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Atendimento socioassistencial a 
adolescentes em cumprimento de 
medidas socioeducativas em meio 
aberto - LA e PSC 
Modulo I 
Programa de Capacitação do 
Estado de Minas Gerais 2022/2023 
1 
Autora: Karla Luciano. 
Coordenação Pedagógica: Maysa Nuermberg de V. Costa. 
Diagramação: Luara de Carvalho. 
Revisão: Heitor Vinicius Pereira da Mata. 
Revisão Técnica: Juliannie Ester Nunes da Silva e Rafael Henrique Roquette 
Andrade. 
2 
 
 
 
Lista de Siglas: 
 ABMP: Associação Brasileira de Magistrados e Promotores da Infância e 
Juventude 
CONANDA: Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente 
COVID 19: doença por coronavírus 2019 
CRAS: Centros de Referência de Assistência Social 
CREAS: Centro de Referência Especializado de Assistência Social 
ECA: Estatuto da Criança e do Adolescente 
FONACRIAD: Fórum Nacional de Organizações Governamentais de 
Atendimento à Criança e ao Adolescente 
LA: Liberdade Assistida 
MSE-MA: Medida Socioeducativa Educativa em Meio Aberto 
PAEFI: Serviço de Proteção e Atendimento às famílias e Indivíduos 
PAIF: Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família 
PEC: Proposta de Emenda Constitucional 
PNAS: Política Nacional de Assistência Social 
PSC: Prestação de Serviço à comunidade 
PSE: Proteção Social Especial 
SEDH: Secretaria Especial dos Direitos Humanos 
SGD: Sistema de Garantia de Direitos 
SINASE: Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo 
SPDCA: Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do 
Adolescente 
SUAS: Sistema Único de Assistência Social 
UNICEF: Fundo das Nações Unidas para a Infância 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
Sumário 
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................ 4 
CARTA AS/AOS TRABALAHDORAS/ES DO SERVIÇO DE MEDIDA 
SOCIOEDUCATIVA EM MEIO DE ABERTO DE LA E PSC ................................................... 5 
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE ATENDIMENTO 
SOCIOEDUCATIVO - SINASE ....................................................................................... 6 
2. SERVIÇO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE LIBERDADE ASSISTIDA (LA) E 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE (PSC) E AS EQUIPES DE 
ATENDIMENTO ................................................................................................................ 13 
3. REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 24 
 
 
 
4 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
O presente material tem como objetivo contribuir para o processo de 
formação continuada, promovida pela SEDESE, das trabalhadoras e dos 
trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social - SUAS do estado de 
Minas Gerais e tem, como temática, o Atendimento Socioassistencial a 
adolescentes em cumprimento de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto. 
A formação continuada faz parte de uma proposta de abordagem de 
diferentes temáticas identificadas como necessárias e que vem sendo 
tratadas de forma sistemática, buscando abranger um número significativo 
de gestores(as), conselheiros(as) e trabalhadores(as) do SUAS, visando a 
qualificação desta importante política pública. 
As ações realizadas pela SEDESE vem de encontro com a 
descentralização político administrativa, enquanto uma das diretrizes do 
SUAS estabelecida na LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social de 1993 e 
NOB/SUAS - Norma Operacional Básica do SUAS de 2012, por meio das quais 
são definidas responsabilidades e atribuições a serem compartilhadas entre 
os entes federados, sendo parte das responsabilidades dos estados a 
assessoria e apoio técnico aos municípios nos processos de gestão e 
execução da Política de Assistência Social. 
No primeiro módulo teremos os seguintes conteúdos: 
1. Contextualização Sinase; 
2. Política de Assistência Social: Proteção Social Básica e Especial; 
3. Serviço de MSE em meio aberto PSC e LA; 
4. Atribuições da equipe do CREAS; 
5. Atendimento Familiar; 
6. A Vigilância Socioassistencial; 
7. Mapeamento de Parcerias no território. 
 
Boa Leitura e bons estudos!! 
5 
 
 
 
CARTA AS/AOS TRABALAHDORAS/ES DO SERVIÇO DE MEDIDA 
SOCIOEDUCATIVA EM MEIO DE ABERTO DE LA E PSC 
Caros/as colegas de trabalho, peço licença para iniciarmos este 
dialogo sobre o Serviço de Medida Socioeducativa, eu me chamo Karla, 
sou Assistente Social, trabalhadora do SUAS aqui na cidade de Foz do 
Iguaçu, no Paraná, isso mesmo a terrinha das Cataratas ou então O 
destino do Mundo, como bem o turismo local gosta de usar para o 
marketing. 
Eu atualmente trabalho em um Centro de Referência Especializado 
e de Assistência Social - CREAS, estou na coordenação desta unidade de 
atendimento do SUAS há 3 anos, local este que executamos os Serviços 
de Medida Socioeducativa em Meio Aberto/ MSE-MA e o PAEFI. 
Iremos buscar neste período do curso resgatar alguns conceitos, e 
criar outros, resgatar algumas discussões que ficaram obsoletas em nosso 
cotidiano de trabalho, especialmente depois do período mais crítico da 
Pandemia, pois é esse fenômeno que veio como uma avalanche e nos 
mostrou o quanto o nosso sistema de proteção é frágil. 
Enfim, iremos transitar por esse diálogo, sem rótulos, buscando em 
nós mesmas/os as respostas para muitas inquietações, mas com a certeza 
que não estamos sozinhas/os neste mundão. 
Fiquem bem, um abraço fraterno e até logo. 
 
