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Estudo Dirigido: Oficial 2 Período: 4º Disciplina: Medida e Avaliação em Psicologia II Docente: Dr. Bruno da Silva Campos ANIELLY ALVES RODRIGUES RA: 324354036437 1 RESOLUÇÃO CFP 006/2019 Desde o dia 29 de junho de 2019, está em vigor a Resolução 06/2019 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), definindo novas regras sobre a elaboração de documentos escritos pelo Psicólogo, no seu exercício profissional, revogando a resolução 007/2003. Mudanças na modalidade Relatório Uma mudança fundamental dessa resolução é o desmembramento da categoria “Relatório psicológico” que passa a ser diferente de “Laudo psicológico”. Anteriormente o Relatório Psicológico era tido como documento decorrente de avaliação Psicológica, pois era sinônimo de Laudo. A partir desta resolução, o relatório não é mais considerado como documento decorrente de avaliação psicológica. Agora existem dois tipos de Relatório: • Relatório Psicológico: visa a comunicar a atuação profissional da(o) psicóloga(o) em diferentes processos de trabalho já desenvolvidos ou em desenvolvimento, podendo gerar orientações, recomendações, encaminhamentos e intervenções pertinentes à situação descrita no documento, não tendo como finalidade produzir diagnóstico psicológico. • Relatório Multiprofissional: resultante da atuação da(o) psicóloga(o) em contexto multiprofissional, podendo ser produzido em conjunto com profissionais de outras áreas, preservando-se a autonomia e a ética profissional dos envolvidos. Mudanças na modalidade Declaração e Atestado Outra mudança importante é na Declaração. A Declaração é um documento psicológico que tem por finalidade registrar, de forma objetiva e sucinta, informações 2 sobre a prestação de serviço realizado ou em realização, abrangendo as seguintes informações: • Comparecimento da pessoa atendida e seu(sua) acompanhante; • Acompanhamento psicológico realizado ou em realização; • Informações sobre tempo de acompanhamento, dias e horários. A finalidade da declaração não mudou, porém, anteriormente, era dito que não deveria ser feito o registro de sintomas situações ou estados psicológicos, com a mudança, houve um endurecimento das palavras, agora, tal ação é vedada. Já o Atestado Psicológico, consiste em um documento que, com fundamento em um diagnóstico psicológico, certifica uma determinada situação, estado ou funcionamento psicológico, com a finalidade de afirmar as condições psicológicas de quem, por requerimento, o solicita. Vale ressaltar que este documento indica a necessidade de afastamento e/ou dispensa da pessoa baseado na avaliação de aspectos psicológicos. Porém, os aspectos legais relativos a esse afastamento e/ou dispensa devem ser levados em consideração. –> Ex: nos casos em que a(o) psicóloga(o) perceba a necessidade de afastamento laboral da pessoa atendida por um período superior a quinze dias, a orientação, de acordo com a legislação brasileira, é encaminhar a pessoa atendida ao INSS. Na nova resolução, houve a adição de uma escolha que o psicólogo pode fazer ao elaborar esse tipo de documento: pode escolher informar, ao fim do documento, que o mesmo não pode ser utilizado para outros fins que não o apontado no item de identificação do documento, que o mesmo tem caráter sigiloso, que se trata de documento extrajudicial. Essa inserção mostra preocupação de como os documentos escritos são utilizados após serem entregues pelos profissionais que a partir daí não mais tem controle da sua divulgação. Mudanças na Guarda dos Documentos e Condições de Guarda Outras mudanças importantes ocorreram sobre a manutenção, Guarda dos Documentos e Condições de Guarda. Na seção V “Destino e Envio de Documentos” o Art. 16 aponta que os documentos produzidos pelo psicólogo devem ser entregues diretamente ao solicitante da prestação do serviço psicológico, ou responsável legal em uma entrevista devolutiva. 