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Fluência da Fala

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Prévia do material em texto

Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
FLUÊNCIA
DA FALA
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença 
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
 Hugo Batalhoti Morangueira
 Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira 
 Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Kauê Berto
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto 
 
FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
N244f Nascimento, Ana Paula Taborda do
 Fluência e fala / Ana Paula Taborda do Nascimento.
 Paranavaí: EduFatecie, 2024.
 83 p.: il. Color.
 
 1. Fonoaudiologia. 2. Distúrbios da fala. 3. Gagueira. I. Centro
 Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância.
 III. Título. 
 
 CDD: 23. ed. 616.855
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas do banco de imagens 
Shutterstock .
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
3
Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
• Bacharel em Fonoaudiologia (Unicesumar)
• Pós-graduação em Fonoaudiologia Hospitalar (ISEPE)
• Pós-graduação em Terapia Cognitivo-Comportamental (FAMEESP)
• Pós-graduação em Intervenção ABA aplicada ao Transtorno do Espectro Autista 
(TEA) (FAMEESP)
• Curso PROMPT: Introdução à Técnica (The PROMPT Institute)
• Curso Multigestos Fala (MultiGestos Cursos)
• Curso DTTC – Dynamic Temporal and Tactile Cueing (Borges e Caetano Cursos)
• Especialista em desenvolvimento de fala e linguagem
• Fonoaudióloga Clínica.
Trabalhou como Fonoaudióloga Home Care na área da fonoaudiologia Hospitalar 
entre 2019 a 2022.
AUTOR
4
Olá, Aluno(a)! 
Seja bem-vindo(a) à jornada de aprendizado sobre a complexidade da fluência e 
disfluência na comunicação verbal. Este curso é dividido em quatro unidades, cada uma ex-
plorando aspectos essenciais para profissionais de saúde, especialmente fonoaudiólogos, 
compreenderem e abordarem os desafios relacionados à fala. 
Em Fundamentos da Fluência e Disfluência na Fala, na primeira unidade, destaca-
mos a importância de compreender os conceitos de fluência e disfluência na fala para uma 
análise eficaz da comunicação verbal. Abordamos também a gagueira, um tema complexo 
com fatores orgânicos, psicológicos e sociais, enfatizando a influência do ambiente e das 
interações sociais, além de uma possível base genética. 
No Distúrbios Específicos da Fluência na Fala, na segunda unidade, adentramos 
nos diferentes distúrbios da fluência na fala, como gagueira neurogênica, gagueira psico-
gênica, taquilalia e taquifemia. 
Já na Anamnese da Gagueira em Crianças e Adultos, na terceira unidade, aborda 
a complexidade da anamnese da gagueira em crianças, destacando a influência de fatores 
genéticos e ambientais. Para a gagueira em adultos, a terapia.
Sobre o Diagnóstico e Tratamento da Taquifemia e Taquilalia Encerramos o curso 
com a quarta unidade, explorando que o diagnóstico e tratamento da taquifemia e taquilalia 
requerem uma abordagem abrangente. Profissionais de saúde serão capacitados a lidar 
eficazmente com esses distúrbios, promovendo uma comunicação verbal saudável e eficaz. 
Prepare-se para uma jornada rica em conhecimento e compreensão, onde a 
expertise adquirida nesse curso será fundamental para enfrentar os desafios complexos 
relacionados à fluência e disfluência na comunicação verbal. Boa aprendizagem!
Bons estudos!
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
5
UNIDADE 4
Programas de Tratamento para Adolescentes 
e Adultos, Taquilalia e Taquifemia
Avaliação da Fluência, Anamnese, Coleta e Análise 
de Amostras de Fala, Parâmetros da Fluência, 
Tratamento dos Distúrbios da Fluência.
UNIDADE 3
Gagueira do Desenvolvimento, Gagueira Neurogênica, 
Gagueira Psicogênica, Taquilalia, Taquifemia.
UNIDADE 2
Fluência e Disfluência
UNIDADE 1
SUMÁRIO
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
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Plano de Estudos
• Definição de Fluência e Disfluência.
Objetivos da Aprendizagem
• Compreender a fluência na fala;
• Reconhecer a disfluência; 
• Conhecer as causas da disfluência;.
Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
FLUÊNCIA E FLUÊNCIA E 
DISFLUÊNCIADISFLUÊNCIA1UNIDADEUNIDADE
INTRODUÇÃO
7FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
Oi, tudo bem? Seja bem-vindo(a) a nossa primeira unidade da Disciplina Fluência 
da Fala. Acredito que, assim como eu, você deve estar com muitas expectativas para iniciar 
essa trilha de aprendizagem. Portanto, procure um lugar confortável e se acomode, porque 
vamos realizar uma introdução de Fluência da Fala a partir de agora.
A fluência da fala é uma característica fundamental da comunicação humana que 
desempenha um papel crucial em nossa capacidade de transmitir pensamentos, emoções e 
informações de maneira eficaz. Este aspecto da linguagem é muitas vezes considerado um 
dos pilares da comunicaçãobem-sucedida, juntamente com a clareza e a compreensibilidade. 
A fluência é um elemento complexo que pode ser influenciado por diversos fatores, 
como aspectos neurológicos, psicológicos e sociais, e sua importância é evidente em con-
textos diversos, desde a interação cotidiana até o desempenho profissional e acadêmico. 
Nesse breve estudo, exploraremos a fluência e a disfluência da fala em detalhes, discutindo 
sua importância e os fatores que a afetam.
Nessa unidade vamos falar sobre o conceito da fluência e disfluência da fala, 
analisando suas características, causas e implicações na comunicação cotidiana. Ao com-
preender esses aspectos, poderemos apreciar melhor a complexidade da linguagem falada 
e aprender a reconhecer, aceitar e lidar com as disfluências quando elas ocorrem. À medida 
que mergulhamos nesse tópico, será possível apreciar como a fluência e disfluência da fala 
desempenham um papel fundamental em nossa vida diária e em nossa capacidade de nos 
conectarmos com os outros de maneira significativa.
Está preparado(a)?! Então vem comigo!
Bons estudos!
DEFINIÇÃO DE 
FLUÊNCIA E 
DISFLUÊNCIA1
TÓPICO
8FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
Para compreender o conceito de disfluência, é fundamental começar discutindo o 
conceito de fluência na fala. A fluência, em termos simples, se refere a uma sequência de 
sons da fala que é pronunciada de maneira contínua e clara, de forma que seja facilmente 
compreendida pelo ouvinte. Quando essa fluência é interrompida ou perturbada de alguma 
forma, entramos no território da disfluência. 
Podemos definir a fluência em termos de quatro fatores-chave: sincronização respi-
ratória correta, iniciação suave e harmoniosa da fala, sustentação da coluna de ar e vibração 
adequada das pregas vocais. Esses elementos contribuem para uma fala contínua e fluida. 
A fluência verbal é o resultado de uma integração harmoniosa entre a pressão de ar 
subglótica e a pressão de ar supraglótica, juntamente com a correta resistência das pregas 
vocais. Portanto, a coordenação precisa ser perfeitamente sincronizada entre os músculos 
envolvidos para que a fluência na fala seja alcançada.
A fluência na fala pode ser caracterizada por quatro parâmetros fundamentais: 
• Sequência ou Organização Temporal: Refere-se à maneira como os fonemas 
são organizados em uma expressão linguística, ou seja, a ordem em que são 
pronunciados. 
• Duração da Articulação: Indica o tempo necessário para articular cada ele-
mento fonético. Em condições normais, a articulação de cada fonema leva cerca 
de 0,3 segundos. No entanto, em situações de tensão ou emoção, esse tempo 
pode aumentar ligeiramente. 
9FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
• Velocidade da Articulação: Este parâmetro se relaciona com a rapidez com 
que os elementos fonéticos são pronunciados. Cada elemento fonético tem uma 
duração variável, e a velocidade da articulação afeta a fluência da fala. 
• Ritmo e Prosódia: Isso engloba a cadência, melodia, tonalidade e intensidade 
da fala, ou seja, a forma como as palavras e frases são entoadas e entonadas 
ao longo da comunicação. Esses aspectos prosódicos desempenham um papel 
importante na percepção da fluência verbal. 
Portanto, a fluência na fala é caracterizada pela organização temporal dos fonemas, 
a duração da articulação, a velocidade da articulação e os aspectos prosódicos que incluem 
ritmo, melodia, tonalidade e intensidade. Esses parâmetros combinados desempenham um 
papel crucial na compreensão e avaliação da fluência da linguagem falada. 
De acordo com Escarpa (1995), o pesquisador Fillmore (1979) propôs quatro tipos 
de fluência, cada um relacionado a diferentes aspectos do uso efetivo da linguagem:
• O primeiro tipo de fluência diz respeito à capacidade de falar de forma extensa, 
sem interrupções, hesitações ou a necessidade de pensar sobre o que será dito, 
tornando a fala quase automática. 
• O segundo tipo de fluência está ligado à habilidade de dominar os recursos 
semânticos e sintáticos da língua, tornando possível a produção de sentenças 
coerentes e bem estruturadas. 
• O terceiro tipo de fluência envolve a capacidade de lidar com uma ampla varie-
dade de tópicos e a habilidade de escolher as palavras apropriadas em diferentes 
contextos de maneira eficiente. 
• O quarto tipo de fluência é caracterizado pela capacidade de se expressar de 
maneira criativa, usando trocadilhos, metáforas e formas inovadoras de comu-
nicação. Assim, a fluência na fala é um conceito multifacetado que envolve a 
capacidade de se comunicar de forma eficaz em diversos aspectos, desde a 
continuidade da fala até a expressão criativa. A compreensão desses aspectos é 
fundamental para identificar e entender as disfluências na linguagem. 
