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2834-APOSTILA - Direito Administrativo - Licitações Nova Lei - Extra pdf

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1 
2 
Sumário 
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS ............................................................................................ 3 
PRINCÍPIOS ............................................................................................................................... 10 
LICITAÇÃO INEXIGÍVEL, DISPENSADA E DISPENSÁVEL - CONTRATAÇÃO 
DIRETA ........................................................................................................................................ 13 
OBRAS PÚBLICAS .................................................................................................................. 28 
CONTRATOS DE COMPRA/AQUISIÇÃO/FORNECIMENTO ..................................... 29 
CONTRATOS DE SERVIÇOS EM GERAL ........................................................................ 31 
ALIENAÇÕES ADMINISTRATIVAS .................................................................................... 31 
INSTRUMENTOS AUXILIARES DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO ...................... 31 
MODALIDADES DE LICITAÇÃO ......................................................................................... 38 
MODALIDADES x TIPOS DE LICITAÇÃO ........................................................................ 46 
PROCEDIMENTO DA LICITAÇÃO ...................................................................................... 49 
FASE INTERNA - PREPARATÓRIA ..................................................................................... 49 
FASE EXTERNA ........................................................................................................................ 54 
PECULIARIDADES DA LEI DAS EMPRESAS ESTATAIS .............................................. 66 
REVISÃO DO CONTEÚDO ................................................................................................... 70 
QUESTÕES ................................................................................................................................ 91 
GABARITO ............................................................................................................................... 109 
3 
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS 
Além das previsões constitucionais, a principal fonte normativa das 
licitações, até 2021, era a Lei 8.666/93, a qual trata de normas gerais de 
licitação. Todavia, em 01/04/2021, entrou em vigor a Lei nº 14.133/21, que 
passará a tratar das normas gerais de licitação a partir de então. A crítica 
doutrinária sofrida pela nova lei é no sentido de que houve poucos avanços na 
regulamentação do tema. 
Uma inovação que veio expressa no texto da lei é a possibilidade de 
submissão de conflitos relacionados a direitos patrimoniais disponíveis aos 
meios alternativos de solução de controvérsias, como mediação/comitê de 
resolução de disputas/arbitragem (art. 151 da Lei nº 14.133/21). 
Também, a novel legislação cria o Portal Nacional de Compras Públicas 
(PNCP), destinado à divulgação dos atos exigidos pela lei e realização, 
facultativa, das contratações por órgãos e entidades de todos os poderes e de 
todos os entes federativos. 
Quanto à vigência da Lei nº 14.133/21, os arts. 191 e 193 do referido 
diploma legal, estabelecem que, apesar da normatização entrar em vigor na 
data da sua publicação (01/04/2021 – sem vacatio legis), pelo prazo de 2 (dois) 
anos, a Administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente de 
acordo com a nova lei ou de acordo com as leis anteriores, desde que a opção 
escolhida seja indicada expressamente no edital ou no aviso ou instrumento de 
contratação direta, vedada a aplicação combinada: 
Art. 3º. A licitação destina-se a garantir a 
observância do princípio constitucional 
da isonomia, a seleção da proposta mais 
vantajosa para a administração e a 
promoção do desenvolvimento nacional 
sustentável e será processada e julgada 
em estrita conformidade com os 
princípios básicos da legalidade, da 
impessoalidade, da moralidade, da 
igualdade, da publicidade, da probidade 
administrativa, da vinculação ao 
4 
instrumento convocatório, do 
julgamento objetivo e dos que lhes são 
correlatos. 
Art. 191. Até o decurso do prazo de que 
trata o inciso II do caput do art. 193, a 
Administração poderá optar por licitar 
ou contratar diretamente de acordo 
com esta Lei ou de acordo com as leis 
citadas no referido inciso, e a opção 
escolhida deverá ser indicada 
expressamente no edital ou no aviso ou 
instrumento de contratação direta, 
vedada a aplicação combinada desta Lei 
com as citadas no referido inciso. 
Parágrafo único. Na hipótese 
do caput deste artigo, se a Administração 
optar por licitar de acordo com as leis 
citadas no inciso II do caput do art. 193 
desta Lei, o contrato respectivo será 
regido pelas regras nelas previstas 
durante toda a sua vigência. 
(…) 
Art. 193. Revogam-se: 
I - os arts. 89 a 108 da Lei nº 8.666, de 21 
de junho de 1993, na data de publicação 
desta Lei; 
II - a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, 
a Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e 
os arts. 1º a 47-A da Lei nº 12.462, de 4 
de agosto de 2011, após decorridos 2 
(dois) anos da publicação oficial desta 
Lei. 
Ou seja, a Lei nº 14.133/21 mantém por expressa disposição, os dois 
sistemas licitatórios vigentes (Lei nº 8.666/93 e Lei nº 14.133/21) pelo prazo de 
dois anos. 
Ainda, os contratos assinados antes da entrada em vigor da alteração 
legislativa seguem regidos pelas regras revogadas (art. 190 da Lei nº 
14.133/21). 
A parte referente aos crimes licitatórios (que foram incluídos 
expressamente no Código Penal) não observa o prazo de dois anos para 
5 
 
entrada em vigor, passando a valer a partir da edição e publicação da Lei nº 
14.133/21. 
Por fim, uma alteração produzida no CPC é a prioridade de tramitação dos 
processos envolvendo licitações e contratações públicas: 
Art. 1.048. Terão prioridade de 
tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, 
os procedimentos judiciais: 
(...) 
IV - em que se discuta a aplicação do 
disposto nas normas gerais de licitação 
e contratação a que se refere o inciso 
XXVII do caput do art. 22 da 
Constituição Federal. 
 
 
- Conceito: Licitação é um procedimento administrativo que visa 
selecionar a proposta mais vantajosa para o interesse público (melhor 
proposta), de modo a atender os objetivos/finalidades do art. 11 da Lei nº 
14.133/21: 
Art. 11. O processo licitatório tem por 
objetivos: 
I - assegurar a seleção da proposta apta 
a gerar o resultado de contratação mais 
vantajoso para a Administração Pública, 
inclusive no que se refere ao ciclo de vida 
do objeto; 
II - assegurar tratamento isonômico entre 
os licitantes, bem como a justa 
competição; 
III - evitar contratações com sobrepreço 
ou com preços manifestamente 
inexequíveis e superfaturamento na 
execução dos contratos; 
IV - incentivar a inovação e o 
desenvolvimento nacional sustentável. 
 
É um procedimento, uma vez que a natureza jurídica é de uma sequência 
ordenada de atos administrativos, ou seja, não é um ato isolado e, sim, uma 
soma de atos para alcançar seu objeto. 
6 
 
Pretende dar a todos o direito de participar e, eventualmente, ser 
contratado pelo poder público (observando os princípios da impessoalidade e 
da isonomia, entre outros), bem como a promoção do desenvolvimento 
nacional sustentável. 
Melhor proposta = proposta mais vantajosa para o interesse público, não 
necessariamente a mais barata. 
Em regra, a celebração do contrato administrativo exige prévia licitação, 
exceto nos casos de contratação direta previstos na legislação. 
Dentro do objetivo de assegurar a justa competição, a legislação admite 
que pessoas jurídicas participem da licitação em consórcio (art. 15 da Lei nº 
14.133/21), desde que: 
a) indiquem a empresa líder do consórcio; 
b) comprovem compromisso público ou particular de constituição de 
consórcio (que poderá ser efetivamente constituído somente após a 
contratação); 
c) não participem, na mesma licitação, de mais de umconsórcio ou de 
forma isolada; e 
d) estabeleçam a responsabilidade solidária dos integrantes. 
- Sujeitos à licitação: Administração Direta (entes políticos – União, Estados, 
Municípios e DF), Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas 
e sociedades de economia mista), fundos especiais (com finalidade 
assistencial, fazendo projetos e investimentos para auxiliar os beneficiários – 
por exemplo, um fundo especial de auxílio aos desabrigados das chuvas) e os 
demais entes controlados direta ou indiretamente pelo poder público, nos 
termos do art. 1º da Lei nº 14.133/21: 
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais 
de licitação e contratação para as 
Administrações Públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, e abrange: 
I - os órgãos dos Poderes Legislativo e 
Judiciário da União, dos Estados e do 
7 
 
Distrito Federal e os órgãos do Poder 
Legislativo dos Municípios, quando no 
desempenho de função administrativa; 
II - os fundos especiais e as demais 
entidades controladas direta ou 
indiretamente pela Administração 
Pública. 
§ 1º Não são abrangidas por esta Lei as 
empresas públicas, as sociedades de 
economia mista e as suas subsidiárias, 
regidas pela Lei nº 13.303, de 30 de junho 
de 2016, ressalvado o disposto no art. 
178 desta Lei. 
 
As empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras da 
atividade econômica tem, através de lei específica, estatuto próprio (Lei nº 
13.303/16) para licitações e contratos, nos termos do art. 173, parágrafo 1º, III, 
da CF/88: 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos 
nesta Constituição, a exploração direta de 
atividade econômica pelo Estado só será 
permitida quando necessária aos 
imperativos da segurança nacional ou a 
relevante interesse coletivo, conforme 
definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto 
jurídico da empresa pública, da 
sociedade de economia mista e de suas 
subsidiárias que explorem atividade 
econômica de produção ou 
comercialização de bens ou de prestação 
de serviços, dispondo sobre: 
(...) III - licitação e contratação de obras, 
serviços, compras e alienações, 
observados os princípios da 
administração pública. 
 
Não estão sujeitas a obrigatoriedade de licitar: empresas privadas; 
concessionários e permissionários de serviço público; organizações sociais e 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips), exceto para 
8 
 
contratações com utilização direta de verbas provenientes de repasses 
voluntários da União; e Ordem dos Advogados do Brasil. 
- Competência para legislar: A previsão está no art. 22, inciso XXVII, da 
CF/88, competindo privativamente à União legislar sobre normas gerais de 
licitações e contratos. 
 Art. 22. Compete privativamente à 
União legislar sobre: 
(...) 
XXVII - normas gerais de licitação e 
contratação, em todas as modalidades, 
para as administrações públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, 
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e 
para as empresas públicas e sociedades 
de economia mista, nos termos do art. 
173, § 1°, III. 
 