3 Nisso, especifica-se que é obrigatório que a (o) psicóloga (o) mantenha protocolo de entrega de documentos, com assinatura do solicitante comprovando que ele efetivamente recebeu o documento solicitado, e que se responsabiliza pelo uso e sigilo das informações contidas no documento. Mudanças sobre o Prazo de Validade do Conteúdo dos Documentos e Entrevista Devolutiva Na seção VI “Prazo de Validade dos Conteúdos dos Documentos”, o Art. 17 diz que que o prazo de validade do conteúdo dos documentos escritos, decorrentes da prestação de serviços psicológicos, devem ser parte integrante do documento. Orientando que a validade indicada deverá considerar a normatização vigente na área em que atua o psicólogo, bem como a natureza dinâmica do trabalho realizado, e a necessidade de atualização contínua das informações. Neste item a(o) psicóloga(o) pode considerar, por exemplo, uma validade a partir de um prognóstico favorável levando em consideração a efetivação do encaminhamento sugerido. Da mesma forma com um prognóstico desfavorável caso não haja intervenção sugerida, podendo assim recomendar nova avaliação em um tempo cronológico determinado pelo resultado do raciocínio psicológico do profissional que resultou no prognóstico. Estas orientações devem ser consideradas para os seguintes documentos: Atestado Psicológico, Laudo Psicológico e Relatório Psicológico Já na Seção VII “Entrevista Devolutiva” é apontado no Art. 18 que para entrega do relatório e laudo psicológico, é dever do psicólogo realizar ao menos uma entrevista devolutiva à pessoa, grupo, instituição atendidas ou responsáveis legais. E na impossibilidade de isto se realizar o psicólogo deve explicitar suas razões. Como visto a Resolução traz diretrizes mais específicas, atualiza o modo como os documentos escritos devem ser manejados, escritos, guardados e compartilhados fazendo com que a métrica do cuidado esteja presente tanto a respeito do sigilo dos dados bem como a proteção ao trabalho do profissional. 4 2 RESOLUÇÃO CFP 001/2009 CAPÍTULO I DOS REGISTROS DOCUMENTAIS Art. 1º Tornar obrigatório o registro documental sobre a prestação de serviços psicológicos que não puder ser mantido prioritariamente sob a forma de prontuário psicológico, por razões que envolvam a restrição do compartilhamento de informações com o usuário e/ou beneficiário do serviço prestado. § 1º O registro documental em papel ou informatizado tem caráter sigiloso e constitui-se um conjunto de informações que tem por objetivo contemplar de forma sucinta o trabalho prestado, a descrição e a evolução da atividade e os procedimentos técnico-científicos adotados. § 2º Deve ser mantido permanentemente atualizado e organizado pelo psicólogo que acompanha o procedimento. Art. 2º Os documentos agrupados nos registros do trabalho realizado devem contemplar: I - identificação do usuário/instituição; II - avaliação de demanda e definição de objetivos do trabalho; III - registro da evolução do trabalho, de modo a permitir o conhecimento do mesmo e seu acompanhamento, bem como os procedimentos técnico-científicos adotados; IV - registro de Encaminhamento ou Encerramento; V - cópias de outros documentos produzidos pelo psicólogo para o usuário/instituição do serviço de psicologia prestado, deverão ser arquivadas, além do registro da data de emissão, finalidade e destinatário. (Antigo inciso VI renumerado pela Resolução CFP nº 5, de 05.03.2010, DOU 30.03.2010) VI - documentos resultantes da aplicação de instrumentos de avaliação psicológica deverão ser arquivados em pasta de acesso exclusivo do psicólogo. (Antigo inciso V renumerado pela Resolução CFP nº 5, de 05.03.2010, DOU 30.03.2010) Art. 3º Em caso de serviço psicológico prestado em serviços-escola e campos de estágio, o registro deve contemplar a identificação e a assinatura do responsável técnico/supervisor que responderá pelo serviço prestado, bem comodo estagiário. Parágrafo único. O supervisor técnico deve solicitar do estagiário registro de todas as atividades e acontecimentos que ocorrerem com os usuários do serviço psicológico prestado. Art. 4º A guarda do registro documental é de responsabilidade do psicólogo e/ou da instituição em que ocorreu o serviço. 5 § 1º O período de guarda deve ser de no mínimo 5 anos, podendo ser ampliado nos casos previstos em lei, por determinação judicial, ou ainda em casos específicos em que seja necessária a manutenção da guarda por maior tempo. § 2º O registro documental deve ser mantido em local que garanta sigilo e privacidade e mantenha-se à disposição dos Conselhos de Psicologia para orientação e fiscalização, de modo que sirva como meio de prova idônea para instruir processos disciplinares e à defesa legal. CAPÍTULO II DOS PRONTUÁRIOS Art. 5º Na hipótese de o registro documental de que trata o art. 1º desta Resolução ser realizado na forma de prontuário, o seguinte deve ser observado: I - as informações a ser registradas pelo psicólogo são as previstas nos incisos I a V do art. 2º desta Resolução; II - fica