Karla Luciano 
 
 
6 
 
 
 
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE ATENDIMENTO 
SOCIOEDUCATIVO - SINASE 
Para iniciar nosso diálogo, iremos começar com duas perguntas que 
retomaremos ao final de nossas aulas para então sabermos se chegamos a 
uma resposta. 
O que é socioeducação para além dos nossos manuais e cadernos de 
orientação? E como fazemos socioeducação em Meio Aberto? 
No Brasil, são consideradas inimputáveis pessoas menores de 18 anos 
de idade, a eles são aplicadas leis especiais, regras contidas na Constituição 
Federal de 1988 em seu Art. 227, que garantem o pleno e formal 
conhecimento da atribuição do ato infracional, a igualdade na relação 
processual e a defesa técnica por profissional habilitado, e a obediência aos 
princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de 
pessoa em desenvolvimento no decorrer de todo o procedimento 
socioeducativo e, em particular, por ocasião da aplicação de qualquer 
medida privativa da liberdade. 
Instituído pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, O Estatuto da 
Criança e do Adolescente - ECA, se opõem a um passado de controle e de 
exclusão social sustentado na Doutrina da Proteção Integral. O ECA expressa 
direitos da população infantojuvenil brasileira, pois afirma o valor intrínseco 
da criança e do adolescente como ser humano, a necessidade de respeito à 
sua condição de pessoa em desenvolvimento e o reconhecimento da sua 
situação de vulnerabilidade, o que as tornam merecedores de proteção 
integral por parte da família, da sociedade e do Estado; devendo este atuar 
mediante políticas públicas e sociais na promoção e defesa de seus direitos. 
A adoção dessa doutrina de Proteção Integral em substituição ao 
velho modelo da situação irregular do Código de Menores – Lei nº 6.697, de 
10 de outubro de 1979, acarretou mudanças de referenciais e paradigmas 
com reflexos, inclusive, no trato da questão infracional. No plano legal, essa 
substituição representou uma opção pela inclusão social do adolescente em 
7 
 
 
 
conflito com a lei e não mais um mero objeto de intervenção, como era no 
passado. 
Desta forma, adolescentes ficam sujeitos à aplicação de Leis especiais; 
o ECA prevê que para fins de aplicação de medida socioeducativa o(a) 
autor(a) do ato infracional tem que ter 12 anos completos, sendo assim, 
pessoas menores dessa faixa etária não cometem ato infracional, a esses são 
aplicadas medidas de proteção quando se identifica seu envolvimento com 
açõesque lhe trarão prejuízos. 
A Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do 
Adolescente e a Lei do SINASE, ratificam e consagram princípios e diretrizes 
contidos em outros documentos internacionais que lhes são precedentes ou 
contemporâneos, com destaque a Convenção das Nações Unidas sobre os 
Direitos da Criança (1989); as Regras Mínimas das Nações Unidas para a 
Administração da Justiça da Infância e da Juventude (1985); Regras de Beijing 
(1985); as Regras Mínimas das Nações Unidades para a Proteção dos Jovens 
Privados de Liberdade (1990); as Diretrizes das Nações Unidas para 
Prevenção da Delinquência Juvenil Diretrizes de Riad (1990); e as Estratégias-
Modelo e Medidas Práticas das Nações Unidas para acabar com a Violência 
contra Crianças na Prevenção do Crime e Justiça Criminal, resolução da 
Assembleia-Geral 69/194 (2014). 
O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente 
(CONANDA), responsável por articular, fomentar e fiscalizar a política 
pública, voltada para a população infantojuvenil, iniciou, em 2002, uma série 
de reuniões para articular e debater, com o Sistema de Garantia de Direito, 
ações voltadas para os(as) adolescentes que praticam ato infracional, com o 
intuito de garantir maior proteção, tendo como princípio a prioridade 
absoluta. 
Participaram desses encontros a Secretaria Especial dos Direitos 
Humanos (SEDH/SPDCA), em parceria com a Associação Brasileira de 
Magistrados e Promotores da Infância e Juventude (ABMP) e o Fórum 
8 
 
 
 
Nacional de Organizações Governamentais de Atendimento à Criança e ao 
Adolescente (FONACRIAD). 
Essas reuniões tinham como propósito debater e avaliar, com os 
operadores do Sistema de Garantia de Direito (SGD), a proposta de lei de 
execução de medidas socioeducativas da ABMP, bem como a prática 
pedagógica desenvolvida nas Unidades socioeducativas, com vistas a 
subsidiar o CONANDA na elaboração de parâmetros e diretrizes para a 
execução das medidas socioeducativas. 
Como fruto desses encontros foi constituído dois grupos de trabalho 
específicos que tinham como tarefa, elaborar um projeto de lei de execução 
de medidas socioeducativas e a elaboração de um documento teórico-
operacional para execução dessas medidas (BRASIL, 2006). 
De acordo com Brasil: 
Em fevereiro de 2004 a Secretaria Especial dos Direitos Humanos 
(SEDH), por meio da Subsecretaria de Promoção dos Direitos da 
Criança e do Adolescente (SPDCA), em conjunto com o Conanda e 
com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 
sistematizaram e organizaram a proposta do Sistema Nacional de 
Atendimento Socioeducativo (SINASE). Em novembro do mesmo 
ano promoveram um amplo diálogo nacional com 
aproximadamente 160 atores do SGD, que durante três dias 
discutiram, aprofundaram e contribuíram de forma imperativa na 
construção deste documento, que se constituirá em um guia na 
implementação das medidas socioeducativas. (2006, p. 16), 
 