Todavia, todos os entes podem legislar em normas específicas, com 
aplicabilidade na sua ordem política (âmbito federal, estadual ou distrital), uma 
vez que a competência é somente privativa e não exclusiva, e desde que não 
contrariem as normas gerais estabelecidas pela União. 
O STF (ADI 927) entendeu que a Lei nº 8.666/93 tem também normas 
específicas, as quais se aplicariam apenas à União (por exemplo, o art. 17, que 
fala de alienação de bens públicos), em respeito à autonomia dos entes 
federativos. Assim, teria natureza jurídica de norma nacional e federal. O 
mesmo entendimento poderá ser aplicado à Lei nº 14.133/21, apesar que 
questão ainda não ter sido submetida à apreciação da Corte Superior. 
- Objeto: Imediato = seleção da melhor proposta dentre os vários 
proponentes. 
Mediato = obtenção de certa obra, serviço, compra, alienação, locação ou 
prestação de serviço público, ou seja, é aquilo que se quer contratar. 
Pode ser uma obra ou um serviço público: 
9 
 
Contratos de obras são aqueles em que o objeto pactuado consiste em 
construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de determinado 
bem público. 
Já por serviço considera-se toda atividade destinada a obter determinada 
utilidade concreta de interesse para a Administração, englobando demolição, 
conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, 
adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou 
trabalhos técnicos-profissionais. 
Diferença: na obra há sempre um acréscimo ou modificação significativa do 
bem (prepondera o resultado final). No serviço, predomina a atividade, a 
execução, o facere. 
O art. 2º da Lei nº 14.133/21 estabelece os objetos mediatos da licitação: 
Art. 2º Esta Lei aplica-se a: 
I - alienação e concessão de direito real de 
uso de bens; 
II - compra, inclusive por encomenda; 
III – locação; 
IV - concessão e permissão de uso de 
bens públicos; 
V - prestação de serviços, inclusive os 
técnico-profissionais especializados; 
VI - obras e serviços de arquitetura e 
engenharia; 
VII - contratações de tecnologia da 
informação e de comunicação. 
 
- Definições: O art. 6º da Lei nº 14.133/21 é norma explicativa, ao trazer a 
conceituação/definição de diferentes termos, instrumentos e institutos 
trabalhados na Lei das Licitações. 
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-
se: 
(...) 
IV - Administração: órgão ou entidade por 
meio do qual a Administração Pública atua; 
(...) 
X - compra: aquisição remunerada de 
bens para fornecimento de uma só vez ou 
parceladamente, considerada imediata 
10 
 
aquela com prazo de entrega de até 30 
(trinta) dias da ordem de fornecimento; 
XI - serviço: atividade ou conjunto de 
atividades destinadas a obter 
determinada utilidade, intelectual ou 
material, de interesse da Administração; 
XII - obra: toda atividade estabelecida, por 
força de lei, como privativa das profissões 
de arquiteto e engenheiro que implica 
intervenção no meio ambiente por meio 
de um conjunto harmônico de ações que, 
agregadas, formam um todo que inova o 
espaço físico da natureza ou acarreta 
alteração substancial das características 
originais de bem imóvel; 
XIII - bens e serviços comuns: aqueles 
cujos padrões de desempenho e 
qualidade podem ser objetivamente 
definidos pelo edital, por meio de 
especificações usuais de mercado; 
XIV - bens e serviços especiais: aqueles 
que, por sua alta heterogeneidade ou 
complexidade, não podem ser descritos 
na forma do inciso XIII do caput deste 
artigo, exigida justificativa prévia do 
contratante; 
(...) 
 
PRINCÍPIOS 
Todos os princípios que regem o agir da administração pública são 
aplicáveis à licitação (por exemplo, legalidade, moralidade, impessoalidade, 
igualdade e publicidade - LIMPE), tendo alguns princípios que lhe são próprios 
e expressos. 
São exemplo, da aplicação do princípio da moralidade, as vedações 
contidas no art. 14 da Lei nº 14.133/21, quanto à disputa da licitação e/ou 
execução do contrato administrativo. Assim, o autor do anteprojeto, projeto 
básico ou do projeto executivo não poderão participar do procedimento 
licitatório, salvo nas contratações integradas. Também não pode participar da 
licitação a pessoa física ou jurídica que, nos 5 anos anteriores tenha sido 
11 
 
condenada judicialmente, com trânsito em julgado, por exploração de trabalho 
infantil, por submissão de trabalhadores a condições análogas às de escravo 
ou por contratação de adolescentes nos casos vedados pela legislação 
trabalhista. 
Vieram expressamente previstos no art. 5º da Lei nº 14.133/21 que, 
inclusive, determina a aplicação subsidiária da Lei de Introdução às Normas 
do Direito Brasileiro (LIND), em verdadeiro diálogo de fontes: 
 
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão 
observados os princípiosda legalidade, 
da impessoalidade, da moralidade, da 
publicidade, da eficiência, do interesse 
público, da probidade administrativa, da 
igualdade, do planejamento, da 
transparência, da eficácia, da 
segregação de funções, da motivação, 
da vinculação ao edital, do julgamento 
objetivo, da segurança jurídica, da 
razoabilidade, da competitividade, da 
proporcionalidade, da celeridade, da 
economicidade e do desenvolvimento 
nacional sustentável, assim como as 
disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 
de setembro de 1942 (Lei de Introdução 
às Normas do Direito Brasileiro). 
 
- Vinculação ao instrumento convocatório: Instrumento convocatório = 
edital, que é a lei que rege a licitação, nos termos do art. 25 da Lei nº 
14.133/21: 
Art. 25. O edital deverá conter o objeto 
da licitação e as regras relativas à 
convocação, ao julgamento, à 
habilitação, aos recursos e às 
penalidades da licitação, à fiscalização 
e à gestão do contrato, à entrega do 
objeto e às condições de pagamento. 
 
O administrador não pode exigir nem mais, e nem menos, do que o que está 
previsto no edital (por exemplo, se não exige uma determinada certidão no 
12 
 
edital, posteriormente não poderá inabilitar empresa pela ausência desta). É 
uma garantia do administrador e dos administrados, impondo que as regras 
traçadas para o procedimento sejam fielmente observadas por todos (princípio 
da inalterabilidade do edital). Evita-se a alteração de critérios de julgamento, 
além de dar certeza aos interessados do que pretende a Administração. 
- Julgamento objetivo: O edital tem de definir de forma clara e precisa 
qual será o critério de seleção/julgamento, nos termos do art. 33 da Lei nº 
14.133/21: 
 
Art. 33. O julgamento das propostas será 
realizado de acordo com os seguintes 
critérios: 
I - menor preço; 
II - maior desconto; 
III - melhor técnica ou conteúdo artístico; 
IV - técnica e preço; 
V - maior lance, no caso de leilão; 
VI - maior retorno econômico. 
 
Impõe que os critérios e fatores seletivos previstos no edital sejam 
adotados de forma inafastável para o julgamento. O licitante entra no 
procedimento já sabendo o que precisa fazer para ser vitorioso na licitação, não 
podendo alterar os critérios posteriormente, o ente público não pode levar em 
consideração circunstâncias estranhas ao edital. 
- Probidade Administrativa: Exige que o administrador atue com 
honestidade para com os licitantes e, sobretudo, para com a própria 
Administração, garantindo que sua atividade esteja, de fato, voltada para o 
interesse administrativo. 
Também existem outros princípios que regem as licitações e que estão 
espalhados ao longo da regulamentação: 
- Publicidade x Sigilo de proposta/orçamento: Os atos praticados no 
processo licitatório são públicos, ressalvadas as hipóteses de questões 
necessárias à segurança da sociedade e do Estado. Todavia, a publicidade 
poderá ser diferida/postergada, quanto ao: 
13 
 
a) conteúdo das propostas; 
b) orçamento prévio elaborado pela Administração Pública. 
As propostas são sigilosas até o momento de sua abertura em sessão 
pública. Os envelopes devem vir lacrados, ninguém (agente de contratação, 
comissão licitante e demais concorrentes) podendo conhecer do seu 
conteúdo. A fraude no sigilo caracteriza o crime do art. 337-J do Código Penal: 
Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta 
apresentada em processo licitatório ou 
proporcionar a terceiro o ensejo de 
devassá-lo: 
Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) 
anos, e multa. 
 
A modalidade do leilão é uma exceção legal ao sigilo, uma vez que as 
propostas são abertas. 
O sigilo do orçamento (usado para evitar a manipulação de resultados) não 
poderá ser oposto às entidades responsáveis pelo controle externo da 
Administração Pública, nos termos do art. 24, I, da Lei nº 14.133/21: 
Art. 24. Desde que justificado, o 
orçamento estimado da contratação 
poderá ter caráter sigiloso, sem prejuízo 
da divulgação do detalhamento dos 
quantitativos e das demais informações 
necessárias para a elaboração das 
propostas, e, nesse caso: 
I - o sigilo não prevalecerá para os 
órgãos de controle interno e externo. 
 
LICITAÇÃO INEXIGÍVEL, DISPENSADA E DISPENSÁVEL - 
CONTRATAÇÃO DIRETA 
A regra geral, conforme o art. 37, XXI, da CF/88 é a obrigatoriedade da 
licitação, porquanto norma que impõe o dever de licitar, mas também admite 
que o legislador excepcione algumas situações: 
 Art. 37. A administração pública direta e 
indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos 
14 
 
Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte: 
(...) 
XXI - ressalvados os casos 
especificados na legislação, as obras, 
serviços, compras e alienações serão 
contratados mediante processo de 
licitação pública que assegure igualdade 
de condições a todos os concorrentes, 
com cláusulas que estabeleçam 
obrigações de pagamento, mantidas as 
condições efetivas da proposta, nos 
termos da lei, o qual somente permitirá as 
exigências de qualificação técnica e 
econômica indispensáveis à garantia do 
cumprimento das obrigações. 
 