A fluência é percebida como um conceito dependente do contexto, é a habilidade de 
planejar e expressar a fala de forma simultânea. A fluência é como uma impressão no ouvinte 
de que os processos psicolinguísticos de planejamento e produção da fala estão ocorrendo 
de maneira fácil e eficiente, a fluência também pode se considerada como uma habilidade 
processual automática na produção da fala, que não requer uma atenção ou esforço signi-
ficativo por parte do falante. Essa definição também foi adotada por (JAKUBOVICZ, 2009)
10FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
Andrade (2001) define a fluência como uma fala contínua e suave, e descrevem 
como aquela que exige pouco esforço motor, emocional e cognitivo durante a sua produção. 
Jakubovicz (1997) argumenta que, além de ser produzida sem esforço, a fala fluente deve 
ser percebida pelo ouvinte como natural. É importante notar que a literatura apresenta 
várias tentativas de caracterização da fluência na fala.
No entanto, é essencial ressaltar que a fluência na fala não é uma ocorrência cons-
tante. A menos que se trate de uma fala decorada, raramente encontramos uma fala com-
pletamente fluente. Os falantes são frequentemente interrompidos por desorganizações no 
discurso, intencionais ou não, tornando-os frequentemente disfluentes. (JAKUBOVICZ, 2009)
Portanto, entendemos que a fala comum e espontânea, como aquela em ambientes 
familiares, conversas entre amigos, ou situações formais como aulas, discursos, entrevis-
tas de emprego e sermões religiosos, está repleta de disfluências. Estas disfluências são 
consideradas “lapsos normais”, comuns na língua. No entanto, quando essas disfluências 
ocorrem em excesso, elas podem causar uma impressão negativa no ouvinte, tornando a 
fala percebida como “incorreta”. A fluência é mais frequentemente observada em discursos 
controlados, como as falas ensaiadas de atores de teatro, locutores esportivos e radialistas.
É importante notar que, mesmo em situações de fala controlada, como a narração 
de eventos esportivos, não estamos isentos de lapsos ou interrupções na comunicação. Por 
exemplo, é comum perceber que os comentários feitos por locutores durante uma partida de 
futebol são mais suscetíveis a disfluências do que a narração propriamente dita. Isso ocorre 
porque, durante os comentários, as ideias estão sendo formuladas em tempo real, o que é 
diferente da narração, que geralmente envolve uma fala mais ensaiada e treinada. Mesmo 
ouvintes atentos já devem ter notado essas interrupções na fala durante essas situações.
No entanto, de acordo com, (JAKUBOVICZ, 2009) a fluência na fala, no sentido 
de uma continuidade absoluta e perfeita sequência de palavras, é impossível devido à 
necessidade de respirar. As pausas para a respiração são inevitáveis e contribuem para 
a disfluência na fala. Segundo os autores, em média, respiramos a cada cinco segundos, 
ou seja, cerca de doze vezes por minuto. Essas pausas para a respiração são naturais e 
essenciais para o processo de comunicação oral.
Conforme apontado por(JAKUBOVICZ, 2009) a fala não planejada é um processo 
que se desenrola quando é proferida, ou seja, está constantemente em construção. O pla-
nejamentoe a verbalização ocorrem simultaneamente durante a interação verbal, dando 
origem a uma forma dinâmica e, portanto, descontínua de comunicação. A autora faz uma 
analogia interessante, comparando a fala a um filme devido à sua natureza em constante 
11FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
evolução, enquanto o texto escrito é mais estático e se assemelha a um quadro. A des-
continuidade frequente no fluxo discursivo , é resultado de fatores de natureza cognitiva 
e interacional, refletindo a natureza viva e em constante mudança da comunicação oral 
(JAKUBOVICZ, 2009).
É comum que as pessoas produzam disfluências naturais durante a fala, e as 
disfluências comuns são consideradas perturbações não prejudiciais na comunicação. Os 
autores apresentam três motivos para estudar a disfluência comum (JAKUBOVICZ, 2009).
Primeiro, a disfluência na fala é considerada normal, como indicado pelos dados 
dos autores, que revelam que, em média, de seis a dez disfluências podem ocorrer a cada 
100 palavras. Na maioria das vezes, essas disfluências são praticamente imperceptíveis 
para os ouvintes.
Além disso, as disfluências introduzem novo conteúdo lexical por meio de repe-
tições, correções e outros fenômenos. Ferreira e Bailey (2004) apontam que esse novo 
conteúdo pode resultar em enunciados a-gramaticais, abrindo possibilidades para estudos 
adicionais. Por exemplo, eles mencionam que o fragmento “Em que museu fica?” contém 
conteúdo não gramatical devido à repetição de “é isso” embora essa falha não prejudique a 
compreensão humana. Isso sugere que existem outros meios para distinguir essas rupturas 
do restante do discurso.
Por último, o terceiro motivo para estudar as disfluências comuns é que os meca-
nismos sintáticos, como o “analisador,” podem auxiliar na compreensão da estrutura em 
que essas disfluências são incorporadas. Por exemplo, em uma correção do tipo “você vai 
colocar – você deve deixar cair a bola” no nível descritivo, a sintaxe integra a sequência 
“você vai colocar” como parte do enunciado, de modo que o sistema linguístico não descon-
sidera as expressões que não estão sintaticamente corretas na sentença. Isso ressalta a 
complexidade da análise das disfluências na comunicação e sua importância na compreen-
são da linguagem falada.
A disfluência na fala, se refere a interrupções e hesitações durante a comunicação 
verbal. Essas interrupções podem ocorrer independentemente de alguém ser considerado 
um locutor disfluente (gago) ou não. Existem diferentes classificações para a disfluência, 
algumas associadas a distúrbios neurológicos e outras relacionadas ao ritmo da fala. 
A identificação da disfluência muitas vezes depende do julgamento do ouvinte, que 
pode ter seus próprios critérios para determinar o que é considerado uma fala fluente. 
Alguns podem considerar o uso frequente de palavras como “eh” ou “ne” como sinais de 
disfluência, enquanto outros podem achar isso normal e não associado à gagueira. 
12FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
Para esclarecer as interrupções na fala, precisamos observar os termos que indi-
cam gagueira: 
IMAGEM 1 - SERÁ QUE É GAGUEIRA?
Fonte: https://clipi.com.br/2016/10/24/sera-que-e-gagueira
A) Repetição: Isso pode envolver a repetição de sílabas ou frases, que pode ocor-
rer de 1 a 5 vezes. Às vezes, a distinção entre a repetição de sílabas e palavras pode ser 
ambígua, mas qualquer quebra na fluência é considerada uma repetição. 
B) Pausas: Pausas na fala podem ocorrer por diversos motivos, como espera para 
chamar a atenção do ouvinte, circunstâncias externas, momentos de reflexão para escolher 
as palavras, pausas involuntárias ou a inserção de interjeições.
C) Interjeições: Isso inclui a inserção de sons, palavras ou frases curtas no discurso, 
como “ah”, “hum”, “eh”, “bem”, “né”, entre outros. 
D) Bloqueio: Envolve bloqueios na fala causados por esforço físico súbito ou tensão. 
O texto também menciona uma classificação das disfluências feita por Johnson em 1959, 
que inclui categorias como interjeições, repetições de sons, palavras e frases, revisões de 
frases, frases incompletas, palavras quebradas e sons prolongados. 
O autor Johnson (1959) realizou um estudo que resultou na classificação de oito 
categorias de disfluências, que incluem.
Interjeições, como “ah!”, “bem!”, “ai!”, “tá!”, “né!”, entre outras.
Repetição de sons, exemplificado por “p-p-p-parque.”
Repetição de palavras, como “eu, eu, eu fui ao parque.”
Repetição de frases, por exemplo, “eu ia, eu ia, eu ia dizer isso mesmo.”
Revisão de frases, como “eu ia, eu fui ao parque e você não estava lá.”
Frases incompletas, ilustradas por “eu ia… depois que cheguei, lá voltei.”
Palavras partidas, representadas por “eu f- (pausa) ui para casa da minha amiga.”
Sons prolongados, como “s, s s s saiu de perto.”
13FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
Contudo, observa-se que a classificação de Johnson inclui elementos que não 
se alinham com a maioria das definições de gagueira, como revisões de palavras, frases 
incompletas e interjeições, que são mais típicas da disfluência normal na fala. Isso levanta 
a questão de discernir o que é considerado normal em comparação com a disfluência rela-
cionada à gagueira.
Além disso, apresenta-se uma classificação das disfluências feita por Hill (1955), 
que distingue entre disfluências típicas e atípicas:
 » Disfluência típica envolve interjeições, hesitações na fala, palavras inacabadas, 
revisões de frases e repetição de palavras (no mínimo 2 vezes).
 » Disfluências atípicas incluem repetição de palavras (3 ou mais vezes), repetição 
de sílabas, repetição de sons, prolongamentos e bloqueios.
Em 1959, o pesquisador Johnson (1959) realizou um estudo na Universidade de 
Minnesota, onde examinou 68 meninos e 23 meninas com idades de 2 anos e meio e 8 anos. 
Ele agrupou crianças que tinham gagueira com crianças que não tinham gagueira da mesma 
faixa etária e analisou vários aspectos, cujos resultados estão resumidos no Quadro 1. 