 O SINASE, instituído pela Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012, 
regulamenta a execução das medidas socioeducativas aplicadas aos 
adolescentes que praticam ato infracional, por meio de um coletivo de regras, 
princípios e diretrizes. 
Portanto as medidas socioeducativas têm por objetivos: 
I - a responsabilização do adolescente quanto às consequências 
lesivas do ato infracional, sempre que possível incentivando a sua 
reparação; 
II - a integração social do adolescente e a garantia de seus direitos 
individuais e sociais, por meio do cumprimento de seu plano 
individual de atendimento; 
III - a desaprovação da conduta infracional, efetivando as 
disposições da sentença como parâmetro máximo de privação de 
liberdade ou restrição de direitos, observados os limites previstos 
em lei. (BRASIL, 2012, art. 1º § 2). 
 
9 
 
 
 
Para que tenhamos êxito na medida socioeducativa, sua intervenção 
precisa dispor de um conjunto articulado de ações das diversas políticas 
públicas setoriais, que reconhecem e compreendam as particularidades do 
público do atendimento socioeducativo, destacando que os(as) adolescentes 
que se encontram em situação de vulnerabilidade social, são aqueles(as) que 
possuem menor reconhecimento social e os(as) que estão cumprindo 
medidas socioeducativas, o que pode ter sua situação de vulnerabilidade 
agravada devido a estigmatização social (BRASIL, 2012). 
Desta forma, quando dialogamos e refletimos acerca das categorias: 
adolescente, ato infracional e medida socioeducativa; muitas vezes logo 
pensamos na responsabilização do(a) adolescente devido ao ato infracional 
cometido, sua punição e o que iremos exigir dele(a) enquanto pessoa. Como 
entender essa ação do(a) adolescente sem perder de vista que é uma pessoa 
em situação peculiar de desenvolvimento, um sujeito constitucionalmente 
concebido como prioridade absoluta, nos termos do Estatuto da Criança e 
do Adolescente? 
A análise construída parte de um olhar profissional inquieto, reflexo do 
cotidiano de trabalho, que se opõe às desigualdades reproduzidas pelo 
sistema e que cerceiam liberdades desses sujeitos, através da ausência de 
oportunidades efetivas para o seu desenvolvimento, culpabilizando e 
punindo-os pelas ações que quase sempre são arquitetadas por algum 
adulto explorador, derivados das precarizações e dificuldades, produzidas 
pela ausência de um Estado que produza proteção social. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), traz em seu Título III, 
todo o caminho que deve ser seguido a partir do momento em que se 
identifica a prática de um ato infracional, sendo complementado, 
posteriormente, pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo 
(SINASE), que regulamenta todo o atendimento devido ao(a) adolescente que 
cometeu ato infracional. 
10 
 
 
 
Deste modo, a própria lei já apresenta as bases conceituais que devem 
nortear tanto o que é a socioeducação, como o que deve ser organizado em 
termos de medida socioeducativa em meio aberto. 
Partindo da base legal, em especial da Resolução 109, de 11 de 
novembro de 20091, do Conselho Nacional de Assistência Social, a Medida 
Socioeducativa Educativa em Meio Aberto (MSE-MA) trata-se de um serviço 
socioassistencial que: 
Tem por finalidade prover atenção socioassistencial e 
acompanhamento a adolescentes e jovens em cumprimento de 
medidas socioeducativas em meio aberto, determinadas 
judicialmente. Deve contribuir para o acesso a direitos e para a 
ressignificação de valores na vida pessoal e social dos adolescentes 
e jovens. Para a oferta do serviço faz-se necessário a observância 
da responsabilização face ao ato infracional praticado, cujos 
direitos e obrigações devem ser assegurados de acordo com as 
legislações e normativas específicas para o cumprimento da 
medida. (BRASIL, 2014, p. 34). 
 
 
Portanto, promover atenção socioassistencial, enquanto serviço da 
Política de Assistência Social, implica pensar ações que permitam a este(a) 
adolescente ressignificar seus atos, considerando, desde os condicionantes 
que o(a) levaram até o ato infracional, até os processos que deverão ser 
mobilizados para superar essa condição, nos rumos da ressocialização 
pretendida. 
Nessa direção, urge entender o(a) adolescente e sua incompletude 
enquanto sujeito em desenvolvimento, atento(a) à incidência de situações de 
ordem familiar, afetiva, social, comunitária, emocional, psicológica, 
educacional e, a partir de então, prospectar ações articuladas que permitam 
ao(a) adolescente se perceber como sujeito de direito, como parte essencial 
de sua própria história e, assim, decidir mudar sua forma de ser e estar neste 
mundo. 
Nos termos legais, segundo Volpi, (2015, p. 17), as medidas 
socioeducativas constituem-se em condição especial de acesso a todos os 
 
1 RESOLUÇÃO Nº 109, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2009 - Aprova a Tipificação Nacional de Serviços 
Socioassistenciais. 
11 
 
