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Indaial – 2022 do Adulto Prof.ª Suyabe de Souza Lemos 1a Edição AssistênciA de enfermAgem nA sAúde Elaboração: Prof. Suyabe de Souza Lemos Copyright © UNIASSELVI 2022 Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI Impresso por: C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI. Núcleo de Educação a Distância. LEMOS, Suyabe de Souza Lemos. Assistência de Enfermagem na Saúde do Adulto. Suyabe de Souza Lemos. Indaial - SC: UNIASSELVI, 2022. 270 p.; il. ISBN 978-85-515-0625-7 ISBN Digital 978-85-515-0626-4 “Graduação - EaD”. 1. Assitência 2. Enfermagem 3. Adulto CDD 610.7 Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Assistência de Enfermagem na Saúde do Adulto, que abordará o cuidado de enfermagem de forma sistematizada. Iremos aprender sobre o paciente adulto e vamos conhecer as principais doenças do sistema cardiocirculatório, respiratórias, infectocontagiosas, neurológicas, endócrinas e gastrointestinais e alguns dos principais processos de enfermagem para cada sistema. Para melhor compreensão abordaremos as medidas de promoção, prevenção e de proteção da saúde no âmbito da educação em saúde com enfoque na atuação da equipe de enfermagem e no enfermeiro. Nas unidades, abordaremos as principais doenças relacionadas aos sistemas que acometem a saúde do adulto destacando, sinais e sintomas, os métodos de diagnóstico, tratamento e a atuação da equipe de enfermagem. Na Unidade 1, abordaremos as principais doenças do sistema cardiocirculatório e as principais doenças do sistema respiratório, bem como iremos conhecer a atuação da equipe de enfermagem com pacientes em tratamento cardiocirculatório ou respiratório. Assim, na Unidade 2, estudaremos as principais doenças infectocontagiosas e as principais doenças do sistema neurológico, apresentando a diferença na atuação da equipe de enfermagem. E, por último, porém não menos importante, na Unidade 3, estudaremos as principais doenças do sistema endócrino e gastrointestinal com enfoque na atuação da equipe de enfermagem que são os responsáveis por prestar atendimento de saúde aos pacientes. Boa leitura e bons estudos! APRESENTAÇÃO Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos. GIO QR CODE Você lembra dos UNIs? Os UNIs eram blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Agora, você conhecerá a GIO, que ajudará você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Junto à chegada da GIO, preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. ENADE LEMBRETE Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conheci- mento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa- res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! SUMÁRIO UNIDADE 1 - PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO E RESPIRATÓRIO – ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM .......................................... 1 TÓPICO 1 - PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO .........................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3 2 PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO .........................................4 2.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL .................................................................................................................... 5 2.2 Aterosclerose ....................................................................................................................................... 10 2.3 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E ELETROCARDIOGRAMA.................................................... 11 2.4 Insuficiência Cardíaca Congestiva ................................................................................................. 15 2.5 Arritmias CARDÍACAS ........................................................................................................................ 16 2.6 Valvulopatias .......................................................................................................................................20 2.7 Doença arterial obstrutiva periférica .............................................................................................23 2.8 Trombose Venosa Profunda ............................................................................................................24 2.9 Gasometria Arterial ............................................................................................................................ 27 3 ATUAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NOS SISTEMA CARIODCIRCULATÓRO ....... 30 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 33 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 34 TÓPICO 2 - PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ....................................37 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................37 2 DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ........................................................................38 2.1 Pneumonias ........................................................................................................................................ 40 2.2 Edema Agudo Pulmonar ..................................................................................................................45 2.3 Tromboembolismo Pulmonar .......................................................................................................... 47 2.4 Derrame Pleural ..................................................................................................................................51 2.5 Doença Broncopulmonar Obstrutiva Crônica .............................................................................53 2.6 Asma brônquica ................................................................................................................................. 57 2.7 Tuberculose .........................................................................................................................................59 2.8 Insuficiência Respiratória ................................................................................................................63 2.9 TRAUMA DE TÓRAX ............................................................................................................................ 67 3 ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM NAS PRINCIAIS DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ........................................................................................... 69 RESUMO DO TÓPICO 2 .........................................................................................................73 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................74 TÓPICO 3 - ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NAS PRINCIPAIS DOENÇAS CARDIOCIRCULATÓRIAS E RESPIRATÓRIAS .................................................. 77 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 77 2 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO MANEJO DAS DOENÇAS CARDIOCIRCULATÓRIAS .................................................................................................78 3 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO MANEJO DAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS ................. 80 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 88 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 93 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 94 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................97 UNIDADE 2 — PRINCIPAIS DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E NEUROLÓGICAS – ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM ................................... 101 TÓPICO 1 — PRINCIPAIS DOENÇAS AFECÇÕES INFECTOCONTAGIOSAS ......................103 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................103 2 PRINCIPAIS DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS ......................................................... 104 2.1 Tuberculose ........................................................................................................................................106 3 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS ............................................................... 110 3.1 AIDS – HIV ............................................................................................................................................115 3.2 SIFILIS ................................................................................................................................................. 117 3.3 HEPATITES VIRAIS ...........................................................................................................................121 4 FEBRE AMARELA ...........................................................................................................125 5 RAIVA HUMANA E TÉTANO ............................................................................................129 6 MENINGITE ..................................................................................................................... 