A licitação será obrigatória, nos termos do art. 2º da Lei nº 14.133/2, para: 
a) alienação e concessão de direito real de uso de bens; 
b) compra; 
c) locação; 
d) concessão e permissão de uso de bens públicos (a permissão deixa 
de ser ato unilateral); 
e) prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais 
especializados; 
f) obras e serviços de arquitetura e engenharia; 
g) contratações de tecnologia da informação e de comunicação. 
Todavia, excepcionalmente a licitação não vai acontecer, ocorrendo a 
contratação direta (por meio de um procedimento de justificação), nos casos 
de dispensa e inexigibilidade, nos termos do art. 72 da Lei nº 14.133/21. Caso 
haja contratação direta indevida, com dolo/fraude/erro grosseiro, tanto o 
contratado, como o contratante, são responsáveis, solidariamente, pelos 
danos causados: 
15 
 
 Art. 73. Na hipótese de contratação 
direta indevida ocorrida com dolo, fraude 
ou erro grosseiro, o contratado e o 
agente público responsável responderão 
solidariamente pelo dano causado ao 
erário, sem prejuízo de outras sanções 
legais cabíveis. 
 
- Dispensa: A dispensa acontece nas hipóteses em que a competição é 
possível faticamente, mas o legislador libera o dever de licitar, sendo um rol 
taxativo (princípio da legalidade). Pode ser: dispensada e dispensável. 
a) Dispensada: Rol do art. 76, I e II, da Lei nº 14.133/21, quando já está 
dispensada previamente pela legislação, não tendo o administrador 
liberdade para licitar. 
Art. 76. A alienação de bens da 
Administração Pública, subordinada à 
existência de interesse público 
devidamente justificado, será precedida 
de avaliação e obedecerá às seguintes 
normas: 
I - tratando-se de bens imóveis, inclusive 
os pertencentes às autarquias e às 
fundações, exigirá autorização 
legislativa e dependerá de licitação na 
modalidade leilão, dispensada a 
realização de licitação nos casos de: 
a) dação em pagamento; 
b) doação, permitida exclusivamente para 
outro órgão ou entidade da 
Administração Pública, de qualquer 
esfera de governo, ressalvado o disposto 
nas alíneas “f”, “g” e “h” deste inciso; 
c) permuta por outros imóveis que 
atendam aos requisitos relacionados às 
finalidades precípuas da Administração, 
desde que a diferença apurada não 
ultrapasse a metade do valor do imóvel 
que será ofertado pela União, segundo 
avaliação prévia, e ocorra a torna de 
valores, sempre que for o caso; 
d) investidura; 
16 
 
e) venda a outro órgão ou entidade da 
Administração Pública de qualquer 
esfera de governo; 
f) alienação gratuita ou onerosa, 
aforamento, concessão de direito real de 
uso, locação e permissão de uso de bens 
imóveis residenciais construídos, 
destinados ou efetivamente usados em 
programas de habitação ou de 
regularizaçãofundiária de interesse 
social desenvolvidos por órgão ou 
entidade da Administração Pública; 
g) alienação gratuita ou onerosa, 
aforamento, concessão de direito real de 
uso, locação e permissão de uso de bens 
imóveis comerciais de âmbito local, com 
área de até 250 m² (duzentos e cinquenta 
metros quadrados) e destinados a 
programas de regularização fundiária de 
interesse social desenvolvidos por órgão 
ou entidade da Administração Pública; 
h) alienação e concessão de direito real de 
uso, gratuita ou onerosa, de terras 
públicas rurais da União e do Instituto 
Nacional de Colonização e Reforma 
Agrária (Incra) onde incidam ocupações 
até o limite de que trata o § 1º do art. 6º da 
Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009, 
para fins de regularização fundiária, 
atendidos os requisitos legais; 
i) legitimação de posse de que trata o art. 
29 da Lei nº 6.383, de 7 de dezembro de 
1976, mediante iniciativa e deliberação 
dos órgãos da Administração Pública 
competentes; 
j) legitimação fundiária e legitimação de 
posse de que trata a Lei nº 13.465, de 11 
de julho de 2017; 
II - tratando-se de bens móveis, 
dependerá de licitação na modalidade 
leilão, dispensada a realização de 
licitação nos casos de: 
a) doação, permitida exclusivamente para 
fins e uso de interesse social, após 
avaliação de oportunidade e conveniência 
17 
 
socioeconômica em relação à escolha de 
outra forma de alienação; 
b) permuta, permitida exclusivamente 
entre órgãos ou entidades da 
Administração Pública; 
c) venda de ações, que poderão ser 
negociadas em bolsa, observada a 
legislação específica; 
d) venda de títulos, observada a legislação 
pertinente; 
e) venda de bens produzidos ou 
comercializados por entidades da 
Administração Pública, em virtude de 
suas finalidades; 
f) venda de materiais e equipamentos sem 
utilização previsível por quem deles 
dispõe para outros órgãos ou entidades 
da Administração Pública. 
§ 1º A alienação de bens imóveis da 
Administração Pública cuja aquisição 
tenha sido derivada de procedimentos 
judiciais ou de dação em pagamento 
dispensará autorização legislativa e 
exigirá apenas avaliação prévia e 
licitação na modalidade leilão. 
 
b) Dispensável: Rol do art. 75 da Lei nº 14.133/21, quando o administrador 
tem liberdade para escolher por licitar ou não, segundo quatro critérios: em 
razão do pequeno valor (foram aumentados na nova lei); em razão de 
situações excepcionais; em razão do objeto; em razão da pessoa. 
Art. 75. É dispensável a licitação: 
I - para contratação que envolva valores 
inferiores a R$ 100.000,00 (cem mil 
reais), no caso de obras e serviços de 
engenharia ou de serviços de 
manutenção de veículos automotores; 
II - para contratação que envolva valores 
inferiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil 
reais), no caso de outros serviços e 
compras; 
III - para contratação que mantenha todas 
as condições definidas em edital de 
18 
 
licitação realizada há menos de 1 (um) ano, 
quando se verificar que naquela licitação: 
a) não surgiram licitantes interessados 
ou não foram apresentadas propostas 
válidas; 
b) as propostas apresentadas 
consignaram preços manifestamente 
superiores aos praticados no mercado 
ou incompatíveis com os fixados pelos 
órgãos oficiais competentes; 
IV - para contratação que tenha por 
objeto: 
a) bens, componentes ou peças de 
origem nacional ou estrangeira 
necessários à manutenção de 
equipamentos, a serem adquiridos do 
fornecedor original desses equipamentos 
durante o período de garantia técnica, 
quando essa condição de exclusividade 
for indispensável para a vigência da 
garantia; 
b) bens, serviços, alienações ou obras, 
nos termos de acordo internacional 
específico aprovado pelo Congresso 
Nacional, quando as condições ofertadas 
forem manifestamente vantajosas para a 
Administração; 
c) produtos para pesquisa e 
desenvolvimento, limitada a contratação, 
no caso de obras e serviços de 
engenharia, ao valor de R$ 300.000,00 
(trezentos mil reais); 
d) transferência de tecnologia ou 
licenciamento de direito de uso ou de 
exploração de criação protegida, nas 
contratações realizadas por instituição 
científica, tecnológica e de inovação (ICT) 
pública ou por agência de fomento, desde 
que demonstrada vantagem para a 
Administração; 
e) hortifrutigranjeiros, pães e outros 
gêneros perecíveis, no período 
necessário para a realização dos 
processos licitatórios correspondentes, 
hipótese em que a contratação será 
19 
 
realizada diretamente com base no preço 
do dia; 
f) bens ou serviços produzidos ou 
prestados no País que envolvam, 
cumulativamente, alta complexidade 
tecnológica e defesa nacional; 
g) materiais de uso das Forças Armadas, 
com exceção de materiais de uso pessoal 
e administrativo, quando houver 
necessidade de manter a padronização 
requerida pela estrutura de apoio 
logístico dos meios navais, aéreos e 
terrestres, mediante autorização por ato 
do comandante da força militar; 
h) bens e serviços para atendimento dos 
contingentes militares das forças 
singulares brasileiras empregadas em 
operações de paz no exterior, hipótese 
em que a contratação deverá ser 
justificada quanto ao preço e à escolha do 
fornecedor ou executante e ratificada 
pelo comandante da força militar; 
i) abastecimento ou suprimento de 
efetivos militares em estada eventual de 
curta duração em portos, aeroportos ou 
localidades diferentes de suas sedes, por 
motivo de movimentação operacional ou 
de adestramento; 
j) coleta, processamento e 
comercialização de resíduos sólidos 
urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em 
áreas com sistema de coleta seletiva de 
lixo, realizados por associações ou 
cooperativas formadas exclusivamente 
de pessoas físicas de baixa renda 
reconhecidas pelo poder público como 
catadores de materiais recicláveis, com o 
uso de equipamentos compatíveis com as 
normas técnicas, ambientais e de saúde 
pública; 
k) aquisição ou restauração de obras de 
arte e objetos históricos, de autenticidade 
certificada, desde que inerente às 
finalidades do órgão ou com elas 
compatível; 
20 
 