A conclusão de Johnson foi que as crianças com gagueira apresentaram mais 
interrupções na fluência da fala do que as crianças sem gagueira na maioria dos aspectos 
analisados. No entanto, não foram encontradas diferenças significativas em alguns aspec-
tos, como o uso de interjeições, a revisão de frases e frases incompletas. 
importante observar que a pesquisa de Johnson comparou crianças em duas faixas 
etárias muito diferentes no que diz respeito ao desenvolvimento da linguagem. Crianças de 
2 a 4 anos estão nos estágios iniciais da aprendizagem da linguagem, enquanto as crianças 
de 6 a 8 anos já passaram por estágios anteriores de desenvolvimento e estão em um 
estágio mais avançado no uso da linguagem.
QUADRO 1 – PARÂMETROS E RESULTADOS 
Tipo de disfluência Crianças gagas Crianças não-gagas
Interjeições 3,62 3,13
Repetição de sílaba 5,44 0,61
Repetição de palavras 4,28 1,07
Repetição de frases 1,14 0,61
Revisão de frase 1,30 1,43
Frases incompletas 0,34 0,23
Palavras partidas 0,12 0,04
Prolongamentos 1,67 0,16
Fonte: Johnson (1959)
14FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
Quando uma criança inicia sua jornada na escola aos 7 anos, ela está começando 
a aprender a ler e escrever, ou seja, está no início do processo de alfabetização. Isso é uma 
fase importante em que ela está compreendendo a estrutura da língua.
Em 2003, uma pesquisadora chamada Jakubovicz teve uma ideia interessante. Ela 
decidiu investigar como as crianças lidam com os momentos em que têm dificuldade para 
falar fluidamente. Ela dividiu as crianças em dois grupos: um com 3 e 4 anos de idade e 
outro com 6 e 7 anos. Nenhum dos participantes tinha histórico de gagueira, e seus pais 
responderam a perguntas sobre como as crianças se comunicavam.
Em seguida, Jakubovicz pediu para que as crianças contassem uma história, como 
a da Chapeuzinho Vermelho ou dos Três Porquinhos. Ela gravou esses relatos, transcreveu 
e analisou apenas 100 palavras ditas por cada criança. Os resultadosdessa análise estão 
resumidos em um quadro, Quadro 2. 
Se olharmos para o Quadro 2, podemos notar uma diferença na fluência da fala 
entre as idades de 3-4 anos e 6-7 anos. Isso sugere que, à medida que a criança cresce 
e amadurece, ela tende a superar as dificuldades na fala, ficando apenas com pequenas 
interrupções e repetições de palavras. Portanto, parece que a capacidade de falar fluente-
mente é uma conquista que ocorre à medida que a criança adquire e pratica a linguagem. 
Outro ponto importante é que, em crianças com idades entre 3 e 7 anos, conside-
ra-se aceitável que 12 a 15% de suas falas tenham alguma dificuldade na fluência. Valores 
acima desse intervalo indicam que a criança está enfrentando dificuldades na fala que não 
são típicas e que precisam ser observadas com mais atenção.
A disfluência apresenta diferentes classificações atribuídas a essas interrupções na 
comunicação verbal. Os autores, em geral, concordam quanto à descrição das manifesta-
ções visíveis da gagueira, mas as divergências surgem principalmente no que diz respeito 
às diversas causas associadas a esse fenômeno.
QUADRO 2 – PARÂMETROS E RESULTADOS
Idades 3-4 6-7
Repetição da sílaba 0,5 0,6
Repetição da palavra 2,7 2,3
Repetição da frase 1,3 0,9
Frases abordadas 2,6 1,8
Interjeições 8,2 6,5
Total das disfluências 15,3% 12,1%
Fonte: Johnson (1959)
 
15FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
As teorias que explicam a gagueira podem ser divididas em três grupos principais: 
orgânicas, psicológicas e sociais. 
• Teorias Orgânicas: Essas teorias frequentemente relacionam a gagueira a 
causas neurológicas, como a epilepsia, afasia, disfunção cerebral mínima, lesões 
cerebrais, dominância cerebral, incoordenação motora, retardo na mielinização 
das áreas corticais relacionadas à fala, ou a problemas sensoriais e perceptivos, 
como a teoria de feedback auditivo retardado. Elas também consideram causas 
congênitas, hereditárias, traumáticas, infecciosas, endócrinas, alérgicas, orgâni-
cas, cardiovasculares e metabólicas. 
• Teorias Psicológicas: Essas teorias sugerem que a gagueira pode ser um 
sintoma de conflitos intrapsíquicos, como conflitos entre o desejo de falar e fa-
tores inconscientes que impedem o sujeito de se expressar. Também exploram 
conflitos relacionados a falar ou não falar. 
• Teorias Sociais: Abordam a causa da gagueira não no indivíduo, mas nas di-
nâmicas de suas relações com outras pessoas. Além disso, existe a categoria de 
Teorias de Aprendizagem, que descrevem a gagueira como um hábito adquirido 
durante o desenvolvimento da criança. Segundo essas teorias, a disfluência nor-
mal da fala pode ser reforçada de maneira negativa, levando ao desenvolvimento 
da gagueira.
 Em resumo, embora haja um consenso entre os autores sobre os aspectos obser-
váveis da gagueira, as divergências surgem principalmente na tentativa de identificar suas 
causas subjacentes. As teorias podem ser agrupadas nas categorias orgânicas, psicológi-
cas, sociais e de aprendizagem, cada uma oferecendo uma perspectiva única sobre esse 
fenômeno complexo.
Existem várias teorias sobre as causas da gagueira. Algumas delas não se con-
centram em ideias de condicionamento, mas sim na influência do ambiente e de pessoas 
significativas na vida da criança que gagueja. 
 Teoria de Wendell Johnson: Wendell Johnson (1961) acreditava que a gagueira é 
causada em grande parte pelo julgamento inadequado das pausas normais na fala de uma 
criança como sendo gagueira. Quando os pais e pessoas importantes na vida da criança 
começam a corrigi-la de maneira excessiva, isso pode interferir no desenvolvimento normal 
da fala e, na verdade, causar a gagueira. 
Teoria de Bloodstein: Segundo esta teoria, a gagueira resulta de experiências pas-
sadas de dificuldades na fala. Ou seja, se uma pessoa teve problemas anteriores ao falar, 
isso pode contribuir para o desenvolvimento da gagueira (BLOODSTEIN, 1975)
16FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
Pesquisa de Van Riper: Van Riper conduziu uma pesquisa na qual encontrou um 
número significativo de pessoas que eram consideravelmente disfluentes na fala, mas nunca 
se preocuparam com o fato de serem gagas, e não foram julgadas por outras pessoas como 
sendo gagas. Ele observou que essas pessoas tiveram pais e professores compreensivos 
durante a infância. Isso sugere que o apoio e a compreensão na infância podem desempenhar 
um papel importante na prevenção da gagueira. Ele se concentra nas relações interpessoais 
e no processo de aprendizagem. Van Riper observa que as pessoas que gaguejam geral-
mente não gaguejam quando estão sozinhas, falando com crianças, animais, cantando ou 
representando. Isso sugere que a gagueira pode estar relacionada a problemas emocionais 
causados pelas circunstâncias em que a pessoa está falando (RIPER, 1971)
Teoria de Sheehan: Ela sugere que a gagueira pode ser causada por conflitos inter-
nos na mente da pessoa e por problemas nas relações com outras pessoas, especialmente 
quando os pais não aceitam a maneira como a criança fala. A não aceitação faz a criança 
se sentir culpada, o que pode causar conflito. Essa teoria também considera que a gagueira 
pode ser causada por problemas na forma como a pessoa se apresenta aos outros, mais 
do que ser apenas um problema de fala, é um problema de identidade (SHEEHAN, 1970).
Teoria de Wishner: Ela acredita que a gagueira pode ser desencadeada quando a 
criança não é aceita por causa de pequenos problemas de fala, o que a faz sentir ansiedade, 
pena e vergonha. Esses sentimentos podem levar a uma luta antecipatória, onde a pessoa 
começa a esperar gaguejar, o que realmente faz a gagueira acontecer. Depois de gaguejar, 
a pessoa se sente aliviada da ansiedade, o que pode reforçar o padrão (WISHNER, 1950).
Em resumo, essas teorias exploram diferentes aspectos do desenvolvimento da 
gagueira, com ênfase na influência do ambiente e das interações com pessoas significati-
vas. Elas nos ajudam a entender que a maneira como as pausas na fala são percebidas e 
tratadas na infância, bem como experiências passadas com a fala, podem desempenhar 
um papel crucial no desenvolvimento da gagueira, essas teorias tentam explicar por que as 
pessoas gaguejam, e cada uma delas aborda a gagueira de maneira um pouco diferente.
Algumas pessoas argumentam que as questões psicológicas desempenham um pa-
pel na gagueira. Isso significa que a gagueira pode ser resultado ou um sintoma de problemas 
que ocorrem dentro da mente da pessoa. Vamos explorar alguns desses possíveis problemas: 
• Conflitos internos: Às vezes, as pessoas podem enfrentar um conflito interno, 
onde desejam falar, mas algo no nível inconsciente as impede de fazê-lo. Pode 
ser como se houvesse uma luta dentro da mente entre o desejo de falar e algo 
mais que as impede. 
17FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
• Conflito emocional: Outra ideia é que a gagueira pode ser causada por confli-
tos emocionais intensos. Isso significa que sentimentos opostos ou contraditórios 
podem estar causando interrupções na fala. Pode ser como se houvesse uma 
batalha entre sentimentos opostos que prejudicam a capacidade de falar fluen-
temente. 
