hedonista no trabalho de Brillat-Savarin. Considerou sua obra um elogio à arte de gozar do ponto de vista gustativo, gastronômico. Ele faz o elogio do hedonismo porque sabe que a tragédia domina o mundo. O medo da morte, da dor, do sofrimento conduz os homens a preferirem o que lhes promete um prazer imediato e real. Tanto o trágico é inevitável, quanto o gozo é necessário. Daí a paixão dos homens pelas divindades, especialmente aquelas que fizeram do bem- estar um objeto de adoração potencial. Se Berchoux tentou fazer da gastronomia uma disciplina científica, Brillat-Savarin contribuiu para que ela fosse, não apenas uma ciência, mas uma arte. Dessa forma, a culinária permitiria, então, a aproximação de um dos cinco sentidos - o paladar - com a arte, e, consequentemente, o espírito com o corpo. Estavam abertas as portas para a valorização do prazer de comer e do prazer da mesa. (NASCIMENTO, 2007b, p. 193-194). 101 Seguindo essa mesma proposta de intervenção interdisciplinar, outra possibilidade interessante que pode ser explorada nesta etapa de sensibilização é a verificação junto aos estudantes se o tema da alimentação já foi abordado alguma vez no âmbito das aulas do componente curricular Projeto de Vida. Para otimizar essa alternativa, você pode alinhar antecipadamente algumas questões sobre essa temática com o(a) professor(a) responsável pelas aulas de Projeto de Vida em sua escola. Por exemplo: pensando na dimensão pessoal do Projeto de Vida, como a máxima de Brillat-Savarin “Dize-me o que comes e te direi quem és” (A fisiologia do gosto, 1825) pode subsidiar reflexões sobre quem somos, o que desejamos e como comprometemos o nosso futuro a partir do que comemos no momento presente? E sobre as dimensões social e profissional dos projetos de vida dos estudantes: há tempo e espaço significativos dedicados ao tema da alimentação? Por quê? Etapa de problematização: Finalizada a etapa de sensibilização, você pode esclarecer alguns conceitos-chaves que ganharam forma no início da aula a partir das falas dos estudantes. Para tornar essa intervenção pedagógica mais engajadora para os estudantes - e mais alinhada às problematizações típicas da atitude filosófica, você pode instigá-los com questões concebidas a partir das informações apresentadas no capítulo “O prazer de comer”, presente no livro Comida: prazeres, gozos e transgressões (cf. o tópico “Observações preliminares” apresentado anteriormente). Uma vez que os estudantes já tiveram acesso ao texto, é possível estimulá-los a conceber elaborações argumentativas tanto a partir da leitura realizada em casa, quanto de seus saberes prévios concernentes à culinária, à gastronomia ou ao simples ato de comer. Essa proposta, além de promover o protagonismo dos estudantes, permite que eles façam livres associações entre a comida e os diversos campos dos saberes - favorecendo a percepção de que analisar a comida enquanto cultura é uma ação interdisciplinar, envolvendo perspectivas tanto individuais quanto coletivas e, no final das contas, evidenciando aspectos que caracterizam a natureza humana como um todo. Abaixo, sugerimos alguns questionamentos que podem ser compartilhados com os participantes da roda de conversa, de modo a estimular o debate: ● Por que o prazer é o elemento que distingue a comida do alimento? ● Como a dimensão teórica (o estudo sobre a comida) pode aprimorar o nosso prazer ao comermos? ● De que modo podemos associar o âmbito da alimentação com o hedonismo? ● Você se lembra de alguma escola filosófica na qual a alimentação teve um lugar de destaque enquanto objeto de reflexão? ● Por que o prazer de comer foi recorrentemente condenado ao longo da história? E como este tipo de prazer é visto nos dias de hoje? ● Dentre os cinco sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato), quais possuem um status mais nobre ao longo da história da filosofia? Por quê? ● O fato da gastronomia ser vinculada ao sentido do paladar contribui para que ela seja assumida de forma negativa na história da filosofia? ● Quais elementos nos permitem elevar a gastronomia ao status de arte? ● Como a corpolatria impacta as nossas dietas (etimologicamente, “modos de vida”)? ● O prazer de beber (degustação de vinhos, cafés, cervejas etc.) pode ser assumido como uma atividade intelectual? Por quê? ● Quando comer passa a ser um mero consumo? E como os sistemas econômicos influenciam a passagem de um para o outro? As compulsões alimentares possuem alguma relação com essa questão? ● O tempo - ou, mais especificamente, a sua escassez - é um fator que condiciona a qualidade da relação que estabelecemos com a comida? 102 ● Enfim, qual relação podemos estabelecer entre comida e cultura a nível local, estadual, nacional e global? Encaminhamentos: Antes de finalizar este momento do planejamento explicite para os estudantes como serão desenvolvidas as atividades previstas para as próximas etapas desta sequência didática. Sugerimos também que você os oriente mais uma vez com relação à elaboração de registros, tanto em sala de aula quanto em casa, sobre as questões que mais lhes chamaram a atenção durante a análise dos materiais de referência (textos e vídeos) e os diálogos estabelecidos com os colegas na escola. Uma vez que os seus estudantes estão cursando o último ano da Educação Básica é importante habituá-los com a prática de tomar notas durante leituras e aulas expositivas - prática esta fundamental não apenas para a consolidação dos estudos que se iniciam neste 1° bimestre, mas também para garantir adiante uma aprendizagem mais significativa ao longo do Ensino Superior ou em outros percursos formativos que os estudantes venham a escolher. Com relação às possíveis abordagens interdisciplinares envolvendo o tema comida e cultura, separamos abaixo algumas sugestões que podem ser consideradas por você com vistas a estabelecer um diálogo mais direto entre a filosofia e os outros três componentes curriculares que integram a área de CHSA. GEOGRAFIA Habilidade EM13CHS201: Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais e culturais. Objetos de conhecimento: Fluxos migratórios (causas e consequências no Brasil e em outros continentes); A produção e a circulação de mercadorias e suas marcas na paisagem; Conflitos socioespaciais e organização territorial. HISTÓRIA Habilidade EM13CHS306: Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos econômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta. Objetos de conhecimento: A primeira República no Brasil. SOCIOLOGIA Habilidade EM13CHS401: Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos e classes sociais diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços e contextos. Objetos de conhecimento: Reconhecimento da relação entre trabalho e constituição da identidade individual e coletiva. A partir das sugestões supracitadas você pode promover o aprofundamento dos estudos da comida enquanto cultura de várias formas distintas, estabelecendo uma parceria com os outros(as) professores(as) da área de CHSA de sua escola. Nessa perspectiva - e de modo um pouco mais específico, selecionamos as habilidades e os objetos de conhecimento acima no intuito de contextualizare preparar os estudantes para a atividade que será realizada no terceiro momento deste planejamento: o café filosófico. Nesse sentido, partindo de uma abordagem mais concreta e literal, as habilidades e os objetos de conhecimento em destaque favorecem, por exemplo, o estudo da cultura do café propriamente dito: a organização dos processos migratórios relacionados ao seu cultivo no país, a sua importância econômica e cultural na primeira República no Brasil, a organização do trabalho e das 103 classes sociais brasileiras envolvidas com a produção cafeeira etc. Para além dessa possibilidade, também é interessante considerar articulações entre as CHSA e as outras áreas do conhecimento: tratar da comida enquanto cultura permite interlocuções expressivas entre a filosofia e a biologia, a química, a educação física, as artes, a matemática etc. Sobre os aspectos culturais relacionados ao café, há muitas informações interessantes que podem ser indicadas para os estudantes analisarem em casa (ou para serem apropriadas por você e seus colegas da área de CHSA, de modo a tornar as suas intervenções interdisciplinares mais atrativas e instigantes). A jornada do café, desde a sua origem até a sua chegada ao Brasil, é permeada por grandes aventuras e reviravoltas - além de ter uma forte relação com a história das ideias. Sobre este tópico, você pode conferir, por exemplo, as seguintes referências: o podcast Scicast #472 - A história do café (Disponível em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-472/), o vídeo “Café: o pó preto que vicia” (Disponível em: https://youtu.be/p1oIEypn_DU?si=60JUhNVKO4gIQeTE), o texto “‘Café alterou curso da História e fomentou ideias do iluminismo e do capitalismo', diz pesquisador” (Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/clm1857vrg5o), o vídeo “Como o café escraviza você” (Disponível em: https://youtu.be/dHCuKEVORO4?si=W2WRqvAGvv7Bcygd), o texto “Mil reais o quilo: cocô de ave 'esconde' café brasileiro de luxo” (Disponível em: https://www.uol.com.br/nossa/noticias/afp/2023/09/15/mil-reais-o-quilo-coco-de-passaro-esconde-cafe- brasileiro-de-luxo.htm), o texto “Barista vencedor do Campeonato Mundial investe em cafés brasileiros” (Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/degusta/2023/07/12/interna_degusta,1519107/barista-vencedor- do-campeonato-mundial-investe-em-cafes-brasileiros.shtml). Essa intervenção interdisciplinar pautada pelo exame da importância do café em vários âmbitos do conhecimento, pode ser um ponto de partida interessante para levar os estudantes a perceberem como a fragmentação do conhecimento pode comprometer uma compreensão mais ampla acerca das temáticas sobre as quais nos debruçamos na escola. Sendo a atitude filosófica caracterizada pela totalidade, é possível exercitar o olhar crítico dos estudantes com vistas a combater essa fragmentação dos saberes - fragmentação esta que comumente favorece a construção e a disseminação de narrativas parciais e tendenciosas, ruídos de comunicação, desonestidades intelectuais, fake news etc. Nesse sentido, não basta apenas sabermos o que é o café, mas também o que pode um café. Nos encaminhamentos que você encontrará ao final do segundo momento deste planejamento, iremos apresentar mais informações sobre o café filosófico e como você pode lançar mão dessa ferramenta pedagógica para promover reflexões significativas não apenas na escola, mas também junto à comunidade escolar como um todo. 2° MOMENTO Organização da turma Formato circular / roda. Recursos e providências Quadro e pincel. Projetor multimídia. Acesso à internet. Textos impressos. Rememoração do 1° momento: Ao iniciar este segundo momento do planejamento, sugerimos que você realize junto aos estudantes breves exercícios de síntese sobre o debate desenvolvido até o presente momento - de modo a deixar evidente como a proposta pedagógica, o tema das aulas, as 104 habilidades a serem desenvolvidas e as próprias manifestações dos estudantes estão alinhadas e calcadas sobre uma dimensão pragmática relacionada aos nossos modos de vida. Na sequência, dedique-se a dirimir dúvidas que porventura tenham surgido e, em seguida, inicie a etapa de investigação, de modo a promover adiante reflexões e conexões entre os assuntos explorados no 1º momento do planejamento e os excertos apresentados abaixo. Etapa de investigação: De modo a explorar a bibliografia primária da filosofia, segue abaixo sugestões de textos que podem ser lidos de forma colaborativa e debatidos junto com os estudantes em sala de aula (ou explorados por eles em casa, de acordo com a organização das intervenções pedagógicas adotada por você): TEXTO 1 ( ícone clicável) Encaminhamentos: Sugerimos que você dedique um tempo significativo deste segundo momento do planejamento para apresentar aos estudantes a dinâmica do café filosófico que será realizado adiante. Após a apreciação e o estudo dos excertos disponibilizados acima, explique para os estudantes que o café filosófico será uma ocasião oportuna para que eles exercitem as suas habilidades de aplicação e criação de conceitos, composição de argumentos, identificação de ideologias, refutação de raciocínios infundados, apropriação de suas realidades social e política, celebração dos pequenos prazeres da vida etc. O café filosófico teve sua origem na França, em 1992, por iniciativa de Marc Sautet (1947-1998). Aos domingos, pela manhã, Sautet costumava ir ao Café des Phares, na praça da Bastilha, e conversar com as pessoas presentes sobre os mais variados temas, escolhidos ali na hora, sem nenhuma definição prévia. Nas palavras do próprio Sautet, essas manhãs transcorriam “numa troca incessante de argumentos mais ou menos sólidos, escorados em exemplos mais ou menos pertinentes, destinados a fundamentar tomadas de posição mais ou menos apressadas. Às 13 horas diz-se a última palavra. E se marca um encontro para a semana seguinte.” (SAUTET, p. 9). Em certa medida, Sautet se inspirava em Sócrates e seu modus operandi de fazer filosofia: na praça pública, em meio ao povo, utilizando-se de ironia para ajudar os seus concidadãos a parir novas ideias e saberes. Diante deste panorama geral, vale destacar outra afirmação de Sautet: Não digo que esse exercício requeira o alvoroço e a multidão. Apenas afirmo que uma coisa não impede a outra e que, num barzinho, mesmo com cento e cinquenta pessoas, pode-se entabular uma reflexão que merece ser chamada de “filosófica”. Entabular não significa levar a termo. Significa... entabular. Com a liberdade posterior, para quem quiser aprofundar o assunto, de mergulhar nos livros evocados de improviso, de iniciar um diálogo a sós com um autor citado de passagem, na mais completa calma. (SAUTET, p. 11). O café filosófico pode ser realizado de várias formas: a partir de uma conversa entre todos os participantes, tendo um ou mais convidados como expoentes principais sobre o tema em questão (com um momento para perguntas ao final da preleção) etc. Fique à vontade para organizar o café filosófico do modo que mais julgar conveniente. No entanto, é importante dar voz aos estudantes, convidando-os para participar do processo de definição do formato que será adotado para essa atividade. De um modo geral, você pode organizar apresentações individuais ou em grupos, trazer um convidado para mobilizar essa intervenção pedagógica (um educador da própria escola, um membro da comunidade escolar, um especialista sobre um tema específico etc.) ou apenas organizar a turma em um Círculo para debater 105 questões que instigue a curiosidade e a participação todos. Para tornar esse assunto mais familiar aos estudantes e rememorá-los sobre a filosofia socrática, você pode sugerir os seguintes materiais para eles apreciarem em casa: o texto “Como nasceu o popular café filosófico? E o que Sócratestem a ver com isso?” (Disponível em: https://medium.com/@alexandrehahn/como-nasceu-o-popular-caf%C3%A9- filos%C3%B3fico-e-o-que-s%C3%B3crates-tem-haver-com-isto-196acd4a297f) e o vídeo “Sócrates (resumo) / Filosofia” (Disponível em: https://youtu.be/6xPhM31pqEs?si=9JOuMncsmqLXHBnV). Para ilustrar como um café filosófico pode mobilizar reflexões envolvendo questões genuinamente filosóficas e alimentares, você pode indicar para os estudantes o vídeo “Ética na alimentação” (Disponível em: https://youtu.be/lrzEKcBdHoU?si=jskgxD6mTHXRZ8Fi), que trata sobre sofrimento animal, questões climáticas, sistemas econômicos, organização política, propostas educacionais, dentre outros temas. Para fundamentar ainda mais as reflexões éticas a respeito dos modos como nos relacionamos com o âmbito da alimentação, sugerimos que você também disponibilize para os estudantes o texto “Veganismo: por uma outra ética humana que valorize a história dos animais. Entrevista especial com Ana Paula Perrota” (Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/categorias/159- entrevistas/587493-veganismo-por-uma-outra-etica-humana-que-valorize-a-historia-dos-animais- entrevista-especial-com-ana-paula-perrota). Os temas, conceitos e problematizações abordados tanto no vídeo quanto no texto supramencionados podem ser sistematizados pelos estudantes em casa, a partir de registros no caderno, para servirem como base argumentativa durante o café filosófico, por exemplo. 