l) serviços especializados ou aquisição 
ou locação de equipamentos 
destinados ao rastreamento e à 
obtenção de provas previstas 
nos incisos II e V do caput do art. 3º da 
Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013, 
quando houver necessidade justificada 
de manutenção de sigilo sobre a 
investigação; 
m) aquisição de medicamentos 
destinados exclusivamente ao 
tratamento de doenças raras definidas 
pelo Ministério da Saúde; 
V - para contratação com vistas ao 
cumprimento do disposto nos arts. 3º, 3º-
A, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de 
dezembro de 2004, observados os 
princípios gerais de contratação 
constantes da referida Lei; 
VI - para contratação que possa acarretar 
comprometimento da segurança nacional, 
nos casos estabelecidos pelo Ministro de 
Estado da Defesa, mediante demanda dos 
comandos das Forças Armadas ou dos 
demais ministérios; 
VII - nos casos de guerra, estado de 
defesa, estado de sítio, intervenção 
federal ou de grave perturbação da ordem; 
VIII - nos casos de emergência ou de 
calamidade pública, quando 
caracterizada urgência de atendimento 
de situação que possa ocasionar prejuízo 
ou comprometer a continuidade dos 
serviços públicos ou a segurança de 
pessoas, obras, serviços, equipamentos e 
outros bens, públicos ou particulares, e 
somente para aquisição dos bens 
necessários ao atendimento da 
situação emergencial ou calamitosa e 
para as parcelas de obras e serviços 
que possam ser concluídas no prazo 
máximo de 1 (um) ano, contado da data 
de ocorrência da emergência ou da 
calamidade, vedadas a prorrogação dos 
respectivos contratos e a recontratação 
21 
 
de empresa já contratada com base no 
disposto neste inciso; 
IX - para a aquisição, por pessoa jurídica 
de direito público interno, de bens 
produzidos ou serviços prestados por 
órgão ou entidade que integrem a 
Administração Pública e que tenham sido 
criados para esse fim específico, desde 
que o preçocontratado seja compatível 
com o praticado no mercado; 
X - quando a União tiver que intervir no 
domínio econômico para regular preços 
ou normalizar o abastecimento; 
XI - para celebração de contrato de 
programa com ente federativo ou com 
entidade de sua Administração Pública 
indireta que envolva prestação de 
serviços públicos de forma associada nos 
termos autorizados em contrato de 
consórcio público ou em convênio de 
cooperação; 
XII - para contratação em que houver 
transferência de tecnologia de produtos 
estratégicos para o Sistema Único de 
Saúde (SUS), conforme elencados em ato 
da direção nacional do SUS, inclusive por 
ocasião da aquisição desses produtos 
durante as etapas de absorção 
tecnológica, e em valores compatíveis 
com aqueles definidos no instrumento 
firmado para a transferência de 
tecnologia; 
XIII - para contratação de profissionais 
para compor a comissão de avaliação de 
critérios de técnica, quando se tratar de 
profissional técnico de notória 
especialização; 
XIV - para contratação de associação de 
pessoas com deficiência, sem fins 
lucrativos e de comprovada idoneidade, 
por órgão ou entidade da Administração 
Pública, para a prestação de serviços, 
desde que o preço contratado seja 
compatível com o praticado no mercado e 
os serviços contratados sejam prestados 
22 
 
exclusivamente por pessoas com 
deficiência; 
XV - para contratação de instituição 
brasileira que tenha por finalidade 
estatutária apoiar, captar e executar 
atividades de ensino, pesquisa, extensão, 
desenvolvimento institucional, científico e 
tecnológico e estímulo à inovação, 
inclusive para gerir administrativa e 
financeiramente essas atividades, ou para 
contratação de instituição dedicada à 
recuperação social da pessoa presa, 
desde que o contratado tenha 
inquestionável reputação ética e 
profissional e não tenha fins lucrativos; 
XVI - para aquisição, por pessoa jurídica 
de direito público interno, de insumos 
estratégicos para a saúde produzidos por 
fundação que, regimental ou 
estatutariamente, tenha por finalidade 
apoiar órgão da Administração Pública 
direta, sua autarquia ou fundação em 
projetos de ensino, pesquisa, extensão, 
desenvolvimento institucional, científico e 
tecnológico e de estímulo à inovação, 
inclusive na gestão administrativa e 
financeira necessária à execução desses 
projetos, ou em parcerias que envolvam 
transferência de tecnologia de produtos 
estratégicos para o SUS, nos termos do 
inciso XII do caput deste artigo, e que 
tenha sido criada para esse fim específico 
em data anterior à entrada em vigor desta 
Lei, desde que o preço contratado seja 
compatível com o praticado no mercado. 
(...) 
§ 2º Os valores referidos nos incisos I e II 
do caput deste artigo serão duplicados 
para compras, obras e serviços 
contratados por consórcio público ou 
por autarquia ou fundação qualificadas 
como agências executivas na forma da 
lei. 
(...) 
 
23 
 
- Inexigibilidade: Também é possível contratação direta em casos de 
inexigibilidade de licitação, que ocorre nos casos em que a competição é 
inviável, nos termos do art. 74 da Lei nº 14.133/21: 
Art. 74. É inexigível a licitação quando 
inviável a competição, em especial nos 
casos de: 
I - aquisição de materiais, de 
equipamentos ou de gêneros ou 
contratação de serviços que só possam 
ser fornecidos por produtor, empresa ou 
representante comercial exclusivos; 
II - contratação de profissional do setor 
artístico, diretamente ou por meio de 
empresário exclusivo, desde que 
consagrado pela crítica especializada ou 
pela opinião pública; 
III - contratação dos seguintes serviços 
técnicos especializados de natureza 
predominantemente intelectual com 
profissionais ou empresas de notória 
especialização, vedada a inexigibilidade 
para serviços de publicidade e 
divulgação: 
a) estudos técnicos, planejamentos, 
projetos básicos ou projetos executivos; 
b) pareceres, perícias e avaliações em 
geral; 
c) assessorias ou consultorias técnicas e 
auditorias financeiras ou tributárias; 
d) fiscalização, supervisão ou 
gerenciamento de obras ou serviços; 
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais 
ou administrativas; 
f) treinamento e aperfeiçoamento de 
pessoal; 
g) restauração de obras de arte e de bens 
de valor histórico; 
h) controles de qualidade e tecnológico, 
análises, testes e ensaios de campo e 
laboratoriais, instrumentação e 
monitoramento de parâmetros 
específicos de obras e do meio ambiente 
e demais serviços de engenharia que se 
enquadrem no disposto neste inciso; 
24 
 
IV - objetos que devam ou possam ser 
contratados por meio de 
credenciamento; 
V - aquisição ou locação de imóvel cujas 
características de instalações e de 
localização tornem necessária sua 
escolha. 
§ 1º Para fins do disposto no inciso I 
do caput deste artigo, a Administração 
deverá demonstrar a inviabilidade de 
competição mediante atestado de 
exclusividade, contrato de exclusividade, 
declaração do fabricante ou outro 
documento idôneo capaz de comprovar 
que o objeto é fornecido ou prestado por 
produtor, empresa ou representante 
comercial exclusivos, vedada a 
preferência por marca específica. 
§ 2º Para fins do disposto no inciso II 
do caput deste artigo, considera-se 
empresário exclusivo a pessoa física ou 
jurídica que possua contrato, 
declaração, carta ou outro documento 
que ateste a exclusividade permanente 
e contínua de representação, no País ou 
em Estado específico, do profissional do 
setor artístico, afastada a possibilidade de 
contratação direta por inexigibilidade por 
meio de empresário com representação 
restrita a evento ou local específico. 
§ 3º Para fins do disposto no inciso III 
do caput deste artigo, considera-se de 
notória especialização o profissional ou 
a empresa cujo conceito no campo de 
sua especialidade, decorrente de 
desempenho anterior, estudos, 
experiência, publicações, organização, 
aparelhamento, equipe técnica ou outros 
requisitos relacionados com suas 
atividades, permita inferir que o seu 
trabalho é essencial e 
reconhecidamente adequado à plena 
satisfação do objeto do contrato. 
§ 4º Nas contratações com fundamento 
no inciso III do caput deste artigo, é 
25 
 
vedada a subcontratação de empresas 
ou a atuação de profissionais distintos 
daqueles que tenham justificado a 
inexigibilidade. 
§ 5º Nas contratações com fundamento 
no inciso V do caput deste artigo, devem 
ser observados os seguintes requisitos: 
I - avaliação prévia do bem, do seu 
estado de conservação, dos custos de 
adaptações, quando imprescindíveis às 
necessidades de utilização, e do prazo de 
amortização dos investimentos; 
II - certificação da inexistência de 
imóveis públicos vagos e disponíveis 
que atendam ao objeto; 
III - justificativas que demonstrem a 
singularidade do imóvel a ser comprado 
ou locado pela Administração e que 
evidenciem vantagem para ela. 
 