131 7 HANSENÍASE ..................................................................................................................134 8 ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM NAS DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS ......................135 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 137 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................138 TÓPICO 2 - PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA NEUROLÓGICO ................................... 141 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 141 2 PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA NEUROLÓGICO ...................................................142 2.1 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL E ENCEFÁLICO ................................................................... 143 2.2 Aneurisma .......................................................................................................................................... 145 2.3 DOENÇA DE ALZHEIMER ...............................................................................................................146 2.4 DOENÇA DE PARKINSON ...............................................................................................................148 2.5 TRAUMA CRÂNIOENCEFÁLICO – TCE .......................................................................................... 149 2.6 CEFALEIA E ENXAQUECA .............................................................................................................. 152 2.7 ESCLEROSE MÚLTIPLA .................................................................................................................... 153 3 ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA NEUROLÓGICO ..155 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 157 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................158 TÓPICO 3 - ATUAÇÃO DA ENFERMEGEM PRINCIPAIS DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E NEUROLÓGICAS ............................... 161 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 161 2 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO MANEJO DAS DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS ................................................................................................162 3 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO MANEJO DAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS ...............163 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................166 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................171 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 172 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 175 UNIDADE 3 — PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA ENDÓCRINO E GASTROINTESTINAL – ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM ............................ 179 TÓPICO 1 — PRINICIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA ENDÓCRINO ...................................... 181 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 181 2 PRINICIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA ENDÓCRINO ......................................................1822.1 DIABETES MELLITUS ........................................................................................................................183 2.2 HIPOTIREOIDISMO ...........................................................................................................................189 2.3 HIPERTIREOIDISMO ..........................................................................................................................191 2.4 ACROMEGALIA ................................................................................................................................. 192 2.5 DOENÇAS PUBERDADE ................................................................................................................. 194 3 ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM COM AS PRINCIPAIS DOENÇAS ENDÓCRINAS .............198 RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................201 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 202 TÓPICO 2 - PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA GASTROINTESTINAL ........................ 205 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 205 2 PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA GASTROINTESTINAl ......................................... 206 2.1 DOENÇAS DO ESÔFAGO ................................................................................................................208 2.2 DOENÇAS DISABSORTIVAS ..........................................................................................................210 2.3 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS .................................................................................. 212 2.4 CONSTIPAÇÃO ...................................................................................................................................214 2.5 APENDICITE AGUDA......................................................................................................................... 217 2.6 DOENÇA DIVERTICULAR DO CÓLON ........................................................................................... 219 2.7 ABDOME AGUDO .............................................................................................................................. 220 2.8 HEMORRAGIA DIGESTIVA ............................................................................................................. 225 2.9 TRAUMA ABDOMINAL ..................................................................................................................... 229 2.10 PANCREATITE ................................................................................................................................. 233 2.11 INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA ............................................................................................................ 236 3 ATUAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NOS SISTEMA GASTROINTESTINAL ............. 239 RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................... 243 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 244 TÓPICO 3 - ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM NAS PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA ENDÓCRINO E GASTROINTESTINAL ...................................... 247 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 247 2 ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM NO MANEJO DAS DOENÇAS ENDÓCRINAS ................. 248 3 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO MANEJO DAS AFECÇÕES GASTROINTESTINAIS .................................................................................................... 250 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 257 RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 263 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 264 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................267 1 UNIDADE 1 - PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO E RESPIRATÓRIO – ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer as principais doenças do sistema cardiocirculatório; • inteirar-se das principais doenças do sistema respiratório; • aprender sobre a atuação de enfermagem nas práticas do sistema cardiocirculatório e sistema respiratório; • identificar o processo da SAE nas principais doenças do sistema cardiocirculatório e respiratório. A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO TÓPICO 2 – PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO TÓPICO 3 – ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NAS PRINCIPAIS DOENÇAS CARDIOCIRCULATÓRIAS E RESPIRATÓRIAS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO 1 INTRODUÇÃO De acordo com Organização Mundial de Saúde (BRASIL, 2019), as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são atualmente um dos principais e mais preocupantes problemas de saúde em âmbito global. Destaca, ainda, alguns fatores de risco como: bebidas alcoólicas, tabagismo, alimentação inadequada e sedentarismo. TÓPICO 1 - UNIDADE 1 DICA Para aprofundar seu conhecimento leia o artigo: Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: prioridade para enfrentamento e investigação. Disponível em: bit.ly/3XnxElf Conforme a Lei do SUS (Sistema Único de Saúde) abaixo referência o que se é vigilância epidemiológica. De acordo com a lei n° 8080, de 19 de setembro de 1990: Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos (BRASIL, 1990). Para se ter eficácia na vigilância em saúde existe um conjunto de ações, permitindo compreender a gravidade de cada doença e como os fatores de risco afetam a população e ainda auxiliar os serviços de saúde no planejamento estabelecendo prioridades. As doenças cardiocirculatórias estão entre as que representam maior causa de morbimortalidade no Brasil. (BRASIL; 2019). 4 Figura 1 – Sistema cardiocirculatório Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sistema-circulatorio.htm. Acesso em: 16 out. 2022. O sistema cardiocirculatório é constituído pelo coração, pelo sangue e por uma série de estruturas semelhantes a tubos de diferentes diâmetros que servem de caminho para o sangue percorrer o organismo e chegar a todas as suas partes. Essas estruturas pelas quais o sangue flui são os vasos sanguíneos. Em seu trajeto contínuo, o sangue é impulsionado por uma "bomba" feita de músculo que trabalha dia e noite sem parar: o coração (SILVERTHORN, 2010). 