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P3 HEMATOPOESE 1 - Descrever a formação dos leucocitos (leucopoese) desde a cth fatores de crescimento marcadores de membrana mais importantes GRANULOPOESE: (NEUTRÓFILOS, EOSINÓFILOS E BASÓFILOS) Os granulócitos originam-se da célula-tronco progenitora mieloide comum (CMP) multipotencial, que se diferencia em células progenitoras de granulócitos/monócitos (GMP) sob a influência de citocinas, como GM-CSF, fator de estimulação de granulócitos (G-CSF) e IL-3. O GM-CSF é uma citocina secretada pelas células endoteliais, células T, macrófagos, mastócitos e fibroblastos. Estimula as células GMP a produzir granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e monócitos. A célula progenitora de neutrófilos (NoP) passa por seis estágios morfologicamente identificáveis durante o processo de maturação: Mieloblasto, pró-mielócito, mielócito, metamielócito, célula em bastonete (imatura) e neutrófilo maduro (segmentado). Os eosinófilos e os basófilos sofrem um processo de maturação morfológica semelhante ao dos neutrófilos. As células GMP, quando induzidas pelo GM-CSF, pela IL-3 e pela IL-5, diferenciam-se em células progenitoras de eosinófilos (EoP) e, por fim, após algumas gerações de células, amadurecem em eosinófilos. A ausência de IL-5 faz com que as células GMP sofram diferenciação em células progenitoras de basófilos (BaP), que produzem basófilos – tem a mais também o IL-4 e IL-9 como fator de crescimento. Não é possível diferenciar morfologicamente ao microscópio óptico os precursores eosinófilos ou basófilos dos precursores neutrófilos até que as células alcancem o estágio mielocítico, quando aparecem os grânulos específicos. Os mieloblastos constituem as primeiras células reconhecíveis que começam o processo da granulocitopoese. O mieloblasto é a primeira célula precursora dos neutrófilos reconhecível ao exame microscópico na medula óssea – apresenta um grande núcleo esférico e eucromático, com três a cinco nucléolos; mede 14 a 20 μm de diâmetro e tem grande relação do volume nuclear- citoplasmático. A pequena quantidade de citoplasma agranular exibe coloração intensamente basófila. A área do complexo de Golgi é frequentemente identificada como uma área não corada do citoplasma. O mieloblasto amadurece em um pró-mielócito. Os pró-mielócitos são as únicas células que produzem grânulos azurófilos. O pró-mielócito contém um núcleo grande e esférico comgrânulos azurófilos (primários) no citoplasma. Os grânulos azurófilos são produzidos apenas nos pró-mielócitos; nos estágios subsequentes da granulocitopoese, as células não formam grânulos azurófilos. Por esse motivo, o número de grânulos azurófilos é reduzido a cada divisão do pró-mielócito e sua progênie. Os pró-mielócitos não exibem subtipos. O reconhecimento das linhagens de neutrófilos, eosinófilos e basófilos é possível somente no estágio seguinte – de mielócito – quando começa a haver formação dos grânulos específicos (secundários) e terciários. Os mielócitos são os primeiros a exibir grânulos específicos. Os mielócitos imaturos contêm um núcleo mais ou menos esférico, que se torna cada vez mais heterocromático e adquire endentação distinta durante as divisões subsequentes. Os grânulos específicos começam a surgir da superfície convexa do complexo de Golgi, enquanto os grânulos azurófilos são vistos na face côncava do Golgi. O significado dessa compartimentação ainda não está esclarecido. Os mielócitos continuam a sofrer divisão e dão origem aos metamielócitos. O metamielócito é o estágio em que as linhagens de neutrófilos, eosinófilos e basófilos podem ser claramente identificadas pela existência de numerosos grânulos específicos. Verifica-se a existência de algumas centenas de grânulos no citoplasma de cada metamielócito, e os grânulos específicos de cada variedade ultrapassam o número de grânulos azurófilos. No neutrófilo, essa razão entre grânulos específicos e azurófilos é de cerca de 2 para 1. O núcleo torna-se mais heterocromático, e a endentação aprofunda-se e adquire um formato de rim ou feijão. Teoricamente, o estágio de metamielócito na granulocitopoese é seguido do estágio de bastonete e, em seguida, do estágio segmentado. Embora esses estágios sejam evidentes na linhagem de neutrófilos, eles raramente (ou nunca) são observados nas linhagens de eosinófilos e de basófilos, em que os próximos estágios facilmente reconhecidos de desenvolvimento são o eosinófilo maduro e o basófilo maduro, respectivamente. Na linhagem dos neutrófilos, a célula em bastão (bastonete) precede o desenvolvimento dos primeiros óbulos nucleares. O núcleo da célula em bastão (bastonete) é alongado e curvado, o que lhe confere a aparência de uma ferradura. Em seguida, surgem constrições nucleares, que se tornam mais proeminentes até que dois a quatro lóbulos nucleares sejam reconhecidos; a célula é então considerada um neutrófilo maduro, também denominada neutrófilo polimorfonuclear ou neutrófilo segmentado. Embora a porcentagem de bastonetes na circulação seja quase sempre baixa (0 a 3%), pode aumentar na ocorrência de inflamação e infecção agudas ou crônicas. CINÉTICA DA GRANULOCITOPOESE A granulocitopoese na medula óssea leva em torno de 2 semanas. A fase mitótica (proliferativa) na granulocitopoese dura cerca de 1 semana e cessa no estágio de mielócito maduro. A fase pós-mitótica, caracterizada pela diferenciação celular – do metamielócito em granulócito maduro –, também tem duração de cerca de 1 semana. O tempo que leva para que metade dos neutrófilos segmentados circulantes deixe o sangue periférico é de aproximadamente 6 a 8 horas. Os neutrófilos deixam o sangue de modo aleatório – isto é, um determinado neutrófilo pode circular apenas alguns minutos ou até 16 horas antes de entrar no tecido conjuntivo perivascular (a meia-vida medida dos neutrófilos