Buscar

Trabalho de Fundamentos de Enfermagem


Continue navegando


Prévia do material em texto

Instituto Politécnico de Saúde de Moçambique
Trabalho de Fundamentos de Enfermagem 
Curso de Enfermagem Geral
Turma: EG 10
 
 
Tema: Administração de Sangue e seus Derivados e Incursão de Sonda Nasogástrica
Nome da Formanda:
Síldia Rosário Muerelocona
Lichinga, Agosto de 2023
Instituto Politécnico de Saúde de Moçambique
Trabalho de Fundamentos de Enfermagem
Curso de Enfermagem Geral
Turma: EG 10
Tema: Administração de Sangue e seus Derivados e Incursão de Sonda Nasogástrica
Nome da Formanda:
Síldia Rosário Muerelocona
Formador: Nilton Issa
Lichinga, Agosto de 2023
Índice
1.	Introdução	3
2.	Administração de Sangue e seus Derivados	4
2.1.	Indicações Gerais	4
2.1.1.	Hemorragias agudas	4
2.1.2.	Transfusão de concentrado de plaquetas	5
2.1.3.	Concentrados plaquetários	5
2.2.	Derivados Comerciais	5
b)	Complexo de protrombina humano	7
3.	Incursão de Sonda Nasogástrica	7
3.1.	Indicações e tipos de sondas	7
3.2.	Sonda Nasogástrica	8
Indicações	8
Contra indicações	8
4.	Conclusão	11
5.	Bibliografia	12
1. 
2. Introdução 
O presente trabalho é referente a Fundamentos de enfermagem, e tem como tema: Administração de sangue e seus derivados; incursão da sonda Nasogástrica. Assim, a transfusão de sangue é uma das terapias importantes usada para repor cada um dos componentes do sangue (como glóbulos vermelhos, plaquetas, componentes proteicos e factores de coagulação) quando suas funções ou quantidades estão reduzidas. A transfusão de sangue pode apresentar certo grau de risco. Portanto, é usada somente quando esperamos bons resultados. Cada dia mais, a terapia nutricional é reconhecida como importante factor na recuperação de doentes. As sondas modernas possibilitam a oferta de nutrientes e a melhora do estado nutricional, por meio de métodos pouco invasivos, desde que o aparelho digestivo tenha conservado, pelo menos, parte de sua capacidade de absorção. O procedimento requer cuidados especializados, posto que não é isento de complicações. A equipe que assiste o paciente que recebe terapia nutricional através de sondas deve ter conhecimento da instalação das mesmas bem como da administração das dietas e treinamento para prevenir, reconhecer e tratar as complicações. Apresentamos, neste artigo, as técnicas de introdução das sondas, infusão das dietas e principais complicações, que podem advir dessa terapia.
3. Administração de Sangue e seus Derivados 
De uma maneira ideal, a decisão da realização de transfusão deve ser baseada numa constelação de factores clínicos e laboratoriais, tais como: idade do doente, velocidade de instalação da anemia, história natural da anemia, volume intravascular e a presença de cofactores fisiológicos que afectem a função cardiopulmonar. O objectivo da transfusão é o aumento da capacidade de libertação de oxigénio do sangue, quando uma anemia, aguda ou crónica, contribua para uma libertação inadequada de oxigénio para os tecidos.
3.1. Indicações Gerais
3.1.1. Hemorragias agudas
Manter a normovolémia (fluidoterapia) é a estratégia mais importante para assegurar uma perfusão adequada dos tecidos. A transfusão não pode ser usada com a finalidade de repor a volémia e não deve ser o primeiro fluido a ser administrado na hemorragia aguda. A avaliação convencional da resposta do doente à hemorragia aguda passa pelo cálculo da perda do seu volume sanguíneo e pela recolha de sinais e sintomas. Esta avaliação é um guia útil para o tratamento a seguir (de notar, no entanto, que os sinais e sintomas podem estar mascarados por agentes anestéticos e/ou outras drogas). A perda sanguínea e a concentração de hemoglobina, devem ser avaliadas juntamente com o risco de continuação da hemorragia, a presença de coagulo patias, a temperatura corporal, assim como a associação de factores de alto-risco que podem, todos eles, afectar a decisão de transfundir.
