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Patologia • O fígado é um órgão que pode ter diferentes pontos doentes • É a maior glândula isolada do corpo (1,3% a 6% do peso corporal e 21% do débito cardíaco vai para o fígado). → Requer grande volume de sangue para estar em funcionamento pois tem alto consumo energético, devido a todas as funções dele. → Por conta dessa grande quantidade de sangue, alterações relacionadas a circulação sanguínea podem afetar este órgão. • É uma glândula tubular mista (exócrina e endócrina). → Exócrina: Liberado para fora da corrente sanguínea. → Endócrina: Liberado dentro da corrente sanguínea. • Fenomenal capacidade de armazenamento, reserva funcional e capacidade de regeneração. → Essa capacidade de regeneração por um lado é ótima, mas por outro não é tão boa assim. Muitas vezes quando o animal começa a apresentar sinais de doenças hepáticas o órgão pode estar mais de 70% lesionado (muito tardias). A bile é feita a partir da quebra das hemácias (bilirrubina), colesterol, sais biliares e água. → Sua função é emulsificar a gordura. → À medida que há a ingestão e o movimento de deglutição, ocorre a liberação do hormônio colecistocinina, fazendo a vesícula biliar se contrair e liberar a bile no duodeno. Diferenças de cães e gatos em relação ao ducto biliar comum é a anastomose com o ducto pancreático, e muitas vezes alterações tanto no ducto biliar quanto alterações duodenais podem cursar com pancreatite nos gatos, pois o conteúdo reflui mais facilmente neles do que nos cães. → Síntese de proteínas: A principal proteína é a albumina. Fatores de coagulação e globulinas. - Uma das principais funções da albumina dentro do vaso sanguíneo é a regulação da pressão oncótica, atraindo água para dentro do vaso sanguíneo, portanto, uma hipoalbuminemia pode levar o animal a ter edema/ascite. - A maioria dos medicamentos são metabolizados no fígado e para isso eles precisam se ligar na albumina plasmática, se não há uma quantidade adequada de albumina, ocorre uma dificuldade da absorção e excreção desses compostos. → Síntese de fatores de coagulação: Na hemostasia secundária, todos os fatores são produzidos no fígado. - Se ocorre um comprometimento desse órgão, pode haver um comprometimento dos fatores de coagulação e gerar coagulopatias (hipocoagulação, hipercoagulação). → Síntese de globulinas: Relacionado com o sistema imunológico. - A albumina é uma proteína de fase aguda negativa, enquanto a globulina é uma proteína de fase aguda positiva. Diante de uma infecção viral, bacteriana ou por protozoários, o organismo vai tender a produzir mais globulinas para tentar combater aquele agente etiológico. Por estar produzindo mais globulina, acaba diminuindo a produção de albumina. → Metabolismo de carboidratos: Os carboidratos vão ser quebrados e vai haver o armazenamento da glicose em forma de glicogênio hepático. - A partir da alimentação, tem um aumento da glicemia (concentração de açúcar) no sangue, sendo um dos produtos da quebra dos carboidratos, gerando um quadro de hiperglicemia. O pâncreas vai liberar insulina que vai fazer com que esse açúcar seja armazenado na forma de glicogênio hepático. - Em jejum (hipoglicemia), o pâncreas libera o glucagon, agindo no fígado pegando esse glicogênio, o quebrando e produzindo energia num processo chamado de glicogenólise. → Metabolismo de lipídios: Na forma de triglicerídeos, colesterol e glicoproteínas. - Tanto metabolização quanto na excreção, visto que uma Estrutura e função do fígado A vesícula biliar é um anexo do fígado e não uma parte dele. Funções • Metabolismo e síntese das principais doenças estudadas no fígado é a esteatose hepática. Tendo esse acúmulo de gordura comprimindo os hepatócitos, o fígado não vai ser capaz de exercer todas as suas outras funções. • Armazenamento → Um fígado normal vai armazenar: - Glicogênio. - Triglicerídeos. - Ferro: Armazenado em forma de ferritina, quando necessário é quebrado em ferro e liberado na circulação. - Cobre. • Outras funções → Remoção – “Limpeza”: Substâncias tóxicas para o organismo. - Células do sistema fagocitário mononuclear- Células de Kupffer (macrófagos hepáticos). - Há também a remoção de células danificadas, principalmente hemácias. - Problemas no sistema de limpeza não danificam apenas o fígado, como 21% do débito cardíaco vai para este órgão, passam inúmeras células da vigilância imunológica, os macrófagos hepáticos podem ajudar se por exemplo, houver alguma bactéria presente nesse sangue. →Ativação e síntese de vitaminas: Principalmente a vitamina D. Heme Hemoglobina Heme= Ferro + Bilirrubina ñ conjugada Globina Ocorre a quebra das hemácias (hemocaterese), em porção heme e globina, a porção heme é formada por Ferro + bilirrubina não conjugada. Essa bilirrubina não conjugada se liga a proteína albumina (pré-hepática) e adentra o fígado, dentro dele ela faz sua conjugação com o ácido glucarônico (intra-hepático), se transformando em bilirrubina conjugada. Vai para a vesícula biliar (responsável pela coloração amarelada/esverdeada) e é despejada no duodeno, vai sofrer ação das bactérias do intestino e parte vai ser convertida em urobilinogênio e estercobilina (responsável pela coloração amarronzada das fezes) e a outra parte vai ser reabsorvida via corrente sanguínea (10% recirculada e tem eliminação renal). • Quando ingerimos um alimento proteico, essa proteína vai ser degradada, formando aminoácidos, com isso e com outros compostos