circulantes humanos é de apenas 8 a 12 horas). Os neutrófilos têm sobrevida de 1 a 2 dias no tecido conjuntivo, quando são então destruídos por apoptose e, subsequentemente, fagocitados por macrófagos. Além disso, ocorre perda de grande número de neutrófilos por migração para o lúmen do trato gastrintestinal, a partir do qual são eliminados nas fezes. A medula óssea mantém uma grande reserva de neutrófilos totalmente funcionais, prontos para repor ou suplementar os neutrófilos circulantes em ocasiões de aumento das demandas. Em consequência da grande liberação dos neutrófilos da medula óssea, um número aproximadamente 5 a 30 vezes de neutrófilos maduros e quase maduros está normalmente presente tanto na medula óssea quanto na circulação. Esse reservatório da medula óssea libera constantemente neutrófilos na circulação e é reposto por células em processo de maturação. Os neutrófilos de reserva podem também ser liberados subitamente em resposta a inflamação, infecção ou exercício extenuante. Existe também uma reserva de neutrófilos no compartimento vascular. Essa reserva consiste em uma população de células livremente circulantes e outra de neutrófilos marginalizados contidos nos pequenos vasos sanguíneos. Nestes, os neutrófilos ficam aderidos ao endotélio até sua saída da rede vascular para locais de lesão ou infecção. Os neutrófilos marginais estão frouxamente aderidos ao endotélio por meio da ação de proteínas da família das selectinas, podendo, portanto, ser recrutados com muita rapidez. Esse compartimento de neutrófilos marginais encontra-se em equilíbrio dinâmico com o reservatório circulante, cujo tamanho é aproximadamente igual ao do reservatório marginalizado. O tamanho do reservatório na medula óssea e no compartimento vascular depende da velocidade da granulocitopoese, do tempo de sobrevida dos neutrófilos e da velocidade de migração na corrente sanguínea e no tecido conjuntivo. Os fatores de transcrição controlam o destino das células hematopoéticas, enquanto as citocinas e os mediadores locais regulam todos os estágios da hemocitopoese. As interações íntimas entre as CTH e seu microambiente na medula óssea atuam no sentido de redefinir a identidade e as vias de diferenciação dessas células-troncomultipotenciais. As moléculas de sinalização de uma variedade de células da medula óssea iniciam vias intracelulares que finalmente são direcionadas para um grupo selecionado de proteínas sinérgicas e inibitórias, conhecidas como fatores de transcrição. Tais fatores ligam-se especificamente a regiões promotoras ou intensificadoras no DNA da célula afetada. Por meio do controle da transcrição de genes específicos, esses fatores de transcrição desencadeiam uma cascata de alterações gênicas, determinando o destino das células durante a diferenciação. Além de identificar os vários fatores de transcrição intracelulares, estudos recentes identificaram e começaram a caracterizar numerosas moléculas de sinalização encontradas na medula óssea. Tais moléculas são, em geral, glicoproteínas, que atuam tanto como hormônios circulantes quanto como mediadores locais da regulação do processo da hemocitopoese e da velocidade de diferenciação de outros tipos celulares. Hormônios específicos, como a eritropoetina ou a trombopoetina, discutidos em seção anterior, regulam o desenvolvimento dos eritrócitos e das plaquetas, respectivamente. Outros fatores, coletivamente designados como fatores de estimulação de colônias (CSF), são subclassificados de acordo com a célula ou o grupo de células específicas que são estimuladas. Dentre os fatores recentemente isolados e já quase completamente caracterizados, destacam-se aqueles que estimulam a formação de granulócitos e de monócitos, GM-CSF, G-CSF e o fator de estimulação de colônias de macrófagos (M-CSF). As interleucinas, produzidas pelos linfócitos, atuam sobre outros leucócitos e suas células progenitoras. A IL-3 é uma citocina que parece afetar a maioria das células progenitoras e até mesmo as células já diferenciadas. Esses fatores são sintetizados por muitos tipos diferentes de células, incluindo as células renais (eritropoetina), os hepatócitos (trombopoetina), os linfócitos T (IL- 3), as células endoteliais (IL-6), as células adventícias na medula óssea (IL-7) e os macrófagos (os CSF que afetam o desenvolvimento dos granulócitos e dos macrofagos). Monócitos: A célula-tronco CMP multipotencial também dá origem às células que se desenvolvem ao longo da via de monócitos-macrófagos. Os monócitos são produzidos na medula óssea a partir de uma célula-tronco GMP que pode amadurecer em um monócito ou outra das três linhagens de células granulocíticas. Além disso, a célula GMP dá origem às células dendríticas. A proliferação e a diferenciação das células CMP em célula GMP comprometida são controladas pela IL-3. A progressão subsequente da linhagem de células progenitoras de monócitos (MoP) depende da existência continuada dos fatores de transcrição PU.1 e Egr-1 e é estimulada pela IL-3 e pelo GM-CSF. Este último também controla a diferenciação subsequente em células maduras, que são então liberadas na circulação. A transformação das células MoP em monócitos leva em torno de 55 horas. Os monócitos permanecem na circulação por aproximadamente 16 h antes de emigrar para os tecidos, nos quais, sob a influência do GM-CSF e do M-CSF, se diferenciam em macrófagos teciduais. Seu tempo de sobrevida subsequente ainda não foi completamente elucidado. LINFOCITOPOESE Os linfócitos têm como principal função defender o organismo contra infecções. Em algumas situações patológicas, eles podem atacar o próprio organismo, causando doenças autoimunes. Os tecidos linfoides podem ser classificados em dois grupos: Os primários – órgãos generativos: Os primários são os tecidos onde os linfócitos expressam, pela primeira vez, os receptores