• Desejo de falar, às vezes não falar: Algumas pessoas podem experimentar 
um conflito duplo, onde desejam falar, mas também têm medo de falar. Isso pode 
resultar em momentos de silêncio e ansiedade, onde a pessoa fica dividida entre 
sua vontade de se expressar e o medo de fazer isso. 
Outros fatores psicológicos, como necessidades sexuais não resolvidas e agressi-
vidade reprimida, também podem desempenhar um papel na gagueira. Esses sentimentos 
não resolvidos podem ser liberados de maneira incontrolável durante a fala, causando 
interrupções. A ideia é que a gagueira pode estar relacionada a conflitos internos e emocio-
nais, bem como a outros fatores psicológicos não resolvidos, que afetam a capacidade da 
pessoa de falar fluentemente. 
Os aspectos psicológicos e emocionais relacionadosà gagueira, são os esforços 
físicos durante a fala, ansiedade, tensão, medo de falar, conflitos em relação ao ato de falar, 
alterações fisiológicas e mudanças no comportamento social devido à gagueira.
IMAGEM 2 - HOMEM PESQUISANDO
Fonte:PEXELS.Disponivelecm:https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-formal-entediado-assistindo-laptop-na-mesa-3760811/
Há mais de 60 anos, os cientistas começaram a estudar a causa genética da ga-
gueira. No início, eles notaram que a gagueira parecia ocorrer mais frequentemente em 
famílias, sugerindo que poderia ser transmitida de pais para filhos. No entanto, também 
18FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
observaram que a gagueira só se manifestava em alguns membros da família quando havia 
influência de fatores ambientais. 
Mais tarde, foi sugerido um novo modelo de transmissão genética da gagueira, 
propondo que a condição poderia resultar da interação de vários genes, um modelo deno-
minado poligênico. Assim, ao invés de ser causada por um único gene, a gagueira pode 
ser influenciada pela contribuição de múltiplos genes, tornando o quadro genético mais 
complexo do que se pensava anteriormente (JAKUBOVICZ, 2009)
 A explicação sobre como a gagueira pode ser transmitida, destacando a influência de 
fatores genéticos e ambientais. Segundo eles, a gagueira é manifestada quando há uma predis-
posição genética e exposição a situações ambientais desencadeadoras (JAKUBOVICZ, 2009).
De maneira geral, se olharmos para diferentes grupos de pessoas, os riscos de ga-
gueira são diferentes dependendo de quão próximas são as relações familiares. A gagueira 
é mais comum entre parentes de primeiro grau, como pais e filhos, do que entre parentes 
mais distantes, como primos. 
Experiências de fluência e disfluência da fala podem variar muito de pessoa para pessoa. Portanto, a aten-
ção à comunicação eficaz e o apoio às necessidades individuais são aspectos importantes a serem conside-
rados em qualquer discussão sobre esse tema.
Fonte: O autor (2023).
A fluência é uma abstração metodológica, baseada na leitura ensaiada ou profissional de um texto escrito, 
ou em textos orais decorados e ensaiados. O sujeito fluente é abstrato e integra-se em algum estilo de fala 
ou de comportamento social. No entanto, é com esta abstração ou esta ilusão necessária, em termos de 
recortes epistemológicos, que se têm constituído os corpora analisados por modelos linguísticos.
Fonte: (SCARPA, 2006, p. 174). 
19FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
Chegamos ao final da nossa primeira unidade! Espero que você tenha aproveitado 
ao máximo os conhecimentos apresentados aqui. Você sabe que os estudos sobre esses 
assuntos não acabam aqui, né?! Agora é o momento de procurar por mais informações, 
continuar suas pesquisas em sites, revistas, artigos científicos, livros e vídeos, a fim de 
enriquecer ainda mais seu repertório sobre o assunto!
Sabendo que você vai continuar seus estudos depois de finalizar a leitura da nossa 
unidade, precisamos fechar nossas discussões, tendo a compreensão dos conceitos de 
fluência e disfluência na fala que é fundamental para analisar a comunicação verbal. A 
fluência envolve a capacidade de se expressar de maneira contínua e clara, abrangendo 
diversos parâmetros, como organização temporal, duração da articulação, velocidade da 
articulação e aspectos prosódicos. 
A disfluência, por outro lado, refere-se a interrupções na fala, que podem ocorrer 
devido a diversas razões. A fluência na fala é um conceito multifacetado, abrangendo 
desde a continuidade da fala até a expressão criativa. Em contrapartida, a disfluência é 
comum na linguagem falada, e varia de acordo com o contexto e a idade das pessoas. 
Embora seja normal apresentar disfluências na fala, um excesso delas pode causar uma 
impressão negativa no ouvinte. 
A causa da gagueira é um tema complexo, com teorias que exploram fatores or-
gânicos, psicológicos e sociais. Algumas teorias enfatizam a influência do ambiente e das 
interações sociais, destacando a importância do apoio e da compreensão na infância para 
prevenir a gagueira. Além disso, estudos genéticos sugerem que a gagueira pode ter uma 
base genética complexa, influenciada por fatores ambientais. 
Em última análise, a fluência e a disfluência na fala são fenômenos intrincados, 
influenciados por uma variedade de fatores, e a compreensão desses conceitos é crucial 
para o estudo da linguagem e da comunicação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
20FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
Artigo: O que fonoaudiólogos e estudantes de fonoaudiologia entendem por fluên-
cia e disfluência
Autor: Ana Maria Do Carmo Carvalho de Oliveira, Ignês Maia Ribeiro, Sandra 
Merlo e Ana Lúcia de Magalhães Leal Chiappetta
Link de acesso: https://doi.org/10.1590/S1516-18462007000100006
Resenha: O artigo de Oliveira, Ribeiro, Merlo e Chiappetta traz uma pesquisa a 
respeito sobre o que os fonoaudiólogos e estudantes de fonoaudiologia entendem 
por fluência e disfluência, bem como os conceitos de fluência e disfluência, os 
elementos que afetam a fluência e quais são os diferentes tipos de disfluência
Fonte: OLIVEIRA, A. RIBEIRO, I. MERLO, S. CHIAPPETTA, A. O que fonoaudió-
logos e estudantes de fonoaudiologia entendem por fluência e disfluência, p. 41-43, 2023. 
DOI: 10.1590/s1516. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1516-18462007000100006. 
Pdf. Acesso em: 15 out. 2023.
LEITURA COMPLEMENTAR
https://doi.org/10.1590/S1516-18462007000100006
https://doi.org/10.1590/S1516-18462007000100006
MATERIAL COMPLEMENTAR
21FLUÊNCIA E DISFLUÊNCIAUNIDADE 1
FILME/VÍDEO
• Título: O discurso do Rei
• Ano: 2010
• Sinopse: O filme conta a história de um Príncipe da Inglaterra 
que deve ascender ao trono como Rei George VI, mas ele tem 
um problema de fala. Sabendo que o país precisa que seu marido 
seja capas de se comunicar perfeitamente. Elizabeth contrata 
Lionel logue, um ator australiano e fonoaudiólogo, para ajudar. 
LIVRO
• Título: Gagueira: Origem e Tratamento
• Autor: Silvia Friedman
• Editora: SUMMUS EDITORIAL LTDA.
• Sinopse: Silvia Friedman traçou um paralelo entre o processo 
de desenvolvimento da consciência e a manifestação da gagueira. 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
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Plano de Estudos
• Características da gagueira do desenvolvimento;
• Compreensão da gagueira e suas causas;
• Compreensão da gagueira neurogênica;
• Fatores psicológicos envolvidos na gagueira;
• Definição de taquilalia e taquifemia.
Objetivos da Aprendizagem
• Compreende os conceitos básicos;
• Identificar as causas;
• Diferenciar entre os distúrbios. 
Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
GAGUEIRA DO GAGUEIRA DO 
DESENVOLVIMENTO, DESENVOLVIMENTO, 
GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, 
GAGUEIRA PSICOGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA.TAQUILALIA, TAQUIFEMIA.2UNIDADEUNIDADE
INTRODUÇÃO
23GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
Oi, tudo bem? Seja bem-vindo(a) a nossa segunda unidade da Disciplina Fluência 
da Fala. Acredito que, assim como eu, você deve estar com muitas expectativas para iniciar 
essa trilha de aprendizagem.Portanto, procure um lugar confortável e se acomode, porque 
vamos realizar uma introdução sobre Gagueira do desenvolvimento, Gagueira neurogênica, 
Gagueira psicogênica, Taquilalia, Taquifemia.
A partir de agora teremos uma visão abrangente sobre as diferentes formas de 
gagueira, incluindo gagueira de desenvolvimento, gagueira neurogênica, gagueira psicogê-
nica, taquilalia e taquifemia. Na qual nos destaca as características distintas de cada tipo 
de gagueira e as dificuldades associadas a cada um deles. Além disso, o texto menciona a 
complexidade do diagnóstico diferencial entre essas condições, uma vez que compartilham 
algumas semelhanças. 
No entanto, o texto também enfatiza a importância de compreender e distinguir es-
ses distúrbios de fluência, pois isso é crucial para determinar as abordagens de tratamento 
apropriadas. A gagueira é um problema de comunicação que pode afetar significativamente 
a qualidade de vida das pessoas que a experimentam. Portanto, identificar corretamente o 
tipo de gagueira é fundamental para direcionar os esforços terapêuticos e fornece o suporte 
adequado aos indivíduos afetados. 
Além disso, o texto ressalta a complexidade da gagueira em relação às questões 
neurológicas, emocionais e cognitivas envolvidas. Cada tipo de gagueira tem suas próprias 
características distintas, e entender essas nuances é essencial para fornecer tratamento 
personalizado e eficaz. 