3° MOMENTO Organização da turma Formato circular / roda. Recursos e providências Quadro e pincel. Projetor multimídia. Acesso à internet. Textos impressos. Etapa de conceituação (Café filosófico): Inicie este momento do planejamento acolhendo os estudantes e explicando como o café filosófico será realizado (tal como definido anteriormente de modo colaborativo entre você e a sua turma). Antes do início do café filosófico propriamente dito, rememore brevemente junto aos estudantes os valores que sustentam o Círculo enquanto método ativo de aprendizagem (presentes nos dois textos indicados no início da etapa de sensibilização deste planejamento), aproveitando o ensejo para explicitar também as regras de boa convivência que devem ser consideradas durante a fruição do café filosófico. Nessa perspectiva, convém atentar-se, por exemplo, para as relações de poder e pertencimento que serão configuradas durante a realização desta atividade, as atitudes empáticas e respeitosas que serão estabelecidas entre todos os participantes do Círculo - assim como para a potencialidade que irá emergir dessa situação para o desenvolvimento de competências socioemocionais. Com relação à sua arquitetura, o café filosófico pode ser estruturado em distintos blocos, organizados por temáticas afins que podem ir se encadeando progressivamente. Por exemplo: 106 BLOCO TEMA ÁREAS DA FILOSOFIA 1 Comida: natureza, cultura e simbolismos Antropologia filosófica, ética, estética, filosofia política etc. 2 Comida: tempo/espaço, ócio e felicidade Antropologia filosófica, ética, estética, filosofia política etc. 3 Comida: necessidade, desejo e compulsão Antropologia filosófica, ética, estética, filosofia política etc. 4 Comida: alienação, ideologia e consumo Antropologia filosófica, ética, estética, filosofia política etc. 5 Comida: gosto, dietas e curiosidades Antropologia filosófica, ética, estética, filosofia política etc. Nesse formato, você pode conectar os temas sugeridos a partir das colocações que forem sendo apresentadas pelos estudantes, começando o café filosófico questionando sobre a importância do simbolismo da comida para o ser humano e, na sequência, promovendo reflexões sobre os tempos/espaços de preparo da comida e a sua relação com a felicidade, sobre a instância do desejo e como este pode conduzir a patologias quando mal administrado, sobre como a mídia e a indústria condicionam a nossa relação com os alimentos, sobre a questão do gosto e dos valores que sustentam determinadas dietas etc. As possibilidades aqui são muitas e podem ser tão flexíveis quanto o posicionamento manifestado pelos estudantes - cabendo à você, manter o escopo filosófico do debate. No entanto, para esta atividade, sugerimos que você adote um formato inspirado naquele concebido por Marc Sautet: com os estudantes acomodados confortavelmente em um formato circular e conversando espontaneamente sobre os assuntos que serão suscitados no transcorrer do café filosófico. Nesse sentido, é importante incentivar os estudantes a se manifestarem durante o café filosófico, levando-os a propor temas para o debate e a articular/refutar posicionamentos apresentados pelos seus pares - mas sempre respeitando a vontade daqueles que não desejarem protagonizar momentos significativos no debate. Nesse contexto, você pode servir como mediador do café filosófico, ora expondo problematizações a serem consideradas, ora criando ocasiões para que os estudantes sejam os proponentes de tais questões. Lembre-se de sempre resgatar durante o café filosófico aquelas manifestações feitas pelos estudantes durante as etapas de sensibilização, problematização e investigação - tentando estabelecer conexões, contradições e lançando mão de outras estratégias que favoreçam a qualidade do debate. ● A seguir apresentamos alguns questionamentos que podem subsidiar a conversa durante o café filosófico: Como a comida se encontra na interseção entre natureza e cultura? Por que podemos dizer que o órgão do gosto é o cérebro? ● O que define que um mesmo alimento possa ser considerado guloseima em um lugar e tabu em outro? ● Como a conjugação do medo da fome com o desejo de comer pode resultar em problemas graves de saúde pública? ● Como a comida pode mediar a relação entre culturas distintas? 107 ● Apesar de podermos encarar os elaborados preparos da comida como um marco civilizatório, porque neste registro cultural a alimentação (que sempre teve como objetivo preservar a vida) pode representar um risco de doença e morte para nós? ● Por que para o ser humano o direito à alimentação não é apenas uma questão de sobrevivência, mas sim de dignidade? ● Como a filosofia de Kant pode contribuir para desenvolvermos reflexões sobre a moralidade dessa questão? ● Pensando na história da filosofia, porque o paladar foi considerado inferior à visão e à audição? Qual a relação de Platão com essa hierarquização dos sentidos? ● Aspectos intelectuais (conhecimentos diversos, sistematização de vivências prévias etc.) podem determinar a nossa experiência gustativa? Por que? ● O que define o ato de comer como uma atividade social? Como podemos definir o saber do paladar? ● Por que a gastronomia/culinária pode ser encarada como uma atividade estética? E como o efêmero se caracteriza enquanto elemento deste processo? ● De que modo os cinco sentidos são engajados na arte da gastronomia? Como o movimento Slow Food pode ser considerado uma atitude ética e política contra as instâncias que contribuem para a manutenção da sociedade de produção e consumo? ● Como é possível promover prazer e sabedoria ao desacelerarmos as nossas ações relativas à comida (cultivo, preparo, ingestão etc.)? ● Como os Círculos podem promover um estado de presença e desacelerar a nossa relação com a comida - propiciando escolhas mais saudáveis, éticas, autônomas etc.? ● Como a alienação e a ideologia configuram, desde a nossa infância, a relação que estabelecemos com a comida? Como a sociedade disciplinar (Foucault), a sociedade de controle (Deleuze) e a sociedade do desempenho (Byung-Chul Han) impactam o nosso cotidiano a partir das determinações sobre a relação que estabelecemos com a comida? ● Como instaurar uma política da inatividade e de que forma isso pode melhorar o modo como lidamos com a alimentação? Quais estratégias podemos utilizarpara modificar a nossa experiência com o tempo, otimizando o seu uso e o prazer decorrente dele? ● Por que a escola é um lugar privilegiado para dar início a essa transformação? ● Por que o veganismo é uma atitude ética no que diz respeito à alimentação? E quais críticas podemos endereçar ao veganismo enquanto movimento ético? A partir das questões apresentadas anteriormente, aponte contradições comportamentais típicas dos seres humanos no que diz respeito à alimentação - e como elas marcam presença em sua vida. Neste planejamento, o café filosófico é o cerne da etapa de conceituação. Durante esse momento os estudantes irão explorar e identificar processos, situações, contradições, relações e outras atitudes que dizem respeito às nossas vivências e simbolismos alimentares. Diante disso, eles devem ser incentivados a conceituar tais constatações. Para tanto, é importante você se familiarizar com a concepção de Gilles Deleuze de que filosofar equivale a criar conceitos. De modo a elucidar melhor essa perspectiva, você pode conferir o texto “Deleuze - O que é um conceito?” (Disponível em: https://razaoinadequada.com/2017/09/27/deleuze-o-que-e-um-conceito/). Um trecho bem elucidativo deste texto - e que pode ser socializado e debatido com os estudantes em sala de aula - segue transcrito abaixo: TEXTO 2 ( ícone clicável) 108 No intuito de aprimorar as conversas durante o café filosófico (e, aproveitando o ensejo, já ilustrar para os estudantes como um conceito é concebido), sugerimos que você explore junto à sua turma três conceitos importantes para evidenciar a postura crítica inerente à atitude filosófica - postura essa que deve pautar as intervenções durante o café filosófico. São eles: sociedade disciplinar, sociedade de controle e sociedade do desempenho. Esses conceitos cunhados respectivamente pelos filósofos Michel Foucault, Gilles Deleuze e Byung-Chul Han fornecerão uma base significativa para mediar a argumentação dos estudantes, favorecendo a articulação de ideias e o próprio ato de conceituar. Para rememorar esses três conceitos, confira os vídeos “Sociedade de controle: como as redes sociais te controlam?” (Disponível em: https://youtu.be/3qff6SO_bzw?si=ayH1qvbt8KdcirDS) e “O pensamento do filósofo Byung-Chul Han” (Disponível em: https://youtu.be/7in4qoH9V_M?si=TKDjNwBAYf4g811g). Caso julgue pertinente, disponibilize antecipadamente esses materiais para serem apreciados pelos estudantes em casa, antes da realização do café filosófico. Para além dos vídeos mencionados, segue abaixo alguns excertos sobre o tema que também podem provocar reflexões significativas por parte dos estudantes: TEXTO 3 ( ícone clicável) Encaminhamentos: Finalizado o café filosófico, agradeça a participação de todos e explicite a dinâmica do próximo momento desta sequência didática. A ideia é que o quarto e último momento deste planejamento seja constituído por uma avaliação do café filosófico, por uma conversa sobre a possibilidade de tornar o café filosófico um evento permanente no calendário escolar e por um período de tempo dedicado à resolução de atividades. Rememore os estudantes acerca da importância de tomar notas dos vídeos, textos e debates explorados ao longo de todas as etapas que compõem este planejamento. Para exercitarem ainda mais essa técnica de estudos, solicite aos estudantes que assistam ao vídeo “Libertação animal, veganismo popular e ecossocialismo” (Disponível em: https://youtu.be/4U5EyVDExIM?si=v8ajnsDFOrb8UND3) e façam anotações destacando as principais relações entre CHSA e o âmbito da alimentação abordadas no vídeo. 4° MOMENTO Organização da turma Formato circular / roda. Recursos e providências Quadro e pincel. Projetor multimídia. Acesso à internet. Textos impressos. Avaliação do café filosófico/café filosófico enquanto avaliação: Após a acolhida dos estudantes, avalie junto a eles quais eram as suas expectativas acerca do café filosófico e se essas expectativas foram correspondidas ao término do debate. Caso julgue oportuno, aproveite esse momento de avaliação do café filosófico para também realizar uma avaliação diagnóstica da turma. Considere, a partir das opiniões manifestadas pelos estudantes, se as habilidades previstas para serem trabalhadas neste planejamento foram desenvolvidas de modo satisfatório - e, caso não tenha sido contemplada adequadamente, aproveite o momento de resolução de atividades adiante para dirimir, na medida do possível, alguma defasagem que tenha sido constatada. Você ainda pode otimizar essa avaliação diagnóstica levando em consideração as anotações realizadas pelos estudantes (tanto em casa quanto na sala de aula) e as apropriações dessas informações registradas por eles. Isso pode ser verificável tanto ao interpelar os estudantes quanto às suas expectativas sobre o café filosófico quanto durante a 109 resolução das atividades logo mais. O café filosófico como evento escolar permanente: Após fazer um balanço do café filosófico, você pode conjecturar, em colaboração com a sua turma, possibilidades de tornar esta atividade um evento fixo no calendário escolar. O café filosófico pode ocorrer de diversas formas: ao final de cada bimestre como uma etapa avaliativa dos componentes curriculares da área de CHSA; fora da escola, como um modo de apropriação dos espaços públicos e de fortalecimento do vínculo com a comunidade escolar; acompanhado de preparos de aperitivos e bebidas temáticas, relacionados aos conteúdos explorados nos debates desenvolvidos em sala de aula etc. Essa prática pode ser acolhida pela escola e inserida em seu Projeto Político-Pedagógico (PPP) como uma prática permanente a ser vivenciada em datas celebradas junto à comunidade escolar - como o dia da família, dia da mulher, dia da consciência negra, dia do livro, dia do folclore, semana de educação para a vida etc. Em datas como estas, por exemplo, especialistas e membros da comunidade escolar poderiam ser convidados para compartilhar os seus estudos e experiências sobre o tema em evidência na data em questão. Outra possibilidade é utilizar o café filosófico como ensejo para preparar feiras e clubes de trocas a partir do uso de moedas sociais - estratégia esta que promove a boa convivência, a cultura de paz, a economia solidária e outras práticas que contribuem para o desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais de toda a comunidade escolar. Ainda nessa perspectiva, talvez a sua escola possa organizar cafés filosóficos/pedagógicos bimestrais, para os quais os responsáveis pelos estudantes seriam convidados com o objetivo de acompanhar mais de perto o desenvolvimento pedagógico dos discentes e conhecer melhor os valores da instituição de ensino, a partir de uma conversa com a gestão escolar e com os professores, por exemplo. Em todas essas ocasiões é possível evidenciar as ações e o protagonismo estudantil a partir das atividades desenvolvidas na escola - atividades estas que também podem subsidiar muitas outras práticas e reflexões capazes de fortalecer a comunidade escolar, uma vez que elas podem se consolidar como um exercício de resistência frente às funestas facetas que caracterizam as sociedades disciplinar, de controle e de desempenho. Dependendo da região do estado de Minas Gerais que você vive, pode ser possível até mesmo realizar um café filosófico em uma fazenda de café - ocasião oportuna, por exemplo, para explorar de modo mais significativo a região na qual a escola está inserida e estreitar vínculos com a comunidade escolar. Nesse sentido, as informações e problematizações presentes nos vídeos e textos indicados nos encaminhamentos ao final do 2° momento deste planejamento podem contribuir para a organização dessa atividade. Participar de um café filosófico enquanto saboreamos um café especial e aprendemos sobre o plantio do fruto,a colheita, a torragem, os métodos de extração e as formas de degustação deve ser uma experiência quase transcendental - principalmente quando, concomitantemente, apreendemos as relações dessa cultura com os âmbitos da filosofia, da geografia, da história e da sociologia. No entanto, vale ressaltar que há observações importantes a serem consideradas com relação à ingestão de café por crianças e adolescentes. Para saber mais sobre essa questão, consulte o texto “Caféina pode ser prejudicial à saúde das crianças e adolescentes” (Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/pediatria/cafeina-pode-ser-prejudicial-a-saude-das-criancas-e- adolescentes/). Resolução de atividades: Por fim, de modo a efetivar este último momento do planejamento, solicite aos estudantes que realizem em sala de aula as atividades constantes no “MAPA 2024 - Material para o estudante”, anexo a este planejamento. Durante a resolução das atividades, coloque-se à disposição dos estudantes e busque contribuir com a elucidação das atividades disponibilizadas para a turma, subsidiando elementos que promovam a atitude de conceituação e o desenvolvimento da autonomia de todos durante essa intervenção pedagógica. Para aprimorar esse momento final da sequência didática, 110 você pode consultar os materiais sobre o método ativo sala de aula invertida, disponibilizado na apresentação deste planejamento - desse modo, será possível arquitetar com maior qualidade o presente processo de resolução de atividades, além de averiguar com mais eficiência o engajamento dos estudantes com relação ao desenvolvimento das habilidades previstas no início deste material didático. Encaminhamentos: Ao término da resolução de atividades, exponha objetivamente as habilidades propostas no começo deste planejamento e demonstre para os estudantes como elas foram trabalhadas e consolidadas ao longo das ações pedagógicas realizadas tanto em casa quanto na escola. Uma vez finalizados os quatro momentos deste planejamento, agradeça aos estudantes pela participação nas atividades propostas ao longo deste percurso formativo, explicite para eles quais serão as dinâmicas realizadas nas próximas aulas e se despeça cordialmente de todos. 