antigênicos e adquirem a maturidade fenotípica e funcional. Nos mamíferos, os primários são a MO e o timo. A MO, além de originar todos os linfócitos, está relacionada com a maturação das células B (que nas aves acontece na Bursa de Fabricius), enquanto a diferenciação T ocorre no Timo. Nos primários, a maturação é continua, ocorre durante toda a vida e independe da exposição prévia aos antígenos. Os secundários – órgãos periféricos. Os órgãos secundários incluem os linfonodos, baço, tecido linfoide associado às mucosas e à pele. Os secundários são os locais onde ocorrem as respostas imunes aosantígenos. Todos os linfócitos derivam de precursores hematopoéticos multipotentes da medula óssea, com capacidade de diferenciação em precursores da linhagem hematopoética, dando origem às células mieloides e linfoides. Para o desenvolvimento de linfócitos T e B maduros são essenciais características do microambiente do timo e da medula óssea, respectivamente, representadas pelo contato com células do estroma e pela ação de citocinas específicas. As principais células efetoras da linhagem T são as Células T Citotóxicas (CTL) e as células auxiliares do tipo 1 (Th1), produtoras de citocinas pró-inflamatórias, enquanto as células B atuam na produção de imunoglobulinas. Ao contrário dos CTL, as células NK não dependem do contato prévio com o antígeno para exercer a sua ação citotóxica. Apesar de os linfócitos proliferarem continuamente nos órgãos linfáticos periféricos, a medula óssea ainda é o principal local de linfocitopoese nos humanos. Os membros da família Ikaros de fatores de transcrição desempenham papel importante na diferenciação das CTH em células progenitoras linfáticas comuns (CLP). A progênie das células CLP que expressam o fator de transcrição GATA-3 é destinada à linhagem de linfócitos T. Essas células que expressam GATA-3 deixam a medula óssea como pré-linfócitos T e seguem até o timo, para completarem sua diferenciação. Em seguida, entram na circulação como pequenos linfócitos T de vida longa. Outro fator de transcrição, o Pax5, ativa genes específicos das células da linhagem B nas células CLP, destinadas a se tornarem linfócitos B. Nos mamíferos, essas células originam-se em órgãos equivalentes à bursa de Fabricius, como a medula óssea e o tecido linfático associado ao intestino e o baço. A linhagem que pouco se sabe a respeito é a célula NK. Porém, provavelmente, as células NK diferenciam-se sobre influência da IL-2 e da IL-5 em pré-células NK imaturas e, após aquisição das funções efetoras da célula NK (capacidade de secretar interferona e apresentar citotoxicidade), tornam-se células NK maduras. Estudos apontam que os linfonodos e o timo fetal podem conter células progenitoras das células NK. DIFERENCIAÇÃO DO B Um dos marcadores mais precoces da linhagem B é o CD19 de membrana, que continua a ser expresso em todas as fases intermediárias de maturação, desaparecendo apenas nos plasmócitos. Existem células precursoras B que coexpressam o CD19 e o CD34 e sintetizam a enzima desoxinucleotidil Terminal Transferase (TdT). Outros antígenos de membrana, como o CD22, CD10, CD20, CD21 e CD5, também aparecem durante a diferenciação B. O antígeno CD5, que é um marcador de linfócitos T, aparece em menos de 5% dos linfócitos B de adultos, mas se expressa em parcela apreciável de linfócitos B de fetos e de recém-nascidos. O evento genético mais importante nas primeiras fases da diferenciação B é o rearranjo dos genes de cadeias pesadas de imunoglobulinas, o qual é seguido da sua expressão intracitoplasmática, e depois na membrana. O rearranjo de cadeias leves κ ou λ da imunoglobulina, e as suas expressões na membrana, ocorrem em fases posteriores de diferenciação. As etapas iniciais de diferenciação são geneticamente determinadas e independentes do contato com antígenos, enquanto as posteriores são induzidas pelos antígenos. As células linfoides B maduras da medula óssea atravessam a parede dos sinusoides e entram no sangue, de onde migram para os folículos linfoides. As imunoglobulinas, além de serem secretadas pelos plasmócitos, são os receptores dos linfócitos B. Cada molécula é composta por um par de cadeias pesadas (que podem ser dos tipos α, alfa; γ, gama; μ, um; δ, delta; ε, épsilon) e um par de cadeias leves(κ, kappa; ou λ, lambda). Cada uma das cadeias possui regiões constantes e variáveis, sendo que o sítio responsável pela ligação com o antígeno éformado pela associação das regiões variáveis das cadeias leves e das pesadas. Os genes das cadeias pesadas e os das cadeias leves κ e λ das imunoglobulinas humanas localizam-se nos cromossomos 14, 2 e 22, respectivamente. Na conformação embrionária germinativa (germ-line), os genes de cadeia pesada ocorrem em segmentos que codificam as regiões: Variável (V); de Diversidade (D); Juncional (J); e Constante (C). Cada uma das regiões V, D, e J contém um número diferente de segmentos. Em células não programadas para a síntese de imunoglobulinas, esses segmentos permanecem separados uns dos outros na configuração denominada germinativa. Entretanto, nas fases iniciais de diferenciação B ocorre o rearranjo dos genes de cadeias pesadas, de forma que um segmento da região V combina com um dos segmentos D, com outro dos segmentos da porção J, e com a região C adjacente. A aproximação desses segmentos (com a exclusão do DNA intermediário) forma um gene ativo que codifica a síntese de cadeia pesada, ocorrendo a transcrição do RNAm e a sua tradução, formando a cadeia pesada intracitoplasmática. A classe de imunoglobulina secretada depende de qual das nove regiões constantes (4 γ, 2 α, 1μ, 1 δ e 1ε) é recrutada. Diversidade adicional é determinada pelas diferentes combinações possíveis entre os segmentos V, D, e J selecionados. Ademais, a enzima TdT, que insere um número variável de novas bases no DNA da região D no