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Quantidade de movimento e impulso 401 8. Um automóvel tem movimento retilíneo e unifor- me. Se sua velocidade dobrar, podemos afirmar que: a) sua energia cinética se reduzirá à metade. b) o módulo da quantidade de movimento se tornará o dobro do anterior. c) sua energia cinética se tornará o dobro da anterior. d) o módulo da quantidade de movimento se tornará o quádruplo do anterior. e) o módulo da quantidade de movimento não se alterará. 9. Apresente a equação dimensional da quantidade de movimento. Exercícios de Reforço 10. (UF-PE) Pai e filho são aconselhados a correr para perder peso. Para que ambos percam calorias na mesma proporção, o instrutor da academia sugeriu que ambos desenvolvessem a mesma quantidade de movimento. Se o pai tem 90 kg e corre a uma velocidade de 2,0 m/s, o filho, que tem 60 kg, deverá correr a: a) 1,0 m/s d) 4,0 m/s b) 2,0 m/s e) 5,0 m/s c) 3,0 m/s 11. (UF-AM) Um menino faz girar uma pedra presa a uma haste rígida e de massa desprezível de maneira que ela descreva um movimento circular uniforme num plano vertical, num local em que a aceleração da gravidade é constante. Sobre esse movimento considere as seguintes grandezas relacionadas com a pedra: I. Quantidade de movimento. II. Energia potencial gravitacional. III. Energia cinética. IV. Peso. Dentre essas grandezas, as que variam enquanto a pedra realiza seu movimento são: a) apenas I e IV. d) apenas III e IV. b) apenas I e II. e) apenas I e III. c) apenas II e III. 12. (UE-RJ) Em uma aula de Física os alunos relacio- nam os valores da energia cinética de um corpo aos de sua velocidade. O gráfico indica os resul- tados encontrados. Determine em kg · m/s, o módulo da quantidade de movimento desse corpo quando atinge a velocidade de 5,0 m/s. 1,0 2,0 3,0 v (m/s) E C (J) 9,0 4,0 1,0 13. A figura representa um experimento em que um ônibus de massa 8 000 kg e um automóvel de massa 800 kg colidiram com muros idênticos. 10 km/h 8 000 kg 100 km/h 800 kg Antes das colisões a velocidade do ônibus era 10 km/h, e a velocidade do automóvel era 100 km/h. Podemos observar que, antes das coli- sões, os dois veículos tinham a mesma quantidade de movimento. No entanto, o experimento mos- trou que o dano no muro, causado pelo automóvel, foi maior que o causado pelo ônibus. Por quê? 14. Uma partícula tem energia cinética de 60 J e momento linear de módulo 15 kg · m/s. Determine o módulo da velocidade dessa partícula. 2. Impulso de uma força constante Consideremos uma situação particular em que a força resultante sobre um corpo é constante. Na figura 4 temos um bloco de massa m em movi- mento uniformemente variado, sendo F a força resultante. No instante t 1 o bloco tem velocidade v 1 e quantidade de movimento Q 1 . No instante t 2 (com t 2 > t 1 ) o bloco tem velocidade v 2 e quantidade de movimento Q 2 . Figura 4. t 1 F Q 1 v 1 t 2 F Q 2 v 2 Z a p t Lu iZ a u g u s t o R ib e iR o Capítulo 20402 Usando a Segunda Lei de Newton: F = m · a ⇒ F = m Δv Δt ⇒ F · (Δt) = m · (Δv) ⇒ F · (Δt) = m · (v 2 – v 1 ) ⇒ ⇒ F · (Δt) = mv 2 Q 2 – mv 1 Q 1 ⇒ F · (Δt) = Q 2 – Q 1 ΔQ ⇒ F · (Δt) = ΔQ 1 A equação 1 nos diz que o produto F · (Δt) é igual à variação da quantidade de movimento (ΔQ) no intervalo de tempo Δt. Devido à grande utilidade do conceito da quantidade de movimento, os físicos resolveram dar um nome ao produto F · (Δt): F · (Δt) = impulso de F no intervalo de tempo Δt Representando o impulso por I , temos: I = F · Δt 2 Sendo Δt > 0, os vetores F e I têm a mesma direção e o mesmo sentido (fig. 5). Se Δt = 0, teremos I = 0. Usando essa definição, a equação 1 pode ser escrita do seguinte modo: I = ΔQ 3 A equação 3 traduz o chamado Teorema do Impulso. No Sistema Internacional, a unidade de |F| é o newton (N), e