 
 O rol é meramente exemplificativo, uma vez que, no caso concreto, se 
podem verificar outras situações em que a competição é inviável. 
A competição é viável quando atende 3 requisitos, se faltar qualquer um 
dos elementos, a competição é inviável. 
a) Pressuposto lógico: consistente na pluralidade de objetos e 
ofertantes, sem o que se torna inviável a competitividade inerente ao 
procedimento licitatório. Ausente o pressuposto lógico, deve haver 
contratação direta por inexigibilidade de licitação. Exemplo: aquisição de 
materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por 
produtor exclusivo (art. 74, I, da Lei nº 14.133/21). Também não existe nos casos 
de serviço/objeto singular. O objeto pode ser singular em caráter absoluto 
(somente um foi fabricado), porque participou de um evento externo/especial 
(por exemplo, a bola usada na final da Copa do Mundo), ou em razão do seu 
caráter pessoal (por exemplo, pinturas e esculturas). Já o serviço, para ser 
singular, precisa estar previsto na lista do art. 74, III da Lei nº 14.133/21, bem 
como necessária a notória especialização(o mercado reconhece que o serviço 
26 
 
é diferenciado) e a administração tem de precisar deste diferencial (notória 
especialização como condição relevante). Pela nova legislação foram 
ampliadas as oportunidades de contratação direta quando comprovada a 
notória especialização. 
b) Pressuposto jurídico: caracteriza-se pela conveniência e 
oportunidade na realização do procedimento licitatório. Há casos em que a 
instauração da licitação não atende ao interesse público, facultando à 
Administração promover a contratação direta. A falta do pressuposto jurídico 
pode caracterizar hipótese de inexigibilidade ou de dispensa de licitação. 
c) Pressuposto fático: é a exigência de comparecimento de interessados 
em participar da licitação. A ausência do pressuposto fático implica a 
autorização para contratação direta por dispensa de licitação embasada na 
denominada licitação deserta (art. 75, III, da Lei nº 14.133/21). 
Licitação deserta = quando não aparece ninguém para participar do 
certame, sendo possível contratar diretamente, pois fazer nova licitação vai 
causar prejuízos à administração, contratando nas mesmas condições 
anteriores previstas no edital. 
Licitação fracassada = quando os licitantes aparecem, mas não cumprem 
com os requisitos do edital. Pode ser fracassada por não preencherem os 
requisitos da habilitação, e neste caso não há dispensa em licitar, ou porque 
todos são desclassificados, sendo que nessa circunstância é possível a 
contratação direta. 
A falta do pressuposto fático pode caracterizar hipótese de inexigibilidade 
ou de dispensa de licitação. 
- Contratação Direta: A regra é licitar e excepcionalmente pode haver 
contratação direta, que deve ser fundamentada/justificada, através de um 
processo de justificação, nos termos do art. 72 da Lei nº 14.133/21: 
Art. 72. O processo de contratação 
direta, que compreende os casos de 
inexigibilidade e de dispensa de licitação, 
deverá ser instruído com os seguintes 
documentos: 
27 
 
I - documento de formalização de 
demanda e, se for o caso, estudo técnico 
preliminar, análise de riscos, termo de 
referência, projeto básico ou projeto 
executivo; 
II - estimativa de despesa, que deverá ser 
calculada na forma estabelecida no art. 
23 desta Lei; 
III - parecer jurídico e pareceres 
técnicos, se for o caso, que demonstrem 
o atendimento dos requisitos exigidos; 
IV - demonstração da compatibilidade da 
previsão de recursos orçamentários 
com o compromisso a ser assumido; 
V - comprovação de que o contratado 
preenche os requisitos de habilitação e 
qualificação mínima necessária; 
VI - razão da escolha do contratado; 
VII - justificativa de preço; 
VIII - autorização da autoridade 
competente. 
Parágrafo único. O ato que autoriza a 
contratação direta ou o extrato 
decorrente do contrato deverá ser 
divulgado e mantido à disposição do 
público em sítio eletrônico oficial. 
 
28 
 
 
 
OBRAS PÚBLICAS 
Contratos de obras são aqueles em que o objeto pactuado consiste em 
construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de determinado 
bem público, com foco no resultado final, havendo sempre um acréscimo ou 
modificação significativa do bem. 
Os contratos de obra podem ter, principalmente, dois regimes de execução: 
a) regime de empreitada: a Administração atribui a execução da obra por 
conta e risco do contratado, mediante remuneração previamente ajustada. 
O pagamento pode ser realizado por preço global ou preço unitário, admitida 
também a empreitada integral; 
b) regime de tarefa: consistente na execução de obras de pequeno porte 
com pagamento periódico, após verificação do fiscal do órgão contratante. 
O art. 46 da Lei nº 14.133/21 admite os seguintes regimes: 
Art. 46. Na execução indireta de obras e 
serviços de engenharia, são admitidos os 
seguintes regimes: 
I - empreitada por preço unitário; 
II - empreitada por preço global; 
III - empreitada integral; 
IV - contratação por tarefa; 
V - contratação integrada; 
VI - contratação semi-integrada; 
VII - fornecimento e prestação de serviço 
associado. 
 
Nas licitações de obras e serviços públicos se observa a seguinte 
sequência de atos: 1) Projeto básico; 2) Projeto executivo; e 3) Execução de 
obras e serviços. 
 
 
29 
 
CONTRATOS DE COMPRA/AQUISIÇÃO/FORNECIMENTO 
São aqueles que se destinam à aquisição remunerada de bens móveis 
necessários à consecução dos serviços administrativos. 
Como requisitos, tem-se que o administrador deve, antes de celebrar estes 
contratos: caracterizar o objeto das compras e especificar os recursos 
financeiros para o pagamento dos fornecedores, bem como realizar a 
padronização dos bens, realizar o registro de preços (necessário para a 
obtenção de certa uniformidade e regularidade na aquisição dos bens), 
submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhante às do 
setor privado, subdividir a compra em tantas parcelas quanto necessárias 
para aproveitar as peculiaridades do mercado e balizar-se pelos preços 
praticados no âmbito da Administração Pública, nos termos do art. 40 do 
Estatuto: 
Art. 40. O planejamento de compras 
deverá considerar a expectativa de 
consumo anual e observar o seguinte: 
I - condições de aquisição e pagamento 
semelhantes às do setor privado; 
II - processamento por meio de sistema 
de registro de preços, quando pertinente; 
III - determinação de unidades e 
quantidades a serem adquiridas em 
função de consumo e utilização prováveis, 
cuja estimativa será obtida, sempre que 
possível, mediante adequadas técnicas 
quantitativas, admitido o fornecimento 
contínuo; 
IV - condições de guarda e 
armazenamento que não permitam a 
deterioração do material; 
V - atendimento aos princípios: 
a) da padronização, considerada a 
compatibilidade de especificações 
estéticas, técnicas ou de desempenho; 
b) do parcelamento, quando for 
tecnicamente viável e economicamente 
vantajoso; 
30 
 
c) da responsabilidade fiscal, mediante a 
comparação da despesa estimada com a 
prevista no orçamento. 
 
Também, essencial que o planejamento das compras considere a 
expectativa de consumo anual. Quanto à padronização, a Administração 
poderá, excepcionalmente, indicar uma ou mais marcas/modelos, desde que 
formalmente justificado e nas hipóteses legais do art. 41, I, da Lei nº 14.133/21: 
Art. 41. No caso de licitação que envolva o 
fornecimento de bens, a Administração 
poderá excepcionalmente: 
I - indicar uma ou mais marcas ou 
modelos, desde que formalmente 
justificado, nas seguintes hipóteses: 
a) em decorrência da necessidade de 
padronização do objeto; 
b) em decorrência da necessidade de 
manter a compatibilidade com 
plataformas e padrões já adotados pela 
Administração; 
c) quando determinada marca ou 
modelo comercializados por mais de um 
fornecedor forem os únicos capazes de 
atender às necessidades do 
contratante; 
d) quando a descrição do objeto a ser 
licitado puder ser mais bem 
compreendida pela identificação de 
determinada marca ou determinado 
modelo aptos a servir apenas como 
referência; 
 
Os contratos de fornecimento/compras podem ocorrer de 3 formas: 
a) fornecimento integral: em que a entrega é realizada de uma só vez; 
b) fornecimento parcelado: a entrega fracionada obedece a uma 
programação prévia. 
c) fornecimento contínuo: a entrega é sucessiva e se estende no tempo. 
 
 
31 
 
CONTRATOS DE SERVIÇOS EM GERAL 
São aqueles que se destinam a obter determinada utilidade concreta de 
interesse para a Administração, englobando demolição, conserto, instalação, 
montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, 
transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnicos-
profissionais. 
Devem atender aos princípios de padronização e parcelamento, com 
vistas a ampliar a competição e evitar a concentração de mercado (art. 47 
da Lei nº 14.133/21). 
 
 
ALIENAÇÕES ADMINISTRATIVAS 
As alienações da Administração Pública são perpetradas por contratosprivados (compra e venda, doação, permuta, dação em pagamento), exigindo-
se apenas a observância de alguns requisitos especiais a serem cumpridos 
pela Administração. 
Bens móveis: existência de interesse público devidamente justificado, a 
avaliação prévia e licitação na modalidade leilão. 
Bens imóveis: existência de interesse público devidamente justificado, a 
avaliação prévia, autorização legislativa para órgãos da administração direta 
e entidades autárquicas e fundacionais e licitação na modalidade leilão. 
 
INSTRUMENTOS AUXILIARES DO PROCEDIMENTO 
LICITATÓRIO 
Umas das maiores inovações da Lei nº 14.133/2021 são os procedimentos 
auxiliares, que congregam diversos procedimentos administrativos autônomos. 
Esses instrumentos não tem vínculo com uma licitação específica e, por isso, 
podem ter seus resultados aproveitados em um número indeterminado de 
contratações, favorecendo a padronização, a economicidade e a 
racionalização da atividade administrativa. 
32 
 
Estão previstos no rol do art. 78 da Lei nº 14.133/21: 
Art. 78. São procedimentos auxiliares das 
licitações e das contratações regidas por 
esta Lei: 
I - credenciamento; 
II - pré-qualificação; 
III - procedimento de manifestação de 
interesse; 
IV - sistema de registro de preços; 
V - registro cadastral. 
 
- Credenciamento: Envolve uma espécie de cadastro de prestadores de 
serviço ou fornecedores. A doutrina aponta como uma espécie de 
inexigibilidade de licitação, porque a inviabilidade de competição configura-se 
pelo fato de a Administração dispor-se a contratar todos os que tiverem 
interesse e que satisfaçam as condições por ela estabelecidas. 
O cadastro para credenciamento fica permanentemente aberto a futuros 
interessados, sendo possível estabelecer certos limites temporais para as 
contratações concretas, que podem ocorrer nas hipóteses do art. 79 da Lei nº 
14.133/21: 
Art. 79. O credenciamento poderá ser 
usado nas seguintes hipóteses de 
contratação: 
I - paralela e não excludente: caso em 
que é viável e vantajosa para a 
Administração a realização de 
contratações simultâneas em 
condições padronizadas; 
II - com seleção a critério de terceiros: 
caso em que a seleção do contratado 
está a cargo do beneficiário direto da 
prestação; 
III - em mercados fluidos: caso em que a 
flutuação constante do valor da 
prestação e das condições de 
contratação inviabiliza a seleção de 
agente por meio de processo de 
licitação. 
 