momento do rearranjo gênico, é responsável pelo aumento desse repertório. Para as cadeias leves, rearranjos similares ocorrem com os diferentes segmentos dos genes das cadeias leves. Finalmente, enzimas denominadas recombinases, que reconhecem certas sequências heptaméricas ou nonoméricas que flanqueiam os vários segmentos gênicos, são necessárias para a reunião dos pedaços adjacentes de DNA e são responsáveis pelo aumento da diversidade. Esses rearranjos ocorrem sequencialmente, iniciando-se pelos genes de cadeia pesada, seguida pelo gene de cadeia κ e, finalmente, pelo λ. No conjunto, estima-se que esse processo possa gerar entre 1019 a 1020 diferentes clones de linfócitos B. DIFERENCIAÇÃO NK A ação citotóxica de células linfoides de doadores não imunizados contra células revestidas com anticorpos específicos foi descrita no final da década de 1960 e denominada Citotoxicidade Celular Dependente de Anticorpos (CCDA), enquanto as células efetoras foram chamadas de linfócitos K. Em 1975 foi descrita a ação citotóxica de células linfoides de doadores também não imunizados contra algumas linhagens tumorais, na ausência de anticorpos. Essa função foi denominada de citotoxicidade natural e as células efetoras NK. Diferentemente dos linfócitos T citotóxicos, que reconhecem peptídeos específicos de antígenos de células- alvo sempre associados às moléculas classe I do MHC, o reconhecimento de alvos pelos linfócitos NK pode ser inibido pelo MHC de classe I. As atividades citotóxicas K e NK estavam associadas aos Linfócitos Grandes e Granulares (LGL) do sangue periférico que constituem cerca de 10 a 15% de todos os linfócitos neste compartimento. A estrutura da célula K/NK responsável pela CCDA (atividade K) é o CD16 ou FCγRIIIA que interage com a porção Fc de IgG; entretanto a atividade NK não está associada ao CD16, sendo mediada por estruturas até agora não definidas. A utilização de anticorpos monoclonais contra essas células demonstrou que as funções K e NK são desempenhadas por uma mesma célula, que compartilha alguns marcadores da linhagem T, como o CD2, CD7 e CD8, mas não possui CD3, exibe o gene de TcR na conformação germinativa e apresenta os marcadores CD16, CD56 e CD57. Recentemente, foi demonstrado que alguns linfócitos T ativados por citocinas também podem expressar estes últimos marcadores e exercer ação citotóxica não restrita ao MHC, e são chamados de células T-NK. Por outro lado, células T-NK constituem uma minoria de células T (<5%) que expressam marcadores de células NK (NK1.1 ou CD161) e respondem a antígenos glicolipídicos apresentados no contexto de CD1d, uma molécula HLA-I não clássica. As células NK originam-se na medula óssea, mas as etapas posteriores de maturação não estão esclarecidas, embora, por expressarem CD2, CD7 e CD8, uma possível origem em comum com os linfócitos T tenha sido aventada. As células NK maduras estão presentes no baço e no sangue, mas são raros nos linfonodos, placas de Peyer e medula óssea. DIFERENCIAÇÃO T Os precursores T deixam a medula óssea e entram no timo, continuam sua diferenciação que inclui o rearranjo dos genes responsáveis pelos receptores de células T (TcR). No timo, esses precursores CD7+ sofrem um processo de diferenciação no timo, as células efetoras, denominadas linfócitos K, foram descritas em 1975 por sua ação citotóxica contra linhagens tumorais, independentemente de anticorpos. Essas células NK, ou células K/NK, representam cerca de 10 a 15% dos Linfócitos Grandes e Granulares (LGL) presentes no sangue periférico. Os linfócitos T citotóxicos reconhecem peptídeos específicos de antígenos de células-alvo, associados às moléculas classe I do MHC, enquanto os linfócitos NK podem ter sua atividade inibida pelo MHC de classe I. As atividades citotóxicas K e NK estavam associadas aos Linfócitos Grandes e Granulares (LGL) do sangue periférico que constituem cerca de 10 a 15% de todos os linfócitos neste compartimento. A estrutura da célula K/NK responsável pela CCDA (atividade K) é o CD16 ou FCγRIIIA que interage com a porção Fc de IgG; entretanto a atividade NK não está associada ao CD16, sendo mediada por estruturas até agora não definidas. A utilização de anticorpos monoclonais contra essas células demonstrou que as funções K e NK são desempenhadas por uma mesma célula, que compartilha alguns marcadores da linhagem T, como o CD2, CD7 e CD8, mas não possui CD3, exibe o gene de TcR na conformação germinativa e apresenta os marcadores CD16, CD56 e CD57. Recentemente, foi demonstrado que alguns linfócitos T ativados por citocinas também podem expressar estes últimos marcadores e exercer ação citotóxica não restrita ao MHC, e são chamados de células T-NK. Por outro lado, células T-NK constituem uma minoria de células T (<5%) que expressam marcadores de células NK (NK1.1 ou CD161) e respondem a antígenos glicolipídicos apresentados no contexto de CD1d, uma molécula HLA-I não clássica. As células NK originam-se na medula óssea, mas as etapas posteriores de maturação não estão esclarecidas, embora, por expressarem CD2, CD7 e CD8, uma possível origem em comum com os linfócitos T tenha sido aventada. As células NK maduras estão presentes no baço e no sangue, mas são raros nos linfonodos, placas de Peyer e medula óssea. Este complexo processo de diferenciação e seleção desempenha um papel crucial na formação e regulação do sistema imunológico. 