a unidade de tempo é o segundo (s). Assim, a partir de: |I | = |F| · Δt temos: unidade de |I | = N · s Essa unidade não tem nome especial. A partir da equação 3 percebemos que as unidades de impulso e quantidade de movimento são equivalentes: N · s = kg · m/s Um bloco de massa m = 2,0 kg desliza sobre uma superfície horizontal sob a ação de forças cuja resultante F é constante (como mostra a fig. 6) e tem módulo F = 12 N. No instante t i = 0, a velocidade do bloco tem mó- dulo v i = 4,0 m/s. Vamos determinar o impulso de F no intervalo de tempo que vai de t i = 0 a t f = 3,0 s e a velocidade do bloco no instante t f = 3,0 s. O impulso (I ) da força F é dado por: I = F · Δt O vetor I tem a mesma direção e o mesmo sentido da força F (fig. 7) e seu módulo é: I = F · Δt = (12 N)(3,0 s) = 36 N · s |I | = 36 N · s Podemos calcular a velocidade final usando o Teorema do Impulso: I = ΔQ = Q f – Q i Exemplo 2 Figura 5. F I Figura 6. t i = 0 t f = 3,0 s F vi F vf Figura 7. I F Figura 8. Q f Q i v i v f Figura 9. Q f Q i I IL U St R A ç õ ES : ZA pt Quantidade de movimento e impulso 403 Como os vetores têm a mesma direção e o mesmo sentido (figs. 8 e 9), podemos usar os módulos: I = Q f – Q i = mv f – mv i 36 = (2,0) · v f – (2,0)(4,0) ⇒ v f = 22 m/s Você pode observar que, para calcular v f , não há necessidade de usar o Teorema do Impulso. Com os valores da força (F) e da massa (m), poderíamos usar a Segunda Lei de Newton (F = m · a), obtendo a aceleração. A seguir, usando a equação ho- rária da velocidade escalar do MUV (v = v 0 + at), poderíamos calcular a velocidade final. Usamos aqui o Teorema do Impulso para adquirirmos familiaridade com esse teorema, que será útil mais adiante. Numa região onde g = 10 m/s2, um garoto lança verticalmente para cima uma bola de massa m = 0,20 kg, com velocidade inicial de módulo v 0 = 30 m/s (fig. 10). Depois de um intervalo de tempo Δt, a bola está des- cendo com velocidade de módulo v 1 = 15 m/s. Desprezando a resistência do ar, vamos calcular a variação da quantidade de movimento da bola, no intervalo de tempo Δt, e o valor de Δt. Vamos calcular a variação da quantidade de movimento da bola de dois modos: 1º. modo: As quantidades de movimento da bola nos instantes t 0 e t 1 são, respectivamente, Q 0 e Q 1 (fig. 11): Q 0 = m · v 0 = (0,20 kg)(30 m/s) = 6,0 kg · m/s Q 1 = m · v 1 = (0,20 kg)(15 m/s) = 3,0 kg · m/s A variação da quantidade de movimento (ΔQ) deve ser obtida fazendo-se a diferença entre a quantidade de movimento final (Q 1 ) e a inicial (Q 0 ): ΔQ = Q 1 – Q 0 Observamos que essa operação é uma subtração de vetores. Seguindo o procedimento visto no ca- pítulo 8, desenhamos os vetores a partir de uma mesma origem (fig. 12) e ligamos suas extremidades (com sentido de Q 0 para Q 1 ). Da figura, tiramos: |ΔQ| = |Q 0 | + |Q 1 | = 6,0 + 3,0 ⇒ |ΔQ| = 9,0 kg · m/s 2º. modo: Aproveitando o fato de que os vetores Q 0 e Q 1 têm a mesma direção, podemos determinar (ΔQ) algebricamente, adotando um eixo e atribuindo sinais a Q 0 e Q 1 (fig. 13). Adotando o eixo da figura 13, o vetor Q 1 tem o mesmo sentido do eixo e, portanto, Q 1 = 3,0 kg · m/s. O vetor Q 0 tem sentido oposto ao do eixo e, assim, Q 0 = –6,0 kg · m/s. Portanto: ΔQ = Q 1 – Q 0 = (3,0) – (–6,0) = 3,0 + 6,0 = +9,0 ⇒ |ΔQ| = 9,0 kg · m/s Vamos determinar o valor de Δt usando o Teorema do Impulso e observando que a única força atuante na bola é o seu peso P (fig. 14), sendo: P = m · g = (0,20 kg)(10 m/s2) = 2,0 N O impulso (I ) do peso deve ser igual à variação da quantidade de movimento (ΔQ): I = ΔQ ⇒ P · (Δt) = ΔQ ⇒ Δt = |ΔQ| P = 9,0 2,0 ⇒ Δt = 4,5 s Exemplo 3 Figura 11. v 1 Q 1v0 t 0 t 1 Q 0 Figura 12. ΔQ Q 0 Q 1 Figura 13. Q 1 = +3,0 Q 0 = – 6,0 eixo Figura 14. ΔQ = I P Z a p t Figura 10. v 1 g v 0 t 1 = ∆t (t 0 = 0)