111 ANEXO TEXTO 1 Comida é cultura quando produzida, porque o homem não utiliza apenas o que encontra na natureza (como fazem todas as outras espécies de animais), mas ambiciona também criar a própria comida, sobrepondo a atividade de produção à de predação. Comida é cultura quando preparada, porque, uma vez adquiridos os produtos-base da sua alimentação, o homem os transforma mediante o uso do fogo e de uma elaborada tecnologia que se exprime nas práticas da cozinha. Comida é cultura quando consumida, porque o homem, embora podendo comer de tudo, ou talvez justamente por isso, na verdade não come qualquer coisa, mas escolhe a própria comida, com critérios ligados tanto às dimensões econômicas e nutricionais do gesto quanto aos valores simbólicos de que a própria comida se reveste. Por meio de tais percursos, a comida se apresenta como elemento decisivo da identidade humana e como um dos mais eficazes instrumentos de comunicá-la. [...] Na oposição assado/cozido, está igualmente implícito uma contraposição de gênero. A panela que ferve sobre o fogão doméstico faz parte preferivelmente das competências femininas. A gestão do fogo para assar as carnes é frequentemente uma operação masculina, aliás, máscula, que traz imagens de simplicidade brutal, de domínio imediato sobre as forças da natureza. Em toda a sua ambiguidade, essas imagens continuam a condicionar os nossos modos de pensar a relação com a comida. [...] A comida não é “boa” ou “ruim” por si só: alguém nos ensinou a reconhecê-la como tal. O órgão do gosto não é a língua, mas o cérebro, um órgão culturalmente (e, por isso, historicamente) determinado, por meio do qual se aprendem e transmitem critérios de valoração. Por isso esses critérios são variáveis no espaço e no tempo: o que em determinada época é julgado positivamente, em outra pode mudar de caráter; o que em um lugar é considerado uma guloseima, em outro pode ser visto como repugnante. A definição de gosto faz parte do patrimônio cultural das sociedades humanas. [...] A abundância de comida, típica das sociedades industriais pós-modernas, traz problemas novos e de difícil solução para uma cultura historicamente marcada pelo medo da fome e pelo desejo de comer muito - atitudes e comportamentos permanecem condicionados a isso, e a irresistível atração pelo excesso, que uma história milenar de fome imprimiu nos corpos e nas mentes, neste ponto começa a bater: nos países ricos, as doenças por excesso alimentar, que antigamente era privilégio de poucos, tornam-se um fenômeno de massa, substituindo as tradicionais doenças de carência. [...] Assim como a língua falada, o sistema alimentar contém e transporta a cultura de quem a pratica, é depositário das tradições e da identidade de um grupo. Constitui, portanto, um extraordinário veículo de auto-representação e de troca cultural: é instrumento de identidade, mas também o primeiro modo para entrar em contato com culturas diversas, uma vez que comer a comida de outros é mais fácil - pelo menos aparentemente - que codificar sua língua. Mais ainda que a palavra, a comida se presta a mediar, entre culturas diversas e abrindo os sistemas de cozinha a todo tipo de invenções, cruzamentos e contaminações. (MONTANARI, p. 15-16; 80-81; 95; 123; 183-184). Acontece que, no caso de todas as outras espécies, a busca por alimento – uma necessidade vital – ocorre de modo seguro, segundo as leis naturais, mas a experiência da alimentação humana nos mostra que, deixados à determinação de nossos impulsos e inclinações, somos levados a contrariar a lei natural de manutenção da vida, tornando imperativo buscar o porto seguro da razão. No nosso caso, os obstáculos não são criados pela natureza, mas pela natureza humana. À diferença dos outros animais, não nos alimentamos apenas guiados por impulsos sensíveis e sabemos que nem sempre o que é agradável é também saudável. Existe uma necessidade fisiológica que nos impele à 112 busca pelo alimento, sem dúvida, mas somente seres racionais podem tomar interesse por alguma coisa. Certamente, o interesse está presente na relação do homem com o alimento, na medida em que o agradável pode influir na vontade por meio das sensações. [...] A alimentação faz parte da nossa vida cotidiana, temos hábitos alimentares que são produzidos a partir das mais diversas influências, o que nos permite situar esta atividade no âmbito da cultura. Poderíamos, fazendo uma analogia com a ideia de progresso em Kant, dizer que saímos da brutalidade no campo alimentar – quando dividíamos com os animais os produtos da natureza – para um estado civilizatório, em que desenvolvemos técnicas que mudaram profundamente a forma de obtenção de alimentos e até mesmo a forma como a natureza produz seus frutos. Por outro lado, o progresso da técnica na produção de alimentos trouxe uma grande contradição em relação à sua finalidade natural de manter a vida, na medida em que muitos alimentos, ao invés de vida e saúde, portam consigo o risco de morte ou doença. [...] Kant pensou a moralidade como destinação do homem (possível somente para a espécie). Nas Lições de Ética, ele nos diz que viver como homens é viver dignamente e não degradando a nossa humanidade. Reconhecemos na falta do alimento uma condição indigna para o ser humano, o que nos levou a resgatar na dignidade humana o fundamento do direito à alimentação, algo que é essencial para a realização da destinação do homem, segundo a perspectiva teleológica de Kant. Entretanto, se pensada a alimentação apenas do ponto de vista meramente fisiológico, sabemosque é possível “manter-se vivo”, embora de forma indigna, como milhões de pessoas que não se alimentam adequadamente e vivem naquilo que consideramos “condições sub-humanas” ou “indignas” de vida. Isto nos mostra que há um ideal de alimentação a ser perseguido, um ideal de moralidade, segundo o qual será possível rejeitar certas escolhas alimentares por serem imorais, na medida em que firam a dignidade humana. (SOARES, p. 112; 116; 118). Historicamente, o paladar foi submetido à categoria dos sentidos inferiores, materiais e baixos, junto ao olfato e em contraposição a sentidos superiores, intelectuais e nobres, como visão e audição. Na perspectiva de Platão, a culinária seria comparável à retórica: uma atividade empírica, destinada a seduzir e a satisfazer uma necessidade primária e não atrelada ao conhecimento, já que não tem origem em leis dedutíveis e tampouco pertence ao domínio das artes, por não representar prazer intelectual. Ou seja, os resultados advindos do paladar seriam físicos, efêmeros e não dignos de um homem racional. De fato, a construção ocidental elevou o status da visão e audição como representantes do saber, da fé e da arte. O tato foi conectado a um sentido ambíguo, capaz de contato e proximidade, mas não capaz de interiorização. Paladar e olfato foram conectados a uma materialidade e a um prazer físico que atravessa o corpo. [...] A experiência gustativa que ocorre e se desenvolve em diferentes contextos, entendidos aqui como um conjunto de conexões em um cenário de sentidos, não abriga regras de como apreciar e desfrutar o alimento. Almoçar em um restaurante renomado é muito diferente de fazer uma refeição na beira da estrada em uma longa viagem, mas não podemos afirmar que o prazer só pode ser encontrado no primeiro ou que a experiência do paladar apenas acontece no segundo momento, tampouco que esses momentos são construídos a partir de uma necessidade puramente biológica ou fisiológica. A saciedade, a companhia, a circunstância, a negação (sei que o sabor não é bom, mas tenho fome e como), o prazer refinado e outros aspectos têm influência direta sobre a experiência do paladar e isso é o ponto de partida da complexidade utilizada como referência nessa construção teórica. [...] Tratar do paladar significa , então, estar às margens da teoria da estética e construir uma teoria das margens ao tratá-lo sob uma ótica de continuidade e de interação na relação entre natureza e cultura. Prazer, conhecimento, necessidade, desejo, nutrição e gosto formam um único todo na experiência estética do paladar. Nesse contexto de atravessamento entre natureza e cultura, comer é uma atividade 113 social em que a natureza comparece e o paladar se apresenta como uma habilidade capaz de gerar prazer e conhecimento, através de uma característica endocorpórea atrelada a um cenário de sentido, a um saber perceptivo intrinsecamente relacionado ao corpo, que deve ser observado, refletido, introspectado, expresso, compartilhado e conceitualizado para dar conta de todas as suas possibilidades. A estética do paladar, em suma, é uma estética relacional. [...] O saber do paladar também pode ser entendido como uma forma de educação que busca ensinar uma linguagem capaz de expressar uma apreciação racional do que é ingerido. Normalmente, esse é um processo gradual que atua na dimensão dos aspectos perceptíveis e mensuráveis, capazes de esclarecer os esqueletos dos processos de qualidade. Contudo, o processo de valoração da qualidade é socialmente compartilhado e intimamente vivenciado. (BENEMANN, p. 332; 334; 335; 336). A gastronomia é o domínio reservado de Eros ali onde triunfam quase exclusivamente as fúrias mortais de Tanatos. impulso de vida, criativa e criadora, constituinte e regeneradora, a força vital é a audácia cristalizada pelo conjunto dos ardores que, em nós, resistem à morte. Comer é instalar-se no próprio centro do processo formador, gerador e conservador de si próprio. De certo modo, é assistir à preparação de auroras quando se anunciam crepúsculos. Em sua obra, o artista-cozinheiro é volúvel. Ele se narra, se mostra, teoriza. Ele escreve, desenha e explica, pinta e mostra o modo de usar, produz um acontecimento e o explicita. Ao contrário, o cozinheiro-artista na maior parte do tempo se instala no terreno da prática pura e dedica o essencial do seu tempo a fazer, a fabricar. Homo sapiens contra homo faber, o verbo desdobrado contra o silêncio observado. Os que vêm do mundo das belas-artes instalam de imediato a atividade culinária no domínio da estética, no terreno dos artistas; os que atuam nas cozinhas são mais modestos, menos tagarelas e pedem que os deixem no fogão. O que não impede que sejam de todo homens de arte. [...] Somente a época contemporânea funcionou como espaço em que o efêmero pôde ser reivindicado e não tolerado. Vestígios na areia, nos desertos africanos, movimentos de transe entre os dervixes giradores, ecos que diminuem até se perder nas florestas onde se fazia música com o vento que canta nos ramos, aromas destinados aos deuses nos sacrifícios praticados por contemporâneos de Homero, inúmeros são os vestígios sem vestígio, as memórias pobres, as lembranças já quase desaparecidas ao surgir. O que essas artes produzem, como a cozinha, é o imaterial, uma substância que não é una, que transborda as categorias em que o real está habitualmente fechado. E a natureza desses imateriais acumulados é o efêmero, o precário, o que dura um dia, às vezes nem isso. Pois a cozinha é uma arte do tempo. Do tempo e do preparo aplicado ao alimento, às matérias comestíveis, suscetíveis de ingestão. Arte do tempo e das cores, dos volumes e dos materiais, ela se assemelha às das belas- artes que, justamente, tratam desse aspecto: música e pintura, arquitetura e escultura. Duração no tempo: os cozimentos; aspecto no espectro luminoso: cores; formas desenvolvidas num espaço em três dimensões, conquista dos volumes estendidos numa dimensão espacial; apresentação num prato; inscrição num dobrar ou desdobrar de texturas, lisas, estriadas, fibrosas, longas ou curtas: arquitetura e escultura. A matéria é o objeto desse efêmero que devemos esculpir como um artista, antes do desaparecimento, do aniquilamento. Todas as operações de cozinha significam e celebram as modificações trazidas à matéria: desenformar, corar, assar, fritar, escaldar, grelhar, ferver, abafar, flambar, cozinhar é agir especificamente no tempo; talhar, cortar, amaciar, cinzelar, picar, amarrar, enfarinhar é agir no terreno da forma; soltar, disfarçar, distender, moer, furar; encrespar, ligar, conservar é intervir nas texturas; refogar, aferventar, refrescar, condimentar, temperar é querer produzir efeitos sobre a cor, sobre a luz. Em todos os casos de figura, a ação conjugada sobre o tempo, a forma, as texturas, as cores vem da prática estética ou artística. As operações culinárias têm em mira os estados da matéria: exacerbar o vermelho de um pimentão, o aroma de um cogumelo, a elasticidade, o crocante, a maciez de uma torta, de uma massa, a ductilidade e 114 maleabilidade de uma carne, o cremoso de um molho. Os cinco sentidos são, portanto, convocados em sua totalidade e não solicitados parcialmente nem solicitados pela metade; são interrogados num perfume, numa consistência, num sabor, numa impressão visual. O cérebro inteiro está projetado na matéria assim variada, diversificada. A materiologia é disciplina associada à gastronomia. Porém a matéria não é eterna em sua configuração. Sua essência perdura, certamente, mas a composição em que aparece ou se mostra é precária. Desde Demócrito os materialistas afirmam, com razão, que só existe uma substância, única e diversamente modificada, sempre frisando que na modificação reside a natureza formal do real e que só existe eternidade nos componentes, não no composto. Sem dúvida, a composiçãoculinária obedece a essas leis elementares. Eternidade dos elementos, precariedade dos alimentos; imortalidade do simples, fugacidade do complexo. A cozinha é forma tomada, em espaço e em tempo dados, por uma energia e uma vontade de artista feitas estilo. O cozinheiro é um escultor de tempo que toma o pretexto da matéria. E por isso ele é condenado ao efêmero. (ONFRAY, p. 167-168; 169-171). O movimento Slow Food, criado pelo jornalista Carlo Petrini em 1986, na Itália, tornou-se uma associação sem fins lucrativos em 1989 e, atualmente, tem sede também na Alemanha, Suíça, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido, além de contar com apoiadores em 150 países, dentre eles o Brasil. O termo apareceu logo após a manifestação contra a abertura de uma lanchonete de fast food em Roma e deu nome ao manifesto que colocava em questão a vida acelerada, a confusão entre eficiência e frenesi e preconizava, então, uma vida mais lenta, sustentada nos princípios e prazeres dos sentidos e da sabedoria. O movimento vem marcar, sobretudo, a contraposição da padronização das refeições rápidas, o chamado Fast Food. Seu princípio básico consiste no direito ao prazer da alimentação e advoga pela necessidade de que todos sejam bem informados, tornando-se coprodutores e não meros consumidores. Segundo seu manual, ao preconizar a boa comida, a importância do prazer associado à alimentação e um ritmo de vida mais lento, defende que o alimento precisa ser bom, limpo e justo. O alimento deve ter um bom sabor, precisa ser cultivado de forma limpa, ou seja, sem causar prejuízos a nossa saúde, ao meio ambiente e aos animais, bem como os produtores devem ter seus direitos respeitados e receber remunerações adequadas ao seu trabalho. Com o propósito de conter a propagação da alimentação fútil, apressada e padronizada, o Slow Food busca ainda resgatar as culinárias locais, os produtos tradicionais, assim como preservar as espécies vegetais e animais. Para tanto, investe em uma educação articulada, estando presente em escolas, associações, cooperativas, centros culturais. [...] Mais do que resistência, portanto, em tempos de controle e de sujeição a imperativos de vida saudável, acreditamos que movimentos como o Slow Food podem demarcar uma abertura potente para o viver. Esta crença não significa, é claro, negar a importância dos cuidados relacionados à alimentação na busca por uma qualidade de vida, nem tampouco contribuições médicas e nutricionais, mas, isto sim, apostar na potência de movimentos que promovam um exercício crítico acerca dos modos de pensar e de se relacionar com os discursos/práticas alimentares no contexto político-subjetivo atual. (BAYÃO & DAMOUS, p. 163; 165). Cada vez mais nos assemelhamos àquelas pessoas ativas que “rolam tal como pedra, conforme a estupidez da mecânica”. Dado que percebemos a vida apenas em termos de trabalho e desempenho, compreendemos a inatividade como um déficit que deve ser corrigido o mais rápido possível. A existência humana está totalmente absorvida pela atividade. Por isso, é possível explorá- la. Perdemos o sentido da inatividade, a qual não representa uma incapacidade, uma recusa, uma simples ausência de atividade, mas uma capacidade em seu próprio direito. A inatividade tem a sua própria lógica, sua própria linguagem, sua própria temporalidade, sua própria arquitetura, seu 115 próprio esplendor, sua própria magia. Ela não é uma fraqueza, uma falta, mas uma intensidade que, todavia, não é nem percebida nem reconhecida na nossa sociedade da atividade e do desempenho. Não temos acesso ao reino e à riqueza da atividade. A inatividade é uma forma reluzente da existência humana. Hoje, ela esmaeceu até se tornar uma forma vazia de atividade. Nas relações de produção capitalistas, a inatividade retorna como o de fora que é incluído. Nós a chamamos de “tempo livre”. Uma vez que o tempo livre serve para se recuperar do trabalho, permanece preso à sua lógica. Como um derivado do trabalho, ele é um elemento funcional no interior da produção. Com isso, desaparece o tempo de fato livre, que não pertence à ordem do trabalho e da produção. Não conhecemos mais aquele repouso sagrado, festivo, que “reúne em si intensidade vital e a contemplação, e que consegue reuni-los mesmo quando a intensidade vital se torna selvageria”. Falta, ao “tempo livre”, tanto a intensidade da vida quanto a contemplação. Ele é um tempo que matamos a fim de não deixar nenhum tédio surgir. Não é um tempo livre, vivo, mas um tempo morto. A vida intensa significa hoje, sobretudo mais desempenho ou mais consumo. Esquecemos que a inatividade que nada produz representa uma forma reluzente e intensa de vida. À obrigação para o trabalho e para o desempenho deve-se opor uma política da inatividade que possa produzir um verdadeiro tempo livre. A inatividade constitui o Humanum. O que torna o fazer genuinamente humano é a parcela de inatividade que há nele. [...] Inatividades demandam tempo. Elas exigem muito tempo, um demorar-se intenso, contemplativo. Elas são raras em uma época da pressa, na qual tudo se tornou tão a curto prazo, de tão curta respiração e de vista tão curta. Hoje, impõe-se em todo lugar a forma de vida consumista, na qual toda necessidade deve ser satisfeita imediatamente. Não temos mais a paciência para a espera, na qual algo pode lentamente amadurecer. O que conta é apenas o efeito de curto prazo, o êxito rápido. Ações se encurtam em reações. Experiências se diluem em vivências. Sentimentos se empobrecem em emoções e afetos. Não temos acesso à realidade, que só se revela a uma atenção contemplativa. (HAN, p. 9-11; 26). 