2 - Explicar a estrutura dos leucocitos e suas funções (cd4, cd8, macrofagos, nk, b) Granulócitos Neutrofilos: Os neutrófilos, os leucócitos mais numerosos e comuns entre os granulócitos, têm aproximadamente 10 a 12 μm de diâmetro, sendo notavelmente maiores que os eritrócitos. Sua identificação é facilitada pelos núcleos multilobulados, sendo também conhecidos como neutrófilos polimorfonucleares ou polimorfos. Os neutrófilos maduros possuem núcleos com dois a quatro lobos conectados por filamentos nucleares finos, e esses lobos podem mudar de formato, posição e número em neutrófilos vivos. A cromatina do neutrófilo apresenta um arranjo característico, com heterocromatina nas regiões periféricas do núcleo em contato com o envoltório nuclear e eucromatina localizada principalmente no centro. Em indivíduos do sexo feminino, o corpúsculo de Barr (cromossomo X inativo condensado) forma um apêndice em formato de baqueta de tambor em um dos lobos nucleares. Neutrófilos contêm três tipos de grânulos, refletindo a diversidade de funções fagocíticas da célula: GRÂNULOS AZURÓFILOS (GRÂNULOS PRIMÁRIOS): Maiores e menos numerosos que os grânulos específicos. Originam-se durante o processo de granulopoese e estãopresentes em granulócitos, monócitos e linfócitos. São lisossomos do neutrófilo, contendo mieloperoxidase (MPO) e contribuindo para a produção de hipoclorito bactericida e cloraminas. Além de hidrolases ácidas, também contêm proteínas catiônicas, como defensinas, e o peptídio antimicrobiano catelicidina para destruir patógenos. GRÂNULOS ESPECÍFICOS (GRÂNULOS SECUNDÁRIOS): Menores e mais numerosos que os grânulos azurófilos. Pouco visíveis ao microscópio óptico, aparecendo elipsoides em eletromicrografias. Contêm várias enzimas (colagenase do tipo IV, gelatinase, fosfolipase), ativadores do complemento e outros peptídios antimicrobianos (lisozimas, lactoferrinas). GRÂNULOS TERCIÁRIOS: Os grânulos terciários nos neutrófilos se dividem em dois tipos distintos. Um tipo contém fosfatases, enzimas responsáveis por remover um grupo fosfato de um substrato, sendo ocasionalmente denominado fosfassomo. O outro tipo de grânulo contém metaloproteinases, como gelatinases e colagenases, cuja função presume-se ser facilitar a migração do neutrófilo através do tecido conjuntivo. Uma característica crucial dos neutrófilos e de outros leucócitos é a sua motilidade. Os neutrófilos são as células mais abundantes na primeira onda a entrar em uma área de dano tecidual. Sua migração é regulada pela expressão de moléculas de adesão na superfície dos neutrófilos, interagindo com ligantes específicos presentes nas células endoteliais, promovendo interações celulares. Os neutrófilos atuam como fagócitos ativos, utilizando uma variedade de receptores de superfície para reconhecer bactérias e outros agentes infecciosos no local de inflamação. Ao chegar ao local de lesão tecidual, os neutrófilos precisam inicialmente reconhecer quaisquer substâncias estranhas antes que a fagocitose ocorra. Assim como a maioria das células fagocíticas, os neutrófilos possuem uma variedade de receptores em sua membrana celular, capazes de reconhecer e ligar-se a bactérias, microrganismos estranhos e outros agentes infecciosos. Esses receptores desempenham um papel essencial na fagocitose, sendo os mais comumente utilizados pelos neutrófilos: Receptores Fc: Ligam-se à região Fc dos IgG que revestem as superfícies bacterianas. A ligação a bactérias revestidas de IgG ativa a atividade fagocítica do neutrófilo e provoca uma rápida e intensa ativação do metabolismo intracelular. Receptores de complemento (CR): Facilitam a ligação e a captação de imunocomplexos opsonizados pela proteína C3 ativa (C3b), desencadeando a fagocitose e ativando as vias líticas e respiratórias do neutrófilo. Receptores de depuração (SR): Glicoproteínas transmembrana que se ligam a formas modificadas das LDL, aumentando a atividade fagocítica dos neutrófilos. Receptores semelhantes a toll (PRR): Reconhecem moléculas patogênicas como endotoxinas, lipopolissacarídios, peptidoglicanos e ácidos lipoteicoicos, que estão organizados em padrões moleculares associados ao patógeno (PAMP). Os neutrófilos apresentam uma variedade de receptores semelhantes a toll que reconhecem os PAMP. A ligação de antígenos bacterianos a esses receptores provoca fagocitose e liberação de citocinas, como interleucina 1 (IL-1), interleucina 3 (IL-3) e fator de necrose tumoral α (TNF-α) pelos neutrófilos. A IL-1, historicamente conhecida como pirogênio (agente causador de febre), induz a síntese de prostaglandinas, que atuam sobre o centro termorregulador do hipotálamo, resultando em febre. Portanto, a febre é uma consequência da reação aguda a patógenos invasores que provocam uma resposta neutrofílica maciça. EOSINÓFILOS: Os eosinófilos têm aproximadamente as mesmas dimensões dos neutrófilos, e seus núcleos são bilobulados. Semelhantes aos neutrófilos, a heterocromatina compacta. Dos eosinófilos está principalmente localizada adjacente ao envoltório nuclear, enquanto a eucromatina está localizada no centro do núcleo. Essas células receberam o nome de eosinófilos devido aos grandes grânulos eosinófilos em seu citoplasma. O citoplasma dos eosinófilos contém dois tipos de grânulos: numerosos grânulos específicos e alongados, e grânulos azurófilos. Além disso, os eosinófilos contêm poucas e esparsas organelas membranosas. Grânulos Azurófilos (Grânulos Primários): São, de fato, lisossomos que contêm uma variedade de hidrolases ácidas lisossômicas habituais e outras enzimas hidrolíticas. Essas enzimas atuam na destruição de parasitos e na hidrólise dos complexos antígeno-anticorpo internalizados pelo eosinófilo. Grânulos Específicos (Grânulos Secundários): Contêm um corpo cristaloide, responsável pela refratividade dos grânulos na microscopia óptica. Esses grânulos específicos contêm quatro proteínas principais: Proteína básica principal (MBP), Proteína catiônica dos eosinófilos (ECP), Peroxidase dos eosinófilos (EPO), e Neurotoxina derivada dos eosinófilos (EDN). Essas proteínas exercem efeito citotóxico sobre protozoários e helmintos parasitos, além de desempenharem papel em reações alérgicas e inflamação crônica. Os eosinófilos desenvolvem-se e amadurecem na medula óssea, circulam no sangue periférico e migram para