2 PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO O sistema circulatório, propriamente dito, é considerado o responsável por conduzir elementos essenciais para todos os tecidos do corpo, por exemplo, oxigênio para as células, hormônios (que são liberados pelas glândulas endócrinas) para os tecidos, a condução de dióxido de carbono para sua eliminação nos pulmões, coleta de excretas metabólicos e celulares, e, posteriormente, a entrega desses rejeitos nos órgãos excretores, por exemplo, os rins. Além do mais, apresentaum papel essencial no sistema imunológico contra infecções e na termorregulação (ARQBRASCARDIOL, 2021). Entre os vasos sanguíneos existem algumas diferenças, funcionais, morfológicas e até mesmo estruturais, que permitem que possa haver a distinção entre elas. Entre os vasos, artérias e veias, essa regra não é uma exceção, notam-se algumas diferenças particulares que diferenciam as artérias das veias. Contudo, só se conseguem observá- las ao microscópio em cortes transversais de um par formado por artéria e veia, a partir daí torna-se fácil comparar seus calibres e as espessuras das paredes. As artérias possuem paredes mais espessas, esse aumento na espessura é uma estruturação fisiológica, haja vista que o coração lança o sangue a pressões elevadas por meio das artérias e ele é transportado até chegar ao nível de capilares, onde ocorrem as trocas de substâncias, enquanto as veias possuem paredes mais delgadas. 5 Além disso, a luz do lúmen é mais estreita, devido à espessura de suas túnicas. Outra diferença é a presença da lâmina elástica interna nas artérias, enquanto as veias não a possui. Os vasos sanguíneos em conjunto dão origem a uma rede de tubos que irão realizar o transporte do sangue pelo corpo. Esses tubos possuem algumas especificações que servem como fator diferencial. Eles têm diferentes diâmetros e fazem circular o sangue arterial (oxigenado) e venoso (rico em gás carbônico), constituindo o sistema cardiovascular ou circulatório. Conforme podemos ver a seguir: Figura 2 – Vasos sanguíneos Fonte: https://biologiaresolvida.com.br/resumo/resumo-sistema-circulatorio-visao-geral/. Acesso em: 16 out. 2022. As doenças cardiovasculares contribuem significativamente como grupo causal de mortalidade em todas as regiões brasileiras. Os estudos epidemiológicos demonstram várias doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, aterosclerose, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias cardíacas, valvulopatias, doença arterial obstrutiva periférica e trombose venosa profunda (CASTRO et al., 2004). 2.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL Você já deve ter conhecido uma pessoa hipertensa. Isso acontece porque é uma das doenças mais comuns no mundo, acomete em torno de um bilhão de pessoas em todo o planeta. No Brasil, acomete cerca de 30% da população adulta e até 60% dos idosos (PORTO; PORTO, 2019). Conforme Porto e Porto (2019), o GBD, observou-se que o aumento da pressão foi o principal fator de risco, responsável por 10,4 milhões de mortes. 6 A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é classificada em dois tipos: a primária, considerada de causa desconhecida, e a secundária, relacionada a causas específicas como estreitamento das artérias renais, doença parenquimatosa renal, medicamentos, gestação, coarctação da aorta (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2021). DICA Para aprofundar seu conhecimento leia o artigo: Hipertensão ar tensão arterial sistêmica terial sistêmica primária. Disponível em: file:///C:/Users/Leandro/ Downloads/69136-Texto%20do%20artigo-91260-1-10-20131216.pdf. A causa mais comum de hipertensão é a resistência vascular periférica aumentada. Contudo, como a pressão arterial é igual à resistência periférica total vezes o débito cardíaco, aumentos prolongados do débito cardíaco também podem causar hipertensão (PORTO; PORTO, 2019). A HAS é definida como uma pressão arterial (PA) maior que 140/90 mmHg em adultos, em pelo menos três visitas consecutivas ao consultório do médico (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2021). Figura 3 – Pressão arterial Fonte: https://www.mdsaude.com/hipertensao/pressao-arterial-normal/. Acesso em: 16 out. 2022. A fisiopatologia compreende o aumento da atividade do sistema nervoso simpático com reabsorção de sódio, cloreto e água, atividade aumentada do sistema renina-angiotensina-aldosterona, ocorrendo a vasodilatação diminuída das arteríolas e início da resistência à insulina (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2021). 7 A hipertensão por si só não causa sintomas, portanto, não apresenta sinais relevantes para um possível diagnóstico. Alguns sinais e sintomas que podem acometer o paciente são: cefaleias, fadiga e tontura. Entretanto, a descoberta pode acontecer no momento da triagem de enfermagem no atendimento de saúde quando o paciente busca o serviço. Algumas complicações podem acometer o paciente adulto relacionado ao sistema cardiocirculatório como: infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, acidentes vasculares encefálicos trombóticos e hemorrágicos, encefalopatia hipertensiva e insuficiência renal (PORTO; PORTO, 2019). Segundo Mion Junior et al. (1996), o diagnóstico da hipertensão arterial é um ato médico que, baseado num procedimento relativamente simples, a medida da pressão arterial, envolve a grande responsabilidade de decidir se um paciente é normotenso ou hipertenso. O diagnóstico em hipertensão arterial é baseado na anamnese, exame físico e exames complementares que auxiliam na realização do diagnóstico da doença propriamente dita, sua etiologia, grau de comprometimento de órgãos-alvo e na identificação dos fatores de risco cardiovascular associados. Acerca dos métodos diagnósticos e tratamento, uma vez tendo avaliada a pressão arterial do paciente, nós podemos classificá-la em três categorias: pressão arterial normal, pré-hipertensão e hipertensão, seguindo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2021: Quadro 1 – Categorias ou classificação da pressão arterial PAS (MMHG) PAD (MMHG) PA Normal ≤ 120 ≤ 80 Pré-hipertensão 121 – 139 81-89 Hipertensão I 140-159 90-99 II 160-179 100-109 III ≥ 180 ≥ 110 Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2021, s.p.) Um dos principais fatores de risco é o consumo excessivo de sódio, ou seja, a ingestão de sal que pode levar a problemas cardiovasculares e renais, contudo, interferem diretamente no sistema cardiocirculatório. 8 Estima-se que o consumo médio de sódio pela população seja duas vezes o máximo recomendado, que é de 2g/dia. A ingestão de álcool também eleva a PA de forma consistente. Além disso, doenças como diabetes mellitus, dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose são consideradas fatores de risco para o desenvolvimento da HAS. A prevalência de HAS e sua correlação com o sobrepeso ou obesidade demonstraram que a obesidade e o nível de hipertensão grave estão moderadamente inter-relacionados, no qual quanto mais alto o Índice de Massa Corpórea (IMC), mais alto é o nível de pressão, e a prevalência de obesidade severa na população tem crescido nas últimas décadas. Figura 4 – Resultado do IMC Fonte: https://definicao.net/imc/. Acesso em: 16 out. 2022. DICA Para aprofundar seu conhecimento leia o artigo: Variação de IMC, padrões alimentares e atividade física entre adultos de 21 a 44 anos. Disponível em: https:// www.scielo.br/j/csc/a/m7HjKSSHnz88NQ5q7fz7Qdm/abstract/?lang=pt. O sedentarismo e a HAS têm relações estreitas, no qual a inatividade física aumenta o sobrepeso, obesidade, circunferência abdominal, os níveis de triglicerídeos, reduz o HDL colesterol, assim como síndrome metabólica e resistência à insulina, o que acarreta na elevação da PA, com isso o sedentarismo aumenta a morbimortalidade dos pacientes com HAS. A educação em saúde é imprescindível, pois ao instruir os pacientes sobre seus tratamentos medicamentosos e não medicamentosos é possível controlar a PA. 9 O tratamento não farmacológico consiste em realizar uma série de mudanças no estilo de vida do paciente como alimentação saudável, redução do consumo de sódio, componente do sal de cozinha, atividade física, evitar bebida alcoólica, cessar tabagismo, reduzir o estresse, redução do peso. O tratamento farmacológico, por sua vez, deve ser prescrito pelo médico. Existem cinco classes de medicamentos que têm a capacidade de auxiliar no controle da PA, são eles: diuréticos, antagonistasdo cálcio, inibidores de enzima conversora de angiotensina (iECA), bloqueador do Receptor AT1 (BRA), bloqueadores Adrenérgicos. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2021), temos as descrições dos níveis de hipertensão, sendo ramificados conforme figura a seguir: Figura 5 – Níveis da hipertensão Fonte: O autor DICA Para aprofundar seu conhecimento leia o artigo: Hipertensão arterial e exercício físico. Disponível em: <bit.ly/3TUvE0N> 10 2.2 Aterosclerose A aterosclerose é considerada uma resposta inflamatória crônica da parede arterial à lesão endotelial e tem como característica a presença das placas ateroscleróticas, sendo a principal causa da doença cardiovascular. As lesões ateroscleróticas podem ser iniciadas com desenvolvimento já na vida intrauterina, de forma silenciosa, podendo ser evoluída ao longo dos anos. Acerca da fisiopatologia, o evento inicial na aterosclerose é a infiltração de lipoproteínas de baixa densidade (LDLs) na região subendotelial. O endotélio está sujeito à tensão de cisalhamento, a tendência é ser deformado pelo fluxo sanguíneo. Isso é mais acentuado em pontos onde as artérias se ramificam, e é onde os lipídeos se acumulam em grau mais alto, gerando uma lesão endotelial com desencadeamento de processo inflamatório que culmina na formação da placa aterosclerótica. Conforme abordado por Gary e Stephen (2016), a aterosclerose é assintomática até que uma de suas complicações se desenvolva. Nas artérias coronárias, o estreitamento aterosclerótico que reduz o lúmen de uma artéria coronária em mais de 75% causa angina de peito, a dor torácica que resulta quando substâncias produtoras de dor se acumulam no miocárdio. Geralmente, a dor aparece durante o exercício e desaparece com o repouso, quando as substâncias são eliminadas pelo sangue. Quando lesões de aterosclerose causam coagulação e oclusão de uma artéria coronária, gera o infarto do miocárdio. Na circulação cerebral, o bloqueio arterial no local de placas ateroscleróticas causa acidentes vasculares trombóticos. Os fatores de risco têm efeitos multiplicativos, assim, quando a presença de dois fatores de risco aumenta a chance de infarto do miocárdio aumenta em quatro vezes, quando temos a presença de três fatores, a chance aumenta sete vezes. Quadro 2 – Principais fatores de risco PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA ATEROSCLEROSE Não Modificáveis (Constitucionais) Anormalidades genéticas Antecedentes familiares Idade avançada Sexo masculino Modificáveis Hiperlipidemia Hipertensão 11 Tabagismo Diabetes Inflamação Fonte: Adaptado de Martini et al. (2014) Eventualmente, alguns depósitos de gordura nas artérias podem se soltar e entrar na corrente sanguínea, e se alastrar por todo o corpo. Isso pode levar à formação de um coágulo sanguíneo em qualquer parte do corpo tanto fixa ou móvel, afetando o fluxo sanguíneo para outros órgãos (MARTINI et al., 2014). A doença aterosclerótica é a principal representante dos processos patológicos cardiovasculares associados ao envelhecimento, manifestando-se em indivíduos adultos, cuja incidência aumenta significativamente a partir dos 45 anos de idade (MARTINI et al., 2014). No entanto, alguns estudos encontraram prevalência superior a 40% de placas ateroscleróticas em autópsias entre adultos jovens, que indicam a doença nos estágios iniciais. 2.3 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E ELETROCARDIOGRAMA O infarto agudo do miocárdio pode ser definido como um evento patológico, ou clínico, no qual a isquemia miocárdica, responsável em 95% das vezes pela ruptura da placa de ateroma, leva à injúria do músculo cardíaco (BARROSO, 2021). Podemos dividir o infarto agudo do miocárdio em dois grupos, dependendo das alterações vistas no exame eletrocardiograma (ECG) que são: os com supradesnivelamento do seguimento ST (IAMCSST) e os sem (IAMSSST) (BARROSO, 2021). A diferença entre eles é que no primeiro caso, houve uma oclusão total da artéria, indo do epicárdio até o endocárdio. Já no outro caso, a oclusão foi parcial, o que faz com que apenas o endocárdio sofra isquemia, que atinge uma área de menor de irrigação, como iremos ver na figura a seguir: Figura 6 – ECG supra e sem supra 12 Fonte: https://twitter.com/enf_intensiva/status/920994773565132800. Acesso em: 15 out. 2022. No caso do infarto agudo do miocárdio (IAM) é caracterizado pela isquemia ou obstrução parcial ou total dos vasos de forma prolongada, o paciente pode apresentar dores no peito, sensação de aperto no peito, de duração menor, variando conforme a gravidade do IAM. A primeira lesão ao miocárdio pode acarretar em distúrbios eletrolíticos, na segunda, alterações morfológicas e na terceira, os danos ao miocárdio não são definitivos (PESARO et al., 2004). DICA Para aprimorar seus conhecimentos sobre repercussão hemodinâmica do ICC, leia o artigo: Diretriz de insuficiência cardíaca (IC) e transplante cardíaco, no feto, na criança e em adultos com cardiopatia congênita, da sociedade brasileira de cardiologia. Disponível em: https://www.scielo. br/j/abc/a/9nqmYdxLSvW4mZP6L4cDq3f/?lang=pt. O eletrocardiograma (ECG) representa valioso registro do funcionamento cardíaco da atividade elétrica, e nos dá informações valiosas a respeito da função do coração. É um exame não invasivo e que requer que o paciente esteja em repouso, sem ter realizado nenhum tipo de esforço nos últimos dez minutos e sem ter fumado na última meia hora. 13 Figura 7 – Eletrocardiograma convencional Fonte: ArqBrasCardiol (2021, s.p.) O ECG se apresenta em papel milimetrado e transmite um registro permanente da atividade cardíaca, estas informações registradas representam impulsos elétricos do coração como a sístole (despolarização) e diástole (repolarização). Para realizarmos o ECG, precisamos monitorizar o paciente com os eletrodos os quais nos darão as derivações periféricas unipolares (AVL, AVF, AVR), bipolares (DI, DII, DIII) e as precordiais que são unipolares (V1, V2, V3, V4, V5, V6). Figura 8 – Posicionamento correto dos eletrodos Fonte: Adaptado de Porto e Porto (2019) As derivações unipolares aumentadas são três AVL: braço esquerdo, AVR braço direto e AVF perna esquerda. 14 Derivação I é o eletrodo negativo e é conectado ao braço esquerdo e o positivo no braço direito. Derivação II é o elétrodo negativo e é conectado ao braço direito e na perna esquerda fica conectado o elétrodo positivo. Derivação III é o eletrodo negativo e é conectado ao braço esquerdo e o elétrodo positivo à perna esquerda. Já as derivações precordiais são as derivações de V1 e estão localizadas no 4º espaço intercostal, imediatamente à direta do esterno; as V2 estão localizadas no 4º espaço intercostal, imediatamente à esquerda do esterno; as V3 são colocadas entre as V2 e V4; as V4 são colocadas no 5º espaço intercostal, na linha médio-clavicular esquerda; as V5 são colocadas também no 5º espaço intercostal na linha axilar anterior e as V6 são colocadas também no 5º espaço intercostal na linha axilar média. O eletrocardiograma convencional é composto por 12 derivações, mas existem situações como infarto de parede posterior (V7 e V8) e de ventrículo direito (V3R e V4R), que necessitarão destas derivações para o diagnóstico. O papel milimetrado do ECG corresponde ao eixo horizontal (tempo) e ao eixo vertical (voltagem), cada quadradinho possui um tempo de 0,04s e uma amplitude de 1 mm, existem 5 quadradinhos entre as linhas mais escuras perfazendo assim um tempo de 0,20 segundos. Idealmente, deve ser realizado e interpretado no atendimento pré-hospitalar ou em até 10 minutos após a admissão hospitalar. Conforme Almeida et al. (2015), para calcular a frequência cardíaca pelo ECG, deve-se primeiro observar as ondas R, então escolha uma onda R que coincida com uma linha mais escura, a próxima linha escura se designa 300 em seguida por 150, 100, 75, 60 e 50. Este é um método rápido para avaliação da FC. Mas podemos também identificar a onda R e contarquantos quadradinhos possuem de uma onda a outra R, e realizar este cálculo: 1500 dividido pelo número de quadradinhos corresponderá então à frequência cardíaca do paciente aproximadamente. Lembramos então que o valor normal da FC do adulto é de 60 a 100 bpm. Classificamos como taquicardia a frequência acima de 100 bpm e bradicardia a frequência menor que 60 bpm. Vamos visualizar na figura a seguir a onda do ECG, especificamente a R. Figura 9 – ECG ondas R Fonte: http://angomed.com/electrocardiograma/. Acesso em: 15 out. 2022. 15 Ao avaliarmos o ritmo, deve-se observar a distância entre as ondas que são semelhantes. Para avaliar o ritmo, identifique a onda R e observe se a distância com as outras ondas R são as mesmas. Após a avaliação destes dados, quando o ECG possui todas as ondas no seu tempo normal, ritmo regular e frequência normal (normocárdico), o ritmo é chamado sinusal. Quando existe alguma alteração em um item ou vários itens, temos arritmia. É importante ressaltar que as principais causas de arritmias podem ser cardiopatias, distúrbios hidroeletrolíticos, efeito de medicações ou de drogas. O método diagnóstico para as arritmias consiste na avaliação de exames ECG, holter, estudo eletrofisiológico e teste farmacológico. 2.4 Insuficiência Cardíaca Congestiva Conforme Kamel et al. (2001), a insuficiência cardíaca congestiva é caracterizada como uma síndrome clínica complexa, onde há dispneia por esforço, fadiga e por consequência resulta em edema periférico e uma disfunção ventricular esquerda no coração. Assim, o termo de insuficiência cardíaca congestiva é muito usado por descrever uma consequência muito comum da IC, o aumento da pressão hidrostática nos capilares que causa extravasamento de líquido para o interstício e, portanto, o fenômeno de congestão (PORTO; PORTO, 2019). A insuficiência cardíaca (IC) pode ocorrer em pacientes com função sistólica preservada, sendo avaliado pela fração de ejeção do paciente. Pacientes com FE ≥ 50% apresentam insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (KAMEL et al., 2001). A insuficiência cardíaca pode ocorrer de dois tipos, uma que é chamada de insuficiência cardíaca sistólica, que é quando o músculo cardíaco não consegue ejetar o sangue para fora do coração adequadamente, já a insuficiência cardíaca diastólica ocorre quando os músculos do coração ficam rígidos e não enchem de sangue facilmente (CAMPELO et al., 2018). A ICC é uma doença crônica de longo prazo que pode afetar os dois lados do coração, com isso, compromete a função de bombeamento do sangue devido ao retorno do fluxo sanguíneo, o que pode leva ao comprometimento das funções vitais, devido ao acúmulo de sangue, que resulta na falta de oxigênio para os órgãos (CAMPELO et al., 2018). 