A oxigenação tecidular não depende apenas da concentração de Hb, mas também da sua saturação (factor que depende da tensão de Oxigénio e da afinidade da hemoglobina para este) e da necessidade dos tecidos em oxigénio (volume necessário para os tecidos manterem a sua função aeróbica). Por exemplo, na doença coronária, na doença cardíaca congestiva, nos doentes medicados com drogas inotrópicas negativas, na doença pulmonar obstrutiva crónica ou na síndrome de stress respiratório, os mecanismos fisiológicos de adaptação à anemia podem falhar e haver necessidade de valores de Hb mais elevados.
3.1.2. Transfusão de concentrado de plaquetas
As plaquetas são essenciais no controlo das hemorragias e o seu número normal varia habitualmente entre 150-300x109/L. A utilização clínica de concentrados plaquetários (CP) deve cumprir os requisitos legais de hemovigilância e a decisão de transfundir deve ser fundamentada na avaliação clínica e laboratorial do doente, podendo incluir hemograma, contagem de plaquetas e outros parâmetros adequados ao quadro clínico em causa.
O tratamento ou a prevenção de hemorragias em doentes com defeitos quantitativos e/ou qualitativos das plaquetas (tendo sempre em atenção os potenciais efeitos adversos que a mesma pode provocar).
3.1.3. Concentrados plaquetários
· Concentrado Plaquetário Standard (CP) obtido a partir do plasma rico em plaquetas ou da camada leucoplaquetária de uma única dádiva de sangue total. Contém 0,45-0,80x1011 plaquetas suspensas em 50-70ml de plasma;
· Pool de Concentrados Plaquetários obtido a partir da junção de 4-6 CP. Contém um mínimo de 2,5x1011 plaquetas, suspensas num volume total de 250-300ml de plasma;
· Concentrado Unitário de Plaquetas (CUP) obtido a partir de um único dador por aférese de plaquetas. Contém mais de 2,5x1011 plaquetas, suspensas num volume total de 250-300ml de plasma.
3.2. Derivados Comerciais
a) Fibrinogénio
· Proteína plasmática essencial na hemóstase e formação do coágulo.
· 150-400mg/dl (pode ser maior na gravidez).
· Facilita a agregação das plaquetas e é clivado pela trombina, produzindo monómeros de fibrina, que polimerizam para formar a base do coágulo.
· Hemorragia aguda j perda de sangue e consumo dos procoagulantes j diminuição dos factos de coagulação em circulação.
Indicações
1. Hipofibrinogenémia, disfibrinogenémia e afibrinogenémia congénitas.
2. Hipofibrinogenémia adquirida na sequência de: perturbações da síntese em patologias graves do parênquima hepático consumo intravascular elevado (CID e hiperfibrinólise)
3. Quadros clínicos associados a disfibrinólise: Complicações obstétricas, Leucemias agudas (Leucemia promieloide), Cirrose hepática, Intoxicações, Lesões extensas, Intervenções cirúrgicas, Infecções/sépsis, Choque e Tumores (próstata, pâncreas...).
Contra indicações
· Trombose e/ou EAM (exceto em casos de hemorragia potencialmente fatal).
· Alergia conhecida ao medicamento (haemocomplettan).
Protocolo de Administração
Adultos
· Administração inicial de 1 a 2g/dl;
· Perfusões (segundo o peso): 30 a 60mg/Kg (a velocidade não deve ser superior a 5cc/m).
Grávidas
1. Afibrinogenémia e hipofibrinogenémia (deficit quantitativo)
· Devem ser iniciadas administrações regulares de fibrinogénio o mais cedo possível da gravidez (objetivo: manter os níveis de fibrinogénio >100mg/dl (prevenir complicações);
· No parto: níveis de fibrinogénio >150mg/dl (idealmente >200mg/dl).
Crianças
· Administrar 30 - 50mg/kg (velocidade não deve ser >5cc/m).
Situações especiais
· Hemorragias graves (descolamento prematuro da placenta) Administrar inicialmente 4 a 8g de fibrinogénio.