o tecido conjuntivo. São ativados por interações com anticorpos IgG, IgA ou IgA secretora, participando em diversas respostas imunológicas e fagocitando complexos de antígeno-anticorpo. A contagem elevada de eosinófilos (eosinofilia) em amostras de sangue está associada a alergias e infecções parasitárias, desempenhando papel crucial na defesa contra parasitos helmínticos e em locais de inflamação crônica, como tecidos pulmonares em pacientes com asma. Basófilos: Os basófilos têm funções relacionadas à resposta imune e inflamação. Quando estimulados, liberam histamina, que aumenta a permeabilidade dos capilares, promove a migração de leucócitos e contribui para as reações alérgicas. A heparina, por sua vez, atua como anticoagulante, inibindo a coagulação sanguínea. A participação dos basófilos em reações alérgicas é significativa. A ligação de anticorpos IgE aos receptores na superfície dos basófilos desencadeia a liberação de histamina e outros mediadores inflamatórios. Essa resposta rápida e localizada contribui para a defesa do organismo contra parasitas, mas também pode resultar em sintomas alérgicos. Embora os basófilos sejam leucócitos menos comuns, sua presença e função são cruciais para uma resposta imune eficaz e a regulação da inflamação no organismo.Os basófilos, células sanguíneas com dimensões semelhantes às dos neutrófilos, são notáveis pelos numerosos grânulos grandes em seu citoplasma, que coram com corantes básicos. Apesar de serem menos numerosos, representando menos de 0,5% do total de leucócitos, sua presença é crucial para a resposta imune. As eletromicrografias revelam características como a localização periférica da heterocromatina e a presença de receptores Fc de alta afinidade para os anticorpos IgE na membrana plasmática. Esses receptores, juntamente com a proteína CD40L, desempenham um papel na síntese de IgE pelos linfócitos B. Os basófilos possuem dois tipos de grânulos: azurófilos (primários), que são lisossomos contendo hidrolases ácidas, e específicos (secundários), que contêm heparina, histamina, leucotrienos, interleucinas e outras substâncias relacionadas à resposta inflamatória e imune. A basofilia intensa desses grânulos específicos está associada à alta concentração de sulfatos nas moléculas de glicosaminoglicanos de heparina e heparam sulfato. Funcionalmente, os basófilos estão relacionados aos mastócitos do tecido conjuntivo, ambos desempenhando um papel crucial nas reações de hipersensibilidade e anafilaxia. A origem dos basófilos e mastócitos está vinculada a uma célula progenitora comum, a basófilo-mastócito progenitora (BMCP), que, dependendo do fator de transcrição C/EBPα, diferencia-se em basófilo ou mastócito. Os basófilos desenvolvem-se na medula óssea e, quando liberados no sangue periférico, desempenham funções essenciais na resposta imune. Agranulócitos: Linfócitos: constituem as principais células funcionais do sistema linfático ouimune. Os linfócitos constituem os agranulocitos mais comuns respondendo por cerca de 30% do numero total de leucocitos no sangue. Para compreender a funçao dos linfocitos é preciso considerar que a maioria dos linfocitos encontrados no sangue ou na linfa representa células imunocompetentes recirculantes (células que desenvolvem a capacidade de reconhecer e de responder a antigenos e que estão em transito de um A caracterização dos linfócitos, células cruciais para o sistema imunológico, revela várias propriedades distintas: Capacidade de Diferenciação: Diferentemente de outros leucócitos, os linfócitos não são células terminalmente diferenciadas. Quando estimulados, têm a capacidade de se dividir e se diferenciar em outros tipos de células efetoras. Mobilidade nos Tecidos: Os linfócitos podem sair dos vasos sanguíneos para os tecidos e, posteriormente, retornar à corrente sanguínea. Desenvolvimento Fora da Medula Óssea: Apesar de sua origem em células progenitoras na medula óssea, os linfócitos têm a capacidade de se desenvolver em tecidos associados ao sistema imune. Nos tecidos associados ao sistema imune, os linfócitos podem ser classificados em três grupos com base no tamanho: pequenos, médios e grandes. Os grandes linfócitos são ativados e contêm receptores de superfície específicos para antígenos, enquanto os pequenos são predominantes na corrente sanguínea. O linfócito maduro, quando observado em um esfregaço sanguíneo, tem tamanho semelhante ao de um eritrócito. No microscópio óptico, os pequenos linfócitos apresentam núcleos esféricos discretamente indentados e citoplasma fino, enquanto o MET revela principalmente ribossomos livres e algumas mitocôndrias. O linfócito médio possui citoplasma mais abundante, núcleo maior e menos heterocromático, além de um complexo de Golgi mais desenvolvido e maior quantidade de organelas como mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso (RER). Existem três tipos funcionais de linfócitos: T, B e células NK. A diferenciação dos linfócitos T ocorre no timo, enquanto os linfócitos B são reconhecidos por terem sido inicialmente isolados na bursa de Fabricius em aves. As células NK, programadas para matar células transformadas, desenvolvem-se a partir da mesma célula precursora que as células B e T.As células T são essenciais para a imunidade celular, apresentando uma longa sobrevida. Sua característica distintiva reside nos receptores de células T (TCR) na superfície celular, geralmente compostos por duas cadeias de glicoproteínas chamadas cadeias α e β. Essas células expressam marcadores como CD2, CD3, CD5 e CD7 em sua superfície, sendo subclassificadas com base na presença de proteínas CD4 e CD8. A função primordial das células T é participar ativamente na resposta imunológica, desempenhando um papel crucial na defesa contra agentes patogênicos e células anormais. Os linfócitos T CD4+ apresentam o marcador CD4 e