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01/06/2022 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - Fisiopatologia - Linfoma de Hodgkin Organização do tecido linfóide - No sistema imune tem: - Tecido linfóide primário: - Timo: maturação de LT - Medula óssea: fazem células imunes - Tecido linfóide secundário: - Linfonodos - encapsulado - Polpa branca do baço - encapsulado - Malt - Tonsilas - Placas de Peyer - As células hematopoiéticas → precursores linfoides → precursores para linfocitos T e B → cai na circulação e vai para os órgãos secundários OBS! LB vai sofrer maturação na medula óssea - LT vai sofrer maturação no timo Linfonodo - Formado por: 1- Córtex: - Onde ficam os folículos linfóides - Folículo primário - Folículo secundário: dá para ver o centro germinativo tendo proliferação e diferenciação dos linfócitos B - Cortical/propriamente dito → formação de folículos/nódulos linfóides que são ativados para gerar a resposta, tendo proliferação de LB - Paracortical → rica em linfócitos T - Os linfócitos B vão para região paracortical depois da ação da APC Apresentação de antígeno - Quando o linfócito B é apresentado à um antígeno ele começa a proliferar e segue para o centro germinativo (folículo) - Nessa proliferação algumas células B não tem afinidade pelo antígeno e sofrem apoptose - Só proliferam as que têm afinidade - Quando tem afinidade, elas sofrem hipermutação somática para ter diversidade de anticorpo OBS! Tudo isso acontece no centro germinativo - Depois de pronto ele pode sair do centro linfóide como plasmócito (já tendo a diversidade de anticorpos) ou como células B de memória - Para diferenciar LB e LT é preciso imunohistoquímica 1 01/06/2022 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - Fisiopatologia - - Medula - tem uma cápsula de tecido conjuntivo Neoplasia dos leucócitos - Pode ser dos tipos: 1- Neoplasias linfóides - explicação abaixo 2- Neoplasias mielóides - leucemias - Células progenitoras imaturas se acumulam na medula óssea - Produção aumentada de 1 ou mais elementos mieloides em etapas terminais de diferenciação 3- Neoplasias de histiócitos - lesões proliferativas incomuns de macrófagos e células dendríticas - Célula dendrítica imatura e células de langerhans Neoplasia linfóides - NL - Originadas de: 1- Células B 2- Células T 3- Células NK - Fenótipo de células neoplásica: - Depende da etapa de diferenciação do linfócito - Aspecto esse utilizado no diagnóstico e na classificação dessas doenças Linfoma - São proliferações que surgem como massas teciduais discretas - Ex: Dentro dos linfonodos, baço ou tecidos extranodais - Grupo heterogêneo de lesões originadas em precursores hematopoéticos B, T ou NK - Comprometidos com a diferenciação linfóide em diferentes etapas do desenvolvimento e em diferentes estágios evolutivos - Mais de 50 entidades clinicopatológicas nesse grupo de neoplasias - Os linfomas podem ter origem em qualquer etapa de maturação e diferenciação dos linfócitos Linfoma - classificação - Esta nomenclatura não se baseia, como as anteriores, apenas na morfologia ou na imunofenotipagem das células tumorais - Além desses parâmetros, a nomenclatura da OMS leva em conta também dados clínicos e moleculares para definir uma entidade clinicopatológica em esses 2 tipos de linfomas: 1- Linfoma de Hodgkin - somente associados a células B (33%) - Praticamente apenas em linfonodos - Neoplasia de células reed-sternberg e variante - Ou seja, no seu histopatológico tem que apresentar uma célula reed-sternberg 2- Linfoma de não hodgkin - associados a maturação das células T, NK e 67% podem estar associados a células B - Encontrados em linfonodos ou em órgãos extranodais, principalmente no estômago e na pele 2 01/06/2022 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - Fisiopatologia - - Células B podem ser: 1- Neoplasias de células B precursoras - neoplasias de células B imaturas 2- Neoplasias de células B periféricas - neoplasias de células B maduras - Células T/NK podem ser: 1- Neoplasias de células T precursoras - neoplasias de células T imaturas 2- Neoplasias de células T e de células NK periféricas - neoplasias de células T e NK maduras Linfoma - etiopatogênese - Os órgão linfóides tem maior propensão a desenvolver neoplasias - Pois, em contato com um novo antígeno as células linfóides B adentram