 
 
direitos sociais, políticos e civis. Todavia, o que seapresenta no cotidiano do 
trabalho com adolescentes, em cumprimento de medida socioeducativa em 
meio aberto, são vidas permeadas pela vulnerabilidade, risco social e 
pessoal. 
No ano de 2020, com a pandemia do Covid-19, esse cenário subtraiu 
vidas e ceifou direitos de grupos populacionais imensos, evidentemente os 
mais vulneráveis e pobres; e resultou na volta da fome ou insegurança 
alimentar, da insegurança social, do desemprego, da crise de moradia, das 
violências, do adoecimento psíquico e a atos de desespero diante de 
tamanha desproteção. Os principais atingidos foram os mais pobres e, dentre 
estes, os mais vulneráveis, onde se inserem os adolescentes em cumprimento 
de MSE-MA. 
A outra parte da explicação está marcada na história das políticas 
sociais em nosso país, com tropeços, fragilidades, clientelismos, 
descontinuidades, desvios de recursos e ainda subalterna às outras políticas 
de corte social. 
Nesta realidade, nem sempre a máquina governamental aposta na 
Assistência Social e investe no gasto social, condição que por si só já geraria 
uma melhora na resposta social e profissional oferecida nos termos da 
proteção integral de crianças e adolescentes, ou seja, trabalhamos com 
recursos precários, paliativos, descontínuos e ainda uma desmotivação 
profissional – aliada a um Burnout 2– ante a falta de perspectivas efetivas e 
eficazes em atenção ao trabalho que deveria ser desenvolvido. 
Vive-se assim um sistema de proteção social parco e irrisório, sem a 
potência necessária para agir e impactar nas garantias e seguranças devidas 
às populações que dele necessitam. 
Diante disso, como construir uma resposta qualificada e potente nos 
termos que competem à Política de Assistência Social, ao que tange à oferta 
da Proteção Social, aos mais vulneráveis, que quando recepcionados em 
 
2 Conforme Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), Burnout é uma 
síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso. 
12 
 
 
 
programas sociais recebem muito pouco, ou não raras vezes, têm seus 
princípios de cidadania e direitos violados? 
Presenciamos, inclusive, o quanto o velho Código de Menores ainda se 
faz presente no dia a dia do atendimento socioeducativo, enquanto 
ideologia, inclusive pelos próprios operadores das políticas sociais, com 
aclamações em defesa da redução da idade penal para adolescentes. Essa 
postura comunga com a criminalização da adolescência, e reproduz a já 
notória intersecção cárcere e raça, ao favorecer que ante a escassez de 
proteções que pretos e pobres vitimados pelo Estado, sejam cooptados pela 
indústria do crime. 
Aliás, a questão raça/etnia merece aqui um destaque. Em pesquisa 
realizada pela Assistente Social Giane Franciele Negri, técnica do serviço do 
MSE-MA, realizada em 2021, sobre a relação da escola e os(as) adolescentes 
e jovens que cumpriram medida em meio aberto no ano de 2019, apresentou-
se o perfil de 75 adolescentes, tendo perguntado a estes sua raça/etnia. 
O resultado da pesquisa apontou dois elementos de relevante 
preocupação: sendo o primeiro, que da amostra geral, 09 adolescentes que 
se autodeclararam brancos, mas que pelo critério da heteroidentificação3 
estariam classificados como negros ou pardos; e o segundo elemento, o 
reconhecimento da falta de habilidade de equipe em trabalhar essa questão. 
Segundo Negri, (2021, p. 18 e 19), da amostra dos 75 adolescentes, 42 
declararam-se brancos, 26 como pardos, 4 negros e 3 não se declararam em 
termos de raça/etnia. Ainda segundo a mesma autora, realizando a 
heteroidentificação, tendo por base os atendimentos/fotos dos(as) 
adolescentes/jovens, pode-se inferir que há uma sub-representação em 
relação aos dados de raça/etnia. 
Sarita Amaro4 em algumas de suas produções (AMARO, 2020, 2020) 
analisa a raiz do problema que se situa no desvio, desconforto ou 
 
3De acordo com Panizzi, et all Negri, 2021, heteroidentificação, é quando um terceiro define a que grupo 
racial o sujeito pertence (NEGRI, 2021). 
 
4 Sarita Amaro é uma premiada Assistente Social e professora universitária. Tem Mestrado e Doutorado 
em Serviço Social (Brasil) e é Pós-Doutora em Serviço Social na Educação (Portugal). 
13 
 
 
 
desinteresse de profissionais em geral, em pautar, considerar e basicamente 
preencher o quesito etnia/raça nos formulários institucionais e documentos 
técnicos, dificultando os processos sociais que incidiriam em maior 
visibilidade da questão nos rumos de seu enfrentamento. Essa produção da 
invisibilidade dos negros serve à dominação secular que os mantém nos 
porões da sociedade, perpetuando as assimetrias vigentes (AMARO, FARIAS, 
2020). 
Como alerta Meneghetti (2021), aos olhos críticos de quem se importa 
não há dúvidas do entrelaçamento da questão social à racial em nosso país, 
e a fragilidade desse debate por parte da equipe de trabalho neste quesito 
só reforça o racismo estrutural, quando deveria, ao contrário, agir em seu 
combate e desconstrução no cotidiano das políticas sociais (MENEGHETTI, 
2021; AMARO, FARIAS, 2020). 
 
2. SERVIÇO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE LIBERDADE ASSISTIDA (LA) 
E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE (PSC) E AS EQUIPES DE 
ATENDIMENTO. 
 