reconhecem antígenos associados às moléculas do complexo principal de histocompatibilidade II (MHC II), enquanto os linfócitos T CD8+ possuem o marcador CD8 e reconhecem antígenos ligados às moléculas de MHC I. Diversos tipos de linfócitos T foram identificados, como os linfócitos T citotóxicos (CTL), responsáveis por atuar como principais células efetoras na imunidade celular. As células T CD4+ auxiliares (Th) desempenham um papel crucial na indução de respostas imunes a antígenos estranhos, interagindo com células apresentadoras de antígenos. As células T reguladoras (supressoras) compõem uma população fenotipicamente diversa e têm a capacidade de suprimir respostas imunes a antígenos estranhos e autoantígenos, regulando a atividade de outras células no sistema imune. Entre elas, destacam-se as células T reguladoras CD4+ CD25+ FOXP3+. As células T gama/delta (γδ) representam uma pequena população de células T que contêm um TCR distinto em sua superfície. Conforme discutido anteriormente, as células T apresentam, em sua maioria, um receptor TCR composto de duas cadeias de glicoproteínas, denominadas cadeias α- e β-TCR. Em contrapartida, as células T γδ apresentam receptores TCR constituídos de uma cadeia γ e uma cadeia δ. Essas células desenvolvem-se no timo emigram para vários tecidos epiteliais (p. ex., pele, mucosa oral, intestino e vagina); uma vez estabelecida a sua colonização no tecido epitelial, elas não recirculam entre o sangue e os órgãos linfáticos. São também conhecidas como linfócitos intraepiteliais. Sua localização na pele e na mucosa dos órgãos internos possibilita a atuação na primeira linha de defesa contra microrganismos invasores. Linfócitos B: As células B apresentam tempo de sobrevida variável e estão envolvidas na produção de anticorpos circulantes. No sangue, as células B maduras expressam moléculas de IgM, IgD e MHC IIem sua superficie. Os marcadores especificos incluem cd9, cd19, cd20 e cd24 Linfócitos NK: As células NK são programadas durante o seu desenvolvimento para matar determinadas células infectadas por vírus e alguns tipos de células tumorais. Além disso, secretam um agente antiviral, a interferona γ (IFN-γ). As células NK são maiores que as células B e T (em torno de 15 μm de diâmetro) e têm um núcleo reniforme. Como as células NK exibem vários grânulos azurófilos citoplasmáticos grandes, que são facilmente identificados pela microscopia óptica, elas também são denominadas grandes linfócitos granulares (LGL). Seus marcadores específicos consistem em CD16, CD56 e CD94. Perguntar: O que são esses marcadores específicos Os linfócitos T e B expressam diferentes moléculas de superfície. Embora as células T e B não possam ser distinguidas por sua morfologia, suas proteínas de superfície (proteínas CD) específicas podem ser usadas para sua identificação. Além disso, imunoglobulinas (anticorpos) são expressas na superfície das células B e agem como receptores de antígeno. Por outro lado, as células T não produzem anticorpos, mas expressam TCR – as quais são proteínas de reconhecimento expressas durante estágios definidos da maturação dessas células no timo. Em geral, as moléculas de superfície medeiam ou ampliam funções específicas das células T e são necessárias para o reconhecimento ou a ligação das células T aos antígenos exibidos na superfície das células-alvo. No sangue humano, 60 a 80% dos linfócitos consistem em células T maduras, enquanto 20 a 30% são constituídos por células B maduras. Cerca de 5 a 10% das células não expressam os marcadores de superfície associados às células T ou B. Esse grupo de células é formado pelas células NK e pelas raras células-tronco hemapoéticas circulantes. As diferenças de tamanho descritas anteriormente podem ter significado funcional; alguns dos linfócitos grandes podem ser células que foram estimuladas a se dividir, enquanto outras podem ser precursores de plasmócitos que estão sofrendo diferenciação em resposta à existência de antígenos. MONÓCITOS: Os monócitos são os precursores das células do sistema fagocítico mononuclear. Os monócitos são os maiores leucócitos identificados em um esfregaço sanguíneo (com diâmetro médio de 18 μm). Passam da medula óssea para os tecidos corporais, onde se diferenciam nos vários fagócitos do sistema fagocítico mononuclear – isto é, macrófagos do tecido conjuntivo, macrófagos alveolares, macrófagos perissinusoidais no fígado (células de Kupffer) e macrófagos dos linfonodos, baço e medula óssea, osteoclastos (do osso), dentre outros. Os monócitos permanecem no sangue por apenas 3 dias, aproximadamente. O núcleo do monócito é mais endentado que o do linfócito. O citoplasma do local da endentação nuclear é denominado centro celular, e nele estão localizados o complexo de Golgi bem desenvolvido e os centríolos. Os monócitos também contêm retículo endoplasmático liso (REL), retículo endoplasmático rugoso (RER) e pequenas mitocôndrias. Embora sejam classificadas como agranulares, essas células contêm pequenos grânulos azurófilos densos, os quais contêm enzimas lisossômicas clássicas, semelhantes àquelas encontradas nos grânulos azurófilosdos neutrófilos. Os monócitos diferenciam-se em macrófagos, que atuam como células apresentadoras de antígeno no sistema imune. Durante a inflamação, o monócito deixa o vaso sanguíneo no local de inflamação, diferencia-se em macrófago tecidual e fagocita bactérias, outros tipos de células e restos teciduais. O macrófago é uma célula apresentadora de antígenos, que desempenha importante papel nas respostas imunes. O macrófago degrada parcialmente os antígenos e, por meio de moléculas do MHC II localizadas na sua superfície, apresenta seus fragmentos aos linfócitos T CD4+ auxiliares, para o seu reconhecimento. 