16 Figura 10 – Insuficiência cardíaca congestiva – ICC Fonte: bit.ly/3VkqBYA Acesso em: 16 out. 2022. O diagnóstico da insuficiência cardíaca congestiva é guiado primariamente pelo método clínico, porém, diversos exames complementares podem auxiliar no diagnóstico e também na avaliação da gravidade da doença (PORTO; PORTO, 2019). Uma parte do tratamento é focada no alívio dos sintomas, porém, algumas classes de medicamentos têm o potencial de diminuir o fenômeno de remodelamento cardíaco, que ocorre principalmente devido à hiperativação do SRAA (Sistema Renina- Angiotensina-Aldosterona) e sistema simpático. A insuficiência cardíaca congestiva tem um caráter progressivo e inicia antes de os sinais e sintomas se tornarem evidentes (PORTO; PORTO, 2019). Embora o grau dessa disfunção possa ser quantificado através de métodos diagnósticos invasivos e não invasivos, a gravidade dos sintomas é difícil de ser avaliada devido a sua subjetividade. É uma doença progressiva e letal quando não tratada e, mesmo com os tratamentos existentes atualmente, os índices de mortalidade permanecem altos e a qualidade de vida é, em geral, significativamente comprometida (KAMEL et al., 2001). 2.5 Arritmias CARDÍACAS As arritmias que são definidas como um distúrbio de condução elétrica do coração. Eles podem ser classificados de várias maneiras, aqui utilizaremos a maneira mais fácil para memorizar: temos as bradiarritmias (bradicardia sinusal, bloqueio atrioventricular (BAV) de primeiro grau, BAV de segundo grau e BAV de terceiro grau) e as taquiarritmias (taquicardia sinusal, taquicardia paroxística, taquicardia ventricular, fibrilação atrial) e extrassístole ventricular (GARY; STEFEN, 2016). 17 Figura 11 – Sistema de condução cardíaco Fonte: Adaptada de Stanfield (2013) A equipe de enfermagem deve reconhecer a tempo e intervir na presença de arritmias, evitando efeitos hemodinâmicos. Nesse contexto, o enfermeiro deve realizar o processo de cuidar para minimizar riscos e complicações. A seguir podemos indicar alguns diagnósticos de enfermagem mais frequentes para pacientes com arritmias cárdicas, conforme o quadro na sequência. Quadro 3 – Diagnósticos de enfermagem mais frequentes Débito cardíaco diminuído. Intolerância à atividade. Perfusão tissular ineficaz renal, cardiopulmonar, periférico ineficaz. Troca de gases prejudicada. Padrão respiratório ineficaz Risco de infecção. Fonte: o autor (2022) Conforme demonstrado acima, são evidenciados os diagnósticos, porém para cada um deve-se ter uma conduta caracterizada como intervenção evidenciada no Quadro 4: Quadro 4 – As principais intervenções de enfermagem Avaliar nível de consciência. Atentar para alterações de frequência respiratória, padrão respiratório e saturação de O2. Fazer controle de frequência cardíaca e ritmo, registrando alterações. Manter monitorização cardíaca. Controlar pressão arterial, comunicando alterações; Manter repouso relativo. Fazer controle das drogas vasoativas. Auxiliar na cardioversão elétrica, caso necessário. Auxiliar na passagem e instalação de marcapasso. Fonte: o autor (2022) 18 As arritmias ocorrem devido a alterações no distúrbio da formação de impulso, transtorno de condução de impulsos ou uma combinação de ambos (GARY; Stephen, 2016). Como defeitos que apresentam se na formação do impulso nervoso, nós abordaremos automatismo normal alterado, que representa o nó sinusal e é sensível aos efeitos do sistema nervoso autônomo, de modo que a estimulação simpática causa taquicardia sinusal e a estimulação parassimpática provoca bradicardia. A perda de células marcapasso sinusal pode causar bradicardia ou outros tipos de bradiarritmias. O potencial elétrico é caracterizado pela capacidade que um corpo energizado tem de realizar trabalho e assim atrair ou repetir outras cargas elétricas. Já as atividades deflagradas ocorrem quando o potencial de ação normal é capaz de desencadear mais despolarizações anormais. Pode ser despolarização precoce se ocorre antes da repolarização ou pós-despolarização tardia, quando ocorre depois da repolarização. Por outro lado, os distúrbios na condução do impulso, a reentrada da ativação do impulso nervoso pode persistir em uma região do coração, tendo tempo suficiente para o tecido adjacente se recuperar e manter excitabilidade. Assim, o mesmo impulso volta a excitar o coração. A taquicardia sinusal é o estímulo do ritmo cardíaco que tem origem no local correto, geralmente é uma resposta compensatória, secundária a outro problema clínico, tal como anemia, disfunções valvares e hipertireoidismo. As características da taquicardia sinusal é o aumento da frequência sinusal acima de 100 bpm e está associada a estresse emocional, uso de medicações, atividade física e também à insuficiência cardíaca, infecção, TEP, hipertireoidismo e anemia. DICA Para aprimorar seus conhecimentos leia o artigo: Tromboembolismo pulmonar. Disponível em: bit.ly/3UWzkQY Nas características da taquicardia atrial que são originadas no átrio e que não dependem do nó AV, seus mecanismos dependem da etiologia. As taquicardias automáticas são pacientes sem cardiopatia estrutural, já astaquicardias atriais são por atividades deflagradas em pacientes com alterações metabólicas e por reentrada de pacientes com cicatrizes atriais. A flutter atrial ou taquicardia atrial é macroreentrante que tem características eletrocardiográficas típicas, e pode existir em pessoas com coração normal ou pacientes com cardiopatia. Conforme a Figura 12, podemos ver um ecg com a extrassístole ventricular. 19 Figura 12 – Extrassístole ventricular Fonte: https://docplayer.com.br/67741846-Extra-sistoles-ventriculares.html. Acesso em: 13 out. 2022. Segundo Da Rocha Rodrigues et al. (2011), a taquicardia ventricular demonstrada a seguir, na Figura 13, é um mecanismo eletrofisiológico que leva à morte súbita cardíaca, sendo que as tratativas de condutas podem ser com cardiodesfibrilador e farmacológicos. Figura 13 – Taquicardia ventricular Fonte: bit.ly/3OAvc6T Acesso em: 13 out. 2022. Abordaremos a fibrilação atrial (FA), que é a arritmia sustentada mais comum na prática clínica, como iremos ver na sequência. Figura 14 – Fibrilação ventricular Fonte: bit.ly/3glOWPa. Acesso em:13 out. 2022. 20 É um dos principais motivos de internação hospitalar do paciente adulto. Seu mecanismo é a atividade automática rápida a partir das áreas de transição entre o tecido muscular atrial e as veias pulmonares, é sensível ao aumento do tono autonômico que é o iniciador e sustentador da arritmia. As múltiplas áreas com reentrada anatômica, envolvendo áreas de fibrose, ou funcionais, nas quais os períodos refratários dos átrios são encurtados. Já com os átrios sofrem alterações nas estruturas anatômica e eletrofisiológica, com encurtamento dos períodos refratários, aumento das áreas de fibrose, e diminuição da complacência atrial levando a mais crises de FA. Classificação temporal da fibrilação atrial (FA): • FA inicial que é detecção sintomática ou não da FA. • FA crônica que apresenta paroxística, persistente e permanente. • Paroxística é reversão espontânea ou intervenção clínica que ocorre em até sete dias corridos. • Persistente, os episódios duram mais que sete dias ou tempo desconhecido, mas intervenção clínica foi farmacológica ou cardioversão para reversão do ritmo sinusal. • Permanente, que quando a cardioversão elétrica não foi eficaz ou a decisão foi de não reverter (idosos, assintomáticos cuja resposta ventricular esteja adequada ou até baixa com átrio esquerdo aumentado e função ventricular esquerda preservada). 2.6 Valvulopatias Para compreender melhor as valvulopatias precisamos entender como elas são formadas. Elas são assim constituídas: válvula tricúspide, mitral (bicúspide), valva aórtica e valva do tronco pulmonar, permitem que o coração realize sua função de bombeamento do sangue para o organismo, através da promoção dos fenômenos de diferença de pressão entre as câmaras, permitindo seu enchimento e impulsão do sangue. 21 Figura 15 – Das válvulas Fonte: https://br.pinterest.com/pin/768778598881501913/. Acesso em: 16 out. 2022. Porém, algumas patologias podem afetar essas válvulas, tornando-as mais frouxas, com maior dificuldade de se fechar, o que consiste na insuficiência valvar, ou mais resistentes à abertura, o que caracteriza a estenose, que conferem uma obstrução ao fluxo sanguíneo. Em alguns casos, pode ocorrer uma dupla lesão valvar, ou seja, uma mesma válvula apresentar estenose e insuficiência. Já a endocardite consiste em inflamação do endocárdio, que é o revestimento interno do coração, que pode ser infecciosa ou não infecciosa. Nas endocardites infecciosas, normalmente, a infecção se dá pela disseminação através da circulação sanguínea de bactérias, principalmente, provenientes de outras partes do organismo, como por exemplo, da boca (infecções dentárias). Figura 16 – Endocardite Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Endocardite_infecciosa. Acesso em: 16 out. 2022. As valvulopatias envolve a disfunção da valva cardíaca, podendo ser classificada em estenose mitral, insuficiência mitral, estenose aórtica e insuficiência aórtica. 