A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado é Política de 
Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada 
através de um conjunto integrado de iniciativa pública e da sociedade, para 
garantir o atendimento às necessidades básicas. 
Através do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a política se 
dividi em Proteção Social Básica e Proteção Social Especial de Alta e Média 
Complexidade. 
A Proteção Social Básica tem como objetivos prevenir situações de 
vulnerabilidade sociais, presentes especialmente no território, através de 
ações coletivas que visem a convivência familiar e comunitária, despertando 
potencialidades e acesso a benefícios e serviços. No território a política se 
materializa através dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), 
que tem como serviço principal o Serviço de Proteção e Atendimento Integral 
a Família (PAIF). 
14 
 
 
 
 A Proteção Social Especial é dividida em Alta e Média complexidade, 
a Média Complexidade executada no Centro de Referência Especializado de 
Assistência Social (CREAS), enquanto a Alta complexidade são os serviços de 
acolhimento institucional seja para crianças, adolescentes, pessoas idosas, 
pessoas com deficiência e pessoas em situação de rua. 
 Assim, o Serviço de Medida Socioeducativa em Meio Aberto (MSE – 
MA) é um serviço de Média complexidade, pois, embora estejam em situação 
de risco, os(as) adolescentes que são inseridos neste serviço ainda têm 
vínculos familiares, muitos fragilizados, mas existentes. 
É importante destacar que quando falamos do Serviço de MSE-MA, 
como um serviço tipificado da Assistência Social tem suas particularidades, 
questões estas pautadas acima. Todavia, o serviço de MSE-MA não é serviço 
exclusivo para um Centro de Referência Especializado de Assistência Social 
(CREAS) este serviço pode ser executado dentro do CREAS, todavia não é 
obrigatório. O Serviço Inerente a um CREAS é o Serviço de Proteção e 
Atendimento a famílias e Indivíduos (PAEFI), não existe CREAS se não tiver 
PAEFI, logo os CREAS temáticos que vimos surgir em um dado momento são 
incoerentes. 
Com relação aos municípios pequenos de porte I e II, estes muitas 
vezes não têm uma unidade de atendimento CREAS, assim precisam se 
organizar em nível de gestão municipal para destinar profissionais para que 
realizem os atendimentos devidos, estes profissionais podem estar ligados ao 
órgão gestor da Política Municipal de Assistência Social, entretanto sabemos 
que muitas vezes um(a) profissional executa todos os atendimentos em todos 
os níveis de proteção, o que porvezes acaba por fragilizar os atendimentos. 
O diálogo é sempre o melhor caminho, conhecer a realidade local, as 
potencialidades, desafios e sistematizar o serviço prestado é fundamental 
para que técnicos e o órgão gestor se comuniquem e busquem a melhor 
forma para executar a política local. 
15 
 
 
 
Ao analisarmos a medida de Prestação de Serviço à comunidade, 
percebemos que ela deveria ser um elo entre o(a) adolescente e sua 
comunidade. Volpi (2015) reforça que: 
Prestar serviços à comunidade constitui uma medida com forte 
apelo comunitário e educativo, tanto para o jovem infrator quanto 
para a comunidade, que por sua vez poderá responsabilizar-se pelo 
desenvolvimento integral desse adolescente (p. 29). 
 
Entretanto, o cotidiano profissional nos apresenta uma outra 
realidade: ao buscarmos os espaços comunitários para inserir o(a) 
adolescente, encontramos um ambiente hostil, fechado e muitas vezes 
violento, avesso a sua história, indiferente a sua vida e desacreditando em 
sua ressocialização, muitas vezes apenas baseado em preconceito por sua 
aparência física ou vestimenta. Isso nos faz refletir como executar 
socioeducação em meio aberto, se o próprio território se fecha aos seus. 
Segundo Volpi (2015): 
Entendemos que a prestação de serviços à comunidade será cada 
vez mais efetiva, à medida que houver adequado 
acompanhamento do adolescente pelo órgão executor, o apoio da 
entidade que o recebe, e a utilidade real da dimensão social do 
trabalho realizado (p. 29). 
 
O que se apresenta do cotidiano é uma negação destes(as) 
adolescentes em espaços de convivência social. Inexiste alinhamento entre 
órgão executor e mesmo o apoio de entidades parceiras na comunidade 
mostra-se muito frágil, uma vez que o que percebemos é uma 
desqualificação total deste(a) adolescente, reduzindo-o(a) apenas ao ato 
infracional, sem reconhecer outros aspectos destes que deveriam ser 
estimulados e fomentados, a começar pela valorização de suas 
potencialidades e sonhos. 
Outra questão que consideramos intrigante e contraditória, é o fato de 
que alguns(mas) adolescentes são encaminhados(as) ao serviço de MSE-MA 
pelo Ministério Público, entretanto, ao analisarmos o processo, percebemos 
que foi aplicada a remissão, porém, com MSE. Aqui cabe ressaltar que 
16 
 