ao centro germinativo OBS! Centros germinativos - geração da diversidade de anticorpos - Lá elas proliferam e sofrem variação nos genes de imunoglobulinas por meio de hipermutação somática e recombinação para troca de classe - Este fenômeno gera uma quantidade ilimitada de anticorpos - Mas carrega o risco de neoplasias, uma vez que implica em proliferação celular aumentada e maior probabilidade de mutações - Sendo um fator de risco, pois as células estão se proliferando → aumentando a chance de algo dar errado = mutação - Não é surpresa, portanto, que a maioria dos linfomas se origine nos CG - São o compartimento com maior proliferação celular - Essas proliferações elevam a expressão de genes que controlam vários mecanismos - No caso de neoplasias linfóides → estará associado na maioria das vezes com translocações (alterando atividade dos genes) Linfoma - Translocações Alterações moleculares = TRANSLOCAÇÕES → BCL-6: a translocação vai gerar uma hiperexpressão dessa BCL, como ela é anti-apoptótica → aumenta a sobrevida de células neoplásicas - 25% dos linfomas difusos de grande células B - 10% dos linfomas foliculares → BCL-2: sua hiperexpressão gera resistência ao processo de apoptose - 85-90% dos linfomas foliculares - 15-20% dos linfomas difusos de grandes células B → MYC: normalmente controla a proliferação e diferenciação - alteração desse gene vai comprometer a formação do centro germinativo e assim acometendo resposta imune - Quase todos os casos de linfoma de Burkitt → Ciclina D1, ALK, MALT1: a hiperexpressão desses genes levam à proliferação demasiada das células neoplásicas - Ciclina - linfoma de células do manto - ALK - linfoma de grandes células anaplásicas T/null - MALT1 - linfomas MALT 3 01/06/2022 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - Fisiopatologia - Linfoma - Aspectos clínicos - Linfoma de não Hodgkin - pode ter início nos linfonodos ou órgãos extranodais 30-40% = Estômago e pele - Linfoma de Hodgkin - é praticamente apenas em linfonodos, sendo os mais acometidos os cervicais Linfonodos: 1- Aumento de tamanho - progressivo 2- Aumento da consistência - fica duro, 3- Diminui a sensibilidade - não dói 4- Diminui a mobilidade - parado Alguns apresentam sintomas gerais: - Febre - Sudorese noturna* - Perda de peso OBS! Pacientes mais graves têm maior propensão de apresentar sintomas B (gerais) Linfoma - Estadiamento - Quando há suspeita clínica → pedir biópsia → estudo histopatológico, imunológico e molecular → se confirmar que tem neoplasia linfóide vai para o estadiamento - Tem objetivo de avaliar a extensão no organismo, com vista ao prognóstico - É o estudo histopatológico do linfonodo aumentado ou do órgão comprometido por meio de biópsia - Pode ser complementada com estudos imunológicos e moleculares - O estadiamento vai ser feitos usando como base o diafragma: - Estágio 1: 1 ou um grupo de linfonodos está comprometido - Estágio 2: mais de um linfonodo ou grupo de linfonodos está comprometido, do mesmo lado do diafragma - Estágio 3: linfonodos estão comprometidos em ambos os lados do diafragma - Estágio 4: a doença é disseminada, infiltrando outros órgãos, como medula óssea, fígado, pulmões etc. OBS! É possível ver através do PET Scan - PET Scan - é um exame de imagem similar à tomografia computadorizada, mas com capacidade de identificar alterações nas células em estágios muito iniciais - Inclusão da letra E - em casos de comprometimento extranodal - Paciente com linfoma primário da parede gástrica ou do pulmão, com lesão única, está no estádio IE - Inclusão da letra S (do inglês, spleen) - quando há comprometimento do baço. - Assim, mesmo que os linfonodos afetados estejam abaixo do diafragma, se existe envolvimento esplênico utiliza-se a notação IIIS -Inclusão da letra X - quando o tumor tem mais de 10 cm no seu maior diâmetro Linfoma de Hodgkin - É uma neoplasia linfóide - vem do LB - Caracterizada pela proliferação de células atípicas, denominadas células de Reed-Sternberg (RS), ou suas variantes, imersas em substrato celular característico, de aspecto inflamatório 4 01/06/2022 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - Fisiopatologia - - Surgem em 1 linfonodo e/ou em uma cadeia de linfonodos OBS! Tem sempre um infiltrado inflamatório associado LH - Células de R�d-Sternberg - São células gigantes tumorais 