116 TEXTO 2 A filosofia não possui compromisso nenhum com o Universal, com o consenso ou com a doxa (opinião). Seus caminhos são outros, ela opera por singularidades. Para Deleuze e Guattari, o conceito será o centro da filosofia, sua razão de ser; podemos resumir tudo em uma fórmula simples: Filosofar = criar conceitos. Pode parecer estranho em um primeiro momento, talvez prático demais. Quer dizer então que os conceitos não estão escondidos por trás dos fenômenos, ou brilhando no céu? Sim, é exatamente isso, filosofar é a prática de criar, inventar, construir, talhar e dar consistência aos conceitos. E podemos ir além, não há altar para os conceitos, eles precisam ser arrancados do ato do pensamento. Mas por que inventaríamos conceitos em um primeiro momento? Qual a razão de inventar conceitos e por que eles seriam necessários? É preciso inventar conceitos por uma razão simples, porque eles surgem para resolver problemas. Da mesma maneira que se inventam ferramentas para resolver problemas, os conceitos são utensílios existenciais, inventados para superar e solucionar problemas que o ato de viver encontra em seu caminho. Todo conceito surge para resolver um problema. Todo e qualquer conceito surge porque de uma maneira ou de outra havia uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho havia uma pedra. A pedra é o acontecimento, e o conceito é a vida que procura dar conta de si mesma, superando os obstáculos através do pensamento. Sendo assim, o filósofo cria conceitos para uma realidade determinada: esta vida, esta existência, com estes problemas e estas questões a se resolver. O ato filosófico continuamente reconceitualiza a existência, encarando os problemas e encontrando novas formas e existir. Ainda assim, conceitos não nascem do nada, claro, e também não são feitos de qualquer maneira, eles também possuem histórias. Ainda assim, não é qualquer coisa que podemos chamar de conceitos, eles nascem sendo atualizados por conceitos antigos, ou por adição e subtração de componentes que os constituem. Por isso a história da filosofia é diferente do ato de filosofar. O historiador da filosofia, e isso vale para os professores de filosofia, fala dosconceitos em seus devires, suas transformações e criações. Os filósofos não filosofam por um ato de espontaneidade, eles mergulham no caos, mas armados de conceitos antigos, retirados de filósofos anteriores. Mas criar conceitos é sempre romper com a história, é ser extemporâneo. Os problemas não são históricos, são imanentes. O filósofo olha para o presente, pedindo por um futuro, criando mundos; já o historiador olha para o passado, tentando compreender o presente. (TRINDADE, 2017). 117 TEXTO 3 Sobre sociedade disciplinar Qual a maior virtude para uma sociedade como esta [sociedade disciplinar]? Corpos dóceis, adestrados, que desenvolveram reflexos de submissão: paciência, obediência, resiliência. A tão sonhada paz foi conquistada. As disciplinas são técnicas utilizadas para assegurar a ordenação das multiplicidades humanas. Ela é usada para reduzir o que torna uma multiplicidade difícil de ser manejada. Faz crescer a utilidade de cada elemento singular. Ela é o processo técnico pelo qual a força do corpo é, com mínimo ônus, reduzida como força política e maximizada como força útil. Quer o máximo de efetividade com o mínimo de dispêndio. A disciplina permite que o poder operacionalize suavemente a vida em favor de um circuito de produção e lucro. A estratégia muda: no lugar da punição espetacular, é agora colocado em prática o ajuste constante do homem ao seu meio, sua adaptação. Controlar, manipular multiplicidades é mais efetivo do que violentar. As relações de poder só funcionam dentro desta trama complexa. A disciplina é efeito do direito que acaba se tornando dever. As instituições disciplinares constituem a vertente obscura da luta pelos direitos, elas protegem, mas também obrigam. Do universal nasce uma assimetria local. A forma jurídica que garante os direitos com uma mão, opera as disciplinas com a outra. Somos aparentemente iguais em direitos, mas a liberdade formal política é, ao mesmo tempo, a escravidão das forças dos corpos. O direito universal, sonho dos juristas reformadores, se manifesta como disciplina específica, efeito real da dominação. Nas escolas, no trabalho, na prisão, no consultório do psiquiatra, o que se produz? Disciplina Infinita! Pura e simplesmente! Interrogatório sem fim, formação continuada, processo nunca encerrado. Dominação permanente de uma sociedade que sonhava com valores talvez altos demais para serem colocados em prática. O sonho de liberdade, igualdade e fraternidade tornou-se o pesadelo da escravidão, desigualdade e indiferença. (LAURO, 2017b). Sobre sociedade de controle O Controle é a nova maneira pela qual se exerce o Poder e ele se afasta da Disciplina no que concerne a disposição do tempo e também do espaço. Se a Disciplina marcava o espaço por Territorializações, o Controle marca por processos de Desterritorialização. Não se trata mais de capturar o virtual, como o “fora” entre corpo e a potência. Não há mais fora! Para que o Controle seja contínuo ele não deve apenas interferir na passagem do Virtual ao Atual, ele precisa represar a passagem. A condução dos fluxos numa Sociedade de Controle é canalizada, sintonizada, por que não. Não se constitui um território onde a ação passe por um filtro, mas faz-se uma introjeção do filtro. O Virtual deve ser tomado pela Desterritorialização, isto é, a potência de um corpo deve ser controlada a partir de dentro. Dá no mesmo dizer que o que se deve capturar é o Desejo. Se a Disciplina marcava o tempo pelo relógio, o Controle percebe que o tempo cronológico é, na verdade, pouco produtivo. É mais inteligente pensar qual o melhor momento. Em que momento pode- se extrair mais de cada tipo de corpo? Para cada corpo, uma medida. A captura do tempo se dará no campo da heterogênese. “Você rende mais à noite? Fique à vontade para fazer seu horário“. A produção não se dá mais em turnos, ela acontece o tempo inteiro. É preciso falar também da mudança na produção de subjetividade. O Normal é produzido em espaço aberto. Não há mais passagem entre a escola, a faculdade e o trabalho. Há uma espécie de 118 Conurbação Afetiva, bem monótona. O Controle atravessa as paredes pelas ondas eletromagnéticas para fazer circular um número ínfimo de afetos. Deleuze fala que o plano da vez é a educação nacional, e isto significa precisamente, a entrega da escola à empresa. Nossas escolas devem produzir bons “Empreendedores de Si”. [...] Imensas novas forças estão implicadas na Sociedade de Controle: as bolsas de valores, os bancos, as empresas, a mídia, a publicidade. O processo de captura do Desejo não é simples. O Controle move enormes quantidades de força reacionária: uma Axiomática. Primeiro, é preciso que as pessoas acreditem que as demandas sociais são verdades inquestionáveis, que o país só cresce quando os bancos lucram, que o produto melhor é o mais novo, que o metrô é o melhor uso do dinheiro público. Segundo, é preciso capturar as palavras perigosas. Experiência, conceito, ação, invenção. Só através da captura das máquinas de expressão é que se captura da multiplicidade em espaço aberto. É por esse motivo que as instituições da grande Mídia tem tanto poder. Ao disputar a narrativa, elas disputam a produção de pensamento. (LAURO, 2017a). Sobre sociedade do desempenho A sociedade disciplinar de Foucault, feita de hospitais, asilos, presídios, quartéis e fábricas, não é mais a sociedade de hoje. Em seu lugar, há muito tempo, entrou uma outra sociedade, a saber, uma sociedade de academias de fitness, prédios de escritórios, bancos, aeroportos, shopping centers e laboratórios de genética. A sociedade do século XXI não é mais a sociedade disciplinar, mas uma sociedade de desempenho. Também seus habitantes não se chamam mais “sujeitos da obediência”, mas sujeitos de desempenho e produção. São empresários de si mesmos. Nesse sentido, aqueles muros das instituições disciplinares, que delimitam os espaços entre o normal e o anormal, se tornaram arcaicos. A analítica do poder de Foucault não pode descrever as modificações psíquicas e topológicas que se realizaram com a mudança da sociedade disciplinar para a sociedade do desempenho. Também aquele conceito da “sociedade de controle” não dá mais conta de explicar aquela mudança. Ele contém sempre ainda muita negatividade. [...] A mudança de paradigma da sociedade disciplinar para a sociedade de desempenho aponta para a continuidade de um nível. Já habita, naturalmente, o inconsciente social, o desejo de maximizar a produção. A partir de determinado ponto da produtividade, a técnica disciplinar ou o esquema negativo da proibição se choca rapidamente com seus limites. Para elevar a produtividade, o paradigma da disciplina é substituído pelo paradigma do desempenho ou pelo esquema positivo do poder, pois a partir de um determinado nível de produtividade, a negatividade da proibição tem um efeito de bloqueio, impedindo um maior crescimento. A positividade do poder é bem mais eficiente que a negatividade do dever. Assim o inconsciente social do dever troca de registro para o registro do poder. O sujeito de desempenho é mais rápido e mais produtivo que o sujeito da obediência. O poder, porém, não cancela o dever. O sujeito de desempenho continua disciplinado. Ele tem atrás de si o estágio disciplinar. O poder eleva o nível de produtividade que é intencionado através da técnica disciplinar, o imperativo do dever. Mas em relação à elevação da produtividade não há qualquer ruptura; há apenas continuidade. [...] O sujeito de desempenho está livre da instância externa de domínio que o obriga a trabalhar ou que poderia explorá-lo. É senhor e soberano de si mesmo. Assim, não está submisso a ninguém ou está submisso apenas a si mesmo. É nisso que ele se distingue do sujeito de obediência. A queda da instância dominadora não leva à liberdade. Ao contrário, faz com queliberdade e coação coincidam. Assim, o sujeito de desempenho se entrega à liberdade coercitiva ou à livre coerção de maximizar o 119 desempenho. O excesso de trabalho e desempenho agudiza-se numa autoexploração. Essa é mais eficiente que uma exploração do outro, pois caminha de mãos dadas com o sentimento de liberdade. O explorador é ao mesmo tempo o explorado. Agressor e vítima não podem mais ser distinguidos. Essa autorreferencialidade gera uma liberdade paradoxal que, em virtude das estruturas coercitivas que lhe são inerentes, se transforma em violência. Os adoecimentos psíquicos da sociedade de desempenho são precisamente as manifestações patológicas dessa liberdade paradoxal. (HAN, 2015, p. 14-17). 120 REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2016. BARISTA vencedor do Campeonato Mundial investe em cafés brasileiros. Estado de Minas, Belo Horizonte, 12 jul. 2023. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/degusta/2023/07/12/interna_degusta,1519107/barista-vencedor- do-campeonato-mundial-investe-em-cafes-brasileiros.shtml. Acesso em: 20 nov. 2023. BAYÃO, Bianca; DAMOUS, Issa. Slow Food e as práticas atuais de cuidado com a alimentação. Trivium: Estudos interdisciplinares, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 155-166, 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/trivium/v10n2/v10n2a04.pdf. Acesso em: 20 nov. 2023. BENEMANN, Nicole Weber. Estética e experiência do gosto: contribuições para o debate sobre paladar, gastronomia e arte. 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(EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens, levando em consideração, na atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais. TEMA DE ESTUDO: A relação entre acesso à educação e mundo do trabalho: desafios e perspectivas. A) APRESENTAÇÃO: Neste planejamento de aula, exploraremos a relação intrínseca entre acesso à educação e mundo do trabalho, analisando as suas dimensões e desafios contemporâneos. O objetivo é desenvolver habilidades fundamentais para que os estudantes compreendam como a educação influencia suas trajetórias profissionais e como as políticas de inclusão são essenciais para garantir acesso igualitário ao mercado de trabalho. Propomos uma reflexão acerca das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais, considerando os impactos dessas mudanças nas relações de trabalho. Ao longo da aula, serão abordados conceitos, dados relevantes e debates sobre as políticas públicas necessárias para promover a equidade, especialmente para jovens, mulheres, negros e outras minorias sociais. A aula será conduzida de forma participativa, incentivando a interação dos estudantes e promovendo debates que estimulem a reflexão crítica. Utilizaremos recursos como textos, vídeos, e discussões em grupo para enriquecer a compreensão dos temas abordados. Enquanto profissionais da Educação, somos convidados a adotar uma perspectiva pedagógica que transcende as fronteiras convencionais do ensino. Diante da complexa interseção entre educação e trabalho, vamos refletir sobre as implicações profundas desta relação na tessitura de nossa sociedade. O cerne de nosso propósito é ir além da transmissão de conhecimento e promover uma compreensão crítica das relações de produção, capital e trabalho. Encorajo cada um de vocês a cultivar não apenas receptores de informações, mas agentes capazes de analisar e transformar as dinâmicas que regem o nosso mundo. 125 Ao reconhecer a imperatividade de políticas que garantam acesso igualitário ao mercado de trabalho, instamos a um compromisso profundo com a construção de um ambiente educativo inclusivo e justo. Nesta empreitada, a diversidade não é apenas celebrada; ela é a força propulsora da inovação e da prosperidade coletiva. Na vanguarda desta jornada, encontra-se a necessidade de preparar nossos estudantes para as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais da contemporaneidade. A compreensão destas mudanças é essencial para capacitá-los a enfrentar os desafios que o futuro do trabalho impõe. Cada diálogo, cada atividade prática, moldará mentes inquisitivas e preparará nossos alunos para a complexidade do mundo que os aguarda. Este é um compromisso que transcende as paredes da sala de aula; é um investimento no futuro de uma sociedade mais justa e igualitária. Em meio aos desafios, vejam as oportunidades para inspirar, questionar paradigmas e guiar os estudantes em direção a uma compreensão profunda das relações que permeiam educação e trabalho. A formalidade do ambiente educacional não deve ser um entrave, mas sim um veículo para o rigor e a seriedade necessários para moldar as mentes de forma impactante. Dessa maneira, cada sessão de aula se configura como um chamado para sensibilizar os estudantes diante dessa realidade. Durante esse momento, é essencial estimular uma reflexão acerca do mundo que os cerca, fomentando uma análise crítica; orientar sobre como avaliar essarealidade, encorajando a busca por compreensão dos processos históricos e sociais que contribuíram para a configuração atual; por fim, motivar cada aluno a agir diante dessa realidade, propondo soluções para os conflitos sociais vigentes. Entretanto, é imperativo que cada etapa seja conduzida com diligência, atentando-se aos conceitos fundamentais da sociologia e estabelecendo um diálogo consistente com a teoria sociológica pertinente. B) DESENVOLVIMENTO 1º MOMENTO Organização da turma A turma poderá ser organizada de acordo com a preferência da professora ou professor. O ideal é que seja uma disposição fora da rotina, como: turma organizada em círculo ou os estudantes reunidos em duplas ou grupos. Recursos e providências Textos impressos e projetor multimídia. − Explique a importância da habilidade em análise e sua relevância para os estudantes. − Apresente dados sobre a atual situação do acesso à educação e suas implicações no mercado de trabalho. Neste primeiro momento, é crucial contextualizar a relevância da habilidade na análise da relação entre educação e trabalho para os estudantes. Entender a intrincada interconexão entre esses dois pilares é mais do que uma mera exploração acadêmica; é um dado que capacita os estudantes a decifrarem as nuances da sociedade contemporânea. A habilidade em análise oferece aos estudantes uma visão crítica sobre como suas escolhas educacionais reverberam no mercado de trabalho. Dados recentes indicam que, em média, pessoas com níveis mais elevados de educação têm uma maior probabilidade de encontrar empregos que ofereçam salários mais altos e oportunidades de crescimento profissional. Isso destaca a importância de compreender como o acesso à educação impacta diretamente as perspectivas de carreira. 