22 Definimos estenose quando não há abertura da valva completamente, existindo então uma dificuldade da passagem do sangue de uma câmara para outra ou para o vaso. Já a insuficiência acontece quando a valva se mantém aberta e existe um refluxo entre as câmaras ou das câmaras para os vasos. Figura 17 – De estenose Fonte: https://seucardio.com.br/estenose-aortica/. Acesso em: 16 out. 2022. De maneira geral, os pacientes que possuem valvopatia ou valvulopatias desenvolvem sinais e sintomas semelhantes à insuficiência cardíaca, como: dispneia, angina, síncope, sinais de congestão pulmonar, fraqueza, fadiga, palpitações, ortopneia, edema, distensão jugular, hepatomegalia, taquicardia, estertores, edema pulmonar. O método diagnóstico utilizado para avaliar o comprometimento da valva é: ECG, Raio-x de tórax, eco, cateterismo cardíaco e estudo eletrofisiológico. O tratamento é conforme a evolução da doença, com uso de medicamentos como digitálicos, betabloqueadores, inibidores de enzima conversora de angiotensina, inotrópicos, dobutaminas, diuréticos, vasodilatadores, anticoagulantes e antiarrítmicos. De acordo com o estágio da disfunção valvar, é recomendada a plastia da valva podendo ser por via percutânea ou por via tradicional (aberta) ou por meio de cirurgia cardíaca, na qual pode haver a troca da valva que poderá ser indicada pelo cirurgião, sendo a mais apropriada conforme cada caso. Figura 18 – De uma troca de válvula Fonte: bit.ly/3EUfXmc Acesso em: 16 out. 2022. 23 Eventualmente, em casos de Estenose Mitral (EM) degenerativa em pessoas idosas, optou-se inicialmente pelo tratamento clínico e reserva-se para cirurgia os casos refratários. O funcionamento da válvula é simples, quando uma válvula se abre, conseguindo permitir a passagem do sangue da cavidade cardíaca prévia para a cavidade cardíaca ou segmento arterial situado no lado oposto e, quando fecha, consegue impedir que o sangue circule no sentido inverso. Existem lesões em qualquer uma das válvulas que podem provocar dois tipos básicos de alterações do fluxo sanguíneo no interior do coração e consequentemente nos grandes vasos. Quando as lesões impedem a abertura adequada de uma válvula conhecida como estenose, o sangue se acumula na cavidade cardíaca que a precede, fazendo com que o tecido muscular engrosse (denominado de hipertrofia) para aumentar seu poder e superar a estenose. Entretanto, as lesões não permitem o normal encerramento da válvula, o que se denomina de insuficiência, a parte do sangue que passou para a cavidade cardíaca ou para o segmento arterial posterior à válvula tende a diminuir para a cavidade cardíaca precedente, sendo assim, provocando o acúmulo de um maior volume de sangue do que o normal, o que ocorre sua dilatação. 2.7 Doença arterial obstrutiva periférica Segundo Neto et al. (2007), a Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) tem por definição o acometimento da aorta e todos os seus ramos. Apresenta uma prevalência de 10 a 25% na população acima de 55 anos, sendo que aumenta com a idade e cerca de 70 a 80% dos pacientes acometidos com a doença são assintomáticos. Apenas a minoria dos pacientes requer tratamento cirúrgico ou amputações, onde quase todos os pacientes com DAOP têm risco aumentado de morte por doença cardiovascular. Nesse momento, estudaremos a Doença Arterial Obstrutiva Periférica, que é mais comum nos membros inferiores. Figura 19 – Doença arterial obstrutiva periférica Fonte: bit.ly/3ABliMu Acesso em: 16 out. 2022. 24 Processos patológicos podem levar ao estreitamento das artérias dos membros, por exemplo: inflamação, trombose e sintomas de insuficiência mais prevalentes da doença arterial obstrutiva periférica e sintomas agudos ou crônicos devido à embolia de vasos sanguíneos mais proximais ou trombose de artérias que se estreitam crescentemente. Os sintomas de isquemia ocorrem quando há um desequilíbrio entre a oferta ea demanda de fluxo sanguíneo. As manifestações clínicas da doença arterial obstrutiva periférica dependem da localização e gravidade da estenose ou oclusão arterial. Eles variam de dor moderadamente ativa no membro (por exemplo, fraqueza) a isquemia com risco de membro. A prevalência mundial de doença arterial obstrutiva periférica nas extremidades inferiores é de 3-12%. A maioria das pessoas afetadas vive em países de baixa ou média renda. É mais comum em idosos afro-americano em famílias com doença arterial coronariana e em pessoas com fatores de risco para doenças cardiovasculares (pressão arterial elevada, diabetes, níveis elevados de lipídios no sangue e doença metabólica fumar) (BRASIL, 2021). IMPORTANTE Para melhor compreensão da doença arterial obstrutiva periférica os pacientes geralmente são assintomáticos, no entanto, se o suprimento de sangue não for suficiente para atender aos requisitos metabólicos contínuos como consequência do estreitamento arterial, ocorrerão sintomas. A gravidade dependerá do grau de estreitamento arterial, número de artérias afetadas e nível de atividade dos pacientes. O paciente pode apresentar dor de um ou mais grupos musculares dos membros inferiores relacionados à atividade (claudicação intermitente), dor atípica, dor em repouso ou feridas não cicatrizadas, ulceração ou gangrena. A dor desses pacientes é causada por uma neurite isquêmica e tende a piorar à noite quando o membro é colocado em posição horizontal (COLOMBRINI; MARCHIORI; FIGUEIREDO, 2010). 2.8 Trombose Venosa Profunda Um trombo é uma massa sólida ou tampão formado na circulação por componentes do sangue (plaquetas básicas e fibrina), que pode causar oclusão vascular local ou embolia e isquemia a distância (BRASIL, 2021). A trombose venosa profunda é caracterizada por trombose venosa profunda com trombose parcial e oclusão, que geralmente ocorre nos membros inferiores. 25 IMPORTANTE A tríade de Virchow sugere que há três componentes importantes na formação do trombo. Figura 20 – Três componentes para formação do trombo Fonte: o autor (2022) Na trombose venosa, o aumento da coagulação do sangue e a estase são mais importantes porque a coagulação do sangue é concluída onde o coágulo de sangue começa. O primeiro trombo aumenta e progride nas direções distal e proximal, atingindo vasos cada vez maiores e, finalmente, atingindo o corpo coletor principal da região. Esse coágulo geralmente é misto, consistindo em camadas de células sanguíneas que são fundidas com uma rede de fibrina. Figura 21 – O trombo é descrito como ten Fonte: O autor (2022) 26 O trombo está inicialmente livre na corrente sanguínea, retido apenas pela cabeça, a irritação da parede venosa provoca um reflexo simpático que define o espasmo venoso que fixa o trombo e, como resultado, bloqueia a circulação. A parede vascular irritada torna-se o foco do processo inflamatório. São formados capilares tumorais, que atravessam a parede venosa, penetraram no nódulo e se organizam. Os sinais e sintomas de trombose venosa profunda de membros incluem desconforto, dor, parestesias e fraqueza, edema, empastamento na panturrilha e aparecimento de colaterais venosas visíveis são manifestações clássicas. No exame físico envolve dor, edema, vermelhidão, cianose, aumento do sistema venoso superficial, febre, inchaço muscular. Quadro 5 – Durante um exame físico, alguns sinais semiológicos podem ajudar no diagnóstico incluindo Fonte: adaptado de Stanfield (2013) Pacientes com alta suspeita clínica de trombose venosa profunda são aconselhados a iniciar tratamento com anticoagulantes antes de confirmar o diagnóstico. O objetivo é prevenir a trombose e dar tempo ao sistema de fibrinólise fisiológica para diminuir a rede de fibrina e normalizar seu fluxo. O tratamento inicial deve ser com heparina de baixo peso molecular (HBPM), heparina não fracionada (HNF). Recomenda- se um período de tratamento inicial de pelo menos cinco dias (STANFIELD, 2013). Em associação com antagonistas da vitamina K desde o primeiro dia de tratamento até que o INR (International Standardization Ratio) esteja no nível terapêutico, que é entre dois e três, por dois dias consecutivos. O processo de enfermagem/SAE deve se atentar no exame físico para detecção de trombose venosa profunda, edema de membros inferiores, perfusão periférica, temperatura dos membros, pulso poplíteo, tibial, pedioso, ingurgitamento da panturrilha, sinais clássicos estudados anteriormente. A assistência de enfermagem aos pacientes com trombose venosa profunda deve medir diariamente a circunferência do membro afetado, analisar a perfusão, manter o paciente em Trendelemburg, verificar sinais de hemorragia, acompanhar os níveis de plaquetas, utilizar meias elástica de média compressão, analisar presença de cianose, observar quedas de saturação de oxigênio. 