Em resumo, o texto oferece informações valiosas sobre a gagueira e suas diferen-
tes formas, enfatizando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e individualizada 
para lidar com esse problema de comunicação.
Está preparado(a)?! Então vem comigo!
Bons estudos!
24GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
FASES DO 
DESENVOLVIMENTO
DA GAGUEIRA1
TÓPICO
Muitas crianças começam a gaguejar entre os 2 e 5 anos de idade. É comum 
pensar que a gagueira passa por diferentes fases de desenvolvimento ao longo do tempo. 
Inicialmente, a gagueira pode ser simples, com pequenas repetições e prolongamentos ao 
falar. Conforme a criança cresce, a gagueira pode se tornar mais complexa e severa, com 
bloqueios e períodos de fluência diminuindo. 
No entanto, é importante notar que crianças que recebem tratamento para a gagueira 
desde o início não necessariamente seguem esse padrão. Quando tratadas precocemente, 
a gagueira tende a evoluir da complexidade para a simplicidade e pode perder parte de sua 
severidade. Por outro lado, crianças não tratadas desde o início podem ver a gagueira se 
tornar mais complexa com o tempo. 
A gagueira pode evoluir de simples para complexa à medida que a criança cresce, 
mas o tratamento precoce pode ajudar a reverter esse processo, tornando a gagueira me-
nos complexa e severa.
O quadro 1 mostra a porcentagem de crianças que possuem maneiras de gaguejar 
diferentes. O quadro foi elaborado por (WARD; SCOTT, 2011)
 Foi feito um estudo que alcançou as idades de 2 a 16 anos. O número de sujeitos 
pesquisados em cada faixa etária está no quadro (N =), em um total de 418 sujeitos. Não 
foi um longitudinal, o que quer dizer que não nos dá ideia de como o comportamento da 
gagueira se modificou em uma criança específica.
Segundo as descobertas de Blodstein (1960), a gagueira tem uma essência que 
envolve pequenas repetições e prolongamentos ao falar, e essa essência tende a diminuir 
com o tempo. À medida que as pessoas envelhecem, é observado que essas repetições e 
prolongamentos se tornam menos frequentes.
25GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
Por outro lado, os bloqueios ou momentos em que a fala fica presa, que são carac-
terísticas da gagueira mais severa, tendem a aumentar à medida que a gagueira progride. 
Além disso, os sintomas associados, como maneirismos na fala, também tendem a se 
tornar mais evidentes. 
Contrariando o que se poderia esperar, a fluência da fala, ou seja, os momentos em que 
a pessoa fala sem gaguejar, tende a diminuir à medida que a gagueira se torna mais severa. 
É interessante observar que situações e palavras difíceis de pronunciar geralmente começam 
a ser mais problemáticas por volta dos 6-7 anos e se tornam mais difíceis com o tempo. As 
antecipações sobre quando ocorrerá a gagueira e as substituições de palavras geralmente 
aparecem mais tarde, por volta dos 8-9 anos, indicando que a criança começa a ter emoções 
como medo e ansiedade depois que a gagueira se desenvolveu. O comportamento de evitar 
falar começa a surgir quando as crianças têm cerca de 4 a 5 anos e progride à medida que 
a gagueira se desenvolve. Isso sugere que, no início, a gagueira não está ligada a emoções. 
Em resumo, os dados indicam que a gagueira não permanece constante ao longo 
dos anos. Pelo contrário, ela muda com o tempo à medida que o medo de falar e o estresse 
de se comunicar se desenvolvem.
Com base em suas pesquisas, Blodstein (1960) formulou o que ele descreveu como 
“fases da gagueira”. Ele percebeu que o desenvolvimento da gagueira segue um padrão 
típico, mas não é universal, ou seja, varia de pessoa para pessoa. Blodstein identificou 
quatro fases que representam um contínuo, no qual alguns indivíduos se enquadram em 
uma das fases e outros estão em uma fase de transição.
QUADRO 1- PORCENTAGEM DE CRIANÇAS QUE POSSUEM MANEIRAS DIFERENTES DE 
GAGUEJAR.
IDADES 2-3N = 30
4-5
N = 74
6-7
N = 79
8-9
N= 60
10-11
N = 79
12-13
N = 47
14-15
N = 49
Pequena repetições 30% 34% 28% 37% 30% 9% 8%
Prolongamentos 43% 32% 18% 18% 11% 4% 4%
Contatos presos 40% 32% 44% 45% 53% 51% 53%
Sintomas associados 33% 39% 57% 58% 57% 64% 65%
Períodos fluentes 47% 45% 27% 10% 10% 9% -
Situações difíceis de falar 27% 67% 71% 75% 72%
Achar as palavras difíceis 
de falar 82% 62% 72% 73%
Antecipação da gagueira 38% 45% 62% 71%
Substituição de palavras 48% 65% 66% 83%
Evitar falar 5% 11% 17% 28% 40% 45%
Fonte: (JAKUBOVICZ, 1997)
1.1 – Fase l (Inicio entre 2 e 6 anos)
A gagueira em crianças possui características específicas: 
26GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
• Episódica: A gagueira tende a ocorrer em episódios, ou seja, em determinados 
períodos. Às vezes, a fala flui perfeitamente, sem qualquer gagueira. Durante 
essa fase, uma grande parte das crianças apresenta recuperação espontânea, o 
que significa que a gagueira desaparece sem a necessidade de tratamento.
• Desencadeantes: A criança gagueja quando está excitada, aborrecida, tem 
muito a dizer ao mesmo tempo, ou está sob pressão para se comunicar. Nessas 
situações, as repetições na fala são mais proeminentes. 
• Repetições predominantes: Na gagueira infantil, a predominância recai nas 
repetições de sons ou sílabas. Em alguns casos, a repetição é o único sintoma 
visível. Geralmente, as repetições ocorrem no início das palavras. 4. Início da 
frase: Há uma tendência para a gagueira ocorrer no início de uma frase. Algumas 
crianças só gaguejam na primeira palavra da frase. 
• Palavras específicas: As palavras que tendem a desencadear a gagueira são 
frequentemente pronomes, conjunções, artigos e preposições. 
• Comportamento da Criança: Nessa faixa etária, as crianças normalmente 
não se preocupam com a gagueira nem são conscientes das repetições que 
ocorrem na fala. Algumas podem ficar frustradas e reagir de diferentes maneiras, 
como parar de falar ou fazer birras, quando se sentem incapazes de se comunicar 
eficazmente devido à gagueira.
1.2 - Fase II (início aos 4 anos até a idade adulta)
Características: 
• Crônica: A gagueira, em idades posteriores, é frequentemente considerada 
crônica, o que significa que ocorre com poucos ou muito poucos momentos de 
fala fluente. 
• Autoconceito negativo: A criança que gagueja nessa fase tende a se ver como 
alguém que gagueja, o que pode levar a um conceito negativo de si mesma em 
relação à fala. 
• Ampliaçãodos tipos de palavras afetadas: A gagueira é observada em diver-
sas categorias gramaticais, incluindo substantivos, verbos, adjetivos e advérbios. 
• Menos gagueira no início das palavras: Há menos tendência para a gagueira 
ocorrer no início das palavras, e mais fragmentação de palavras pode ser notada. 
Menos repetições de sílabas: As repetições de sílabas são menos comuns nesta fase, 
embora a criança possa já ter desenvolvido um autoconceito de “gago”. No entanto, a 
criança geralmente não demonstra preocupação com as dificuldades na fala. 
• Aumento da gagueira sob estresse ou excitação: A gagueira pode aumentar 
quando a criança está excitada ou precisa falar mais rapidamente. Isso se torna 
mais sintomático nesta fase. 
27GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
A gagueira em idades posteriores é frequentemente crônica, afetando várias ca-
tegorias de palavras, com menos repetições de sílabas, mas um autoconceito negativo 
associado à gagueira e uma tendência a piorar sob estresse ou excitação.
1.3 – Fase III (início aos 8 anos até a idade adulta) 
Características:
• Gatilhos Específicos: A gagueira geralmente começa e termina em resposta a 
certas situações, como falar ao telefone, falar alto na sala de aula, conversar com 
pessoas desconhecidas ou fazer compras. 
• Dificuldade com Sons: Algumas palavras ou sons se tornam mais difíceis de 
pronunciar do que outros durante a gagueira. Substituição de Palavras: Pode 
haver substituição de palavras durante a fala gaguejada, onde a pessoa tenta 
evitar palavras difíceis. 
• Medo de Sons: Às vezes, há um medo de sons ou fonemas específicos que 
podem causar a gagueira. 
• Antecipação: A pessoa pode antecipar que vai gaguejar, o que pode aumentar 
a ocorrência da gagueira. 
• Não Evitar a Fala: Geralmente, não é comum que a pessoa evite falar ou evitar 
situações de comunicação devido à gagueira. 
• Falta de Embaraço: Aqueles que gaguejam normalmente não experimentam 
um forte medo ou embaraço em relação à sua fala. 
1.4 – Fase IV (dos10 anos até a idade adulta)
Características:
• Antecipação da Gagueira: A pessoa muitas vezes prevê que vai começar a 
gaguejar antes mesmo de falar. 
• Medo de Palavras e Sons: Existe um medo associado a certas palavras, sons 
e situações sociais que podem desencadear a gagueira. 
• Substituição de Palavras: A substituição frequente de palavras que a pessoa 
considera difíceis de pronunciar é comum. 
• Evita situações na Fala: Pessoas com gagueira costumam evitar situações 
de fala, evitando falar em público ou evitando situações de comunicação social. 
• Medo e Vergonha: A gagueira pode causar medo de falar e vergonha durante 
a comunicação. 