126 Ao observarmos a realidade do acesso à educação, evidenciam-se disparidades significativas. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda persistem desafios consideráveis no acesso à educação de qualidade em diversas regiões do país. Isso reflete não apenas nas oportunidades educacionais, mas também na preparação dos estudantes para enfrentar os desafios do mercado de trabalho. A correlação entre níveis educacionais e oportunidades profissionais é evidente. Em uma pesquisa recente, constatou-se que profissionais com ensino superior têm uma taxa de desemprego menor e uma probabilidade maior de acesso a postos de trabalho mais qualificados. Esses dados destacam como as escolhas educacionais são determinantes na configuração das trajetórias profissionais. Portanto, este primeiro momento não apenas introduz a habilidade em análise, mas também provoca uma reflexão crítica sobre a importância do acesso à educação na construção de trajetórias profissionais sólidas. Ao ancorar essa análise em dados concretos, buscamos não apenas informar, mas capacitar os estudantes a compreenderem e moldarem ativamente o seu futuro educacional e profissional. DICAS: Filme: "Que Horas Ela Volta?" (2015): Este filme dirigido por Anna Muylaert aborda as dinâmicas sociais entre patrões e empregados domésticos no Brasil, destacando as barreiras educacionais e as consequências no mercado de trabalho. Livro: "Cidade de Deus" - Paulo Lins: o livro, que inspirou o famoso filme homônimo, mergulha nas realidades das favelas brasileiras, explorando as complexidades da educação e as escolhas enfrentadas pelos jovens em busca de oportunidades. 2º MOMENTO Organização da turma A turma poderá ser organizada de acordo com a preferência da professora ou professor. O ideal é que seja uma disposição fora da rotina, como: turma organizada em círculo ou os estudantes reunidos em duplas ou grupos. Recursos e providências Textos impressos e projetor multimídia. − Apresente os conceitos-chaves relacionados à interação entre educação e trabalho. − Explore casos históricos e contemporâneos que evidenciem as diferentes dimensões dessa relação. No segundo momento, aprofundaremos a análise da relação entre educação e trabalho, introduzindo conceitos sociológicos e outros conceitos fundamentais e explorando casos históricos e contemporâneos que ilustram as diversas dimensões dessa interação no contexto brasileiro. 127 Reprodução Social: refere-se ao processo pelo qual as desigualdades sociais são transmitidas de uma geração para outra, incluindo aquelas relacionadas ao acesso à educação e oportunidades no mercado de trabalho. Habitus: desenvolvido por Pierre Bourdieu, é um conjunto de disposições internalizadas que moldam as escolhas e comportamentos individuais. No contexto educacional e profissional, o habitus influencia as decisões e as trajetórias de carreira. Mercado de Trabalho Dual: um conceito que destaca a divisão do mercado de trabalho em setores formal e informal, cada um com características distintas em termos de estabilidade, remuneração e proteção social. Capital Humano: refere-se ao conjunto de conhecimentos, habilidades e competências adquiridas por um indivíduo por meio da educação e da experiência, influenciando sua produtividade no mercado de trabalho. Educação Profissionalizante: enfatiza a preparação para atividades específicas do mercado de trabalho, proporcionando habilidades práticas e técnicas necessárias para determinadas profissões. Mercado de Trabalho Formal e Informal: distingue entre empregos com contratos formais e proteções legais e aqueles sem essas características, muitas vezes caracterizados pela instabilidade e falta de garantias trabalhistas. Casos históricos e contemporâneos brasileiros: Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST): o MST ilustra a luta por acesso à terra e educação no Brasil, destacando as interconexões entre questões agrárias, educação e oportunidades de trabalho digno. Cotas Raciais e Sociais nas Universidades: a implementação de políticas de cotas nas instituições de ensino superior busca enfrentar as desigualdades históricas no acesso à educação, evidenciando a relação entre educação e estratificação social. Efeito de Gênero na Escolha Profissional: estudos sociológicos evidenciam como as expectativas de gênero influenciam as escolhas educacionais e profissionais, contribuindo para a segregação ocupacional e salarial. Trabalho Precário e Informal: a análise sociológica do trabalho precário e informal no Brasil destaca não apenas as dimensões econômicas, mas também as implicações sociais e educacionais dessa realidade. Criação do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial): um marco na história brasileira, o SENAI, fundado em 1942, ilustra a ênfase na educação profissionalizante para atender às demandas da indústria, contribuindo para a formação de capital humano especializado. Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC): iniciado em 2011, o PRONATEC é um exemplo contemporâneo de esforços governamentais para expandir a oferta de cursos técnicos e profissionalizantes, visando melhorar a inserção no mercado de trabalho. Desenvolvimento da Educação a Distância (EaD): a crescente utilização da EaD no Brasil destaca a adaptação do sistema educacional às demandas do mercado, proporcionando flexibilidade para a aquisição de habilidades profissionais, especialmente em momentos de transformação digital. Impacto da Pandemia na Educação e Trabalho: a pandemia de COVID-19 evidenciou a importância da adaptação rápida e constante das habilidades profissionais, destacando a necessidade de educação continuada e o desafio de equilibrar a educação remota com as exigências do trabalho. 128 Ao introduzir esses conceitos sociológicos e explorar casos brasileiros, buscamos não apenas informar os estudantes, mas instigá-los a refletir sobre como as estruturas sociais impactam a interação entre educação e trabalho em nossa sociedade. Dicas de filmes: "Central do Brasil" (1998) - Direção: Walter Salles: este filme brasileiro aborda a questão da mobilidade social e as dificuldades de acesso à educação e ao mercado de trabalho. A narrativa segue a jornada de uma mulher que atua como escritora de cartas para analfabetos na estação central do Brasil. "Estamira" (2004) - Direção: Marcos Prado: documentário que segue a vida de Estamira, uma catadora de lixo no Rio de Janeiro. O filme proporciona uma reflexão sobre as condições de trabalho, a estigmatização social e a relação entre saúde mental, trabalho e educação. 3º MOMENTO: Organização da turma A turma poderá ser organizada de acordo com a preferência da professora ou professor. O ideal é que seja uma disposição fora da rotina, como: turma organizada em círculo ou os estudantes reunidos em duplas ou grupos. Recursos e providências Textos impressos e projetor multimídia. − Discuta a importância de políticas que garantam igualdade de acesso ao mercado de trabalho. − Análise casos de sucesso e desafios enfrentados por jovens, mulheres, negros e minorias sociais. Neste terceiro momento, aprofundaremos a discussão sobre a relevância de políticas que buscam garantir igualdade de acesso ao mercado de trabalho. Analisaremos casos emblemáticos que revelam tanto sucessos quanto desafios enfrentados por jovens, mulheres, negros e outras minorias sociais, destacando a importância dessas políticas na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Importância de Políticas de Igualdade: A igualdade de acesso ao mercado de trabalho não é apenas uma aspiração moral, mas também um imperativo para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Políticas que buscam eliminar barreiras discriminatórias promovem não apenas a inclusão, mas também a diversidade de perspectivas, enriquecendo o ambiente de trabalho e impulsionando a inovação. Além disso, tais políticas são cruciais para corrigir desigualdades históricas e estruturais, que muitas vezes limitam o acesso de certos grupos a oportunidades de emprego e progressão na carreira. Ao criar um ambiente que valoriza a diversidade, contribuímos para a desconstrução de estereótipos e preconceitos arraigados na sociedade. 129 Casos de Sucesso: Programa Jovem Aprendiz: iniciativas como o Programa Jovem Aprendiz, que combina aprendizado prático com formação teórica, têm proporcionado oportunidades para jovens ingressarem no mercado de trabalho, especialmente aqueles que enfrentam desafios socioeconômicos. Cotas para negros e minorias em empresas: a implementação de cotas para negros e minorias em empresas tem demonstrado sucesso ao promover a diversidade e a representatividade. Essas políticas têm contribuído para um ambiente de trabalho mais inclusivo e para a desconstrução de estereótipos. Prouni - ampliando acesso à educação e ao mercado de trabalho: o Prouni tem impactado positivamente o cenário socioeconômico brasileiro, proporcionando a milhares de estudantes de baixa renda a oportunidade de cursar o ensino superior. Isso não apenas amplia suas perspectivas educacionais, mas também abre portas para uma inserção mais qualificada no mercado de trabalho. Desafios Enfrentados: ▪ diferença salarial de gênero: apesar dos avanços, a diferença salarial entre homens e mulheres persiste. A implementação de políticas efetivas para promover a igualdade salarial e combater o assédio no ambiente de trabalho continua sendo um desafio. ▪ desigualdade racial no mercado de trabalho: negros ainda enfrentam desafios significativos no mercado de trabalho, incluindo discriminação e menor representatividade em cargos de liderança. A implementação de políticas que combatam o racismo estrutural é essencial para enfrentar esses problemas. A contínua ampliação e aperfeiçoamento de políticas públicas, aliadas a um esforço coletivo da sociedade, são necessários para construir um ambiente profissional mais justo e inclusivo. Ao refletir sobre casos de sucesso e desafios, os estudantes serão incentivados a considerar o papel fundamental das políticas de igualdade na construção de um mercado de trabalho mais justo, inclusivo e igualitário. DICAS: Filme: "Preciosa: Uma História de Esperança" (2009) - Direção: Lee Daniels: baseado no livro "Push" de Sapphire, o filme aborda questões de raça, classe social e gênero, destacando os desafios enfrentados por uma jovem negra em busca de educação e oportunidades de trabalho. Livro: "Mulheres, Raça e Classe" - Angela Davis: Angela Davis analisa interseccionalmente as questões de gênero, raça e classe, oferecendo uma compreensão profunda das complexidades que as mulheres, especialmente as mulheres negras, enfrentam no acesso ao mercado de trabalho. 130 4º MOMENTO: Organização da turma A turma poderá ser organizada de acordo com a preferência da professora ou professor. O ideal é que seja uma disposição fora da rotina, como: turma organizada em círculo ou os estudantes reunidos em duplas ou grupos. Recursos e providências Textos impressos e projetor multimídia. − Divida os estudantes em grupos para discutir casos específicos de desafios no acesso ao trabalho. − Cada grupo apresentará suas conclusões em um diálogo posterior. No quarto momento, mergulharemos em discussões mais específicas sobre desafios no acesso ao trabalho. A proposta é dividir os estudantes em grupos para que explorem casos concretos relacionados a jovens, mulheres, negros e outras minorias sociais. Cada grupo terá a responsabilidade de analisar um caso específico, destacando os obstáculos enfrentados e propondo possíveis soluções. Essa abordagem prática permitirá aos estudantes uma compreensão mais detalhada das complexidades que envolvem o acesso igualitário ao mercado de trabalho. Além disso, ao compartilhar suas conclusões em um diálogo posterior, os alunos terão a oportunidade de enriquecer suas perspectivas por meio do intercâmbio de ideias. ROTEIRO: 1. Divisão em Grupos: divida a turma em grupos, assegurando uma distribuição equitativa de casos entre os grupos. Cada grupo será designado para analisar um caso específico relacionado aos desafios no acesso ao trabalho. 2. Pesquisa e Análise: cada grupo realizará uma pesquisa aprofundada sobre o caso atribuído, identificando os principais desafios enfrentados pelos indivíduos ou grupos em questão. As dimensões a serem exploradas incluem discriminação, falta de oportunidades, estigmatização, entre outros. 3. Proposição de Soluções: com base na análise, cada grupo deverá propor soluções realistas e viáveis para superar os desafios identificados. Isso pode envolver sugestões de políticas, conscientização, programas de capacitação, entre outras estratégias. 4. Preparação da Apresentação: cada grupo preparará uma apresentação breve, destacando os principais pontos do caso, os desafios identificados e as propostas de solução. Podem utilizar recursos visuais, dados estatísticos e exemplos concretos para enriquecer suas apresentações. 5. Diálogo em Grupo: após as apresentações individuais, abra espaço para um diálogo em grupo. Encoraje os estudantes a compartilharem insights, fazer perguntas e discutir as diferentes perspectivas apresentadas. Isso promoverá uma compreensão mais abrangente dos desafios no acesso ao trabalho. 6. Considerações Finais: ao final da atividade, destaque a importância do diálogo e da colaboração na identificação e busca por soluções para os desafios enfrentados por diferentes grupos no mercado de trabalho. Essa abordagem prática visa não apenas informar, mas também inspirar ações e reflexões críticas sobre questões sociais relevantes. 131 5º MOMENTO: Organização da turma A turma poderá ser organizada de acordo com a preferência da professora ou professor. O idealé que seja uma disposição fora da rotina, como: turma organizada em círculo ou os estudantes reunidos em duplas ou grupos. Recursos e providências Textos impressos e projetor multimídia. No quinto momento, convidamos os estudantes a uma reflexão profunda sobre o papel individual na promoção da equidade. Reconhecendo que cada pessoa desempenha um papel crucial na construção de uma sociedade mais justa, esta etapa busca estimular um compromisso pessoal e a expressão de ações concretas que cada estudante pode empreender para contribuir efetivamente com a promoção da equidade. Reflexão sobre o Papel Individual: É inegável que vivemos em uma sociedade onde desafios persistentes relacionados à igualdade de oportunidades e tratamento igualitário ainda existem. Nesse contexto, é vital que cada estudante reconheça a relevância do seu papel na busca por uma sociedade mais equitativa. A educação proporciona não apenas conhecimento, mas também a capacidade de influenciar positivamente o ambiente ao nosso redor. Expressão de Compromissos Pessoais: Convidamos cada estudante a refletir sobre as aprendizagens desta aula e a considerar de que forma podem ser agentes de mudança no cenário social. Na expressão de compromissos pessoais, os estudantes são incentivados a pensar em ações práticas que podem realizar em suas vidas cotidianas para contribuir com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Exemplos de Compromissos Pessoais: − Promover a Conscientização: comprometo-me a compartilhar informações sobre desafios de acesso ao trabalho e equidade, promovendo a conscientização entre meus amigos, familiares e comunidade. − Combater Estereótipos: comprometo-me a questionar e desafiar estereótipos, promovendo uma visão mais justa e inclusiva em relação a diferentes grupos sociais. − Participar de Iniciativas Locais: comprometo-me a envolver-me em iniciativas locais que busquem promover a equidade, seja por meio de voluntariado, participação em projetos sociais ou engajamento em debates comunitários. − Apoiar Políticas de Inclusão: comprometo-me a apoiar e defender políticas que promovam a igualdade de oportunidades, especialmente aquelas direcionadas a grupos historicamente marginalizados. Ao expressarem seus compromissos pessoais, os estudantes não apenas internalizam as reflexões proporcionadas pela aula, mas também se tornam agentes ativos na construção de um futuro mais justo e equitativo. A educação não é apenas um meio de adquirir conhecimento; é uma ferramenta poderosa para transformar a sociedade, e cada estudante detém o potencial de desempenhar um papel significativo nesse processo. 