 
 
quando se trata da remissão o(a) adolescente não será processado, ou seja, 
não terá processo judicial contra ele(a). 
O ECA em seus Arts. 126, 127 e 128, apresenta a forma jurídica da 
aplicação da remissão ao(a) adolescente. Podemos ainda compreender 
melhor essa questão ao vermos o ECA comentado5 pelo Drº Promotor de 
Justiça do Estado do Paraná Murillo José Digiácomo. 
Ora, se a MSE é uma medida imposta ao(a) adolescente que comete 
um ato infracional, ato este equivalente a crime e no processo de apuração 
entendeu que não houve a prática de ato infracional, porque uma remissão 
com MSE? O que percebemos é a prática de um “castigo”, imposto ao(a) 
adolescente por parte do próprio Ministério Público. 
Importante destacar que quando aplicada a remissão, embora feita 
pelo MP, não há a garantia do contraditório, uma vez que se não há processo 
instaurado contra o(a) adolescente, este(a) não terá que responder por 
prática de ato infracional, ferindo assim os direitos ao contraditório e ampla 
defesa. 
 O que queremos pautar é o quanto tratamos este(a) adolescente 
ainda pela concepção de punição e não da proteção, pois quando este(a) 
adolescente adentra no Serviço de “proteção” de MSE, na maioria dos casos, 
o(a) mesmo só foi “visto” pelo Estado6, quando praticou algo compreendido 
como ato infracional, entretanto a ausência de uma rede de proteção ainda 
nos primeiros anos de vida foi tão evidente que suas demandas anteriores 
não foram pautadas – dado que antes era, ainda mais, invisível ao Estado e 
à sociedade. Isso é tão importante que quando realizamos os primeiros 
atendimentos, nos deparamos com a realidade, por exemplo, de um 
adolescente que aos 15 anos não está alfabetizado, que apenas desenha seu 
nome. 
 
5 Link ECA Comentado: 
https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/caopca/eca_anotado_2020_8ed_mppr.pdf. 
6 Entende-se Estado como ente, nação responsável por garantir proteção social, conforme dispõe a 
CF/88. 
17 
 
 
 
 Nesse cenário, a frase “isso é problema da assistência social” 
reaparece “batida” e desgastada. Mas como esse(a) adolescente foi levado(a) 
ao ato infracional? Onde estava toda a rede de proteção? E quando ele(a) 
adentra no sistema, com o que ou quem pode contar, se é falha ou precária 
a articulação Inter políticas? Como se pode executar a socioeducação 
partindo somente de uma única política pública? Como articular o SINASE, 
se os atores/atrizes envolvidos não se reconhecem como 
socioeducadores(as)? E, principalmente: como realizar socioeducação 
quando os(as) adolescentes são vistos(as) por muitos(as) profissionais como 
bandidos? Aqui cabe um importante destaque para a atuação de 
trabalhadores(as) que atuam no serviço de MSE-MA, uma vez que a 
compreensão que este(a) tem sobre o(a) adolescente ou sobre a 
incompletude que permeia o ciclo de vida da adolescência, será fundamental 
no atendimento e acompanhamento do(a) adolescente. 
 Sobre essa questão dos(as) trabalhadores(as) destacamos: 
O referencial teórico apresentado até esse momento, permitiu 
evidenciar que ainda persistem no imaginário social, nas práticas 
cotidianas profissionais, muitos mitos sobre trabalho infantil, sobre 
pobreza, sobre drogas, violência e crime. Também que a efetivação 
do SGDCA e a possibilidade de proteção integral dependem, além 
dos serviços e políticas ofertadas, da qualidade da atuação dos 
agentes públicos e privados para a implementação desses 
(SCHELBAUER, 2022, p.99). 
 
Sim, são muitas perguntas. E na base de todas elas estão a 
necessidade de defesa coerente e competente dos direitos de crianças e 
adolescentes, direito a vida, ao lazer, a educação, à vida comunitária, com 
dignidade e respeito a sua individualidade e estágio de desenvolvimento 
humano. Mas é exatamente nesse período que se inscrevem as maiores 
violações, por incompreensão, crise geracional ou opressão adulta. 
Além da desacreditação por ser socioeducando(a), o(a) adolescente 
sofre uma série de segregações e todas elas são um convite a se manter no 
circuito do ato infracional. O afastamento da escola, é uma delas. Ele(a) tem 
direito à continuidade dos estudos, mas a vaga na escola é sempre algo difícil 
18 
 
 
 
e que demanda ser “negociada”, perante argumentos de gestores(as) de não 
oferecer risco à escola, medo de prejudicar os alunos e evitar “problemas”. 
Como resultado, mantém-se adolescentes em lista de espera para 
acesso à uma vaga na escola, espera esta que muitas vezes tem um hiato 
temporal entre idade/série de dois ou três anos. De acordo com a pesquisa 
realizada por Negri (2021, pg. 24), do total de adolescentes, apenas 28 
estavam em situação regular com os estudos, isto é, frequentando 
regularmente ou concluído o Ensino Médio, enquanto 47 mantinham-se em 
situação irregular o que se pode entender como desproteção social, em 
outras palavras, o avesso ao direito. 
As finalidades do serviço do MSE-MA estão dispostas em vários 
documentos, Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (2009), 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (1990), SINASE (2012) e Cadernos 
de Orientações, entretanto, quando falamos com os(as) operadores(as) deste 
serviço percebemos profissionais perdidos(as), sem mesmo saber o que de 
fato é ofertar um serviço de socioeducação. 
Isso porque o que podemos perceber, com o cotidiano profissional, é 
que os(as) adolescentes em cumprimentos de MSE-MA não estão fora da 
sociedade para ser ressocializados, estão justamente dentro desta 
sociedade, porém marginalizados por serem pobres, negros e residirem em 
locais periféricos7, impedindo muitas vezesde acessarem até mesmo 
mercado de trabalho, devido aos estigmas e os trabalhadores do serviço se 
deparam com toda essa desigualdade, quando recebe um adolescente para 
cumprimento da MSE-MA. 
E então o que é mesmo socioeducação em meio aberto? 
As políticas públicas são de fundamental importância na vida de 
todo(a) cidadão(ã), especialmente quando é criança e adolescente, 
justamente devido estes(as) estarem em um período singular do 
 
7 Vide relatório da pesquisa Nacional das MSE-ME – MDS 2018. 
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/relatorios/Medidas_Socioeducativ
as_em_Meio_Aberto.pdf . 
 