garantido ao usuário ou representante legal o acesso integral às informações registradas, pelo psicólogo, em seu prontuário; III - para atendimento em grupo não eventual, o psicólogo deve manter, além dos registros dos atendimentos, a documentação individual referente a cada usuário; IV - a guarda dos registros de atendimento individual ou de grupo é de responsabilidade do profissional psicólogo ou responsável técnico e obedece ao disposto no Código de Ética Profissional e à Resolução CFP nº 07/2003, que institui o Manual de Documentos Escritos, produzidos pelo psicólogo, decorrente de avaliação psicológica. Art. 6º Quando em serviço multiprofissional, o registro deve ser realizado em prontuário único. Parágrafo único. Devem ser registradas apenas as informações necessárias ao cumprimento dos objetivos do trabalho. 6 3 TESTES PSICOLÓGICOS • Bateria Fatorial de Personalidade (BFP) ▪ É um instrumento de avaliação psicológica utilizado para avaliar diferentes dimensões da personalidade. Essa bateria é composta por diversos testes e subtestes que visam identificar características, traços e padrões comportamentais relacionados à personalidade do avaliado. ▪ O BFP possuí fatores que incluem características como extroversão, neuroticismo, abertura para experiência, amabilidade e conscienciosidade, entre outros. A BFP pode ser usada em várias áreas, incluindo: 1. Avaliação Clínica: Em contextos clínicos, psicólogos podem utilizar a BFP para ajudar na compreensão do perfil de personalidade de um indivíduo, o que pode ser útil em processos de diagnóstico e tratamento; 2. Seleção de Pessoal: Em ambientes organizacionais, a BFP pode ser empregada como parte de processos de seleção de pessoal para avaliar características de personalidade relevantes para o desempenho em determinadas funções. 3. Orientação Profissional: Pode ser utilizada em processos de orientação profissional para ajudar os indivíduos a entenderem melhor seus traços de personalidade e como esses traços podem se relacionar com escolhas de carreira. 4. Pesquisa Científica: A BFP é frequentemente utilizada em pesquisas científicas para investigar relações entre traços de personalidade e variáveis como saúde mental, desempenho acadêmico, comportamento no trabalho, entre outros. • Teste de Atenção Dividida – TEADI ▪ O teste de atenção dividida é utilizado para avaliar a capacidade de uma pessoa em distribuir sua atenção entre duas ou mais tarefas simultaneamente. Esse tipo de teste é comumente empregado em contextos neuropsicológicos, clínicos e de pesquisa para compreender como as pessoas gerenciam múltiplas demandas de atenção. ➢ Avaliação Neuropsicológica: Em contextos neuropsicológicos, o teste de atenção dividida pode ajudar a identificar déficits cognitivos em pacientes com lesões cerebrais ou distúrbios neurológicos. 7 ➢ Pesquisa Científica: Pesquisadores utilizam o teste de atenção dividida em estudos para entender melhor como o cérebro processa informações simultâneas e como variáveis como idade, gênero, e outros fatores podem influenciar a capacidade de atenção dividida. ➢ Avaliação Psicológica: Em avaliações psicológicas, o teste pode ser empregado para obter insights sobre as habilidades cognitivas de uma pessoa em situações do dia a dia, como dirigir um carro enquanto presta atenção ao trânsito. ➢ Treinamento Cognitivo: Algumas intervenções terapêuticas ou programas de treinamento cognitivo podem incluir tarefas de atenção dividida para melhorar a capacidade de gerenciar múltiplas fontes de informação. ▪ Geralmente, o teste de atenção dividida envolve a realização simultânea de duas tarefas cognitivas, como responder a perguntas enquanto realiza uma tarefa visual ou auditiva. Os resultados podem fornecer informações sobre a capacidade de concentração, coordenação e eficiência na execução de tarefas simultâneas. • Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão – HAD ▪ É uma ferramenta de avaliação utilizada para medir a gravidade da depressão em indivíduos. Desenvolvida por Max Hamilton, um psiquiatra britânico, essa escala é frequentemente utilizada em contextos clínicos e de pesquisa. ▪ A Escala HAD avalia diversos sintomas associados à depressão e fornece uma pontuação global que reflete o grau de depressão do indivíduo. Os itens avaliados na escala incluem aspectos como humor depressivo, insônia, agitação, sentimentos de culpa, entre outros. ▪ O principal objetivo da Escala de Depressão de Hamilton é oferecer uma medida padronizada e quantitativa da gravidade da depressão, o que pode ser útil em várias situações, incluindo: 1. Avaliação Clínica: Profissionais de saúde mental, como psiquiatras e psicólogos clínicos, podem utilizar a Escala HAD como parte da avaliação diagnóstica de transtornos depressivos. A pontuação na escala pode ajudar a orientar o plano de tratamento. 