1- RS Clássica - binucleada - Dois lobos nucleares, nucléolos grandes do tipo inclusão e abundante citoplasma, está circundada por linfócitos, macrófagos e um eosinófilo 2- RS Clássica da Célula de Hodgkin - variantes mononucleares contêm um único núcleo com um nucléolo grande semelhante a uma inclusão 3- RS Lacunar: falsa sensação de lacuna - Possuem núcleos mais delicados, pregueados ou multilobados, com citoplasma claro e abundante que, com frequência se rompe 4- Linfocítico - histiocítica (L&H) - popcorn cell - Com núcleos poliplóides, nucléolos inconspícuos e citoplasma moderadamente abundante LH - Etiopatogênese - Quando pensa em LH sua etiopatogenia está relacionada com: Vírus epstein-Barr (EBV) 80% dos casos OBS! EBV = herpes 4 - O vírus Epstein-Barr (EBV) é frequentemente associado ao LH, especialmente em crianças e em indivíduos imunossuprimidos - LMP-1 → essa proteína tem função análoga aos receptores de células B 5 01/06/2022 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - Fisiopatologia - - Então, imitando um LB saudável, ela ganha sobrevida e evita a apoptose - Ou seja, o LMP-1 é importante para sobrevida das células tumorais, no centro germinativo - Foi gerado um linfócito B tumoral e ganha a morfologia de uma célula normal LH - Classificação - Linfoma de Hodgkin pode ser subclassificado em: LH Clássico: Esclerose nodular - Acomete principalmente jovens e adultos - Mas no Brasil também atinge crianças Morfologia: - Forma proliferação de faixas de tecido fibroso colagênico, como se fossem nódulos - Delimitando nódulos celulares irregulares - Maior ou menor grau: 1- Linfócitos 2- Eosinófilos 3- Plasmócitos 4- Células RS - principalmente da variante lacunar; - Tipo 1: pobre em células neoplásicas, com predomínio de linfócitos - Tipo 2: mais de 50% do nódulo são constituídos por células neoplásicas LH Clássico: Celularidade mista Morfologia: - Aspecto celular heterogêneo - Tem muitos: 1- Eosinófilos 2- Plasmócitos 3- Neutrófilos 4- Macrófagos 5- Células RS - Menor número de: 6- Linfócitos OBS! Pode ou não apresentar fibrose difusa e irregular (rosa claro) - Não forma faixas - Importante: Associado ao EBV - EBV = herpes 4 Os círculos pretos são células reed-sternberg 6 01/06/2022 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - Fisiopatologia - LH Clássico: Depleção linfocítica - Pior prognóstico - Menos comum Morfologia: - Padrão reticular - Tem muitas: - Células RS pleomórficas OBS! Tem também depleção linfocitária = poucos linfócitos - Padrão de fibrose difusa, com grande número de células pleomórficas, poucos linfócitos e fibrose difusa irregular. Infiltrado inflamatório: LH Clássico: Rico em linfócitos Morfologia: - Proliferação nodular ou difusa - Encontramos: 1- Linfócitos pequenos 2- Células RS clássicas - Não encontra - se: - Células Linfocítico-histolíticas (L&H) LH com Predominância Linfocitária Nodular: - Pode acometer qualquer faixa etária e tem maior índice de acometimento em homens - Seu pico de incidência é no jovem adulto: quarta década (40 anos) Morfologia: - Intensa proliferação de linfócitos pequenos com distribuição vagamente nodular - Em meio a eles se encontram células linfocítico-histiocíticas (L&H) - L&H: expressam CD20 e CD45, mas são negativas para CD15 e CD30; - Os pequenos linfócitos agregados em torno das células L&H têm imunofenótipo T - Os demais linfócitos pequenos apresentam imunofenótipo B OBS! Não tem associação com o EBV Linfoma de Hodgkin 7 01/06/2022 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - Fisiopatologia - Manifestações clínicas: - O linfoma de Hodgkin, assim como o LNH, geralmente se manifesta como linfadenopatia indolor - Os pacientes mais jovens com subtipos mais favoráveis tendem a apresentar a doença no estágio I ou estágio II - Geralmente também, não apresentam os chamados “sintomas B” (febre, perda de peso, suores noturnos) - Pacientes com doença avançada (estágios III e IV) são mais propensos a exibir os sintomas B, assim como prurido (coceira) e anemia - Devido às complicações de longo prazo da radioterapia, atualmente, mesmo pacientes com doença do estágio I são tratados com quimioterapia sistêmica - A doença mais avançada geralmente também é tratada com quimioterapia, às vezes associada à radioterapia do campo envolvido 8
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