33 
 
- Pré-qualificação: É um procedimento técnico-administrativo para 
selecionar, de forma prévia, licitantes habilitados para participarem de 
futuras licitações ou bens que atendam a exigências técnicas ou de 
qualidade (art. 80 da Lei nº 14.133/21), ficando permanentemente aberto para 
inscrição de interessados, tendo validade pelo prazo máximo de um ano (sem 
prorrogações) e não superior ao prazo de validade dos documentos 
apresentados pelos interessados. A licitação que siga o procedimento da pré-
qualificação pode ser restrita a bens/licitantes pré-qualificados. 
- Procedimento de manifestação de interesse: Usado nos casos em que a 
Administração Pública busca realizar 
estudos/investigações/levantamentos/projetos de soluções inovadoras 
que contribuam com questões de relevância pública (art. 81 da Lei nº 
14.133/21). Nessas situações, é publicado um edital de chamamento público, 
aberto à manifestação, de interesse, para que a iniciativa privada apresente as 
soluções pretendidas. Por ser um instrumento auxiliar, não atribui ao realizador 
do projeto o direito de preferência no eventual e futuro processo licitatório; não 
obriga o poder público a licitar; não implica em ressarcimento dos valores 
envolvidos na elaboração; e a remuneração do estudo será feita, futuramente, 
pelo vencedor da licitação, vedada a cobrança de valores do poder público. 
- Registro de preços: É um instrumento auxiliar ao procedimento licitatório 
e está previsto a partir do art. 82 da Lei nº 14.133/21, sendo destinado para as 
compras rotineiras de bens padronizados pela Administração Pública. Como o 
ente público vai necessitar realizar determinadas compras várias vezes, ele 
abre a licitação para que o vencedor tenha seu preço “registrado” (pelo período 
de um ano, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período - prazo de 
validade). Futuramente, necessitando do bem, basta a Administração Pública 
realizar a contratação com aquele que teve o preço registrado. O critério de 
julgamento da licitação será o de menor preço ou maior desconto. 
Todavia, o registro dos preços não obriga a Administração a contratar, 
apenas assegura a preferência em igualdade de condições. 
34 
 
Uma novidade trazida pela Lei nº 14.133/21 é a possibilidade da adoção do 
sistema do registro de preços para a contratação de bens e serviços, inclusive 
de obras e serviços de engenharia (art. 82, parágrafo 5º, da Lei nº. 14.133/21), 
nos casos do art. 85 do Estatuto: 
Art. 85. A Administração poderá contratar 
a execução de obras e serviços de 
engenharia pelo sistema de registro de 
preços, desde que atendidos os 
seguintes requisitos: 
I - existência de projeto padronizado, 
sem complexidade técnica e 
operacional; 
II - necessidade permanente ou 
frequente de obra ou serviço a ser 
contratado. 
 
Outra possibilidade interessante é a chamada “licitação carona” ou “adesão 
à ata”. A própria lei possibilita que outros órgãos ou entidades participem da 
ata de registro de preços realizada por determinado ente da Administração 
Pública, nos termos do art. 86 da Lei nº 14.133/21: 
 
Art. 86. O órgão ou entidade gerenciadora 
deverá, na fase preparatória do processo 
licitatório, para fins de registro de preços, 
realizar procedimento público de intenção 
de registro de preços para, nos termos de 
regulamento, possibilitar, pelo prazo 
mínimo de 8 (oito) dias úteis, a 
participação de outros órgãos ou 
entidades na respectiva ata e determinar 
a estimativa total de quantidades da 
contratação. 
§ 1º O procedimento previsto 
no caput deste artigo será dispensável 
quando o órgão ou entidade gerenciadora 
for o único contratante. 
§ 2º Se não participarem do 
procedimento previsto no caput deste 
artigo, os órgãos e entidades poderão 
aderir à ata de registro de preços na 
35 
 
condição de não participantes, 
observados os seguintes requisitos: 
I - apresentação de justificativa da 
vantagem da adesão, inclusive em 
situações de provável desabastecimento 
ou descontinuidade de serviço público; 
II - demonstração de que os valores 
registrados estão compatíveis com os 
valores praticados pelo mercado na forma 
do art. 23 desta Lei; 
III - prévias consulta e aceitação do órgão 
ou entidade gerenciadora e do fornecedor. 
§ 3º A faculdade conferida pelo § 2º deste 
artigo estará limitada a órgãos e 
entidades da Administração Pública 
federal, estadual, distrital e municipal que, 
na condição de não participantes, 
desejarem aderir à ata de registro de 
preços de órgão ou entidade 
gerenciadora federal, estadual ou distrital. 
§ 4º As aquisições ou as contratações 
adicionais a que se refere o § 2º deste 
artigo não poderão exceder, por órgão 
ou entidade, a 50% (cinquenta por cento) 
dos quantitativos dos itens do 
instrumento convocatório registrados 
na ata de registro de preços para o 
órgão gerenciador e para os órgãos 
participantes. 
§ 5º O quantitativo decorrente das 
adesões à ata de registro de preços a 
que se refere o § 2º deste artigo não 
poderá exceder, na totalidade, ao dobro 
do quantitativo de cada item registrado 
na ata de registro de preços para o 
órgão gerenciador e órgãos 
participantes, independentemente do 
número de órgãos não participantes que 
aderirem. 
§ 6º A adesão à ata de registro de preços 
de órgão ou entidade gerenciadora do 
Poder Executivo federal por órgãos e 
entidades da Administração Pública 
estadual, distrital e municipal poderá ser 
exigida para fins de transferências 
36 
 
voluntárias, não ficandosujeita ao limite 
de que trata o § 5º deste artigo se 
destinada à execução descentralizada de 
programa ou projeto federal e 
comprovada a compatibilidade dos 
preços registrados com os valores 
praticados no mercado na forma do art. 
23 desta Lei. 
§ 7º Para aquisição emergencial de 
medicamentos e material de consumo 
médico-hospitalar por órgãos e entidades 
da Administração Pública federal, 
estadual, distrital e municipal, a adesão à 
ata de registro de preços gerenciada pelo 
Ministério da Saúde não estará sujeita ao 
limite de que trata o § 5º deste artigo. 
§ 8º Será vedada aos órgãos e entidades 
da Administração Pública federal a 
adesão à ata de registro de preços 
gerenciada por órgão ou entidade 
estadual, distrital ou municipal. 
 
Todavia, essa adesão à ata de registro de preços sofre algumas limitações 
como: o ente que adere não pode postular a aquisição de mais de 50% dos 
quantitativos inicialmente registrados; a soma de todos os quantitativos 
(considerando o ente responsável pela realização do registro e mais aqueles 
que vierem a aderir à ata) não pode exceder ao dobro dos quantitativos 
previstos no instrumento convocatório; os entes da Administração Pública 
federal não podem aderir a registro de preços realizados por entes 
estaduais/distritais/municipais; e o órgão gerenciador e a empresa devem 
concordar. 
- Registro cadastral: É figura que já existia na Lei nº 8.666/93, como 
instrumento a ser mantido por órgãos e entidades da Administração Pública 
que realizassem frequentemente licitações, para efeito de habilitação. A 
inovação trazida pela Lei nº 14.133/21 é no sentido de prever um registro 
cadastral unificado, qual seja, o Portal Nacional de Contratações Públicas, 
aberto permanentemente aos interessados e amplamente divulgado, com 
37 
 
a previsão de, ao menos uma vez ao ano, serem atualizados os registros 
existentes (art. 87 da Nova Lei de Licitações). 
A legislação prevê a possibilidade de que a Administração realize licitação 
restrita aos fornecedores cadastrados. Todavia, o fornecedor não cadastrado 
poderá realizar o seu registro dentro do prazo para a apresentação das 
propostas (e assim participar da licitação), sendo que a eventual celebração do 
contrato fica condicionada à emissão do certificado. 
 
 
38 
 
MODALIDADES DE LICITAÇÃO 
Licitação é gênero, tendo diferentes modalidades/espécies. A previsão 
legal está no art. 28 da Lei nº 14.133/21 (complementada pelas definições do 
art. 6º, XXXVIII, XXXIX, XL, XLI e XLIII, do mesmo diploma legal): 
Art. 28. São modalidades de licitação: 
I - pregão; 
II - concorrência; 
III - concurso; 
IV - leilão; 
V - diálogo competitivo. 
§ 1º Além das modalidades referidas 
no caput deste artigo, a Administração 
pode servir-se dos procedimentos 
auxiliares previstos no art. 78 desta Lei. 
§ 2º É vedada a criação de outras 
modalidades de licitação ou, ainda, a 
combinação daquelas referidas 
no caput deste artigo. 
 
