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Livro Teórico Vol 4 - Biologia-016-018

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Biologia
Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade entre Química e Biologia no estudo do 
transporte de seiva bruta e elaborada permite uma abordagem 
integrada, fornecendo uma compreensão mais completa dos pro-
cessos envolvidos, desde as propriedades das substâncias até as 
adaptações e mecanismos fisiológicos das plantas. Isso contribui 
para o avanço do conhecimento científico e o desenvolvimento 
de aplicações práticas no campo da agricultura, ecologia e bio-
tecnologia.
3. Morfologia
Os caules podem apresentar diversos tamanhos e for-
mas, variando de acordo com suas características internas 
e externas, além disso, existem duas classificações princi-
pais que levam em conta a sua localização, separando os 
caules em aéreos ou subterrâneos.
Dentre os caules aéreos, alguns tipos devem ser des-
tacados, como:
• Troncos: são caules cilíndricos de grande porte com ra-
mificações chamadas galhos, sendo um dos mais comuns.
• Estipes: são caules cilíndricos de médio a grande porte, 
com nós e entrenós visíveis, sem ramificações. Possuem 
folhas apenas nos ápices e são característicos de palmei-
ras e coqueiros.
• Colmos: são caules cilíndricos de médio porte, com nós e 
entrenós visíveis, sem ramificações. A diferença em relação 
às estipes é que os colmos possuem entrenós mais longos. 
São típicos de plantas como bambu e cana-de-açúcar.
• Hastes: são caules de pequeno porte, ramificados e bas-
tante delgados. São encontrados, por exemplo, em hor-
taliças.
Já dentre os caules subterrâneos, que normalmente 
são adaptados para funções específicas, podemos citar:
• Rizoma: é um caule que cresce horizontalmente abaixo 
da superfície do solo. Exemplos incluem bananeiras e sa-
mambaias.
• Tubérculo: é um tipo de ramo de caule que se torna intu-
mescido para armazenar reservas. Exemplo: batata.
• Bulbo: é um “sistema caulinar” modificado, com estrutu-
ras de reserva envoltas por folhas modificadas. Exemplos 
incluem cebola e alho.
• Xilopódio: é um caule subterrâneo típico de plantas en-
contradas no cerrado.
Modificações caulinares
Algumas plantas possuem ramos adaptados para 
diversas funções, como armazenamento de substâncias, 
fixação e até mesmo desempenhar papéis como a fotos-
síntese e as trocas gasosas. Entre eles, destacam-se:
• Ramos volúveis: são finos e flexíveis, podendo ser tre-
padores ou rastejantes.
• Ramos trepadores: ocorrem em plantas que se apoiam 
em outras para atingir uma certa altura e encontrar luz. 
São comuns em lianas, conhecidas como cipós.
• Gavinhas: são ramos finos que se enrolam em espiral e 
desempenham um papel na fixação. Podem ser encontra-
das em plantas como a videira e o maracujazeiro.
• Estolho ou estolão: é um caule rastejante que possui 
várias gemas e pontos de enraizamento, com entrenós 
longos e finos. É comumente encontrado em morangos.
• Cladódios: são caules aéreos suculentos, achatados e 
clorofilados. Eles estão adaptados para realizar a fotos-
síntese e/ou armazenar água, sendo comuns em cactos 
e suculentas.
Figura 4: exemplos da família cactacea
• Espinhos: podem surgir a partir da modificação de fo-
lhas, caules ou raízes. São curtos e pontiagudos, desem-
penhando uma função protetora. As folhas modificadas 
em espinhos, como nos cactos, também podem ajudar 
a reduzir a perda de água por transpiração. Adaptações 
caulinares em forma de espinhos podem ser encontradas 
em plantas como o juazeiro e a laranjeira.
Entre os caules subterrâneos, destacam-se as adap-
tações para o acúmulo de nutrientes, o que justifica seu 
grande volume e formato globoso.
• Rizoma: ao longo de sua extensão, emite folhas que 
emergem do solo para cima e raízes adventícias que se 
desenvolvem para baixo. Como por exemplo a bananeira, 
a espada-de-são-jorge, o gengibre e algumas gramíneas.
VOLUME 4 | CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
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• Bulbo: envolvida por folhas modificadas, conhecidas 
como catáfilos, que armazenam nutrientes. Como por 
exemplo a cebola e o alho.
as cebolas são exemplos típicos de bulbos
• Tubérculo: é um caule subterrâneo que acumula prin-
cipalmente amido. Exemplos de plantas com tubérculos 
incluem o inhame e a batata-inglesa.
4. Multiplicação 
Vegetativa Natural
A reprodução assexuada vegetativa é exclusiva 
das plantas. Existem vários processos de multiplicação ve-
getativa, que podem ser divididos em dois grandes grupos, 
a natural e a artificial.
Na multiplicação vegetativa natural, a planta-mãe 
pode originar novas plantas a partir de diferentes partes 
que a compõem, como folhas, ramos aéreos (estolhos) ou 
caules subterrâneos (rizomas, tubérculos e bulbos).
Cada estolho emerge do caule principal e dá origem 
a várias plantas novas. O caule principal morre quando as 
novas plântulas desenvolvem suas próprias raízes e folhas. 
Os rizomas, por sua vez, além de permitirem a sobrevivên-
cia da planta em condições desfavoráveis, podem se alon-
gar e originar gemas que se diferenciam em novas plantas.
Os tubérculos possuem alguns gomos com capacida-
de germinativa, podendo originar novas plantas. Já os bul-
bos formam os gomos laterais, que se rodeiam de novas 
folhas carnosas e podem originar novas plantas
5. Multiplicação 
Vegetativa Artificial 
A multiplicação vegetativa artificial é um método am-
plamente empregado no setor agroflorestal para reprodu-
ção assexuada de plantas. Os principais métodos utiliza-
dos são estacas, mergulhia e enxertia.
A multiplicação vegetativa por estacas é um método 
que consiste em utilizar partes do caule (além de folhas ou 
raízes) de uma planta mãe para gerar novas plantas com 
características geneticamente idênticas. As estacas são re-
tiradas da planta mãe e inseridas em um substrato apro-
priado, onde desenvolvem raízes e brotos. O sucesso no 
enraizamento e brotação das estacas depende de fatores 
como a escolha adequada do tipo de estaca, tratamento 
hormonal e condições ambientais adequadas.
Multiplataformas: Vídeo
Reprodução por estacas (estaquia) 
A mergulhia é um método de multiplicação vegeta-
tiva que visa induzir o enraizamento de um ramo ou galho 
da planta mãe enquanto ainda está conectado à planta 
original. Para isso, uma porção do ramo é enterrada no 
solo e mantida em condições favoráveis para o desenvol-
vimento de raízes adventícias. Após o crescimento das raí-
zes, o ramo é separado da planta mãe, tornando-se uma 
nova planta independente. A mergulhia é especialmente 
útil para espécies que possuem dificuldade de enraiza-
mento por outros métodos.
A enxertia é um método de multiplicação vegetati-
va que envolve a união de duas plantas de espécies ou 
variedades diferentes, conhecidas como porta-enxerto e 
enxerto, respectivamente. O porta-enxerto fornece o sis-
tema radicular, enquanto o enxerto contribui com a parte 
aérea da planta. Essa técnica permite combinar caracterís-
ticas desejáveis de diferentes plantas, como resistência a 
doenças, adaptação a diferentes condições climáticas ou 
melhoria na qualidade dos frutos. A enxertia requer habi-
lidades técnicas para garantir uma união eficiente e uma 
correta cicatrização entre as partes enxertadas.
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Biologia
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