27 2.9 Gasometria Arterial Na atuação da enfermagem na emergência ou nos cuidados intensivos, é comum a solicitação da gasometria arterial. É uma determinação quantitativa do potencial hidrogeniônico pH e dos gases sanguíneos arteriais a partir de determinados parâmetros e cálculos específicos (PORTO; PORTO, 2019). O equipamento de gasometria mede o pH e os gases sanguíneos com pressão parcial de oxigênio (PaO2 ou pO2) e pressão parcial de dióxido de carbono (PaCO2 ou pCO2), enquanto calcula outros parâmetros são calculados. Os principais parâmetros notados no exame são: pH, saturação de oxigênio (SatO2 ou SO2), pCO2, bicarbonato (HCO3 -), Ânion Gap (AG). No entanto, outros parâmetros podem ser encontrados como, por exemplo, a dosagem de alguns eletrólitos. Na prática clínica, é uma parte essencial do diagnóstico e manejo da oxigenação e do equilíbrio ácido básico em muitos pacientes, particularmente naqueles de alto risco (PORTO; PORTO, 2019). Figura 26 – Teste de Allen Fonte: https://www.medway.com.br/conteudos/gasometria-altas-matematicas/. Acesso em: 18 out. 2022. O quadro clínico depende da doença causadora do distúrbio e a abordagem do tratamento baseia-se na correção dos fatores causadores da hiperventilação. Em particular, pacientes com alcalose respiratória podem apresentar dispneias, tonturas, parestesias, palpitações e dores torácicas. A fibrilação atrial pode acontecer devido a uma redução no conteúdo de oxigênio da hemoglobina. Pode criar uma imagem de hipocalcemia, estreitamento da traqueia e hipotensão. A punção arterial para fins de gasometria é um procedimento específico do enfermeiro e demanda competência técnica e científica para sua execução. A punção arterial pode ser realizada em qualquer vaso arterial periférico, incluem as artérias radial, pediosa e femoral, nesta sequência. Deve-se evitar a artéria braquial pelo risco de complicações tromboembólicas em antebraço e mão (PORTO; PORTO, 2019). 28 Figura 27 – Locais indicados para punção de gasometria Fonte: bit.ly/3tT29lw Acesso em: 16 out. 2022. Vale reforçar que o local de escolha para punção arterial varia de acordo com as condições do paciente, e devem ser consideradas a fim de garantir um procedimento seguro (STANFIELD, 2013). O enfermeiro deve ficar atento que a punção arterial pode ser realizada com cateter ou agulha e seringa. Cuidado importante a ser considerado é a força durante o procedimento que poderá tocar o periósteo, causando dor intensa ao paciente, ou ainda ultrapassar a parede oposta da artéria. Assim, é importante verificar se há retorno de sangue aspirando durante a punção. Se não houver retorno de sangue, é necessário recomeçar o procedimento evitando repetir o local da tentativa (PORTO; PORTO, 2019). 29 Fonte: bit.ly/3tT2MLU Acesso em: 16 out. 2022. Figura 28 – Imagem de uma gasometria Nas situações em que haja a ocorrência de espasmo arterial o sangue não fluirá e não será possível coletar a amostra. Caso isso ocorra, substituir a agulha por uma menor e tentar puncionar novamente. Complicações prevalentes em punções radiais e femoraispodem ser a presença de equimose local, hematoma pequeno e grande e perda da permeabilidade do vaso sanguíneo (STANFIELD, 2013). DICA Para aprimorar seus conhecimentos leia o artigo Gasometria arterial: aplicações e implicações para a enfermagem. Disponível em: https://portalidea.com.br/ cursos/introduo--gasometria-apostila03.pdf. 30 3 ATUAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NOS SISTEMA CARIODCIRCULATÓRO A assistência de enfermagem aos pacientes com hipertensão tem início pelo histórico de enfermagem, no qual deve ser realizado uma anamnese e exame físico detalhados desse paciente, atentando para os valores da pressão arterial, os hábitos de vida e histórico familiar. Os pacientes devem ser avaliados e monitorados constantemente por meio da avaliação da equipe de enfermagem e do enfermeiro. Sobre a verificação de pressão arterial, para controle, a enfermagem deve sempre instruir o paciente previamente sobre tal procedimento, explicando as suas etapas e objetivos. É importante indagar se o paciente está com a bexiga vazia, se evitou atividade física, alimentação, fumo, ingestão de bebida alcoólica ou café, pelo menos 30 minutos antes da medida, e se ingeriu drogas que interferem com os mecanismos de regulação da pressão. O procedimento da aferição da pressão arterial envolve as seguintes etapas, conforme o quadro a seguir. Quando 6 – Etapas aferição pressão arterial 1. deixar o paciente em repouso 5 a 10 minutos, em ambiente calmo, com temperatura agradável; 2. localizar pela palpação a artéria braquial no braço do paciente; 3. posicionar o manguito firmemente, evitando folgas e centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial, cerca de 2 a 3cm acima da fossa antecubital. Nas posições sentada e ereta, manter o braço na altura do quarto espaço intercostal; 4. palpar o pulso radial e inflar o manguito até o desaparecimento deste pulso para identificação da pressão sistólica e desinflar, rapidamente, aguardando 15 a 30 segundos antes de inflar novamente; 5. posicionar o estetoscópio, suavemente, na fossa antecubital sobre a artéria braquial, evitando compressão excessiva. Deve-se empregar a campânula do estetoscópio, pois os sons auscultados são de baixa frequência. Colocar o estetoscópio nos ouvidos com a curvatura voltada para frente. 6. inflar rapidamente, de 10 em 10 mm Hg, até ultrapassar 20 a 30 mm Hg o nível da pressão sistólica e proceder a deflação em velocidade constante de 2 a 3 mm Hg, por segundo, que pode ser elevada para 5 a 6 mm Hg por segundo, após a determinação da sistólica para evitar congestão venosa e desconforto para o paciente; 7. identificar a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som da série de sons (fase I de Korotkoff), que se intensifica com o aumento da velocidade de deflação e a pressão distólica quando desaparecem os sons (fase V de Korotkoff), auscultando cerca de 20 a 30 mm Hg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento, e depois, proceder a deflação rápida e completa; 31 8. registrar os valores de pressão sistólica e diastólica, assim como a posição do paciente, braço em que foi medida a pressão e tamanho do manguito; 9. aguardar 1 a 2 minutos para realizar nova medida. Fonte: adaptado de Mion Júnior (1996) É importante identificar a falta de adesão, conhecimento insuficiente e precariedade no autocuidado, já que é uma condição silenciosa que pode evoluir com complicações e os pacientes podem se acostumar com a cronicidade da doença, sendo necessário intervenções educativas para mudança do estilo de vida. O enfermeiro deve implementar os primeiros passos para o autocuidado ao paciente, deve ensiná-lo a controlar os fatores de risco modificáveis, recomendando um estilo de vida mais saudável para o coração, devendo praticar atividades físicas regularmente, abstenção do fumo, ter uma dieta saudável e controlar o stress, diminuir a ingestão de sal e de gorduras, principalmente aquelas saturadas. Deve-se alimentar mais com alimentos de origem animal (ovos, carnes e manteigas) e aumentar o consumo de alimentos vegetais como frutas e verduras, e ingerir mais fibras. Assim, a enfermagem presta assistência de qualidade, aprendendo a diferenciar os sinais e sintomas de IAM, para isto o enfermeiro deve treinar a sua equipe para atuar na assistência do paciente com o IAM prestando os cuidados de forma eficaz e eficiente desde a suspeita diagnostica até a sua alta. O enfermeiro deve estar presente diretamente na assistência da enfermagem de qualidade de forma integral para atender às necessidades dos pacientes com IAM (COLOMBRINI; MARCHIORI; FIGUEIREDO, 2010). Os principais cuidados da equipe de enfermagem, que fazem parte da SAE, durante o infarto do miocárdio, são monitorar a frequência cardíaca contínua com oximetria de pulso, deixar o paciente em repouso absoluto no leito, acesso venoso, colocar oxigênio por meio de cateter nasal de 2 a 4 litros por minutos, efetuar o ECG e exame de marcadores de lesão cardíaca repetindo o exame após 6 ou 9 horas. Também é importante realizar intervenções por meio do diagnóstico de enfermagem como dor torácica analisando sua duração e intensidade, sua localização e radiação, analisar a verificação da circulação, checando os pulsos periféricos sendo em MMII e MMSS, verificar temperatura das extremidades, cor e edema, monitor o ritmo e a frequência cardíaca. É de grande importância a orientação da população por meio de ações educativas pelo profissional enfermeiro sobre os riscos do IAM detalhar os principais sinais e sintomas e os riscos potenciais na demora em procurar por um atendimento hospitalar. Importam os benefícios do tratamento precoce nos indivíduos com IAM, tanto por meio de terapia fibrinolítica como por intervenção mecânica, porém o tempo continua sendo fator determinante no tratamento. Também é importante a conscientização do público quanto esse tempo tolerante na busca por um atendimento médico, e que a chance de mortalidade intra e extra-hospitalar se reduz consideravelmente. 