· Trauma (coagulopatia induzida pelo trauma) Adminsitrar 50mg/Kg de fibrinogénio (se fibrinogénio <150-200mg/dl).
· Pós-hemorragia do SNC – profilaxia secundária (se fibrinogénio <150-200mg/dl).
b) Complexo de protrombina humano
Octaplex
· Contém na sua composição fatores da coagulação (FII, VII, IX e X) e proteínas S e C, sendo utilizado no tratamento e na prevenção de hemorragias causadas por antagonistas da vitamina K (Varfarina) e em doentes com deficiência dos fatores de coagulação II e X (quando o fator em falta não está disponível).
Na prática
· Correção rápidado INR em situações de hemorragia, manobras invasivas, e/ou cirurgia urgente.
· Dose: vai depender do valor de INR, da presença ou ausência de hemorragia, da doença de base do doente e da situação clínica.
Não aconselhado em:
· Doentes com risco elevado de trombose: evento isquémico no último ano (EAM, AVC, TEP); doentes com próteses valvulares mecânicas e Sépsis;
· Doentes com risco elevado de CID;
· Doentes com doença hepática crónica.
4. Incursão de Sonda Nasogástrica
4.1. Indicações e tipos de sondas
Actualmente, existe clara distinção entre as sondas utilizadas para infundir nutrientes e aquelas utilizadas para drenagem de secreções digestivas. As sondas de polivinil devem ser usadas somente para drenagem gástrica e por períodos menores que 30 dias. O uso de sondas enterais com a finalidade de se administrar alimentos deve ser feito sempre que houver contra-indicação ou impossibilidade de se utilizar a via oral fisiológica; é de ressaltar-se, porém, que o tubo digestivo deve estar presente, com capacidade de absorção, total ou parcial, conservada. 
Nos pacientes com fístula intestinal, proximal de baixo débito, a porção distal da sonda deverá estar além da fístula. Por outro lado, pacientes portadores de obstrução intestinal completa, ou aqueles em que se faz necessário o repouso absoluto do trato digestivo, a alimentação por sondagem não está recomendada.
Actualmente, estão disponíveis dois tipos genéricos de sondas para alimentação: as utilizadas via nasogástrica e via nasoentérica e as de ostomias. As sondas nasoentéricas têm de 50 a 150 cm de comprimento, e diâmetro médio interno de 1,6 mm e externo de 4 mm. Todas têm marcas numéricas ao longo de sua extensão, que facilitam a verificação do seu posicionamento final. É controverso se os tubos com peso� na extremidade distal oferecem vantagens na sua passagem transpilórica e na manutenção da sua localização; é aceito, todavia, que a intubação póspilórica é facilitada pelas sondas que possuem uma ogiva distal de 2 a 3 g, confeccionadas, geralmente, de tungsténio. Essa ogiva faz com que o peristaltismo gástrico e intestinal, agindo sobre ela, posicione a sonda correctamente. Assim sendo, a passagem da sonda pelo piloro se faz de maneira espontânea e lenta de 4 a 24 h. 
4.2. Sonda Nasogástrica
Indicações
· Via de escolha em pacientes que necessitem de aporte nutricional e possuem a função gástrica preservada;
· Drenagem de conteúdo gástrico;
· Realização de lavagem gástrica e;
· Administração de medicações ou alimentos.
Em pacientes com suspeita de traumatismo crânio encefálico é recomendada a sondagem orogástrica.
Contra indicações 
· Casos de má formação ou obstrução do septo nasal (no caso da nasogástrica);
· Sangramentos gastroesofágicos;
· Desconforto respiratório importante;
· Pacientes com traumatismo crânio encefálico (utilizar apenas sonda orogástrica);
· Má formação ou obstrução do trato gastrointestinal;
· Hérnia de hiato importante;
· Pancreatite;
· Neoplasias de boca, faringe, esôfago ou estômago.
Vantagens
· É a via habitual e mais próxima da via fisiológica de alimentação e administração de medicamentos.