• Sensibilidade às Reações do Outro: A pessoa que gagueja tende a ser sen-
sível às reações e julgamentos dos ouvintes. 
28GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
• Gagueira Crônica: A gagueira, em muitos casos, pode se tornar uma condição 
crônica, persistindo ao longo do tempo.
Vamos a mais exemplos, as conexões entre a habilidade de falar, as emoções 
e o processo de pensamento. Considere uma criança de 3 a 4 anos que volta da escola 
empolgada para compartilhar suas experiências com os pais. Ela deseja contar tudo de 
uma vez, e nesse contexto, tanto sua capacidade cognitiva quanto sua habilidade motora 
são afetadas, resultando em hesitações, repetições e bloqueios na fala. 
Agora, imagine essa mesma criança em ambientes familiares nos quais todos ao 
seu redor dominam a linguagem melhor do que ela. Isso pode criar um sentimento de falta 
de oportunidade para falar, expectativas de se expressar bem e ansiedade, afetando tanto 
sua cognição quanto sua motricidade
Além disso, considere adolescentes e adultos em sala de aula, enfrentando a tarefa 
de apresentar um seminário. Essas situações podem gerar insegurança, ansiedade, pres-
são e expectativas, todas essas emoções podem interferir na fluidez da fala, prejudicando 
o pensamento e a motricidade, resultando em interrupções durante a apresentação. 
É fundamental ressaltar, considerando os exemplos mencionados anteriormente, 
que não podemos estabelecer de antemão (como alguns fazem) o limite entre a gagueira 
considerada natural e aquela que é considerada anormal. Devemos abordar a produção da 
fala com uma compreensão das influências motoras, emocionais e cognitivas, sem precon-
ceitos, e começar a desenvolver uma perspectiva científica própria na área de Fonoaudio-
logia em relação às características da produção da fala individual. Isso nos permitirá afastar 
as definições pré-concebidas sobre o que é considerado normal e patológico na fluência da 
fala, evitando idealizações da atividade de falar e o estigma associado à gagueira
29GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
GAGUEIRA 
NEUROGÊNICA2
TÓPICO
A gagueira neurogênica é um termo criado por WARD e SCOTT (2011) para descre-
ver a falta de fluência na fala que resulta de danos no sistema nervoso central. Acredita-se 
que a gagueira neurogênica seja o tipo mais comum de gagueira adquirida.
Diversos termos têm sido usados para referir-se à gagueira resultante de danos no 
sistema nervoso central. Algumas alternativas menos comuns, e talvez não recomendáveis, 
incluem “gagueira neurológica” 
Esses rótulos se referem à natureza ou à localização da lesão cerebral subjacente, 
como a gagueira associada ao acidente vascular cerebral e a gagueira cortical. Esses rótu-
los podem ser apropriados para descrever casos nos quais a gagueira está relacionada a 
um acidente vascular cerebral ou a uma lesão cerebral em uma região específica. 
O mecanismo fisiopatológico da gagueira neurogênica ainda não é completamente 
compreendido. Ela pode estar associada a diversas patologias e lesões em diferentes áreas 
do cérebro. A gagueira neurogênica não está necessariamente ligada a danos em uma 
área específica do cérebro, mas pode envolver várias estruturas neurológicas que fazem 
parte da rede neural da fala. Essas estruturas podem incluir os quatro lobos de ambos os 
hemisférios cerebrais, a substância branca, os gânglios da base e o tálamo cerebral. 
A gagueira neurogênica, na maioria dos casos, é resultado de um acidente vascular 
cerebral. Ela não está limitada a uma lesão em uma região específica do cérebro, mas é 
resultado da complexa rede de conexões gânglio-corticais e cortiço-basais, que envolvem 
várias áreas cerebrais, incluindo o córtex frontal inferior, córtex temporal superior, córtex 
30GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
intraparietal, gânglios da base e suas interconexões na substância branca por meio do 
fascículo longitudinal superior e da cápsula interna. Essas áreas desempenham um papel 
crucial na rede neural sensorial e motora envolvida na produção da fala. Portanto, uma ou 
mais lesões nessa rede podem desencadear a gagueira neurogênica, mas não estão ne-
cessariamente relacionadas ao número de lesões no cérebro ou à gravidade da gagueira. 
Além de lesões traumáticas, a gagueira neurogênica pode ter outras causas, como 
cistos, neoplasias, doenças degenerativas (como Parkinson e esclerose múltipla), meningites, 
síndrome de Guillain-Barré, HIV, epilepsia e o uso excessivo de certos medicamentos. Essas 
condições podem causar disfluências na fala, conhecidas como gagueira farmacológica.
2.1 – Sintomatologia da gagueira neurogênica 
A gagueira neurogênica está comumente relacionada a eventos cerebrovasculares, 
ou, em certos casos, pode surgir vários meses após o diagnóstico de um problema médico. 
Os sintomas da gagueira neurogênica são detalhados na Tabela 1- Sintomas da gagueira 
neurogênica.
TABELA 1. SINTOMAS DA GAGUEIRA NEUROGÊNICA 
Repetição de sílabas e sons, enquanto os bloqueissão menos frequentes
As disfluências são quase tão comuns com palavras substantivas como com palavras 
não substantivas
O falante pode parecer preocupado com a gagueira, mas não demonstra ansiedade em temos 
de repetições ou prolongamentos, e os bloqueios aparecem em qualquer lugar de uma pala-
vra ou enunciado, ao contrário da posição inicial da palavra na gagueira do desenvolvimento
Os sintomas secundários raramente ocorrem, mesmo que ocorram caretas faciais, piscar 
e cerrar os punhos, não está vinculado a momentos de disfluências
Não há efeito de adaptação 
Há consistência na gagueira nas diferentes tarefas de fala (conversação, explicação, 
repetição e leitura)
As pessoas frequentemente apresentam sinais adicionais de afasia e disartria
Fonte: (JANUZOVIC; SINANOVIC; MAJIC, 2021)
A gagueira neurogênica pode levar a uma autoimagem negativa, sentimentos de inapti-
dão social e, como resultado, ao isolamento social. Isso, por sua vez, tem um impacto negativo 
na qualidade de vida da pessoa. Portanto, identificar a gagueira neurogênica de maneira precisa 
e rápida pode ajudar a reduzir ou até mesmo evitar essas dificuldades na comunicação.
31GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
GAGUEIRA 
PSICOGÊNICA3
TÓPICO
A gagueira psicogênica costuma estar associada a questões psicológicas ou 
traumas emocionais. Anteriormente, era referida como “gagueira histérica”, embora esse 
termo não seja mais utilizado em estudos mais recentes. Outra designação anteriormente 
utilizada é “gagueira traumática” (WARD; SCOTT, 2011).
Não existe um consenso claro em relação à gagueira psicogênica, e o termo 
é geralmente reservado para casos nos quais a falta de fluência na fala está 
claramente relacionada a uma psicopatologia diagnosticada (ASHA, 1999). 
No entanto, Baumgartner (1999) argumenta que a presença de psicopatologia 
nem sempre é necessária para que a gagueira seja considerada psicogênica. 
Alguns especialistas defendem a distinção entre a disfluência com e sem psicopa-
tologia comprovada, desde que haja justificativas sólidas para essa diferenciação. Aqueles 
que excluem a disfluência sem psicopatologia diagnosticada da definição de gagueira psi-
cogênica afirmam que nesses casos os sintomas continuam a se desenvolver da mesma 
forma que na gagueira que se inicia na infância sem qualquer evento traumático.
 Em casos com psicopatologia comprovada, os sintomas geralmente não continuam 
a se desenvolver, mas nem todos os pacientes com gagueira e um diagnóstico psiquiátrico 
apresentam recuperação completa. (WARD; SCOTT, 2011)
 Em outros casos, pode ser difícil obter um diagnóstico psiquiátrico, pois o paciente 
pode optar por não se submeter a uma avaliação psiquiátrica.
32GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
Segundo a perspectiva do autor Baumgartner (1999), o rótulo de gagueira psico-
gênica poderia ser aplicado em situações nas quais existam evidências de que a origem 
da falta de fluência na fala está relacionada a fatores psicológicos ou traumas emocionais.
É importante ressaltar que a simulação da gagueira, ou seja, fingir ter gagueira, não 
se enquadra na categoria de gagueira psicogênica. A simulação envolve a exageração dos 
sintomas com o objetivo de obter algum tipo de benefício, como evitar situações desagra-
dáveis. Em contraste, as pessoas com gagueira psicogênica produzem disfluências na fala 
de forma consciente e intencional, devido a fatores emocionais ou psicológicos.
33GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
DIFERENÇA DA 
GAGUEIRA PSICOGÊNICA 
E NEUROGÊNICA4
TÓPICO
A distinção entre gagueira psicogênica e neurogênica é um desafio devido à escassez 
de informações na literatura disponível. O diagnóstico diferencial entre gagueira neurogênica 
e psicogênica é complicado para os profissionais de saúde, uma vez que os sintomas podem 
ser semelhantes ou se sobrepor. Algumas das características da gagueira psicogênica e neu-
rogênica que podem ser úteis no processo de diferenciação são apresentadas na Tabela 2.
TABELA 2. CARACTERÍSTICAS DA GAGUEIRA INDICANDO POSSÍVEL GAGUEIRA PSICOGÊNICA/
NEUROGÊNICA.