132 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA: Competência 5: Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Estudando e compreen- dendo os conceitos de se- xo, gênero e sexualidade, suas inter-relações e inter- seccionalidades. O papel das instituições e dos mecanismos simbóli- cos e discursivos na atri- buição de comportamen- tos à classe, à raça, ao gênero, ao sexo, à sexua- lidade e à questão geracional (juventudes). A transformação das cate- gorias sociais como ra- ça/cor, família, religião, gênero, entre outras, ao longo do tempo e do es- paço. (EM13CHS501) Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos e espaços, identificando processos que contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a convivência democrática e a solidariedade. (EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Identidade de gênero e diversidade: desconstruindo estereótipos e reconhecendo a autonomia individual. A) APRESENTAÇÃO: Ao se deparar com o desafio de explorar o tema "Identidade de Gênero e Diversidade: Desconstruindo Estereótipos e Reconhecendo a Autonomia Individual" em sua aula de Sociologia, você está prestes a desempenhar um papel fundamental na formação crítica e inclusiva de seus estudantes. Este tema oferece uma oportunidade para trabalhar os conceitos intrincados de sexo, gênero e sexualidade, enquanto lida com as complexidades das inter-relações e interseccionalidades presentes em nossa sociedade. Ao abordar o papel das instituições e dos mecanismos simbólicos na atribuição de comportamentos, você guiará seus alunos para uma compreensão mais profunda das dinâmicas sociais que moldam as identidades. A análise das transformações ao longo do tempo e do espaço nas categorias sociais proporcionará uma visão histórica, permitindo que os estudantes compreendam não apenas o presente, mas também as origens das perspectivas atuais sobre gênero e identidade. O destaque dado à autonomia e liberdade individual torna-se crucial nesse contexto, incentivando os estudantes a refletirem sobre suas próprias escolhas e respeitarem as escolhas alheias. Ao desconstruir estereótipos de gênero, você contribuirá para um ambiente educacional mais inclusivo e aberto ao diálogo. Dessa maneira, cada sessão de aula se configura como um chamado para sensibilizar os estudantes diante dessa realidade. Durante esse momento, é essencial estimular uma reflexão acerca do mundo 133 que os cerca, fomentando uma análise crítica; orientar sobre como avaliar essa realidade, encorajando a busca por compreensão dos processos históricos e sociais que contribuíram para a configuração atual; por fim, motivar cada aluno a agir diante dessa realidade, propondo soluções para os conflitos sociais vigentes. Entretanto, é imperativo que cada etapa seja conduzida com diligência, atentando-se aos conceitos fundamentais da sociologia e estabelecendo um diálogo consistente com a teoria sociológica pertinente. Lembre-se, este é um convite para se tornar um agente de transformação na vida de seus estudantes, promovendo não apenas a compreensão teórica, mas também o desenvolvimento de habilidades críticas e valores fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Sua dedicação e comprometimento são peças-chave nesse processo educacional. Estamos confiantes de que, ao conduzir essa aula, você proporcionará uma experiência enriquecedora e, ao mesmo tempo, moldando cidadãos conscientes e respeitosos. B) DESENVOLVIMENTO 1º MOMENTO Organização da turma A turma poderá ser organizada de acordo com a preferência da professora ou professor. O ideal é que seja uma disposição fora da rotina, como: turma organizada em círculo ou os estudantes reunidos em duplas ou grupos. Recursos e providências Textos impressos e projetor multimídia. − Apresente os conceitos fundamentais para a discussão: gênero, sexo e sexualidade. Iniciar esta aula com a apresentação dos conceitos fundamentais de sexo, gênero e sexualidade é a base essencial para a compreensão mais profunda da identidade de gênero e diversidade. Este momento é uma oportunidade para criar um ambiente de aprendizado inclusivo e respeitoso. Comece a aula ressaltando a importância desses conceitos na formação das identidades individuais e na estruturação das relações sociais. Utilize exemplos cotidianos e situações práticas para ilustrar a aplicação desses conceitos na vida real. ATIVIDADE INDIVIDUAL/GRUPO: ▪ Distribua folhas de papel ou permita o uso de dispositivos eletrônicos para que os alunos, individualmente ou em grupos pequenos, elaborem suas próprias definições para os termos: sexo, gênero e sexualidade.▪ Estimule a pesquisa durante esta etapa, incentivando os alunos a consultarem fontes confiáveis ou material fornecido previamente. Isso pode incluir livros didáticos, artigos acadêmicos ou vídeos educativos. ▪ Após a elaboração das definições, reserve um tempo para que os alunos discutam e troquem ideias em seus grupos. Esta interação permitirá diferentes perspectivas e enriquecerá a compreensão coletiva. ▪ Promova uma discussão em sala de aula, convidando grupos ou alunos individuais a 134 compartilharem suas definições. Use este momento para destacar as nuances e variedades de interpretação dos conceitos. ▪ Encoraje a participação ativa de todos os alunos, promovendo um ambiente seguro para o compartilhamento de ideias e dúvidas. Este é um momento propício para criar um diálogo aberto sobre as percepções individuais dos alunos em relação a esses conceitos. Este primeiro momento não apenas estabelecerá uma base sólida para a aula, mas também incentivará os estudantes a se envolverem ativamente na construção do conhecimento. Lembre-se de adaptar a dinâmica conforme a necessidade da turma, mantendo o foco na compreensão profunda e na promoção de uma cultura de respeito e diálogo. 2º MOMENTO Organização da turma A turma poderá ser organizada de acordo com a preferência da professora ou professor. O ideal é que seja uma disposição fora da rotina, como: turma organizada em círculo ou os estudantes reunidos em duplas ou grupos. Recursos e providências Textos impressos e projetor multimídia. − Aborde o papel das instituições e dos mecanismos simbólicos na atribuição de comportamentos às categorias sociais. Após a exploração inicial dos conceitos de sexo, gênero e sexualidade, é crucial adentrarmos no segundo momento desta aula, focando no papel determinante das instituições e dos mecanismos simbólicos na atribuição de comportamentos às diversas categorias sociais. Esta etapa proporcionará uma análise mais aprofundada das forças que moldam as percepções individuais e coletivas. Comece esta aula reforçando a importância de compreendermos como as instituições, como escola, família e mídia, exercem influência na construção das identidades de gênero, raça e outras categorias sociais. Sublinhe a relevância de analisarmos não apenas o papel dessas instituições individualmente, mas também suas interações e influências mútuas. TAREFA EM GRUPO Simulação de Papéis: ▪ Divida a turma em grupos, atribuindo a cada grupo uma instituição específica, como escola, família, mídia, entre outras. Certifique-se de que cada grupo compreenda claramente o papel da instituição atribuída. ▪ Cada grupo deve realizar uma simulação de como essa instituição influencia as percepções de gênero, raça, e outras categorias sociais. Podem criar cenas, diálogos, ou até mesmo apresentar exemplos práticos que ilustrem essa influência. ▪ Após as simulações, promova uma discussão em sala de aula para que os grupos compartilhem suas observações e conclusões. Questione como as diferentes instituições contribuem para a construção de normas e estereótipos sociais. ▪ Estimule os alunos a refletirem sobre como essas influências impactam suas próprias vidas e perspectivas, encorajando uma análise crítica e pessoal. 135 ▪ Conduza a discussão para compreender como as interseccionalidades entre as diferentes instituições podem criar complexidades adicionais nas percepções sociais. Este momento não apenas permitirá que os alunos compreendam a influência das instituições, mas também os desafiará a pensar criticamente sobre como essas influências moldam suas próprias visões de mundo. Mantenha um ambiente aberto para a troca de ideias e promova a conscientização sobre a multiplicidade de fatores que contribuem para a construção das identidades sociais. 3º MOMENTO Organização da turma A turma poderá ser organizada de acordo com a preferência da professora ou professor. O ideal é que seja uma disposição fora da rotina, como: turma organizada em círculo ou os estudantes reunidos em duplas ou grupos. Recursos e providências Textos impressos e projetor multimídia. − Contextualize as transformações ao longo do tempo e do espaço das categorias sociais. Ao adentrar no terceiro momento, é crucial contextualizar as transformações ao longo do tempo e espaço das categorias sociais. Este momento proporcionará aos alunos uma perspectiva histórica e contemporânea sobre como essas categorias têm evoluído, influenciando diretamente as narrativas sociais. Inicie destacando a dinâmica constante de mudança nas categorias sociais, ressaltando que compreender o passado é fundamental para interpretar e moldar o presente e o futuro. Análise de Casos: ▪ Apresente casos históricos e contemporâneos que evidenciem transformações significativas em categorias sociais, como gênero, raça, classe social, entre outras. Utilize diferentes mídias, como vídeos, artigos, imagens e relatos, para enriquecer a compreensão dos alunos. ▪ Divida a turma em grupos e atribua a cada grupo um caso específico. Certifique-se de selecionar casos que abordem diversas categorias sociais, permitindo uma análise abrangente. ▪ Peça aos estudantes que analisem como as mudanças nessas categorias impactaram a sociedade em diferentes níveis: individual, comunitário e global. Eles podem explorar aspectos como direitos civis, representação na mídia, acesso a recursos, entre outros. ▪ Durante a análise, estimule a reflexão sobre as interseccionalidades entre as diferentes categorias sociais, reconhecendo como mudanças em uma categoria podem influenciar outras. ▪ Promova uma discussão em sala de aula, onde cada grupo compartilhe suas conclusões. Incentive a troca de ideias entre os grupos, fomentando uma compreensão coletiva mais rica. Este momento não apenas ampliará a compreensão dos estudantes sobre as transformações sociais, mas também os incentivará a refletir sobre como essas mudanças moldaram as estruturas sociais atuais. Ao explorar casos históricos e contemporâneos, eles terão a oportunidade de conectar o aprendizado teórico a situações do mundo real, promovendo uma visão mais interseccional e crítica das categorias sociais. 136 4º MOMENTO Organização da turma A turma poderá ser organizada de acordo com a preferência da professora ou professor. O ideal é que seja uma disposição fora da rotina, como: turma organizada em círculo ou os estudantes reunidos em duplas ou grupos. Recursos e providências Textos impressos e projetor multimídia. − Aborde a importância da autonomia e liberdade na construção de identidades. Ao adentrar no quarto momento é imperativo abordar a importância da autonomia e liberdade na construção das identidades individuais. Este momento enfatizará a necessidade de reconhecer e respeitar as escolhas pessoais, promovendo um ambiente inclusivo e empático. Inicie ressaltando que a autonomia e a liberdade são elementos fundamentais para o desenvolvimento saudável das identidades individuais. Destaque como a capacidade de fazer escolhas conscientes contribui para a construção de uma sociedade mais plural e respeitosa. ATIVIDADE Roda de Conversa: ▪ Organize a sala de aula em formato de roda para criar um ambiente mais acolhedor e propício à conversa aberta. ▪ Inicie a discussão apresentando brevemente a importância do respeito à autonomia e liberdade na construção de identidades. Destaque que cada indivíduo possui sua própria jornada de autodescoberta. ▪ Abra espaço para que os estudantes compartilhem suas perspectivas sobre escolhas individuais em relação a gênero, sexualidade e outras dimensões da identidade. Incentive a expressão livre de opiniões, garantindo que todos se sintam confortáveis para participar. ▪ Estimule a reflexão sobre como as escolhas individuais contribuem para a diversidade e enriquecema sociedade como um todo. Explore a ideia de que a aceitação das escolhas alheias é essencial para a construção de um ambiente inclusivo. ▪ Faça perguntas provocativas para instigar a análise crítica, como "De que maneira as escolhas individuais afetam a sociedade?" ou "Como podemos promover o respeito mútuo diante das diferenças de escolhas?" ▪ Promova a escuta ativa, encorajando os estudantes a se colocarem no lugar do outro e a compreenderem diferentes perspectivas. ▪ Finalize a roda de conversa reforçando a importância do respeito às escolhas individuais como base para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Este momento não apenas consolidará a compreensão dos alunos sobre a autonomia e liberdade na formação de identidades, mas também os inspirará a cultivar um ambiente de respeito e aceitação mútua. Ao encorajar uma discussão aberta e inclusiva, você estará promovendo uma atmosfera educacional que valoriza a diversidade e a autenticidade de cada indivíduo. 137 5º MOMENTO Organização da turma A turma poderá ser organizada de acordo com a preferência da professora ou professor. O ideal é que seja uma disposição fora da rotina, como: turma organizada em círculo ou os estudantes reunidos em duplas ou grupos. Recursos e providências Textos impressos e projetor multimídia. − Reforce a importância de reconhecer e valorizar a diversidade de escolhas e identidades. − Proponha uma reflexão individual sobre como as categorias sociais impactam suas vidas. Neste momento crucial, nosso objetivo é reforçar a importância de reconhecer e valorizar a diversidade de escolhas e identidades, criando um espaço de reflexão que transcende os limites da sala de aula. Texto de Encerramento: Juntos mergulhamos em um universo de conceitos complexos, discutindo sobre sexo, gênero, sexualidade e categorias sociais. Exploramos as influências das instituições, analisamos transformações ao longo do tempo e do espaço e discutimos a relevância da autonomia e liberdade na construção das identidades. Encerramos com uma profunda roda de conversa sobre escolhas individuais e a importância do respeito mútuo. Cada um de nós é parte de uma tapeçaria única e intrincada de experiências, crenças e identidades. A riqueza dessa diversidade é o que torna nosso mundo extraordinário. Ao encerrar esta aula, convido cada aluno a uma reflexão pessoal sobre como as categorias sociais impactam suas vidas. Pergunte a si mesmo: Como minhas escolhas individuais são influenciadas pelas categorias sociais que me rodeiam? Em que medida minha compreensão sobre gênero, raça e sexualidade molda minhas perspectivas e interações diárias? Reconhecer a diversidade é mais do que uma atitude passiva; é uma celebração ativa da riqueza que cada indivíduo traz para o todo. Ao compreendermos como as categorias sociais moldam nossas vidas, estamos mais bem equipados para promover a inclusão, respeitando as escolhas e identidades únicas de cada um. Que esta aula tenha semeado as sementes da reflexão, questionamento e respeito em cada coração. Ao continuarmos nossa jornada educacional, que possamos levar conosco a compreensão de que a verdadeira aprendizagem vai além dos livros - reside na capacidade de compreender, respeitar e celebrar a diversidade que enriquece nosso mundo. 138 REFERÊNCIAS ARAÚJO, S. M.; BRIDI, M. A. ; MONTIM, B. L. Sociologia. Ensino Médio. Volume único. 2 ed. São Paulo: Scipione, 2016. BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Antropologia. v. 1. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2021. BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Antropologia. v. 2. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2022. BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Ciência Política. v. 1. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2021. BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Ciência Política. v. 2. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2022. BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Sociologia. v. 1. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2021. BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Sociologia. v. 2. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2021. BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Antropologia. v. 1. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2021. BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Antropologia. v. 2. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2022. BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Ciência Política. v. 1. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2021. BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Ciência Política. v. 2. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2022. BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Sociologia. v. 1. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2021. BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Sociologia. v. 2. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2021. CARVALHO, D. C. De; FARAONI, A. Sociologia. Ser Protagonista. São Paulo: SM Editora, 2010. GUIZZO, J. Introdução à Sociologia. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2024. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20d o%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 10 Nov. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2024. Disponível em: https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 10 Nov. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2024. Disponível em: https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 10 Nov. 2023. Sociologia em Movimento. Ensino Médio. Volume único. São Paulo: Editora Moderna, 2016. 139 140 Olá, estudantes! Convidamos você a conhecer e utilizar os Cadernos MAPA. Esse material foi elaborado com todo carinho para que vocês possam realizar atividades interessantes e desafiadoras na sala de aula ou em casa. As atividades propostas estimulam as competências como: organização, empatia, foco, interesse artístico, imaginação criativa, entre outras, para que possam seguir aprendendo e atuando como estudantes protagonistas que são. Significa proporcionar uma base sólida para que vocês mobilizem, articulem e coloquem em prática conhecimentos, valores, atitudes e habilidades importantes na relação com os outros e consigo mesmo(a), para o enfrentamento de desafios, de maneira criativa e construtiva. Ficou curioso(a) para saber que convite é esse que estamos fazendo para você? Então não perca tempo e comece agora mesmo a realizar essa aventura pedagógica pelas atividades. Bons estudos! 141 CONFLITOS TERRITORIAIS E OS FLUXOS MIGRATÓRIOS Migrações e Conflitos: Impactos Globais As migrações forçadas devido a conflitos políticos, sociais e étnicos são eventos complexos que têm impactado muitas regiões do mundo. Um exemplo atual dessas migrações forçadas e das disputas territoriais é a questão da Palestina, causadas por uma série de fatores, incluindo disputas territoriais, questões étnicas, religiosas e políticas. O conflito entre árabes e judeus é marcado por divergentes reivindicaçõesterritoriais, tornando a terra uma questão central. Este conflito causou uma das maiores populações de refugiados do mundo. Milhões de palestinos foram forçados a deixar suas casas, criando um problema humanitário significativo. Muitos deles vivem em campos de refugiados na atualidade. Tanto árabes quanto judeus afirmam direitos históricos e legítimos sobre áreas específicas, o que gera disputas territoriais contínuas. Como consequência resulta principalmente em ciclos de violência, perda de vidas, e uma situação humanitária precária para muitos. Outro fator está relacionado com a complexidade cultural e religiosa, pois a região é caracterizada por sua diversidade cultural e religiosa, incluindo muçulmanos, judeus e cristãos. Essa diversidade acrescenta uma camada de complexidade ao conflito. ATIVIDADES 1 – Após realizar a leitura do texto de apresentação faça a análise das questões abaixo marcando como verdadeira (V) ou falsa (F). ( ) A questão central no conflito entre árabes e judeus é a diversidade cultural na região. ( ) O conflito na Palestina resultou em uma das maiores populações de refugiados do mundo. ( ) O conflito na Palestina não é influenciado por fatores políticos ( ) Os palestinos foram forçados a deixar suas casas, causando um problema humanitário. ( ) A diversidade cultural e religiosa na região, incluindo muçulmanos, judeus e cristãos, adiciona uma camada de complexidade ao conflito. Marque abaixo a sequência correta. A) F V F V V B) F V F V V C) V F V F V D) F V F V F GEOGRAFIA 142 2 – (UNITAU) Leia o texto e responda a seguir. “Os refugiados sírios formam o grande retrato da crise migratória mundial, que é considerada a maior tragédia humanitária do século 21. Seis anos de guerra na Síria já resultaram em 320 mil mortos (sendo 96 mil civis e 17 mil crianças) e obrigaram mais de dois terços da população de 18 milhões de habitantes a deixar suas casas: há 5,5 milhões de refugiados, além de 6,6 milhões de deslocados dentro do país”, informa a pesquisadora Marília Calegari, que teve as portas da comunidade síria abertas pela organização não governamental IKMR – I Know My Rights (Eu Conheço Meus Direitos)”. Observatório das Imigrações. Disponível em https://www.unicamp.br/unicamp/ju/especial/demografa-mergulha-no-cotidiano- de-refugiados-sirios-em-sao-paulo. Acesso: set. 2017. “O conflito que ocorreu na Síria teve seu início na chamada Primavera Árabe, onda de protestos e revoltas ocorridas no Oriente Médio e no norte da África, em que a população foi às ruas para derrubar ditadores ou reivindicar melhores condições sociais de vida. Dentre os movimentos sociais apresentados abaixo, qual NÃO fez parte da Primavera Árabe? A) A revolta na Líbia, conhecida como Guerra Civil Líbia ou Revolução Líbia, ocorreu sob a influência das revoltas na Tunísia, tendo como objetivo acabar com a ditadura de Muammar Kadhafi. B) Os protestos na Tunísia, que foram também denominados Revolução de Jasmim. Essa revolta ocorreu em virtude do descontentamento da população com o regime ditatorial. C) A Revolução do Egito, que foi também denominada Dias de Fúria, Revolução de Lótus e Revolução do Nilo. Ela foi marcada pela luta da população contra a longa ditadura de Hosni Mubarak. D) Os conflitos no Sudão do Sul, que começaram em 2013 entre soldados da guarda presidencial, transformando-se, rapidamente, em uma disputa entre etnias. Desde o seu início, mais de 50 mil pessoas foram mortas e 1,6 milhões tiveram de deixar suas casas. E) Os protestos e conflitos no Iêmen, que buscavam o fim da ditadura de Ali Abdullah Saleh, durou 33 anos. O fim da ditadura foi anunciado, mas, apesar do anúncio de uma transição pacífica, houve conflitos e repressão dos movimentos sociais. 3 – Observe o mapa e responda a seguir. Refugiados pelo mundo no ano de 2014 F o n te : (A C N U R , [2 0 1 5 ]) 143 Considere as afirmações abaixo, sobre a questão dos refugiados. I. Os refugiados procuram principalmente países considerados ricos e desenvolvidos. II. Estados Unidos, Alemanha e França são os países que mais recebem refugiados. III. O maior número de refugiados localiza-se em países da África e da Ásia. A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) I, II e III. 4 – A Venezuela não sofreu uma guerra nem uma catástrofe natural, mas, em 2017, ocupou o quarto lugar na lista de países de onde sai a maior quantidade de novos pedidos de refúgio no mundo – e o primeiro, se considerada apenas a América Latina, conforme evidencia a tabela a seguir. Número de solicitações de refúgios em 2018 A respeito da temática dos refugiados na política internacional, assinale a opção correta. A) A entrada de venezuelanos no Brasil tem ocorrido pelas fronteiras amazônicas, principalmente pelo estado do Acre. B) A Espanha é o principal destino dos refugiados venezuelanos em virtude da facilidade de naturalização oferecida aos hispano-americanos. C) O Protocolo de Nova York, de 1967, prevê a possibilidade de refúgio devido a situação de grave e generalizada violação de direitos humanos. D) O número de solicitações de refúgio de venezuelanos só foi superado pelo de países onde a presença de grupos extremistas, como o Estado Islâmico e o Boko Haram, explica o fluxo de refugiados. 5 – Faça a Leitura e interpretação das imagens 04 e 05, em seguida elabore um texto argumentativo com os principais aspectos, a origem dos motivos, referente aos refugiados no mundo entre os anos de 2014 a 2022, busque escrever sobre as causas, sobre as etnias dos povos atingidos, relate o número de pessoas atingidas, faça a comparação entre o passado e a atualidade. Utilize a pesquisa pela internet em sites confiáveis. Maiores números de refugiados Quem são os refugiados F o n te : (E N A D E , [2 0 1 8 ]) F o n te : (O G L O B O /A C N U R , [2 0 2 2 ]) F o n te : (T O D A M A T É R IA , [2 0 2 3 ]) 144 LIMITE CRÍTICO: MEIO AMBIENTE E POPULAÇÃO GLOBAL A população mundial e a saúde do planeta A superpopulação mundial é um dos desafios cruciais enfrentados pelo planeta atualmente, provocando uma série de problemas ambientais que impactam o ar, o solo, a água, os oceanos e os ecossistemas. O aumento da população resulta em maior demanda por energia e recursos, elevando as emissões de poluentes atmosféricos. A queima de combustíveis fósseis para geração de energia, transporte e indústria é uma fonte significativa de poluição do ar, desencadeando problemas como aquecimento global, chuva ácida e impactos respiratórios na saúde humana. O crescimento populacional também implica em expansão urbana que impermeabiliza o solo e conversão de áreas naturais em terras agrícolas, contaminando o solo com produtos químicos agrícolas e resíduos industriais. A demanda crescente por água potável e o uso industrial e agrícola contribuem para a contaminação da água, colocando em risco a saúde humana. Além disso, a superpopulação está associada ao aumento da produção de resíduos plásticos, poluindo oceanos, rios e lagos. A gestão inadequada de resíduos sólidos, incluindo plásticos e materiais tóxicos, torna-se um desafio nas áreas densamente povoadas. A expansão urbana e agrícola frequentemente resulta na degradação de ecossistemas naturais, impactando negativamente a biodiversidade. Para enfrentar esses desafios, é crucial adotar medidas que promovam o desenvolvimento sustentável, como o uso eficiente de recursos, a redução de emissões de gases de efeito estufa, a gestão adequada de resíduos e a conservação dos ecossistemas. A conscientização e a educação ambiental desempenhamum papel fundamental na transformação de comportamentos em direção a práticas mais sustentáveis para preservar a saúde do planeta e garantir qualidade de vida para as futuras gerações. ATIVIDADES 1 – De acordo com o texto da apresentação “População Mundial e a Saúde do planeta” assinale a sequência correta das afirmativas. I. A gestão inadequada de resíduos sólidos é um desafio em áreas densamente povoadas. II. A queima de combustíveis fósseis não é uma fonte significativa de poluição do ar. III. A superpopulação não está associada ao aumento da produção de resíduos plásticos. IV. A expansão urbana e agrícola impacta negativamente a biodiversidade V. A conscientização e a educação ambiental são fundamentais para práticas mais sustentáveis. Estão corretas as afirmativas: A) I. IV. e V. B) II. III. e IV C) I. III. e IV D) II. IV. e V. 2 – A imigração econômica é o tipo mais comum de deslocamento de indivíduos no mundo. O fluxo de entrada dos imigrantes econômicos está concentrado nos países A) desenvolvidos, que oferecem muitas facilidades à obtenção de vistos. B) desenvolvidos, que oferecem melhores condições de emprego e renda. 145 C) desenvolvidos, que apresentam uma ótima acolhida para refugiados. D) subdesenvolvidos, que detêm um mercado de trabalho bastante amplo. E) subdesenvolvidos, que possuem melhores oportunidades de educação. 3 – O século XX foi marcado pelo intenso crescimento da população mundial. Esse incremento de indivíduos no planeta foi influenciado, entre outros, pela A) atenuação do processo de industrialização dos países emergentes. B) concretização de melhorias das condições de saúde da população. C) expansão do número de pessoas que habitam as zonas rurais. D) acentuação da movimentação de imigrantes para os países ricos. 4 – Observe a charge do cartunista Duke de 2011 e explique qual a comparação que no diálogo dos personagens está sendo feita e mencione os motivos para este fato. 5 – Observe a imagem e responda. Imagem 03: A origem e a relação humana com o ecossistema Considerando a imagem acima em relação à ideia central do texto, pode-se afirmar: A) Ignorando sua conexão com o ecossistema, o ser humano, em um processo irracional, aniquila sem consequências a natureza, condenando sua origem. B) Ao negligenciar sua integração no ecossistema, a humanidade em regressão, destroi impiedosamente o ambiente natural, comprometendo sua origem. Estudos ecológicos indicam que a poluição da água é o fator mais notório na interação do desenvolvimento humano com o ecossistema. F o n te : (O T E M P O , [2 0 1 1 ]) F o n te : (E S E F A P , [2 0 1 2 ]) 146 CICLO DE CONSUMO E DEGRADAÇÃO SOCIOAMBIENTAL A cultura do consumo: "Necessidades, Influências e Transformações Sociais" O crescente consumismo impulsionado por fatores psicológicos, sociais e comerciais, onde a aquisição de bens é vinculada à felicidade e ao sucesso. O marketing contemporâneo habilmente cria a sensação de necessidade, vendendo não apenas produtos, mas um estilo de vida. As mídias sociais amplificam essa cultura, com influenciadores e celebridades constantemente exibindo produtos, impactando as decisões de compra. A sociedade atual, marcada por mudanças rápidas e inovações tecnológicas, estimula a busca incessante por novidades, dada a rápida obsolescência dos produtos. No entanto, essa cultura de consumo desenfreado acarreta sérias consequências ambientais, com a produção em massa esgotando os recursos naturais do planeta, resultando em degradação de ecossistemas e perda de biodiversidade. A produção em massa também gera uma quantidade significativa de resíduos industriais, poluindo solo, água e atmosfera, contribuindo para a crise global de resíduos. Para mitigar esses impactos, é imperativo promover uma mudança para práticas de consumo sustentáveis, incluindo políticas para produção consciente com ênfase na reutilização, reciclagem, redução do desperdício e conscientização sobre os efeitos do consumo excessivo. A transição para uma economia circular, com eficiente reutilização e reciclagem, pode consideravelmente reduzir os impactos ambientais ligados à cultura de consumo contemporânea. ATIVIDADES 1 – De acordo com o texto da apresentação “A cultura do consumo: Necessidades, Influências e Transformações Sociais”, assinale as afirmativas verdadeiras”. I. O marketing contemporâneo vende não apenas produtos, mas também um estilo de vida associado à felicidade e ao sucesso. II. As mídias sociais têm impacto na cultura de consumo, influenciando as decisões de compra. III. A produção em massa não esgota os recursos naturais do planeta, não causando degradação de ecossistemas nem perda de biodiversidade. IV. Promover uma mudança para práticas de consumo sustentáveis inclui políticas para produção consciente, mas não enfatiza a obsolescência programada. V. A transição para uma economia circular, com eficiente reutilização e reciclagem, pode consideravelmente reduzir os impactos ambientais ligados à cultura de consumo contemporânea. Marque a sequência das afirmativas correta: A) I. IV. e V B) III. IV. e V. C) II. IV. e V. D) I. II. e VI. 147 2 – (FUMARC, 2018) Observe a charge do cartunista argentino Quino. De acordo com a charge, é CORRETO afirmar que A) deixa claro que a sociedade é plural, que os indivíduos têm o direito de desejar coisas diferentes devido às suas subjetividades, isto é, seus gostos e suas opiniões pessoais e que esta diversidade não gera conflitos sociais. B) demonstra que os indivíduos que possuem acesso restrito à educação e à cultura são discriminados pela sociedade, inclusive pela instituição policial que tende a ser mais rigorosa em relação à população de baixa renda. C) demonstra que, apesar de a sociedade de consumo valorizar as mercadorias como símbolo de status, a educação e a cultura ainda representam as melhores oportunidades para os indivíduos alcançarem o reconhecimento social. D) faz uma crítica à denominada sociedade de consumo, na qual se verifica uma tendência em valorizar mais o consumo de mercadorias do que outros aspectos da vida social, como a educação e a cultura. E) faz uma crítica à intolerância, demonstrando que ainda existem indivíduos que não entendem a opinião diferente dos outros e que, por isso, agem de maneira etnocêntrica, culminando em atitudes de violência e exclusão social. 