2. Pesquisa Científica: A escala é frequentemente utilizada em estudos clínicos e de pesquisa para avaliar a eficácia de intervenções terapêuticas, medicamentos ou outros tratamentos relacionados à depressão. 8 3. Monitoramento de Tratamento: Ao longo do tempo, a escala pode ser utilizada para monitorar a evolução dos sintomas depressivos durante o tratamento, permitindo ajustes nas estratégias terapêuticas conforme necessário. 4. Avaliação de Saúde Mental em Estudos Epidemiológicos: Em pesquisas populacionais ou epidemiológicas, a Escala HAD pode ser usada para avaliar a prevalência e a gravidade da depressão em diferentes grupos demográficos. ▪ A Escala HAD é composta por itens específicos, e a pontuação total pode variar de acordo com a intensidade dos sintomas apresentados. Uma pontuação mais alta indica uma maior gravidade da depressão. • Escala de Sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade – ASRS-18 ▪ É um instrumento de avaliação utilizado para medir a presença e a gravidade dos sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) em adultos. O TDAH é um transtorno neurobiológico que afeta a atenção, a impulsividade e a hiperatividade. ▪ A ASRS-18 foi desenvolvida com base nos critérios diagnósticos do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV). ▪ Ela é composta por 18 itens relacionados aos sintomas do TDAH, sendo 9 itens relacionados à inatenção e 9 itens relacionados à hiperatividade/impulsividade. A principal finalidade da ASRS-18 inclui: 1. Avaliação Clínica: Profissionais de saúde mental, como psiquiatras, psicólogos ou clínicos gerais, podem usar a ASRS-18 como parte da avaliação para determinar se os sintomas relatados pelo indivíduo são consistentes com o diagnóstico de TDAH. 2. PesquisaCientífica: A escala é frequentemente utilizada em estudos clínicos e de pesquisa para avaliar a prevalência e a intensidade dos sintomas de TDAH em diferentes populações. 3. Monitoramento do Tratamento: Em alguns casos, a ASRS-18 pode ser usada para acompanhar a evolução dos sintomas ao longo do tempo durante o tratamento do TDAH, seja com terapia, medicamentos ou outras intervenções. ▪ A ASRS-18 é autorrelatada, o que significa que os próprios indivíduos respondem às perguntas sobre seus sintomas. No entanto, é fundamental que a interpretação dos resultados seja feita por profissionais treinados na área de saúde mental. Um diagnóstico formal 9 de TDAH geralmente requer uma avaliação mais abrangente, considerando informações de diferentes fontes e contextos. • Teste de Dependência da Internet ▪ Um teste de dependência da internet é utilizado para avaliar o grau de dependência ou vício de uma pessoa em relação ao uso da internet. ▪ Este tipo de teste pode fornecer informações sobre o comportamento do indivíduo em relação ao uso da internet, identificando se há padrões que possam indicar uma dependência problemática. ▪ A dependência da internet é um fenômeno em que uma pessoa tem dificuldades em controlar o uso da internet, o que pode resultar em prejuízos significativos em diversas áreas da vida, como trabalho, relacionamentos e atividades cotidianas. ▪ Alguns dos usos problemáticos da internet podem incluir jogos online excessivos, uso descontrolado de redes sociais, compras compulsivas online, entre outros. Os testes de dependência da internet geralmente avaliam diferentes aspectos, como: 1. Uso Excessivo: Avalia o tempo gasto online e se ultrapassa limites saudáveis. 2. Prejuízos nas Atividades Diárias: Investigam se o uso da internet está prejudicando as responsabilidades diárias, como trabalho, estudos e relacionamentos. 3. Controle de Impulsos: Verificam a capacidade de controlar impulsos relacionados ao uso da internet. 4. Consequências Negativas: Exploram se o comportamento online está resultando em problemas de saúde, emocionais ou sociais. 5. Tolerância e Abstinência: Analisam se a pessoa desenvolveu tolerância (necessidade de usar mais a internet para obter o mesmo efeito) e se experimenta sintomas de abstinência quando não está online.
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