3. Explicar estrutura, tipos e funções das imunoglobulinas As moléculas de anticorpo podem ser divididas em classes e subclasses distintas com base nas diferenças na estrutura das regiões C da cadeia pesada. As classes de moléculas de anticorpos são também chamadas de Todas as moléculas de anticorpo compartilham as mesmas características estruturais básicas, mas apresentam marcante variabilidade nas regiões onde os antígenos se ligam. Esta variabilidade das regiões de ligação do antígeno é responsável pela capacidade de diferentes anticorpos se ligarem a um grande número de antígenos estruturalmente diversos. Em todos os indivíduos, existem milhões de diferentes clones de células B, cada um produzindo moléculas de anticorpo com os mesmos locais de ligação do antígeno e diferentes nestes locais dos anticorpos produzidos por outros clones. As funções efetoras e propriedades físico-químicas comuns dos anticorpos estão associadas a porções de ligação de moléculas diferentes de um antígeno, que exibem relativamente poucas variações entre os diferentes anticorpos. Uma molécula de anticorpo tem uma estrutura simétrica do núcleo composta de duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas idênticas. Ambas as cadeias leve e pesada contêm uma série de unidades homólogas repetidas, cada uma com cerca de 110 resíduos de aminoácidos de comprimento, que se dobram independentemente em um motivo globular chamado de domínio Ig. Um domínio Ig contém duas camadas de folhas β-pregueadas, cada camada composta de três a cinco fitas de cadeia polipeptídica antiparalela. As duas camadas são mantidas unidas pela ponte dissulfeto, e faixas adjacentes de cada folha β são conectadas por pequenas alças. Os aminoácidos localizados em algumas destas alças são os mais variáveis e críticos para o reconhecimento do antígeno. Ambas as cadeias leve e pesada consistem em regiões variáveis de aminoterminal (V) que participam no reconhecimento do antígeno e regiões carboxiterminais constantes (C); as regiões C das cadeias pesadas medeiam as funções efetoras. Nas cadeias pesadas, a região V é composta de um domínio Ig e a região C é composta de três ou quatro domínios Ig. Cada cadeia leve é composta de uma região V no domínio Ig e uma região C no domínio Ig. As regiões variáveis são assim chamadas por causa das suas sequências de aminoácidos variando entre os anticorpos produzidos pelos diferentes clones B. A região V de uma cadeia pesada (VH) e a região V contígua de uma cadeia leve (VL) formam um local de ligação do antígeno. Pelo fato de a unidade estrutural do núcleo de cada molécula de anticorpo conter duas cadeias pesadas e duas cadeias leves, cada molécula de anticorpo tem pelo menos dois locais de ligação do antígeno. Os domínios Ig da região C são distantes do local de ligação do antígeno e não participam no reconhecimento do antígeno. As regiões C da cadeia pesada interagem com outras moléculas efetoras e células do sistema imune e, assim, medeiam a maioria das funções biológicas dos anticorpos. Além disso, as cadeias pesadas existem em duas formas que diferem nas terminações carboxiterminais: uma forma das cadeias pesadas ancora os anticorpos ligados à membrana nas membranas plasmáticas dos linfócitos B, e a outra é encontrada somente nos anticorpos secretados isotipos e são nomeadas como IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. Em humanos, os isotipos IgA e IgG podem ainda ser divididos em subclasses, ou subtipos, intimamente relacionadas, chamadas IgA1, IgA2 e IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4. As regiões C da cadeia pesada de todas as moléculas de anticorpo de um isotipo ou subtipo têm essencialmente a mesma sequencia de aminoácidos. Essa sequencia é diferente somente nos outros subtipos. As cadeias pesadas são designadas pelas letras do alfabeto grego correspondentes ao isotipo do anticorpo: a IgA1 contem cadeias pesadas: Nos anticorpos humanos IgM e IgE, as regiões C contêm quatro domínios Ig. As regiões C da IgG, IgA e IgD possuem somente três domínios Ig. Estes domínios são genericamente designados como domínios CH e são numerados sequencialmente a partir do aminoterminal para o carboxiterminal (p.ex., CH1, CH2 e assim Poe diante). Em casa isotipo, essas regiões podem ser designadas mais especificamente (p.ex., CY1, CY2 na IgG). Diferentes isotipos e subtipos de anticorpos realizam distintas funções efetoras; a razão para isso é que a maioria das funções efetoras dos anticorpos é mediada pela ligação das regiões C da cadeia pesada aos receptores Fc nas diferentes células, tais como fagócitos, células NK e mastócitos e proteínas plasmáticas, como as proteínas do complemento. Os isotipos e subtipos de anticorpo diferem em suas regiões C e, assim, onde eles se ligam e quais funções efetoras realizarão. As moléculas de anticorpos são flexíveis, permitindo que elas se liguem a diferentes antígenos: cada anticorpo contem pelo menos dois locais de ligação do antígeno, cada um formando um par de domínios VH e VL. Muitas moléculas Ig podem orientar esses locais de ligação, de tal forma que duas moléculas de antígeno em uma superfície planar (p. ex., célula) podem ser ligadas uma única vez. Esta flexibilidade é conferida, em grande parte, por uma região de dobradiça localizada entre CH1 e CH2 de certos isotipos. A região de dobradiça varia em comprimento de 10 a mais do que 60 resíduos de aminoácidos em diferentes isotipos. Porções desta sequência assumem uma conformação desdobrada e flexível, permitindo o movimento molecular entre os domínios CH1 e CH2. Algumas das maiores diferenças entre as regiões constantes das subclasses de IgG estão concentradas na dobradiça. Isso leva a formas gerais diferentes nos subtipos de IgG. Além disso, alguma flexibilidade das moléculas de anticorpo é decorrente da habilidade de cada domínio de VH em sofrer rotação com respeito ao domínio CH1 adjacente.
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