32 O enfermeiro deve ficar atento para manifestações clínicas como dispneia, troca de gases prejudicada, edema, função cardíaca prejudicada, fadiga, débito cardíaco prejudicado, dor, risco para infecção e risco para queda. Em relação à otimização do funcionamento cardiopulmonar, o controle do peso corporal é importante para evitar a sobrecarga do trabalho dos órgãos-alvo. O processo de enfermagem/SAE deve se atentar no exame físico para detecção de trombose venosa profunda, edema de membros inferiores, perfusão periférica, temperatura dos membros, pulso poplíteo, tibial, pedioso, ingurgitamento da panturrilha, sinais clássicos estudados anteriormente. A assistência de enfermagem aos pacientes com trombose venosa profunda deve medir diariamente a circunferência do membro afetado, analisar a perfusão, manter o paciente em Trendelemburg, verificar sinais de hemorragia, acompanhar os níveis de plaquetas, utilizar meias elásticas de média compressão, analisar presença de cianose, observar quedas de saturação de oxigênio. Caro acadêmico! Chegamos ao final do Tópico 1, em que tivemos a oportunidade de ampliar o conhecimento sobre as principais doenças que acometem o sistema cardiocirculatório e as principais atuações da equipe de enfermagem. Na sequência, no Tópico 2, vamos estudar as principais doenças que acometem o sistema respiratório. Vamos lá! 33 Neste tópico, você aprendeu: • O sistema circulatório é considerado o responsável por conduzir elementos essenciais para todos os tecidos do corpo. • Os vasos sanguíneos em conjunto dão origem a uma rede de tubos que irão realizar o transporte do sangue pelo corpo. • O tratamento farmacológico é divido em cinco classificações, são elas: diuréticos, antagonistas do cálcio, inibidores de enzima conversora de angiotensina (iECA), bloqueador do Receptor AT1 (BRA), bloqueadores adrenérgicos. • Existem três categorias de pressão arterial: pressão arterial normal,pré-hipertensão e hipertensão. RESUMO DO TÓPICO 1 34 1 Conforme estudamos anteriormente, o sistema vascular é formado pelos vasos sanguíneos, uma rede de tubos que transporta o sangue, com o coração a bomba muscular responsável por impulsionar o sangue, trabalhando juntos para garantir que todas as células do corpo recebam nutrientes e oxigênio. Em relação a essa afirmativa, relacione as colunas e, a seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. 1. Artérias. 2. Capilares. 3. Vasos linfáticos. 4. Veias. ( ) Constituem uma complexa rede de vasos de paredes finas semelhantes aos capilares. ( ) Estrutura fina e menos muscular permite que esses vasos se distendam. ( ) Estruturas de paredes espessas que transportam o sangue do coração para os tecidos. ( ) Estrutura de parede fina que possibilita o transporte rápido e eficiente dos nutrientes para as células e a remoção dos resíduos metabólicos. a) ( ) 2 – 4 – 3 – 1. b) ( ) 3 – 4 – 1 – 2. c) ( ) 3 – 4 – 2 – 1. d) ( ) 4 – 1 – 3 – 2. e) ( ) 1 – 4 – 3 – 2. 2 Sabemos que a HAS é definida como uma pressão arterial (PA) maior que 140/90 mmHg em indivíduos com idade acima de 18 anos, sendo causa direta em pelo menos três visitas consecutivas ao consultório do médico. Temos classificações pré-definidas para suas variações, sendo essas a normotensão, a pré-hipertensão e as hipertensões grau I, II ou III, sempre avaliadas em conformidade com os níveis pressóricos apresentados. Entretanto, existe a classificação da hipertensão com relação às causas. Cite as classificações da hipertensão com relação ao agente causador diferenciando-as entre si. 3 As doenças cardiovasculares contribuem significativamente como grupo causal de mortalidade em todas as regiões brasileiras. Os estudos epidemiológicos demonstram várias doenças cardiovasculares sendo elas, hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias cardíacas, valvulopatias, doença arterial obstrutiva periférica, trombose venosa profunda e a aterosclerose, que é considerada uma resposta inflamatória crônica da parede arterial à lesão endotelial e tem como característica a presença das placas nessas paredes. Seus principais fatores de risco são classificados em modificáveis e não modificáveis. AUTOATIVIDADE 35 Analise as assertivas a seguir sobre a aterosclerose e seus fatores de risco: I- Hiperlipidemia e Idade avançada II- Tabagismo e diabetes III - Anormalidades genéticas e antecedentes familiares IV- Sexo masculino e idade avançada V- Anormalidades genéticas e hiperlipidemia. Assinale a alternativa que apresenta apenas fatores de riscos não modificáveis para a aterosclerose: a) ( ) As assertivas I e II. b) ( ) As assertivas II, III e IV. c) ( ) As assertivas II, III e V. d) ( ) As assertivas III e IV. e) ( ) Todas as assertivas estão corretas. 4 As arritmias ocorrem devido a alterações no distúrbio da formação de impulso, transtorno de condução de impulsos ou pela associação de ambos, sendo falhas que apresentam na formação do impulso nervoso normal apresentando alteração, que representa o nó sinusal sensível aos efeitos do sistema nervoso autônomo, de modo que a estimulação simpática causa taquicardia sinusal e a estimulação parassimpática provoca bradicardia. Quando não diagnosticada e tratada corretamente, a arritmia cardíaca pode provocar parada cardíaca e morte súbita. Cite os dois grupos das arritmias e dê exemplos de cada um deles. 5 O exame de eletrocardiograma é um importante registro do funcionamento cardíaco da atividade elétrica, e nos dá informações valiosas a respeito da função do coração. É um exame não invasivo e que requer que o paciente esteja em repouso, sem ter realizado nenhum tipo de esforço nos últimos 10 minutos e sem ter fumado nos últimos 30 minutos. Seu princípio básico é a transmissão das forças da musculatura cardíaca detectadas por ondas. Sobre o traçado do ECG, assinale a alternativa correta: a) ( ) A onda P significa despolarização dos átrios. b) ( ) A onda T significa despolarização dos ventrículos. c) ( ) O complexo QRS representa a maior parte da fase de recuperação ventricular após uma contração. d) ( ) O intervalo PR representa a duração total das fases de despolarização e de repolarização dos ventrículos. e) ( ) O complexo QRS representa o período parcial de estimulação e de recuperação ventricular. 36 37 PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, nós vamos estudar as principais doenças do sistema respiratório. Existem estudos sobre as tendências das doenças respiratórias crônicas, que foram estimadas como a terceira principal causa de mortes em 2017, considerando o contexto mundial. Destaca-se a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Quando nos aproximamos de todas as idades em ambos os sexos, o tabagismo foi o principal fator de risco atribuível, sendo necessário investimentos políticos para sua cessação. O pulmão é o órgão responsável pela troca gasosa, fornecendo oxigênio (O2) e retirando gás carbônico (CO2) do sangue. Também auxilia no equilíbrio ácido-base por meio da ventilação e da depuração de CO2. UNIDADE 1 TÓPICO 2 - Figura 29 – Pulmão Fonte: https://med.estrategia.com/portal/conteudos-gratis/pulmao/. Acesso em: 16 out. 2022. Para o seu correto funcionamento, é necessária a sincronia dos mecanismos de ventilação, perfusão e difusão dos gases, ou seja, o ar deve entrar e sair de forma cíclica enquanto o pulmão recebe o sangue não oxigenado. As áreas ventiladas devem ser as mesmas que estão profundidas (BRASIL, 2019). Ao final da inspiração, os tecidos pulmonares representam 10% do seu volume total, sendo o restante preenchido por ar e sangue. Essa pequena massa de tecido é responsável por conduzir de 5 a 120 litros de ar por minuto para dentro e para fora os pulmões, manter o ar em contato com o sangue e se defender de agressores do meio externo. 38 A entrada e saída cíclica de ar dos pulmões depende da capacidade do diafragma e da musculatura inspiratória em gerar pressão negativa no compartimento torácico, do recolhimento elástico e da musculatura expiratória em gerar pressão subatmosférica. A ventilação resulta de movimentos de aumento e redução do volume torácico, a inspiração e expiração. O ar que entra, sai e permanece nos pulmões é dividido, teoricamente, em quatro volumes, que podem ser combinados e gerar quatro capacidades de interesse (GARY; STEPHEN, 2016). 2 DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO O sistema respiratório que é formado pelo parênquima pulmonar, vias aéreas superiores e inferiores (fossas nasais, boca, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos), músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais), membrana alveolocapilar, nervos periféricos e hemoglobina. O comprometimento de qualquer constituinte pode causar distúrbios respiratórios. Figura 30 – Sistema respiratório Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-respiratorio/. Acesso em: 16 out. 2022. 39 Os principais componentes da respiração são a ventilação pulmonar, responsável pela entrada e saída de ar nos alvéolos pulmonares; difusão de oxigênio (O2) e dióxido de carbono (CO2) entre os alvéolos e o sangue; transporte de O2 e CO2 pelo sangue até as células teciduais e, então, de volta para os pulmões; e a regulação da ventilação. Figura 31 – Troca gasosa Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-respiratorio/. Acesso em: 16 out. 2022. A principal importância da ventilação pulmonar é renovar de maneira contínua o ar das áreas de troca gasosa dos pulmões, onde há proximidade com o sangue pulmonar. Essas áreas incluem alvéolos, sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos respiratórios. A taxa com que o ar novo atinge essas áreas recebe o nome de ventilação alveolar. Essa ventilação é o principal componente que regula a concentração de CO2 (PORTO; PORTO, 2019). Doenças desse tipo, por serem
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