3 – A ocorrência dos problemas ambientais urbanos tem causas ambientais e também humanas. No geral, esses eventos são desencadeados pela: A) atenuação das mudanças ambientais globais que perpassam o aumento da temperatura. B) transformação do meio natural pelas atividades produtivas desenvolvidas pelo homem. C) diminuição da desigualdade social nos centros urbanos situados nos países subdesenvolvidos D) adoção de políticas públicas de planejamento urbano que versem pela ocupação territorial. E) invalidação de práticas sustentáveis em regiões densamente habitadas pelo ser humano. 148 4 – Como os combustíveis energéticos, as tecnologias da informação são, hoje em dia, indispensáveis em todos os setores econômicos. Através delas, um maior número de produtores é capaz de inovar e a obsolescência de bens e serviços se acelera. Longe de estender a vida útil dos equipamentos e a sua capacidade de reparação, o ciclo de vida desses produtos diminui, resultando em maior necessidade de matéria-prima para a fabricação de novos. GROSSARD, C. Le Monde Diplomatique Brasil. Ano 3, nº 36, 2010 (adaptado). A postura consumista de nossa sociedade indica a crescente produção de lixo, principalmente nas áreas urbanas, o que, associado a modos incorretos de deposição, A) provoca a contaminação do solo e do lençol freático, ocasionando assim graves problemas socioambientais, que se adensamcom a continuidade da cultura do consumo desenfreado. B) produz efeitos perversos nos ecossistemas, que são sanados por cadeias de organismos decompositores que assumem o papel de eliminadores dos resíduos depositados em lixões. C) multiplica o número de lixões a céu aberto, considerados atualmente a ferramenta capaz de resolver de forma simplificada e barata o problema de deposição de resíduos nas grandes cidades. D) estimula o empreendedorismo social, visto que um grande número de pessoas, os catadores, têm livre acesso aos lixões, sendo assim incluídos na cadeia produtiva dos resíduos tecnológicos. E) possibilita a ampliação da quantidade de rejeitos que podem ser destinados a associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, financiados por instituições da sociedade civil ou pelo poder público 5 – (AOCP, 2022) Observe as imagens e responda a seguir. A correlação entre as charges apresenta A) a fundamental ação das cooperativas de reciclagem no mundo moderno e a resposta negativa ao aquecimento global. B) a influência da mídia no estímulo à cultura do consumismo no contexto da sociedade capitalista e seu reflexo no meio ambiente. C) a articulação entre a estrutura capitalista no meio técnico-científico-informacional e a vida longa de bens duráveis. D) a sociedade devastadora do consumo e a relação com o descarte adequado do lixo orgânico. E) o consumo e a produção de lixo no cenário do mundo igualmente globalizado. F o n te : (M A G M A , [2 0 2 2 ]) 149 MULTICULTURALISMO E COEXISTÊNCIA CULTURAL Construindo Pontes Culturais Fronteiras culturais representam divisões invisíveis entre grupos sociais com diferentes identidades culturais e valores. Elas podem se manifestar em diversos contextos, incluindo regiões geográficas, crenças religiosas, costumes e tradições, idiomas e até mesmo estruturas sociais. A integração cultural, por sua vez, refere-se ao processo de união desses grupos distintos, incentivando a compreensão mútua, a tolerância e a aceitação das diferenças. A integração cultural bem-sucedida depende de vários fatores, como a disposição das comunidades em se envolver em diálogos construtivos, a promoção de programas educacionais que valorizem a diversidade cultural e a implementação de políticas inclusivas. Quando esses elementos estão ausentes, as fronteiras culturais podem se transformar em barreiras intransponíveis, resultando na exclusão sócio cultural ou em conflitos. Podendo se manifestar de várias formas, como na discriminação racial, linguística ou religiosa, falta de acesso a recursos educacionais e oportunidades de emprego, bem como marginalização política e social, segregação espacial e social. Para superar as fronteiras culturais e promover a integração, é essencial implementar estratégias para a compreensão e a aceitação mútuas. Isso por meio da educação intercultural com espaços sociais e comunitários inclusivos, políticas públicas que incentivem a diversidade e a igualdade de oportunidades. Sendo crucial fomentar uma cultura de respeito e empatia, onde as diferenças sejam valorizadas e celebradas reconhecendo as diversas expressões culturais dentro de uma sociedade para construir pontes entre as fronteiras culturais e alcançar uma integração verdadeira. ATIVIDADES 1 – IFPR/2019) O Estatuto da Pessoa com Deficiência assegura e promove, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA: A) O Poder Legislativo criará instrumentos para avaliação da deficiência. B) O processo de habilitação e de reabilitação não é considerado um direito da pessoa com deficiência. C) É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso universal e igualitário. D) É facultado às pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza, garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. E) A pessoa com deficiência física não tem direito à aposentadoria. 150 2 – (Enem/2004). A conversa entre Mafalda e seus amigos A) revela a real dificuldade de entendimento entre posições que pareciam convergir. B) desvaloriza a diversidade social e cultural e a capacidade de entendimento e respeito entre as pessoas. C) expressa o predomínio de uma forma de pensar e a possibilidade de entendimento entre posições divergentes. D) ilustra a possibilidade de entendimento e de respeito entre as pessoas a partir do debate político de ideias. E) mostra a preponderância do ponto de vista masculino nas discussões políticas para superar divergências. 3 − (Enem/2019) A maior parte das agressões e manifestações discriminatórias contra as religiões de matrizes africanas ocorrem em locais públicos (57%). É na rua, na via pública, que tiveram lugar mais de 2/3 das agressões, geralmente em locais próximos às casas de culto dessas religiões. O transporte público também é apontado como um local em que os adeptos das religiões de matrizes africanas são discriminados, geralmente quando se encontram paramentados por conta dos preceitos religiosos. REGO, L. F.; FONSECA, D. P. R.; GIACOMINI, S. M.. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2014. As práticas descritas no texto são incompatíveis com a dinâmica de uma sociedade laica e democrática porque A) asseguram as expressões multiculturais. B) promovem a diversidade de etnias. C) falseiam os dogmas teológicos. D) estimulam os rituais sincréticos. E) restringem a liberdade de credo. 4 − (FATEC) “Palavras de ordem, símbolos, propaganda, atos públicos, vandalismo e violência são, atualmente, manifestações de hostilidade frequentes contra estrangeiros na Europa. Os países onde mais intensamente têm ocorrido conflitos são Alemanha, França, Inglaterra, Bélgica e Suíça.” (MOREIRA, Igor e AURICCHIO, Elizabeth. Construindo o espaço mundial. 3.ª ed. São Paulo: Ática, 2007, p. 37. Adaptado.) Sobre o fenômeno social enfocado pelo texto, é válido afirmar que se trata de conflitos: 151 A) civis e militares, relacionados às formas históricas de exploração dos países do chamado Terceiro Mundo. B) ligados ao nacionalismo, ao racismo e à xenofobia, no contexto globalizado das grandes migrações internacionais. C) entre imigrantes das diversas nacionalidades que invadem a Europa, atualmente, na disputa por empregos e por melhores condições de vida. D) culturais, principalmente causados pelo conflito armado entre países católicos e protestantes, mas também, sobretudo, conflitos contra países islâmicos. E) étnicos e sociais decorrentes das dificuldades de desenvolvimento de países europeus em continuar a sua industrialização nos setores tecnológicos de ponta. 5 − (PSV-UFGD) - Para o geógrafo Milton Santos, existiriam três mundos num só: a globalização como fábula, a globalização como perversidade e uma outra globalização. Com base na afirmação e na imagem, pode-se compreender que o processo de globalização: I. Possibilita que se viva numa aldeia global. II. Permite que as fronteiras desapareçam. III. Inclui e une todos os povos. IV. É benefício exclusivo de alguns. Está correto o que se afirma em: A) I e III B) II e IV C) I, II e IV D) apenas I E) apenas IV F o n te : B ra si l E sc o la [ 2 0 2 3 ]) 152 GEOPOLÍTICA E O CONSUMO CONSCIENTE Desafios Globais: Produção e Consumo Responsável Os atuais desafios globais envolvendo produção, circulação e consumo demandam uma abordagem integrada diante da complexidade e interconexão desses temas. Embora tenha promovido comércio e conectividade, também gerou desigualdades,marginalizando regiões e comunidades no sistema econômico vigente. Essas disparidades econômicas, aliadas à exploração contínua dos recursos naturais, resultaram em consequências ambientais alarmantes. A crescente demanda por matérias-primas e energia acelerou a degradação dos ecossistemas, intensificando a crise climática. Simultaneamente, as desigualdades sociais exacerbadas pelo modelo de produção e consumo desigual têm impactos devastadores, especialmente para os mais pobres, esta concentração de riqueza resulta em disparidades profundas, afetando o acesso a serviços essenciais. Nesse cenário, a conscientização sobre consumo responsável e ética nos negócios ganha destaque positivo com a promoção de práticas sustentáveis e políticas de responsabilidade social corporativa, sendo crucial para mitigar impactos negativos. Portanto iniciativas que buscam equidade no acesso aos recursos naturais e sociais são fundamentais para um futuro sustentável, atendendo uma abordagem integrada com colaboração entre governos, empresas e sociedade civil para construir sistemas econômicos e sociais mais equitativos e ambientalmente sustentáveis, assegurando condições dignas para todos e preservando a saúde do planeta. ATIVIDADES 1 – Nas últimas décadas, houve um aumento da preocupação da sociedade com as questões ambientais. No mundo atual, é cada vez mais recorrente a ocorrência de eventos climáticos extremos, assim como a diminuição da disponibilidade de recursos ambientais que são empregados nas diferentes atividades produtivas. São exemplos de fenômenos que têm gerado o aumento do debate sobre as questões relacionadas ao meio ambiente: A) o congelamento do Ártico e a poluição das ilhas oceânicas. B) o aumento do número de plásticos e das reservas de petróleo. C) o nivelamento dos níveis dos oceanos e a preservação do Pantanal. D) o enfraquecimento do El Niño e o aumento da pesca marítima. E) o aquecimento da temperatura terrestre e as mudanças climáticas 2 – Em abril, o desmatamento na Amazônia teve um aumento de 171% em relação ao mesmo período de 2019. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que registrou 529 km² de área desmatada no bioma no mês de abril, contra 195 km² no mesmo mês do ano passado. O acumulado dos primeiros quatro meses de 2020, de acordo com o SAD, já é de 1.703 km², uma área maior que a cidade de São Paulo (1.521 km²) e um número 133% maior que o mesmo período em 2019, quando o sistema registrou o desmatamento de 460 km². Fonte: https://amazonia.org.br/2020/05/total-da-area-desmatada-na-amazonia-em-2020-ja-e-maior-que-cidade-de-sao-paulo/ 153 O desmatamento na Amazônia tem crescido exponencialmente a partir da década de 70. As principais causas são: A) atividade madeireira e incêndios B) queimadas e uso de agrotóxicos C) atividade madeireira e mineração D) uso de agrotóxicos e vazamento de petróleo E) vazamento de petróleo e descarte de lixo 3 − (UFRGS 2015) Observe a figura abaixo. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS COLETADOS POR DIA NO BRASIL EM TONELADAS Considere as afirmações sobre os resíduos sólidos coletados no Brasil. F o n te : R e la tó ri o I m a zo n – S is te m a d e A le rt a d e D e sm a ta m e n to ( S A D ) F o n te : (I n fo e sc o la , [2 0 2 3 ]) 154 I. O aumento do poder de compra dos brasileiros está fazendo com que a população do país gere cada vez mais lixo inorgânico, o que não é acompanhado pela implantação de programas de coleta seletiva e pelo volume de material reciclado. II. A reduzida coleta de resíduos urbanos na região Norte é explicada pela maior preocupação ambiental dos habitantes, que adotam a prática do consumo reduzido e da reciclagem. III. A densa urbanização da região sudeste, associada à maior concentração de renda, explica os dados expressivos de resíduos sólidos urbanos coletados por dia. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e III. E) I, II e III. 4 − O desenvolvimento sustentável é um desafio para os diferentes países do globo. No caso do Brasil, o país enfrenta vários problemas ambientais que são obstáculos para o alcance de uma sociedade mais sustentável. Na atualidade, um grave problema ambiental do Brasil é o A) emprego de técnicas agroecológicas de cultivo. B) reflorestamento de áreas de nascentes de rios. C) estudo da distribuição de espécies endêmicas. D) incentivo à criação de reservas indígenas. E) desmatamento provocado pela agropecuária. 5 − (PUC-RI0) As discussões em torno do Desenvolvimento Sustentável foram as tônicas nos eventos Rio 92 e Rio+20. Todavia, o estabelecimento de agendas sustentáveis em parte dos países e regiões do mundo ainda é muito complicado. A) Indique DUAS condições geopolíticas ocorridas no planeta, entre 1990 e 2012, que afetaram o controle da poluição ambiental na atualidade. B) Explique a charge acima com base em DUAS causas de aceleração do Efeito Estufa no planeta F o n te : (A M A R IL D O , 2 0 1 2 ]) 155 INTERNACIONALIZAÇÃO E O CAPITALISMO Texto: Evolução do Capitalismo O capitalismo, desde sua origem nos séculos XVI e XVII, na transição do feudalismo para o capitalismo mercantil, tem desempenhado um papel crucial na construção e reconfiguração do espaço geográfico global. A fase inicial, conhecida como capitalismo comercial, testemunhou a expansão do comércio internacional, impulsionada por empresas mercantis e o desenvolvimento de rotas marítimas. A exploração colonial estimulou a acumulação primitiva de capital, preparando o terreno para o surgimento do capitalismo industrial durante a Revolução Industrial do século XVIII. A especialização da produção e o surgimento de centros industriais levaram a uma reconfiguração significativa do espaço geográfico global. Posteriormente, o capitalismo financeiro emergiu, integrando os mercados financeiros internacionais e promovendo a formação de conglomerados empresariais. A globalização econômica e a revolução tecnológica no século XX aceleraram ainda mais a internacionalização do capitalismo, resultando na criação de uma economia global interconectada. Atualmente, a internacionalização do capital atingiu novos patamares, com a ascensão de redes de produção transnacionais e o aumento da mobilidade do capital financeiro, destacando a interconexão entre desenvolvimento econômico, transformações sociais e desafios ambientais no mundo contemporâneo. ATIVIDADES 1 – Leia e observe a tirinha e responda a seguir. Assinale a alternativa que indica a característica da Globalização representada pela tirinha: A) Mercantilização da Economia B) Formação de Acordos Econômicos C) Cartelização D) Expansão das empresas globais E) Censura aos meios publicitários F o n te : (U m S á b a d o Q u a lq u e r, [ 2 0 0 9 ]) 156 2 – Comércio Internacional: (USP–2009) Observe os gráficos sobre o comércio internacional Com base nos gráficos e nos seus conhecimentos sobre o comércio internacional, assinale a alternativa CORRETA. A) Os produtos agropecuários apresentavam, em 2005, participação majoritária nas exportações mundiais, em comparação com os demais grupos de produtos. B) O crescimento do comércio internacional atingiu sobretudo os países menos desenvolvidos, pois neles se localiza a maior oferta de serviços e maior produção industrial de alta tecnologia. C) O comércio internacional cresceu intensamente nas últimas décadas, com peso significativo dos produtos industrializados e dos serviços. D) A participação dos combustíveis nas exportações mundiais, em 2005, foi muito influenciada pelas cotações internacionais dos preços do petróleo e do álcool. E) Os produtos industrializados