nitrogenados, temos a formação da amônia, um composto extremamente solúvel em água e extremamente tóxico para o sistema nervoso central. • Por ser tóxica, ela não deve circular fora da circulação porto hepática • Via circulação esplâncnica (baço, estomago e intestino) a amonia vai para o fígado e vai sofrer metabolização formando um composto denominado de ureia. • A ureia vai para a circulação sanguínea via veia cava, e será eliminada pelos rins. Metabolismo da bilirrubina Ciclo da ureia Metabolismo de proteínas e outros compostos nitrogenados Amônia Fígado Ureia Rim Urina Shunt Portossistêmico A amônia que deveria ser levada ao fígado, acaba indo da veia porta direto para a veia cava, por causa de um desvio que chamamos de Shunt portossistemico. Esse ciclo todo de circulação não acontece durante a gestação, enquanto o filhote está dentro do útero, ele não tem essa eliminação hepática, possui um desvio que deve se fechar após o nascimento (o fígado está funcionando durante a gestação, mas não exerce essa função em específico). Algumas vezes ele não se fecha, e a partir do momento em que o filhote começa a ingerir proteínas, a amônia que deveria ir para o fígado, acaba caindo direto na veia cava e para a circulação sistêmica. Com isso, esse animal pode começar a ter um quadro de encefalopatia por intoxicação de amônia, cálculo de amônia na vesícula urinária, baixa formação de ureia. → Destruição excessiva de eritrócitos (Liberação excessiva de bilirrubina acumulando na corrente sanguínea). - Hemoparasitoses - Anemias imuno mediadas - Reações transfusionais - Substâncias químicas - Infecções virais/bacterianas • Hepática → Diminuição da utilização de bilirrubina no hepatócito (captura, conjugação, excreção). - Neoplasias. - Cirrose. - Hepatite. - Intoxicações. • Pós hepáticas → Obstrução pós hepática impedindo o fluxo da bile. - Colangite (inflamação da vesícula biliar). - Parasitas. - Cálculos. - Tecido intra-hepático fibroso - Neoplasias (tumor comprime a vesícula biliar). Algunsanimais infelizmente já nascem com cistos (congênitos), decorrentes de alguma má formação. → Caninos → Felinos → Suínos - Podem ser únicos ou múltiplos. - Devem ser diferenciados de cistos parasitários (ultrassom, biopsia hepática). Inflamação do parênquima hepático. - Pode se cronificar. Pode ser causada por: - Bactérias e protozoários (principalmente): Acúmulo de neutrófilos em resposta quimiotática. - Infecções virais: Hepatite A, B C etc. Distribuição aleatória de lesões, menor inflamação e maior infiltração leucocitária. Inflamação contínua, a causa da inflamação não foi retirada e, portanto, continuou a agressão ao órgão. Tipos de icterícia • Pré hepática - Fibrose (substituição dos hepatócitos por fibroblastos) + Acúmulo de células inflamatórias mononucleares + frequentemente há regeneração. - A Fibrose (cirrose) impede o fígado de funcionar normalmente. - O órgão se altera macroscopicamente, fica mais rígido, hipoplasia de algumas regiões. - A hepatite crônica grave e difusa pode levar a perda do parênquima hepático e alterações na arquitetura do órgão em decorrência da fibrose. Inflamação dos ductos biliares intra ou extra-hepáticos. - Inflamação do fígado por consequência. Colangite neutrofilica (supurativa): A mais comum. Acúmulo de neutrófilos no lúmen ou no epitélio dos ductos biliares. - Mais amarelado com pontinhos. - Dilatação dos ductos. - Acúmulo de gordura. Colangite Linfocítica: Mais comum em gatos. Infiltrado inflamatório com predomínio de linfócitos e plasmócitos, distribuídos de maneira multifocal por todo o interstício. - Diferenciação pelo HE. - Mais esbranquiçado. • Congestão passiva: Consequência de distúrbio cardíaco, aumento da pressão na veia cava caudal, aumento da pressão da veia hepática e seus afluentes. - Aspecto de noz moscada • Shunt Portossistemico. Comprometimento no metabolismo de ácidos graxos que causam acúmulo de gordura. - Colesterol e triglicérides. Se houver alguma inflamação no fígado, ocorre um comprometimento no metabolismo, fazendo esse acúmulo. - Fígado amarelado e oleoso. - Bordos dilatados (abaulados). - Pode cursar junto com a cirrose. - Células tumefeitas com o núcleo na periferia. Pode ser feito o teste do copo com água (jogar um pedacinho do fígado em um copo cheio d’água e ver se boia). - Caso queira realmente fechar o diagnóstico de esteatose, deve-se corar com Sudan Black. Acúmulo de cobre progressivo no interior do fígado (É responsável pelo metabolismo de cobre.), - Comum em ovinos (pobre regulação do depósito de cobre) - Excesso de cobre na dieta. - Distúrbios diretos no metabolismo. - Mais comum em neonatos e fetos (mãe exposta ao vírus e ocorre a exposição transplacentária) Se fibrosar mais de 70% do fígado, estaremos diante de uma insuficiência hepática. Pode levar a um quadro de necrose hepática multifocal com inflamação leve. Quadros mais graves em animais que ainda não tenham desenvolvido por completo a termorregulação - Fígado faz uma importante função de termorregulação nos neonatos. - Neonatos até as duas primeiras semanas de vida. Infecções bacterianas. - Bactérias podem alcançar o fígado por diferentes caminhos e formar abscessos (acúmulo de pus encapsulados). - Necrose caseosa formando um granuloma hepático de origem bacteriana. - No ultrassom aparece apenas como uma neoformação hepática (Complementar com hemograma, diagnóstico apenas com biópsia, histopatológico.).
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