Gagueira psicogênica Gagueira neurogênica
Súbito – formas Início repentino
Incomuns defluências, como repetição múlti-
plas de todos os fonemas, seguidas de caretas 
faciais, acenos de cabeça e movimentos seme-
lhantes a tremores
Repetições, prolongamento, bloqueio em todas 
as posições das palavras
A consistência da gagueira por meio de diferen-
tes tarefas de fala, o significado simbólico do 
transtorno atual
Repetições, prolongamentos, bloquei em todas 
as posições da palavra
As disfluências ocorrem durante a fala em qual-
quer lugar de uma palavra ou enunciado 
Consistência da gagueira através de diferentes 
tarefas da fala
Uma pessoa pode ser indiferente ao seu dis-
curso
Disfluências ocorrem durante a fala em qualquer 
lugar de uma palavra ou enunciado
Qualidade de voz bizarra
Uma pessoa muitas vezes anto tem consciên-
cia do transtorno, mas pode ficar frustrada com 
sua fala
 Dados anamnésicos indicam história de pro-
blemas emocionais (transtorno de personalida-
de, transtorno de estresse pós-traumático, de-
pendência de drogas, ansiedade ou depressão)
O diagnóstico de psicopatologia não é necessário 
34GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
A pessoa da impressão de aderir a determinado 
padrão de disfluência e continua gaguejando 
em condições que melhoram a fluência e du-
rante a imitação de movimentos mímicos
Após expressar informações emocionai, ocorre 
melhora repentina da fluência
Após um curto período é observado um pro-
gresso rápido e satisfatório 
Piora dos sintomas ao realizar tarefas mais 
simples 
Piora da gagueira durante a releitura do mesmo 
texto
Movimentos bizarros como: cabeça e olhos e 
sinais de ansiedade não relacionados com a 
produção da fala
Construções gramaticais incomuns 
A existência de um episódio ocasional de ga-
gueira ou gagueira em situação específica. 
Fonte: (BOLSEL, 2014)
35GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
TAQUILALIA5
TÓPICO
A taquilalia refere-se ao tempo da fala. A fala taquilálica é atropelada no tempo, 
uma palavra agrupada com a outa. É um problema associado a uma disfunção no sistema 
nervoso central. O ritmo da fala é muito mais rápido do que o normal, e a fala é desorga-
nizada. A sequência dos sons está alterada, tornando a linguagem incompreensível. Não 
há consciência do problema nem componentes emotivos envolvidos. Se houver tensão 
muscular, ela será imperceptível. 
Ao mesmo tempo, a Classificação Internacional de Doenças reconhece a taquilalia 
como a ocorrência de uma taxa de elocução ou articulação (velocidade da fala) tão elevada 
que afeta consideravelmente a capacidade de compreensão da mensagem. Nesses casos, 
não há um aumento notável no número de hesitações ou disfluências comuns, como gague-
jo, e não são observadas outras alterações na linguagem, como dificuldades na estrutura 
das frases ou problemas na organização do discurso mais amplo, tornando-o confuso.
36GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
TAQUIFEMIA6
TÓPICO
A taquifemia é um distúrbio da fluência verbal no qual uma pessoa fala em uma 
velocidade alta, rápida e irregular, resultando em uma fala desorganizada e confusa. Isso 
leva a mudanças nas sílabas, como omissões e pausas desnecessárias, e também pode 
distorcer os sons da fala. 
Os fonoaudiólogos geralmente concordam que a taquifemia e a gagueira são dois 
distúrbios distintos da fluência. No entanto, a pesquisa sobre a taquifemia tem sido limitada, 
e um desafio no diagnóstico e tratamento dessa condição é que elamuitas vezes ocorre 
em combinação com outros distúrbios, alguns relacionados à fala/linguagem e outros não. 
O diagnóstico diferencial entre taquifemia e gagueira é complicado, uma vez que 
esses transtornos compartilham características semelhantes e frequentemente coexistem. 
A taquifemia ocorre principalmente em situações de fala não fluente. 
O termo “taquifemia” abrange uma variedade de sintomas e características que se ma-
nifestam em graus variados nas pessoas afetadas. Nenhum único aspecto isolado é suficiente 
para determinar o diagnóstico; é a combinação de certos traços que define essa condição. 
Alguns autores sugerem que a taquifemia pode envolver não apenas problemas de fala, mas 
também comportamento motor não verbal, traços de personalidade e déficits de atenção. 
A pesquisa sobre a taquifemia é importante não apenas para aprimorar os métodos 
de tratamento, mas também para fornecer insights valiosos sobre os processos normais 
subjacentes à fala, linguagem e atenção. Compreender a taquifemia é fundamental para 
o estudo da gagueira, pois esses distúrbios são frequentemente interligados, embora 
contrastantes. É importante observar que a taquifemia é um distúrbio heterogêneo, o que 
significa que pode ter causas e subgrupos diferentes. 
37GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
A taquifemia é associada a uma área específica no cérebro, localizada na parede 
medial do lobo frontal esquerdo, no córtex que fica entre os hemisférios cerebrais.
FIGURA 1. A PAREDE MEDIAL DO HEMISFÉRIO ESQUERDO.
Fonte: (WARD; SCOTT, 2011)
A figura 1 mostra as regiões propostas para constituir um centro executivo para a 
produção de discurso estão marcadas em cinza: o cogACC, O PreSMA e a SMA propria-
mente dito, com divisão aproximada do ACC adicionada, com base e revisão de dados de 
vários estudos (WARD; SCOTT, 2011).
Isso sugere que o córtex frontal medial desempenha um papel fundamental na produ-
ção da fala espontânea, trabalhando em conjunto com as áreas tradicionais de fala e linguagem 
no hemisfério esquerdo, como as áreas de Wernicke e Broca. Acredita-se que o córtex medial 
tenha uma função de coordenação na fala espontânea, envolvendo motivação para falar, pla-
nejamento de frases, recuperação de palavras, elementos sintáticos e código fonológico das 
regiões laterais do córtex, além de executar a sequência motora e monitorar a saída da fala. 
As regiões-chave envolvidas na taquifemia parecem ser, o córtex cingulado anterior (ACC), o 
pré-SMA e o próprio SMA, junto com a contribuição dos circuitos dos gânglios basais. 
O ACC é visto como tendo funções semelhantes a um “executivo central”, desem-
penhando um papel central na atenção intencional e no monitoramento de erros de alto 
nível. O ACC, juntamente com o pré-SMA, desempenha um papel crítico na montagem da 
frase, desde o sequenciamento até a seleção de palavras e formas de palavras. O tempo 
de articulação é controlado principalmente pela SMA, com o suporte dos gânglios basais e, 
em grande parte, através de conexões auditivas com o ACC e o SMA.
38GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
 FIGURA 2 ALÇAS DOS GÂNGLIOS DA BASE, EM CORTE TRANSVERSAL DE UM ÚNICO 
HEMISFÉRIO.
Fonte: (MORENO; BAAMONDE, 2003).
A figura esquemática mostra uma alça motora começando e terminando na área 
motora suplementar (SMA), passando pelo putâmen (parte do corpo estriado) e pelo tála-
mo. A figura também mostra a cauda do núcleo caudado (parte do corpo estriado) em corte 
transversal. ACC: córtex cingulado anterior.
6.1 – Sintomas e características da taquifemia 
Os sintomas da taquifemia a outros distúrbios neurológicos e sugeriu que a taquife-
mia é resultado de uma disfunção no sistema dos gânglios da base. O neurologista.
Os traços de desordem cerebral após danos ou doenças cerebrais geralmente 
ocorrem após lesões no sistema dos gânglios da base, como no caso da doença de Parkin-
son. Os sintomas motores da fala na taquifemia geralmente envolvem uma alta velocidade 
de fala, articulação inadequada com confusão na mistura de sons e erros na sequência de 
fonemas, como “gleen glass” em vez de “grama verde” ou “bo gack” em vez de “voltar”.
Além disso, a prosódia da fala é frequentemente reduzida. Em muitos casos, esses 
sintomas são altamente influenciados pela atenção, e a fala pode temporariamente parecer 
normal quando um gravador é ativado). (WARD; SCOTT, 2011).
39GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
DIFERENÇAS ENTRE 
TAQUILALIA E 
TAQUIFEMIA7
TÓPICO
A taquilalia e a taquifemia são dois distúrbios de fala que envolvem a velocidade e 
o ritmo da produção da fala, mas existem algumas diferenças fundamentais entre eles:
Taquilalia:
• Definição: Taquilalia refere-se a uma condição em que a fala é produzida a 
uma velocidade anormalmente rápida. 
• Fluência: Geralmente, as pessoas com taquilalia têm uma fala fluente e sem 
interrupções significativas, mas a velocidade é anormalmente alta. 
• Causas: Pode ser causada por fatores neurológicos, como uma lesão cerebral 
ou distúrbio neurológico. 
• Controle: Geralmente, as pessoas com taquilalia têm controle adequado sobre 
a articulação das palavras, mas a taxa de produção é aumentada. 
• Taquifemia: 
• Definição: A taquifemia é um distúrbio de fala caracterizado por uma fala rápi-
da, incoerente e frequentemente interrompida. 
• Fluência: As pessoas com taquifemia tendem a apresentar interrupções na fala, 
como bloqueios ou repetições de sons, ou palavras, devido à velocidade excessiva. 
• Causas: Pode ser causada por fatores emocionais ou psicológicos, como an-
siedade ou estresse. 
• Controle: A taquifemia pode resultar em uma perda de controle sobre a fluência 
da fala, levando a interrupções e repetições.
Em resumo, a principal diferença entre taquilalia e taquifemia está na fluência da fala. 