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/relatorios/Medidas_Socioeducativas_em_Meio_Aberto.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/relatorios/Medidas_Socioeducativas_em_Meio_Aberto.pdf
19 
 
 
 
desenvolvimento, neste sentido destacamos que nesta fase políticas como 
saúde, educação, assistência social, esporte, cultura e lazer, deveriam ser 
efetivas na oferta de serviços que garantissem a proteção social de crianças 
e posteriormente na adolescência, o princípio da incompletude institucional 
precisa ser reconhecido e executado de forma eficaz na vida de cidadãos e 
cidadãs 
A escuta qualificada, o acolhimento dos(as) adolescentes e suas 
famílias é a tarefa inicial dos(as) trabalhadores(as), o primeiro contato 
permite estabelecer já de início a relação de respeito que estes(as) devem ser 
tratados(as). Destaca-se aqui, que a acolhida inicial deve ser tarefa para 
todos(as) os(as) trabalhadores(as), independente da formação ou nível de 
escolaridade, para posterior os atendimentos especializados, isso porque 
todos(as) os(as) atores/atrizes do serviço de MSE-MA, precisam estar 
preparados(as) para ouvir e acolher a quem eles(as) procuram. 
Cabe uma ressalva que não se trata da acolhida de famílias e 
indivíduos em unidades de acolhimento, mas sim, da forma como o serviço 
de Medida Socioeducativa vai recepcionar este(a) adolescente e sua família 
quando for encaminhado(a) para cumprir MSE-MA. Faz-se fundamental uma 
acolhida com respeito e orientação sobre seus direitos e deveres em relação 
a sua MSE, a sua obrigatoriedade, informando que a medida é do(a) 
adolescente e isso precisa ficar nítido no primeiro atendimento. Importante 
posicionar o direito da família e seus deveres no apoio ao(a) adolescente e 
quais os deveres e relacionamento com a equipe técnica do serviço. 
Quando paramos para olhar todo o conjunto de leis que temos, 
orientações técnicas e normativas técnicas que envolvem as MSE, 
percebemos que todas dispõem sobre a importância da responsabilização 
do(a) adolescente, entretanto, sempre seguido dos princípios de proteção, do 
acesso as diversas políticas públicas, do direito a convivência familiar e 
comunitária e etc. Isso nos permite pensar que: se este(a) adolescente tivesse 
tido esses acessos antes, não teria praticado o ato infracional? Se o ECA 
estabelece os deveres da família, sociedade e do Estado, na proteção dos(as) 
20 
 
 
 
adolescentes, então estes serão punidos também por não cumprirem seus 
deveres? São com todas essas inquietações que os(as) trabalhadores(as) 
lidam diariamente e precisam dar respostas das situações que atendem. 
O atendimento às famílias precisa ser cuidadoso, regado de empatia 
e capacidade de escuta, isso porque muitas famílias precisam ser protegidas 
para poder proteger, e nosso maior desafio é despertar nas famílias sua 
capacidade protetiva, pois é neste contexto familiar que o(a) adolescente 
volta depois dos atendimentos realizados pelos(as) atores/atrizes do serviço 
de MSE-MA. 
Neste momento é importante compreender se a família deverá ser 
inserida no serviço do PAEFI, concomitante com o cumprimento da MSE, pois 
o reconhecimento desta família como unidade protetora é decisiva para que 
a MSE tenha o máximo de eficácia. 
Neste sentido, os vários saberes contidos nas diferentes formações da 
equipe de referência, contribui para que estas aprofundem o conhecimento 
sobre as desproteções sociais, sobre estilo de vida e formas como se dão as 
relações de gêneros, raciais, religiosas, intergeracionais entre outras, nas 
próprias famílias e nos territórios em que vivem. 
No Caderno de Orientação do PAIF (MDS, 2012), o processo de 
acompanhamento orienta que as equipes sejam capazes de: 
• Conhecer as situações de vulnerabilidades e as potencialidades das 
famílias e sua incidência no território; 
• Levantar as principais demandas coletivas; 
• Aprofundar conhecimento de alguns temas e fenômenos, inclusive 
estudando materiais produzidos por especialistas; 
• Preparar encontros com famílias do território. 
O desafio na sustentação dos grupos é usar estratégias que 
contribuam para explicitar, dialogar e superar modos de relação que 
fragilizam os vínculos e, consequentemente, geram desproteções sociais. 
Essa fragilidade de vínculos pode ocorrer no processo do próprio grupo ou 
deste com outros grupos sociais. As ferramentas/estratégias utilizadas no 
21 
 