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-
se: 
(...) 
XXXVIII - concorrência: modalidade de 
licitação para contratação de bens e 
serviços especiais e de obras e serviços 
comuns e especiais de engenharia, cujo 
critério de julgamento poderá ser: 
a) menor preço; 
b) melhor técnica ou conteúdo artístico; 
c) técnica e preço; 
d) maior retorno econômico; 
e) maior desconto; 
XXXIX - concurso: modalidade de 
licitação para escolha de trabalho 
técnico, científico ou artístico, cujo 
critério de julgamento será o de melhor 
técnica ou conteúdo artístico, e para 
concessão de prêmio ou remuneração ao 
vencedor; 
XL - leilão: modalidade de licitação para 
alienação de bens imóveis ou de bens 
móveis inservíveis ou legalmente 
39 
 
apreendidos a quem oferecer o maior 
lance; 
XLI - pregão: modalidade de licitação 
obrigatória para aquisição de bens e 
serviços comuns, cujo critério de 
julgamento poderá ser o de menor preço 
ou o de maior desconto; 
XLII - diálogo competitivo: modalidade 
de licitação para contratação de obras, 
serviços e compras em que a 
Administração Pública realiza diálogos 
com licitantes previamente 
selecionados mediante critérios 
objetivos, com o intuito de desenvolver 
uma ou mais alternativas capazes de 
atender às suas necessidades, devendo 
os licitantes apresentar proposta final 
após o encerramento dos diálogos; 
 
A Lei nº 8.666/93 utilizava dois parâmetros para se escolher qual a 
modalidade será utilizada: valor ou qualidade/características do objeto. Já 
a nova legislação define a modalidade a ser adotada de acordo com o objeto a 
ser licitado. 
1) Pregão: Inserido, incialmente, pela Lei nº 10.520/02, passa a ser regulado 
na Lei nº 14.133/21, tratando-se de modalidade de licitação para aquisição de 
bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação, 
efetivando-se a disputa por meio de propostas e lances em sessão pública. 
A doutrina entende que bem comum é aquele padronizado. 
Pode ser realizado de forma presencial ou eletrônico (Decreto nº 5.450/05). 
É feito pelo pregoeiro (responsável) – art. 8º, § 5º, da Lei nº 14.133/21 -, que é 
assistido por uma equipe de apoio. 
O pregão é adotado: 
a) sempre que o objeto possuir padrões de desempenho e qualidade que 
possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de 
especificações usuais de mercado. 
Mas não se aplica: 
40 
 
a) contratações de serviços técnicos especializados de natureza 
predominantemente intelectual; 
b) obras e serviços de engenharia. 
2) Concorrência: Conforme o artigo 6º, XXXVIII, da Lei de Licitação e 
Contratação, é a modalidade de licitação para contratação de bens e 
serviços especiais e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia, 
cujo critério de julgamento poderá ser: a) menor preço; b) melhor técnica ou 
conteúdo artístico; c) técnica e preço; d) maior retorno econômico; e e) maior 
desconto. A concorrência é a modalidade geral e mais complexa/rigorosa no 
âmbito da Lei nº 14.133/21. 
3) Concurso: É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para 
escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição 
de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios de melhor 
técnica ou conteúdo artístico. 
As regras do concurso estão previstas em regulamento próprio (um 
regulamento para cada concurso). O concurso exaure-se com a escolha do 
melhor trabalho e com a instituição ao vencedor do prêmio ou com o 
pagamento da remuneração previstos no edital. 
4) Leilão: É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a 
venda de bens móveis inservíveis para Administração ou de produtos 
legalmente apreendidos, ou para a alienação de bens imóveis, a quem 
oferecer o maior lance. 
Tanto pode ser realizado para a alienação de bens móveis, incluindo-se 
também os semoventes, como igualmente para a alienação de bens imóveis. 
Diferencia-se das demais modalidades licitatórias por não exigir registro 
cadastral prévio e não ter fase de habilitação. 
No leilão, os lances costumam ser verbais e sucessivos, vencendo o 
licitante que oferecer o maior deles. 
O responsável pelo leilão é o leiloeiro, que pode ser servidor designado para 
esta função, nos termos do art. 31 da Lei nº 14.133/21: 
41 
 
Art. 31. O leilão poderá ser cometido a 
leiloeiro oficial ou a servidor designado 
pela autoridade competente da 
Administração, e regulamento deverá 
dispor sobre seus procedimentos 
operacionais. 
§ 1º Se optar pela realização de leilão por 
intermédio de leiloeiro oficial, a 
Administração deverá selecioná-lo 
mediante credenciamento ou licitação na 
modalidade pregão e adotar o critério de 
julgamento de maior desconto para as 
comissões a serem cobradas, utilizados 
como parâmetro máximo os percentuais 
definidos na lei que regula a referida 
profissão e observados os valores dos 
bens a serem leiloados. 
§ 2º O leilão será precedido da divulgação 
do edital em sítio eletrônico oficial, que 
conterá: 
I - a descriçãodo bem, com suas 
características, e, no caso de imóvel, sua 
situação e suas divisas, com remissão à 
matrícula e aos registros; 
II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o 
preço mínimo pelo qual poderá ser 
alienado, as condições de pagamento e, 
se for o caso, a comissão do leiloeiro 
designado; 
III - a indicação do lugar onde estiverem os 
móveis, os veículos e os semoventes; 
IV - o sítio da internet e o período em que 
ocorrerá o leilão, salvo se 
excepcionalmente for realizado sob a 
forma presencial por comprovada 
inviabilidade técnica ou desvantagem 
para a Administração, hipótese em que 
serão indicados o local, o dia e a hora de 
sua realização; 
V - a especificação de eventuais ônus, 
gravames ou pendências existentes 
sobre os bens a serem leiloados. 
§ 3º Além da divulgação no sítio eletrônico 
oficial, o edital do leilão será afixado em 
local de ampla circulação de pessoas na 
42 
 
sede da Administração e poderá, ainda, 
ser divulgado por outros meios 
necessários para ampliar a publicidade e 
a competitividade da licitação. 
§ 4º O leilão não exigirá registro 
cadastral prévio, não terá fase de 
habilitação e deverá ser homologado 
assim que concluída a fase de lances, 
superada a fase recursal e efetivado o 
pagamento pelo licitante vencedor, na 
forma definida no edital. 
 
5) Diálogo competitivo: É a grande inovação da Lei nº. 14.133/21 no 
tocante às modalidades de licitação, buscando garantir uma maior celeridade 
nas contratações públicas, bem como inovações tecnológicas para os 
serviços a serem executados pelo Estado. 
É modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras 
em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente 
selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma 
ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os 
licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos. 
Trata-se de uma modalidade que viabiliza o diálogo entre a Administração 
Pública e os particulares, usada quando o poder público tem um problema e 
precisa que a solução seja trazida por particulares, sendo restrita aos casos do 
art. 32 da Lei nº 14.133/21: 
Art. 32. A modalidade diálogo 
competitivo é restrita a contratações 
em que a Administração: 
I - vise a contratar objeto que envolva as 
seguintes condições: 
a) inovação tecnológica ou técnica; 
b) impossibilidade de o órgão ou 
entidade ter sua necessidade satisfeita 
sem a adaptação de soluções 
disponíveis no mercado; e 
c) impossibilidade de as especificações 
técnicas serem definidas com precisão 
suficiente pela Administração; 
43 
 
II - verifique a necessidade de definir e 
identificar os meios e as alternativas 
que possam satisfazer suas 
necessidades, com destaque para os 
seguintes aspectos: 
a) a solução técnica mais adequada; 
b) os requisitos técnicos aptos a 
concretizar a solução já definida; 
c) a estrutura jurídica ou financeira do 
contrato; 
(...) 
§ 1º Na modalidade diálogo competitivo, 
serão observadas as seguintes 
disposições: 
I - a Administração apresentará, por 
ocasião da divulgação do edital em sítio 
eletrônico oficial, suas necessidades e 
as exigências já definidas e 
estabelecerá prazo mínimo de 25 (vinte 
e cinco) dias úteis para manifestação de 
interesse na participação da licitação; 
II - os critérios empregados para pré-
seleção dos licitantes deverão ser 
previstos em edital, e serão admitidos 
todos os interessados que preencherem 
os requisitos objetivos estabelecidos; 
III - a divulgação de informações de modo 
discriminatório que possa implicar 
vantagem para algum licitante será 
vedada; 
IV - a Administração não poderá revelar 
a outros licitantes as soluções 
propostas ou as informações sigilosas 
comunicadas por um licitante sem o seu 
consentimento; 
V - a fase de diálogo poderá ser mantida 
até que a Administração, em decisão 
fundamentada, identifique a solução ou as 
soluções que atendam às suas 
necessidades; 
VI - as reuniões com os licitantes pré-
selecionados serão registradas em ata e 
gravadas mediante utilização de recursos 
tecnológicos de áudio e vídeo; 
44 
 
VII - o edital poderá prever a realização de 
fases sucessivas, caso em que cada fase 
poderá restringir as soluções ou as 
propostas a serem discutidas; 
VIII - a Administração deverá, ao declarar 
que o diálogo foi concluído, juntar aos 
autos do processo licitatório os registros 
e as gravações da fase de diálogo, iniciar 
a fase competitiva com a divulgação de 
edital contendo a especificação da 
solução que atenda às suas 
necessidades e os critérios objetivos a 
serem utilizados para seleção da 
proposta mais vantajosa e abrir prazo, 
não inferior a 60 (sessenta) dias úteis, 
para todos os licitantes pré-
selecionados na forma do inciso II deste 
parágrafo apresentarem suas propostas, 
que deverão conter os elementos 
necessários para a realização do projeto; 
IX - a Administração poderá solicitar 
esclarecimentos ou ajustes às propostas 
apresentadas, desde que não impliquem 
discriminação nem distorçam a 
concorrência entre as propostas; 
X - a Administração definirá a proposta 
vencedora de acordo com critérios 
divulgados no início da fase competitiva, 
assegurada a contratação mais vantajosa 
como resultado; 
XI - o diálogo competitivo será 
conduzido por comissão de contratação 
composta de pelo menos 3 (três) 
servidores efetivos ou empregados 
públicos pertencentes aos quadros 
permanentes da Administração, admitida 
a contratação de profissionais para 
assessoramento técnico da comissão; 
(...) 
 