Taquilalia se refere a uma fala rápida, mas normalmente fluente, enquanto a taquifemia en-
volve uma fala rápida e frequentemente desordenada, com interrupções e repetições. Ambos 
os distúrbios podem ter causas diferentes, com a taquilalia muitas vezes associada a fatores 
neurológicos e a taquifemia frequentemente ligada a fatores psicológicos ou emocionais.
40GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
Dizer que uma pessoa é fluente, apresenta uma fala com fluência, implica a pressuposição de uma fala 
com disfluências livres de comprometimento de julgamentos, do sujeito e do outro, na fala. Neste sentido, 
afirmar que não existe fluência (ou que não existe fluência absoluta) torna-se também um contrassenso, 
dentro de uma perspectiva que assume o posto de observação da língua a partir de seu uso social e 
concreto, já que a fluência é sempre composta por disfluência. (SANTOS, 2015, p.28)
Cada um desses distúrbios possui características distintas e muitas vezes complexas, tornando o diagnós-
tico e diferenciação entre eles um desafio. A compreensão dessas condições é essencial para profissionais 
de saúde, como fonoaudiólogos, no diagnóstico e tratamento adequados.
(Autor 2023)
41GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
Chegamos ao final da nossa primeira unidade! Espero que você tenha aproveitado 
ao máximo os conhecimentos apresentados aqui. Você sabe que os estudos sobre esses 
assuntos não acabam aqui, né?! Agora é o momento de procurar por mais informações, 
continuar suas pesquisas em sites, revistas, artigos científicos, livros e vídeos, a fim de 
enriquecer ainda mais seu repertório sobre o assunto!
Sabendo que você vai continuar seus estudos depois de finalizar a leitura da nossa 
unidade, precisamos fechar nossas discussões, tendo a compreensão dos conceitos de 
Gagueira do desenvolvimento, Gagueiraneurogênica, Gagueira psicogênica, Taquilalia, Ta-
quifemia, na qual abordo abordou diferentes tipos de distúrbios da fluência na fala, incluindo 
a gagueira neurogênica, a gagueira psicogênica, a taquilalia e a taquifemia. Cada um desses 
distúrbios possui características distintas e muitas vezes complexas, tornando o diagnóstico 
e diferenciação entre eles um desafio. A compreensão dessas condições é essencial para 
profissionais de saúde, como fonoaudiólogos, no diagnóstico e tratamento adequados. 
Além disso, o texto destaca a importância de considerar não apenas os aspectos físicos da 
fala, mas também os emocionais, cognitivos e neurológicos que podem estar envolvidos. 
O estigma associado à gagueira e outros distúrbios da fluência deve ser abordado com 
sensibilidade, e a pesquisa contínua nessa área é crucial para aprimorar os métodos de 
tratamento e compreender melhor os mecanismos subjacentes a esses distúrbios.
Obrigado pela companhia e até a próxima unidade!
Abraço!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
42GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
Artigo: Neurogenic Stuttering: Etiology, Symptomatology, and Treatment.
Autor: Lejla Junuzovic-Zunic, Osman Sinanovic e Blazenka Majic
Link de acesso: doi: 10.5455/medarh.2021.75.456-461. 
Resenha: A gagueira neurogênica é um tipo de gagueira adquirida relacionada 
a danos cerebrais. Nos destaca o objetivo de fornecer uma visão abrangente da 
fisiopatologia, sintomas, diagnóstico diferencial, avaliação e tratamento da gagueira 
neurogênica com base em uma revisão crítica da literatura. Os resultados revelam 
que a gagueira neurogênica é um distúrbio complexo com mecanismos fisiopa-
tológicos ainda incompreendidos, associado a várias condições neurológicas e 
medicamentos. O diagnóstico diferencial entre gagueira neurogênica e psicogênica 
é desafiador, e o tratamento geralmente envolve fonoaudiólogos e médicos, espe-
cialmente neurologistas. Conclui-se que, embora haja pesquisas disponíveis sobre 
a gagueira neurogênica, sua complexidade exige estudos contínuos para fornecer 
o melhor tratamento aos pacientes.
Fonte : JUNUZOVIC-ZUNIC, L. SINANOVIC, O. MAJIC, B. Neurogenic Stuttering: 
Etiology, Symptomatology, and Treatment, Bosnia and Herzegovina. Dec;75(6):456-461. 
Med Arch. DEC, 2021. Disponivel em: doi: 10.5455/medarh.2021.75.456-461. PMID: 
35169374; PMCID: PMC8802677. Acesso em: 29 out. 2023.
LEITURA COMPLEMENTAR
doi: 10.5455/medarh.2021.75.456-461.
43GAGUEIRA DO DESENVOLVIMENTO, GAGUEIRA NEUROGÊNICA, GAGUEIRA PSICOGÊNICA, 
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA
UNIDADE 2
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Meu nome é Rádio 
• Ano: 2003
• Sinopse: Embora o foco principal do filme seja a amizade entre um 
treinador de futebol e um jovem com deficiência intelectual, a gaguei-
ra do personagem principal é um elemento importante da história.
LIVRO
• Título: Gagueira 
• Autor: Regina Jakubovicz
• Editora: Reviner Ltda.
• Sinopse: Nas últimas edições, houve mudanças na compreen-
são da gagueira e novas terapias surgiram. A autora comparou a 
gagueira a um quebra-cabeça, admitindo que a causa ainda é des-
conhecida. Mesmo sem novidades nesse aspecto na sexta edição, 
a autora dedicou 22 anos a pesquisas e esforços para melhorar a 
qualidade de vida das pessoas que gaguejam.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
Plano de Estudos
• Importância da anamnese na avaliação da fluência;
• Desenvolver habilidades de entrevista para coletar informações relevantes; 
• Método de avaliação, como escalas, questionários e observação;
• Identificação de sintomas e características dos distúrbios da fluência; 
• Técnicas de gravação de amostra de fala;
• Prática na coleta de amostras de fala de pacientes;
• Taxa de articulação, pausas, prolongamentos e outros parâmetros;
• Analise quantitativa e qualitativa da fluência;
• Abordagens terapêuticas.
Objetivos da Aprendizagem
• Aprimorar Habilidades de Avaliação;
• Dominar técnicas de coletas de Amostras de fala;
• Identificar Parâmetros da Fluência; 
• Desenvolver Planos de Tratamento Personalizados;
• Avaliar a eficácia do tratamento..
Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
AVALIAÇÃO DA FLUÊNCIA, AVALIAÇÃO DA FLUÊNCIA, 
ANAMNESE, COLETA E ANÁ-ANAMNESE, COLETA E ANÁ-
LISE DE AMOSTRAS DE FALA, LISE DE AMOSTRAS DE FALA, 
PARÂMETROS DA FLUÊN-PARÂMETROS DA FLUÊN-
CIA, TRATAMENTO DOS CIA, TRATAMENTO DOS 
DISTÚRBIOS DA FLUÊNCIA.DISTÚRBIOS DA FLUÊNCIA.
UNIDADEUNIDADE3
45AVALIAÇÃO DA FLUÊNCIA, ANAMNESE, COLETA E ANÁLISE DE AMOSTRAS DE FALA, PARÂME-
TROS DA FLUÊNCIA, TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DA FLUÊNCIA
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO
Oi, tudo bem? Seja bem-vindo(a) a nossa terceira unidade da Disciplina Fluência 
da fala, acredito que, assim como eu, você deve estar com muitas expectativas para iniciar 
essa trilha de aprendizagem. Portanto, procure um lugar confortável e se acomode, por-
que vamos realizar um estudo sobre Avaliação da fluência, anamnese, coleta e análise de 
amostras de fala, parâmetros da fluência, Tratamento dos distúrbios da fluência no qual vai 
abranger a gagueira em crianças que é um fenômeno complexo e multifacetado, cujas 
origens e influências são objeto de estudo e debate na área da fonoaudiologia. 
Este texto aborda a anamnese da gagueira em crianças, explorando fatores ge-
néticos, ambientais e suas interações. A pesquisa de Eva Laufer (1983), apresentada no I 
Congresso Internacional de Profissionais em Fonoaudiologia em 1983, é destacada como 
um marco na compreensão dessa condição em crianças.
Anamnese da Gagueira em Crianças: Explorando Fatores Genéticos e Ambientais. 
A gagueira, muitas vezes, tem sua origem na infância, e estudos indicam uma possível base 
genética, com cerca de 60% dos casos apresentando influências hereditárias. No entanto, 
compreender como os genes afetam a fala a ponto de desencadear a gagueira permanece 
desafiador. Enquanto alguns casos mostram cura ou remissão total, especialmente em 
crianças, a relação entre genes e ambiente nesse contexto ainda é incerta. 
A pesquisa de Eva Laufer, conduzida em 1983, teve como objetivo identificar di-
ferenças auditivas entre a gagueira fisiológica e a gagueira declarada em crianças. Os 
resultados sugerem que a gagueira se manifesta a partir de uma disfluência normalmente 
intensificada ao longo do tempo, frequentemente influenciada por pressões externas para 
modificar a fala da criança. 
A análise das quatro crianças estudadas revelou diferenças significativas na fre-
quência e na natureza das disfluências entre aquelas com gagueira e fluentes. O estudo, 
embora inicial, proporcionou insights valiosos, indicando a necessidade de investigações 
mais aprofundadas com amostras maiores e análises psicolinguísticas detalhadas. 
O texto também destaca a importância de ouvir os pais na avaliação da gagueira 
infantil. Um questionário indireto é apresentado, abordando preocupações dos pais, con-
cepções sobre fluência, e a necessidade de informação precoce sobre o desenvolvimento 
da linguagem. A prevenção é enfatizada como crucial no enfrentamento da gagueira infantil. 
46AVALIAÇÃO

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