 
 
trabalho social precisam ser coerentes e materializar a direção de proteção 
social presente nas normativas e orientações éticas e técnicas do SUAS. 
E trazendo ao debate o território, esse é essencial na vida do(a) 
adolescente em cumprimento de MSE–MA, pois, é justamente neste território 
que a vida acontece, que as relações se constroem, e que os(as) adolescentes 
se reconhecem como sujeitos. E neste mesmo território as violações e os 
riscos são eminentes. 
Torna-se fundamental a equipe conhecer o local/território onde vive 
o(a) adolescente e sua família, justamente para que possamos, nos 
atendimentos (grupo e/ou individual), dialogar com o(a) socioeducando(a) 
que lugar é esse, quais suas potencialidades, quais os desafios, onde estão os 
riscos e como se apresentam em sua vida e de sua família, e onde estão as 
proteções, sejam estas representadas pelos serviços públicos ou privados 
presentes naquele espaço, diálogo este que permite aos(as) adolescentes 
desenvolver mecanismos de proteção, lembrem-se, se estivermos na chuva 
com guarda-chuva, iremos nos molhar menos. Conforme Brasil (2017), a 
Política Nacional de Assistência Social (PNAS) define que se pode prevenir 
vulnerabilidades e riscos sociais, a partir de potencialidades e aquisições em 
conjunto com o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. 
Da mesma forma, é de fundamental importância a articulação do 
Serviço de MSE-MA, com o trabalho do CRAS, pois muitas vezes este é a 
unidade de atendimento da Assistência Social que está no território. 
No Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a Proteção Social 
Básica opera garantindo seguranças de convívio, acolhida e 
sobrevivência, ou seja, evitando, prevenindo riscos sociais, perigos e 
incertezas para grupos vulneráveis, tanto do ponto de vista material 
quanto do ponto de vista relacional (BRASIL, 2017 p. 9). 
 
 
 Esse trabalho tem o propósito de despertar nos(as) adolescentes, e 
suas famílias, sua autonomia, isso porque: 
A provisão das seguranças socioassistenciais pressupõe que as 
ofertas disponibilizadas pelo SUAS contribuam para o 
desenvolvimento das capacidades e autonomia dos usuários, o 
fortalecimento das relações no âmbito da família e da comunidade 
e a ampliação do acesso a direitos socioassistenciais e das redes de 
22 
 
 
 
relacionamento no território onde vivem e convivem (SNAS, 2017, 
p.7). 
 
 
Outro fator de grande relevância é o trabalho entre serviço de MSE-
MA e vigilância socioassistencial, a qual visa identificar no território as 
potencialidades, riscos e o conhecimento das condições socioeconômicas 
das famílias, para que juntos(as) possam pensar ações coletivas que 
intencionam o desenvolvimento de ações em cada localidade. Isso porque, 
vigiar também é um ato de proteção. 
Significa dizer que a VigilânciaSocioassistencial deve responder 
não só pela identificação das situações de vulnerabilidade e risco 
que incidem sobre as famílias e dos eventos de violação de direitos 
presentes nos territórios, mas também deve permitir compreender 
por que e como se configuram territorialmente as necessidades e 
demandas por seguranças socioassistenciais. Somente assim, 
poderá produzir uma visão territorializada e interligada entre 
demandas e respostas de proteção social e de defesa de direitos 
socioassistenciais, orientando os parâmetros dos serviços e 
benefícios da política de assistência social na direção da prevenção 
e restauração das desproteções e violações de direitos 
socioassistenciais. (BRASIL, 2013, p. 26). 
 
 Dessa forma, é necessário constante diálogo entre os serviços de MSE 
e Vigilância, já que se faz importante a sistematização dos dados produzidos 
pelos trabalhadores da MSE-MA, haja vista que são através de dados e 
informações subjetivas que se propõem ações nos territórios. 
 Conhecer o território permite ainda, que sejam mapeados os locais pra 
possíveis parcerias para o cumprimento da MSE-MA, uma vez que é de 
responsabilidade do serviço essas parcerias, que visem acolher o(a) 
adolescente para o cumprimento da PSC, lembrando que esses locais 
precisam estar em constante capacitação para receber os(as) adolescentes 
da mesma forma que a equipe também precisa se capacitar constantemente. 
 O cotidiano profissional impõe aos(as) trabalhadores(as) do Serviço 
Socioeducativo o enfrentamento das expressões da questão social que 
incidem diretamente na vida destes(as) adolescentes inseridos no Serviço de 
MSE-MA, isso implica em entregar um serviço de qualidade nos rumos da 
23 
 
 
 
superação da situação vivida, mesmo diante da ineficiência da política social 
em que nos situamos. 
 Todos esses questionamentos críticos, ao passo que expressamente 
renunciam à produção de respostas conservadoras e fatalistas, nos 
potenciam a sair do básico (AMARO, 2020a), quebrar correntes opressoras e 
compor estratégias de ultrapassagem desse cotidiano. O que nos move é a 
intenção de mudança: compor “caminhos nos rumos de um horizonte mais 
democrático e humano” (AMARO, 2021, p. 60.). 
Nas palavras de Amaro, em uma de suas obras – como em mentoria8 
“ao vivo” – é inadiável que o assistente social seja presente e potente em suas 
ações e mediações. Segundo ela: 
É, portanto, papel político do assistente social, assumida sua 
identidade de classe, com os setores oprimidos. (...) É nos 
rebatimentos dessa posição e oposição política que se converte a 
prática profissional em prática social, única forma de dar um “basta” 
ao sucateamento das políticas públicas e dos serviços sociais, bem 
como ao apartheid social posto em marcha pela artimanha 
neoliberal das elites brasileiras (Amaro,2021, p. 61). 
 
 
 Precisamos reafirmar nosso compromisso com as camadas sociais 
empobrecidas e excluídas, e compor ações educativas em meio aberto, que 
efetivamente visem o pleno desenvolvimento dos adolescentes. 
É preciso acreditar que estar ali na socioeducação não é o fim da 
história, que há um porvir e um recomeçar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 Processo de formação realizado sob orientação da Phd Sarita Amaro. 
24 
 
 
 
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