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16 Biologia Interdisciplinaridade A interdisciplinaridade entre Química e Biologia no estudo do transporte de seiva bruta e elaborada permite uma abordagem integrada, fornecendo uma compreensão mais completa dos pro- cessos envolvidos, desde as propriedades das substâncias até as adaptações e mecanismos fisiológicos das plantas. Isso contribui para o avanço do conhecimento científico e o desenvolvimento de aplicações práticas no campo da agricultura, ecologia e bio- tecnologia. 3. Morfologia Os caules podem apresentar diversos tamanhos e for- mas, variando de acordo com suas características internas e externas, além disso, existem duas classificações princi- pais que levam em conta a sua localização, separando os caules em aéreos ou subterrâneos. Dentre os caules aéreos, alguns tipos devem ser des- tacados, como: • Troncos: são caules cilíndricos de grande porte com ra- mificações chamadas galhos, sendo um dos mais comuns. • Estipes: são caules cilíndricos de médio a grande porte, com nós e entrenós visíveis, sem ramificações. Possuem folhas apenas nos ápices e são característicos de palmei- ras e coqueiros. • Colmos: são caules cilíndricos de médio porte, com nós e entrenós visíveis, sem ramificações. A diferença em relação às estipes é que os colmos possuem entrenós mais longos. São típicos de plantas como bambu e cana-de-açúcar. • Hastes: são caules de pequeno porte, ramificados e bas- tante delgados. São encontrados, por exemplo, em hor- taliças. Já dentre os caules subterrâneos, que normalmente são adaptados para funções específicas, podemos citar: • Rizoma: é um caule que cresce horizontalmente abaixo da superfície do solo. Exemplos incluem bananeiras e sa- mambaias. • Tubérculo: é um tipo de ramo de caule que se torna intu- mescido para armazenar reservas. Exemplo: batata. • Bulbo: é um “sistema caulinar” modificado, com estrutu- ras de reserva envoltas por folhas modificadas. Exemplos incluem cebola e alho. • Xilopódio: é um caule subterrâneo típico de plantas en- contradas no cerrado. Modificações caulinares Algumas plantas possuem ramos adaptados para diversas funções, como armazenamento de substâncias, fixação e até mesmo desempenhar papéis como a fotos- síntese e as trocas gasosas. Entre eles, destacam-se: • Ramos volúveis: são finos e flexíveis, podendo ser tre- padores ou rastejantes. • Ramos trepadores: ocorrem em plantas que se apoiam em outras para atingir uma certa altura e encontrar luz. São comuns em lianas, conhecidas como cipós. • Gavinhas: são ramos finos que se enrolam em espiral e desempenham um papel na fixação. Podem ser encontra- das em plantas como a videira e o maracujazeiro. • Estolho ou estolão: é um caule rastejante que possui várias gemas e pontos de enraizamento, com entrenós longos e finos. É comumente encontrado em morangos. • Cladódios: são caules aéreos suculentos, achatados e clorofilados. Eles estão adaptados para realizar a fotos- síntese e/ou armazenar água, sendo comuns em cactos e suculentas. Figura 4: exemplos da família cactacea • Espinhos: podem surgir a partir da modificação de fo- lhas, caules ou raízes. São curtos e pontiagudos, desem- penhando uma função protetora. As folhas modificadas em espinhos, como nos cactos, também podem ajudar a reduzir a perda de água por transpiração. Adaptações caulinares em forma de espinhos podem ser encontradas em plantas como o juazeiro e a laranjeira. Entre os caules subterrâneos, destacam-se as adap- tações para o acúmulo de nutrientes, o que justifica seu grande volume e formato globoso. • Rizoma: ao longo de sua extensão, emite folhas que emergem do solo para cima e raízes adventícias que se desenvolvem para baixo. Como por exemplo a bananeira, a espada-de-são-jorge, o gengibre e algumas gramíneas. VOLUME 4 | CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias 17 • Bulbo: envolvida por folhas modificadas, conhecidas como catáfilos, que armazenam nutrientes. Como por exemplo a cebola e o alho. as cebolas são exemplos típicos de bulbos • Tubérculo: é um caule subterrâneo que acumula prin- cipalmente amido. Exemplos de plantas com tubérculos incluem o inhame e a batata-inglesa. 4. Multiplicação Vegetativa Natural A reprodução assexuada vegetativa é exclusiva das plantas. Existem vários processos de multiplicação ve- getativa, que podem ser divididos em dois grandes grupos, a natural e a artificial. Na multiplicação vegetativa natural, a planta-mãe pode originar novas plantas a partir de diferentes partes que a compõem, como folhas, ramos aéreos (estolhos) ou caules subterrâneos (rizomas, tubérculos e bulbos). Cada estolho emerge do caule principal e dá origem a várias plantas novas. O caule principal morre quando as novas plântulas desenvolvem suas próprias raízes e folhas. Os rizomas, por sua vez, além de permitirem a sobrevivên- cia da planta em condições desfavoráveis, podem se alon- gar e originar gemas que se diferenciam em novas plantas. Os tubérculos possuem alguns gomos com capacida- de germinativa, podendo originar novas plantas. Já os bul- bos formam os gomos laterais, que se rodeiam de novas folhas carnosas e podem originar novas plantas 5. Multiplicação Vegetativa Artificial A multiplicação vegetativa artificial é um método am- plamente empregado no setor agroflorestal para reprodu- ção assexuada de plantas. Os principais métodos utiliza- dos são estacas, mergulhia e enxertia. A multiplicação vegetativa por estacas é um método que consiste em utilizar partes do caule (além de folhas ou raízes) de uma planta mãe para gerar novas plantas com características geneticamente idênticas. As estacas são re- tiradas da planta mãe e inseridas em um substrato apro- priado, onde desenvolvem raízes e brotos. O sucesso no enraizamento e brotação das estacas depende de fatores como a escolha adequada do tipo de estaca, tratamento hormonal e condições ambientais adequadas. Multiplataformas: Vídeo Reprodução por estacas (estaquia) A mergulhia é um método de multiplicação vegeta- tiva que visa induzir o enraizamento de um ramo ou galho da planta mãe enquanto ainda está conectado à planta original. Para isso, uma porção do ramo é enterrada no solo e mantida em condições favoráveis para o desenvol- vimento de raízes adventícias. Após o crescimento das raí- zes, o ramo é separado da planta mãe, tornando-se uma nova planta independente. A mergulhia é especialmente útil para espécies que possuem dificuldade de enraiza- mento por outros métodos. A enxertia é um método de multiplicação vegetati- va que envolve a união de duas plantas de espécies ou variedades diferentes, conhecidas como porta-enxerto e enxerto, respectivamente. O porta-enxerto fornece o sis- tema radicular, enquanto o enxerto contribui com a parte aérea da planta. Essa técnica permite combinar caracterís- ticas desejáveis de diferentes plantas, como resistência a doenças, adaptação a diferentes condições climáticas ou melhoria na qualidade dos frutos. A enxertia requer habi- lidades técnicas para garantir uma união eficiente e uma correta cicatrização entre as partes enxertadas. 18 Biologia M apeando o saber
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