Desvantagens
· Maior risco de refluxo e aspiração do conteúdo gástrico;
· Desconforto local pela passagem da sonda.
Técnica
Materiais necessários:
· Luva de procedimento;
· Máscara descartável;
· Bandeja;
· Sonda Levine;
· Gel hidrossolúvel;
· Seringa 20ml,
· Gaze;
· Estetoscópio;
· Esparadrapo hipoalergênico.
Procedimento:
· Explicar o procedimento ao paciente e ao acompanhante, reunir o material, levar próximo ao usuário e higienizar as mãos. Se necessário, isolar a cama com um biombo;
· Colocar o usuário em posição de “Fowler” 90°, a menos que haja contra-indicação como suspeita de traumatismo raquimedular. Nestes casos, deve-se manter o paciente em decúbito lateral esquerdo ou decúbito dorsal horizontal, lateralizando a cabeça e inclinando-a para frente;
· Colocar máscara e luvas para procedimento.
· No caso de sondagem nasogástrica higienizar a narina com SF 0,9%, se necessário;
· Colocar a máscara, óculos de protecção e luvas para procedimento;
· Mensurar a sonda:
a) Sonda nasogástrica: medir do ápice do nariz ao lóbulo da orelha e descer até o apêndice xifoide. Observar a curvatura de nariz e pescoço. Marcar a posição adequada com micropore;
b) Sonda orogástrica: colocar a sonda junto ao canto da boca até o lóbulo da orelha e descer até o apêndice xifoide, observando a curvatura do pescoço. Marcar a posição adequada com micropore.
· Posicionar o paciente com o pescoço em posição neutra e introduzir delicadamente da sonda (Nasogástrica: pela narina, direcionando-a para trás da orelha);
· Após a introdução de aproximadamente 10 cm, fletir levemente o pescoço em direção ao tórax do usuário. Para auxiliar o processo, se o paciente puder colaborar, peça para que realize movimentos de deglutição;
· Continuar introduzindo a sonda até o ponto marcado com micropore. Importante observar sintomas adversos como tosse, dispneia, cianose e agitação. Nestes casos a sonda deve ser retirada.
· Testar o posicionamento da sonda injectando 20 a 30 ml de ar com seringa e auscultar com estetoscópio a região epigástrica a fim de ouvir os sons gerados pela infusão do ar. Além disso, pode-se aspirar o conteúdo e medir o pH.
Figura 1. Sondagem nasoentérica, nasogástrica e orogástrica. Fonte: Adaptado de Beraldo et al., 2015.
5. Conclusão 
Pode-se concluir que uma das indicações de transfusão de sangue é quando um paciente não consegue produzir sangue suficiente por si mesmo/mesma ou mesmo quando a vida de um paciente corre risco por sangramento maciço causado pelas doenças, cirurgias ou lesões entre outros. Comm isso as sondas são dispositivos que são introduzidos em vísceras ocas, como no trato gastrointestinal, para fins específicos como para alimentação ou para desobstrução, nas vias aéreas e vias urinárias. Neste capítulo serão abordadas as sondas utilizadas para alimentação enteral e as sondas urinárias e suas peculiaridades.
6. Bibliografia 
BELAND, I; PASSOS, J. Enfermagem clínica. v. 1/3. São Paulo: EPU, 1979.
BERALDO, M. et al. Manual de normas e rotina e procedimentos de enfermagem – Atenção Básica. São Paulo: SMS 2015. 162 p.
BRAGA, MS; SILVA, MAA. Infecções do trato urinário associadas ao cateter. São Paulo, 8 de agosto em Revista. 11: 6-7, 1995.
BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de controle de infecção hospitalar. Brasília:
Centro de Documentação do Ministério da Saúde, 1985.
GALINDO, C. et al. Técnicas Básicas de Enfermagem: Manual do Professor. 22. ed. Curitiba: Base Editorial, 2010. 560 p.
SEBASTIÃO DOS SANTOS, J. Kemp R, Salgado Junior W, Tirapeli LF, Silva Junior OC. Gastrostomia e jejunostomia: aspectos da evolução técnica e da ampliação das indicações. Revista Medicina 2011; 44(1): 39-50.
12