O problema será indicado no edital do certame para que os interessados 
apresentem propostas de soluções, sendo a inovação tecnológica trazida 
pelos particulares. 
45 
 
A primeira fase (fase de diálogo) envolve a apresentação de propostas de 
soluções pelos licitantes interessados (não havendo, ainda, a apresentação de 
propostas de preço), no prazo de 25 dias úteis (art. 32, parágrafo 1º, I, da Lei nº 
14.133/21). Após a escolha da melhor solução, inicia-se a fase competitiva. 
Durante a fase de diálogo, a Administração não poderá revelar a outros 
licitantes as soluções propostas ou as informações sigilosas (art. 32, parágrafo 
1º, IV, da Lei nº 14.133/21). 
A empresa que apresenta a solução vencedora não necessariamente será 
a contratada, não havendo preferência na fase de competição. 
Depois de especificada a solução, a Administração Pública define os 
critérios para a seleção das propostas, reabrindo o prazo de 60 dias úteis para 
que todas as interessadas tragam as propostas de preço, seguindo com as 
demais fases do procedimento licitatório (art. 32, parágrafo 1º, VIII, da Lei nº 
14.133/21). 
Em regra, a licitação é conduzida por um único agente de contratações 
(inovação trazida pela Lei nº 14.133/21), contando com uma equipe de apoio 
que não responde pelos atos. Todavia, na modalidade do diálogo competitivo, 
é obrigatória a constituição de uma comissão processante, formada por, pelo 
menos, três servidores efetivos ou empregados públicos (art. 32, parágrafo 1º, 
XI, da Lei nº 14.133/21). 
Foi modalidade prevista expressamente para a concessão de serviço 
público (art. 2º, II, da Lei nº 8.987/95) e para a parceria público-privada (art. 10 
da Lei nº 11.079/04), junto com a concorrência: 
Art. 2º. Para os fins do disposto nesta Lei, 
considera-se: 
(...) 
II - concessão de serviço público: a 
delegação de sua prestação, feita pelo 
poder concedente, mediante licitação, 
na modalidade concorrência ou diálogo 
competitivo, a pessoa jurídica ou 
consórcio de empresas que demonstre 
capacidade para seu desempenho, por 
sua conta e risco e por prazo determinado 
46 
 
(...) 
 
Art. 10. A contratação de parceria 
público-privada será precedida de 
licitação na modalidade concorrência 
ou diálogo competitivo, estando a 
abertura do processo licitatório 
condicionada a: 
(...) 
 
6) Consulta: Modalidade de licitação aplicávelexclusivamente às 
agências reguladoras, para aquisição de bens e serviços que não sejam 
classificados como comuns – excetuados obras e serviços de engenharia civil 
– na qual as propostas são julgadas por um júri, segundo critérios que leve em 
consideração, ponderadamente, custo benefício. 
 
 
MODALIDADES x TIPOS DE LICITAÇÃO 
Enquanto as modalidades são as espécies de licitação, os tipos de licitação 
são os critérios de julgamento aplicáveis para todas modalidades de licitação: 
a) de menor preço; 
b) de maior desconto; 
c) de melhor técnica ou conteúdo artístico; 
d) de técnica e preço; 
e) de maior lance, no caso de leilão; 
f) de maior retorno econômico. 
A regra básica é a do julgamento pelo menor preço ou maior desconto, 
que considera o menor dispêndio para a Administração Pública, mas atendidos 
os parâmetros mínimos de qualidade. Excepcionalmente, a licitação será 
julgada pelos critérios da melhor técnica ou da técnica e preço: 
1) para contratação de projetos e trabalhos de natureza técnica, 
científica ou artística (art. 35, parágrafo único, da Lei nº 14.133/21). 
47 
 
2) serviços técnicos especializados de natureza predominantemente 
intelectual, caso em que o critério de julgamento de técnica e preço 
deverá ser preferencialmente empregado (art. 36, parágrafo 1º, I, da Lei 
nº 14.133/21); 
3) serviços majoritariamente dependentes de tecnologia sofisticada e 
de domínio restrito, conforme atestado por autoridades técnicas de 
reconhecida qualificação (art. 36, parágrafo 1º, II, da Lei nº 14.133/21); 
4) bens e serviços especiais de tecnologia da informação e de 
comunicação (art. 36, parágrafo 1º, III, da Lei nº 14.133/21); 
5) obras e serviços especiais de engenharia (art. 36, parágrafo 1º, IV, da 
Lei nº 14.133/21); 
6) objetos que admitam soluções específicas e alternativas e variações 
de execução, com repercussões significativas e concretamente 
mensuráveis sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e 
durabilidade, quando essas soluções e variações puderem ser adotadas 
à livre escolha dos licitantes, conforme critérios objetivamente definidos 
no edital de licitação (art. 36, parágrafo 1º, V, da Lei nº 14.133/21). 
No julgamento das licitações de técnica e preço, será escolhida a proposta 
que obtiver a melhor média ponderada das notas atribuídas aos fatores técnica 
e preço, segundo os pesos e critérios estipulados no ato convocatório. 
O tipo de licitação de maior retorno econômico relaciona-se, intimamente, 
com uma novidade trazida pela Lei nº 14.133/21, que é o contrato de eficiência. 
Essas espécies de contrato se baseiam na geração da maior economia para 
a Administração Pública, e a remuneração do contratado é fixada em 
percentual que incide de forma proporcional à economia efetivamente 
obtida na execução do contrato: 
Art. 39. O julgamento por maior retorno 
econômico, utilizado exclusivamente 
para a celebração de contrato de 
eficiência, considerará a maior 
economia para a Administração, e a 
remuneração deverá ser fixada em 
48 
 
percentual que incidirá de forma 
proporcional à economia efetivamente 
obtida na execução do contrato. 
(...) 
§ 4º Nos casos em que não for gerada a 
economia prevista no contrato de 
eficiência: 
I - a diferença entre a economia 
contratada e a efetivamente obtida será 
descontada da remuneração do 
contratado; 
II - se a diferença entre a economia 
contratada e a efetivamente obtida for 
superior ao limite máximo estabelecido 
no contrato, o contratado sujeitar-se-á, 
ainda, a outras sanções cabíveis. 
 
Havendo empate entre as propostas, o artigo 60 da Lei estabelece 
preferência, sucessivamente: I - disputa final, hipótese em que os licitantes 
empatados poderão apresentar nova proposta em ato contínuo à 
classificação; II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, 
para a qual deverão preferencialmente ser utilizados registros cadastrais para 
efeito de atesto de cumprimento de obrigações previstos nesta Lei; III - 
desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade entre homens e 
mulheres no ambiente de trabalho, conforme regulamento; IV - 
desenvolvimento pelo licitante de programa de integridade, conforme 
orientações dos órgãos de controle. 
Caso o empate persista, o critério de desempate será de bens e serviços 
produzidos ou prestados por: I - empresas estabelecidas no território do 
Estado ou do Distrito Federal do órgão ou entidade da Administração Pública 
estadual ou distrital licitante ou, no caso de licitação realizada por órgão ou 
entidade de Município, no território do Estado em que este se localize; II - 
empresas brasileiras; III - empresas que invistam em pesquisa e no 
desenvolvimento de tecnologia no País; IV - empresas que comprovem a 
prática de mitigação, por meio da utilização de tecnologia que reduza a 
49 
 
produção de gases poluentes, nos termos da Lei nº 12.187, de 29 de 
dezembro de 2009. 
Diferentemente da legislação anterior, não haverá mais sorteio em caso de 
empate entre os licitantes e, ainda, a Administração Pública poderá, inclusive, 
negociar condições mais vantajosas com o primeiro colocado, buscando 
atender aos comandos de uma administração gerencial. 
 
PROCEDIMENTO DA LICITAÇÃO 
É o procedimento adotado para as modalidades de licitação e se divide em 
diferentes fases em sequência, nos termos do art. 17 da Lei nº 14.133/21: 
Art. 17. O processo de licitação observará 
as seguintes fases, em sequência: 
I - preparatória; 
II - de divulgação do edital de licitação; 
III - de apresentação de propostas e 
lances, quando for o caso; 
IV - de julgamento; 
V - de habilitação; 
VI - recursal; 
VII - de homologação. 
 
FASE INTERNA - PREPARATÓRIA 
A fase interna da licitação é o momento de formação e formalização do 
processo licitatório e vai até a publicação do edital. É caracterizada pela 
instrução do processo licitatório, pelo planejamento. 
É a fase na qual a Administração Pública está se organizando/estruturando 
internamente para a realização da licitação. 
- Formalização do processo: Autuação (capa, número, numeração de 
folhas, etc.) + Demonstração da necessidade de se realizar o procedimento 
licitatório ( justificação) + Elaboração de um estudo técnico preliminar + 
Definição de um anteprojeto, projeto básico ou projeto executivo + 
Elaboração do edital de licitação e da minuta do contrato administrativo + 
50 
 
Reserva de recursos orçamentários + Nomeação do agente público ou 
comissão processante, nos termos do art. 8º da Lei nº 14.133/21: 
Art. 8º A licitação será conduzida por 
agente de contratação, pessoa 
designada pela autoridade competente, 
entre servidores efetivos ou 
empregados públicos dos quadros 
permanentes da Administração Pública, 
para tomar decisões, acompanhar o 
trâmite da licitação, dar impulso ao 
procedimento licitatório e executar 
quaisquer outras atividades 
necessárias ao bom andamento do 
certame até a homologação. 
§ 1º O agente de contratação será 
auxiliado por equipe de apoio e 
responderá individualmente pelos atos 
que praticar, salvo quando induzido a erro 
pela atuação da equipe. 
§ 2º Em licitação que envolva bens ou 
serviços especiais, desde que 
observados os requisitos estabelecidos 
no art. 7º desta Lei, o agente de 
contratação poderá ser substituído por 
comissão de contratação formada por, 
no mínimo, 3 (três) membros, que 
responderão solidariamente por todos 
os atos praticados pela comissão, 
ressalvado o membro que expressar 
posição individual divergente 
fundamentada e registrada em ata 
lavrada na reunião em que houver sido 
tomada a decisão. 
 
Portanto, a partir da Lei nº 14.133/21, a formação de comissão licitante 
passa a ser a exceção, e não regra geral, sendo cabível no caso de licitação que 
envolva bens ou serviços especiais. O agente de contratação é a pessoa 
designada para dar impulso ao procedimento de licitação, sendo um servidor 
público, mas não precisa ser do mesmo

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